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MOÇÃO

NOVOS DESAFIOS, NOVAS RESPOSTAS


I
NOTA INTRODUTÓRIA

O actual quadro político, económico e social tem, inevitavelmente, presente a crise global.

O momento que se vive é difícil e complexo. O futuro incerto. Logo, as exigências são
muitas. E são-no, tanto mais que a crise, antes de ser financeira e/ou económica, é de
valores, tendo, por isso, consequências em todos os domínios – na justiça, na informação,
na cultura, na política, …

A presente Moção – NOVOS DESAFIOS, NOVAS RESPOSTAS -, de que é primeiro


subscritor o camarada Vítor Ramalho, assume, sem reservas, que é, fundamentalmente,
nos momentos que exigem maior determinação, que temos de ter e saber dar respostas.
Dar novas respostas. Novas respostas porque estamos perante novos desafios., sendo
necessário compreender as suas causas, a sua génese.

A política responsável é transformadora. Ser político é ter a noção clara que devemos
contribuir para transformar, não nos resignando a aceitar o status quo.

O trabalho desenvolvido no passado recente deixou uma marca diferenciada, pela positiva
no PS distrital. Não podemos, em consciência, deixar de considerar o acerto e a coerência
das duas moções anteriormente apresentadas ao Congresso Federativo sob os títulos
„Setúbal – Um Distrito, Um Projecto‟ e „ Servir Setúbal – Pelas causas do Socialismo‟, de
que foi, também, primeiro subscritor Vítor Ramalho. Estas já indiciavam, de forma clara a
necessidade de atendermos à nova realidade e aos riscos sérios da crise,
crescentemente detectáveis.

No final de cada um dos mandatos, de forma pedagógica, foram, pela primeira vez,
produzidos documentos denominados „Prestar Contas‟, que deram testemunho do
cumprimento dos objectivos das referidas moções.

É para os subscritores da presente Moção evidente que o trabalho desenvolvido tem de


ser concluído. E tem-no porque ele representará o fecho de um ciclo político que não
pode deixar de ser aprofundado para facilitar o enquadramento dos enormes desafios que
se vão continuar a apresentar numa nova dimensão, a partir de 2012.

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II
NOVOS DESAFIOS

Contexto Nacional e Internacional

Porque a crise é global com consequências mais sérias nos países desenvolvidos do
ocidente a que os da U.E. não escapam, incluindo Portugal.

Porque as suas causas têm raízes no rumo da marcha que se seguiu à queda do mundo
bipolar, numa lógica neoliberal que teve o lucro como objectivo principal, o crescimento
económico sem concepção humanística, o endeusamento do mercado, impulsionando a
engenharia financeira com esta a sobrepor-se à política.

Porque o pragmatismo impôs-se. Cego e sem norte, como são suas características.

Porque a ideologia foi-se perdendo! Inclusive, como se constata à vista desarmada, até
em alguns partidos defensores do socialismo democrático.

Porque a Internacional Socialista deixou, a pouco e pouco, de ter voz audível e este facto
enfraqueceu as forças do progresso e abalou a própria consistência da U.E.

Porque procuraram-se caminhos desconformes à defesa da paz e segurança mundiais,


através de pretensas terceiras vias do socialismo democrático que conduziram à guerra
no Iraque, em aliança com os neoconservadores de Bush nos E.U.A.

Porque a „engenharia financeira‟ foi, entretanto, cavando os pilares da economia mundial


através de concentrações e fusões de instituições económicas e financeiras suportadas
numa economia virtual.

Porque o sistema produtivo passou a estar dessincronizado com a avidez do lucro.

Porque, de um momento para o outro, o sistema neoliberal faliu.

…Rebentou a crise. Como não podia deixar de suceder.

Perante a dimensão dela, desencadearam-se falências das grandes instituições


financeiras, com uma vertiginosa subida do desemprego. Os Estados, em alerta vermelho,
tiveram de injectar na economia verbas inimagináveis, pondo a nu a inconsistência dos
neoliberais que nesta fase se esconderam, negando-se. Alguns que gritavam por menos
Estado foram os primeiros a pedir o auxílio ao Estado.

Passada esta fase, apesar da persistência da crise, parece que, para muitos, nada
mudou. Os neoliberais voltaram a aparecer e a defender as velhas receitas.

A persistir esta forma de agir, os riscos serão ainda mais sérios.

Temos de saber resistir e mudar o modelo de desenvolvimento.

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É, por isto, que a presente Moção procura contribuir para romper com este estado de
coisas, através do apelo à necessidade de serem encontradas NOVAS RESPOSTAS face
aos NOVOS DESAFIOS. Sabemos dos limites da nossa intervenção. Só que chegou a
altura de todos, sem excepção, nos domínios em que actuem, contribuírem para encarar
de frente o novo ciclo que aí vem. É disso que se trata.

Contexto Regional e Local

Um Distrito de centralidade, como é o de Setúbal, tem enorme importância para a coesão


interna nacional, mas, também, para a afirmação de Portugal no mundo. Esta questão tem
de estar sempre presente!

A Federação, as demais estruturas e os militantes do Distrito têm um papel que passa


pela defesa articulada de uma concepção estratégica integrada.

A concepção estratégica que defendemos tem sempre como bandeira a luta por uma
melhor qualidade da vida dos cidadãos, em todos os domínios, o reforço das consciências
enquanto cidadãos lusófonos e europeus, num espaço que alarga hoje o conceito de
pátria e complementa a nossa integração na E.U.

Esses objectivos são incompatíveis com a gestão autárquica da CDU. Em primeiro lugar,
porque a encara como um instrumento partidário do PCP e para o exclusivo reforço deste.

Em segundo lugar, porque explora os sentimentos primários dos cidadãos, colocando-os


ao serviço de interesses partidários e não do interesse geral.

Em sucessivas eleições autárquicas o povo tem reiterado a ideia de que a única


alternativa à CDU é o PS, quer dando-lhe confiança para gerir autarquias quer colocando-
o como o partido mais votado da oposição.

Como é sabido, a direita (PSD e CDS) nunca conseguiu obter qualquer vitória numa
câmara municipal no Distrito e o BE, que nas penúltimas eleições autárquicas pareceu ter
entradas de leão, teve, nas últimas, saídas de sendeiro.

Nas próximas eleições para os municípios, a maioria das câmaras terão,por força da lei,
de ver substituídas as suas presidências.

É mais uma oportunidade que se nos abre no novo ciclo.

Temos, no mais, bandeiras de defesa coerente do projecto comum às seis autarquias do


arco ribeirinho, a mobilidade do Metro ao Sul do Tejo, a TTT- Terceira Travessia sobre o
Tejo, o novo aeroporto, a plataforma logística, o TGV, os investimentos turísticos no
Litoral Alentejano, entre outros, a plataforma industrial de Sines, a requalificação dos
Portos, o IP8, …, enfim, infra-estruturas com a marca do PS que sempre correram com
impulsos significativos na área social com a mesma marca. A nossa!
Fazer a defesa desses projectos, iniciando-se a concretização dos que devam sê-lo ou
concluir os que se iniciaram, sem condenação das práticas da CDU, é como agir às
cegas. Estas acções têm de correr em simultâneo.

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As práticas da CDU conduziram ao desastre urbanístico que se vê e à ofensa da
qualidade de vida do Distrito. São múltiplos e conhecidos os exemplos

A ausência de ambição e a exploração do miserabilismo são, infelizmente, os elementos


essenciais da gestão da CDU. É a „lógica‟ do quanto pior, melhor.

Dissemo-lo em tempo oportuno. O desastre está à vista e o futuro com a CDU é um futuro
comprometido.

III
NOVAS RESPOSTAS

Estamos presentes neste projecto, porque temos a consciência plena de que só através
de novas respostas recriaremos a esperança, superando a incerteza, que é profunda. É
um desafio, difícil e exigente, mas estimulante para quem tenha convicções.

Os impulsos que têm de ser prestados pela Federação ao debate das ideias e à reflexão
devem conduzir à assumpção das responsabilidades colectivas e à fixação das
prioridades que os militantes têm, neste quadro muito complexo. As novas respostas têm
de assentar assim no reforço da ideologia do Partido.

A importância do Partido

Os partidos europeus em geral passaram – infelizmente – neste „novo mundo‟ a


descurarem a exigência aos militantes da relação de pertença.

Temos que reconhecer que a chamada “cacicagem” e a política “de contagem de


espingardas” passou a ser a regra, em alguns casos, nos períodos eleitorais internos.

O poder pelo poder não interessa. De nada serve.

A conciliação entre os legítimos interesses pessoais e os colectivos esfumou-se em favor


dos interesses pessoais.

Os valores e os princípios cederam, as reservas morais abriram brechas.

É necessário reganhar a confiança e isso exige crescente responsabilização ética dos


militantes e transparência da vida política.

Como é sabido o gabinete de estudos (nacional) não funcionou o que fragiliza o debate
prévio à concretização do conteúdo do projecto socialista.

As soluções do socialismo democrático respeitam à importância do papel do Estado, ao


planeamento e ordenamento do território, à defesa dos sectores estratégicos nacionais,
às prioridades no plano dos vários sectores da economia, ao modelo social europeu, à
efectiva defesa da igualdade de oportunidades dos cidadãos, aos programas educativos e
à educação, à justiça, à cultura, à criação de riqueza através do aumento da produtividade

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- e à sua justa repartição – porque são domínios da ideologia, tal como a defesa dos mais
desfavorecidos.

Temos de ir fundo ao debate destas questões.

Não se compreende como é que a moção sectorial com parte dos temas já referidos,
apresentada ao último Congresso Nacional na sequência da moção aprovada no anterior
Congresso Federativo, nunca tivesse sido debatida na Comissão Nacional, tal como todas
as outras moções sectoriais nele apresentadas.

O último Relatório e Contas do PS referente a 2009 e apresentado à reunião da Comissão


Nacional, de Maio último, confirmam também, no domínio da reafectação das receitas o
acerto da posição que essa moção sustentou.

Por todas estas razões justifica-se que os subscritores da presente Moção se vinculem a
(re)apresentar ao próximo Congresso Nacional a referida moção sectorial, indo mais além
no seu aprofundamento. Nomeadamente no domínio da exigência de um financiamento
sustentado, particularmente, das concelhias.

Neste período – acentuamos – a prioridade deve se a defesa do partido, o seu reforço e o


seu rejuvenescimento suportado no reconhecimento pelo mérito. Pelo presente e pelo
futuro. Pelo socialismo democrático. Pelos cidadãos. Por Portugal.

O Governo do PS só existe porque existe o PS. Esta é a lógica. Não o seu contrário.

O método organizativo

O militante será sempre a base do nosso trabalho porque só através de uma militância de
pertença, valorativa do mérito e do reconhecimento perante a sociedade a poderemos
influenciar com propostas transformadoras e progressistas.

A defesa intransigente de relações de solidariedade entre os vários órgãos da Federação


e destes com a JS e o Departamento Federativo das Mulheres Socialistas, bem como
com as estruturas locais, serão exemplo de uma prática que deverá suportar a concepção
de um trabalho colectivo alargado e militante.

Os objectivos da presente Moção concretizarão uma estrutura orgânica capaz de


responder aos desafios do novo ciclo.

Aproveitando-se as disposições estatutárias que possibilitam a auto-regulação da


organização apresentaremos uma proposta à CPD para que o Conselho Consultivo,
criado nos anteriores mandatos, seja reestruturado, com competências que articulem no
aconselhamento a preservação da memória do PS e dos seus valores com a dinâmica
preparatória do novo ciclo. Na reavaliação deste Conselho será introduzida a valorização
intergeracional.

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Também em reunião da CPD, será apresentada a estrutura organizativa do Gabinete de
Estudos Federativo, estrutura fundamental para dotar os dirigentes políticos, autarcas e
militantes em geral de linhas de rumo sustentadas que permitam que a voz do PS seja
percepcionada pelas populações de modo uniformemente coeso.

Nos últimos anos a Federação deu passos importantes nas áreas da comunicação e da
informação. Queremos aprofundá-las. Pelo facto, será constituído um Sector de
Comunicação com a finalidade de promover a concepção de newsletters digitais mas,
também, elaborar instrumentos informativos, em suporte papel, cuja periodicidade
dependerá dos recursos financeiros, mantendo-se em vigor os actuais mecanismos de
informação.

Os eleitos do PS – deputados e autarcas – têm uma responsabilidade acrescida perante a


sociedade por serem, na verdadeira acepção da palavra, mandatários dela.

Os deputados serão sensibilizados a continuarem a assegurar o atendimento regular aos


cidadãos; a aprofundarem a informação que passou, pela primeira vez, a ser prestada de
forma regular a dirigentes e autarcas, cabendo aos primeiros, de modo criterioso,
reproduzir a divulgação dessa informação junto dos respectivos militantes; a prosseguirem
as visitas aos concelhos no modelo inovador que conceberam onde incluem uma reunião
com os militantes

No domínio autárquico os nossos eleitos serão convocados para criarem uma unidade
orgânica na Federação – Gabinete de Apoio ao Autarca – que entre outras iniciativas
deverá promover a „linha do autarca‟, incentivar a filiação na Associação dos autarcas do
PS, intervirem na ANAFRE e junto da Associação Nacional dos Municípios, concorrerem
para a realização de uma Convenção Autárquica Distrital anual e articularem com a
Federação e com a Res Pública a dinamização permanente de formação autárquica.

No próximo mandato propomos realizar grandes eventos, para além das Convenções
Autárquicas anuais, aprofundar as Universidades de Verão, que são já uma referência do
PS no Distrito, levar a efeito um evento conjunto com a estrutura regional do P.S.O.E-
Estremadura e representantes da CPLP, promover um colóquio com personalidades
prestigiadas a nível nacional sobre a crise de valores e o contributo que devemos dar para
a combater, na lógica do reforço da militância cívica.

Será promovida uma cerimónia de dimensão distrital para reconhecimento público dos
militantes com maior antiguidade no Partido, em nome do respeito e da memória
colectiva.

Programaremos, ainda, com os órgãos directivos do Partido e com os membros do


Governo do PS deslocações regulares destes a plenários distritais.

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Todos os objectivos que emergem da presente Moção serão levados à prática com maior
descentralização/desconcentração, valorizando-se as Secções, as Concelhias e a
estrutura do Litoral Alentejano.

Actos Eleitorais

Como é conhecido, nas últimas eleições para o Parlamento Europeu um candidato do


nosso Distrito, ocupou o melhor lugar de sempre na lista do PS.

Nas Legislativas fomos o único Distrito em que o Partido saiu vencedor em todos os
concelhos. A oposição, ofendendo o sentido de voto dos eleitores, a nível nacional,
recusa-se a reconhecer que o povo português concedeu um mandato de 4 anos, ao PS,
para governar. É nossa obrigação tudo fazer para que o País continue a beneficiar, até ao
termo da legislatura, da estabilidade governativa, tanto mais importante quanto é certo
estarmos a viver uma das crises mundiais mais graves.

Nas Autárquicas o resultado global, amplamente debatido nos órgãos próprios, foi de que,
apesar da forte pressão demagógica do PCP, não retrocedemos. É evidente que o Distrito
de Setúbal necessita de uma maior intervenção dos socialistas na gestão dos seus
desígnios. Estamos convictos de que temos de iniciar, desde já, a aposta para as
próximas Autárquicas.

 Presidenciais
Nos termos da Constituição as candidaturas presidenciais, ao invés do que sucede com
as candidaturas à Assembleia da República, não podem ser apresentadas por partidos
políticos.

As candidaturas presidenciais são actos exclusivamente unipessoais, como lembrou – e


bem – o nosso Secretário-Geral, quando a Comissão Nacional do PS deliberou apoiar o
candidato Manuel Alegre.

Quem dirige as campanhas eleitorais para a Presidência da República são os candidatos.

Por ser assim, a Federação indicará representantes que farão a ligação permanente com
o candidato e com os seus mandatários nacionais e distritais, divulgando e promovendo
junto dos militantes as iniciativas que forem programadas ou quaisquer eventos para que
os militantes devam ser convocados, também em estreita e óbvia ligação com a direcção
nacional do Partido.

 Próximas Autárquicas
Atendendo à enorme importância das próximas eleições autárquicas para o País e para o
Distrito e uma vez que este domínio eleitoral é, no PS, em grande parte das competências
das concelhias, a Federação encetará, em articulação com as estruturas locais, como já
se referiu, a preparação para os próximos actos eleitorais autárquicos, consciente da
possibilidade do alargamento da nossa influência.

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Estaremos, nas próximas eleições, à altura dos desafios que os eleitores exigem do PS.
No novo ciclo que se abrirá, este objectivo está totalmente ao nosso alcance.

Uma estratégia que leve em consideração uma política correcta de alianças é


fundamental, como é também ter uma linha de rumo de ligação permanente aos nossos
autarcas, nos termos já anunciadas e que a prática aprofundará.

A concretização da nossa política deve, porém, ter em atenção a sensibilização para a


defesa da auto-sustentabilidade económica do Distrito e dos seus concelhos. O Distrito
apresenta condições invulgares de atractividade pela sua privilegiada localização.
Devemos saber contar com as próprias forças face à crise. Esta é a nossa obrigação.

Continuaremos a encarar o Litoral Alentejano – com os seus quatro concelhos -, na


complementaridade que tem para com a Península de Setúbal, dadas as especificidades
endógenas. Daí a necessidade de aprofundarmos a dinamização da estrutura já criada
pela Federação. Ela tem de ser robustecida através de uma maior descentralização para o
conjunto das concelhias.

IV
UM NOVO PARADIGMA

Os novos desafios vão impor um novo paradigma de vida, que já espreita.

É preciso que se diga que a U.E. para continuar a ser um dos pólos políticos, económicos e
financeiros mais importantes à escala planetária, preservando o modelo social, com taxas
de crescimento elevadas tem de assumir um rumo claro de coesão, numa perspectiva
federal.

Os riscos são sérios se não tivermos isso em atenção.

À nossa escala, o País, o Partido e a Federação têm e devem contribuir para a


transformação que se impõe.

Ninguém deve ficar fora. A política tem de voltar e estar no comando.

Colocar a política no comando significa ter um Estado confiável que se assuma como tal
nas suas múltiplas valências, acautelando uma justiça eficaz e célere, uma educação e
uma cultura com programas que formem nos valores e princípios, um sistema de saúde
que valorize a atitude preventiva, racionalize os custos e combata os desperdícios,
incentivando o espírito de servir e não hesite no combate à corrupção, priorizando nesse
combate os que gerindo dinheiros públicos ou que sejam garantes dos valores financeiros
dos cidadãos, desrespeitem ou violem a confiança que lhes é depositada.

A interiorização destes princípios e valores por parte dos militantes da nossa Federação e
a pedagogia permanente que devemos fazer neste sentido será em si mesma de enorme

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relevância, por ser o pressuposto da interiorização da resposta ao novo paradigma de
vida que aí vem.

Colocada a questão nestes termos isto significa que a Federação exaltará exemplos que
conduzam à reconquista dos valores e princípios, à dignificação e credibilização da
política e dos políticos, ao combate a todos os desvios que afectem estes objectivos e ao
debate das ideias em torno deles.

Reforçaremos a atenção à dignidade do trabalho e de quem trabalha, ao sistema


produtivo, razão porque se deve ter em particular cuidado o mundo associativo e a
cidadania, a condenação das grandes desigualdades salariais, a condenação do
consumismo e o orgulho de se servir a causa e os interesses públicos.

Porque nunca é de mais sublinhar que Portugal e os portugueses não podem continuar a
viver acima das suas possibilidades a resposta a este desafio impõe que, suportada nas
causas do socialismo democrático, se reforce a atenção aos mais desfavorecidos, à
defesa do serviço nacional de saúde, à educação pública, à igualdade de oportunidades e
de género, bem como à justa repartição de riqueza e à efectiva regulação dos mercados.

Devemos agir, nesta fase inicial para o novo ciclo, conciliando a coesão social com o
desenvolvimento humano, tendo em conta o combate à eliminação de todos os
desperdícios e instituições desnecessárias do Estado, das autarquias e das regiões
autónomas, racionalizando a utilização dos recursos.

Devemos fazê-lo valorizando os recursos geoestratégicos e naturais do nosso País e do


Distrito no domínio do mar, da terra, da relação euro-atlântica, da compatibilização da
relação lusófona com a ibero-americana e do aprofundamento das relações com a U.E.,
como neste particular já se referiu.

O novo paradigma que aí vem exigirá assim que a Federação mobilize os militantes e
com eles a sociedade para estes desafios como parte integrante da estratégia que
definimos.

Também não vacilaremos nestes desafios.

Distrito de Setúbal, Agosto de 2010

Primeiro Subscritor

Vítor Ramalho

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