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Aluno: Hedilandio Vidal Araújo

Este texto tem por objetivo destacar os pontos principais da Medida


Provisória nº 746, de 2016, que altera, dentre outras leis, a lei nº 9.394, de 20 de dezembro
de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. O texto conterá trechos
que refletem a opinião do editor.

É nítido que o sistema Brasileiro de Ensino precisa urgentemente de uma


reformulação, pois o Brasil aparece frequentemente nas últimas posições em avaliações
internacionais da Educação. Entretanto, uma mudança tão fundamental como essa deveria
ser aplicada a partir de um projeto de lei, ao meu ver a polêmica já começa pelo fato das
mudanças na lei nº 9.394 estarem sendo tomadas através de medida provisória.

O primeiro ponto que a MP altera diz respeito a carga horária anual


integralizada no ensino médio. A carga horária de oitocentas horas anuais deverá ser
ampliada progressivamente para mil e quatrocentas horas anuais. Podendo os sistemas de
ensino, inicialmente, expandir essa carga horária de oitocentos para mil horas anuais, no
prazo máximo de cinco anos.
O próximo pilar alterado diz respeito aos conteúdos que deverão ser
ministrados durante o ensino médio. Esses conteúdos serão definidos a partir da Base
Nacional Comum Curricular – BNCC que definirá os direitos e objetivos da
aprendizagem do ensino médio nas seguintes áreas: Linguagens e suas tecnologias,
Matemática e suas tecnologias, Ciências da natureza e suas tecnologias, Ciências
Humanas e sociais aplicadas. Na primeira versão da MP os conteúdos de educação física,
artes, sociologia e filosofia seriam de escolha facultativa, porém após mobilização
nacional a MP define como obrigatório os estudos dessas disciplinas.
Das mil e quatrocentos horas anuais do ensino médio, ou inicialmente mil
horas, apenas 60% deverão ser destinadas as disciplinas da BNCC os outros 40% deverá
ser composto por itinerários formativos que poderão ser ofertados em uma das seguintes
áreas: Linguagens e suas tecnologias, Matemática e suas tecnologias, Ciências da
natureza e suas tecnologias, Ciências humanas e sociais aplicadas, Formação técnica e
profissional. Esses itinerários ficarão a cargo do sistema de ensino, podendo a escola optar
pela modalidade EAD.
Na minha visão, esse é um dos grandes problemas da medida provisória, pois
na época de sua aparição foi aprovada a PEC que congela os gastos públicos, onde um
dos afetados foi a renda destinada a educação. Para que os colégios optem por ofertar
ensino técnico e profissionalizante deverá ocorrer um grande investimento na
infraestrutura necessária. O que eu acho que acontecerá é que a maioria dos colégios
integralizarão esses 40% de carga horária com cursos de Linguagens ou Ciências
Humanas pois além de exigirem investimento mínimo a quantidade de professores nesta
área é bem maior que nas áreas de Matemática ou Ciências da Natureza.
Outro ponto de destaque é que segundo a MP os currículos dos cursos de
Licenciatura serão alterados para entrar em conformidade com a BNCC. Os outros pontos
não têm efeito muito grande sobre o Ensino Médio em geral. A pergunta que fica é se
realmente o aluno terá o poder de escolha sobre o seu futuro.

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