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São Luís
2017
1
Universidade Federal do Maranhão
REITORA
Profª Dra. Nair Portela Coutinho
VICE-REITOR
Prof. Dr. Fernando Carvalho Silva
PRÓ-REITOR DE ENSINO
Prof. Dra. Dourivan Câmara
PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO
Prof. Dr. Alan Kardec Dualibe Barros Filho
DIRETOR NEAD
Prof. Esp. Nélio Alves Guilhon
COORDENADORA UAB
Profª Dra. Fancimary Macêdo Martins
2
Copyright @ UFMA/NEAD, 2017.
Todos os direitos reservados ao NEAD/UFMA Universidade Federal do Maranhão.
Créditos:
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
UFMA – Núcleo de Educação a Distância
Av. dos Portugueses, 1966 - Bacanga - CEP 65080-805
Cidade Universitária Dom Delgado
Telefone: 98 – 3272-8055/ 3272-8059
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Site: www.nead.ufma.br
Facebook: https://www.facebook.com/nead.ufma/
3
Caro(a) Estudante,
4
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 05
5
FUNDAMENTOS DE
UNIDADE I
Concepções pedagógicas que fundamentam a Educação a Distância. Conceitos,
Objetivos, Características e Histórico da Educação a Distância. Legislação.
Ao final desta Unidade você deve:
Refletir sobre as concepções da Educação a Distância;
Definir Educação a Distância;
Analisar e compreender as características da EAD;
Conhecer a evolução histórica da EAD em âmbito nacional e internacional
Conhecer a legislação referente à modalidade EAD.
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Atualmente, é possível perceber que a educação não acontece
somente durante um período determinado de tempo (maior ou
menor), mas ao longo da vida de todos os cidadãos e em todos os
espaços.
A educação, nos últimos anos, sofreu uma ação de
intervenção/modificação no sentido de associar mais estreitamente
sua relação com as práticas sociais. Ainda mais quando se observa a
urgência de se pensar em inovações para ajudar o homem a pensar
com inteligência e emoção. Como ratifica Moran (2000, p. 1):
Educar é colaborar para que professores e alunos – nas
escolas e organizações – transformem suas vidas em
processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os
alunos na construção da usa identidade, do seu caminho
pessoal e profissional (...) Na sociedade da informação
todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-
nos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e a
tecnologia; a integrar o individual, o grupal e o social.
O advento da Educação a Distância nas instâncias
universitárias, conjuntamente com o avanço das tecnologias como
suporte educacional, possibilitou formas diferentes de acesso ao
conhecimento. Nessa modalidade, o uso da comunicação pedagógica
mediatizada além de um privilégio passa a ser uma necessidade,
sobretudo quando se intenciona tornar mais atraentes ambientes de
aprendizagem, com intenção de uma melhor aquisição do
conhecimento por parte do estudante.
Com isso, surgem questões que instigam à investigação sobre
essa modalidade. Perguntas como estas são comumente formuladas,
e algumas vezes não são “decifradas”, tais como:
É Sociedade da Informação ou Sociedade do
Conhecimento?
Ensino, Aprendizagem ou Educação a
Distância, qual o nome certo? Educação com ou
sem distância?
Pretendemos aqui esclarecer essas questões, por compreender
que no processo de compreensão e aceitação da Educação a
Distância é importante o entendimento melhor sobre isso.
Para entender a primeira questão é interessante fazer uma
distinção do que é Informação e o que é Conhecimento.
Setzer (2001) distingue um dado como uma sequência de
símbolos quantificados ou quantificáveis, já a informação ele define
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como mensagens recebidas sob forma de dados, que deve fazer
sentido para o receptor: algo advindo de uma ação, que está na
mente de alguém. O conhecimento ele caracteriza como uma
abstração interior, pessoal, de algo que foi experimentado,
vivenciado, por alguém, é, portanto totalmente subjetivo; resume-
se na combinação, desconstrução e organização das informações.
A chamada Sociedade da Informação, surgida basicamente
nos anos 70, prioriza a informação e a tecnologia, influenciando
estilos de vida, padrões de comportamento, sistema educacional e
mercados de trabalho, passando pelo progresso da tecnologia e da
comunicação, como destacado no documento do IBICT/Comitê
Gestor (BRASIL, 1998, p. 14):
A integração das tecnologias de informação
(particularmente microeletrônica) e de comunicação à
vida social, profissional e privada, junto com a
percepção da informação como fator estruturante da
sociedade e insumo básico de produção (intelectual,
cultural e econômica), têm sido considerados como
determinantes da transformação de uma sociedade em
sociedade da informação.
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Diversas teorias da aprendizagem estão vinculadas com esta
modalidade, inclusive hoje em dia, pode-se dizer que com as
experiências e os resultados já alcançados, não há uma única teoria
adotada, mas mais de uma, sempre com a clareza que todas elas
têm sempre como objetivo principal o aluno e seu aprendizado.
No quadro abaixo é possível conhecer algumas dessas teorias e
observar em qual teoria a modalidade Educação a Distância está
respaldada como sistema de ensino e aprendizagem:
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levar em conta outros determinantes circunstanciais, incorporando,
por exemplo, reflexões sobre o impacto das tecnologias digitais na
sociedade, no ser humano e em suas práticas” (ZUIN, 2010 apud
OLIVEIRA; LEITE, 2001, p. 13). Complexus, significa originalmente
“o que se tece junto”.
Porquanto, é possível criarmos um mix de formas de
aprendizagem que tomam por princípio o aprendizado individual e
considera a socialização e a interação como condição essencial para
a construção do conhecimento: Aprendizagem por ensino expositiva;
Aprendizagem autônoma, Aprendizagem por exploração, Aprender
procurando por informação, Aprender armazenando e gerenciando
informações, Aprender por comunicação, Aprender por colaboração,
Aprender por representação e simulação.
Esse mix respalda as premissas da Educação a Distância que
podem ser observadas a partir de sua conceituação.
2. DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS
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didáticas para ajudar os alunos a que compreendam
áreas específicas do conhecimento (ciências, história,
matemáticas)... Na educação o foco, além de ensinar, é
ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética,
reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade (MORAN,
2000).
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enquanto esses materiais durarem. É uma forma
industrializada de ensinar e aprender.
Moore (1973): Ensino a distância pode ser definido como a
família de métodos instrucionais onde as ações dos
professores são executadas a parte das ações dos alunos,
incluindo aquelas situações continuadas que podem ser
feitas na presença dos estudantes. Porém, a comunicação
entre o professor e o aluno deve ser facilitada por meios
impressos, eletrônicos, mecânicos ou outros.
Holmberg (1977) diz que o termo educação a distância
esconde-se sob várias formas de estudo, nos vários níveis
que não estão sob a contínua e imediata supervisão de
tutores presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no
mesmo local. A educação a distância se beneficia do
planejamento, direção e instrução da organização do
ensino.
Keegan (1991) resume os elementos centrais dos conceitos
anteriormente:
a) separação física entre professor e aluno, que a
distingue do ensino presencial;
b) influência da organização educacional (planejamento,
sistematização, plano, organização dirigida etc.), que
a diferencia da educação individual;
c) utilização de meios técnicos de comunicação para unir o
professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos;
d) previsão de uma comunicação de mão dupla, onde o
estudante se beneficia de um diálogo e da possibilidade
de iniciativas de dupla via;
e) possibilidade de encontros ocasionais com propósitos
didáticos e de socialização.
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educação.
Para Piaget (1969), o principal objetivo da Educação é formar
mentes críticas que possam analisar e não aceitar tudo o que lhes é
oferecido, e que sejam capazes de fazer coisas novas e não repetir
o que outras gerações já fizeram.
Tendo concordância com esse pensamento, García Aretio
(1995) explicita em seu livro “Educación a distancia hoy” que os
objetivos da EAD devem ser de:
Ampliar as possibilidades de acesso à educação;
Reduzir as barreiras: tempo, espaço, idade;
Propiciar uma aprendizagem autônoma e ligada à
experiência – atendendo a um grande número de alunos a
um só tempo e a um custo potencialmente reduzido;
Promover um ensino inovador e de qualidade – modificando
o processo de ensino-aprendizagem e ampliando os canais
de comunicação e interação;
Democratizar o saber.
Observa-se que alguns destes objetivos são correspondentes
aos objetivos da educação presencial, também conhecida como
educação convencional; mas outros deles têm características bem
específicas da modalidade a distância. É importante que se perceba
que o objetivo macro é dar acesso à educação, independente da
forma ou de quais recursos se utilizam para esse fim.
Todos os conceitos sobre essa modalidade trazem diversas
formas de relação entre tecnologia, educação, processo
ensino/aprendizagem e ação docente e discente, num determinado
tempo e espaços diferenciados (NUNES, 1994).
Desde as nossas primeiras referências à EAD ela é tratada
como modalidade. Niskier (1999, p. 5) defende o uso desse termo
ao dizer que a EAD se afirma cada vez mais como uma tecnologia:
“a tecnologia da esperança”, pois com a expansão das TICs
ampliou-se a noção de ensino, restrita até então à precária sala de
aula presencial.
Na EAD, o aprendiz é liberado da presença física em sala de
aula. Apesar de o professor e o aprendiz não se encontrarem em um
mesmo ambiente em tempo integral, o processo educativo tende a
ser sistemático e continuado, baseado no autoestudo onde o
próprio aluno é responsável por seu ritmo de aprendizagem,
através do autogerenciamento.
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Deve-se considerar como norteador de conceito, o elaborado
pelo MEC:
Considera-se educação a distância a modalidade
educacional na qual a mediação didático pedagógica
nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a
utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação, com pessoal qualificado, com políticas
de acesso, com acompanhamento e avaliação
compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades
educativas por estudantes e profissionais da educação
que estejam em lugares e tempos diversos (Decreto Lei
nº 9.057, de maio de 2017) 1.
1
Decreto que é o novo Marco Legal que regulamenta a Educação a Distância –
14
fazer com que os conteúdos sejam tratados e organizados de forma
que os educandos tenham condição de aprender sem a presença do
educador. Pode-se dizer que, não estando o educador presente, o
material estruturado leva, incorporado em si, o educador.
Ao se estudar os conceitos e/ou definições da EAD,
automaticamente passamos a caracterizá-la.
2.1 CARACTERÍSTICAS
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psicopedagógicas de alunos que são adultos;
a eficácia: o estudante, estimulado a se tornar sujeito de
sua aprendizagem, a aplicar o que está apreendendo e a se
autoavaliar, recebe um suporte pedagógico, administrativo,
cognitivo e afetivo, através da integração dos meios e uma
comunicação bidirecional;
a formação permanente: há uma grande demanda, no
campo profissional e pessoal, para dar continuidade à
formação recebida “formalmente” e adquirir novas
atitudes, valores, interesses etc.
a economia: evita o deslocamento, o abandono do local
de trabalho, a formação de pequenas turmas e permite
uma economia de escala.
Como podemos ver, a EAD caracteriza-se pela autoinstrução e
pela conservação didática guiada e bidirecional, fazendo com que o
perfil, o nível e as necessidades do aprendiz norteiem a elaboração
do material didático.
Como toda tecnologia, a EAD possui vantagens e desvantagens,
apesar de termos colocado vantagens no decorrer do texto, não
poderíamos deixar de ressaltar algumas desvantagens, dentre as
quais, podemos observar:
a) Empobrecimento da troca direta de experiências
proporcionada pela relação educativa pessoal entre o
professor e o aprendiz;
b) Os resultados das avaliações a distância são menos
confiáveis, levando em consideração as oportunidades de
plágio e fraude, embora estes fatos também ocorram no
modelo presencial;
c) Limitação em alcançar o objetivo da socialização, pelas
escassas ocasiões para interação do aprendiz com o
professor;
d) Custos iniciais são altos, entretanto se diluem ao longo de
sua aplicação;
e) Os serviços administrativos são, geralmente, mais
complexos.
f) O não acompanhamento do desenvolvimento de habilidades
manipulativas.
16
Os alunos da EAD têm características específicas que auxiliam
na inclusão à modalidade.
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reduzidos.
Os primeiros cursos a distância surgiram na Europa, por volta
de 1840. A primeira escola por correspondência, que se tem
conhecimento, data de 1890, na Alemanha. A partir de então,
inúmeros países passaram a adotar a EAD como mais uma opção
para ministrar cursos em nível médio, técnico, universitário e de
pós-graduação.
Uma análise histórica permite afirmar que a
EAD, inicialmente associado ao estudo por
correspondência, foi criado para dar uma
Veja aqui um vídeo com alguns oportunidade de estudo a todas as pessoas que por
anúncios de cursos em EAD por razões financeiras, sociais, geográficas ou
correspondência das décadas
de 1940 a 70. incapacidade física, não podiam requentar uma
https://educacao.uol.com.br/a escola.
lbum/2012/04/16/cursos-por- Assim, o principal objetivo seria o de facilitar
correspondencia---cursos-a-
distancia-se-popularizam-a- o acesso à educação às classes mais desfavorecidas,
partir-da-decada-de- pretendendo-se com isso, aumentar o nível cultural
1940.htm#fotoNav=10 das populações. O segundo objetivo era o de
proporcionar uma formação profissional às pessoas
que se encontravam impossibilitadas de estudar, por
viverem longe dos locais onde existiam esses centros de formação
presencial, e por isso impedidos de continuar os seus estudos.
O certo é que a utilização da modalidade a distância tornou-se
relevante porque permitiu que governos e escolas superassem
emergências educacionais ou minimizassem suas consequências,
sobretudo porque o ensino presencial não tem condições de suprir
tamanha demanda.
Na Europa, todos os países utilizam a EAD como formação
cultural. As universidades europeias, exclusivamente a distância,
têm incorporado em seu desenvolvimento histórico as tecnologias
de informação e de telecomunicação. Os destaques maiores são
para a Inglaterra, por ser o primeiro país a instituir a “Universidade
Aberta”, tida como um verdadeiro marco de vanguarda no ensino
superior a distância (Open University, em 1969). Para a Alemanha,
com o desenvolvimento da Universidade a Distância de Hagen
(FernUniversität Hagen), que iniciou seu programa com material
escrito em 1974. Também, a UNED (Universidad Nacional de
Educación a Distancia), criada em 1972 na Espanha, e a
Universidade Aberta e a Distância de Portugal, em 1989. Todas hoje
consideradas universidades de ponta, pioneiras e arrojadas no
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sentido de incluir tecnologias digitais em suas atividades.
PARA SABER MAIS! Efetivamente, as primeiras iniciativas em
Infográfico da linha do tempo da EAD no mundo foram com o ensino por
EAD no mundo e no Brasil. correspondência, mas no Brasil, os programas
https://pt.slideshare.net/ClayreMo
ntes/histria-da-educao-a-distncia- de maior destaque e expansão foram com o
no-mundo-e-no-brasil uso do rádio, com cursos voltados para a
formação profissional de nível elementar e
médio. Nos anos 90, as universidades passam a investir nessa
modalidade e vários cursos foram oferecidos para os alunos,
convertendo-se isso em uma nova postura por parte dos provedores
de cursos nessa modalidade.
No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio Monitor, em
1939 (que trabalha com cursos técnicos), e depois o Instituto
Universal Brasileiro, em 1941 (com também cursos supletivos), até
hoje, quando a internet é vista como principal ferramenta da EAD, as duas
entidades ainda optam pelo modelo tradicional, ou seja, enviam suas apostilas
via Correios. O método de ambos era semelhante: iniciação
profissional em áreas técnicas, sem exigência de escolaridade
anterior, por correspondência. Nenhuma das duas empresas divulga
o número de diplomas de conclusão emitidos.
A diversidade de informações sobre o percurso histórico da
criação e institucionalização da EAD, no Brasil, em numerosas
referências bibliográficas, dificulta uma organização mais acurada
das instituições que, em épocas anteriores, já ofereceram cursos em
EAD. Construímos o quadro abaixo, para melhor dimensionar o
desenvolvimento da modalidade no Brasil, buscando várias
referências para isso, disponíveis on-line ou via impresso.
ANO ESTADO / ATIVIDADE
Rio de Janeiro. Jornal do Brasil registra na primeira edição da seção de
1891
classificados, anúncio de profissionalização por correspondência (datilógrafo).
1923/1925 Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, educação pelo rádio.
1923 Fundação Roquete Pinto. Radiodifusão
São Paulo. Fundação do Instituto Rádio Técnico Monitor, cursos no ramo da
1939
eletrônica.
Instituto Universal Brasileiro. Cursos por correspondência, formação profissional
1941
básica.
Rio de Janeiro e São Paulo. Criação do SENAC, que desenvolveu a Universidade do
1946
AR, que em 1950 atingia 318 locais e 80 alunos.
1950/1960 MEB. Educação de Base
Projeto Saci/ Inpe. Teleducação via satélite, material de rádio e impresso, para
1967/1974
ensino fundamental e treinamento de professores.
Porto Alegre. A Fundação Nacional Padre Landell de Moura (instituição privada)
1967
inicia programas de educação de adultos através de teleducação multimeios.
19
Destaque para o Programa de Teleextensão Rural, desenvolvido na Amazônia em
parceira com a EMATER.
TVE do Maranhão. Cursos de 5ª a 8ª série, com material televisivo, impresso e
1969
monitores.
IOB. Informações Objetivas Publicações Jurídicas. Ensino por correspondência para
1970 o setor terciário
Projeto Minerva. Cursos transmitidos por rádio em cadeia nacional
TVE do Ceará. Cursos de 5ª a 8ª série, com material televisivo, impresso e
1974
monitores.
Senac. Sistema Nacional de Teleducação, cursos através de material instrucional
1976
(em 1995, já havia atendido 2 milhões de alunos).
PROGRAMA LOGOS – formação de professores para as séries iniciais até a formação
1977/1991
do Magistério.
MOBRAL – 60 programas em forma de teleaula dramatizada.
Colégio Anglo-Americano (RJ). Atua em 28 países, com cursos de correspondência
1979 para brasileiros residentes no exterior em nível de 1º e 2º graus.
UNB. Cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 transforma no Cead e lança
o BrasilEAD.
ABT. Associação Brasileira de Tecnologia Educacional. Programa de
1980
aperfeiçoamento do magistério de 1º e 3º graus
Fundação Roquete Pinto. Programa Um Salto para o Futuro, para a formação
1991
continuada de professores do ensino fundamental.
20
Criação do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), prioridade na formação de
2006
professores para a Educação Básica.
2006 UFMA recebe credenciamento para ofertar cursos a distância.
2011 A SEED/MEC é extinta. As ações de EAD passam para a jurisdição da Nova CAPES
Quadro 2: Sinopse do desenvolvimento histórico da EAD no Brasil
FONTE: Organizado pelos autores.
21
apesar de só ofertarem os cursos anos depois.
Dados do Ministério da Educação (MEC), entre 2003 a 2013,
revelam que o número de pessoas matriculadas subiu de 49.911 para
1.153.572. O Censo EAD.BR (2016) afirma o número de estudantes
de EAD em 2015 contabilizou 5 milhões de alunos, o que representa
1,1 milhão a mais de estudantes registrados pelo levantamento de
2014, envolvendo instituições educacionais (públicas e privadas) ou
corporativas.
No mundo, a EAD tem PARA SABER MAIS!
inúmeros universidades que
trabalham especialmente Infográfico que mostra a
evolução dos cursos a
com esta modalidade, outras distância no Brasil.
são mistas como é o caso das http://blackboard.grupoa.com.
universidades brasileiras. A br/blog/um-seculo-de-
partir dos anos 90, várias historia-da-educacao-a-
distancia-no-brasil
instituições universitárias,
principalmente as públicas, passaram a oferecer cursos a distância.
O foco maior era a formação de professores em serviço.
4. LEGISLAÇÃO
22
(LDB), n° 9.394/96, e da criação da Secretaria de Educação a
Distância (SEED) do MEC, em 1995.
2
LDB – http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf
3
Decreto 5.800/06, instituição da UAB – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Decreto/D5800.htm
23
superior e para a requalificação do professor em outras
disciplinas, fortalecendo a escola no interior do Brasil,
minimizando a concentração de oferta de cursos de
graduação nos grandes centros urbanos e evitando o
fluxo migratório para as grandes cidades (site UAB)4.
24
O número de alunos no Brasil, em 2012, era de 293.842, sendo
que 1.794 municípios eram do Nordeste.
Atualmente, o sistema Universidade Aberta do Brasil conta
com 106 Instituições Públicas de Ensino Superior integradas, 160 mil
alunos formados, 729 polos aptos e cerca de 130 mil alunos ativos5.
Nas últimas décadas obtivemos avanços consideráveis quanto à
regulamentação dos cursos de pós-graduação strictu sensu no
âmbito da Educação a Distância. Apesar da regulamentação da EAD,
através do Dec. nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005,
PARA SABER MAIS! e de diversas ações desenvolvidas no sentido de
fomentar a EAD no Brasil, ainda temos muito a
Acesse o site da CAPES:
http://www.capes.gov.br/educa avançar no sentido de políticas públicas,
cao-a-distancia especialmente na questão do financiamento dos
cursos.
Como incentivo à pós-graduação strictu sensu, a UAB
implantou os Mestrados Profissionais em Rede Nacional6. Atualmente
estão disponíveis para a rede os seguintes “Profs” em: Matemática
(Profmat), Física (ProFis), Letras (Profletras), Artes (ProfArtes),
História (ProfHistória), Educação Física (ProEF), Química (ProfQui),
Filosofia (Prof-Filo), Biologia (ProfBio) e Administração Pública
(ProfiAP): “a característica única desses mestrados em rede é que o
público é de professores da rede básica, excetuando o ProfiAp que
está voltada para bacharéis”7
Os instrumentos legais que norteiam as ações de Educação a
Distância, desde sua legalização no Brasil, são:
Lei nº 9.394/96 (LDB) – em seu artigo 80, nas Disposições
Gerais, cita a Educação a Distância: “O Poder Público
incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas
de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de
ensino, e de educação continuada”.
Decreto n.º 2.494/98 - 1ª Regulamentação do Art. 80 da
LDB.
Decreto n° 5.622/05 - Alteração da Regulamentação do
Art. 80 da LDB.
5
http://www.capes.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/8101-encontro-traz-balanco-da-diretoria-de-
educacao-a-distancia-da-capes
6
Sobre os PROFs - http://www.brasil.gov.br/educacao/2015/04/conheca-programas-de-mestrado-
profissional-recomendados-pela-capes
7
Ver matéria site CAPES -
25
Decreto nº 9.057/17 – Novo Marco Legal da EAD, alterando
o Decreto 5.622.
Decreto n.º 6.303/07 - Altera dispositivos do Decreto nº
5.622, de 19 de dezembro de 2005, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional, e 5.773/06, que
dispõe sobre o exercício das funções de regulação,
supervisão e avaliação de instituições de educação superior
e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema
federal de ensino.
Portaria Ministerial n.º 4.361/04 - Normatiza os
procedimentos de credenciamento de instituições para
oferta de cursos de Graduação e Educação Profissional
Tecnológica a distância.
Portaria Normativa N° 1/07 - Regulação e avaliação da
educação superior na modalidade a distância, dando
destaque para a avaliação dos cursos e Instituições.
Portaria Normativa N° 2/07 - Regulação e avaliação da
educação superior na modalidade a distância, tratando
especificamente do credenciamento das instituições para
oferta de EAD.
Portaria Normativa N° 40/07 - Institui o e-MEC, sistema
eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de
informações relativas aos processos de regulação da
educação superior no sistema federal de educação.
Portaria nº 1.134/16 – Modifica a Portaria nº 4.059/04 que
determina que as instituições de ensino superior poderão
introduzir, na organização pedagógica e curricular de seus
cursos superiores reconhecidos, a oferta de disciplinas
integrantes do currículo que utilizem modalidade
semipresencial, podendo ser ofertadas as disciplinas,
integral ou parcialmente, desde que esta oferta não
ultrapasse 20 % (vinte por cento) da carga horária total do
curso. Regulamenta assim o Artigo 81 da LDB.
Referenciais de Qualidade para a EAD, de 2007 – São
norteadores para subsidiar atos legais do poder público no
que se referem aos processos específicos de regulação,
supervisão e avaliação da modalidade citada. As
orientações contidas neste documento devem ter função
indutora, não só em termos da própria concepção teórico-
metodológica da educação a distância, mas também da
organização de sistemas de EAD no Brasil.
26
Portaria CAPES nº 183/16 - Regulamenta as diretrizes para
concessão e pagamento de bolsas aos participantes da
preparação e execução dos cursos e programas de formação
superior, inicial e continuada no âmbito do Sistema
Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Instrução Normativa nº 2/17 - Estabelece procedimentos
de pagamento e parâmetros atinentes à concessão das
bolsas UAB regulamentadas pela Portaria CAPES nº 183/16 e
pela Portaria CAPES nº 15/17 (que altera a portaria nº 183).
Em 2007, com a expansão de suas atribuições, a Capes
assumiu uma visão sistêmica da educação. Assim, novas diretorias
foram criadas, entre elas a de Educação a Distância (DED). Consulte
o site da CAPES (http://www.capes.gov.br/uab) e leia com atenção
a legislação que orienta a oferta da Educação a Distância, e outros
documentos que versam sobre essa modalidade. Você também pode
observar quais instituições têm credenciamento para oferecer
cursos a distância, no nível de graduação e pós-graduação.
ENCERRANDO A UNIDADE
27
Sociedade da informação/ Sociedade do conhecimento, de
Sally Burch, disponível em http://vecam.org/article519.html
Vídeo de anúncios de cursos em EAD por correspondência das
décadas de 1940 a 70 -
https://educacao.uol.com.br/album/2012/04/16/cursos-por-
correspondencia---cursos-a-distancia-se-popularizam-a-partir-da-
decada-de-1940.htm#fotoNav=10
Vídeo-Infográfico da linha do tempo da EAD no mundo e no
Brasil https://pt.slideshare.net/ClayreMontes/histria-da-educao-
a-distncia-no-mundo-e-no-brasil
Vídeo-Infográfico sobre um século de história da educação a
distância no Brasil - http://blackboard.grupoa.com.br/blog/um-
seculo-de-historia-da-educacao-a-distancia-no-brasil/
EXERCÍCIOS!
Com base na leitura desta Unidade, responda as questões abaixo:
28
5. Nos conceitos dados pelos teóricos sobre Educação a Distância
algumas características estão embutidas nestes conceitos, qual
destas NÃO se aplica à EAD?
( ) Permite um maior respeito aos ritmos pessoais dos alunos
( ) A mediação didático-pedagógica ocorre com o uso de meios e
tecnologias de informação e comunicação.
( ) O aluno é levado a assumir a direção do seu processo de
construção do saber
( ) Para a EAD acontecer é necessário a presença constante da
figura do professor em sala de aula.
REFERÊNCIAS
29
(org). A crise dos paradigmas e a educação. 7.ed. São Paulo: Cortez, 2001.
MARTINS, F. M. Educação a Distância. Material Instrucional. São Luís: UEMA-NEAD, 2006.
MORAN, José M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologia. Informática na
Educação: Teoria & Prática. Porto Alegre, vol. 3, n.1, set. 2000, UFRGS. Programa de Pós-
Graduação em Informática na Educação, pág. 137-144. Disponível em:
https://goo.gl/c0x0KV
NEDER, Maria Lúcia C. A Formação do Professor a Distância: diversidade como base
conceitual. UFMT/IE: Cuiabá, 1999 (Tese de Doutorado).
NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança. São Paulo.
Edições Loyola. 1999.
NUNES, I. Barros. Noções de Educação a Distância. Revista Educação a Distância 4/5,
Dez./93-Abr/94 Brasília, Instituto Nacional de Educação a Distância, pp. 7-25. Disponível
em: http://www.rau-tu.unicamp.br/nou-rau/ead/document/?view=3
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Wak (Ed.). Educação online: cenário, formação e questões didático-metodológicas. Rio de
Janeiro: Wak, 2010.
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Palavra dos Autores
Para que você consiga um melhor resultado nos seus estudos, e que
possa aprender realmente, é aconselhável que leia bastante e tenha
uma leitura variada, pois a EAD está em constante evolução e
desenvolvimento, e é interessante que acompanhe esse momento.
Um grande abraço!
Os autores.
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Sobre os autores...
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