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Reinaldo Portal Domingo

Francimary Macêdo Martins (orgs.)

São Luís
2017

1
Universidade Federal do Maranhão

REITORA
Profª Dra. Nair Portela Coutinho

VICE-REITOR
Prof. Dr. Fernando Carvalho Silva

PRÓ-REITOR DE ENSINO
Prof. Dra. Dourivan Câmara

PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO
Prof. Dr. Alan Kardec Dualibe Barros Filho

DIRETOR NEAD
Prof. Esp. Nélio Alves Guilhon

COORDENADORA UAB
Profª Dra. Fancimary Macêdo Martins

COORDENADOR TECNOLÓGICO NEAD


Prof. Esp. Leonardo de Castro Mesquita

COORDENADOR PEDAGÓGICO NEAD


Prof. Dr. Reinaldo Portal Domingo

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Todos os direitos reservados ao NEAD/UFMA Universidade Federal do Maranhão.
Créditos:
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
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Site: www.nead.ufma.br
Facebook: https://www.facebook.com/nead.ufma/

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Caro(a) Estudante,

A partir de agora você é aluno da modalidade de Educação a


Distância, e para isso preparamos um livro-texto que vai lhe subsidiar com
as informações necessárias para facilitar o seu entendimento e um
conhecimento fundamental sobre Educação a Distância, que vamos
simplificar na sigla EAD.
Pelo fato de você já estar cursando um curso nessa modalidade,
muitas concepções serão automaticamente percebidas por você, pois nada
como a vivência para compreender melhor o desenvolvimento de um
curso.
Desejamos que, gradativamente, você vá se inteirando desta “nova”
modalidade educativa, percebendo e praticando o estudo sob um novo
sistema educativo, sem achar que a Educação a Distância é menos
eficiente e de qualidade inferior à educação presencial.
Neste livro-texto você terá informações sobre concepções da EAD, os
aspectos legais, quem são os componentes atuantes na modalidade, quais
as tecnologias educativas mais recorrentes na modalidade, e os processos
de ensino e aprendizagem da EAD.
Estudar em EAD implica uma nova cultura docente e discente. Estes
agentes educacionais devem ter uma postura de colaboração e cooperação
constante, pois passam a vivenciar novas formas de se relacionar ao longo
do processo de ensino e aprendizagem.
Uma das características do aluno de EAD é a autonomia de estudo, no
momento em que ele se torna um aluno investigador e pesquisador,
buscando e extraindo sempre novas informações a partir dos referenciais
dados. Para isso, como meio motivacional, estaremos, no interior do
material, disponibilizando referências diversas sobre cada assunto, no
sentido de que vocês possam expandir seu conhecimento sobre os temas
tratados.
Caro(a), o grande desafio da Educação a Distância é superar a
distância, e estaremos nos empenhando para que essa distância seja só
uma realidade espaço-territorial, buscando recursos metodológicos e
tecnológicos para suprir a ausência física.
Um grande abraço e seja bem-vindo à Educação a Distância!
Sucesso na jornada que ora inicia.
Os organizadores

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 05

UNIDADE I | FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD 06


1. Concepções pedagógicas que fundamentam a EAD 06
2. Definições e Características 10
3. A evolução da EAD no mundo e no Brasil 16
4. Legislação 22
Referências 29

UNIDADE II| COMPONENTES DA EAD 32


1. Aluno 32
2. Professor 35
3. Comunicação 44
4. Recurso Didático 47
5. Apoio Organizacional 49
6. Como ser aluno na EAD 53

UNIDADE III | USO DAS TECNOLOGIAS NA EAD 64


1. Gerações Tecnológicas da EAD 64
2. Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) 69
3. AVA – Sala de aula virtual 74

UNIDADE IV| O ENSINO E A APRENDIZAGEM NA EAD 78


1. A prática pedagógica na EAD 78
2. Recursos Metodológicos 53
3. Tutoria 53
4. Avaliação 53

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FUNDAMENTOS DE

UNIDADE I
Concepções pedagógicas que fundamentam a Educação a Distância. Conceitos,
Objetivos, Características e Histórico da Educação a Distância. Legislação.
Ao final desta Unidade você deve:
 Refletir sobre as concepções da Educação a Distância;
 Definir Educação a Distância;
 Analisar e compreender as características da EAD;
 Conhecer a evolução histórica da EAD em âmbito nacional e internacional
 Conhecer a legislação referente à modalidade EAD.

1. CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS QUE FUNDAMENTAM A EAD

As transformações culturais e tecnológicas requerem uma


elevação globalizada dos níveis de educação geral e da capacitação
para o mercado de trabalho. A educação hoje é permanente, não
está restrita apenas aos períodos escolares.
O universo digital tem dominado o mundo, agilizando cada vez
mais os processos humanos e comerciais. Isso em grande parte se se
dá pela digitalização crescente da informação e a evolução das
tecnologias, sobretudo as educativas.
Esse cenário de mudanças vem de fato trazendo para o nosso
dia a dia novos significados e, sobretudo, pretendendo novas
posturas diante das situações cotidianas. Termos como E-learning,
Sociedade da Informação, Sociedade do Conhecimento, TICs, TDICs,
Telemática, Design Instrucional ou Educacional, entre outros,
surgem no cenário educacional.
Alguns termos como: Aluno, Professor, Aula, Autonomia,
Presencialidade, Educação, Avaliação passam a ter outra
significação, na verdade incorporando novos sentidos e funções.

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Atualmente, é possível perceber que a educação não acontece
somente durante um período determinado de tempo (maior ou
menor), mas ao longo da vida de todos os cidadãos e em todos os
espaços.
A educação, nos últimos anos, sofreu uma ação de
intervenção/modificação no sentido de associar mais estreitamente
sua relação com as práticas sociais. Ainda mais quando se observa a
urgência de se pensar em inovações para ajudar o homem a pensar
com inteligência e emoção. Como ratifica Moran (2000, p. 1):
Educar é colaborar para que professores e alunos – nas
escolas e organizações – transformem suas vidas em
processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os
alunos na construção da usa identidade, do seu caminho
pessoal e profissional (...) Na sociedade da informação
todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-
nos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e a
tecnologia; a integrar o individual, o grupal e o social.
O advento da Educação a Distância nas instâncias
universitárias, conjuntamente com o avanço das tecnologias como
suporte educacional, possibilitou formas diferentes de acesso ao
conhecimento. Nessa modalidade, o uso da comunicação pedagógica
mediatizada além de um privilégio passa a ser uma necessidade,
sobretudo quando se intenciona tornar mais atraentes ambientes de
aprendizagem, com intenção de uma melhor aquisição do
conhecimento por parte do estudante.
Com isso, surgem questões que instigam à investigação sobre
essa modalidade. Perguntas como estas são comumente formuladas,
e algumas vezes não são “decifradas”, tais como:
É Sociedade da Informação ou Sociedade do
Conhecimento?
Ensino, Aprendizagem ou Educação a
Distância, qual o nome certo? Educação com ou
sem distância?
Pretendemos aqui esclarecer essas questões, por compreender
que no processo de compreensão e aceitação da Educação a
Distância é importante o entendimento melhor sobre isso.
Para entender a primeira questão é interessante fazer uma
distinção do que é Informação e o que é Conhecimento.
Setzer (2001) distingue um dado como uma sequência de
símbolos quantificados ou quantificáveis, já a informação ele define

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como mensagens recebidas sob forma de dados, que deve fazer
sentido para o receptor: algo advindo de uma ação, que está na
mente de alguém. O conhecimento ele caracteriza como uma
abstração interior, pessoal, de algo que foi experimentado,
vivenciado, por alguém, é, portanto totalmente subjetivo; resume-
se na combinação, desconstrução e organização das informações.
A chamada Sociedade da Informação, surgida basicamente
nos anos 70, prioriza a informação e a tecnologia, influenciando
estilos de vida, padrões de comportamento, sistema educacional e
mercados de trabalho, passando pelo progresso da tecnologia e da
comunicação, como destacado no documento do IBICT/Comitê
Gestor (BRASIL, 1998, p. 14):
A integração das tecnologias de informação
(particularmente microeletrônica) e de comunicação à
vida social, profissional e privada, junto com a
percepção da informação como fator estruturante da
sociedade e insumo básico de produção (intelectual,
cultural e econômica), têm sido considerados como
determinantes da transformação de uma sociedade em
sociedade da informação.

A Sociedade do Conhecimento (Knowledge Society) surgiu no


final da década de 90, e o termo foi criado por ser utilizado
particularmente nos meios acadêmicos. Seu conceito inclui uma
dimensão de transformação social, cultural, econômica, política e
institucional, assim como uma perspectiva mais pluralista e de
desenvolvimento.
Diante da discussão de qual termo utilizar, Manuel Castels
(apud BURCH, 2006, p. 4), um dos maiores pesquisadores sobre o
assunto, prefere utilizar o termo “Sociedade Informacional”,
destacando que embora o conhecimento e a informação sejam
elementos decisivos em todos os modos de desenvolvimento,
[...] o termo informacional indica o atributo de uma
forma específica de organização social na qual a
geração, o processamento e a transmissão de
informação se convertem nas fontes fundamentais da
produtividade e do poder por conta das novas condições
tecnológicas surgidas neste período histórico.

Este cenário imprimiu à escola uma ressignificação em sua


função social. A sociedade contemporânea atribui às tecnologias um
lugar de destaque na formação dos indivíduos com a circulação das
informações por diferentes meios, buscando sempre a aprendizagem
dos aprendentes.

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Diversas teorias da aprendizagem estão vinculadas com esta
modalidade, inclusive hoje em dia, pode-se dizer que com as
experiências e os resultados já alcançados, não há uma única teoria
adotada, mas mais de uma, sempre com a clareza que todas elas
têm sempre como objetivo principal o aluno e seu aprendizado.
No quadro abaixo é possível conhecer algumas dessas teorias e
observar em qual teoria a modalidade Educação a Distância está
respaldada como sistema de ensino e aprendizagem:

AUTOR TEORIA PRESSUPOSTOS


Skinner Controle do comportamento Estímulo e resposta
Conexão entre o conteúdo e o repertório
Rothkopf Instrução por Escrito
dos alunos
Organização do Apresentação estruturada, indo do geral ao
Ausubel
Desenvolvimento para o específico
Egan Comunicação Estrutural Pequenas doses de informação
Aprendizagem pela descoberta:
Bruner Solução de problemas
intuição e percepção
Liberdade aos alunos, criando uma
Carl Rogers Facilitação
atmosfera amigável e igualitária.
Aprendizagem hierárquica, parte dos
Gagné Ensino
conceitos simples e vai aos complexos.
Holmberg Conversação Didática Relação pessoal.
Inconsciente cognitivo, considerando as
Piaget Interação sujeito e objeto suas aprendizagens anteriores, a partir de
novas situações.
Teoria psicológica sociocultural Mediação simbólica. Enfatiza aspectos
Vygotsky
do desenvolvimento sócios-políticos-culturais.
Construção do conhecimento por
Papert Construcionismo
intermédio do computador
Quadro 1: Quadro de bases teóricas para a Educação a Distância
Fonte: Quadro estruturado pelos organizadores

Observe que estas bases teóricas não podem ser pensadas e


trabalhadas de forma isolada, mas deve se utilizar partes de cada
teoria adequando-as à modalidade. Ainda não há uma teoria única
que contemple todas as pretensões da EAD, mas não devemos
descartar os modelos construídos e validados no cenário da
educação presencial.
Mais recente, a Via da Complexidade (conf. GIUSTA; FRANCO,
2003), proveniente da Teoria da Complexidade de Morin, busca
“alargar os horizontes das discussões sobre o conhecimento, ao

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levar em conta outros determinantes circunstanciais, incorporando,
por exemplo, reflexões sobre o impacto das tecnologias digitais na
sociedade, no ser humano e em suas práticas” (ZUIN, 2010 apud
OLIVEIRA; LEITE, 2001, p. 13). Complexus, significa originalmente
“o que se tece junto”.
Porquanto, é possível criarmos um mix de formas de
aprendizagem que tomam por princípio o aprendizado individual e
considera a socialização e a interação como condição essencial para
a construção do conhecimento: Aprendizagem por ensino expositiva;
Aprendizagem autônoma, Aprendizagem por exploração, Aprender
procurando por informação, Aprender armazenando e gerenciando
informações, Aprender por comunicação, Aprender por colaboração,
Aprender por representação e simulação.
Esse mix respalda as premissas da Educação a Distância que
podem ser observadas a partir de sua conceituação.

2. DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS

Muito se discute a respeito da utilização do termo “a


distância”, mas esse termo não deve ser compreendido como
distância puramente física ou geográfica; devemos pensá-la como
uma possibilidade de criar novos ambientes de aprendizagem, pois
aquilo que parecia ser algo longínquo dos modelos de educação,
começa a assumir novos valores (PRETI, 1996).
Assim sendo, o contexto da Educação a Distância permite
maior compreensão do planejamento de estudos e conteúdos,
induzindo o aluno a assumir a direção do processo de construção do
saber, tendo como opção escolher e usar adequadamente o tempo e
o espaço no seu desenvolvimento profissional e pessoal.
Neder (1999) afirma que a EAD permite também um maior
respeito aos ritmos pessoais, na medida em que suplantado um
modelo de fluxo linear, possibilita uma dimensão cíclica com o ir e
vir, um retomar, um rever, um refazer.
O termo Educação a Distância, eleito no Brasil pela grande
maioria dos teóricos, como exemplo o prof. Moran, que enfatiza que
ao utilizar o termo "ensino a distância" a ênfase é dada ao papel do
professor (como alguém que ensina a distância). Ele prefere a
palavra "educação" que é mais abrangente, dizendo:
No ensino se organizam uma série de atividades

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didáticas para ajudar os alunos a que compreendam
áreas específicas do conhecimento (ciências, história,
matemáticas)... Na educação o foco, além de ensinar, é
ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética,
reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade (MORAN,
2000).

Preti (1996) diz que geralmente as pessoas tendem a


considerar Ensino a Distância e Educação a Distância como se
fossem sinônimos, expressando um processo de ensino-
aprendizagem. Para ele, Ensino representa instrução, socialização
de informação etc., enquanto Educação é uma estratégia básica de
formação humana, aprender a aprender, saber pensar, criar, inovar,
construir conhecimento, participar, etc.

Uma rápida busca no Google verifica-se,


aproximadamente, quantos resultados aparecem com os
termos, entre aspas. Vejam a mudança temporal (2009-2017):
Ensino a Distância – 358.000 / 633.000
Aprendizagem a Distância – 48.500 / 340.000
Educação a Distância – 751.000 / 857.000
Existem outras palavras associadas a esses termos,
que aumentam exponencialmente os resultados.

Para sustentar teoricamente a Educação a Distância, torna-se


necessário buscar na literatura autores que a definem, dentre os
quais citam-se:
 Dohmem (1967) diz que Educação a Distância (Ferstudium) é
uma forma sistematicamente organizada de autoestudo
onde o aluno se instrui a partir do material de estudo que
lhe é apresentado, o acompanhamento e a supervisão do
sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de
professores. Isto é possível através da aplicação de meios
de comunicação capazes de vencer longas distâncias.
 Peters (1973): Educação/ensino a distância
(Fernunterricht) é um método racional de partilhar
conhecimento, habilidades e atitudes, através da aplicação
da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, tanto
quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação,
especialmente para o propósito de reproduzir materiais
técnicos de alta qualidade, os quais tornam possível instruir
um grande número de estudantes ao mesmo tempo,

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enquanto esses materiais durarem. É uma forma
industrializada de ensinar e aprender.
 Moore (1973): Ensino a distância pode ser definido como a
família de métodos instrucionais onde as ações dos
professores são executadas a parte das ações dos alunos,
incluindo aquelas situações continuadas que podem ser
feitas na presença dos estudantes. Porém, a comunicação
entre o professor e o aluno deve ser facilitada por meios
impressos, eletrônicos, mecânicos ou outros.
 Holmberg (1977) diz que o termo educação a distância
esconde-se sob várias formas de estudo, nos vários níveis
que não estão sob a contínua e imediata supervisão de
tutores presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no
mesmo local. A educação a distância se beneficia do
planejamento, direção e instrução da organização do
ensino.
 Keegan (1991) resume os elementos centrais dos conceitos
anteriormente:
a) separação física entre professor e aluno, que a
distingue do ensino presencial;
b) influência da organização educacional (planejamento,
sistematização, plano, organização dirigida etc.), que
a diferencia da educação individual;
c) utilização de meios técnicos de comunicação para unir o
professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos;
d) previsão de uma comunicação de mão dupla, onde o
estudante se beneficia de um diálogo e da possibilidade
de iniciativas de dupla via;
e) possibilidade de encontros ocasionais com propósitos
didáticos e de socialização.

Chaves (1999) conclui que a EAD, no sentido fundamental da


expressão, é o ensino que ocorre quando o ensinante e o
aprendente estão separados (no tempo ou no espaço). No sentido
que a expressão assume hoje, enfatiza-se mais a distância no
espaço e se propõe que ela seja contornada através do uso de
tecnologias de telecomunicação e de transmissão de dados, voz e
imagens (incluindo dinâmicas, isto é, televisão ou vídeo). Não é
preciso ressaltar que todas essas tecnologias, hoje, convergem para
o computador, e especialmente para os meios digitais que possibilitam
uma diversidade de recursos educativos e ou adaptação para a

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educação.
Para Piaget (1969), o principal objetivo da Educação é formar
mentes críticas que possam analisar e não aceitar tudo o que lhes é
oferecido, e que sejam capazes de fazer coisas novas e não repetir
o que outras gerações já fizeram.
Tendo concordância com esse pensamento, García Aretio
(1995) explicita em seu livro “Educación a distancia hoy” que os
objetivos da EAD devem ser de:
 Ampliar as possibilidades de acesso à educação;
 Reduzir as barreiras: tempo, espaço, idade;
 Propiciar uma aprendizagem autônoma e ligada à
experiência – atendendo a um grande número de alunos a
um só tempo e a um custo potencialmente reduzido;
 Promover um ensino inovador e de qualidade – modificando
o processo de ensino-aprendizagem e ampliando os canais
de comunicação e interação;
 Democratizar o saber.
Observa-se que alguns destes objetivos são correspondentes
aos objetivos da educação presencial, também conhecida como
educação convencional; mas outros deles têm características bem
específicas da modalidade a distância. É importante que se perceba
que o objetivo macro é dar acesso à educação, independente da
forma ou de quais recursos se utilizam para esse fim.
Todos os conceitos sobre essa modalidade trazem diversas
formas de relação entre tecnologia, educação, processo
ensino/aprendizagem e ação docente e discente, num determinado
tempo e espaços diferenciados (NUNES, 1994).
Desde as nossas primeiras referências à EAD ela é tratada
como modalidade. Niskier (1999, p. 5) defende o uso desse termo
ao dizer que a EAD se afirma cada vez mais como uma tecnologia:
“a tecnologia da esperança”, pois com a expansão das TICs
ampliou-se a noção de ensino, restrita até então à precária sala de
aula presencial.
Na EAD, o aprendiz é liberado da presença física em sala de
aula. Apesar de o professor e o aprendiz não se encontrarem em um
mesmo ambiente em tempo integral, o processo educativo tende a
ser sistemático e continuado, baseado no autoestudo onde o
próprio aluno é responsável por seu ritmo de aprendizagem,
através do autogerenciamento.

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Deve-se considerar como norteador de conceito, o elaborado
pelo MEC:
Considera-se educação a distância a modalidade
educacional na qual a mediação didático pedagógica
nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a
utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação, com pessoal qualificado, com políticas
de acesso, com acompanhamento e avaliação
compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades
educativas por estudantes e profissionais da educação
que estejam em lugares e tempos diversos (Decreto Lei
nº 9.057, de maio de 2017) 1.

Essa modalidade de educação é uma possibilidade concreta


na promoção da democratização do saber, e, também, uma
alternativa no sentido de suprir a demanda emergente do setor
educacional, que necessita de constante qualificação do seu quadro
de profissionais. Destacando-se o acesso à educação superior em
regiões remotas, que padecem de ofertas de cursos.
Modifica, assim, a velha ideia de que, para
Crise de Paradigmas existir ensino, seria necessária a presença
constante da figura do professor em sala. Com isso,
Crise caracterizada “como uma
inicia-se uma crise de paradigmas na educação,
mudança conceitual, ou uma
mudança de visão de mundo, pois a EAD está centrada no aluno, e procura-se
consequência de uma tirá-lo da dependência do professor, aumentando a
insatisfação com os modelos sua responsabilidade, encorajando-o ao
anteriormente predominantes
autodirecionamento e ao controle do seu
de explicação” MARCONDES
(2001, p. 15) aprendizado, contribuindo para a autoconfiança e
para o “aprender a aprender”, tornando-o
protagonista do seu estudo. Além do que, pressupõe o uso de
tecnologias inovadoras para “eliminar” essa tão propalada distância
(MARTINS, 2006).
A EAD cobre distintas formas de ensino-aprendizagem, em
todos os níveis, pois ela faz recurso ao suporte administrativo,
pedagógico, cognitivo, metacognitivo, afetivo e motivacional
(PRETI, 1996), que propiciam um clima de autoaprendizagem,
instituindo para isso, os principais componentes da Educação a
Distância: o aluno, os professores-especialistas, tutores (professor),
o material didático e a instituição e sua organização.
Na Educação a Distância, o contato entre educador e
educando se dá na forma indireta. A metodologia utilizada deve

1
Decreto que é o novo Marco Legal que regulamenta a Educação a Distância –

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fazer com que os conteúdos sejam tratados e organizados de forma
que os educandos tenham condição de aprender sem a presença do
educador. Pode-se dizer que, não estando o educador presente, o
material estruturado leva, incorporado em si, o educador.
Ao se estudar os conceitos e/ou definições da EAD,
automaticamente passamos a caracterizá-la.

2.1 CARACTERÍSTICAS

Apesar de todas as características dadas para a Educação a


Distância, o parâmetro mais comum a todas elas é “a distância”,
entendida em termos de espaço e tempo.
A separação física entre professor-aluno é justamente a
característica mais marcante nessa modalidade, assim também
como o uso dos meios de comunicação e informáticos como forma
de suprimir essa distância. Muito se discute e se defende que o
maior desafio da EAD é justamente superar a distância.
Aretio (1995) caracteriza essa modalidade considerando os
seguintes elementos:
• Separação professor-aluno;
• Estudo independente e flexível;
• Processo ensino-aprendizagem mediatizado pelo uso de
tecnologias/meios técnicos;
• Organização apoio-tutoria;
• Comunicação bidirecional e massiva;
• Procedimentos industriais.
Preti (1996) dá destaque para outras características da EAD,
que são:
 a abertura: uma diversidade e amplitude de oferta de
cursos, com a eliminação do maior número de barreira e
requisitos de acesso, atendendo a uma população numerosa
e dispersa, com níveis e estilos de aprendizagem
diferenciados, para atender à complexidade da sociedade
moderna;
 a flexibilidade: de espaço, de assistência e tempo, de
ritmos de aprendizagem, com distintos itinerários
formativos que permitam diferentes entradas e saídas e a
combinação trabalho/estudo/família, favorecendo, assim,
a permanência em seu entorno familiar e laboral;
 a adaptação: atendendo às características

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psicopedagógicas de alunos que são adultos;
 a eficácia: o estudante, estimulado a se tornar sujeito de
sua aprendizagem, a aplicar o que está apreendendo e a se
autoavaliar, recebe um suporte pedagógico, administrativo,
cognitivo e afetivo, através da integração dos meios e uma
comunicação bidirecional;
 a formação permanente: há uma grande demanda, no
campo profissional e pessoal, para dar continuidade à
formação recebida “formalmente” e adquirir novas
atitudes, valores, interesses etc.
 a economia: evita o deslocamento, o abandono do local
de trabalho, a formação de pequenas turmas e permite
uma economia de escala.
Como podemos ver, a EAD caracteriza-se pela autoinstrução e
pela conservação didática guiada e bidirecional, fazendo com que o
perfil, o nível e as necessidades do aprendiz norteiem a elaboração
do material didático.
Como toda tecnologia, a EAD possui vantagens e desvantagens,
apesar de termos colocado vantagens no decorrer do texto, não
poderíamos deixar de ressaltar algumas desvantagens, dentre as
quais, podemos observar:
a) Empobrecimento da troca direta de experiências
proporcionada pela relação educativa pessoal entre o
professor e o aprendiz;
b) Os resultados das avaliações a distância são menos
confiáveis, levando em consideração as oportunidades de
plágio e fraude, embora estes fatos também ocorram no
modelo presencial;
c) Limitação em alcançar o objetivo da socialização, pelas
escassas ocasiões para interação do aprendiz com o
professor;
d) Custos iniciais são altos, entretanto se diluem ao longo de
sua aplicação;
e) Os serviços administrativos são, geralmente, mais
complexos.
f) O não acompanhamento do desenvolvimento de habilidades
manipulativas.

A EAD é uma modalidade alternativa, não exclusiva, não


substitutiva. Pretende-se incluir, não excluir.

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Os alunos da EAD têm características específicas que auxiliam
na inclusão à modalidade.

3. A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL E NO MUNDO

A Educação a Distância, também chamada de Teleducação, é


mais antiga do que parece, não é recente no contexto mundial. Em
princípio você pode achar que é modismo, “coisa” atual, mas tem
pelo menos 289 anos de existência.
Algumas evidências históricas apontam para o ano de 1728
como marco histórico, quando foi publicado um anúncio na Gazeta
de Boston, pelo professor de Taquigrafia Cauleb Phillips, através do
qual oferecia material para ensino e tutoria por correspondência -
enviava toda semana as lições para os inscritos (NUNES, 1994).
Alguns historiadores destacam que a EAD tem seus
Epístolas de São Paulo
primórdios (marco empírico) a partir das famosas
Tinham como objetivo ensinar Epístolas de São Paulo, no séc. I. As cartas que Platão
às comunidades cristãs da enviava a seus discípulos, contendo segmentos do seu
Ásia Menor como viver como pensamento filosófico, também são consideradas ações
cristãos em um ambiente
de EAD na Antiguidade.
desfavorável, divulgadas
através de um trabalho Landim (1997) defende a ideia de que a Educação a
missionário: as Epístolas Distância iniciou a partir da invenção da imprensa, por
eram enviadas às igrejas
recém-fundadas a seus novos
Johannes Guttenbergh, em 1400 na Alemanha: os livros,
discípulos. São Paulo copiados manualmente, eram caríssimos e, portanto
utilizou as tecnologias da inacessíveis à plebe: ele inventou a composição de
escrita e dos meios de palavras com caracteres móveis. Os mestres detinham o
transporte para fazer se
trabalho sem ser forçado a
conhecimento, ou melhor, os documentos escritos, que
viajar (PETERS, 2004). estavam confinados basicamente nos mosteiros. Com a
impressão dos livros, estes não estavam mais vinculados
a espaços restritos, e a população podia ter acesso, lendo e
aprendendo em qualquer tempo e espaço.
Mesmo a EAD acontecendo há muito tempo, seus meios é que
são constantemente atualizados, portanto sua evolução é em função
dos avanços tecnológicos. Começamos pelos cursos de
correspondência, passando pelo rádio, televisão, vídeo. E nas
últimas décadas a inserção do computador juntamente com a
telecomunicação (telemática) ampliaram as possibilidades de dar
respostas às dificuldades de lidar com o tempo e espaço,
abrangendo grandes contingentes, em diversas áreas e com custos

17
reduzidos.
Os primeiros cursos a distância surgiram na Europa, por volta
de 1840. A primeira escola por correspondência, que se tem
conhecimento, data de 1890, na Alemanha. A partir de então,
inúmeros países passaram a adotar a EAD como mais uma opção
para ministrar cursos em nível médio, técnico, universitário e de
pós-graduação.
Uma análise histórica permite afirmar que a
EAD, inicialmente associado ao estudo por
correspondência, foi criado para dar uma
Veja aqui um vídeo com alguns oportunidade de estudo a todas as pessoas que por
anúncios de cursos em EAD por razões financeiras, sociais, geográficas ou
correspondência das décadas
de 1940 a 70. incapacidade física, não podiam requentar uma
https://educacao.uol.com.br/a escola.
lbum/2012/04/16/cursos-por- Assim, o principal objetivo seria o de facilitar
correspondencia---cursos-a-
distancia-se-popularizam-a- o acesso à educação às classes mais desfavorecidas,
partir-da-decada-de- pretendendo-se com isso, aumentar o nível cultural
1940.htm#fotoNav=10 das populações. O segundo objetivo era o de
proporcionar uma formação profissional às pessoas
que se encontravam impossibilitadas de estudar, por
viverem longe dos locais onde existiam esses centros de formação
presencial, e por isso impedidos de continuar os seus estudos.
O certo é que a utilização da modalidade a distância tornou-se
relevante porque permitiu que governos e escolas superassem
emergências educacionais ou minimizassem suas consequências,
sobretudo porque o ensino presencial não tem condições de suprir
tamanha demanda.
Na Europa, todos os países utilizam a EAD como formação
cultural. As universidades europeias, exclusivamente a distância,
têm incorporado em seu desenvolvimento histórico as tecnologias
de informação e de telecomunicação. Os destaques maiores são
para a Inglaterra, por ser o primeiro país a instituir a “Universidade
Aberta”, tida como um verdadeiro marco de vanguarda no ensino
superior a distância (Open University, em 1969). Para a Alemanha,
com o desenvolvimento da Universidade a Distância de Hagen
(FernUniversität Hagen), que iniciou seu programa com material
escrito em 1974. Também, a UNED (Universidad Nacional de
Educación a Distancia), criada em 1972 na Espanha, e a
Universidade Aberta e a Distância de Portugal, em 1989. Todas hoje
consideradas universidades de ponta, pioneiras e arrojadas no

18
sentido de incluir tecnologias digitais em suas atividades.
PARA SABER MAIS! Efetivamente, as primeiras iniciativas em
Infográfico da linha do tempo da EAD no mundo foram com o ensino por
EAD no mundo e no Brasil. correspondência, mas no Brasil, os programas
https://pt.slideshare.net/ClayreMo
ntes/histria-da-educao-a-distncia- de maior destaque e expansão foram com o
no-mundo-e-no-brasil uso do rádio, com cursos voltados para a
formação profissional de nível elementar e
médio. Nos anos 90, as universidades passam a investir nessa
modalidade e vários cursos foram oferecidos para os alunos,
convertendo-se isso em uma nova postura por parte dos provedores
de cursos nessa modalidade.
No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio Monitor, em
1939 (que trabalha com cursos técnicos), e depois o Instituto
Universal Brasileiro, em 1941 (com também cursos supletivos), até
hoje, quando a internet é vista como principal ferramenta da EAD, as duas
entidades ainda optam pelo modelo tradicional, ou seja, enviam suas apostilas
via Correios. O método de ambos era semelhante: iniciação
profissional em áreas técnicas, sem exigência de escolaridade
anterior, por correspondência. Nenhuma das duas empresas divulga
o número de diplomas de conclusão emitidos.
A diversidade de informações sobre o percurso histórico da
criação e institucionalização da EAD, no Brasil, em numerosas
referências bibliográficas, dificulta uma organização mais acurada
das instituições que, em épocas anteriores, já ofereceram cursos em
EAD. Construímos o quadro abaixo, para melhor dimensionar o
desenvolvimento da modalidade no Brasil, buscando várias
referências para isso, disponíveis on-line ou via impresso.
ANO ESTADO / ATIVIDADE
Rio de Janeiro. Jornal do Brasil registra na primeira edição da seção de
1891
classificados, anúncio de profissionalização por correspondência (datilógrafo).
1923/1925 Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, educação pelo rádio.
1923 Fundação Roquete Pinto. Radiodifusão
São Paulo. Fundação do Instituto Rádio Técnico Monitor, cursos no ramo da
1939
eletrônica.
Instituto Universal Brasileiro. Cursos por correspondência, formação profissional
1941
básica.
Rio de Janeiro e São Paulo. Criação do SENAC, que desenvolveu a Universidade do
1946
AR, que em 1950 atingia 318 locais e 80 alunos.
1950/1960 MEB. Educação de Base
Projeto Saci/ Inpe. Teleducação via satélite, material de rádio e impresso, para
1967/1974
ensino fundamental e treinamento de professores.
Porto Alegre. A Fundação Nacional Padre Landell de Moura (instituição privada)
1967
inicia programas de educação de adultos através de teleducação multimeios.

19
Destaque para o Programa de Teleextensão Rural, desenvolvido na Amazônia em
parceira com a EMATER.
TVE do Maranhão. Cursos de 5ª a 8ª série, com material televisivo, impresso e
1969
monitores.
IOB. Informações Objetivas Publicações Jurídicas. Ensino por correspondência para
1970 o setor terciário
Projeto Minerva. Cursos transmitidos por rádio em cadeia nacional
TVE do Ceará. Cursos de 5ª a 8ª série, com material televisivo, impresso e
1974
monitores.
Senac. Sistema Nacional de Teleducação, cursos através de material instrucional
1976
(em 1995, já havia atendido 2 milhões de alunos).
PROGRAMA LOGOS – formação de professores para as séries iniciais até a formação
1977/1991
do Magistério.
MOBRAL – 60 programas em forma de teleaula dramatizada.
Colégio Anglo-Americano (RJ). Atua em 28 países, com cursos de correspondência
1979 para brasileiros residentes no exterior em nível de 1º e 2º graus.
UNB. Cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 transforma no Cead e lança
o BrasilEAD.
ABT. Associação Brasileira de Tecnologia Educacional. Programa de
1980
aperfeiçoamento do magistério de 1º e 3º graus
Fundação Roquete Pinto. Programa Um Salto para o Futuro, para a formação
1991
continuada de professores do ensino fundamental.

UFMT/FAE/Nead. 1° curso de graduação em EAD. Programas em nível de


1992-1995
licenciatura plena em educação básica e Serviço de Orientação Acadêmica.
Senai/RJ. Centro de EAD desenvolve cursos de Noções Básicas em Qualidade Total,
1993 Elaboração de Material Didático Impresso (16 mil alunos), cursos a distância para
empresas na Argentina e Venezuela.
Criação da Associação Brasileira de EAD (ABED)
1995
Programa TV Escola. SEED/MEC
Laboratório de Ensino a Distância do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção da UFSC.
1995/1996
Criação da Secretaria de EAD – SEED/MEC.

1996 UCB. Universidade Católica de Brasília. Cursos de especialização a distância

1997 Escola Brasil. Programa de rádio AM/OC, ensino fundamental. FUNDESCOLA/MEC

1997 UFSC/LED - 1º Mestrado Tecnológico em Logística para a Petrobrás

1998 PROFORMAÇÃO. Formação de professores de nível médio. SEED/FUNDESCOLA/MEC


UNIREDE. Rede de Educação Superior a Distância. Consórcio que reúne 68
2000
instituições públicas do Brasil
PROGESTÃO. Capacitação de gestores escolares, consórcio de 24 estados
2001
brasileiros.
Projeto Veredas. Formação de professores das séries iniciais em nível superior.
2002
Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais

20
Criação do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), prioridade na formação de
2006
professores para a Educação Básica.
2006 UFMA recebe credenciamento para ofertar cursos a distância.

2009 Criação da DED/CAPES

2011 A SEED/MEC é extinta. As ações de EAD passam para a jurisdição da Nova CAPES
Quadro 2: Sinopse do desenvolvimento histórico da EAD no Brasil
FONTE: Organizado pelos autores.

Vale destacar dois programas que deram início ao ensino


formal na modalidade de EAD no Brasil: a TVE do Maranhão (1969)
e a TVE do Ceará (1974) que ofereceram estudos de 5ª a 8ª série,
tanto para o ensino regular quanto para o supletivo, com programas
televisivos, materiais impressos e orientadores de aprendizagem.
Se inicialmente a EAD foi utilizada como
A Educação a
Distância no alternativa para superação de deficiências
Maranhão. educacionais, para a qualificação profissional e
aperfeiçoamento ou atualização de conhecimentos,
Em relação ao ensino hoje cada vez mais ações estão sendo empreendidas no
formal, o Maranhão é pioneiro sentido de se utilizar esta modalidade em programas
na modalidade, na região
nordeste, com a criação da
que complementam outras formas tradicionais, face a
TVE do Maranhão. face, de interação, e é vista por muitos como uma
Nas universidades, a modalidade de ensino alternativo que pode
UEMA começou a trabalhar com complementar parte do sistema regular de ensino
EAD em 1998 com a criação do
Núcleo de Educação a presencial.
Distância (NEAD) e a No Brasil, nos anos 2000 surgiu a Universidade
implantação do Magistério Virtual Brasileira (hoje chamada de Instituto UVB)
2001: curso a distância
voltado para formação de criada pela Rede Brasileira de Ensino a Distância,
professores nível médio, com reunindo 10 IES da rede privada. Nessa época surgiram
certificação da UEMA inúmeros “NEADs”, núcleos encarregados de disseminar
autorizada pelo Conselho e fomentar a cultura da EAD nas instituições.
Estadual de Educação.
Também, no NEAD-UEMA em Além dessa, outras universidade virtuais foram
2001, foi ofertado o primeiro criadas no Brasil, dentre elas a UNISUL Virtual (em
curso de licenciatura a SC), UNIVIMA (no MA) e UNIVESP (em SP), que se
Distância para formação de
professores em nível estruturaram para oferecer somente cursos a distância.
superior. Atualmente, a UNIVESP passou a ser a 4ª universidade
Em 2006, o projeto- pública do estado de São Paulo.
piloto da UAB, oferta em
parceria, pela UEMA e UNIVIMA As primeiras universidades públicas a terem
(Universidade Virtual do autorização e credenciamento para oferecerem cursos
Maranhão), o curso de de graduação a distância foram a Universidade Federal
Administração. do Pará (1998) e Universidade Federal do Ceará (1998),

21
apesar de só ofertarem os cursos anos depois.
Dados do Ministério da Educação (MEC), entre 2003 a 2013,
revelam que o número de pessoas matriculadas subiu de 49.911 para
1.153.572. O Censo EAD.BR (2016) afirma o número de estudantes
de EAD em 2015 contabilizou 5 milhões de alunos, o que representa
1,1 milhão a mais de estudantes registrados pelo levantamento de
2014, envolvendo instituições educacionais (públicas e privadas) ou
corporativas.
No mundo, a EAD tem PARA SABER MAIS!
inúmeros universidades que
trabalham especialmente Infográfico que mostra a
evolução dos cursos a
com esta modalidade, outras distância no Brasil.
são mistas como é o caso das http://blackboard.grupoa.com.
universidades brasileiras. A br/blog/um-seculo-de-
partir dos anos 90, várias historia-da-educacao-a-
distancia-no-brasil
instituições universitárias,
principalmente as públicas, passaram a oferecer cursos a distância.
O foco maior era a formação de professores em serviço.

4. LEGISLAÇÃO

Ao se falar de legislação educacional, o ponto de partida são


os artigos 205 a 214 da Constituição Federal do Brasil de 1998, que
determina que a educação é um direito de todos, mas somente a
partir dos anos 90 que teve início a intensificação do discurso e das
propostas que visam garantir educação para todos.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado


e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho (BRASIL, 1999, p. 95).

As discussões giraram em torno de questões relacionadas às


mudanças nos conceitos e na forma de implantação das políticas
educacionais que vêm sendo definidas para o país.
Destas discussões, o primeiro resultado surgiu, para efetivar a
EAD no bojo da educação brasileira, a partir das resoluções contidas
no artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

22
(LDB), n° 9.394/96, e da criação da Secretaria de Educação a
Distância (SEED) do MEC, em 1995.

Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento


e a veiculação de programas de ensino a distância, em
todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada.
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e
regime especiais, será oferecida por instituições
especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a
realização de exames e registro de diploma relativos a
cursos de educação a distância.
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de
programas de educação a distância e a autorização para
sua implementação, caberão aos respectivos sistemas
de ensino, podendo haver cooperação e integração
entre os diferentes sistemas (BRASIL, 1996)

Além do artigo 80, da LDB2, os artigos 32, 47, 52, 62 e 87


citam a EAD como alternativa educacional, dando-lhe feições
específicas em cada nível de ensino.
Hoje o poder público se coloca favorável às propostas de
Educação a Distância, e diante dessa situação, a Universidade
Aberta do Brasil (UAB), em esforço conjunto com os Governos
Estaduais em parceria com a ANDIFES e Empresas Estatais (e o
Banco do Brasil), no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação
com foco nas Políticas e a Gestão da Educação Superior, concebeu o
Curso de Administração na modalidade a distância (projeto-piloto),
aceitando o desafio da Educação a Distância como alternativa de
oferta de ensino superior que possibilite a cada pessoa o
desenvolvimento de suas capacidades cognitivas, sociais,
emocionais, profissionais e éticas, exercitando, assim, sua cidadania
plena.
O Sistema UAB foi instituído pelo Decreto 5.8003, de 8 de
junho de 2006 com o intuito de fomentar:

o desenvolvimento da modalidade de educação a


distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a
oferta de cursos e programas de educação superior no
País [...] Desse modo, funciona como um eficaz
instrumento para a universalização do acesso ao ensino

2
LDB – http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf
3
Decreto 5.800/06, instituição da UAB – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Decreto/D5800.htm

23
superior e para a requalificação do professor em outras
disciplinas, fortalecendo a escola no interior do Brasil,
minimizando a concentração de oferta de cursos de
graduação nos grandes centros urbanos e evitando o
fluxo migratório para as grandes cidades (site UAB)4.

Esse sistema é formado por instituições públicas de ensino


superior, as quais se comprometem a levar ensino superior público
de qualidade aos municípios brasileiros. Portanto, tem como base
fortes parcerias entre as esferas federais, estaduais e municipais do
governo. Apesar da prioridade do programa ser a capacitação de
professores da educação básica com a oferta de cursos de
licenciatura e de formação continuada o Sistema Universidade Aberta
do Brasil também disponibiliza vários outros cursos superiores nas
mais diversas áreas do saber, dentre eles o Programa Nacional em
Administração Pública (PNAP) que tem por objetivo a formação e
qualificação de pessoal de nível superior visando ao exercício de
atividades gerenciais, tais como: bacharelado em Administração
Pública, e especializações em Gestão Pública, Gestão Pública
Municipal e Gestão em Saúde.
O Sistema UAB, conforme exposição de Teatini (2012) na
Figura 1, tinha as seguintes configurações:

Figura 1: Dados Sistema UAB de 2012


Fonte: Teatini (2012)
4
Site UAB – http://www.capes.gov.br/component/content/article?id=7836

24
O número de alunos no Brasil, em 2012, era de 293.842, sendo
que 1.794 municípios eram do Nordeste.
Atualmente, o sistema Universidade Aberta do Brasil conta
com 106 Instituições Públicas de Ensino Superior integradas, 160 mil
alunos formados, 729 polos aptos e cerca de 130 mil alunos ativos5.
Nas últimas décadas obtivemos avanços consideráveis quanto à
regulamentação dos cursos de pós-graduação strictu sensu no
âmbito da Educação a Distância. Apesar da regulamentação da EAD,
através do Dec. nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005,
PARA SABER MAIS! e de diversas ações desenvolvidas no sentido de
fomentar a EAD no Brasil, ainda temos muito a
Acesse o site da CAPES:
http://www.capes.gov.br/educa avançar no sentido de políticas públicas,
cao-a-distancia especialmente na questão do financiamento dos
cursos.
Como incentivo à pós-graduação strictu sensu, a UAB
implantou os Mestrados Profissionais em Rede Nacional6. Atualmente
estão disponíveis para a rede os seguintes “Profs” em: Matemática
(Profmat), Física (ProFis), Letras (Profletras), Artes (ProfArtes),
História (ProfHistória), Educação Física (ProEF), Química (ProfQui),
Filosofia (Prof-Filo), Biologia (ProfBio) e Administração Pública
(ProfiAP): “a característica única desses mestrados em rede é que o
público é de professores da rede básica, excetuando o ProfiAp que
está voltada para bacharéis”7
Os instrumentos legais que norteiam as ações de Educação a
Distância, desde sua legalização no Brasil, são:
 Lei nº 9.394/96 (LDB) – em seu artigo 80, nas Disposições
Gerais, cita a Educação a Distância: “O Poder Público
incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas
de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de
ensino, e de educação continuada”.
 Decreto n.º 2.494/98 - 1ª Regulamentação do Art. 80 da
LDB.
 Decreto n° 5.622/05 - Alteração da Regulamentação do
Art. 80 da LDB.

5
http://www.capes.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/8101-encontro-traz-balanco-da-diretoria-de-
educacao-a-distancia-da-capes
6
Sobre os PROFs - http://www.brasil.gov.br/educacao/2015/04/conheca-programas-de-mestrado-
profissional-recomendados-pela-capes
7
Ver matéria site CAPES -

25
 Decreto nº 9.057/17 – Novo Marco Legal da EAD, alterando
o Decreto 5.622.
 Decreto n.º 6.303/07 - Altera dispositivos do Decreto nº
5.622, de 19 de dezembro de 2005, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional, e 5.773/06, que
dispõe sobre o exercício das funções de regulação,
supervisão e avaliação de instituições de educação superior
e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema
federal de ensino.
 Portaria Ministerial n.º 4.361/04 - Normatiza os
procedimentos de credenciamento de instituições para
oferta de cursos de Graduação e Educação Profissional
Tecnológica a distância.
 Portaria Normativa N° 1/07 - Regulação e avaliação da
educação superior na modalidade a distância, dando
destaque para a avaliação dos cursos e Instituições.
 Portaria Normativa N° 2/07 - Regulação e avaliação da
educação superior na modalidade a distância, tratando
especificamente do credenciamento das instituições para
oferta de EAD.
 Portaria Normativa N° 40/07 - Institui o e-MEC, sistema
eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de
informações relativas aos processos de regulação da
educação superior no sistema federal de educação.
 Portaria nº 1.134/16 – Modifica a Portaria nº 4.059/04 que
determina que as instituições de ensino superior poderão
introduzir, na organização pedagógica e curricular de seus
cursos superiores reconhecidos, a oferta de disciplinas
integrantes do currículo que utilizem modalidade
semipresencial, podendo ser ofertadas as disciplinas,
integral ou parcialmente, desde que esta oferta não
ultrapasse 20 % (vinte por cento) da carga horária total do
curso. Regulamenta assim o Artigo 81 da LDB.
 Referenciais de Qualidade para a EAD, de 2007 – São
norteadores para subsidiar atos legais do poder público no
que se referem aos processos específicos de regulação,
supervisão e avaliação da modalidade citada. As
orientações contidas neste documento devem ter função
indutora, não só em termos da própria concepção teórico-
metodológica da educação a distância, mas também da
organização de sistemas de EAD no Brasil.

26
 Portaria CAPES nº 183/16 - Regulamenta as diretrizes para
concessão e pagamento de bolsas aos participantes da
preparação e execução dos cursos e programas de formação
superior, inicial e continuada no âmbito do Sistema
Universidade Aberta do Brasil (UAB).
 Instrução Normativa nº 2/17 - Estabelece procedimentos
de pagamento e parâmetros atinentes à concessão das
bolsas UAB regulamentadas pela Portaria CAPES nº 183/16 e
pela Portaria CAPES nº 15/17 (que altera a portaria nº 183).
Em 2007, com a expansão de suas atribuições, a Capes
assumiu uma visão sistêmica da educação. Assim, novas diretorias
foram criadas, entre elas a de Educação a Distância (DED). Consulte
o site da CAPES (http://www.capes.gov.br/uab) e leia com atenção
a legislação que orienta a oferta da Educação a Distância, e outros
documentos que versam sobre essa modalidade. Você também pode
observar quais instituições têm credenciamento para oferecer
cursos a distância, no nível de graduação e pós-graduação.

ENCERRANDO A UNIDADE

Caro(a) aluno(a), encerramos a 1º unidade de Introdução à


EAD. Nesta Unidade, você teve contato com as informações
primordiais e necessárias para compreensão da modalidade
educacional na qual você está cursando sua graduação. Esperamos
que tenha apreendido o conceito e as principais características da
EAD, entendendo quais seus objetivos e conhecendo sua história no
Brasil e no Mundo, também ficando ciente dos imperativos legais
que regem esta modalidade.
Na Unidade 2 você saberá mais sobre os elementos que
participam, atuam na modalidade a distância. Você perceberá que a
modalidade EAD compreende vários “atores” e várias estruturas.

PARA SABER MAIS, LEIA MAIS!

 Módulo Pedagógico sobre as Concepções pedagógicas -


http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_
pedagogico/Unidade_1.pdf

27
 Sociedade da informação/ Sociedade do conhecimento, de
Sally Burch, disponível em http://vecam.org/article519.html
 Vídeo de anúncios de cursos em EAD por correspondência das
décadas de 1940 a 70 -
https://educacao.uol.com.br/album/2012/04/16/cursos-por-
correspondencia---cursos-a-distancia-se-popularizam-a-partir-da-
decada-de-1940.htm#fotoNav=10
 Vídeo-Infográfico da linha do tempo da EAD no mundo e no
Brasil https://pt.slideshare.net/ClayreMontes/histria-da-educao-
a-distncia-no-mundo-e-no-brasil
 Vídeo-Infográfico sobre um século de história da educação a
distância no Brasil - http://blackboard.grupoa.com.br/blog/um-
seculo-de-historia-da-educacao-a-distancia-no-brasil/

EXERCÍCIOS!
Com base na leitura desta Unidade, responda as questões abaixo:

1. Caso você conversasse com alguém sobre Educação a Distancia, e


de acordo com o conceito dado pelo MEC, você diria que a EAD é:
( ) Uma modalidade
( ) Um modelo
( ) Um sistema
( ) Uma metodologia

2. A fundamentação da Educação a Distância está baseada em que


teoria pedagógica?
( ) Teoria Construcionista
( ) Teoria da Aprendizagem Significativa
( ) Teoria Instrucionista
( ) Mix de várias teorias pedagógicas

3. Dentre as várias características da EAD, qual a mais específica?


( ) Conexão entre o conteúdo e o repertório dos alunos
( ) Distância espaço-temporal entre professor e aluno
( ) Várias formas de estudo
( ) Comunicação massiva

4. Se o principal objetivo da Educação é formar mentes críticas,


qual a característica da EAD determinada por Aretio que mais se
aproxima desse objetivo?
( ) Propiciar uma aprendizagem autônoma e ligada à experiência
( ) Ampliação do acesso à educação
( ) Redução das barreiras de tempo, espaço e idade
( ) Ensino industrializado

28
5. Nos conceitos dados pelos teóricos sobre Educação a Distância
algumas características estão embutidas nestes conceitos, qual
destas NÃO se aplica à EAD?
( ) Permite um maior respeito aos ritmos pessoais dos alunos
( ) A mediação didático-pedagógica ocorre com o uso de meios e
tecnologias de informação e comunicação.
( ) O aluno é levado a assumir a direção do seu processo de
construção do saber
( ) Para a EAD acontecer é necessário a presença constante da
figura do professor em sala de aula.

6. Tomando como base o texto da Constituição Federal de 1998 que


determina que a Educação é um direito de todos, a EAD passou a ser
citada na forma legal. Qual a lei que cita a EAD como alternativa de
ensino?
( ) Decreto n° 5.622/05
( ) LDB n° 9.394/96
( ) Decreto n.º 6.303/07
( ) Decreto n.º 2.494/98

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Bases para o Brasil na sociedade da informação: conceitos, fundamentos e
universo político da indústria e serviços de conteúdo. Brasília: IBICT/Comitê Gestor da
Internet. 1998. Disponível em: <http://infolac.ucol.mx/archivo/mayo/socinfo1.pdf>
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 4.ed. São Paulo: Ed.
Revista dos Tribunais, 1999.
BRASIL. Decreto Nº 9.057, de 25 de Maio de 2017. Brasília: Ministério da Educação, 2017.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2017/decreto/D9057.htm
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm.
BURCH, Sally. Sociedade da informação/Sociedade do conhecimento. Livro Desafio de
Palavras, 2006. (Creative Commons). Disponível em: <http://vecam.org/article519.html>
Censo EAD.BR: Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil 2015. ABED –
Associação Brasileira de Educação a Distância: Curitiba: InterSaberes, 2016.
CHAVES, E. Conceitos Básicos: Educação a Distância. EdutecNet: Rede de Tecnologia na
Educação, 1999.
FRANCO, I.M.; GIUSTA, A.S. (Orgs.). Educação a distância, uma articulação entre teoria e
prática. Belo Horizonte: Editora PUC-Minas, 2003.
LANDIM, Claudia M. F. Educação a distância: algumas considerações. Biblioteca Nacional,
nº 128, livro 20, folha 13, Rio de Janeiro, 1997.
MARCONDES, D. A crise dos paradigmas e o surgimento da modernidade. IN: BRANDÃO, Z.

29
(org). A crise dos paradigmas e a educação. 7.ed. São Paulo: Cortez, 2001.
MARTINS, F. M. Educação a Distância. Material Instrucional. São Luís: UEMA-NEAD, 2006.
MORAN, José M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologia. Informática na
Educação: Teoria & Prática. Porto Alegre, vol. 3, n.1, set. 2000, UFRGS. Programa de Pós-
Graduação em Informática na Educação, pág. 137-144. Disponível em:
https://goo.gl/c0x0KV
NEDER, Maria Lúcia C. A Formação do Professor a Distância: diversidade como base
conceitual. UFMT/IE: Cuiabá, 1999 (Tese de Doutorado).
NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança. São Paulo.
Edições Loyola. 1999.
NUNES, I. Barros. Noções de Educação a Distância. Revista Educação a Distância 4/5,
Dez./93-Abr/94 Brasília, Instituto Nacional de Educação a Distância, pp. 7-25. Disponível
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OLIVEIRA, L. M. P. de O.; LEITE, M. T. M. Concepções Pedagógicas (Módulo Pedagógico).
Curso de Especialização em Saúde da Família, São Paulo: UNIFESP, 2011.
PIAGET, J. Psicologia e pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1969.
PRETI, Oreste. Educação a distância: uma prática educativa mediadora e mediatizada. In:
PRETI, Oreste (org). Educação a distância: início e indícios de um percurso. Cuiabá: UFMT,
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SETZER, V. Os Meios Eletrônicos e a Educação: uma visão alternativa. São Paulo: Editora
Escrituras, Coleção Ensaios Transversais Vol. 10, 2001.
TEATINI, J. C. Gestão e Políticas em EAD no Sistema Universidade Aberta do Brasil –
UAB, 2012. Disponível em: http://slideplayer.com.br/slide/47263/
ZUIN A., PESCE L. Razão instrumental, emancipação e formação online de educadores. In:
Wak (Ed.). Educação online: cenário, formação e questões didático-metodológicas. Rio de
Janeiro: Wak, 2010.

30
Palavra dos Autores

Esperamos realmente que este livro tenha lhe ajudado na tarefa de


entender a Educação a Distância.

A organização desse livro-texto teve como base a compilação dos


conteúdos dos livros já utilizados no NEAD/UFMA e outras
publicações dos autores.

Os conteúdos e as informações não se esgotam aqui. Há muito além


disso!

Muita coisa ainda há que ser estudada; muito conteúdo, ainda há


que ser discutido. Mas cremos que os conteúdos trabalhados aqui
são basicamente essenciais para que você possa vivenciar melhor
essa modalidade. E a partir daqui, aumentar sua vontade em buscar
coisas novas e vislumbrar novas possibilidades através da EAD.

Para que você consiga um melhor resultado nos seus estudos, e que
possa aprender realmente, é aconselhável que leia bastante e tenha
uma leitura variada, pois a EAD está em constante evolução e
desenvolvimento, e é interessante que acompanhe esse momento.

Desejamos-lhe BONS ESTUDOS, SUCESSO nessa etapa de sua vida


acadêmica.

Lembre-se! “Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem


tão pequeno que não possa ensinar”.

Um grande abraço!
Os autores.

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Sobre os autores...

Profª Francimary Macêdo Martins é maranhense de São Luís, mas criada


na região dos cocais (Codó e Caxias). Trabalha com Educação a Distância
desde que terminou a graduação, em 1998. Formada em Letras com
especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira e em Educação
a Distância. É mestre em TICs na formação em EAD e doutora em
Linguística. Já participou e desenvolveu vários projetos na modalidade de
Educação a Distância, atuando na UEMA, UNIVIMA e agora na UFMA. É
professora-adjunta do Departamento de Letras e do Núcleo de Educação a
Distância. Atualmente, é Coordenadora Geral da UAB na UFMA. É também
membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Estudos de
Hipertexto e Tecnologias Educacionais (ABEHTE - 2016/2018). Tem
experiência na área de Educação, com ênfase em Educação a Distância e
Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação a Distância,
TICs, Linguagens Tecnológicas, Tecnologias Educacionais, Linguística,
Linguística Computacional, Linguística de Corpus, Hipertexto e Leitura
Hipertextual, Língua Portuguesa e Educação em Engenharia.

Prof. Reinaldo Portal Domingo é natural da República de Cuba, e já


naturalizado brasileiro.
Possui pós-doutorado pela Universidade Nacional a Distancia (UNED) do
Madrid, Espanha (2015), doutorado em Tecnologia Educativa pela
Academia de Educação da Rússia (1992). Formado em Letras pela
Universidade Pedagógica de Moscou (Russia) em 1978.
É professor-adjunto do Departamento de Medicina e do Núcleo de
Educação a Distância da UFMA. No NEAD exerce a função de Coordenador
Pedagógico e é coord. Adjunto UAB. Também é coordenador e professor do
ProfArtes (mestrado profissional promovido pela CAPES). Tem experiência
na área de Educação, com ênfase em Educação, atuando principalmente
nos seguintes temas: educação a distancia, meios de ensino, tecnologia
educativa, computação educativa e educação, uso da internet, currículo,
avaliação, metodologia da pesquisa e identidade.

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