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FACULDADE DE TECNOLOGIA
PUBLICAÇÃO: G.DM–124A/04
APROVADA POR:
_________________________________________
ANDRÉ PACHECO DE ASSIS, PhD, UnB
(ORIENTADOR)
_________________________________________
NORIS COSTA DINIZ, DSc, UnB
(EXAMINADOR INTERNO)
_________________________________________
Prof. CARLOS ALBERTO LAURO VARGAS, DSc, UFG
(EXAMINADOR EXTERNO)
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
MACKAY, FREDDY ERNESTO ESPINDOLA
Análise do comportamento de aberturas circulares em maciços
rochosos utilizando diferentes sistemas de suporte. [Distrito Federal] 2004
xix, 161p., 297 mm (ENC/FT/UnB, Mestre, Geotecnia, 2004)
Dissertação de Mestrado - Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia.
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental
1. Obras subterrâneas 2. Mecânica das rochas
3. Métodos numéricos 4. Sistemas de suporte
I. ENC/FT/UnB II. Título (série)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MACKAY, F.E. (2004). Análise do Comportamento de Aberturas Circulares em
Maciços Rochosos Utilizando Diferentes Sistemas de Suporte. Dissertação de
Mestrado, Publicação G.DM-124A/04, Departamento de Engenharia Civil e
Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 161p.
CESSÃO DE DIREITOS
NOME DO AUTOR: Freddy Ernesto Mackay Espíndola
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: Análise do comportamento de
aberturas circulares em maciços rochosos utilizando diferentes sistemas de suporte.
GRAU / ANO: Mestre / 2004
_____________________________
Freddy Ernesto Mackay Espíndola
EQN 410/411 Quadra 1 Bloco A Sala 49
70865-000 - Brasilia/DF - Brasil
iii
DEDICATÓRIA
À minha família
iv
AGRADECIMENTOS
v
RESUMO
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE ABERTURAS CIRCULARES EM MACIÇOS
ROCHOSOS UTILIZANDO DIFERENTES SISTEMAS DE SUPORTE
vi
ABSTRACT
BEHAVIOUR OF CIRCULAR OPENINGS IN ROCK MASS BY USING DIFFERENT
SUPPORT DESIGNS
vii
RESUMEN
ANÁLISIS DEL COMPORTAMIENTO DE ABERTURAS CIRCULARES EN
MACIZOS ROCOSOS UTILIZANDO DIFERENTES SISTEMAS DE SOPORTE
viii
ÍNDICE
Capítulo Página
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1
1.1 OBJETIVO........................................................................................................ 2
1.2 DESCRIÇÃO DOS CAPÍTULOS ...................................................................... 3
ix
4.6.4 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO GRIMSTAD & BARTON (1993) ......... 70
4.6.5 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO PALMSTROM (1996)......................... 71
4.7 CASO METRÔ ATENAS .................................................................................. 73
4.7.1 DESLOCAMENTO DO TUNEL SEM SUPORTE .......................................... 74
4.7.2 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO WICKHAM ET AL. (1972) .................. 75
4.7.3 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO BIENIAWSKI (1989) .......................... 77
4.7.4 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO GRIMSTAD & BARTON (1993) ......... 79
4.7.5 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO PALMSTROM (1996)......................... 81
4.8 CASO YACAMBÚ QUIBOR.............................................................................. 83
4.8.1 DESLOCAMENTO DO TUNEL SEM SUPORTE .......................................... 85
4.8.2 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO WICKHAM ET AL. (1972) .................. 86
4.8.3 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO BIENIAWSKI (1989) .......................... 88
4.8.4 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO GRIMSTAD & BARTON (1993) ......... 90
4.8.5 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO PALMSTROM (1996)......................... 92
4.9 ANÁLISE DO FATOR DE SEGURANÇA ......................................................... 94
4.10 DESLOCAMENTOS DO MACIÇO ................................................................. 98
4.11 DISCUSSÕES DESTE CAPÍTULO ................................................................ 109
x
LISTA DE TABELAS
Tabela Página
xi
A.1. Qualidade do maciço rochoso de acordo ao RQD (modificado-Deere et al,
1969) ...................................................................................................................... 121
A.2. Índice Estrutural da Rocha. Parâmetro A: Área Geral de Geologia ................ 122
A.3. Índice Estrutural da Rocha. Parâmetro B: Padrão da junta, direção de
perfuração .............................................................................................................. 123
A.4. Índice Estrutural da Rocha. Parâmetro C: Água subterrânea, condição de
junta........................................................................................................................ 124
A.5. Parâmetros para o cálculo de RMR 1989 (modificado - Bieniawski, 1989)..... 126
A.6. Classificação de parâmetros individuais usados no sistema de
classificação Q (modificado - Hoek, 1998) ............................................................. 129
A.7. Categorias do maciço rochoso de acordo ao valor do índice Q
(modificado-Barton et al., 1974) ............................................................................. 134
A.8. Valores aproximados de SRF em função das razões σc/σ1 e σθ/σc
(modificado - Grimstad & Barton, 1993) ................................................................. 134
A.9. Valores do fator de rugosidade (JR) do RMi (modificado-Palmström,
1996a) .................................................................................................................... 136
A.10. Fator de tamanho e continuidade (JL) do RMi (modificado-Palmström,
1996a) .................................................................................................................... 137
A.11. Fator de alteração da descontinuidade (JA) do RMi (modificado-
Palmström, 1996a) ................................................................................................. 137
A.12. Classificação do RMi (modificado-Palmström, 1996a) .................................. 138
D.1. Quantitativo de material para a solução de Wickham et al. (1972) ................. 157
D.2. Quantitativo de material para a solução de Bieniawski (1989)........................ 158
D.3. Quantitativo de material para a solução de Grimstad e Barton (1993) ........... 159
D.4. Quantitativo de material para a solução de Palmstrom (1996) ....................... 160
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura Página
4.1. Malha de elementos finitos para o Caso Metrô Atenas para o projeto de
suporte segundo Grimstad & Barton (1993) ........................................................... 49
4.2. Malha de elementos finitos em 3D para o Caso Metrô Atenas para o
projeto de suporte segundo Grimstad & Barton (1993) .......................................... 50
4.3. Deslocamento do maciço rochoso na fase de escavação, para o Caso
Metrô Atenas, sem suporte..................................................................................... 51
4.4. Deslocamento do concreto projetado para o Caso Metrô Atenas, para o
critério de projeto de suporte segundo Palmstrom (1996) ...................................... 51
4.5. Efeito escala para o Caso Mina El Teniente.................................................... 53
xiii
4.6. Vista em 3D do deslocamento do túnel sem suporte para o Caso Mina El
Teniente.................................................................................................................. 54
4.7. Seção Transversal Bieniawski (1989) para o Caso Mina El Teniente ............. 56
4.8. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Bieniawski (1989) para o Caso Mina El Teniente ................................................... 56
4.9. Efeito escala para o Caso Rio Grande ............................................................ 59
4.10. Vista em 3D do deslocamento do túnel sem suporte para o Caso Rio
Grande. .................................................................................................................. 60
4.11. Seção Transversal Bieniawski (1989) para o caso Rio Grande..................... 62
4.12. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Bieniawski (1989) para o Caso Rio Grande............................................................ 62
4.13. Efeito escala para o Caso Himachel Pradesh ............................................... 65
4.14. Vista em 3D do deslocamento do túnel sem suporte para o Caso
Himachel Pradesh .................................................................................................. 66
4.15. Seção Transversal Wickham et al. (1972) para o Caso Himachel Pradesh .. 67
4.16. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Wickham et al. (1972) para o Caso Himachel Pradesh .......................................... 68
4.17. Seção Transversal Bieniawski (1989) para o Caso Himachel Pradesh ......... 69
4.18. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Bieniawski (1989) para o Caso Himachel Pradesh................................................. 70
4.19. Seção Transversal Palmstrom (1996) para o Caso Himachel Pradesh......... 72
4.20. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Palmstrom (1996) para o Caso Himachel Pradesh ................................................ 72
4.21. Efeito escala para o Caso Metrô Atenas ....................................................... 74
4.22. Vista em 3D do deslocamento do túnel sem suporte para o Caso Metrô
Atenas .................................................................................................................... 75
4.23. Seção Transversal Wickham et al. (1972) para o Caso Metrô Atenas .......... 76
4.24. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Wickham et al. (1972) para o Caso Metrô Atenas .................................................. 77
4.25. Seção Transversal Bieniawski (1989) para o Caso Metrô Atenas................. 78
4.26. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo método de projeto de
Bieniawski (1989) para o Caso Metrô Atenas......................................................... 79
4.27. Seção Transversal Grimstad & Barton (1993) para o Caso Metrô Atenas .... 80
4.28. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Grimstad & Barton (1993) para o Caso Metrô Atenas ............................................ 81
4.29. Seção Transversal Palmstrom (1996) para o Caso Metrô Atenas................. 82
4.30. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Palmstrom (1996) para o Caso Metrô Atenas ........................................................ 83
4.31. Efeito escala para o Caso Yacambú Quibor.................................................. 85
4.32. Vista em 3D do deslocamento do túnel sem suporte para o Caso
Yacambú Quibor..................................................................................................... 86
4.33. Seção Transversal Wickham et al. (1972) para o Caso Yacambú Quibor..... 87
4.34. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Wickham et al. (1972) para o Caso Yacambú Quibor ............................................ 88
4.35. Seção Transversal Bieniawski (1989) para o Caso Yacambú Quibor ........... 89
4.36. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Bieniawski (1989) para o Caso Yacambú Quibor ................................................... 90
4.37. Seção Transversal Grimstad & Barton (1993) para o Caso Yacambú
Quibor..................................................................................................................... 91
xiv
4.38. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Grimstad & Barton (1993) para o Caso Yacambú Quibor ...................................... 92
4.39. Seção Transversal Palmstrom (1996) para o Caso Yacambú Quibor ........... 93
4.40. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Palmstrom (1996) para o caso Yacambú Quibor.................................................... 94
4.41. Fator de segurança o Caso Mina El Teniente ............................................... 95
4.42. Fator de segurança o Caso Rio Grande ........................................................ 96
4.43. Fator de segurança o Caso Himachel Pradesh ............................................. 96
4.44. Fator de segurança o Caso Metrô Atenas ..................................................... 97
4.45. Fator de segurança o Caso Yacambú Quibor ............................................... 97
4.46. Fator de segurança segundo o GSI de cada caso-estudo............................. 98
4.47. Deslocamento do maciço rochoso para o Caso Mina El Teniente ................ 102
4.48. Deslocamento do maciço rochoso para o Caso Rio Grande ......................... 103
4.49. Deslocamento do maciço rochoso para o Caso Himachel Pradesh .............. 104
4.50. Deslocamento do maciço rochoso para o Caso Metrô Atenas ...................... 105
4.51. Deslocamento do maciço rochoso para o Caso Yacambú Quibor ................ 106
A.1. Processo para medir e calcular o RQD (modificado – Bieniawski, 1989)........ 121
xv
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURA E
ABREVIAÇÕES
xvi
GSI Índice de resistência do maciço rochoso (Geological Stress Index).
GPa Gigapascal.
H Profundidade do túnel.
I Momento de Inércia.
Is Índice de resistência puntiforme.
i Ângulo de inclinação da rugosidade.
ISRM Associação Internacional de Mecânica das Rochas (International Society
for Rock Mechanics).
Jv Número total de descontinuidades por metro cúbico.
Jn Índice de influência do número de famílias de descontinuidades.
Jr Índice de influência da rugosidade da descontinuidade.
Ja Índice de influência de alteração das descontinuidades.
Jw Índice de influência de água nas descontinuidades.
JP Parâmetro de descontinuidade.
JC Fator de condição da descontinuidade.
JL Fator do comprimento e persistência da descontinuidade.
JR Fator de rugosidade da descontinuidade.
JA Fator de alteração da descontinuidade.
k Coeficiente de empuxo em repouso.
kf Rigidez flexional.
kn Rigidez normal ou rigidez axial.
ko Coeficiente de empuxo em repouso.
kN Quilonewton.
kPa Quilopascal.
L Comprimento dos tirantes.
Li Fragmentos de testemunho de sondagem de comprimento maior a 100
mm.
Lr Cumprimento da rocha.
LT Comprimento total do testemunho.
Lw Cumprimento da cunha.
m Constante do critério de ruptura de Hoek & Brown.
m Metro.
m2 Metro quadrado.
3
m Metro cúbico.
mi Constante do critério de ruptura de Hoek & Brown para a rocha intacta.
mb Constante do critério de ruptura de Hoek & Brown para o maciço rochoso.
mm Milímetro.
MEF Método dos elementos finitos.
MN Meganewton.
MPa Megapascal.
nD n representa um número arábico e D representa o diâmetro do túnel de 5
m.
Nj Fator que representa o número de famílias de descontinuidades.
NATM Novo método austríaco de construção de túneis (New Austrian Tunnelling
Method).
pi Pressão interna devida ao suporte (MPa).
P Pressão sobre o suporte no ponto médio do teto (kPa).
P Carga puntiforme de ruptura.
Pcr Pressão de suporte crítico.
Pi* Pressão interna crítica.
xvii
Po Tensão virgem num estado hidrostático de tensões (K0=1,0).
Proof Pressão permanente de suporte no teto.
psm Carga limite do sistema de suporte.
Q Índice de qualidade do maciço rochoso (Rock Quality Index).
Q’ Valor de Q modificado, no qual se considera que a relação entre SRF e Jw
é 1.
r Raio do túnel circular.
ro Raio do túnel (m).
rp Raio da zona plástica.
R Raio de plastificação.
Rp Raio da zona plástica.
Rs Raio da zona de ruptura.
RMi Índice do maciço rochoso (Rock Mass Index).
RMR Qualidade do maciço rochoso (Rock Mass Rating).
RMR’76 RMR na versão 1976 calculado considerando o maciço completamente
seco e com orientação das descontinuidades muito favorável.
RMR89 RMR na versão 1989.
RQD Índice de qualidade da rocha.
RSR Índice estrutural da rocha (Rock Structure Rating).
S Constante do critério de ruptura de Hoek & Brown.
Sr Índice de condições de escavação.
SL Fator do nível de tensões.
SRF Índice de redução de tensões.
uie Deslocamento elástico radial interno da parede do túnel.
uip Deslocamento plástico radial interno da parede do túnel.
usm Deslocamento elástico máximo do sistema de suporte.
uso Deslocamento inicial total.
u Deslocamento total (mm).
Vd Volume do bloco de rocha.
W Peso.
z Profundidade.
2D Duas dimensões.
3D Três dimensões.
α Direção do mergulho.
β Mergulho.
δn Deslocamento normal da descontinuidade.
δs Deslocamento cisalhante da descontinuidade.
φ Ângulo de atrito interno.
φ’ Ângulo de atrito efetivo.
φreduzido Parâmetro de resistência reduzido o bastante e suficiente para manter o
equilibrio.
γ Peso especifico natural.
γ Peso unitário da rocha sobrejacente.
γnão saturado Peso especifico não saturado.
σ Tensão normal.
σc Resistência à compressão uniaxial.
σci Resistência à compressão uniaxial da rocha intacta.
σcd Resistência à compressão uniaxial do corpo de prova com diâmetro d.
σcm Resistência à compressão uniaxial do maciço rochoso.
xviii
σh Tensão geostática horizontal.
σtm Resistência à tração da rocha.
σv Tensão geostática vertical.
σ1 Tensão principal maior na ruptura.
σ3 Tensão principal menor na ruptura.
σ′ Tensão normal efetiva quando ocorre o deslizamento.
σ´1 Tensão principal maior efetiva na ruptura.
σ´3 Tensão principal menor efetiva na ruptura.
σ∗c Resistência à compressão uniaxial residual do maciço rochoso (MPa).
σo Tensão virgem.
σθ Tensão tangencial na parede do túnel.
Δσ3 Incremento de tensão de confinamento.
τ Tensão cisalhante.
τ Tensão cisalhante ao longo da descontinuidade.
τj Tensão cisalhante na descontinuidade.
ν Coeficiente de Poisson.
xix
CAPÍTULO
1
INTRODUÇÃO
Tem sido cada vez mais crescente a utilização do espaço subterrâneo, em especial
os túneis de transporte e adução e as cavernas em rocha. No passado, as quedas
de blocos de rochas foram a principal causa de acidentes em obras subterrâneas.
Ao introduzir o concreto projetado e os tirantes, na substituição das estruturas
frágeis de madeira, a freqüência destes acidentes diminuiu notoriamente através do
tempo, mesmo considerando novas dificuldades impostas por seções maiores e
condições geológicas mais complicadas. Ambos os componentes permitem um
sistema de suporte quase que imediato, provendo uma rápida estabilização do
maciço rochoso. Literalmente milhões de tirantes são instalados no mundo inteiro a
cada ano, e daí que surge a necessidade de estudar estes elementos de suporte.
Nesta dissertação serão estudados o suporte externo ativo e o suporte interno ativo,
em outras palavras será estudado o uso combinado de tirantes e concreto projetado.
Outra classificação comum para os sistemas de suporte considera que estes podem
ser suportes internos ou externos à superfície da escavação subterrânea.
Combinando estas duas classificações, tem-se que:
1
• Suporte Externo Ativo: Sistema de suporte que controla a instabilidade do
maciço na superfície da escavação. São suportes que atuam contra a solicitação de
instabilidade do maciço, ou seja, gerando tensões de equilíbrio aos deslocamentos
do maciço, aportando um incremento na tensão de confinamento (Δσ3) do maciço
circundante, mudando assim a trajetória e o nível de tensões. Este tipo de suporte
pode ser representado por uma força distribuída na superfície de escavação do
maciço. Neste tipo de suporte pode-se citar os seguintes: concreto projetado,
concreto moldado in-loco, segmentos de concreto pré-moldado, segmentos de placa
metálica e cambotas metálicas.
• Suporte Interno Passivo: Sistema de suporte que melhora a capacidade de auto
sustentação do maciço rochoso, normalmente linear, que ao longo de seu
comprimento está coeso ao maciço. É mobilizado com as deformações internas do
maciço, gerando tensão cisalhante ponto a ponto ao longo de seu comprimento. Não
oferece tensão de compressão alguma. Este tipo de suporte é considerado um
reforço ao maciço já que sua função pode ser representada como um acréscimo na
coesão da envoltória de ruptura do maciço ao redor do reforço, ou seja, ele melhora
a capacidade de resistência do maciço. Fazendo uma distribuição homogênea deste
reforço pode-se conseguir a melhoria de resistência do maciço ao redor da
escavação. Neste tipo de suporte tem-se os chumbadores que podem ser de barras
ou cabos, de aço ou resina, injetados com calda de cimento ou resinas.
• Suporte Interno Ativo: Sistema de suporte que controla a instabilidade da
escavação no interior do maciço. Suporte linear interno ao maciço, que está
ancorado em dois extremos pontuais, oferecendo ao maciço uma tensão de
compressão entre os dois pontos ancorados. Esta tensão é maior que o estado de
equilíbrio, com o objetivo de melhorar a qualidade de engastamento da zona a
compressão, oferecendo um confinamento também ao maciço. Neste tipo pode-se
citar os tirantes ancorados de forma mecânica, tirantes injetados com calda de
cimento ou resina, e cabos, mas todos protendidos.
1.1 OBJETIVO
Muitas aproximações teóricas foram formuladas e testes de laboratório executados,
para se ter um maior entendimento do comportamento dos tirantes. Porém variações
naturais, em geral devido a condições geológicas e de tensões no campo, não
2
podem ser totalmente simuladas em laboratório, nem em modelos numéricos (Stjern
1995).
3
CAPÍTULO
2
ELEMENTOS DE
PROJETO EM TÚNEIS
Lauro (1997) fez a análise da interação maciço suporte para o caso de túneis
escavados em rocha, usando suporte externo ativo e suporte interno passivo. Onde
concluiu que os esforços atuantes no suporte externo ativo são influenciados pela
rigidez deste suporte com relação ao sistema maciço-suporte. No caso do sistema
de suporte interno passivo a forma geométrica da escavação assim como a
distribuição do suporte são fatores importantes para conseguir a eficiência do
desempenho do sistema.
4
acordes com verificações experimentais reportadas por Palmstrom & Singh em
2001, citado por Hidalgo (2002).
5
preenchimento. O maciço rochoso resultante pode ser descrito pela forma e
tamanho do bloco e pela condição da descontinuidade. Uma avaliação da influência
da água subterrânea e do número de famílias de descontinuidades que podem
afetar a estabilidade da escavação completa a descrição.
A orientação e inclinação de qualquer plano são definidas por duas medidas que
podem ser expressas como ângulo de mergulho e azimute (rumo do mergulho). Um
dos meios fáceis para definir o ângulo de mergulho e o azimute é imaginar uma
esfera livremente rolando sobre o plano. A esfera se deslocará seguindo a linha de
maior inclinação e é esta linha que define tanto o ângulo de mergulho como o
azimute. O ângulo vertical da linha de inclinação máxima, em relação ao plano
horizontal, é definido como o ângulo de mergulho. A orientação da projeção
horizontal da linha de inclinação máxima, medida em sentido horário, em relação ao
norte, é o rumo de mergulho.
6
Quando uma abertura é escavada na rocha, o campo de tensões in situ é perturbado
e um novo tensor de tensões é induzido na rocha circundante à abertura. Um
conhecimento das magnitudes e das direções das tensões in situ e
conseqüentemente das tensões induzidas é um componente essencial do projeto de
uma escavação subterrânea, para verificar se a resistência da rocha não será
excedida, resultando na instabilidade da abertura.
σv = γ ⋅ z (2.1)
Onde:
σV: Tensão vertical.
γ: Peso unitário da rocha sobrejacente.
z: Profundidade abaixo da superfície.
σ h = ko ⋅ σ v = ko ⋅ γ ⋅ z (2.2)
Onde:
σh: Tensão horizontal.
σv: Tensão vertical.
γ: Peso unitário da rocha sobrejacente.
z: Profundidade abaixo da superfície.
7
ko: Coeficiente de empuxo em repouso.
Terzaghi & Richart em 1952 citado por Hoek et al. (1995) sugeriram que para uma
massa de rocha sedimentar em que nenhuma deformação lateral foi permitida
durante a formação dos estratos sobrejacentes, e sem ser submetida a nenhum
processo de soerguimento posterior, o valor de k é independente da profundidade e
é dado por:
ν
ko = (2.3)
1 −ν
Onde:
ν: Coeficiente de Poisson para o maciço rochoso.
ko: Coeficiente de empuxo em repouso.
Esta expressão, muito usada nos primórdios da mecânica das rochas, provou ser de
pouca aplicabilidade e é raramente utilizada hoje. As medidas de tensões horizontais
em obras civis e de mineração ao redor do mundo mostram que o valor de k tende a
ser alto na superfície e diminui com a profundidade, tendendo a 1 para obras muito
profundas segundo Brown & Hoek em 1978 e Herget em 1988, citado por Hoek et al.
(1995).
8
Figura 2.1. Contornos da tensão principal máxima e da tensão principal mínima, ao
redor de uma perfuração horizontal em rocha, submetida a uma tensão vertical “in
situ” de σv e uma tensão horizontal “in situ” de 3σv, (modificado – Hoek et al., 1995).
9
A Tabela 2.1 ilustra o alcance de problemas a serem considerados. O entendimento
do comportamento do maciço rochoso fraturado requer um estudo da rocha intacta e
das descontinuidades individuais que vão compor o maciço. Depende do número, da
orientação e da natureza das descontinuidades, e dos blocos de rocha intacta que
se trasladam, giram ou esmagam em resposta a tensão imposta sobre o maciço
rochoso. Como um grande número de possíveis combinações de formas e tamanhos
de blocos existentes, é obviamente necessário achar quaisquer tendências que
sejam comuns a todas estas combinações.
10
Tabela 2.1. Sumário das características do maciço rochoso, métodos de ensaio e
considerações teóricas (modificado - Hoek et al., 1995) (continuação).
Característica da Critérios de
Descrição Teórico
Resistência ensaio
Anisotrópico, Ensaio de Comportam
Rocha dependendo do laboratório muito ento muito
compacta com número, da difícil devido a complexo
poucas orientação e da perturbação da da
descontinuidad resistência ao amostra e as interação
es. cisalhamento das limitações de entre os
descontinuidades. equipamento. blocos.
Razoavelmente
isotrópico,
Comportam
altamente
Ensaio triaxial ento das
Rocha com dilatante em níveis
extremamente extremidad
muitas de tensão baixa
difícil devido a es
descontinuidad com partículas
perturbação da angulares
es. que podem
amostra. não
quebrar em níveis
entendido.
de tensão
elevada.
Comportam
ento
Razoavelmente razoavelme
Enrocamento Ensaio triaxial
isotrópico, menos nte
compactado simples, mas
dilatante e entendido
ou caro devido a
resistência menor de
conglomerado grande escala
que “in situ” mecânica
s fracos do equipamento
devido a destroços dos solos
cimentados. necessário.
da estrutura. em
materiais
granulares.
11
Tabela 2.1. Sumário das características do maciço rochoso, métodos de ensaio e
considerações teóricas (modificado - Hoek et al., 1995) (continuação).
Característica da Critérios de
Descrição Teórico
Resistência ensaio
Comportam
ento da
Compactação Ensaio triaxial e rocha
pobre, movimento de cisalhamento residual e
Rocha solta gradual das direto simples, pedregulho,
residual ou partículas mas caro devido adequadam
pedregulho. resultando em a grande escala ente
mobilidade e do equipamento entendido
pouca resistência. necessário. para a
maioria das
aplicações.
• Rocha intacta: refere-se ao bloco não fraturado que ocorre entre uma
descontinuidade estrutural de um maciço rochoso. Estes pedaços podem variar
de alguns milímetros a vários metros e seu comportamento é geralmente
elástico e isotrópico. Para a maioria das rochas ígneas duras e rochas
metamórficas, a ruptura pode ser classificada como frágil (quebradiça), que
implica numa redução repentina da resistência pós-pico. Rochas sedimentárias
(arenitos silicificados) fracas podem apresentar ruptura de uma maneira mais
dúctil, em que há pouco ou nenhuma redução da resistência pós-pico. O
comportamento do tipo visco-elástico ou o comportamento dependente do tempo
normalmente não é considerado significativo, a menos que se esteja lidando
com evaporitos (rocha sal). As propriedades mecânicas dos materiais visco-
elásticos não serão expostas neste capitulo.
• Descontinuidades: é um termo generalizado usado em mecânica das rochas
para todos os tipos de fraquezas estruturais presentes no maciço rochoso.
12
• Resistência: refere ao nível máximo de tensões que pode ser suportado por um
meio ou material. A apresentação dos dados da resistência da rocha e sua
incorporação a um critério de ruptura dependem da preferência do indivíduo e do
fim a qual se pretenda. Quando se lida com problemas de queda de cunha, onde
métodos de equilíbrio limite de análise são usados, o melhor critério de ruptura é
aquele que expressa a resistência ao cisalhamento em termos de tensão normal
efetiva, agindo sobre um plano de descontinuidade. Por outro lado, quando se
analisa a estabilidade das escavações subterrâneas, a resposta da rocha às
tensões principais agindo sobre cada elemento é de interesse superior. Portanto,
uma base de dados de ensaio triaxial, com a ruptura em termos da tensão
principal maior versus tensão principal menor, é a forma mais útil para definir o
critério de ruptura.
A coluna do lado direito da Tabela 2.2 mostra tipos de ruptura ao redor da abertura
da escavação em maciço rochoso altamente tencionado que vai de fragmentação
frágil, formação e queda de placas, no caso de rochas compactas com poucas
juntas, a uma ruptura mais dúctil para rochas muito fraturadas. No último caso, a
presença de muitas descontinuidades fornece liberdade considerável para blocos
individuais de rocha deslizar ou girar dentro do maciço rochoso. A presença de
superfícies de descontinuidades lisas promove o enfraquecimento do maciço
rochoso e contribui para a ruptura dúctil de tais maciços rochosos. No caso
intermediário, a estrutura e a ruptura da rocha intacta combinam para criar uma série
complexa de mecanismos de ruptura. Em situações com distinta resistência
anisotrópica, tal como em camadas finas, rocha dobrada ou laminada, os processos
de ruptura como flambagem ou arqueamento pode ocorrer.
13
Tabela 2.2. Tipos de ruptura que ocorrem em diferentes tipos de maciço rochoso sob
efeito de tensões baixas e elevadas, (modificado - Hoek et al., 1995).
Tensões Baixas In Situ Tensões Altas In Situ
Rocha
Blocos ou cunhas, criadas Ruptura que ocorre como resultado
Fraturada
pela interseção de do deslizamento em superfícies
descontinuidades, queda ou descontínuas e também por
14
Discutindo o sistema de suporte para rocha sobretencionada, é aconselhável
começar com o quadro inferior direito da figura para considerar como um maciço
rochoso muito fraturado rompe, e como o suporte instalado reage aos
deslocamentos induzidos por esta ruptura.
σ 1 = σ cm + k ⋅ σ 3 (2.4)
2 ⋅ c ⋅ cos φ
σ cm = (2.5)
1 − senφ
15
1 + senφ
k= (2.6)
1 − senφ
Onde:
σ1: Tensão axial no momento da ruptura.
σ3: Tensão confinante.
c: Coesão.
φ: Ângulo de atrito do maciço rochoso.
2 ⋅ Po − σ cm
Pcr = (2.7)
1+ k
16
Se a pressão de suporte interno pi é maior que a pressão critica do suporte pcr,
nenhuma ruptura ocorre e o comportamento do maciço rochoso ao redor do túnel é
elástico.
ro (1 + ν )
uie = ( po − pi ) (2.8)
E
Onde:
E: Modulo de Young ou modulo de deformação.
ν: Modulo de Poisson.
Quando a pressão de suporte interna pi é menor que a pressão crítica de suporte pcr,
a ruptura ocorre e o raio rp da zona plástica ao redor do túnel é dado por:
1
⎡ 2( po (k − 1) + σ cm ) ⎤ k −1
rp = ro ⎢ ⎥ (2.9)
⎣ (1 + k )((k − 1) ⋅ pi + σ cm ) ⎦
ro (1 + ν ) ⎡ ⎛ rp ⎞
2
⎤
uip = ⎢2(1 − ν )( po − pcr )⎜⎜ ⎟⎟ − (1 − 2 ⋅ν )( po − pi )⎥ (2.10)
E ⎢⎣ ⎝ ro ⎠ ⎥⎦
Uma situação típica dos deslocamentos previstos pelas Equações 2.8 e 2.10 é dada
na Figura 2.3.
17
Figura 2.3. Representação gráfica da relação entre a Pressão de Suporte e o
deslocamento radial interno, definido pelas equações 2.8 e 2.10, (modificado – Hoek
et al., 1995).
Para entender como a pressão do suporte opera, vale analisar a Figura 2.4 que
mostra a resposta do maciço rochoso ao redor da abertura da escavação.
18
Figura 2.4. Modelo de deformação no teto e no piso de uma escavação de túnel sem
suporte, (modificado – Hoek et al., 1995).
19
Note que a existência de uma ruptura plástica do maciço rochoso circundante ao
túnel, não necessariamente provocará o colapso do túnel. O material já plastificado
ainda tem uma resistência considerável e, sendo a espessura da zona plástica
pequena comparada ao raio do túnel, a única evidência de ruptura são algumas
pequenas rachaduras e uma quantia menor de desagregação ou fragmentação. Por
outro lado, quando uma zona plástica grande é formada e quando os deslocamentos
excessivos ocorrem, a ruptura do maciço rochoso levará à fragmentação e
desagregação e a um colapso semelhante a um túnel sem suporte.
Como ilustrado nas Figuras 2.4 e 2.5, uma certa quantidade de deformação ocorre
adiante da face de escavação do túnel. Na face, aproximadamente 1/3 da
deformação total já ocorreu e esta deformação não poderá ser recuperada. Além do
mais, há quase sempre uma etapa do ciclo de escavação em que há uma lacuna
entre a face da escavação e o elemento de suporte instalado. Assim, deformação
20
ocorre antes do suporte tornar-se eficiente. Este deslocamento inicial total será
chamado uso e é mostrado na Figura 2.6.
Uma vez que o suporte seja instalado e esteja em pleno contato com o maciço, o
suporte começa a se deformar como mostrado na Figura 2.6. O deslocamento
elástico máximo que pode ser acomodado pelo sistema de suporte é usm e a carga
limite do sistema de suporte psm é definida pela deformação do sistema de suporte.
21
ao ponto de que a desagregação do material colapsado seja irreversível. Por outro
lado, se a capacidade do suporte é inadequada (Psm é baixo na Figura 2.6), então a
carga limite do suporte pode ocorrer antes que a curva de reação do maciço rochoso
seja interceptada. Em qualquer um destes casos o sistema de suporte será ineficaz,
já que a condição de equilíbrio, não terá sido alcançada.
Como vários fatores são envolvidos na definição das curvas ilustradas na Figura 2.6,
é muito difícil dar diretrizes gerais na escolha do tipo de suporte para cada situação,
mesmo para casos muito simples, como este de um túnel circular num campo de
tensões hidrostáticas.
C
F= (2.11)
D
Onde:
F: fator de segurança.
C: resistência ou força resistente.
D: tensão ou força imposta.
22
Numa análise mais detalhada se deve levar em consideração a dificuldade de
calcular o verdadeiro valor do fator de segurança, devido a fatores que não podem
ser incluídos nos cálculos de projeto ou numa simulação numérica. No caso de
sistemas de suporte de escavações subterrâneas, na prática as principais
dificuldades são a incorreta seleção de sistema de ancoragem, a precisão do
alinhamento de perfuração do furo para o tirante, o comprimento do furo para o
tirante, ora muito longo ou curto (o que é crítico para ancoragem por meio de resina),
a inadequada colocação de calda de cimento, inadequada dosagem da calda de
cimento, resina expirada, instalação incorreta de tirante com resina (tempo de
mistura), etc. Porém neste trabalho para avaliar o fator de segurança se levou em
conta apenas parâmetros estritamente técnicos.
τ disponivel
Fator de Segurança = (2.12)
τ mínimo necessário para o equilibrio
Onde:
τ: Resistência ao cisalhamento.
c + σ ntgϕ
Fator de Segurança = (2.13)
creduzido + σ ntgϕ reduzido
23
Onde:
c e φ: Parâmetros de resistência.
σn: Componente de tensão normal.
creduzido, e φreduzido: Parâmetros de resistência reduzidos, o bastante e suficiente para
manter o equilíbrio.
c tgϕ
= = ∑ Msf (2.14)
c reduzido tgϕ reduzido
24
Figura 2.7. Diferença entre uso de tirantes e uso de vigas de apoio segundo a
proposta de Stephan, Frölich e Klüpfel em 1913, (modificado – Kovari, 2002).
Figura 2.8. Método antigo de escavação em túneis. Túnel de Lötschberg 1908- 1913,
(modificado – Kovari, 2002).
25
Para alcançar esta meta, perfurações de profundidade suficiente na rocha deveriam
ser feitas, nos quais varas, tubos ou cabos feitos de materiais resistentes, por
exemplo aço, seriam inseridos e fixados ao fim da perfuração de maneira adequada
e poderiam ainda ser cimentados ao longo do comprimento inteiro.
A próxima publicação sobre ancoragens foi escrita por Weigel em 1943, nos Estados
Unidos. Foram relatados ensaios na mina Leadwood (Missouri) realizados nos anos
de 1936 e 1937. O novo sistema consiste em apoiar o maciço debaixo da linha de
arco natural e atiranta-lo no maciço intacto, em especial na região dos pilares, isto
feito antes que a rocha ficasse solta (zona plástica). A seqüência de camadas finas
se torna equivalente a uma só camada grosa, convertida numa viga com inércia
suficiente para transferir a carga até os pilares.
26
teto de uma escavação poderia se apoiar a si mesmo, ao invés de ser apoiado
através de vigas que era o convencional.
O sucesso das ancoragens nos Estados Unidos num espaço muito curto de tempo
pode ser medido por algumas estatísticas. Nos anos 1948-1950, um total de 1400
km de túnel em 350 minas foi sustentado com tirantes. A produção de toneladas
escavadas por turno de trabalho foi dobrada. Em 1949 as minas de carvão atingiram
o melhor desempenho de segurança de todos os tempos, isso atribuído às
ancoragens de teto. Ainda para exemplificar a expansão do uso de tirantes nos
Estados Unidos na década de 50, em 1953, foi instalado 0,5 milhão de tirantes por
mês e em 1957, este total sobe para 3,0 milhões. O uso crescente de tirantes na
Inglaterra, França e Alemanha começou a partir dos anos 50, conduzindo a um
sucesso semelhante, com número significativo de publicações relativas a trabalhos
em laboratórios e pesquisas de campo, como também livros de ensino e a primeira
padronização técnica de tirantes. As ancoragens foram usadas por muito tempo só
em obras de mineração.
A construção de túneis foi afetada por este desenvolvimento rápido. Uma das
primeiras aplicações de tirantes num túnel foi em aproximadamente 250 m do túnel
de adução na barragem “Keyhole” (Wyomming), nos Estados Unidos em 1950.
Depois de fazer a escavação a fogo, o contratante recorreu à colocação de tirantes
no teto, comumente utilizados para prevenir a sobreescavação em minas de carvão
e para segurar blocos de rocha, que caso contrário, poderiam deslizar ou cair. A
seção transversal em ferradura de 3,5 x 4,0 m2 do túnel foi apoiada através de
tirantes dispostos em um semicírculo, de acordo com um critério profissional,
baseado na experiência do construtor. Aprendeu-se neste túnel que um sistema caro
de cambotas metálicas ou suporte de vigas de madeira para proteger os
trabalhadores numa rocha muito fraturada, poderia se ineficiente, e melhor se
trocado por tirantes.
27
concedida caso se obedecesse a condições estritas, entre elas a aplicação de aço
amarrado no teto (canais aderidos a rocha) e a colocação de gunita (concreto
projetado) na rocha o mais rápido possível, depois que os tirantes fossem
instalados. Foi concluído que nenhuma viga de madeira seria necessária com este
método, e a vantagem em relação a cambotas metálicas foi uma redução de 85% na
quantidade de aço utilizada para apoiar o teto. Em um relatório adicional de Pierce
em 1953 é mencionado que neste esquema mais de 19,5 km de teto foram
ancorados, sem nenhuma fatalidade ou acidente devido a quedas de teto. Uma das
razões para este sucesso de segurança é que os tirantes podem ser aplicados mais
próximos da face de escavação do que as tradicionais cambotas metálicas. Sobre o
mecanismo de suporte, é mencionado que enquanto as vigas de madeira podem
chegar ao colapso, tirantes de teto ajudam a gerar uma força de resistência no
maciço segundo Miller em 1952.
Figura 2.9. Túnel East- Delaware – Weiss 1952. Uso de Tirantes no teto, (modificado
– Kovari, 2002).
28
Os altos índices de avanço, o registro de segurança excelente e o sucesso
econômico alcançado neste grande projeto tiveram uma influência enorme no
mundo da construção de túneis. Isto foi facilitado pelo nível técnico alto das
publicações. Assim esta obra do túnel de adução de água de Nova Iorque, junto com
a experiência adquirida na indústria mineira, encorajou o mundo a empregar tirantes,
com ou sem concreto projetado, em projetos ainda em execução do mesmo porte ou
maior ainda.
29
No. 1462256). Rabcewicz escreveu em 1957 que sem dúvida foram alcançados os
maiores avanços desta tecnologia na Suécia, devido ao grande número de usinas
hidroelétricas, com circuito hidráulico subterrâneo. De modo similar ocorre na
Noruega, onde Heggstad em 1956, mencionou que a introdução do método de
tirantes no teto conduziu a simplificações consideráveis nas operações de
escavação de centrais elétricas. Tirantes cimentados e também arcos reforçados de
gunita com espessura de 10 a 12 cm foram usados.
30
O Túnel “Mt. Blanc” (Figura 2.12) de 11,6 km de duas pistas de estrada, com uma
sobrecarga de máxima de mais de 2200 m, entre a França e a Itália foi construído
entre 1958 e 1962. A área da seção transversal é variável (75 - 90 m2), dependendo
do tamanho dos dutos de ventilação. Os fenômenos de apertamento (“squeezing”) e
explosão violenta (“rockburst”) da rocha puderam ser controlados com o uso
sistemático de tirantes. Graças a esta técnica, a escavação de face plena foi
aplicada até mesmo debaixo de condições geológicas difíceis, onde a face foi
também suportada com até 50 tirantes. É informado que um total 72000 tirantes
foram usados num período de dois anos. Baseado na experiência excelente do túnel
de adução da barragem de Randen, o uso de tirantes foi decidido já em 1954 na
fase de projeto.
31
O Aproveitamento Hidroelétrico “Snowy Mountain” é considerado como um dos
projetos de engenharia civil de maior importância do último século. Sua construção
envolveu um comprimento total de 145 km de túnel, com uma largura aproximada de
6 m, e cavernas para a casa de força. A proposta inicial de 1949 já incluía nas
especificações de contrato o uso predominante de tirantes do tipo fenda e cunha
(“slot” e “swedge”), e de cambotas metálicas somente em casos excepcionais, como
por exemplo, o apertamento ("squeezing") do maciço. A construção do túnel
começou em 1955. O uso sistemático de tirantes também foi adotado para a grande
casa de força, de 23 m em largura e 33 m em altura. O uso de tirantes foi requerido
tanto para o uso temporário como para apoio permanente (Figura 2.13).
32
Figura 2.14. Complexo energético “Snowy Mountain”, Austrália.
33
CAPÍTULO
3
CASOS DE ESTUDO
Neste capítulo são apresentados cinco casos reais de obras de engenharia civil,
realizadas em maciços rochosos, em distintas localizações do mundo. Estes casos
serão utilizados como casos de estudos para comparar diferentes sistemas de
classificação geomecânica e seus respectivos sistemas de suporte propostos. Para
cada caso será feita a classificação geomecânica, verificando o suporte sugerido e
simulando numericamente a escavação com este suporte, para calcular o fator de
segurança. Para cada caso estudo, objetiva-se conhecer as principais
características tais como tipo de rocha e qualidade do maciço rochoso,
apresentando os parâmetros geomecânicos e do critério de ruptura de Hoek-Brown
ou Mohr–Coulomb.. Para simular o maciço rochoso no programa Plaxis 3D Tunnel,
utiliza-se os dados de coesão (C), ângulo de atrito interno (φ) e módulo de
deformabilidade do maciço rochoso (Em). Com a ajuda da bibliografia e de pesquisas
destas obras, os dados de profundidade, peso específico (γ) e tipo de rocha foram
deduzidos e outras vezes idealizados, sempre tomando o cuidado de respeitar as
características principais de cada obra. O parâmetro mais importante nestas
deduções foi o índice de resistência geológica do maciço rochoso (GSI). Este dado
foi apresentado por Hoek (1998) para os cinco casos de estudo, e serviu como base
para retrocalcular os índices das classificações geomecânicas de Bieniawski (1989)
e Barton et al. (1974), bem como também para as classificações geomecânicas de
Wickham et al. (1972) e Palmstrom (1996). Os dados destas obras de engenharia
foram aproveitados para a simulação de uma construção hipotética de um túnel de 5
m de diâmetro, em cada um destes locais. Todos estes dados em conjunto podem
ser encontrados no Capítulo 4. A relevância destes casos-estudo é oferecer cinco
qualidades de rocha distintas, que vão de excelente a péssima. Cada caso adquiriu
um codinome, este relativo à obra de engenharia exposta neste capitulo.
34
3.1 CASO MINA EL TENIENTE
35
Tabela 3.1. Parâmetros intrínsecos do caso da Mina “El Teniente”, Chile.
σci mi GSI s φ´ c´ Em
51 MPa 16,3 75 0,062 42° 4,3 MPa 30 GPa
O projeto de bombeamento Rio Grande na Argentina (Figura 3.2) inclui uma casa de
força subterrânea de grandes dimensões, um complexo para o controle de ondas e
um túnel de descarga de 6 km de comprimento. O maciço rochoso que cerca estas
escavações é um gnaisse com muito poucas descontinuidades, cujas características
típicas estão apresentadas na Tabela 3.2.
Figura 3.2. Túnel de fuga do caso Rio Grande, Argentina (modificado - Hoek, 1998).
36
3.3 CASO HIMACHEL PRADESH
37
Tabela 3.3. Parâmetros intrínsecos do AHE Nathpa Jhakri, India.
σci mi GSI mb s a φ´ c´ σcm Em σtm
30 2,0 8,2 13 -0,14
15,6 65 4,5 0,02 0,5 40°
MPa MPa MPa GPa MPa
Kavvadas et al. em 1996, citado por Hoek (1998) descreveram alguns dos aspectos
geotécnicos associados com a construção de 18 km de túneis e 21 estações
subterrâneas do Metrô de Atenas (Figura 3.4). Estas escavações são todas rasas
com profundidades médias até o teto (cobertura) entre 15 e 20 m. O problema
principal é a bacia de recalques da superfície e não a ruptura do maciço rochoso ao
redor da escavação.
38
O maciço rochoso é localmente conhecido como xisto ateniense que é o termo
usado para descrever uma sucessão de sedimentos cretáceos, tipo flische,
apresentando também camadas finas de argila, arenito calcário, siltito, ardósia, xisto
argiloso e pedras calcárias. As formações do xisto ateniense foram também sujeitas
a intensos dobramentos e empuxos. Depois processos de falhamento provocaram
fraturas, desgaste e alteração dos depósitos. As propriedades do maciço rochoso do
xisto completamente decomposto estão listadas na Tabela 3.4.
39
Figura 3.5. Caso do Túnel Yacambú Quibor, Venezuela. (modificado -
www.yacambu-quibor.com, 2004)
40
CAPÍTULO
4
COMPORTAMENTO DE TÚNEIS
UTILIZANDO DIFERENTES
SOLUÇÕES DE SISTEMAS DE
SUPORTE
41
Estas duas classes de análise podem ser combinadas na forma de modelos híbridos
para aumentar ao máximo as vantagens e reduzir as desvantagens de cada método.
É possível fazer algumas observações gerais sobre os dois tipos de aproximações
discutidos acima. Nos métodos de domínio, uma quantia significativa de esforços é
requerida para criar o arquivo de dados (pré-processamento), inclusive gerar a
malha que é usada para dividir o maciço rochoso em elementos. No caso de
modelos complexos, como aqueles que exigem muitas aberturas, a geração da
malha pode se tornar complicada. A disponibilidade de programas de pré-
processamento e geradores de malha otimizados faz esta tarefa muito mais simples
do que quando a entrada de dados e a geração de malha eram simplesmente
manual. Em contraste, os métodos de contorno requerem que somente o limite de
escavação seja discretizado e o maciço rochoso circundante seja tratado como um
meio contínuo infinito. Estes métodos são bem mais limitados em termos de modelos
constitutivos disponíveis para definir o comportamento do maciço rochoso.
42
• Elementos volumétricos - elementos tipo cunha de 15 nós são disponíveis para
maciço-estrutura.
• Tirantes - são elementos de mola utilizados na modelagem deste tipo de suporte.
• Túneis - esta opção oferece um modo de criação conveniente para túneis com
43
Quanto aos dados de entrada, é importante indicar que a memória de cálculo
começa com a primeira fase de um projeto e construção de uma obra subterrânea.
Esta fase compreende o conhecimento da geologia local e das investigações
geológicas realizadas (Hoek 1998). Com a informação disponível dos casos de
estudo (Capítulo 3) e deduções lógicas foi possível determinar o tipo de rocha e a
profundidade da obra em questão. Assumindo que foram feitos ensaios de
laboratório e campo, ou através de classificações geomecânicas, tem-se as
propriedades e parâmetros do maciço como: módulo de elasticidade (Eref), ângulo de
atrito (φ) e coesão (cref). Já na modelagem numérica do maciço rochoso, em
concordância com a rocha, se adotou o coeficiente de Poisson (ν) e o peso
especifico natural (γ). O modelo usado para o maciço rochoso foi o de Mohr-
Coulomb, não poroso (meramente para não lidar com o dado de entrada de peso
especifico saturado, já que foi assumido que o maciço não possui presença de
água). Com estes dados o Programa Plaxis 3D Tunnel calcula automaticamente os
parâmetros alternativos de rigidez, que também podem ser inseridos de modo
opcional. Estes são: o módulo cisalhante (Gref) e o módulo oedometrico (Eoed). A
seguir se apresenta as formulações:
E ref
Gref = (4.1)
2(1 + ν )
(1 − ν )E ref
E oed = (4.2)
(1 − 2ν )(1 + ν )
Onde:
Gref: Módulo cisalhante.
ν: Coeficiente de Poisson.
Eref: Módulo de Elasticidade.
Eoed: Módulo oedométrico.
Foi adotada interface rígida porque permite modelar mais realisticamente a interação
entre as estruturas de concreto projetado e tirantes, com o maciço rochoso, de forma
áspera e não lisa.
44
Depois de terem sido avaliadas as propriedades básicas do maciço rochoso,
procedeu-se com a classificação dos maciços utilizando os sistemas RSR, RMR, Q e
RMi (Apêndice A).
Por não ter informações detalhadas do maciço rochoso foi escolhido o critério de
equivalência de GSI (Hoek 1995) para a determinação do valor de RMR e de Q. A
seguir se apresentam as formulações respectivas.
GSI − 44
⎛ RQD ⎞⎛ J r ⎞
Q' = ⎜⎜ ⎟⎟⎜⎜ ⎟⎟ (4.5)
⎝ J n ⎠⎝ J a ⎠
Onde:
GSI: Índice de resistência do maciço rochoso.
RMR89: Classificação do maciço rochoso segundo Bieniawski (1989), para um
maciço rochoso sem presença de água e sem efeito negativo da orientação
das descontinuidades em relação à obra.
Q’: Classificação do maciço rochoso segundo Barton et al. (1974), para um
maciço rochoso sem presença de água e sujeito a condições de tensões
médias.
RQD: Índice de qualidade da rocha.
Jn: Índice de influência do número de famílias de descontinuidades.
Jr: Índice de influência da rugosidade da descontinuidade.
Ja: Índice de influência de alteração da descontinuidade.
45
Também idealizando alguns atributos, mas sempre respeitando as características
principais do maciço rochoso de cada caso de estudo, este foi classificado segundo
o critério RMi de Palmstrom (1996), exposto no Item A.4.
Para o segundo sistema de suporte foi utilizado o critério de Bieniawski (1989), que
é uma série de guias de escolha do suporte para túneis em rocha, conforme o valor
de RMR, encontradas no Item B.2.
Onde:
ESR: Índice de Suporte que depende do tipo de escavação.
46
Para o sistema de suporte pelo método RMi, tem-se as tabelas e a figura do Item
B.4. Primeiro deve-se definir o fator de continuidade (CF), para tal se assumiu o
diâmetro do túnel (Dt) de 5 m, e o diâmetro do bloco (Db) foi adotado em função de
cada tipo de maciço. Neste sistema existem duas divisões, quando CF for inferior a
5 entra-se na categoria de maciço contínuo e quando CF for superior a 100 entra-se
na categoria de maciço altamente fraturado. Para o caso de maciço contínuo,
determina-se o fator de competência do maciço (Cg), que é a divisão do valor de
RMi e da tensão tangencial na parede (σθ), e com a ajuda da Figura B.3, se
determina a espessura do concreto projetado e o espaçamento dos tirantes. Para o
caso de um maciço altamente fraturado se calculou o fator de condição do maciço
(Gc) e o Índice de Dimensão, para se conhecer as características do suporte.
Para o concreto projetado foi usado o elemento placa do Plaxis 3D Tunnel, cujos
parâmetros estão na Tabela 4.2.
47
Tabela 4.2. Propriedades do concreto projetado.
Espessura do concreto projetado e e m
Comprimento da seção do material b 1 m
Área A = e⋅b A m2
Modulo de Elasticidade E 25 GPa
Rigidez Normal kn = EA kn kN
b ⋅ e3
Momento de Inércia I= I m4
12
Rigidez Flexional kf = EI kn kN·m2
Peso especifico * γ 21,7 kN/m3
Coeficiente de Poisson ν 0,15 -
* Ver Tabela 4.3
Tabela 4.3. Concreto projetado reforçado com fibras de aço e aditivo de sílica,
projetado a seco.
Mistura a seco
Componentes
kg/m3 % materiais seco
Cimento 420 19,0
Aditivo Sílica 50 2,2
Agregado misturado 1670 75,5
Fibras metálicas 60 2,7
Acelerador 13 0,6
Água Controlado no bico da mangueira
Total 2213 100
w =γ ⋅e (4.7)
48
Uma vez determinados os parâmetros dos materiais se procede a construção da
geometria em 2D no Plaxis 3D Tunnel. Para o desenho da geometria deve-se levar
em conta a definição do domínio e das condições de contorno. A discretização do
domínio é semi-automático, devendo-se afinar a malha nas regiões de maior
interesse. Um exemplo de malha 2D está apresentado na Figura 4.1.
Figura 4.1. Malha de elementos finitos para o Caso Metrô Atenas para o projeto de
suporte segundo Grimstad & Barton (1993).
49
as diferentes classificações geomecânicas. A distância da colocação entre linhas de
tirante foi sempre de 2,5 m ao longo do eixo longitudinal do túnel, a partir da face de
escavação.
Figura 4.2. Malha de elementos finitos em 3D para o Caso Metrô Atenas para o
projeto de suporte segundo Grimstad & Barton (1993).
50
Figura 4.3. Deslocamento do maciço rochoso na fase de escavação, para o Caso
Metrô Atenas, sem suporte.
Figura 4.4. Deslocamento do concreto projetado para o Caso Metrô Atenas, para o
critério de projeto de suporte segundo Palmstrom (1996).
51
Autocad 2005. Como os deslocamentos eram insignificantes em comparação ao raio
do túnel foram necessários aumentar as magnitudes destes, através de um efeito
escala. Este efeito escala foi realizado para cada caso de estudo. Finalmente é
apresentada uma figura que mostra em três dimensões os deslocamentos do túnel
levando em consideração o efeito escala. Em detalhe são mostrados os
deslocamentos do túnel depois da face de escavação.
Tabela 4.4. Parâmetros dos materiais usados na simulação numérica para o Caso
Mina El Teniente.
Rocha
Modelo do Mohr-Coulomb Gref 12,5 GPa
material
Tipo de material Não poroso Eoed 33,3 GPa
γnão saturado 27 kN/m3 cref 4,32 MPa
Eref 30,0 GPa φ 42°
ν 0,20 Interface Rígida
Tipo de rocha Braden Brecha (Rocha Ígnea, Profundidade 300 m
Extrusiva Pyroclástica)
Ko 1,5 GSI 75
Tirante
Tipo de material Elastoplástico Fmax 121 kN
Diâmetro 0,02 m E 42 GPa
2
Área 0,000314 m EA 13,1 MN
Concreto Projetado
Tipo de material Elástico EA 1,25 GN/m
Identificação Placa1 EI 260,42 kPa/m
W 1,08 kN/m2 ν 0,150
52
Para este caso-estudo, os deslocamentos das cinco análises, uma sem suporte e
quatro com os suportes dados pelas classificações geomecânicas, foram plotados
com um fator de escala, conforme a Figura 4.5.
A Figura 4.6 apresenta os resultados do túnel sem suporte para o Caso Mina El
Teniente. Os deslocamentos máximos foram de 0,28 mm no teto e 0,74 mm na
lateral do túnel, e o fator de segurança foi de 4,55.
53
Figura 4.6. Vista em 3D do deslocamento do túnel sem suporte para o Caso Mina El
Teniente.
Tabela 4.5. Critério de projeto Wickham et al. (1972) para o Caso Mina El Teniente.
54
Tabela 4.5. Critério de projeto Wickham et al. (1972) para o Caso Mina El Teniente
(continuação).
55
Figura 4.7. Seção Transversal Bieniawski (1989) para o Caso Mina El Teniente.
56
4.4.4 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO GRIMSTAD &
BARTON (1993)
Esta solução de projeto está baseada no método de Grimstad & Barton (1993),
descrito nos Apêndices A e B. A partir do valor de GSI para este maciço rochoso
reportado por Hoek (1998), pode-se calcular o valor de Q' (Hoek et al. 1995) usando
a Equação 4.4.
A Tabela 4.6 apresenta o resumo da aplicação deste método, concluindo que este
maciço rochoso não necessitaria de sistema de suporte, cujo comportamento do
túnel seria o já apresentado na Figura 4.6.
Tabela 4.6. Critério de projeto Grimstad & Barton (1993) para o Caso Mina El
Teniente.
Q´ 31
ESR 1
Esta solução de projeto está baseada no método de Palmstrom (1996), descrito nos
Apêndices A e B. A Tabela 4.7 resume a aplicação deste método para o caso da
Mina El Teniente, concluindo não ser necessário nenhum sistema de suporte.
Tabela 4.7. Critério de projeto Palmstrom (1996) para o Caso Mina El Teniente.
57
Tabela 4.7. Critério de projeto Palmstrom (1996) para o Caso Mina El Teniente
(continuação).
JC 1 D 0,37 Vd 900 m3
JP 2,48 σc 51 MPa RMi 126,4
CF 0,17 Maciço Contínuo
σv 8,1 MPa σθ 12,96 Cg 9,75
Tabela 4.8. Parâmetros dos materiais usados na simulação numérica para o Caso
Rio Grande.
Rocha
Modelo do Mohr-Coulomb Gref 17,5 GPa
material
Tipo de material Não poroso Eoed 46,7 GPa
3
γnão saturado 28,67 kN/m cref 9,4 MPa
Eref 42 GPa φ 43°
ν 0,20 Interface Rígida
Tipo de rocha Gnaisse (Metamórfica,foliada) Profundidade 300 m
Ko 1,5 GSI 75
Tirante
Tipo de material Elastoplástico Fmax 121 kN
Diâmetro 0,02 m E 42 GPa
Área 0,000314 m2 EA 13,1 MN
Concreto Projetado
Tipo de material Elástico EA 1,25 GN/m
Identificação Placa1 EI 260,42 kPa/m
W 1,08 kN/m2 ν 0,150
58
Para este caso-estudo, os deslocamentos das cinco análises, uma sem suporte e
quatro com os suportes dados pelas classificações geomecânicas, foram plotados
com um fator de escala, conforme a Figura 4.9.
A Figura 4.10 apresenta os resultados do túnel sem suporte para o Caso Rio
Grande. Os deslocamentos máximos foram de 0,28 mm no teto e 0,62 mm na lateral
do túnel, e o fator de segurança foi de 8,45.
59
Figura 4.10. Vista em 3D do deslocamento do túnel sem suporte para o Caso Rio
Grande.
Tabela 4.9. Critério de projeto Wickham et al. (1972) para o Caso Rio Grande.
60
Tabela 4.9. Critério de projeto Wickham et al. (1972) o Caso Rio Grande
(continuação).
Parâmetro Valor Descrição
Espaçamento das juntas: Compacta >1,2 m, Direção da
camada geológica paralela ao eixo, Direção de perfuração,
B 40
Quaisquer direção, Mergulho de juntas
representativas:Achatado
C 25 Suma A+B = 30+40 = 70, Condição de junta: boa
O maciço rochoso não precisaria de suporte e a
A+B+C 95 deformação do túnel vai ser a mesma que aquela que é
sem o uso de suporte.
61
Figura 4.11. Seção Transversal Bieniawski (1989) para o caso Rio Grande.
62
4.5.4 SISTEMA DE SUPORTE SEGUNDO GRIMSTAD &
BARTON (1993)
Esta solução de projeto está baseada no método de Grimstad & Barton (1993),
descrito nos Apêndices A e B. A partir do valor de GSI para este maciço rochoso
reportado por Hoek (1998), pode-se calcular o valor de Q' (Hoek et al. 1995) usando
a Equação 4.4.
A Tabela 4.10 apresenta o resumo da aplicação deste método, concluindo que este
maciço rochoso não necessitaria de sistema de suporte, cujo comportamento do
túnel seria o já apresentado na Figura 4.10.
Tabela 4.10. Critério de projeto Grimstad & Barton (1993) para o Caso Rio Grande.
Q´ 31
ESR 1
Esta solução de projeto está baseada no método de Palmstrom (1996), descrito nos
Apêndices A e B. A Tabela 4.11 resume a aplicação deste método, concluindo não
ser necessário nenhum sistema de suporte.
Tabela 4.11. Critério de projeto Palmstrom (1996) para o Caso Rio Grande.
Rugosidade a pequena escala: rugosa, rugosidade de
JR 4
grande escala: fortemente
Comprimento de descontinuidade: 10-30, Termo: longa /
JL 0,75
comprida, descontinuidade não persistente
JA 0,75 Descontinuidades fechadas ou soldadas
JC 4 D 0,28 Vd 27 m3
JP 0,8 σc 110 MPa RMi 88
CF 1,67 Maciço Continuo
σv 8,6 MPa σθ 13,76 Cg 6,4
63
4.6 CASO HIMACHEL PRADESH
Tabela 4.12. Parâmetros dos materiais usados na simulação numérica para o Caso
Himachel Pradesh.
Rocha
Modelo do Mohr-Coulomb Gref 5,3 GPa
material
Tipo de Não poroso Eoed 14,8 GPa
material
γnão saturado 26,5 kN/m3 cref 2,0 MPa
Eref 13,0 GPa φ 40,0 °
ν 0,22 Interface Rígida
Tipo de Rocha Metamórfica foliada Profundidade 300 m
rocha Quartzo mica schisto com juntas
Ko 1,5 GSI 65
Tirante
Tipo de Elastoplástico Fmax 121 kN
material
Diâmetro 0,02 m E 42 GPa
Área 0,000314 m2 EA 13,1 MN
Concreto Projetado
Tipo de Elástico EA 1,25 GN/m
material
Identificação Placa1 EI 260,420 kPa/m
W 1,08 kN/m2 ν 0,150
64
Para este caso-estudo, os deslocamentos das cinco análises, uma sem suporte e
quatro com os suportes dados pelas classificações geomecânicas, foram plotados
com um fator de escala, conforme a Figura 4.13.
A Figura 4.14 apresenta os resultados do túnel sem suporte para o Caso Himachel
Pradesh. Os deslocamentos máximos foram de 0,85 mm no teto e 1,83 mm na
lateral do túnel, e o fator de segurança foi de 2,58.
65
Figura 4.14. Vista em 3D do deslocamento do túnel sem suporte para o Caso
Himachel Pradesh.
66
Tabela 4.13. Critério de projeto Wickham et al. (1972) para o Caso Himachel
Pradesh.
Figura 4.15. Seção Transversal Wickham et al. (1972) para o Caso Himachel
Pradesh.
67
Figura 4.16. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Wickham et al. (1972) para o Caso Himachel Pradesh.
A partir do valor do GSI, dado por Hoek (1998), se pode obter o valor de RMR89
(Hoek et al. 1995):
68
Porem, resultando em tirantes (diâmetro de 20 mm, com calda de concreto), de 3 m
de comprimento, localizados no teto e espaçados de 2,5 m ao longo da linha
transversal, tela de aço opcional, e concreto projetado com espessura de 50 mm no
teto, onde necessitar.
Para determinar o suporte foi usada a Tabela B.1. O esquema deste sistema de
suporte está mostrado na Figura 4.17.
Figura 4.17. Seção Transversal Bieniawski (1989) para o Caso Himachel Pradesh.
69
Figura 4.18. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Bieniawski (1989) para o Caso Himachel Pradesh.
Esta solução de projeto está baseada no método de Grimstad & Barton (1993),
descrito nos Apêndices A e B. A partir do valor de GSI para este maciço rochoso
reportado por Hoek (1998), pode-se calcular o valor de Q' (Hoek et al. 1995) usando
a Equação 4.4.
A Tabela 4.14 apresenta o resumo da aplicação deste método, concluindo que este
maciço rochoso não necessitaria de sistema de suporte, cujo comportamento do
túnel seria o já apresentado na Figura 4.14.
70
Tabela 4.14. Critério de projeto Grimstad & Barton (1993) para o Caso Himachel
Pradesh.
Q´ 10
ESR 1
Esta solução de projeto está baseada no método de Palmstrom (1996), descrito nos
Apêndices A e B. A Tabela 4.15 resume a aplicação deste método, concluindo que
precisa de um sistema de suporte, resultando em tirantes de 2 m de comprimento,
espaçados de 2 m ao longo da linha transversal, e concreto projetado com
espessura de 50 mm. O esquema deste sistema de suporte está mostrado na Figura
4.19. Os resultados da simulação estão na Figura 4.20, que indicam deslocamentos
máximos de 1,14 mm no teto e 2,09 mm na lateral, e fator de segurança de 4,37.
Tabela 4.15. Critério de projeto Palmstrom (1996) para o Caso Himachel Pradesh.
71
Figura 4.19. Seção Transversal Palmstrom (1996) para o Caso Himachel Pradesh.
72
4.7 CASO METRÔ ATENAS
Tabela 4.16. Parâmetros dos materiais usados na simulação numérica para o Caso
Metrô Atenas.
Rocha
Modelo do material Mohr-Coulomb Gref 160 MPa
Tipo de material Não poroso Eoed 480 MPa
γnão saturado 27,1 kN/m3 cref 90,0 kPa
Eref 398 MPa φ 22,4°
ν 0,25 Interface Rígida
Tipo de rocha Schisto Ateniano, Profundidade 20 m
Metamórfico foliado
Ko 1,5 GSI 20
Tirante
Tipo de material Elastoplástico Fmax 121 kN
Diâmetro 0,02 m E 42 GPa
Área 0,000314 m2 EA 13,1 MN
Concreto Projetado
Tipo de material Elástico EA 2,5 GN/m
Identificação Placa2 EI 2,08 MPa/m
W 2,17 kN/m2 ν 0,15
Tipo de material Elástico EA 3,7 GN/m
Identificação Placa3 EI 7,03 MPa/m
W 3,25 kN/m2 ν 0,15
Tipo de material Elástico EA 5,0 GN/m
Identificação Placa4 EI 16,7 MPa/m
2
W 4,34 kN/m ν 0,15
73
Para este caso-estudo, os deslocamentos das cinco análises, uma sem suporte e
quatro com os suportes dados pelas classificações geomecânicas, foram plotados
com um fator de escala, conforme a Figura 4.21.
A Figura 4.22 apresenta os resultados do túnel sem suporte para o Caso Metrô
Atenas. Os deslocamentos máximos foram de 14 mm no teto e 16 mm na lateral do
túnel, e o fator de segurança foi de 1,35.
74
Figura 4.22. Vista em 3D do deslocamento do túnel sem suporte para o Caso Metrô
Atenas.
75
Tabela 4.17. Critério de projeto Wickham et al. (1972) para o Caso Metrô Atenas.
Figura 4.23. Seção Transversal Wickham et al. (1972) para o Caso Metrô Atenas.
76
Figura 4.24. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Wickham et al. (1972) para o Caso Metrô Atenas.
A partir do valor do GSI, dado por Hoek (1998), se pode obter o valor de RMR89
(Hoek et al. 1995):
77
Resultando em tirantes (diâmetro de 20 mm, com calda de concreto), de 5 m de
comprimento, localizados no teto e paredes espaçados de 1,5 m ao longo da linha
transversal, tela de aço opcional, e concreto projetado com espessura de 100 mm.
Para determinar o suporte foi usada a Tabela B.1.
Figura 4.25. Seção Transversal Bieniawski (1989) para o Caso Metrô Atenas.
78
Figura 4.26. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Bieniawski (1989) para o Caso Metrô Atenas.
A Tabela 4.18 apresenta o resumo da aplicação deste método, concluindo que este
maciço rochoso necessitaria sistema de suporte, resultando em tirantes de 2,4 m de
comprimento, espaçados de 2 m ao longo da linha transversal, e concreto projetado
com espessura de 150 mm. O esquema deste sistema de suporte está mostrado na
Figura 4.27. Os resultados da simulação estão na Figura 4.28, que indicam
79
deslocamentos máximos de 1,59 mm no teto e 2,76 mm na lateral, e fator de
segurança de 2,37.
Tabela 4.18. Critério de projeto Grimstad & Barton (1993) para o Caso Metrô Atenas.
Q´ 0,0695
ESR 1
Figura 4.27. Seção Transversal Grimstad & Barton (1993) para o Caso Metrô
Atenas.
80
Figura 4.28. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Grimstad & Barton (1993) para o Caso Metrô Atenas.
Esta solução de projeto está baseada no método de Palmstrom (1996), descrito nos
Apêndices A e B. A Tabela 4.19 resume a aplicação deste método, concluindo que
precisa de um sistema de suporte, resultando em tirantes de 1 m de comprimento,
espaçados de 1 m ao longo da linha transversal, e concreto projetado com
espessura de 200 mm. O esquema deste sistema de suporte está mostrado na
Figura 4.29. Os resultados da simulação estão na Figura 4.30, que indicam
deslocamentos máximos de 1,75 mm no teto e 2,50 mm na lateral, e fator de
segurança de 3,80.
81
Tabela 4.19. Critério de projeto Palmstrom (1996) para o Caso Metrô Atenas.
Figura 4.29. Seção Transversal Palmstrom (1996) para o Caso Metrô Atenas.
82
Figura 4.30. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Palmstrom (1996) para o Caso Metrô Atenas.
Tabela 4.20. Parâmetros dos materiais usados na simulação numérica para o Caso
Yacambú Quibor
Rocha
Modelo do Mohr-Coulomb Gref 348 MPa
material
Tipo de material Não poroso Eoed 1,04 GPa
γnão saturado 26,0 kN/m3 cref 340,0 kN/m2
Eref 870 MPa φ 24°
83
Tabela 4.20. Parâmetros dos materiais usados na simulação numérica para o Caso
Yacambú Quibor (continuação).
Rocha
ν 0,25 Interface Rígida
Tipo de rocha Filito grafitoso, Rocha Profundidade 1200 m
Metamórfica foliada
Ko 1,5 GSI 24
Tirante
Tipo de material Elastoplástico Fmax 121 kN
Diâmetro 0,02 m E 42 GPa
Área 0,000314 m2 EA 13,1 MN
Concreto Projetado
Tipo de material Elástico EA 1,25 GN/m
Identificação Placa1 EI 260,42 kPa/m
W 1,085 kN/m2 ν 0,15
Tipo de material Elástico EA 2,5 GN/m
Identificação Placa2 EI 2,08 MPa/m
W 2,170 kN/m2 ν 0,15
Tipo de material Elástico EA 3,75 GN/m
Identificação Placa3 EI 7,03 MPa/m
W 3,255 kN/m2 ν 0,15
Tipo de material Elástico EA 6,25 GN/m
Identificação Placa5 EI 32,5 MPa/m
W 5,420 kN/m2 ν 0,15
Para este caso-estudo, os deslocamentos das cinco análises, uma sem suporte e
quatro com os suportes dados pelas classificações geomecânicas, foram plotados
com um fator de escala, conforme a Figura 4.31.
84
Figura 4.31. Efeito escala para o Caso Yacambú Quibor.
A Figura 4.32 apresenta os resultados do túnel sem suporte para o Caso Yacambú
Quibor. Os deslocamentos máximos foram de 27 mm no teto e 60 mm na lateral do
túnel, e o fator de segurança foi de 1,20.
85
Figura 4.32. Vista em 3D do deslocamento do túnel sem suporte para o Caso
Yacambú Quibor.
86
Tabela 4.21. Critério de projeto Wickham et al. (1972) para o Caso Yacambú Quibor.
Figura 4.33. Seção Transversal Wickham et al. (1972) para o Caso Yacambú Quibor.
87
Figura 4.34. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Wickham et al. (1972) para o Caso Yacambú Quibor.
A partir do valor do GSI, dado por Hoek (1998), se pode obter o valor de RMR89
(Hoek et al. 1995):
88
Resultando em tirantes (diâmetro de 20 mm, com calda de concreto), de 5 m de
comprimento, localizados no teto e paredes espaçados de 1,5 m ao longo da linha
transversal, tela de aço opcional, e concreto projetado com espessura de 100 mm.
Figura 4.35. Seção Transversal Bieniawski (1989) para o Caso Yacambú Quibor.
89
Figura 4.36. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Bieniawski (1989) para o Caso Yacambú Quibor.
Esta solução de projeto está baseada no método de Grimstad & Barton (1993),
descrito nos Apêndices A e B. A partir do valor de GSI para este maciço rochoso
reportado por Hoek (1998), pode-se calcular o valor de Q' (Hoek et al. 1995) usando
a Equação 4.4.
A Tabela 4.22 apresenta o resumo da aplicação deste método, concluindo que este
maciço rochoso necessitaria sistema de suporte, resultando em tirantes de 2,4 m de
comprimento, espaçados de 2 m ao longo da linha transversal, e concreto projetado
com espessura de 150 mm. O esquema deste sistema de suporte está mostrado na
Figura 4.37. Os resultados da simulação estão na Figura 4.38, que indicam
90
deslocamentos máximos de 15 mm no teto e 60 mm na lateral, e fator de segurança
de 1,17.
Tabela 4.22. Critério de projeto Grimstad & Barton (1993) para o Caso Yacambú
Quibor.
Q´ 0,11
ESR 1
Figura 4.37. Seção Transversal Grimstad & Barton (1993) para o Caso Yacambú
Quibor.
91
Figura 4.38. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Grimstad & Barton (1993) para o Caso Yacambú Quibor.
Esta solução de projeto está baseada no método de Palmstrom (1996), descrito nos
Apêndices A e B. A Tabela 4.23 resume a aplicação deste método, concluindo que
precisa de um sistema de suporte, resultando em tirantes de 1 m de comprimento,
espaçados de 1 m ao longo da linha transversal, e concreto projetado com
espessura de 250 mm. O esquema deste sistema de suporte está mostrado na
Figura 4.39. Os resultados da simulação estão na Figura 4.40, que indicam
deslocamentos máximos de 14 mm no teto e 59 mm na lateral, e fator de segurança
de 1,22.
92
Tabela 4.23. Critério de projeto Palmstrom (1996) para o Caso Yacambú Quibor.
Figura 4.39. Seção Transversal Palmstrom (1996) para o Caso Yacambú Quibor.
93
Figura 4.40. Vista em 3D do deslocamento do túnel pelo sistema de suporte de
Palmstrom (1996) para o caso Yacambú Quibor.
Para o Caso Mina El Teniente (Figura 4.41) e Caso Rio Grande (Figura 4.42), os
fatores de segurança estão bem acima das faixas de projeto, e iguais para todas as
classificações, já que para todas elas, exceto Bieniawski (1989), não houve
necessidade de suporte, convergindo para a solução de túnel sem suporte.
94
Para o Caso Himachel Pradesh (Figura 4.43), todas as classificações indicaram o
uso de suporte, exceto Grimstad e Barton (1993), levando a valores de FS
conservadores. É notável o aumento de FS nas classificações que solicitaram
sistema de suporte, como é o caso da classificação de Bieniawski (1989), que
duplicou o valor de FS com respeito aquele sem suporte.
No Caso Metrô Atenas (Figura 4.44), o FS sem suporte (FS = 1,35) é adequado o
suficiente para a construção, mas não atende a faixa de carregamento permanente
(FS = 1,5 a 2,0), sendo necessário o uso de sistema de suporte. Todas as
classificações requereram sistemas de suporte, e assim elevaram o FS. A solução
de Bieniawski (1989), pela primeira vez, mostra um FS mais baixo do que as demais,
e a de Palmstrom (1996) foi muito conservadora. No Caso Yacambú Quibor (Figura
4.45), todas classificações requereram sistemas de suporte, mas as simulações
numéricas não indicaram melhora significativa nos valores de fator de segurança em
relação ao caso de túnel sem suporte. O valor de FS para a solução segundo
Grimstad e Barton (1993) mostra-se menor que o caso sem suporte, porém pela
proximidade de valores encontrados nos dois casos pode-se considerá-lo igual a
solução sem suporte. Esta incoerência pode ter sido gerada devido ao processo de
iteração numérica.
95
Figura 4.42. Fator de segurança para o Caso Rio Grande.
96
Figura 4.44. Fator de segurança para o Caso Metrô Atenas.
97
A Figura 4.46 apresenta os fatores de segurança calculados pelo programa Plaxis
3D Tunnel, que são comparados com os valores de GSI de cada um dos casos de
estudo. O maior valor do fator de segurança foi registrado para o caso Rio Grande e
o menor valor registrado foi para o caso Yacambú Quibor. É interessante observar
que o valor de fator de segurança do caso Mina El Teniente é menor que o do caso
Rio Grande, sendo que ambos possuem o mesmo valor de GSI (75) e a mesma
profundidade de escavação (300 m). Este fato pode ter acontecido devido ao menor
valor de módulo de elasticidade e coesão do caso Mina El Teniente.
98
Em todos os casos os maiores deslocamentos se registraram nas paredes do túnel,
já que o coeficiente Ko = 1,5 foi adotado para todos os casos.
No Caso Rio Grande (Figura 4.48) o deslocamento no teto pelo sistema de suporte
de Bieniawski (1989) é menor que aquele sem suporte, o que é coerente.
No Caso Himachel Pradesh (Figura 4.49) se utilizou três sistemas de suporte dos
quais o de Wickham et al. (1972) mostrou o menor valor de deslocamento na
parede, mas foi o pior para o deslocamento no teto, já que foi o maior registrado.
No Caso Metrô Atenas (Figura 4.50) foram analisados todos os sistemas de suporte.
Aqui sim todos os sistema de suporte apresentaram menores deslocamentos que o
sem suporte.
99
Isto mostra um comportamento aceitável dos sistemas de suporte porque
acompanha a relação direta de comportamento de fator de segurança.
Isto quer dizer que o deslocamento utilizando sistemas de suporte é menor que o
deslocamento sem suporte. Neste caso acontece um fenômeno peculiar de
concavidade nas curvas de deslocamento quando utilizado sistemas de suporte, o
que não ocorre nos deslocamentos sem suporte.
100
Pode-se observar também que as diferenças entre os deslocamentos sem suporte e
os deslocamentos com suporte nestes dois casos-estudo são insignificantes
podendo-se considerar que estes valores são iguais.
Na Tabela 4.25 pode-se observar o resumo do material requerido para cada solução
de projeto de sistema de suporte, ou seja a quantidade de tirantes e de concreto
projetado.
No Caso Yacambú Quibor a solução de Wickham et al. (1972) foi a melhor quanto a
economia de tirantes e de concreto projetado.
Para todos os casos, fazendo uma média na quantidade de material obtida para
cada solução, a mais econômica para concreto projetado é a de Wickham et al.
(1972) e a menos econômica é a de Palmstrom (1996) e, para tirantes a solução
mais econômica é a de Grimstad e Barton (1993) e a menos econômica é a de
Wickham et al. (1972).
No Apêndice D, pode-se observar com maior detalhe o cálculo realizado para obter
as quantidades de material necessárias para cada solução de suporte.
101
Figura 4.47. Deslocamento do maciço rochoso para o Caso Mina El Teniente.
102
Figura 4.48. Deslocamento do maciço rochoso para o Caso Rio Grande.
103
Figura 4.49. Deslocamento do maciço rochoso para o Caso Himachel Pradesh.
104
Figura 4.50. Deslocamento do maciço rochoso para o Caso Metrô Atenas.
105
Figura 4.51. Deslocamento do maciço rochoso para o Caso Yacambú Quibor.
106
Tabela 4.24. Deslocamentos e fatores de segurança máximos nos casos-estudo.
Uy Ux
Uy
Ux(max)- sem sem
(max)- FS
Caso Solução {parede} Solução FS(max) Solução suporte suporte
{teto} sem suporte
(mm) {teto} {parede}
(mm)
(mm) (mm)
Caso Mina Bieniawski Bieniawski Bieniawski
0,34 0,94 7,07 4,55 0,28 0,74
El Teniente (1989) (1989) (1989)
Caso Rio Bieniawski Bieniawski Bieniawski
0,26 0,71 9,36 8,45 0,28 0,62
Grande (1989) (1989) (1989)
Caso Wickham
Bieniawski Bieniawski
Himachel 1,44 et al. 2,12 4,57 2,58 0,85 1,85
(1989) (1989)
Pradesh (1972)
Caso Metrô Palmstrom Bieniawski Palmstrom
1,75 9,90 3,80 1,35 13,77 16,29
Atenas (1996) (1989) (1996)
Caso Wickham
Bieniawski Wickham et
Yacambú 16,01 et al. 67,68 1,42 1,20 27,18 59,78
(1989) al. (1972)
Quibor (1972)
107
Tabela 4.25. Quantitativo de material para os diferentes casos de estudo.
Solução Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 Caso 5 Total
Sem
FS 4,55 8,45 2,58 1,35 1,20 -
suporte
108
4.11 DISCUSSÕES DESTE CAPÍTULO
Este item visa apresentar as principais discussões relativas ao processo de cálculo e
à análise de resultados. No processo de cálculo se citam as vantagens e
desvantagens do Programa Plaxis 3D Tunnel. Nas vantagens pode-se dizer que o
programa é de fácil aprendizagem, as barras de ferramentas estão bem localizadas,
com a divisão do programa em 4 módulos (entrada de dados, cálculo, saída de
dados e geração de curvas), tem uma lógica de procedimento coerente e é um
programa especializado para escavações subterrâneas. Dentro das desvantagens
pode-se dizer que a geração da geometria é tediosa, porque não permite desenhar
em três dimensões diretamente, devendo-se desenhar em duas dimensões para que
depois no módulo de cálculo estas se habilitem mediante um processo de extrusão.
Outro problema ou desvantagem é o tempo de cálculo excessivo para malhas de
maior refinamento. Também os gráficos de saída não representam de uma maneira
objetiva os resultados. Por fim, é importante que o usuário tenha uma certa
experiência com programas desta natureza para entender e resolver os erros, na
face de cálculo. Como experiência com o programa deve-se citar que cada uma das
simulações teve um tempo de cálculo de 12 a 14 h em média.
O Plaxis 3D Tunnel não permite uma geração adequada dos gráficos dos resultados
(deslocamentos), então estes foram desenhados em três dimensões no programa
Autocad 2005, utilizando os deslocamentos obtidos em cada nó da abertura de
escavação. O programa também calcula o fator de segurança, segundo o método da
redução da resistência, que é uma alternativa de cálculo acertada.
109
Para o caso Mina El Teniente se precisou de suporte somente segundo a
classificação de Bieniawski (1989). Também no caso Rio Grande, só o projeto
segundo Bieniawski (1989) exigiu o uso de suporte. Neste caso foram alcançados os
maiores valores de fatores de segurança em relação aos outros casos, devido à boa
qualidade do maciço rochoso. No caso Yacambú Quibor foi impossível conseguir um
sistema de suporte que levasse a um fator de segurança de 1,5. O maior FS foi
obtido pelo sistema de suporte definido segundo Wickham et al. (1972), com um FS
= 1,42, mas estranhamente este mesmo caso registrou os maiores deslocamentos.
Porém, é aconselhável projetar um sistema de suporte que atenda estas
características de maciço, para melhorar o FS. Talvez seja necessário reduzir os
espaçamentos longitudinais entre linhas de tirantes, aproximar a primeira linha de
tirante da face de escavação, ou até mesmo parcializar a seção de escavação.
110
mas no começo do deslocamento radial do túnel de 0,5D adiante da face de
escavação não foi correto.
111
Analisando o quantitativo de material observou-se uma relação inversamente
proporcional, em que o menor valor de fator de segurança apresentou um maior
gasto no sistema de suporte.
112
CAPÍTULO
5
CONCLUSÕES
Nesta dissertação, foram analisados cinco casos de estudo, cada um deles com
diferentes parâmetros do maciço circundante à escavação. Em geral pode-se dizer
que foram analisados maciços rochosos, que quanto a qualidade, de muito bons a
muito fraturados. As análises contemplaram deslocamentos para túneis sem suporte
e para aqueles com uso de suporte. A análise do sistema de suporte foi ditada por
quatro classificações geomecânicas com suas respectivas soluções de projeto.
Todas estas análises de uso de sistema de suporte mostraram diversidade quanto à
113
aplicação de espessura de concreto projetado como também ao número e
espaçamento transversal dos tirantes.
Também no caso Rio Grande, só o projeto segundo Bieniawski (1989) exigiu o uso
de suporte. Neste caso foram alcançados os maiores valores de fatores de
segurança em relação aos outros casos, devido à boa qualidade do maciço rochoso.
114
diâmetro (3D = 15 m) adiante da face de escavação. Nos casos Mina El Teniente,
Rio Grande e Himachel Pradesh os deslocamentos se estabilizaram a 1,5 vezes o
diâmetro (1,5D = 7,5 m) atrás da face de escavação, no caso Metrô Atenas estes se
estabilizam a três vezes o diâmetro (3D = 15 m) e no caso Yacambú Quibor se
estabilizaram a cinco vezes o diâmetro (5D = 25 m). Para todos os casos, o critério
de deslocamento de Hoek et al. (1995) mostrou-se confiável, já que o deslocamento
final ocorreu até 1,5D após a escavação da face, mas no começo do deslocamento
radial do túnel de 0,5D adiante da face de escavação não foi correto.
No Caso Himachel Pradesh, três sistemas de suporte foram requeridos, dos quais o
de Wickham et al. (1972) mostrou o menor valor de deslocamento na parede, isto é
5% menor que o sem suporte, mas o maior deslocamento no teto, em 69 % em
relação ao sem suporte. O melhor desempenho no teto foi o de Bieniawski (1989) de
8% menor que o sem suporte.
115
No Caso Yacambú Quibor, no cálculo dos deslocamentos do maciço, aconteceu um
efeito diferente aos observados em outros casos. A trajetória de deslocamento ao
longo da parede e do teto adquire o maior valor de deformação a 2,5 m na frente da
face de escavação (dentro do maciço rochoso), e depois reduz este valor até se
estabilizar aos 7,5 m, atrás da face de escavação, mostrando concavidade nas
curvas de deslocamento quando é utilizado sistema de suporte. Este fenômeno é
devido à presença do concreto projetado nas proximidades da face, que devido a
sua rigidez, causa uma redistribuição de tensões não uniforme e também porque as
tensões são elevadas.
116
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Programa de Pós-Graduação em Geotecnia, Universidade de Brasília, Brasília, DF,
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São Paulo, SP, 1-103 p., 325-377 p., 623-645 p.
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materials – with emphasis on geologic materials. Prentice-Hall, New Jersey, USA,
244 p.
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tunnels excavated by the NATM: 3-D numerical simulations. Tunnelling and
Underground Space Technology, 19 (2004): 283-293.
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117
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KOVARI, K., (2002b). History of the sprayed concrete lining method-part II:
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LAURO, C.A. & ASSIS A.P. (1998). Analysis of ground-support interaction for
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1995:52, Institutt for Geologi og Bergteknikk – Norges Tekniske Hogskole –
Universitetet i Trondheim, Trondheim, Norway, (Norwegian University of Science and
Technology - Norwegian Institute of Technology – University of Trondheim) 178 p.
118
APÊNDICE
A
CLASSIFICAÇÃO DO MACIÇO
ROCHOSO
119
classificação colocam ênfase diferente nos vários parâmetros e é recomendado que
pelo menos dois métodos sejam usados em qualquer local durante as etapas
prévias de um projeto.
Lauffer (1958) propôs que o tempo de auto-sustentação para um vão sem suporte
está diretamente relacionado com a qualidade do maciço rochoso em que o vão foi
escavado. Num túnel, o vão sem suporte é definido como o vão do túnel ou a
distância entre a face de escavação e o suporte mais próximo, se este é maior que o
vão do túnel. A classificação original do Lauffer tem sido modificada por um sem
número de autores, alguns como Pacher et al. em 1974, e agora forma parte do
conceito geral de escavações subterrâneas conhecido como o Novo Método
Austríaco de Túneis (NATM).
A.1.2 RQD
120
medição indireta do número de descontinuidades do maciço. Na Figura A.1. ilustra-
se a forma de obter o RQD, que é calculado pela seguinte expressão:
RQD =
∑ L × 100
i
LT (A.1)
Onde:
RQD: Índice de qualidade da rocha (%).
Li: Fragmentos de testemunho de sondagem com comprimento Li ≥ 10 cm.
LT: Comprimento total do testemunho (cm).
L = 17 cm
38 +17 + 20 +35
RQD = x 100% = 55%
200
L=0
nenhuma parte > 10 cm.
L = 20 cm
L = 35 cm
Quebra pela amostragem
L=0
não recuperado
121
Tabela A.1. Qualidade do maciço rochoso de acordo ao RQD (modificado-Deere et
al., 1969) (continuação).
RQD
Qualidade do maciço
%
25-50 Ruim
50-75 Regular
75-90 Bom
90-100 Excelente
A.1.3 RSR
RSR = A + B + C (A.2)
Onde:
A: Parâmetro A: Área Geral de Geologia.
B: Parâmetro B: Padrão da junta, direção de perfuração.
C: Parâmetro C: Água subterrânea, condição de junta.
122
Tabela A.2. Índice Estrutural da Rocha. Parâmetro A: Área Geral de Geologia
(continuação).
Estrutura Geológica
Compacto Ligeiramente Moderadamente Intensivamente
dobrado dobrado dobrado
ou fraturado ou fraturado ou fraturado
Tipo 1 30 22 15 9
Tipo 2 27 20 13 8
Tipo 3 24 18 12 7
Tipo 4 19 15 10 6
123
Tabela A.3. Índice Estrutural da Rocha. Parâmetro B: Padrão da junta, direção de
perfuração (continuação).
Direção da camada geológica perpendicular ao Direção da camada geológica
eixo paralela ao eixo
Direção de perfuração Direção de perfuração
Espaça-
Contra do
mento das Ambos Com o mergulho Quaisquer direção
mergulho
juntas
Mergulho de juntas
Mergulho de juntas representativasa
representativas
Achatado Imersão Vertical Imersão Vertical Achatado Imersão Vertical
4. De
moderada
30 32 36 25 28 30 28 24
a maciça,
1-2 pés
5. De
maciça a
36 38 40 33 35 36 24 28
compacta,
2-4 pés
6.
Compacta 40 43 45 37 40 40 38 34
>4 pés
124
A.2 CLASSIFICAÇÃO GEOMECÂNICA
125
Tabela A.5. Parâmetros para o cálculo de RMR 1989 (modificado - Bieniawski, 1989).
126
Tabela A.5. Parâmetros para o cálculo de RMR 1989 (modificado - Bieniawski, 1989) (continuação).
Completamente
Condições gerais Úmido molhado Gotejante Fluxo
5 seco
Peso 15 10 7 4 0
B. AJUSTE DOS PESOS POR ORIENTAÇÃO DAS DESCONTINUIDADES
Direção e orientação do mergulho Muito favorável favorável regular desfavorável Muito
desfavorável
Peso Túneis e minas 0 -2 -5 -10 -12
Fundações 0 -2 -7 -15 -25
Taludes 0 -5 -25 -50 -60
C. CLASSES DE MACIÇO ROCHOSO DETERMINADO DO RMR
RMR 100-81 80-61 60-41 40-21 <20
Número da classe I II III IV V
Descrição do maciço rochoso Muito bom Bom regular ruim Muito ruim
D. SIGNIFICADO DA CLASSE DE MACIÇO ROCHOSO
Número da classe I II III IV V
Tempo médio de 20 anos para um 1 ano para um vão Uma semana para 10 horas para um 30 min para um vão
autosustentação vão de 15 m de 10 m um vão de 5 m vão de 2,5 m de 1 m
Coesão do maciço rochoso >400 300-400 200-300 100-200 <100
(kPa)
Ângulo de atrito do maciço >45 35-45 25-35 15-25 <15
rochoso ( °)
127
Tabela A.5. Parâmetros para o cálculo de RMR 1989 (modificado - Bieniawski, 1989) (continuação).
Mergulho na direção oposta da Mergulho na direção oposta da Mergulho 0-20° independentemente da direção
inclinação do túnel 45-90° inclinação do túnel 20-45°
Regular Desfavorável Regular
128
A.3 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO GEOMECÂNICA Q
RQD Jr Jw
Q= * * (A.3)
Jn Ja SRF
Onde:
RQD: Índice de qualidade do maciço rochoso em túneis.
Jn: Índice de influencia do numero de famílias das descontinuidades.
Jr: Índice de influencia da rugosidade das paredes das descontinuidades.
Ja: Índice de influencia da alteração das paredes das descontinuidades.
Jw: Índice de influencia da ação da água subterrânea.
SRF: Índice de influencia do estado de tensões no maciço rochoso.
129
Tabela A.6. Classificação de parâmetros individuais usados no sistema de
classificação Q (modificado - Hoek, 1998) (continuação).
Descrição Valor Notas
2. Número de famílias de descontinuidades Jn
A. Massivo, famílias esparsas ou inexistentes 0,5-1,0
B. uma família de descontinuidades 2
C. uma família mais descontinuidades aleatórias 3
D. duas famílias de descontinuidades 4
E. duas famílias mais descontinuidades aleatórias 6
F. três famílias de descontinuidades 9 1. para interseções usar (3,0xJn)
G. três famílias mas descontinuidades aleatórias 12
H. quatro ou mais famílias, aleatórias, altamente 15 2. para emboques usar (2,0xJn)
fraturado, cubos de açúcar, etc
J. extremamente fraturado (triturada) 20
3. Índice de rugosidade das descontinuidades Jr
a) paredes da rocha em contacto ou paredes da
rocha em contacto com deslocamentos de 10 cm
quando cisalhadas 4
A. descontinuidades não persistentes 3
B. paredes rugosas e irregulares, onduladas 2
C. descontinuidades lisas e onduladas 1,5 1. adicionar 1,0 se o espaçamento
D. descontinuidades polidas e onduladas 1,5 médio da descontinuidade
E. descontinuidades rugosas ou irregulares, planas 1,0 representativa for maior que 3 m
F. descontinuidades lisas e planas 0,5 2. Jr=0,5 pode ser usado no caso
G. descontinuidades polidas e planas de descontinuidades polidas e
b) sem contacto entre as paredes da planas orientadas na direção da
descontinuidade quando cisalhadas 1,0 resistência mínima
H. preenchimento de material argiloso com (Nominal)
espessura suficiente para prevenir o contacto das
paredes
J. preenchimento de material granular com 1,0
espessura suficiente para prevenir o contacto (nominal)
130
Tabela A.6. Classificação de parâmetros individuais usados no sistema de
classificação Q (modificado - Hoek, 1998) (continuação).
Descrição Valor Notas
C. paredes levemente alteradas sem 2,0 25-30 1. os valore de
películas de material mole; φr,
preenchimento de materiais arenosos ou ângulo de atrito
rocha desintegrada e livres de argila 3,0 20-25 residual, são
D. paredes com películas de material entendidos como
siltoso, não mole; pequena fração de 4,0 8-16 um indicativo
argila das
E. paredes com películas descontínuas (1-2 propriedades
mm ou menores) de materiais de baixo mineralógicas
atrito (caolinita, mica, talco, gesso, dos produtos de
grafite, clorita) e pequenas quantidades alteração
de argilas expansivas
b) paredes com contacto depois de
cisalhadas 10 cm 4,0 25-30
F. partículas arenosas, rocha desintegrada,
livre de argila 6,0 16-24
G. preenchimento de argila fortemente
sobre adensadas e minerais argilosos
não moles, contínuos com espessura ≤5 8,0 12-16
mm
H. preenchimento de argilas pouco ou
medianamente sobre-adensados ou
minerais argilosos moles, contínuos com
espessura ≤5 mm
J. preenchimentos de argilas expansivas, 8,0- 6-12
valores variáveis com a porcentagem dos 12,0
argilo minerais expansivos presentes e
com a ação conjugada da água
intersticial, contínuos espessura ≤5 mm
c) descontinuidades sem contacto das
paredes quando cisalhadas
K. zonas ou faixas de preenchimento de 6,0-8,0 6-24
rocha desintegrada ou triturada e argila ou
(ver G, H e J para descrição das 8,0-
condições de argila) 12,0
L. zonas ou faixas de silte ou areia com 5,0
pouca argila (não mole)
M. zonas ou faixas de pouca espessura de 10,0-
argila (ver G, H, J para descrição das 13,0
condições das argilas) ou
6,0-
24,0
131
Tabela A.6. Classificação de parâmetros individuais usados no sistema de
classificação Q (modificado - Hoek, 1998) (continuação).
Descrição Valor Notas
5. Condições de afluência de água Jw Pressão apróx.
KPa
<100
A. escavação a seco ou com pequena 1,0
afluência de água 100-250
B. afluência media de água com eventual 0,66
carregamento do preenchimento 250-1000
C. afluência elevada de água ou alta 0,5
pressão em rocha competente com
descontinuidades não preenchidas 250-1000
D. afluência elevada de água ou alta 0,33
pressão com significativo carregamento >1000
do preenchimento 0,2-0,1
E. afluência de água excepcional (ou jatos >1000
de água) diminuindo com o tempo 0,1-
F. afluência de água excepcional (ou jatos 0,05
de água), sem notável diminuição com o
tempo
Condição das tensões do maciço SRF 1. Reduzir estes valores de SRF de 25 a
a) zonas de baixa resistência intersectando 50% no caso de ocorrência de zonas de
a baixa resistência relevantes, mas não
escavação. 10,0 interceptando a escavação.
A. múltiplas ocorrências de zonas contendo
material argiloso ou rocha quimicamente
decomposta, rocha muito desagregada
(qualquer profundidade)
B. zonas isoladas contendo argila ou rocha 5,0
decomposta quimicamente (profundidade
≤ 50 m)
C. zonas isoladas contendo argila ou rocha 2,5
decomposta quimicamente (profundidade
> 50 m)
D. múltiplas zonas de cisalhamento em 7,5
rocha competente, rocha desagregada
(qualquer profundidade)
E. zonas de cisalhamento isoladas, em 5,0
rocha competente (livre de argila)
(profundidade ≤ 50 m).
F. zonas de cisalhamento isoladas, em 2,5
rocha competente (livre de argila)
(profundidade > 50 m). 5
G. ocorrência de descontinuidades abertas,
intensamente fraturados (qualquer
profundidade)
132
Tabela A.6. Classificação de parâmetros individuais usados no sistema de
classificação Q (modificado - Hoek, 1998) (continuação).
Descrição Valor Notas
b) rochas competentes, problemas de tensões σc/σ1 σt/σ1
na rocha
H. tensões baixas, subsuperficiais. >200 13
I. tensões médias.
J. K.tensões altas em maciço com 200-10 13-0,66
descontinuidades fechadas, usualmente
favorável à estabilidade, pode ser 10-5 0,66-0,16
desfavorável para estabilidade das paredes
σc/σ1 σt/σ1 SRF
K. rocha massiva com possíveis e moderadas 5-2,5 0,33- 5-10
explosões de rocha “rock burst” 0,16
L. rocha massiva com muitas explosões de <2,5 <0,16 10- 2. para campos de
rocha. 20 tensões altamente
c) rochas compressíveis; incompetentes ou de anisotrópicos (se
medidos): quando
comportamento plástico sob altas pressões.
5 ≤ σ1
M. Pressão de compressão moderada σ 3 ≤ 10 , reduzir
N. Pressão de compressão σc e σt para 0,8σc e
alta
0,8σt; quando
σ1
d) rochas expansivas (atividade química de σ 3 >10
expansão dependente da presença de água) 5-10 reduzir σ e σ para 0,6σ
c t c
10-
15
133
Tabela A.7. Categorias do maciço rochoso de acordo ao valor do índice Q
(modificado-Barton et al., 1974).
Categoria do maciço Q
Excepcionalmente ruim 0,001-0,01
Extremamente ruim 0,01-0,1
Muito ruim 0,1-1
Ruim 1-4
Regular 4-10
Bom 10-40
Muito bom 40-100
Extremamente bom 100-400
Excepcionalmente bom 400-1000
Tabela A.8. Valores aproximados de SRF em função das razões σc/σ1 e σθ/σc
(modificado - Grimstad & Barton, 1993).
SRF SRF
Nível de tensão σ1/σc σθ/σc
Original Novo
Baixas tensões. Sub-superficial. Descontinuidades abertas >200 <0,01 2,5 2,5
Tensão média. Condição de tensão favorável. 200-10 0,01-0,3 1 1
Altas tensões, estrutura fechada. Usualmente favorável à
estabilidade, pode ser desfavorável a estabilidade das 10-5 0,3-0,4 0,5-2 0,5-2
paredes.
Desplacamento moderado. Mais de uma 1 hr depois em
5-3 0,5-0,65 5-9 5-50
rochas maciças
Desplacamento e explosão de rocha. Depois de poucos 50-
3-2 0,65-1,0 9-15
minutos em rocha maciça. 200
Muita explosão de rocha (Deformação-exploção) e 200-
<2 >1,0 15-20
deformação dinâmica imediata em rocha maciça. 400
134
RMi = σ c JP (A.4)
Onde:
RMi: Índice do maciço rochoso.
σc: Resistência a compressão uniaxial da rocha intacta.
JP = 0,23 JCVd
D
(A.5)
Onde:
JC: Fator de condição da descontinuidade.
Vd: Volume do bloco (m3).
D: Diâmetro do bloco de prova (m). O valor D está relacionado com JC pela fórmula:
⎛ JR ⎞
JC = JL⎜ ⎟
⎝ JA ⎠ (A.7)
Onde:
JL: Fator do comprimento e persistência da descontinuidade.
JR: Fator de rugosidade da descontinuidade.
JA: Fator de alteração da descontinuidade.
135
Os parâmetros JL, JR e JA podem ser obtidos das Tabelas A.9 a A.11,
respectivamente. Vale notar que os fatores JR e JA são similares aos índices Jr e Ja
do sistema Q. O fator de condição da descontinuidade varia entre 1 e 2 podendo
0 , 37 0 , 32
então o valor de JP variar entre 0,2Vd e 0,28Vd . Assim, considerando um valor
JP = 0,25Vd
0 , 37
(A.8)
O valor de RMi varia entre 0,001 e 100 e os intervalos e classes definidas para este
sistema de classificação são apresentados na Tabela A.12.
Embora o sistema de classificação RMi não seja muito difundido nem utilizado, vale
ressaltar sua simplicidade e bom desempenho para reproduzir resultados de
determinações em laboratório (Palmström & Singh, 2001), bem como dos vários
problemas aos quais tem sido aplicado. Palmström (1996b) determinou a partir de
RMi: os parâmetros da envoltória do critério de ruptura de Hoek-Brown (1980a), fez
avaliações da estabilidade do suporte de obras subterrâneas e quantificou a
classificação descritiva aplicada no NATM. Mais recentemente Palmström (2000)
apresentou um método para o projeto de suporte de túneis a partir de RMi.
136
Tabela A.10. Fator de tamanho e continuidade (JL) do RMi (modificado-Palmström,
1996a)
Comprimento JL
descontinuidad Tipo Descontinuida
Termo Descontinuidade
e de persistente
não persistente.**
(m) **
<0,5 Muito curta Acamamento ou foliação 3 6
0,1-1,0 Curta/pequena Descontinuidade 2 4
1-10 Mediana Descontinuidade 1 2
Longa/comprid
10-30 Descontinuidade 0,75 1,5
a
Descontinuidade
>30 Muito comprida preenchida, 0,5 1
cisalhamento*.
*As vezes ocorre como uma descontinuidade única, e nesses casos deve ser tratado separadamente. **
descontinuidades não persistentes em rochas maciças.
137
Tabela A.12. Classificação do RMi (modificado-Palmström, 1996a).
Termo
Relacionado à resistência do maciço
Para RMi Valor de RMi
rochoso
Extremamente Extremamente fraco <0,001
b i baixo
Muito Muito fraco 0,001-0,01
Baixo Fraco 0,01-0,1
Moderado Médio 0,1-1,0
Alto Resistente 1,0-10
Muito alto Muito resistente 10-100
Extremamente alto Extremamente resistente >100
138
APÊNDICE
B
METÓDOS DE PROJETO DO
SISTEMA DE SUPORTE
139
Figura B.1. Estimativa de suporte pelo Sistema RSR. Notar que os tirantes e o
concreto projetado são usados juntos. Wickham et al 1972. (modificado – Hoek,
1998).
Como exemplo, para um caso de RMR = 59, tem-se, segundo a Tabela B.1, que o
túnel deve ser escavado em frentes parciais de escavação, com avanço de 1,5 a 3
m na calota. O suporte deve ser colocado após cada ciclo de escavação a fogo e
instalado até uma distância máxima de 10 m da frente de escavação. Tirantes de 4
m de comprimento, 20 mm de diâmetro, totalmente protegidos com calda de cimento
140
e espaçados de 1,5 a 2,0 m, são recomendados no teto e paredes. Também é
recomendada uma camada de concreto projetado, reforçado com malha de aço,
com espessura de 50 a 100 mm no teto e 30 mm nas paredes.
Tabela B.1. Guia para escavação e suporte para túneis com 10 m de largura de
acordo com o sistema RMR (modificado – Bieniawski, 1989).
Tipo de Maciço Método de Tirantes Concreto Cambotas
Rochoso escavação (diâmetro de 20 projetado metálicas
mm, com calda
de concreto)
I Rocha muito Face completa Geralmente não precisa suporte exceto tirantes
boa Avanço de 3 m localizados curtos
RMR: 81-100
II Rocha boa Face completa Tirantes Espessura de 50 Nulo
RMR: 61-80 Avanço de 1 a localizados no mm no teto, onde
1,5 m suporte teto de 3 m de necessitar
pronto a 20 m da comprimento e
face espaçados 2,5 m,
malha de aço
opcional
141
Tabela B.1. Guia para escavação e suporte para túneis com 10 m de largura de
acordo com o sistema RMR (modificado – Bieniawski, 1989) (continuação).
Tipo de Maciço Método de Tirantes Concreto Cambotas
(diâmetro de 20
Rochoso escavação projetado metálicas
mm, com calda
de concreto)
III Rocha média Frente de Tirantes Espessura de 50 Nulo
RMR: 41-60 escavação em espaçados 1,5 a a 100 mm no teto
bancadas 2 m, de 4 m de e 30 mm nas
(berma) comprimento, no paredes
1,5 a 3 m de teto e paredes,
avanço na calota. com malha de
Instalação do aço no teto
suporte após
cada escavação
a fogo
Suporte pronto a
10 m da face
IV Maciço Frente de Tirantes Espessura de Cambotas
fraturado escavações em espaçados 1 a 100 a 150 mm no metálicas leves a
RMR: 21-41 camadas 1,5 m, de 4 a 5 m teto e 100 mm médias,
Avanço da calota de comprimento, nas paredes. espaçadas de 1,5
de 1 a 1,5 m. teto e paredes, m, onde precisar.
Instalação do com malha de
suporte paralelo aço
com a
escavação, a 10
m da frente.
142
Tabela B.1. Guia para escavação e suporte para túneis com 10 m de largura de
acordo com o sistema RMR (modificado – Bieniawski, 1989) (continuação).
Tipo de Maciço Método de Tirantes Concreto Cambotas
Rochoso escavação (diâmetro de 20 projetado metálicas
mm, com calda
de concreto)
V Maciço muito Múltiplas frentes Tirantes Espessura de Cambotas
fraturado Avanço da calota espaçados 1 a 150 a 200 mm no metálicas médias
RMR: < 20 de 0,5 a 1,5 m. 1,5 m, de 5 a 6 m teto e 150 mm a pesadas,
Instalação do de comprimento nas paredes, e espaçadas de
suporte paralelo em teto e 50 mm na face. 0,75 m, com
com a paredes com aduelas de aço.
escavação. malha de aço, Arco invertido.
Concreto atirantado
projetado logo invertido.
que possível
após a
escavação a
fogo.
143
Tabela B.2. Índice de suporte de escavação (ESR) apropriado para vários tipos de
escavações subterrâneas. (modificado - Barton 1974).
TIPO DE ESCAVAÇÃO ESR Casos
A Escavações em minas temporárias 3-5 2
B Túneis verticais (poços):
seção circular 2,5
seção retangular ou quadrada 2,0
C Escavações em minas permanentes, Túneis com fluxo de 1,6 83
água (excluindo Túneis de adução a alta pressão), Túneis
piloto, Túneis de ligação de poços e frentes de avanço de
grande porte.
D Cavernas de estocagem, plantas de tratamento de água, 1,31 25
pequenas auto-estrada e linhas ferroviárias subterrâneas,
acesso a cavernas confinadas, Túneis de acesso em geral
E Usinas hidrelétricas, grandes auto pistas e linhas ferroviárias 1,0 73
subterrâneas, cavernas de segurança, portais, interseções.
F Estações nucleares subterrâneas, estações ferroviárias 0,8 2
subterrâneas, fábricas.
2 + 0.15* B
L= (B.2)
ESR
144
O máximo vão auto-sustentável é estimado por = 2ESRQ0.4 Baseados em casos
registrados, Grimstad & Barton (1993), sugerem uma relação entre o valor de Q e a
pressão permanente de suporte no teto (Proof ) como:
2 JnQ −1 3
Proof = (B.3)
3Jr
CATEGORIAS DE SUPORTE
Concreto projetado reforçado com fibra de
(1) Sem suporte (6)
aço, de espessura de 90-120 mm, e com
(2) Tirantes curtos localizados
tirantes
(3) Sistema de tirantes (7) Concreto projetado reforçado com fibra de
(4) Sistema de tirantes com concreto aço, de espessura de 120-150 mm, e com
projetado de 40-100 mm tirantes
(8) Concreto projetado reforçado com fibra de
(5) Concreto projetado reforçado com aço, de espessura de > 150 mm, reforçado
Figura B.2. Sistema Q para classificação dos maciços rochosos e escolha do tipo de
suporte (modificado - Grimstad & Barton, 1993).
145
B.4 MÉTODO PELO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO RMi
Palmström (1996b) enumera as várias aplicações da classificação RMi na mecânica
das rochas e engenharia geotécnica. Estas aplicações são listadas a seguir:
Fornecer dados para o critério de ruptura de Hoek-Brown para maciços rochosos,
fornecer parâmetros para modelos numéricos, permitir uma estimativa da taxa de
penetração de TBMs à face plena, quantificar a classificação aplicada no NATM
(New Austrian Tunneling Method), estimar a estabilidade e o suporte em escavações
subterrâneas.
Dt
CF =
Db (B.4)
Onde:
Dt : Diâmetro do túnel.
Db : Diâmetro do bloco.
Assim, um maciço rochoso pode ser classificado como contínuo se o valor de CF for
inferior a 5, o que caracteriza um maciço levemente fraturado, ou superior a 100,
146
caracterizando um maciço altamente fraturado. Para valores intermediários têm-se a
ocorrência de maciços rochosos descontínuos.
RMi
Cg =
σθ (B.5)
Onde:
σθ: Tensão tangencial na parede de uma escavação subterrânea, que pode ser
obtida utilizando o método prático proposto por Hoek & Brown (1980), em função da
forma da escavação e das tensões vertical e horizontal (Tabela B.3).
147
Tabela B.3. Tensões tangenciais no entorno de uma escavação subterrânea em
função da sua forma e das tensões naturais (modificado – Hoek & Brown, 1980a).
Método prático para a estimativa da tensão tangencial (σθ)
VALORES DAS CONSTANTES A E B
da
escavação
Forma
σθ = ( A ⋅ k − 1) ⋅ σ v
σθ = ( B − k ) ⋅ σ v
Onde:
σh
k= σv e σh são as tensões vertical e horizontal naturais.
σv
Gc = SL ⋅ RMi ⋅ C (B.6)
148
Onde:
SL: Fator do nível de tensão.
C: Fator de ajuste para a posição da parede.
O fator SL expressa a contribuição das forças externas que atuam através das
descontinuidades do maciço rochoso no entorno da escavação. Um nível alto de
tensão pode favorecer a estabilidade ao aumentar a resistência ao cisalhamento ao
longo das descontinuidades em túneis profundos. Um nível baixo de tensão pode,
por outro lado, favorecer quedas de blocos e desagregação do maciço. Valores para
SL são obtidos da Tabela B.3.
C = 5 − 4 ⋅ cos ϕ (B.7)
Onde:
φ é o ângulo da superfície da parede com a horizontal, onde para paredes
horizontais (φ = 0°) C =1 e para verticais (φ = 90°) C = 5.
Onde:
Dt : Diâmetro (vão ou altura da parede) do túnel.
Db : Diâmetro do bloco representado pela menor dimensão do bloco.
Co : Fator de orientação, que representa a influência da orientação das
descontinuidades no diâmetro do bloco (Tabela B.4).
Nj : Fator que representa o número de famílias de descontinuidades.
149
O fator Nj é dado pela expressão abaixo:
3
Nj =
nj
(B.9)
Onde:
nj é o número de famílias de descontinuidades, sendo nj = 1 para uma família, nj =
1,5 para uma família mais descontinuidades aleatórias, nj = 2 para duas famílias, nj
= 2,5 para duas famílias mais descontinuidades aleatórias etc.
Nível de tensões
1 – 10 MPa 35 – 350 m 0,75 – 1,25 1,0
moderado
150
Tabela B.5. Fator de orientação para descontinuidades e falhas (modificado -
Palmström, 1996b).
NA PAREDE NO TETO Fator de
Mergulho do Túnel Mergulho do túnel Qualquer mergulho DESCRIÇÃO orientação
> 30° < 30° do túnel (C0)
Mergulho < 20° Mergulho < 20° Mergulho > 45° Favorável 1
Muito
- Mergulho > 45° - 3
favorável
**Nível de tensões elevado pode ser desfavorável para a estabilidade de paredes altas, sugere-se
SL = 0,5 – 0,75
151
Concreto Projetado Concreto
Projetado Rocha Intacta: sem suporte
Rochas Inatctas
Reforçado
Maciços Muito
Reforçado
Fraturados e
100 - 250 mm
+ 50 - 150 mm
Dúcteis
Tirantes + Maciços Rochosos Muito Fraturados:
e = 0,5 - 1,5 m Tirantes diagrama de suporte para meios descontínuos
e = 1,5 - 3 m
Colapsividade
sem isntabilidade induzida por tensão
Muito Alta Alta Moder. Fraca
Rochas Intactas
50 - 100 mm TIRANTES +
+ TIRANTES Sem Suporte
e = 1,5 - 3 m
Rúpteis
Tirantes ESPORÁDICOS
e = 0,5 - 2 m
1x
1
600
o σθ
Es Tir
ad
1,2
400
et m
pa an 50 x
j ial Co
5
o
ça tes
nc
Pr mu ec
x1
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p Re
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et Co Es for
,25
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200 n r a d o
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1,
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to o
1,5
m
re ou C
1,5
c 2 00
0
100 n
Co m
0m
2x
80
15
2
2,0
60 m
0m
Db
10
3x
40
3
3,0
15
m
0-2
m
60
50
Es
Índice de Dimensão =
pe
20 mm
10
ss
50
0-1
ur
aC
50
40 mm
on
70
10
-10 j. (m
c.
Pr
0
8
-70
o
50 Somente Tirantes
6
-50
m)
40
4
1,5
1,5
Es
x1
pa
s
,5
ça
ic o
2,0
ád
m.
2
2 x ntes
por
Tir
s
2
E
es
a
nt
3,0
3x
a
Tir
3
1
0,01 0,02 0,04 0,06 0,1 0,2 0,4 0,6 1 2 4 6 10 20 40 60 100 200 400
Figura B.3. Diagramas para estimativa de suporte pelo sistema RMi (modificado -
Palmström, 1996b).
152
APÊNDICE
C
O índice GSI foi introduzido por Hoek (1994) e Hoek et al. (1995) como um meio de
relacionar as condições geológicas observadas no campo, a partir do mapeamento,
com o critério de ruptura de Hoek-Brown e a metodologia para a obtenção dos
parâmetros geotécnicos deste. Os valores de GSI variam entre 10, para maciços
rochosos extremamente pobres, e 100 para rocha intacta.
153
Assim, com o objetivo de minimizar os riscos da dupla consideração de
determinadas condições em análises numéricas, foi introduzido o índice GSI. A
estimativa do valor de GSI pode ser feita por meio da Figura C.1 a partir da
observação visual das características do maciço rochoso e das superfícies das
descontinuidades.
Os índices Q e RMR também podem ser utilizados para a obtenção do valor do GSI.
No emprego do sistema RMR podem ser utilizadas as versões de 1976 e 1989,
porém considerando o maciço sob condições totalmente secas e com orientação das
descontinuidades muito favorável. Com estas considerações o valor de GSI pode ser
obtido a partir dos valores modificados de RMR da seguinte forma:
Onde:
GSI = RMR 89
'
−5 (C.2)
Onde:
Para o uso da classificação Q devem ser utilizados os fatores RQD, Jn, Jr e Ja. Os
fatores SRF e Jw devem ser considerados unitários, representando uma situação de
maciço rochoso seco sujeito a condições de tensões médias. Desta forma obter-se-á
o índice Q modificado (Q’):
⎛ RQD ⎞ ⎛ J r ⎞
Q ' = ⎜⎜ ⎟⎟ ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟ (C.3)
⎝ Jn ⎠ ⎝ Ja ⎠
154
O valor do índice Q’ pode ser usado para a obtenção do valor de GSI da seguinte
forma:
155
APÊNDICE
D
QUANTITATIVO DE CONCRETO
PROJETADO E TIRANTES PARA AS
SOLUÇÕES DE PROJETO
156
Tabela D.1. Quantitativo de material para a solução de Wickham et al. (1972).
Solução de
Sistema Wickham et al. (1972)
de Suporte
Caso 1 -
Caso 2 -
FS Caso 3 4,08
Caso 4 2,37
Caso 5 1,42
Propriedades D e e d Ângulo Atotal Vtotal
Volume de geométricas (m) (mm) (m) (m) (rad) (m2) m3/m
concreto Caso 1 - - - - - - -
projetado Caso 2 - - - - - - -
por metro Caso 3 5 50 0,05 4,95 6,28 0,390724 0,39
(m3/m) Caso 4 5 150 0,15 4,85 6,28 1,160391 1,16
Caso 5 5 50 0,05 4,95 6,28 0,390724 0,39
Propriedades C Ct Lt
Nt
geométricas (m) (m) (m/m)
Longitude
Caso 1 - - - -
de tirantes
Caso 2 - - - -
por metro
Caso 3 1 26 26 10,4
(m/m)
Caso 4 1 45 45 18
Caso 5 1 26 26 10,4
157
Tabela D.2. Quantitativo de material para a solução de Bieniawski (1989).
Solução de
Sistema Bieniawski (1989)
de Suporte
Caso 1 7,07
Caso 2 9,36
FS Caso 3 4,57
Caso 4 1,62
Caso 5 1,22
Propriedades D e e d Ângulo Atotal Vtotal
Volume de geométricas (m) (mm) (m) (m) (rad) (m2) m3/m
concreto Caso 1 5 50 0,05 4,95 2,094 0,130220 0,13
projetado Caso 2 5 50 0,05 4,95 2,094 0,130220 0,13
por metro Caso 3 5 50 0,05 4,95 2,094 0,130220 0,13
(m3/m) Caso 4 5 100 0,1 4,9 6,283 0,777521 0,78
Caso 5 5 100 0,1 4,9 6,283 0,777521 0,78
Propriedades C Ct Lt
Nt
geométricas (m) (m) (m/m)
Longitude
Caso 1 3 2 6 2,4
de tirantes
Caso 2 3 2 6 2,4
por metro
Caso 3 3 2 6 2,4
(m/m)
Caso 4 5 7 35 14
Caso 5 5 7 35 14
158
Tabela D.3. Quantitativo de material para a solução de Grimstad & Barton (1993).
Solução de
Sistema Grimstad & Barton (1993)
de Suporte
Caso 1 -
Caso 2 -
FS Caso 3 2,58
Caso 4 2,37
Caso 5 1,17
Propriedades D e e d Ângulo Atotal Vtotal
Volume de geométricas (m) (mm) (m) (m) (rad) (m2) m3/m
concreto Caso 1 - - - - - - -
projetado Caso 2 - - - - - - -
por metro Caso 3 - - - - - - -
(m3/m) Caso 4 5 150 0,15 4,85 6,283 1,160391 1,16
Caso 5 5 150 0,15 4,85 6,283 1,160391 1,16
Propriedades C Ct Lt
Nt
geométricas (m) (m) (m/m)
Longitude
Caso 1 - - - -
de tirantes
Caso 2 - - - -
por metro
Caso 3 - - - -
(m/m)
Caso 4 2,4 16 38,4 15,36
Caso 5 2,4 16 38,4 15,36
159
Tabela D.4. Quantitativo de material para a solução de Palmstrom (1996).
Solução de
Sistema Palmstrom (1996)
de Suporte
Caso 1 -
Caso 2 -
FS Caso 3 4,37
Caso 4 3,80
Caso 5 1,22
Propriedades D e e d Ângulo Atotal Vtotal
Volume de geométricas (m) (mm) (m) (m) (rad) (m2) m3/m
concreto Caso 1 - - - - - - -
projetado Caso 2 - - - - - - -
por metro Caso 3 5 50 0,05 4,95 6,283 0,390724 0,39
(m3/m) Caso 4 5 200 0,2 4,8 6,283 1,539335 1,54
Caso 5 5 250 0,25 4,75 6,283 1,914351 1,91
Propriedades C Ct Lt
Nt
geométricas (m) (m) (m/m)
Longitude
Caso 1 - - - -
de tirantes
Caso 2 - - - -
por metro
Caso 3 2 4 8 3,2
(m/m)
Caso 4 1 32 32 12,8
Caso 5 1 32 32 12,8
160
Onde:
Caso 1: Caso Mina El Teniente.
Caso 2: Caso Rio Grande.
Caso 3: Caso Himachel Pradesh.
Caso 4: Caso Metrô Atenas.
Caso 5: Caso Yacambú Quibor.
D: Diâmetro do túnel.
e: Espessura do concreto projetado.
d: D – e.
Atotal: Área de concreto projetado na seção transversal.
Vtotal: Volume de concreto projetado por metro longitudinal.
C: Comprimento do tirante usado por seção.
Nt: Número de tirantes.
Ct: Comprimento total de tirantes usados numa seção.
Lt: Longitude total de tirantes usados por metro longitudinal.
161