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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ – UENP

Curso: Letras – Português/Inglês


Disciplina: Leitura e produção de texto
Série: 1º ano
Docente: Bruna C. Barbosa
Aluno (a): Lucas Breda Magalhães
Data: 02/10/2017

Liberdade de expressão, desde que seja a minha! Commented [LM1]: Professora, não estou gostando do título...

É fato que os países democráticos, incluindo o Brasil, estão ancorados na


liberdade de expressão, entretanto, os espectros da ditadura militar voltam a rondar
o país nos últimos meses. Nessas ultimas semanas a mídia divulgou alguns casos
de censuras envolvendo exposições culturais, a exemplo pode-se citar o
cancelamento da exposição artística intitulada Queermuseu sob alegações de
pedofilia, bem como a peça teatral O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu que
traz Jesus Cristo na pele de uma travesti. Paralelamente, nas redes sociais um
vídeo de uma criança interagindo com a performance artística de um homem nu,
realizada em um museu de São Paulo, viralizou na internet causando inúmeras
críticas para mãe e para o artista, o que reascendeu uma intensa discussão em
relação a liberdade de expressão – e artística -, e o crescimento de uma onda
conservadora de caráter mundial. Afinal nem é necessário dizer que pedofilia não é
arte, e que o nu na arte também não significa pedofilia.
A errônea ideia de democracia racial trazida pelo sociólogo Gilberto Freyre
em Casa-Grande & Senzada caiu por terra, e juntamente com ela caiu-se também a
ideia da homofobia cordial, e o alto número de feminicídios comprovão que a mulher
ainda é vista como propriedade do homem. Ou seja, o hipócrita contrato social está
rasgado, não está tudo bem, não há paz; negros, mulheres e LGBT+ têm morrido
todos os dias. É nesse cenário que encontramos os movimentos sociais, que, a meu
ver estão cada vez mais fortes na medida em que décadas atrás não era visto
discutir tantas questões consideradas tabus que hoje estão sendo. Surgem então
marcas famosas que se posicionam contra o machismo, homofobia, racismo (apesar
da polêmica por traz do real interesse desses), novelas com personagens que
representam parte da diversidade, etc.
Não nos encontramos mais na posição de passivos e receptivos, partimos
para luta e levantamos bandeiras, e isso assusta aqueles que querem a qualquer
custo manter o status quo, e é por isso que exposições artísticas são proibidas,
peças de teatro são censuradas, novelas e programas são boicotados; porque
fazem pensar e refletir aqueles que usufruem, porque possibilitam marcar território.
A liberdade de expressão está em risco, dia-a-dia tentam silenciar os movimentos
sociais, mas quero pensar que isso acontece à medida que começamos a
incomodar o sistema, principalmente aqueles que sempre estiveram na posição de
dominação. Aproprio-me das palavras de Marx e Engels e as modifico: Put@s,
transviad@s e sapat@es uni-vos!

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