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BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise geral das produções psicanalíticas
já escritas sobre a vida intrauterina e a constituição psíquica do feto. A metodologia adotada
foi de pesquisa bibliográfica, com cunho qualitativo e exploratório visando a um amplo e
claro levantamento sobre as literaturas referentes ao tema. Todo material selecionado para o
tal constitui-se de materiais teóricos já publicados, em sua maioria livros, capítulos de livros e
artigos. O intuito de realizar este estudo remete ao objetivo de alcançar uma melhor
compreensão do entendimento que a psicanálise tem dos possíveis comportamentos do feto-
bebê e as influências que acontecem neste período que podem acarretar no desenvolvimento
psíquico do futuro bebê. Conclui-se que com o avanço da tecnologia mudanças significativas
têm surgido. Hoje se sabe que o útero é um ambiente cheio de estímulos e interativo, e que o
feto é um ser humano em formação tanto física como psíquica, que sente, ouve, percebe,
reage a estímulos tanto internos como externos. E que o seu desenvolvimento vai muito além
do que se imagina.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 07
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................... 09
2.1 Da célula ao bebê – desenvolvimento do feto......................................................................... 09
2.2 Funções senso-perceptivas observadas.................................................................................... 12
2.3 Fatores de influência para o desenvolvimento do feto........................................................... 14
2.4 A existência de um psiquismo pré-natal................................................................................. 19
2.5 A importância da relação mãe-bebê...................................................................................... 21
2.6 A importância da ultrassonografia para descobertas sobre a vida intrauterina ..................... 23
2.6.1 Imagens e o desenvolvimento pré-natal.............................................................................. 23
2.6.2 Imagens e sua repercussão sobre o estado emocional materno........................................... 26
3 OBJETIVOS............................................................................................................................ 28
3.1 Objetivo geral........................................................................................................................ 28
3.2 Objetivos específicos............................................................................................................. 28
4 ARTIGO................................................................................................................................... 29
Um olhar psicanalítico sobre a vida intra-uterina e constituição psíquica do feto....................... 29
CONCLUSÃO............................................................................................................................. 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 44
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1 INTRODUÇÃO
Com o advento das novas tecnologias nos últimos trinta anos, principalmente com
a ultrassonografia, tornou-se possível um considerável avanço nos estudos sobre psiquismo
pré-natal, campo este considerado amplo e novo não somente no âmbito das ciências, mas
também de fundamental importância para a psicanálise, cujo objeto de estudo é o
inconsciente.
Várias pesquisas, por meio de técnicas avançadas, têm mostrado mudanças
significativas, no que se refere à existência da vida mental no feto, provocando mudanças nos
paradigmas e nas ideias vigentes anteriormente, principalmente na visão que se tinha de que o
feto era um ser secreto, inacessível e completamente isolado do mundo externo, e que o seu
psiquismo funcionaria somente após o nascimento, com a cesura do cordão umbilical e, por
consequência, a perda da segurança uterina.
Pesquisas realizadas na área, segundo Wilheim (1997), têm revelado a sofisticação
do aparelho perceptivo e motor do feto, e a crescente complexidade do seu aparelho mental. O
feto, que antes era considerado um ser inacessível, passa agora à condição de um ser
inteligente, sensível, que mesmo antes de nascer já pode perceber a luz, sentir, tocar, ouvir e
até mesmo reagir a situações que lhe são desagradáveis.
Entende-se que o feto passa agora à condição de um ser humano em formação que
tem capacidades de memorizar estímulos, e que está exposto principalmente à forma como
sua mãe vive a gravidez, o que poderá afetar o seu desenvolvimento físico-emocional. Tudo
isso devido à sensibilidade a estímulos sensórios que o feto possui.
Neste contexto, percebe-se que não é apenas o trauma do nascimento que marca
inconscientemente o indivíduo, mas sim a forma com que o feto percebe e vivencia suas
experiências pré-natais, formas estas que irão constituir suas vivências emocionais no
decorrer da vida. Pois, se considerarmos, conforme Wilheim (1997), que todos os fatos que
ocorrem no período pré-natal recebem registros mnêmicos, e que esses registros ficam
guardados apenas no nível do inconsciente, todas as vivências pelas quais o feto passou
enquanto estava no ambiente intrauterino poderão, de forma inconsciente, influenciar
futuramente na sua personalidade, conduta e comportamento.
Dentro desta perspectiva o assunto é considerado de extrema importância para a
psicanálise, pois, a partir de pesquisas realizadas na área se constata que as experiências pelas
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quais passa o feto desde a sua concepção até o nascimento ficam registradas em uma matriz
básica inconsciente.
Desta forma, sabe-se que a gestação não se dá somente em nível biológico e
fisiológico, através da interação do feto com o corpo da mãe, mas sim através de níveis
psíquicos e emocionais pelos quais passa a mãe durante este período, em que toda e qualquer
perturbação emocional que a mãe tiver durante a gestação será acompanhada de alterações
neuro-hormonais que irão afetar o feto através da corrente sanguínea.
Considerando esse contexto, o presente trabalho teve como objetivo, sem o intuito
de ser conclusivo, compreender através de produções bibliográficas já escritas em relação ao
tema de que forma a Psicanálise entende o período de vida intrauterino, os possíveis
comportamentos do feto-bebê, as influências que acontecem neste período que podem
acarretar no desenvolvimento psíquico do futuro bebê.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
A fase final de todo este período é chamada de Fase Fetal, que se inicia por volta
da oitava semanas de gestação e é caracterizada pelo detalhamento dos órgãos e o aumento do
tamanho do seu corpo. Como mostra Newcombe (1999), nesta fase o embrião já se apresenta
bem definido, com boca, olhos, mãos e pés. E é neste momento que os órgãos sexuais e as
células ósseas começam a se formar, e o embrião a se transformar em feto.
Por volta da 10ª e a 12ª semana o feto começa a se exercitar, seus movimentos são
intensos e, conforme Wilheim (1997), são vitais para um bom desenvolvimento dos ossos e de
suas experiências sensoriais, principalmente aquelas essenciais para o desenvolvimento do
cérebro. Ele rola de um lado para o outro, estende-se e flexiona-se, agita os braços, dá chutes
e flexiona os pés, ou seja, ele é um ser muito pequeno capaz de realizar vários movimentos
intensos.
Ao final de 14 semanas o feto apresenta cerca de nove centímetros e pesa cerca de
quarenta e três gramas, ele passa a fazer movimentos de respiração e a engolir o líquido
amniótico. Segundo Vasconcelos (2008), pesquisas mostram o aumento da sua deglutição
quando a mãe ingere alimento doce e a sua redução com alimento salgado e apresenta
expressões faciais de agrado e desagrado.
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Sabe-se, inclusive, que as atividades executadas por ele não são sem propósitos.
Segundo Piontelli in Pellanda (1996), a deglutição serve para que o líquido amniótico sirva de
alimento e regule o volume de ingestão; seus movimentos são vitais para o desenvolvimento
das articulações e ossos e as experiências sensoriais são fundamentais para o desenvolvimento
do cérebro.
Pesquisas mostram que o recém-nascido prefere e se acalma com músicas que
ouviu durante a gestação, com isso acredita-se que a sensibilidade musical possa começar a se
formar dentro do útero, devido à capacidade de estímulos auditivos já presentes neste período.
É o que explica Quayle (2006, p. 38) quando fala que:
Existem muitas variações que ocorrem durante este período de formação que
exercem grande influência para o desenvolvimento do feto. O estado físico e emocional da
mãe, segundo Newcombe (1999), bem como o ambiente pré-natal que ela oferece
correspondem a uma dessas variações. “Embora o feto possa suportar muitos choques e
estresses, um ambiente pré-natal saudável pode proporcionar um melhor início de vida para o
futuro bebê” (PAPALIA, 2006, p.78).
As influências ambientais existem desde a concepção do feto. Vários são os fatores
correspondentes a estas influências que podem afetar significativamente o desenvolvimento
do futuro bebê, como a idade materna, a nutrição da mãe, doenças, transtornos e o uso de
substâncias tóxicas, “bem como o estado emocional da mãe, através de sua história, seus
desejos, suas fantasias inconscientes, e seus conflitos” (CARON, 2000, p. 126).
A idade sendo um dos fatores de influência no desenvolvimento sadio do bebê
acarreta preocupações, pois o número de adolescentes grávidas tem surgido nos últimos anos.
A probabilidade de terem filhos prematuros e com baixo peso ao nascer é muito maior, em
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idades entre 15-19 anos. A gravidez precoce, segundo Newcombe (1999), tende a inibir o
crescimento da mãe e da criança. Embora os riscos sejam reduzidos com um cuidado durante
o pré-natal e pós-natal, a probabilidade de sofrerem complicações durante a gestação ainda
existe.
O mesmo cuidado deve-se ter em mulheres acima de 35 anos, a probabilidade e as
chances de aborto, parto prematuro, crescimento fetal retardado, e outras complicações são
existentes. Entretanto, de acordo com o autor, se comparado às mães adolescentes a
incidência de complicações é relativa, principalmente se a mãe teve todo o cuidado e uma
preparação para este acontecimento. Uma boa saúde, cuidados preventivos,
acompanhamentos médicos são fatores significativos para que as mulheres com idade maior
de 35 anos tenham um desenvolvimento gestacional e pós-natal tranquilo.
Uma boa saúde requer uma alimentação saudável, outro fator de extrema
importância para o desenvolvimento pré-natal. Para Newcombe (1999), mães com dieta pobre
em nutrientes apresentam uma maior probabilidade de terem filhos com baixo peso, com
comprometimento no desenvolvimento cerebral, serão menos resistentes a doenças e terão um
risco maior de mortalidade no primeiro ano de vida. O mesmo acontece com mulheres que
estão acima do peso, o risco de terem filhos com defeito no sistema neural é maior. Isso tudo
requer um acompanhamento pré-natal adequado na tentativa de prevenir esses tipos de
problemas.
Quanto ao uso de drogas e outras substâncias químicas, anteriormente se pensava
que a placenta protegia o feto contra usos irrelevantes de substâncias químicas, mas estudos
comprovaram que elas atravessam a placenta do mesmo modo que o oxigênio, o gás
carbônico e os nutrientes (PAPALIA, 2006). A Talidomida foi uma destas substâncias
descoberta nos anos 50 que causava deformidades no futuro bebê. O álcool também é outra
substância que se ingerida em grande quantidade durante a gestação provoca um crescimento
retardado, nascimento prematuro, distúrbios do sono e problemas cardíacos no feto. Além de
outras substâncias abusivas como o uso de maconha, nicotina, cocaína e cafeína
(NEWCOMBE, 1999; PAPALIA, 2006).
Isso tudo não se deve somente à mãe, mas também ao próprio pai. Estudos,
segundo Papalia (2006), mostram que os pais que fazem uso de cocaína causam defeitos
congênitos a seus filhos, através do esperma. E aqueles que fazem uso de tabagismo também
prejudicam o desenvolvimento do bebê, o que está associado ao baixo peso natal e ao maior
risco de câncer na idade adulta.
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recusava a mamar no seio da mãe, ele aceitava a mamadeira ou o seio de outras mães, mas
não queria nada com o alimento materno. A mãe dizia ao Dr. Peter que não sabia o motivo.
Até que num certo momento Dr. Peter fez a seguinte pergunta: “Mas você
desejava esta gravidez?” A mãe esclareceu que queria abortar, mas como o marido desejava
esta criança ela não realizou o aborto. Isto era novidade para Peter, mas obviamente não era
para o bebê, relata Verny. A criança enquanto estava no útero havia percebido a rejeição de
sua mãe e recusou-se a formar uma ligação, e, portanto, após o nascimento continuou firme na
decisão de também rejeitar a sua mãe.
Para Papalia (2006), são muitas as influências que afetam uma nova vida, e muitas
atuam durante os nove meses antes do nascimento. Com isso, conclui-se que um vínculo bom
e forte existente na relação mãe-bebê durante este período seria um fator compensador nos
momentos de elevada preocupação e estresse, em situações em que a mãe se encontra com
problemas emocionais e conflitos pessoais cotidianos. De forma que permita um
desenvolvimento tranquilo e saudável para o futuro bebê.
Toda especulação sobre fetos e gestantes, que tem surgido através da história e da
evolução do pensamento, tem levado à evidência da existência de psiquismo no feto.
Isto nos faz pensar que possuímos a pré-concepção da existência desse fato, que se
vem manifestando e desenvolvendo através dos tempos, desde os pensamentos
supersticiosos até a ciência interpretativa e intuitiva, que tem sido comprovada pela
ciência experimental através da ultrassonografia. (SOUZA-DIAS, 1996, p. 40).
Segundo Piontelli (1995), foi através desta técnica que foi possível observar o
universo fetal e a sua história de desenvolvimento físico-emocional, vindo a desmitificar
aquele ambiente protetor e isolado de todo e qualquer estímulo existente.
Para Rascowsky (1964, apud SOUZA-DIAS, 1996), considerar a vida intrauterina
uma representação da paz seria pura idealização. Se realmente ela fosse um período de vida
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tão vislumbrante assim o feto não precisaria desenvolver tantos mecanismos reguladores e
defensivos como ele desenvolve. Assim, constata-se que o útero não é um lugar tão ideal
como se imaginava, “hoje se sabe que o álcool, o fumo, as drogas e substâncias neuro-
hormonais da mãe acompanham alterações de seus estados emocionais, atravessam a placenta
e atinge o feto” (WILHEIM, 1997, in CARON, 2000, p. 138).
O feto, como destaca Caron (2000), é um ser que já existe e que tem sua
individualidade e suas características próprias, ele segue existindo em função da mãe com
quem conviveu durante nove meses, e não será com o parto que essa ligação irá se desfazer,
porém a ligação emocional com sua mãe permanece sempre.
Em caso de crianças adotadas, segundo Verny (2004), o importante é saber que a
criança esteve com a mãe biológica por nove meses. Sendo adotado por outra família, para ela
é como se tivesse “dormido em um quarto e acordado na Lua” (p. 29). O bebê perderá todo o
contato com aquilo que ele estava acostumado, à batida do coração da mãe, seu tom de voz,
seu cheiro, entrará em sofrimento e precisará de muito mais carinho, atenção e cuidado. A
mãe adotiva precisa estar preparada, atuando de forma a tentar contornar o sofrimento já
existente neste bebê.
Alessandra Piontelli (1995) desenvolveu várias pesquisas e executou várias
observações sobre o comportamento fetal devido ao grande interesse pelo assunto. Em seus
estudos verificou a existência ou não de uma continuidade do comportamento antes e depois
do nascimento, se surpreendia com a individualidade de cada feto, e concluiu que cada um
apresentava comportamentos individuais, e que estes se mantiveram em sua vida pós-natal.
Estas experiências têm valiosas contribuições a respeito da formação da
personalidade, que por sua vez é o conjunto de modos próprios de ser e agir, o que define a
sua identidade e a diferencia dos outros seres, que é constituída a partir de experiências
vivenciais pelas quais passa o indivíduo.
É nesse contexto que se busca estudar o funcionamento mental do feto: aquilo que
alguns estudiosos denominam psicologia do período pré e perinatal, usualmente
definida como “o estudo do comportamento e do desenvolvimento evolutivo e
psicoafetivo-emocional do indivíduo no período anterior ao seu nascimento”
(QUAYLE, 2006, p. 39).
Piontelli (1995), uma das estudiosas do assunto, afirma que o feto tem sim sua
personalidade marcante e bem definida e que se manifesta desde o início da vida intrauterina e
que será a mesma que seus pais irão conhecer logo após o seu nascimento.
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O estágio pré-natal da vida representa uma oportunidade sem par para a prevenção
primária de problemas psicológicos, emocionais e físicos que aparecem no
desenrolar da vida. É nessa fase que se pode lançar mão de procedimentos
preventivos para diminuir a taxa de nascimentos prematuros, morbidade e
mortalidade perinatal, assim como de distúrbios psicológicos. (FEIJÓ, 1997, apud
COSTA, REIS, MACHIAVELLLI, 2007, p. 7).
É o ventre materno que mantém o bebê desde a sua concepção, e, para uma perfeita
estruturação desse futuro ser humano, é necessário que essa morada lhe transmita
equilíbrio, segurança e harmonia. Assim, ele estará se preparando, antecipadamente,
para a chegada ao nosso mundo. (BASBAUM, apud VERNY, 1989, p. 2).
A criança não é um ser inerte durante a vida intrauterina, segundo Verny (1989).
Ela está num estado especial de consciência e interage com o meio, que tem emoções, está
atento e tem memórias. O importante é que ele viva esta experiência com alegria e não como
uma tarefa pesada, e sofrida, deve ser uma etapa de construção e esperança. É preciso que este
novo ser passe por experiências positivas para que encare positivamente sua nova vida.
A futura mamãe precisa lembrar que a gravidez é a formação de um ser dentro da
sua barriga, e que todo o cuidado é importante para um bem-estar do feto que está em
desenvolvimento. Portanto, pensar melhor, planejar a gravidez é uma forma de prevenir a
saúde do futuro bebê que está por vir.
Até duas décadas atrás, a vida intrauterina (o mundo do bebê) era considerada
totalmente protegida. Relacionava este mundo com um mundo fantástico, muitos autores
apontavam que o bebê vivia em um estado nirvânico, em plena felicidade. Mas, graças à
tecnologia, foi permitido um acompanhamento mais próximo com a vida fetal, sendo possível
conhecer mais de perto o processo que ocorre dentro do útero da mãe, e sua relação íntima
com ele. (CARON, FONSECA, KOMPINSKY, 2000).
Antes da ultrassonografia, segundo os autores, a gestante confrontava o seu bebê
imaginário com o bebê real somente depois do nascimento. Informações sobre a gestação e o
estado do bebê eram tidas através do relato da mãe, sintomas e sua história pessoal.
Inicialmente era oferecido este tipo de exame para mães com idade avançada,
devido ao grande risco que estas mães enfrentavam nesta faixa etária. Com o tempo o número
de gestantes que passou a fazer uso deste procedimento aumentou, pois não existe uma idade
específica para que a gestante tenha riscos de doença genética (FONSECA et al., 2000).
Muita coisa mudou desde as primeiras imagens até a nitidez e eficácia que temos
nos dias de hoje. Muitas coisas foram estudadas a respeito e muitas informações foram
descobertas. Antes o que se via era apenas um vulto e escutava-se o coração do feto, hoje com
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1- Descartar a possibilidade de uma gravidez ectópica, ou seja, uma gestação onde o saco
gestacional esteja implantado fora da cavidade uterina, como por exemplo nas trompas de
falópio ou no abdome.
4- Avaliação do crescimento fetal: através das medidas do feto (diâmetro biparietal, perímetro
cefálico, perímetro abdominal e comprimento do fêmur) nós podemos acompanhar o
desenvolvimento fetal, construindo uma curva de crescimento.
b) Dopplervelocimetria a cores.
A dopplervelocimetria ou estudo Doppler proporciona um método não invasivo de
estudarmos a hemodinâmica fetal, em aparelhos de ultrassom especialmente equipados para
isso. O estudo das artérias uterinas maternas e da artéria umbilical nos dá informações sobre a
perfusão da circulação útero-placentária e feto-placentária, respectivamente. O estudo
Doppler de vasos fetais específicos, como a artéria cerebral média ou a aorta, tem valo na
detecção dos rearranjos hemodinâmicos que ocorrem como resposta do feto à diminuição do
oxigênio disponível. O estudo Doppler tem valor principal naquelas gestações onde há retardo
de crescimento intrauterino, hipertensão arterial materna ou diabete mélito. A interrupção dos
resultados deve ser sempre cuidadosa e correlacionada com o quadro clínico, ajudando a
melhorar o prognóstico perinatal das gestações de alto risco.
3 OBJETIVOS
4 ARTIGO
1
Acadêmica da 10ª fase do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc.
Endereço: Rod. Leonardo Bialecki, nº890 / 88813-580 – Criciúma – SC – Brasil. Tel.: 48 8815-1434.
E-mail: lumondardo@ig.com.br.
2
Professora Orientadora do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc.
Especialista em Psicoterapia de Orientação Analítica – Mestre em Ciências da Saúde.
Endereço: Rua Cassimiro Milioli, nº 480, apto 301 / 88802-100 – Criciúma – SC – Brasil. Tel.: 48 8814-6448.
E-mail: gam@unesc.net.
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Esta carta tem por objetivo confirmar o recebimento de seu trabalho "Um
olhar psicanalítico sobre a vida intrauterina e a constituição psíquica do
feto" Pela secretaria da Revista Brasileira de Psicanálise, na data de 06 de
Junho de 2009.
Seu trabalho será enviado para ser avaliado para quatro avaliadores
externos, de acordo com os procedimentos de avaliação dotados pela RBP.
Atenciosamente;
Luciana Gobbato
Secretária da RBP
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Sabíamos muito pouco sobre a vida intra-uterina e sua observação direta parecia pertencer ao
universo da fantasia voyeurística. A vida fetal, em função da sua natureza abrigada, era comumente
considerada como um mundo totalmente à parte – como se a vida realmente apenas começasse no
ato do nascimento, se não muito depois (p. 21).
O que se acreditava era que o feto nascia como uma tabula rasa, e que a evolução
do seu psiquismo ocorria somente a partir do nascimento, no momento em que ele iniciava
sua relação com o meio externo. Tudo que acontecia no período gestacional era associado a
experiências agradáveis de calor, aconchego, silêncio e proteção. Como se a vida no ventre
materno fosse algo mágico, e vislumbrante.
Com o avanço das ciências e estudos recentes sobre a vida intrauterina, velhas
teorias deixam para trás aquilo em que se acreditava, e novas concepções acerca da vida fetal
nos dão a possibilidade de aprofundamento no assunto. “Hoje sabemos que muito antes de
nascer, o feto pode perceber luz e som, é capaz de engolir, ter paladar, escolher uma posição
predileta, registrar sensações e mensagens sensoriais” (Wilheim, 1997, p. 21).
Novas formas de observação fetal, principalmente com o advento da
ultrossonografia, possibilitaram a aproximação com o feto e um progresso no conhecimento
sobre este. A partir daí, segundo Piontelli in Pellanda (1996), alteraram-se as idéias de que o
feto é um ser dependente vivendo num estado vegetativo e de que o útero é um lugar
silencioso e totalmente isolado.
Corroborando com a idéia, Caron (2000) destaca que:
A ultra-sonografia obstétrica tem, cada vez mais, estimulado progressos, permitindo respostas a
antigas questões e colocando novos questionamentos, e isto é irreversível. Quebrou-se o tabu de
não se entrar nesta íntima relação materno-fetal; desmistificou-se este ambiente protetor e barreira
total para todo estímulo considerado desagradável para o feto (p. 129).
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No entanto, conforme Verny (1989), nem tudo o que acontece com a mãe durante
a gestação determina o desenvolvimento do bebê. Certas perturbações e situações são
inevitáveis e fazem parte do cotidiano. O importante e fundamental neste caso é que os
pensamentos e as emoções sentidas pela mãe podem ser controláveis e a disponibilidade
afetiva que esta tem para com o bebê pode amenizar as consequências de suas perturbações.
Neste caso conversas tranquilizadoras e uma atenção dedicada e dirigida ao futuro
bebê seriam recursos neutralizáveis aos efeitos negativos, com intuito de restituir as sensações
de segurança, otimismo e esperança, reforçando o vínculo de vida entre ambos, favorecendo
assim para um desenvolvimento saudável.
“É por isso que filhos de mães esquizofrênicas têm uma incidência tão alta de
problemas físicos e emocionais”. (Wilheim, 2003, p. 180). Doenças psicóticas como esta, por
exemplo, impossibilitam a pessoa de criar vínculos.
Com isso, Caron (2000) destaca que não são somente situações como a do estado
emocional em que a mãe se encontra que influenciam o desenvolvimento do bebê, e sim a
forma como os pais lidam com esta gravidez. O vínculo desenvolvido durante este período é
um fator de extrema importância. As histórias inconscientes dos pais também exercem grande
influência na vida deste, merecendo uma atenção especial a relação mãe-feto, as imagens
internas que a mãe faz do filho e o contexto em que se encontra esta gravidez.
Para Wilheim (1997), o feto vivencia o inconsciente de sua mãe e a consciência
dela, e interage com estes fatores produzindo registros de memórias que irão influenciar na
formação da sua personalidade. Todas estas experiências biológicas pelas quais passa o feto,
segundo a autora, ficam registradas em sua memória e constituem uma matriz básica
inconsciente, podendo fazer parte das suas experiências emocionais no decorrer da vida.
No entanto, a influência materna sobre o desenvolvimento do feto é hoje fato
comprovado. Todas as emoções sentidas e situações vividas pela mãe exercem grande
ascendência, através de alterações hormonais que ultrapassam a placenta e ocasionam
mudanças no sistema cerebral fetal.
Há muito este assunto tem provocado discussões e reflexões acerca da existência
de um psiquismo fetal próprio. Autores apontam para uma nova área do saber, saber este que
mesmo na época de Freud já se indagava, quando ele suspeitava da existência de algum
elemento psíquico anterior ao nascimento (Wilheim, 1997). “Há muito mais continuidade
entre a vida intra-uterina e a primeira infância do que a impressionante caesura do ato do
nascimento nos permite saber” (Freud, 1926). Estas foram as palavras que Freud deixou em
um dos seus trabalhos e que indagam sobre a existência de um continuum entre a vida
intrauterina e pós-natal.
Contudo, foi no início da década de 90 que a história do psiquismo fetal começou
a ser desmistificada. Enquanto antes se acreditava ter início após o nascimento e que a vida
intrauterina era responsável apenas pelo desenvolvimento físico da criança, hoje se tem ideias
e experiências que comprovam que mesmo dentro do útero materno o feto pode começar a
constituir sua personalidade.
Pesquisadores que observam os fetos por meio de ultrassom os têm flagrado tendo desempenhos
imprevisíveis: bocejando, engolindo, respirando, arrancando, sorrindo, fazendo caretas, chupando,
agarrando, se espreguiçando, dobrando e desdobrando-se, atividades que eles praticam muito antes
que estas venham a lhe serem necessárias (Wilheim, 2003, p. 173).
EXPERIMENTOS
o cordão umbilical. Uma de suas brincadeiras era manipular com os dedinhos a placenta num
movimento de querer descolá-la. Feita a observação, dias depois a mãe começa a apresentar
fortes sangramentos. Motivo: deslocamento da placenta com ameaça de aborto. A mãe se
submete a repouso absoluto e é medicada com altas doses de drogas tocolíticas.
Durante as observações seguintes Pina ficou imóvel, toda enrolada enfiada num
canto do útero. Devido à posição em que se encontrava, Pina teve que nascer por cesárea. Ela
havia aprendido que sua movimentação havia posto em risco sua vida.
As observações feitas depois do nascimento mostraram que Pina era uma criança
com alto grau de inteligência, seu olhar era vivo e curioso, mas apresentava medos, angústias
claustrofóbicas, dificuldades com alimentação. Ficava insegura no colo de quem a carregava,
como se estivesse sempre temendo cair. E apresentava um medo especial de banho, gritava
como se tivesse medo de se afogar ou de ser levada pelas águas.
“Em seus trabalhos o que mais impressiona Piontelli é o continuum de
comportamentos que se pode observar na vida antes e depois do nascimento” (Piontelli in
Pellanda, 1996, p. 639). Com isso ela conclui que o sistema emocional do feto está completo
antes mesmo de nascer.
Estas observações contribuíram significativamente para a atualização do
conhecimento a respeito da formação de caráter e da personalidade, o que poderá um dia
revolucionar o entendimento psicanalítico sobre a estruturação do psiquismo humano (Caron,
2000).
Outros estudos e pesquisas recentes nos mostram que o feto a partir da 24ª semana
seria capaz de interagir e responder a estímulos auditivos e que na exposição de uma ou outra
música poderia causar diminuição ou aumento dos batimentos cardíacos. Um estudo realizado
pela médica irlandesa Bárbara Kisilevsky, segundo Vasconcelos (2008), constatou que:
Mesmo antes do nascimento, o bebê é capaz de reconhecer a voz da mãe, durante o experimento,
30 fetos em estágio final de gestação ouviram uma gravação de dois minutos de sua mãe
declamando poesias e o coraçãozinho deles disparou. No grupo submetido a uma gravação com a
voz de uma mulher estranha, houve redução do ritmo cardíaco (p. 39).
Outro caso interessante é narrado por Thomas Verny e John Kelly no livro “A vida
secreta da Criança”. O caso foi relatado pelo Dr. Peter, professor de Obstetrícia e
Ginecologista da Universidade de Upsala, na Suécia. Kristina era um bebê robusto e
comportado que revelou em estranho comportamento: recusava-se a mamar no seio da mãe.
Aceitava a mamadeira ou o seio de outras mães, mas não queria nada com o alimento
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materno. Dr. Peter, indagando da mãe a razão de tal comportamento, recebeu um “não sei”
como resposta. Ela dizia não saber o motivo.
Quando, porém, o Dr. Peter foi mais incisivo na pergunta: “Mas você desejava esta
gravidez?” Ela esclareceu: “Eu queria abortar, mas meu marido desejava esta criança, então,
mantive-a”. Isto era novidade para Peter, mas obviamente não era para Kristina, comenta Dr.
Verny. E acentua: “Ela havia percebido há muito tempo a rejeição de sua mãe e recusava-se a
formar a ligação com esta, após o nascimento. Afetivamente rejeitada no útero, Kristina, com
apenas quatro dias de vida e inteiramente dependente, estava firmemente decidida a rejeitar a
sua mãe”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do trabalho realizado foi possível constatar que pesquisas sobre fetos e
gestantes têm surgido através da história e da evolução do pensamento. Graças ao avanço da
ciência e da tecnologia, foi permitido um contato mais próximo com a vida fetal,
possibilitando estudos sobre o comportamento do feto, o desenvolvimento psíquico e suas
interações iniciais com a mãe e com o ambiente.
Hoje se sabe que a história de vida de uma criança começa muito antes do seu
nascimento, e o que era considerado durante muito tempo já não mais pode ser aceito. O feto
desde a concepção deve ser tratado como um ser que ouve, sente e que sabe expressar suas
necessidades, e que estando em harmonia com sua mãe consegue ter um desenvolvimento
saudável.
De acordo com o psiquiatra Thomas Verny (2004), tudo o que a criança
experimenta desde a concepção constrói seu corpo, principalmente seu cérebro. Mas isso só é
possível quando essa criança está vinculada a outro ser. Por isso é importante a participação
dos pais já no período intrauterino. Tratar da criança desde a gestação contribui para uma
sociedade melhor, pois os cuidados e a forma com que a mãe se relaciona garantem que a
criança seja concebida com amor e carinho.
Sendo assim, com essa pesquisa percebemos que um ambiente intrauterino
desfavorável pode comprometer o desenvolvimento fetal. E que os pais, sabendo dá
importância e do cuidado durante este período, poderiam participar ativamente na formação
da personalidade ou na constituição psíquica do seu futuro bebê, propiciando uma saúde
melhor a seus filhos através de um contato mais próximo já no período pré-natal.
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Abstract: The present article is a bibliographic study which deals with matters relating to the
intrauterine life and the fetus psychic constitution, based on a psychoanalytical view. It is
considered that, with the technology advance, mainly about ultrasound scanning, a study
about the fetus behaviour and the existence of a psychism development during the antenatal
period became possible. Significant changes have been arising about this issue, it has changed
the vision that uterus was a secret and isolated place, and that the fetus was born like a tabula
rasa. Nowadays it is known that, the womb is a environment full of stimulus and interaction,
and the fetus is a human being in a physical as well as psychic formation, it feels, hears,
perceives, it reacts to stimulus from outside as weel as from inside; and that it is
physiologically linked to its mother, with whom already develops an affective and emotional
life.
Extracto: El presente articulo es un estudio bibliográfico que trata los asuntos relacionados
con la vida intrauterina y la constitución psíquica fetal, basado en una opinión psicoanalítica.
Esta considerado que, con el avance de la tecnología, sobretodo acerca de las ecografías un
estudio acerca del comportamiento del feto y la existencia de un desarrollo psíquico durante
la etapa antenatal se hizo posible. Cambios significativos se han presentado acerca de este
problema, ha cambiado la visión que el útero era un desolado y secreto lugar, y que el feto
nacía como tabula rasa. Actualmente es sabido que la matriz es un ambiente lleno de
estímulos y de interacciones, y el feto es un ser humano en formación física y mental, el
siente, escucha, percibe, reacciona a estimulos del exterior asi como del interior; y eso está
psicologicamente unido a su madre, con la que ya desarrolla una vida emocional y afectiva.
Palabras claves: vida intrauterina; desarrollo psíquico; comportamiento del feto; estimulos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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observação à clínica (p. 135-177). São Paulo: Casa do Psicólogo.
CONCLUSÃO
Através deste estudo foi possível verificar e analisar várias pesquisas acerca da
vida intrauterina e o comportamento do feto, ficando evidente que estas têm proporcionado
uma ampliação do olhar sobre o conhecimento que é um assunto amplo e novo e que necessita
ainda muito ser explorado.
Um dos aspectos observados durante a pesquisa é que a ultrassonografia tem
contribuído e muito para estes estudos. Nos últimos trinta anos, toda a visão que se tinha do
mundo em que o bebê vivia foi desmistificando-se aos poucos. A tecnologia tem permitido
um contato mais próximo com a vida fetal, tornando possível um avanço significativo nos
estudos sobre psiquismo pré-natal e, contudo, a existência de uma vida mental no feto e uma
continuidade dos comportamentos fetais em sua vida pós-natal.
Hoje se sabe que o feto é um ser ativo e não inerte como foi considerado durante
muitos anos, é um ser em formação tanto física como psíquica que sente, percebe, ouve e
reage aos estímulos, interagindo com o ambiente em que habita, com emoções, atenção e
memória. As pesquisas têm revelado a complexidade do seu aparelho mental, e a sofisticação
do aparelho perceptivo e motor, o que comprova que eles já apresentam capacidades antes
nunca exploradas.
Com estes estudos tem-se a possibilidade de entender melhor a dinâmica que
ocorre desde a origem do ser humano e a forma com que ele se desenvolve e aprende a
realidade física e psíquica dentro do útero. Por conseguinte, segundo Wilheim (1997), pode-se
dizer que a forma com que o feto percebe e vivencia suas experiências pré-natais, ou seja,
tudo o que ele viveu, percebeu e sentiu durante sua vida intrauterina irão constituir suas
vivências emocionais no decorrer da vida. Por ter capacidades de memorizar, de aprender e
lembrar e ser dotado de sentimentos, traços de memória e algum nível de consciência
experimentado durante a vida intrauterina.
A partir deste projeto, foi possível elaborar um artigo e ampliar os meus
conhecimentos e o meu aprendizado quanto ao assunto, e assim criar objetivos futuros para o
meu desenvolvimento profissional, como maiores pesquisas, bem como trabalhos com
gestantes, buscando concretizar tudo que foi estudado sobre o assunto com os futuros pais,
proporcionando um desenvolvimento sadio e uma constituição psíquica melhor estrutura já
desde o início da vida.
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Para isso, a futura mamãe precisa lembrar que a gravidez é a formação de um ser
dentro da sua barriga, e que todo o cuidado é importante para um bem-estar do feto que está
em desenvolvimento. Pensar melhor, planejar a gravidez é uma forma de prevenir a saúde
psíquica do futuro bebê que está por vir. É de extrema importância que a mãe esteja desde as
primeiras semanas sintonizada com ele, principalmente se for uma gravidez não planejada,
buscando equilíbrio emocional para criar um vínculo saudável durante os nove meses,
proporcionando a ele uma vida tranquila, harmoniosa, com experiências saudáveis e positivas
para uma melhor compreensão de sua existência.
Isso tudo porque depois de intensas observações de feto e bebês recém-nascidos
temos a possibilidade de conhecer mais a respeito e entender que certas complicações na
gravidez e no comportamento pós-natal do feto são provenientes de uma gravidez conturbada,
de uma gravidez não aceita ou de sérios problemas psicológicos que a mãe teve durante este
período.
Ou seja, a relação entre ambos desde a concepção e a forma com que a gravidez
foi planejada é muito mais importante do que se pensava. Assim, a conclusão que se tem é
que entender a natureza e a profundidade dos vínculos afetivos nos faz compreender melhor,
bem como amar melhor as crianças e buscar prevenir problemas de desordem psíquica no
futuro.
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