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UNICE – ENSINO SUPERIOR

IESF – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE FORTALEZA


GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA A PACIENTES


HIPERTENSOS EM UMA FARMÁCIA COMERCIAL NO MUNICÍPIO
DE CAUCAIA-CE

MANOEL LUCIANO FREITAS RODRIGUES

Fortaleza-Ceará
2015.2
MANOEL LUCIANO FREITAS RODRIGUES

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA A PACIENTES


HIPERTENSOS EM UMA FARMÁCIA COMERCIAL NO MUNICÍPIO
DE CAUCAIA-CE

Monografia apresentada à UNICE – Ensino


Superior / IESF – Instituto de Ensino Superior de
Fortaleza, como requisito para obtenção do título
de bacharel em Farmácia, sob orientação da
Profa. Me. Analu Aragão Fonteles e Profa. Bel.
Elisa Maria Duarte.

Fortaleza – Ceará
2015.2
Monografia apresentada à UNICE – Ensino Superior / IESF – Instituto de Ensino
Superior de Fortaleza, como requisito necessário para a conclusão do grau de
bacharel em Farmácia. A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida
desde que em conformidade com a ética científica.

________________________________________________
Manoel Luciano Freitas Rodrigues

Monografia apresentada em: _______/_______/_______

___________________________________________________________________
Orientadora Profa. Me. Analu Aragão Fonteles

___________________________________________________________________
1º Examinadora Profa. Dra. Terezinha de Jesus Afonso Tartuce

___________________________________________________________________
2º Examinadora Profa. Bel. Elisa Maria Duarte

___________________________________________________________________
Coordenador do Curso Prof. Me. Fábio Tartuce Filho
“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a
caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que
colher”

Cora Coralina
AGRADEÇO

A Deus, pelo dom da vida e por me permitir alcançar mais essa


vitória.

À minha família, que com muito carinho e apoio, não mediram


esforços para que eu concluísse mais esta etapa na minha
vida.

Aos meus amigos e amigas de faculdade, minha gratidão pela


amizade sincera que nos fizeram ser amigos no riso e na dor, e
a alegria de termos convivido nesses cinco anos de curso.

A todos os professores do curso, qυе foram importantes na


minha vida acadêmica е no desenvolvimento desta monografia.

Obrigado!
RESUMO

O presente trabalho enfoca a intervenção farmacêutica a pacientes hipertensos em


uma farmácia comercial. É abordada a atenção farmacêutica com o intuito de voltar-
se ao paciente, fornecendo-lhe informações de qualidade, efetiva e segura, valores
éticos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de
doenças, sobre o medicamento e à farmacoterapia, com ênfase nos grupos de risco
– hipertensos, bem como ainda garantir o uso racional de medicamentos oferecendo
serviços farmacêuticos e cuidados ao paciente, complementando com a atuação de
outros serviços voltados à saúde. Nesse argumento, a farmácia comercial, unidade
de saúde, é porta de acesso à população carente, o paciente procura
medicamentos, prescritos ou não, para o pronto restabelecimento de sua saúde.
Com esse estudo, pretende-se chamar atenção dos profissionais farmacêuticos a
prestar melhores informações ao paciente quanto ao uso correto da prescrição
médica, mostrando de modo simples e seguro as consequências se o medicamento
não for utilizado de maneira correta. O objetivo é revisar o tratamento farmacológico
da hipertensão arterial sistêmica, seu acompanhamento por meio da atenção
farmacêutica; apresentar o papel do profissional farmacêutico no manejo de
pacientes com essa condição crônica não transmissível.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial Sistêmica; Doenças-cardiovasculares;


Atenção Farmacêutica; Intervenção Farmacêutica.
SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS ....................................................................................................08

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 09

CAPÍTULO I. HIPERTENSÃO ARTERIAL ............................................................... 12


1.1 Fisiopatologia da Hipertensão Arterial ................................................................. 14
1.1.1 Sistema Nervoso Autônomo (Simpático) ......................................................14
1.1.2 Adaptação Cardiovascular ............................................................................ 15
1.1.3 Sistema Renina-angiotensina........................................................................ 16
1.1.4 Disfunção Endotelial ...................................................................................... 17
1.2 Epidemiologia da Hipertensão Arterial ................................................................ 18
1.3 Classificação da Hipertensão Arterial .................................................................. 19
1.4 Farmacoterapia Anti-hipertensiva ........................................................................ 21
1.4.1 Diuréticos ...................................................................................................... 22
1.4.2 Betabloqueadores ......................................................................................... 24
1.4.3 Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina ....................................... 25
1.4.4 Bloqueadores do Receptor AT1 da Angiotensina II....................................... 26
1.4.5 Angiotensina dos Canais de Cálcio ............................................................... 27

CAPÍTULO II. DOENÇAS CARDIOVASCULARES .................................................29


2.1 Insuficiência Renal .............................................................................................. 30
2.2 Acidente Vascular Cerebral - AVC ...................................................................... 33
2.3 Infarto Agudo do Miocárdio - IAM ........................................................................ 35

CAPÍTULO III. ATENÇÃO FARMACÊUTICA........................................................... 37


3.1 Atenção Farmacêutica à Hipertensão Arterial .....................................................39
3.2 Atenção Farmacêutica em Farmácias e Drogarias ............................................. 42

CAPÍTULO IV. PESQUISA DE CAMPO ................................................................... 46


4.1 Métodos da Pesquisa .......................................................................................... 46
4.2 Universo da Pesquisa ......................................................................................... 47
4.3 Perfil do Sujeito ................................................................................................... 47
4.4 Apresentação dos Dados do Questionário ..........................................................48
4.5 Análise dos Resultados ....................................................................................... 53

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 57

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 59

FONTES ON-LINE ....................................................................................................60

APÊNDICES ............................................................................................................. 65
LISTA DE SIGLAS

ACC - Antagonistas dos Canais de Cálcio


ACTH - Hormônio Adrenocorticotrófico
AHA - Associação Americana do Coração
APR - Atividade Plasmática da Renina
AVC - Acidente Vascular Cerebral
DBH - Diretrizes Brasileira de Hipertensão
DCV - Doenças Cardiovasculares
DRC - Doença Renal Crônica
DRTC - Doença Renal Crônica Terminal
ECA - Enzima Conversora da Angiotensina
EUA - Estados Unidos da América
H2S - Ácido Sulfídrico
HÁ - Hipertensão Arterial
HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica
IAM - Infarto Agudo do Miocárdio
IECA - Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina
IRC - Insuficiência Renal Crônica
MS - Ministério da Saúde
NaCl - Cloreto de Sódio
NO - Óxido Nítrico
OMS - Organização Mundial de Saúde
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde
PA - Pressão Arterial
RVP - Resistência Vascular Periférica
SUS - Sistema Único de Saúde
INTRODUÇÃO

As farmácias e drogarias do país são estabelecimentos de


saúde, regulamentados pela Lei 13.021/14, que altera sua caracterização de
estabelecimentos comerciais para locais de promoção do uso racional de
medicamentos.

A hipertensão arterial sistêmica é uma das doenças crônicas


não transmissíveis mais comuns na sociedade atual. Isso se dá devido ao aumento
do peso, má alimentação, estresse, tabagismo, alcoolismo, entre outros.

Tendo em vista que a hipertensão arterial se trata de um


problema crônico e com alta prevalência de morbimortalidade, são muitos os
indivíduos hipertensos atendidos na Farmácia Metropolitana, situada na cidade de
Caucaia - CE.

A falta de conhecimento é generalizada e a grande maioria dos


pacientes não sabem quais as funções dos medicamentos dos quais fazem uso.
Essa realidade é diária, e mostra a falta de comprometimento dos profissionais da
saúde com a população enferma. Diante do exposto, pode-se refletir de que maneira
o profissional farmacêutico poderá intervir nesse processo, no intuito de melhorar a
qualidade de vida desses pacientes que procuram orientação.

A atenção farmacêutica é uma área da farmácia na qual se


atua com o paciente, intervindo diretamente na farmacoterapia. Sendo assim, é
capaz de reduzir os problemas relacionados ao o uso de medicamentos.

Visando suprir a carência da população da comunidade, a


atenção farmacêutica surge como uma fonte para resgatar o bem-estar desses
pacientes que necessitam de orientação, visando uma melhor qualidade de vida.

A problemática se baseia na seguinte pergunta: Será que a


10

falta de orientação e acompanhamento pelo farmacêutico é fator que interfere na


adesão a farmacoterapia e reações adversas?

A hipótese desse trabalho compreende que antes de iniciar o


tratamento farmacoterapêutico o paciente deve ser orientado por um profissional de
saúde. A orientação deve conter informações acerca dos anti-hipertensivos que lhe
foram prescritos. Ter um acompanhamento farmacêutico é ser orientado sobre o uso
racional e adequado dos anti-hipertensivos bem como o resultado, a importância da
farmacoterapia, e conscientizar o paciente de sua responsabilidade sobre sua
melhora.

O objetivo desse trabalho é, portanto, destacar a importância


da atuação do farmacêutico nas farmácias comerciais, unidade de saúde, no que diz
respeito à atenção farmacêutica à pacientes hipertensos e propor uma estratégia de
intervenção farmacêutica visando maior adesão e reduzindo a reações adversas aos
medicamentos – RAM’s e melhorar a qualidade de vida.

Para se obter um maior alcance do objetivo proposto, este


estudo monográfico se apresenta em quatro capítulos. No primeiro capítulo
verificam-se aspectos gerais da Hipertensão Arterial Sistêmica - HAS, assim como:
sua fisiopatologia, epidemiologia, classificação da HAS e tratamento. No segundo
capítulo apresenta-se as principais doenças em consequência da hipertensão
arterial que determina alterações estruturais no coração, cérebro, rins e vasos
arteriais. O terceiro capítulo é uma noção da atenção farmacêutica e seu objetivo,
além de destacar a orientação farmacêutica com o intuito de contribuir com o
sucesso da terapêutica ao paciente hipertenso. O quarto capítulo finaliza com uma
pesquisa de campo a ser realizada na Farmácia Metropolitana, onde o pesquisador
aplicará um questionário para os pacientes que adquirirem medicamentos anti-
hipertensivos e relatando se recebem orientação e acompanhamento de
profissionais da saúde, quanto a farmacoterapia, relacionando os dados coletados e
interpretados.

Diante desse argumento, propõe-se com esse trabalha chamar


a atenção da classe farmacêutica quanto a orientação aos pacientes hipertensos,
11

elaborando uma proposta de intervenção farmacêutica e educativa, bem como


elevar os níveis de conhecimentos destes para a hipertensão arterial não tratada.
12

CAPITULO I. HIPERTENSÃO ARTERIAL

A Hipertensão Arterial Sistêmica - HAS tornou-se um problema


de saúde pública pelo impacto econômico e ônus que acarreta no sistema social e
de saúde, refletindo na qualidade e expectativa de vida dos indivíduos. A prevenção
de alterações irreversíveis no organismo, exige o seu controle continuado, além de
ações individuais e coletivas.

1
Segundo OLIVEIRA et al., no Brasil, a prevalência da HAS é
aproximadamente entre 10% a 20%. Desse modo, somam 15 a 30 milhões de
indivíduos hipertensos. Entre esses, 65% são idosos, 7% crianças e adolescentes,
25% negros, e em torno de 16 a 50% dos hipertensos que iniciam o tratamento,
desistem da medicação anti-hipertensiva no primeiro ano.

De acordo COSTA, SILVA e CARVALHO,

Neste cenário, a hipertensão arterial se apresenta como um


dos principais problemas de saúde pública da atualidade. Esse
agravo se caracteriza por apresentar um curso clínico lento e
assintomático, uma elevada prevalência, múltiplos fatores de
risco que agem sinergicamente, dificuldades em seu controle e,
quando não adequadamente tratada, um grande número de
complicações, principalmente no sistema cardiovascular, que
vêm se apresentando como a principal causa de óbito no país
desde a década de 1960. 2

A prevalência de hipertensão arterial sistêmica vem


aumentando em países em desenvolvimento, devido ser uma doença assintomática
em suas fases iniciais. Aliado a isso, a falta de informação, por parte da população,
contribui para seu baixo controle, acometendo não somente os idosos, mas
indivíduos em faixas etárias cada vez mais precoces.
1
Ednéa Aparecida Fajardo de Oliveira et al. Significado dos Grupos Educativos de Hipertensão
Arterial na Perspectiva do Usuário de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde. Revista Atenção
Primária à Saúde. Disponível em: http://aps.ufjf.emnuvens.com.br/aps/article/viewFile/1191/510
Acessado em: 01/ago/2015.
2
Juliana Martins Barbosa da Silva Costa; Maria Rejane Ferreira da Silva; Eduardo Freese de
Carvalho. Avaliação da implantação da atenção à hipertensão arterial pelas equipes de Saúde da
Família do município do Recife (PE, Brasil). Ciência & Saúde Coletiva. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000200026 Acessado em: 01/ago/2015.
13

Corroboram com os autores citados anteriormente, dados da


Sociedade Internacional de Hipertensão:

A proporção mundial de doença atribuível à hipertensão é


substancial. Estima-se que a hipertensão cause 7,6 milhões de
mortes (13,5% de todas as mortes) e 6,0% da carga de doença
(92 milhões de ano de vida ajustados por incapacidade) sendo
a maioria em países com baixo ou médio desenvolvimento
econômico e mais da metade em pessoas com idade entre 45
e 69 anos. 3

4
Ainda nesta linha de pensamento KAPLAN e VICTOR
reforçam que as pequenas variações na pressão arterial sistólica ou diastólica
demonstram diferenças consideráveis nos resultados cardiovasculares, pois a
mortalidade por doença cardiovascular aumenta de forma linear, contínua e
independente.

As possíveis causas da HAS primária estão relacionadas às


alterações no sistema nervoso autônomo, no metabolismo renina-angiotensina-
aldosterona, na reabsorção de sódio renal e das variações genéticas. A Hipertensão
Arterial Sistêmica também pode ter influência da resistência insulínica. Por sua vez,
as causas secundárias da HAS estão relacionadas à feocromocitoma, Síndrome de
Cushing, hipertireoidismo e hipotiroidismo, doença renal crônica, distúrbios
renovasculares, uso de anticoncepcionais orais, coartação da aorta, aldosteronismo
primário, dentre outros.

Os fatores de risco para a HAS relacionam-se à idade, sexo,


cor da pele, excesso de peso, obesidade, ingestão de sal, consumo de álcool,
sedentarismo, fatores sócios econômicos e genéticos.

Em complemento, SILVA, COLÓSIMO e PIERIN, 5 afirmam que

3
Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de
Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v95n1s1/v95n1s1.pdf Acessado em: 01/ago/2015.
4
Normam M. Kaplan; Ronald G. Victor. Hipertensão Clínica de Kaplan. 2012, p. 23.
5
Stael Silvana Bagno Eleutério da Silva; Flávia Cortez Colósimo; Angela Maria Geraldo Pierin. O
efeito de intervenções educativas no conhecimento da equipe de enfermagem sobre hipertensão
arterial. Revista da Escola de Enfermagem da USP. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v4
4n2/35.pdf Acessado em: 01/ago/2015.
14

o excesso de peso e a gordura central acarretam maior risco para o aparecimento


de HAS, bem como a ingestão excessiva de sódio. O efeito hipotensor da restrição
de sódio tem sido demonstrado em populações que utilizam dieta pobre em sal, não
sendo constatados casos de HAS. Em relação à ingestão de álcool, como fator de
risco para desenvolvimento de HAS, verifica-se que o consumo excessivo de etanol
está associado à ocorrência de HAS.

Ainda nesse contexto, as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão


6
– DBH, explica que atividade física também contribui na redução das doenças
cardiovasculares e da mortalidade, evidenciando a importância do combate ao
sedentarismo.

Assim, é extremamente importante o conhecimento dos


mecanismos fisiopatológicos da doença para o desenvolvimento de novas terapias e
para um tratamento farmacológico mais racional.

1.1 FISIOPATOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

7
As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, ressaltam que o
desenvolvimento de hipertensão depende da interação entre predisposição genética
e fatores ambientais. Sabe-se, no entanto, que a hipertensão é acompanhada por
alterações funcionais do sistema nervoso autônomo simpático, do sistema renina
angiotensina, além de outros mecanismos humorais e disfunção endotelial. Assim, a
hipertensão resulta de várias alterações estruturais do sistema cardiovascular que
tanto amplificam o estímulo hipertensivo, quanto causam danos cardiovasculares.

1.1.1 Sistema Nervoso Autônomo (Simpático)

8
Ainda conforme BRUNTON, CHANBER e KNOLLMAN, o

6
Diretrizes Brasileira de Hipertensão – DBH apud Stael Silvana Bagno Eleutério da Silva; Flávia
Cortez Colósimo; Angela Maria Geraldo Pierin. Op. Cit. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/
reeusp/v44n2/35.pdf Acessado em: 01/ago/2015.
7
Idem apud Idem. Ibidem. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n2/35.pdf Acessado em:
01/ago/2015.
8
Laurence L. Brunton; Bruce A. Chabner; Björn C. Knollman. As Bases Farmacológicas da
Terapêutica Goodman & Gilman. 2012, p. 771.
15

sistema simpático tem uma grande importância na gênese da hipertensão arterial e


contribui para a hipertensão relacionada com o estado hiperdinâmico. Vários autores
relataram concentrações aumentadas de noradrenalina no plasma em pacientes
portadores de hipertensão essencial, particularmente em pacientes mais jovens.
Estudos mais recentes sobre atividade simpática medida diretamente sobre nervos
simpáticos de músculos superficiais de pacientes hipertensos confirmam esses
achados.

SANJULIANI 9 afirma que em situações normais espera-se que


a elevação da pressão arterial seja acompanhada de redução da frequência
cardíaca. Entretanto, muitos pacientes com hipertensão arterial essencial
apresentam frequência cardíaca de repouso mais elevada que o normal. Isso pode
sugerir alterações na sensibilidade dos baroreceptores nos pacientes com
hipertensão arterial.

Além disso, vários estudos têm demonstrado aumento na


liberação, sensibilidade e excreção de norepinefrina em hipertensos, notadamente
naqueles com Hipertensão Arterial - HA borderline e com menos severidade da
doença.

Outros estudos demonstraram aumento nas concentrações das


catecolaminas plasmáticas proporcional às alterações hemodinâmicas desses
pacientes, e essas alterações parecem ser mais evidentes nos pacientes com baixo
grau de severidade da HA e naqueles com estado circulatório hiperdinâmico.

1.1.2 Adaptação Cardiovascular

10
Como afirmam RANG et al., a sobrecarga do sistema
cardiovascular causada pelo aumento da pressão arterial e pela ativação de fatores
de crescimento leva a alterações estruturais de adaptação, com estreitamento do

9
Antônio Felipe Sanjuliani. Fisiopatologia da hipertensão arterial: conceitos teóricos úteis para a
prática clínica. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro. Disponível:
http://sociedades.cardiol.br/socerj/revista/2002_04/a2002_v15_n04_art02.pdf Acessado em:
02/ago/2015.
10
H. P. Rang et al. Rang & Dale: farmacologia. 2012, p. 266.
16

lúmen arteriolar e aumento da relação entre a espessura da média e da parede


arterial. Isso aumenta a resistência ao fluxo e aumenta a resposta aos estímulos
vasoconstrictores. Adaptações estruturais cardíacas consistem na hipertrofia da
parede ventricular esquerda em resposta ao aumento na pós-carga (hipertrofia
concêntrica), e no aumento do diâmetro da cavidade ventricular com aumento
correspondente na espessura da parede ventricular (hipertrofia excêntrica), em
resposta ao aumento da pré-carga.

11
Ainda conforme explicam RANG et al., os pacientes idosos
com HA estabelecida têm Resistência Vascular Periférica – RVP aumentada e
Débito Cardíaco normal ou reduzido. Pelo fato de muitos pacientes idosos serem
portadores de aterosclerose, a elevação da RVP é manifestada predominantemente
pelo aumento da Pressão Arterial - PA sistólica. Nesses pacientes, a diminuição da
complacência da aorta e o aumento reflexo da onda de pulso causam elevação da
PA sistólica e contribui para hipertrofia ventricular esquerda. A despeito desses
pacientes apresentarem RVP elevada eles têm Atividade Plasmática da Renina -
APR reduzida, demonstrando que a APR não é necessariamente associada com o
excesso de volume de líquido circulante.

1.1.3 Sistema Renina-angiotensina

12
KATZUNG, MASTERS e TREVOR, enfatizam que o sistema
renina-angiotensina está envolvido no controle fisiológico da pressão arterial e no
controle do sódio. Tem importantes implicações no desenvolvimento da hipertensão
e deve estar envolvido na patogênese da hipertensão arterial essencial. O papel do
sistema renina-angiotensina-aldosterona a nível cardíaco, vascular e renal é
mediado pela produção ou ativação de diversos fatores de crescimento e
substâncias vasoativas, induzindo vasoconstricção e hipertrofia celular.

13
Como afirma SANJULIANI, o hormônio renina é secretado

11
H. P. Rang et al. Op. Cit. p. 249.
12
Bertram G. Katzung; Susan B. Masters; Anthony J. Trevor. Farmacologia Básica e Clínica. 2010, p.
247.
13
Antônio Felipe Sanjuliani. Op. Cit. Disponível: http://sociedades.cardiol.br/socerj/revista/2002_
04/a2002_v15_n04_art02.pdf Acessado em: 02/ago/2015.
17

pelas células justa glomerulares quando a pressão sanguínea diminui. A renina


liberada atua sobre o angiotensinogênio produzido pelo fígado, convertendo-o em
um decapeptídeo a angiotensina I, que é imediatamente transformada na circulação
pulmonar, através da Enzima Conversora da Angiotensina - ECA, em um
octapeptídeo com potente ação vasoconstrictora, a angiotensina II.

14
BRAUMWALD, destaca que a angiotensina II atua na
musculatura lisa dos vasos produzindo constrição, no córtex adrenal liberando
aldosterona, na medula adrenal liberando catecolaminas, em certas áreas do
sistema nervoso central iniciando a liberação de adrenalina no cérebro e
promovendo a ingesta de líquidos através de estímulo no centro da sede no cérebro.
Essas ações, fisiologicamente atuam como uma defesa da PA, aumentando a RVP
e a retenção de sódio e água.

A aldosterona é secretada pelo córtex adrenal em resposta à


estimulação pela hipófise e libera o Hormônio Adrenocorticotrófico - ACTH reagindo
à diminuição da perfusão ou aumento na osmolalidade sérica, resultando no
aumento na pressão sanguínea.

1.1.4 Disfunção Endotelial

15
KATZUNG, MASTERS e TREVOR, comentam que estudos
demonstram o envolvimento do endotélio na conversão da angiotensina I em
angiotensina II, na inativação de cininas e na produção do fator relaxante derivado
do endotélio ou óxido nítrico. Além disso, o endotélio está envolvido no controle
hormonal e neurogênico local do tônus vascular e dos processos homeostáticos.
Também é responsável pela liberação de agentes vasoconstritores, incluindo a
endotelina, que está envolvida em algumas das complicações vasculares da
hipertensão.

As células endoteliais desempenham um papel fundamental na


regulação do tônus vascular através da síntese e liberação de fatores de

14
Braumwald apud Dan L. Longo et al. Medicina Interna de Harrison. 2013, p. 2290.
15
Laurence L. Brunton; Bruce A. Chabner; Björn C. Knollman. Op. Cit. p. 777.
18

relaxamento e contração. O Óxido Nítrico - NO é considerado a molécula-chave


envolvida na homeostase cardiovascular. Recente estudo proporcionou evidências
para apoiar a premissa de que o Ácido Sulfídrico - H2S seja um novo fator relaxante
derivado do endotélio. De maneira geral, pode-se afirmar que o H2S seja uma
substância vasodilatadora capaz de induzir um efeito anti-hipertensivo, assim frisa
PALOTA. 16

17
Desse modo, SANJULIANI, ressalta os achados do
comprometimento da atividade do óxido nítrico em pacientes hipertensos que podem
ser a chave para o entendimento da origem da disfunção endotelial. A redução da
biodisponibilidade associado à disfunção endotelial em hipertensos pode ser
consequência da redução da síntese, aumento da degradação ou integração com
outras substâncias derivadas do endotélio que resultam em diminuição da atividade
do óxido nítrico.

1.2 EPIDEMIOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

18
O Ministério da Saúde, contextualiza que no Brasil há cerca
de 17 milhões de portadores de hipertensão arterial, 35% da população de 40 anos
ou mais. Também é o principal fator de risco para os 16 problemas mais comuns,
entre eles o acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e doença renal
terminal.

A hipertensão arterial é uma das origens de doenças


cardiovasculares, sendo responsável por 25 e 40 % dos casos de cardiopatia
isquêmica e acidente vascular cerebral no Brasil, respectivamente.

Ainda, o Ministério da Saúde destaca que a hipertensão atinge,


atualmente, uma em cada três pessoas no mundo, ou seja, mais de dois bilhões de
16
Letícia Palota Eid et al. Farmacoterapia e análise de mediadores gasosos em pacientes
hipertensos. Revista da Escola de Enfermagem da USP. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/
reeusp/v49n1/pt_0080-6234-reeusp-49-01-0069.pdf Acessado em: 03/ago/2015.
17
Antônio Felipe Sanjuliani. Op. Cit. Disponível: http://sociedades.cardiol.br/socerj/revista/2002_
04/a2002_v15_n04_art02.pdf Acessado em: 02/ago/2015.
18
Brasil. Ministério da Saúde; Secretaria de Atenção à Saúde; Departamento de Atenção Básica.
Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde. 2006, p. 7. Disponível em:
http://dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad15.pdf Acessado em: 02/ago/2015.
19

pessoas. No ano de 2006, havia, aproximadamente, 17 milhões de portadores de


hipertensão arterial. Já no ano de 2011, esses números quase dobraram, atingindo
22,7% (mais de 30 milhões de pessoas) da população adulta brasileira (≥ a 18
anos).

19
MENDES et al., observaram a evolução da prevalência de
hipertensão arterial sistêmica em idosos entre 2006 e 2010 no Brasil, e constataram
que a prevalência de HAS foi acima de 55% na população idosa em todas as
regiões geográficas. No mesmo estudo, foi observado que a prevalência de HAS em
idosos do sexo feminino foi significativamente maior que no sexo masculino em
todos os anos avaliados.

De acordo com o último Boletim Epidemiológico de Doenças


Crônicas Não Transmissíveis do Estado do Ceará, quando analisadas as taxas de
mortalidade por doenças hipertensivas, verificou-se um aumento importante do ano
de 1997 a 2011 (471,2%) passando de 5,2 para 27,9 por 100.000 habitantes.

1.3 CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

20
A Sociedade Brasileira de Cardiologia, comenta que apesar
de arbitrário e insuficiente, a classificação é sabidamente indispensável para agrupar
os pacientes por critérios que estratifiquem seu grau de risco cardiovascular, não
apenas do ponto de vista operacional, mas também pela necessidade de dar suporte
à abordagem clínica individual.

21
KAPLAN e VICTOR explicam que a história natural da
hipertensão inicia com pressão arterial normal, abaixo de 120/80 mmHg, que, em
geral, se eleva lentamente até a meia-idade, época que surge a hipertensão, 140/90
mmHg ou mais. Em muitas pessoas somente a pressão sistólica se eleva com o
19
Gisele Soares Mendes; Clayton Franco Moraes; Lucy Gomes. Prevalência de hipertensão arterial
sistêmica em idosos no Brasil entre 2006 e 2010. Revista Brasileira de Medicina de Família e
Comunidade. Disponível em: http://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/795/641 Acessado em:
03/ago/2015.
20
Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Op. Cit. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v95n1s1/v95n1s1.pdf Acessado em:
01/ago/2015.
21
Normam M. Kaplan; Ronald G. Victor. Op. Cit. p. 146.
20

envelhecimento induzindo a hipertensão sistólica isolada, que é a forma mais


comum de hipertensão em pessoas acima de 60 anos de idade.

Os limites de PA considerados normais são arbitrários. Os


valores que classificam os indivíduos acima de 18 anos estão na tabela 1.

TABELA 1. CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL DE ACORDO COM A


MEDIDA CASUAL NO CONSULTÓRIO (> 18 ANOS)
Classificação Pressão sistólica Pressão diastólica
(mmHg) (mmHg)
Ótima < 120 < 80

Normal < 130 < 85

Limítrofe* 130-139 85-89

Hipertensão estagio 1 140-159 90-99

Hipertensão estagio 2 160-179 100-109

Hipertensão estagio 3 ≥ 180 ≥ 110

Hipertensão sistólica ≥ 140 < 90


isolada
Quando as pressões sistólica e diastólica se situam em categorias
diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da pressão
arterial
* Pressão normal-alta ou pré-hipertensão são termos que se
equivalem na literatura
Fonte: Tufik J. M. Geleilete; Eduardo Barbosa Coelho; Fernando Nobre. Medida casual da
pressão arterial. Revista Brasileira de Hipertensão. Disponível em: http://departamentos.
cardiol.br/dha/revista/16-2/13-medida.pdf Acessado em: 05/out/2015.

22
Pelo exposto, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, enfatiza
a necessidade de extrema cautela antes de rotular alguém como hipertenso, tanto
pelo risco de falso-positivo como pela repercussão na própria saúde do indivíduo e o
custo social resultante. Aceita-se como normal para indivíduos adultos (com mais de
18 anos de idade) inferiores a 130 mmHg de pressão sistólica e cifras inferiores a 85

22
Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Op. Cit. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v95n1s1/v95n1s1.pdf Acessado em:
01/ago/2015.
21

mmHg de pressão diastólica.

A inclusão do grupo com cifras tensionais normal limítrofe de


130-139 mmHg/85-89 mmHg deve-se ao fato de que esses indivíduos se
beneficiarão com as medidas preventivas.

1.4 FARMACOTERAPIA ANTI-HIPERTENSIVA

Visando a melhoria da qualidade de vida do paciente, o


tratamento da HAS tem por objetivo prevenir e reduzir a morbidade e mortalidade
dos cardiopatas. Com isso para o tratamento da HAS deve se considerar mudanças
no estilo de vida e a instituição de tratamento farmacológico.

O tratamento não medicamentoso da hipertensão arterial


consiste em estratégias que visam a mudança no estilo de vida, com isso podem
levar à diminuição das doses necessárias para controle da PA ou até mesmos à sua
não utilização.

De acordo com a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão,

Já existem casos cientificamente comprovados que


demonstram a eficácia desses tratamentos. Dentre os diversos
tipos de tratamento não medicamentoso, podemos destacar o
controle do peso, diminuição da ingestão de álcool, redução da
ingestão de sódio, da gordura saturada e de colesterol, além da
ingestão adequada de potássio, cálcio e magnésio, cessar o
hábito de fumar e participar regularmente de programas de
exercícios físico, além do controle do estresse à medida do
possível. 23

O uso dos medicamentos anti-hipertensivos deve ter como


objetivo não só reduzir a pressão arterial, mas também prevenir eventos de natureza
cardiovasculares, diminuindo a taxa de mortalidade.

Os grupos farmacológicos mais presentes no tratamento

23
Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Op. Cit. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v95n1s1/v95n1s1.pdf Acessado em:
01/ago/2015.
22

medicamentoso são os diuréticos, os betabloqueadores, os Inibidores da Enzima


Conversora da Angiotensina - IECA, bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina
II - BRA II e os Antagonistas dos Canais de Cálcio - ACC.

Portanto, em se tratando de uma doença multifatorial, o


tratamento da hipertensão arterial exige diferentes abordagens e o auxílio de uma
equipe multiprofissional, propiciando maior alcance no sucesso do tratamento anti-
hipertensivo e no controle dos demais fatores de risco cardiovascular.

1.4.1 Diuréticos

24
Do ponto de vista de RANG et al., o mecanismo de ação
anti-hipertensiva dos diuréticos se relaciona inicialmente aos seus efeitos diuréticos
e natriuréticos, com diminuição do volume extracelular. Os diuréticos aumentam a
eliminação de Na+ e água. Diminuem a reabsorção de Na+ e (geralmente) de Cl- do
filtrado, sendo o aumento da perda de água secundário ao aumento da eliminação
de Cloreto de Sódio - NaCl (natriurese).

A maioria dos diuréticos com ação direta sobre as células do


néfron atuam a partir do interior da luz tubular e chegam a seus locais de ação pelo
fato de serem secretados para o túbulo proximal (com exceção da espironolactona).

Os diuréticos de alça são os mais potentes, capazes de causar


a eliminação de 15%-25% do Na+ filtrado. O principal exemplo é a furosemida, ele
atua sobre o ramo ascendente espesso, inibindo o transportador Na+ /K+ /2Cl- na
membrana luminal, combinando-se com seu sítio de ligação para Cl-. Quando
administrado por via oral atua em 1 hora e por via intravenosa, produz efeito máximo
em 30 minutos.

25
MOTA, comenta que os diuréticos de alça se ligam

24
H. P. Rang et al. Op. Cit. p. 353.
25
Renata Manuela Ferreira Mota. Diuréticos: revisão farmacológica e avaliação do consumo em
Portugal. Porto. 2012. 87 f. Dissertação (Mestrado). Curso de Ciências Farmacêuticas. Faculdade de
Ciências da Saúde. Universidade Fernando Pessoa. Disponível em: http://bdigital.ufp.pt/bitstream/
10284/3558/3/T_RenataMota.pdf Acessado em: 05/ago/2015.
23

fortemente as proteínas plasmáticas e não passam diretamente ao filtrado


glomerular. Chegam ao seu sítio de ação a membrana luminal das células do ramo
ascendente espesso, por serem secretados no túbulo contorcido proximal pelo
mecanismo de transporte de ácidos orgânicos, a fração assim secretada é eliminada
na urina. São comuns os efeitos indesejáveis diretamente relacionados à ação renal
dos diuréticos de alças. Perdas excessivas de Na+ e água são comuns,
especialmente em idosos, e causam hipovolemia e hipotensão.

Os diuréticos tiazídicos são menos potentes que os diuréticos


de alça, mas são os preferidos para tratamento de hipertensão não complicada. E
como principais representantes temos: a hidroclorotiazida e indapamida. Os efeitos
dos tiazídicos sobre o balanço de Na+, K+, H+ e Mg2+ são qualitativamente
semelhantes aos dos diuréticos de alça, mas de menor magnitude. Em contraste
com os diuréticos de alça, entretanto, os tiazídicos reduzem a eliminação de Ca2+, o
que pode ser vantajoso em pacientes idosos com risco de osteoporose.

26
Com isso, RANG et al. afirmam que os tiazídicos e seus
análogos são todos eficazes por via oral, sendo bem absorvidos pelo trato
gastrointestinal. O tempo de meia-vida de eliminação é muito variável. São todos
excretados na urina, principalmente por secreção no túbulo proximal pelo
mecanismo de transporte de ácidos orgânicos. Ao lado do aumento na frequência
urinária, o efeito indesejável mais comum é a disfunção erétil, sendo esse processo
reversível.

Segundo descreve a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão:

Os Diuréticos poupadores de potássio, do qual o principal


representante é um antagonista da aldosterona, a
espironolactona. Possui ação diurética muito limitada, quando
usadas isoladamente, porque a troca distal de Na+ / K+ é
responsável pela reabsorção de apenas 2% do Na+ filtrado.
Contudo, pode impedir hipocalemia quando combinadas a
diuréticos de alça ou tiazídicos. Assim atuam competindo com
a aldosterona por seus receptores intracelulares, inibindo a
retenção de Na+ e a secreção de K+ em nível dista. O início e
a duração de ação são, portanto, determinados pela cinética da

26
H. P. Rang et al. Op. Cit. p.354
24

resposta à aldosterona no tecido-alvo. A espironolactona é


apenas parcialmente absorvida (cerca de 65%), é
extensamente metabolizada no fígado, sofre recirculação
entero-hepática, liga-se extensivamente às proteínas
plasmáticas e tem um tempo de meiavida curto
(aproximadamente 1,6 horas). No entanto, o metabolito ativo
da espironolactona, a canrenona, tem um tempo de semivida
de cerca de 16,5 horas, o que prolonga os efeitos biológicos da
espironolactona. 27

Deste modo os diuréticos são substâncias que agem no rim,


com o objetivo de aumentar a taxa do débito e volume urinário, de modo que
aumente o volume de excreção de sódio e cloreto.

1.4.2 Betabloqueadores

Complementando o que a VI Diretrizes Brasileiras de


28
Hipertensão, relata é que o mecanismo do anti-hipertensivo envolve diminuição
inicial do débito cardíaco, redução da secreção de renina, readaptação dos
barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Seus
principais representantes são: atenolol, carvedilol, nebivolol, labetalol, bisoprolol,
metoprolol e propranolol.

Aprofundando o assunto KATZUNG, MASTERS e TREVOR 29


comentam que os betabloqueadores de geração mais recente (terceira geração)
como o carvedilol e o nebivolol, diferentemente dos betabloqueadores de primeira e
segunda geração também proporcionam vasodilatação, que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1
adrenérgico e no caso do nebivolol de aumento da síntese e liberação endotelial de
óxido nítrico. Estudos de desfecho com carvedilol, metoprolol, bisoprolol e,
recentemente, com nebivolol têm demonstrado que estes fármacos são úteis na
redução de mortalidade e morbidade cardiovasculares de pacientes com
insuficiência cardíaca, hipertensos ou não, independentemente da faixa etária. O

27
Renata Manuela Ferreira Mota. Op. Cit. Disponível em: http://bdigital.ufp.pt/bitstream/
10284/3558/3/T_RenataMota.pdf Acessado em: 05/ago/2015.
28
Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Op. Cit. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v95n1s1/v95n1s1.pdf Acessado em:
01/ago/2015.
29
Laurence L. Brunton; Bruce A. Chabner; Björn C. Knollman. Op. Cit. p. 310.
25

propranolol se mostra também útil em pacientes com tremor essencial, síndromes


hipercinéticas, cefaleia de origem vascular e naqueles com hipertensão portal.

30
A VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, ressalta, que os
betabloqueadores de primeira e segunda geração podem acarretar também
intolerância à glicose e induzir ao aparecimento de novos casos de diabetes.
Diferentemente, betabloqueadores de terceira geração, como o carvedilol e o
nebivolol, têm impacto neutro ou até podem melhorar o metabolismo da glicose.

1.4.3 Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina

Agem bloqueando a transformação da angiotensina I em II no


sangue e nos tecidos. Assim, RIBEIRO informa que:

Os inibidores da ECA, como monoterapia, são tão efetivos


quanto as outras classes de anti-hipertensivos. Quando
associados a diurético, esses fármacos têm sua eficácia
aumentada. Alguns fatores, como a etnia, têm sido apontados
como capazes de interferir em sua efetividade, sendo atribuída
menor resposta hipotensora nos pacientes negros quando
comparados com os brancos. Seus principais representantes
são: captopril, lisinopril, enalapril, ramipril, quinapril, trandolapril
e perindopril. 31

32
Conforme a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, esses
fármacos são eficazes no tratamento da HAS, reduzindo a morbidade e a
mortalidade cardiovasculares nos hipertensos, pacientes com insuficiência cardíaca,
com infarto agudo do miocárdio, em especial quando apresentam baixa fração de
ejeção, de alto risco para doença aterosclerótica, sendo também úteis na prevenção
secundária do acidente vascular cerebral.

30
Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Op. Cit. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v95n1s1/v95n1s1.pdf Acessado em:
01/ago/2015.
31
José Márcio Ribeiro. Inibidores da enzima conversora da angiotensina e bloqueadores de
receptores da angiotensina II no tratamento da hipertensão arterial. Hipertensão. Disponível em:
http://sbh.org.br/revistas/2002_N2_V5/69a72.pdf Acessado em: 06/ago/2015.
32
Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Loc. Cit. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v95n1s1/v95n1s1.pdf Acessado em:
01/ago/2015.
26

33
De acordo com RANG et al., o primeiro inibidor da ECA ativo
por via oral foi o captopril, cujo início de ação é rápido e apresenta curta duração.
Outros compostos com ação mais prolongada foram desenvolvidos, como o
enalapril, que sofre transformação metabólica no fígado e parede intestinal, como os
demais inibidores da ECA, exceto captopril e lisinopril.

34
Em complemento RIBEIRO, reforça outro aspecto dos
inibidores da ECA referente à lipossolubilidade. Compostos como o quinapril e o
ramipril, altamente lipofílicos, ligam-se à ECA tissular por período de tempo mais
prolongado, e atribui-se a essa característica um efeito favorável no controle da
pressão arterial e/ou proteção de órgãos- alvo. Os IECAs atuam beneficamente nos
rins, reduzindo a proteinúria e retardando a progressão da disfunção renal,
principalmente nos pacientes diabéticos e naqueles com alto risco de nefropatia.

1.4.4 Bloqueadores do Receptor AT1 da Angiotensina II

35
A VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, destaca que os
bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II antagonizam a ação da
angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus receptores AT1. São
eficazes no tratamento da hipertensão, especialmente em populações de alto risco
cardiovascular ou com morbidades proporcionam redução da morbidade e
mortalidade cardiovascular.

RAMOS e CASALI destacam que:

Apesar de ser uma classe recente de medicamentos já há


muitos fármacos das classes no mercado farmacêutico. No
total, somam oito fármacos sendo seis comercializados no
Brasil. São eles: candesartana, irbesartana, losartana,
olmesartana, telmisartana e evalsartana. Os fármacos que
ainda não são comercializados no Brasil são azilzartana e

33
H. P. Rang et al. Op. Cit. p.275
34
José Márcio Ribeiro. Op. Cit. Disponível em: http://sbh.org.br/revistas/2002_N2_V5/69a72.pdf
Acessado em: 06/ago/2015.
35
Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Op. Cit. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v95n1s1/v95n1s1.pdf Acessado em:
01/ago/2015.
27

eprosartana. 36

Vale enfatizar que o bloqueio dos receptores AT1 por


antagonismo inibe a contração da musculatura lisa vascular causada pela
angiotensina II assim como previne e revertem todos os seus demais efeitos
conhecidos. Como consequência, ocorre vasodilatação, excreção de sódio e
diminuição da atividade noradrenérgica. O antagonismo do receptor AT1 reduz os
efeitos de ativação desse receptor como, por exemplo, proliferação celular,
crescimento tecidual e aumento da secreção de aldosterona.

37
A VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, afirma que em
metanálise recente aponta equivalência entre BRA II e IECA na redução de eventos
coronarianos e superioridade dos BRA II na proteção cerebrovascular. Assim como
a classe dos IECA, os BRA II também vão agir farmacodinamicamente impedindo a
ação da Angiotensina II. Porém, como farão isso por outra via, manterão intacta a
enzima responsável pela conversão da Angiotensina I a Angiotensina II (Cininase II).

38
Em estudo RANG et al. destacam que os bloqueadores do
receptor AT1 apresentam bom perfil de tolerabilidade. Foram relatadas tontura e,
raramente, reação de hipersensibilidade cutânea (“rash”). As precauções para seu
uso são semelhantes às descritas para os IECA.

1.4.5 Antagonistas dos Canais de Cálcio

39
MARTELE, LONGO e SERIANI afirmam que a ação anti-
hipertensiva decorre da redução da resistência vascular periférica por diminuição da
concentração de cálcio nas células musculares lisas vasculares. Apesar do

36
Diego Carneiro Ramos; Ana Cristina Grisi Casali. Antagonistas dos receptores da angiotensina II:
uma revisão de classe. Revista Saúde e Desenvolvimento. Disponível em: http://www.grupouninter.
com.br/revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/download/129/64 Acessado em:
05/ago/2015.
37
Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Op. Cit. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v95n1s1/v95n1s1.pdf Acessado em:
01/ago/2015.
38
H. P. Rang et al. Op. Cit. p. 276.
39
Anderson Martelli; Marco Aurélio Tosta Longo; Cleber Seriani. Aspectos Clínicos e Mecanismo de
Ação das Principais Classes Farmacológicas Usadas no Tratamento da Hipertensão Arterial
Sistêmica. Estudos de Biologia. Disponível em: http://www2.pucpr.br/reol/index.php/BS?dd1=4622&dd
99=pdf Acessado em: 05/ago/2015.
28

mecanismo final comum, esse grupo é dividido em três subgrupos quimicamente


distintas: fenilalquilaminas (verapamil), benzotiazepinas (diltiazem) e diidropiridinas
(nifedipina, amlodipina) diidropiridinas.

40
Conforme relata RANG et al., os fármacos de cada uma
dessas três classes ligam-se às subunidades α1 do canal de cálcio cardíaco do tipo
L, mas em locais distintos e que vão interagir alostericamente entre si e com o
maquinário de controle da passagem de cálcio, impedindo assim sua abertura e,
consequentemente, reduzindo a entrada de cálcio.

41
Assim, JARDIM, JARDIM e SOUZA, explicam que se deve
dar preferência aos bloqueadores dos canais de cálcio de longa duração de ação
intrínseca ou por formulação galênica que permita uma liberação controlada. Estudo
de desfecho reafirmou a eficácia, tolerabilidade e segurança do uso dessa classe de
medicamentos no tratamento da hipertensão arterial de pacientes com doença
coronariana. Não são recomendados agentes de curta duração.

Deste modo qualquer grupo de medicamento, com exceção


dos vasodilatadores de ação direta, pode ser apropriado para o controle da
hipertensão arterial em monoterapia inicial, especialmente para pacientes com
hipertensão arterial em estágio I. Para pacientes em estágio II, pode-se considerar o
uso de associações de fármacos como terapia inicial.

40
H.P. Rang et al. Op. Cit. p. 262.
41
Paulo César Brandão Veiga Jardim; Thiago de Souza Veiga Jardim; Weimar Kunz Barroso Souza.
Hipertensão arterial sistêmica. Revista Brasileira de Medicina. Disponível em: http://www.moreirajr.
com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=5585 Acessado em: Acessado em: 05/ago/2015.
29

CAPITULO II. DOENÇAS CARDIOVASCULARES

A HAS é uma condição clínica multifatorial caracterizada pelo


nível elevado e sustentado da pressão arterial, associada frequentemente às
alterações funcionais e/ou metabólicas em órgãos alvos com aumento do risco de
eventos cardiovasculares, fatais ou não fatais. Considerada também o principal fator
de risco para as Doenças Cardiovasculares - DCV, como o acidente vascular
cerebral, o infarto agudo do miocárdio e a doença renal crônica.

As DCV constituem-se em um dos mais importantes problemas


de saúde da atualidade, tanto em países desenvolvidos quanto em países
emergentes.

42
O Ministério da Saúde, relata que no Brasil, as DCV
constituem a principal causa de morte em todas as regiões do país, em ambos os
sexos. No ano de 2005 elas foram responsáveis por 31,5% dos óbitos em todas as
faixas etárias, sendo que as doenças cerebrovasculares foram a primeira causa de
morte, com coeficiente de mortalidade de 48,9/100.000 habitantes, seguidas pelas
doenças isquêmicas do coração, com 35 mortes por 100.000 habitantes. Da mesma
forma, em relação à morbidade hospitalar, as doenças do aparelho circulatório
representam 10,8% das internações, respondendo à faixa etária superior a 60 anos
por aproximadamente 30% dessas internações.

43
De acordo com o Ministério da Saúde, cita estudos do
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (São Paulo) mostram que 60% dessas
vítimas são homens, com média de idade de 56 anos. A alta frequência do problema
coloca o Brasil entre os 10 países com maior índice de mortes por DCV.

42
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de
Situação de Saúde. Saúde Brasil 2009: uma análise da situação de saúde e da agenda nacional e
internacional de prioridades em saúde. 2010, p. 111. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/saude_brasil_2009.pdf Acessado em: 06/ago/2015.
43
Ministério da Saúde; Hospital do Coração; Sociedade Brasileira de Cardiologia apud Brasil. Portal
Brasil. Doenças cardiovasculares causam quase 30% das mortes no País. Disponível em:
http://www.brasil.gov.br/saude/2011/09/doencas-cardiovasculares-causam-quase-30-das-mortes-no-
pais Acessado em: 06/ago/2015.
30

O aumento da DCV em regiões em desenvolvimento resulta,


provavelmente, de três fatores: reduções da mortalidade por causas infecto-
parasitárias, com aumento da expectativa de vida, estilo de vida e mudanças
socioeconômicas associados à urbanização, conduzindo a níveis mais elevados de
fatores de risco para DCV; e suscetibilidade especial de determinadas populações
(por causa de genes específicos), levando a maior impacto sobre eventos clínicos
quando comparadas às populações de regiões ocidentais desenvolvidas.

2.1 INSUFICIÊNCIA RENAL

Segundo WOODS, FROELICHER e MOTZER, “A relação entre


os rins e a hipertensão é cíclica: a doença renal crônica causa hipertensão e a
hipertensão contribui para o desenvolvimento de doença renal crônica.” 44

Hipertensão arterial e função renal estão intimamente


relacionadas, podendo a hipertensão ser tanto a causa como a consequência de
uma doença renal. A hipertensão pode determinar um quadro grave de lesão renal,
de natureza microvascular, explanam LONGO et. al.. 45

Esse quadro pode acarretar, com grande frequência e em


pouco tempo, se a hipertensão não for tratada, um quadro de Insuficiência Renal
Crônica - IRC terminal. A IRC, por sua vez, é definida por reduzida taxa de filtração
glomerular, isto é, quando menor que 60 mL/min/1,73 m2, por três meses ou mais,
com ou sem lesão renal.

A incidência e a prevalência da IRC em estágio terminal têm


aumentado progressivamente a cada ano, no Brasil e em todo o mundo. Por ser
uma doença assintomática nos primeiros estágios, muitas vezes é detectada
tardiamente, o que pode comprometer seu controle e tratamento e desencadear
mortalidade precoce.

44
Susan L. Woods; Erika S. Sivarajan Froelicher; Sandra Adams Motzer. Enfermagem em
Cardiologia. 2004, p. 915.
45
Dan L. Longo et al. Op. Cit. p. 2315.
31

O aumento da incidência qualifica a IRC como um problema de


saúde, uma vez que registra a taxa de novos casos. Nos Estados Unidos da
América - EUA, por exemplo, a taxa de novos casos, por milhão de população
(pmp), foi de 355 pmp em 2009. Já na América Latina, foi de 167,8 pmp em 2005,
46
tendo atingido 431 no Brasil em 2004.

Em um estudo realizado por CHERCHIGLIA et al., relatam que:

Estudos indicam que a nefropatia hipertensiva é a principal


doença renal de base nos pacientes em programas de diálise.
A prevalência da hipertensão arterial na população adulta no
país é superior a 25% e muitos desses indivíduos não sabem
que são hipertensos. Ademais, entre aqueles que conhecem o
diagnóstico, apenas 20% são adequadamente tratados. 47

48
Demonstram LONGO et al., que a função cardíaca anormal
resultante da isquemia miocárdica, da hipertrofia ventricular esquerda e da
miocardiopatia avançada, somada a retenção de sal e água que pode ocorrer com a
IRC, frequentemente causa insuficiência cardíaca ou até mesmo episódios de
edema pulmonar. A insuficiência cardíaca pode ser devida à disfunção sistólica,
diastólica ou ambas.

É importante salientar, que sem identificação e tratamento


adequado, há grandes chances de que a hipertensão arterial mantenha seu papel
como importante causa de Doença Renal Crônica Terminal - DRTC. Entre os fatores
que podem contribuir para a elevada incidência da hipertensão como causa de
DRCT, destacam-se: aumento da esperança de vida da população a cada idade;
maior incidência e prevalência de hipertensão na população idosa; e aumento da
idade média dos pacientes iniciando tratamento, aspectos esses associados ao
envelhecimento da população.

46
Pamila Siviero; Carla Jorge Machado; Roberto Nascimento Rodrigues. Texto Para Discussão N°
467. Doença Renal Crônica: um agravo de proporções crescentes na população brasileira. 2013, p. 7.
Disponível em: http://www.cedeplar.ufmg.br/pesquisas/td/TD%20467.pdf Acessado em: 06/ago/2015.
47
Mariangela Leal Cherchiglia et al. Perfil epidemiológico dos pacientes em terapia renal substitutiva
no Brasil, 2000-2004. Revista Saúde Pública. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n4/07.
pdf Acessado em: 06/ago/2015.
48
Dan L. Longo et al. Op. Cit. p. 2314.
32

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia as


glomerulonefrites, ou glomerulopatias, são doenças que acometem os glomérulos e,
quando não diagnosticadas ou tratadas adequadamente, podem resultar em DRCT.
As glomerulonefrites são responsáveis pela ultrafiltração do plasma e representam
um conjunto variável de afecções, as quais podem ser agudas ou crônicas;
inflamatórias ou não; tratáveis ou não. Podem ser primárias ou secundárias a outras
doenças, tais como diabetes, hepatites e doenças auto-imunes.

Segundo WOODS, FROELICHER e MOTZER

Na doença renal crônica há três fatores principais que


contribuem para o desenvolvimento da HÁ: perda de néfrons,
que leva a retenção de sódio, cloreto e água; liberação
diminuída de substancias vasoldilatadoras como óxido nítrico; e
ativação do sistema RAA. 49

Complementando que além dessas três principais doenças de


50
base, LONGO et al., salientam outros fatores podem levar a Doenças Renais
Crônicas - DRC: causas genéticas, como, por exemplo, a doença renal policística, a
qual leva à formação de grandes cistos nos rins; malformações ocorridas durante o
desenvolvimento do bebê (um exemplo é o estreitamento que impede a saída da
urina, fazendo com que ela volte para o rim, provocando infecções); lúpus e outras
doenças auto-imunes; infecções urinárias recorrentes; obstruções provocadas por
tumores, cálculo renal, bem como o crescimento da próstata em homens; história
familiar de doença renal e recidiva após transplante renal.

No Brasil, assim como em outros países, apesar de todo


avanço terapêutico e tecnológico associado à insuficiência renal, as doenças
cardiovasculares permanecem como principal causa de morbidade e mortalidade
entre pacientes portadores de DRC.

Vale salientar que em um contexto de aumento de prevalência


e incidência da doença no Brasil, a relevância do conhecimento de aspectos ligados
ao seu tratamento e prevenção é importante do ponto de vista de políticas públicas

49
Susan L. Woods; Erika S. Sivarajan Froelicher; Sandra Underhill Motzer. Op. Cit. p. 915.
50
Dan L. Longo et al. Op. Cit. p. 2364.
33

às populações de risco para o desenvolvimento da doença.

2.2 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL - AVC

Dentre as doenças crônicas não transmissíveis, o Acidente


Vascular Cerebral - AVC é uma síndrome neurológica frequente em adultos e
idosos, AVC tornou-se uma das principais causas de morte e incapacidade, já sendo
considerado a segunda maior causa de mortes no mundo.

LONGO et al., 51 explicam que a maioria dos AVC manifesta-se


por um início abrupto de um déficit neurológico focal. Um AVC ou derrame é definido
por esse início abrupto de déficit neurológico que é atribuível a uma causa vascular
focal. Assim, a definição de AVC é clínica, e usam-se os exames laboratoriais,
incluindo os neurorradiológicos, para apoiar o diagnóstico.

Vale reforçar que o AVC pode apresentar um déficit temporário


ou definitivo, causado pela alteração da circulação sanguínea no cérebro, o que o
danifica em uma ou mais partes. O AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico
(sangramento devido ao rompimento de um vaso sanguíneo), comprometendo a
função neurológica.

52
PEREIRA et al., acrescentam que sua incidência é maior
após os 65 anos, havendo aumento do risco com a idade, dobrando a cada década
após os 55 anos. É a principal causa de incapacidade funcional, sendo precedida
apenas pelas doenças cardiovasculares e pelo câncer.

53
A Organização Mundial de Saúde informa que as injúrias
cerebrais produzidas pelo AVC, quando não causam morte, resultam, muitas vezes,
em importantes distúrbios funcionais, a exemplo de hemiplegia, afasia, cegueira,
51
Dan L. Longo et al. Op. Cit. p. 3270.
52
Roberta Amorim Pereira et al. Sobrecarga dos cuidadores de idosos com acidente vascular
cerebral. Revista da Escola de Enfermagem da USP. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0080-
62342013000100023 Acessado em: 07/ago/2015.
53
Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS; Organização Mundial da Saúde - OMS. Manual
STEPS de Acidentes Vasculares Cerebrais da OMS: enfoque passo a passo para a vigilância de
acidentes vasculares cerebrais. 2009, p. 13. Disponível em: http://new.paho.org/hq/dmdocuments/20
09/manualpo.pdf Acessado em: 07/ago/2015.
34

alterações táteis-proprioceptivas, mentais e cognitivas. Essas sequelas podem levar


à incapacidade total ou parcial da pessoa, com grandes implicações para a sua
qualidade de vida pela incapacitação, pelos anos de vida produtiva perdidos e pelos
altos gastos financeiros envolvidos.

É de suma importância identificar fatores associados à


mortalidade por AVC. Características clínicas, como idade, sexo, excesso de
gordura corpórea, diabetes e hipertensão arterial sistêmica, são consideradas
fatores de risco. Contudo, uma das principais causas dessas patologias é o hábito
alimentar inadequado, que tem estreita relação com o perfil saúde-doença de cada
indivíduo.

Conforme cita a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira


Albert Einstein, “Os sintomas do AVC são: enfraquecimento, adormecimento ou
paralisia da face, dificuldade de falar e engolir, alteração na visão, tontura, dores de
cabeça fortes e persistentes.” 54

Após sofrer um AVC, mais da metade dos indivíduos pode ter


de seis a dez tipos de incapacidades, sendo a fraqueza muscular a mais prevalente,
presente em 77,4% dos pacientes. Podem ocorrer também distúrbios da
comunicação e linguagem e da disfagia.

O paciente, para viver da melhor maneira possível após o AVC,


precisa: não ter infecções pulmonares por bronco aspiração ou desnutrição, ter
alimentação adequada e prazerosa, aumentar sua autonomia para minimizar suas
dependências e melhorar sua vida social.

Para prevenir doenças cardiovasculares, como o AVC, é


necessário desenvolver hábitos saudáveis, tanto na alimentação quanto na atividade
física. Por isso, os serviços destinados à saúde devem ter equipe multidisciplinar
para tratar essas patologias, e, também, ajudar na prevenção delas.

54
Carina Teixeira Paixão; Lolita Dopico da Silva; Flavia Girson Camerini. Perfil da disfagia após um
acidente vascular cerebral: uma revisão integrativa. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste.
Disponível em: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/362/pdf Acessado
em: 07/ago/2015
35

2.3 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO – IAM

55
CALUZA et al., explicam que o Infarto Agudo do Miocárdio -
IAM é a causa principal de óbitos na grande maioria dos países desenvolvidos e as
estimativas são de que isso também venha a ocorrer nas próximas décadas nos
países em desenvolvimento.

Segundo dados do mesmo autor, no Brasil, os dados do


Sistema Único de Saúde - SUS indicam as causas cardiovasculares como
responsáveis por 35% dos óbitos, sendo o acidente vascular encefálico (AVE) a
principal causa nas regiões Norte e Nordeste, e o IAM a causa principal em São
Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.

Segundo WOODS, FROELICHER e MOTZER,

A principal manifestação clínica do infarto é a dor torácica ou


precordial, com irradiação para membros superiores,
geralmente do lado esquerdo, mandíbula, pescoço e/ou região
dorsal, podendo durar horas e ser bem intensa, geralmente é
acompanhada de sudorese, palidez, náuseas e vômitos e ainda
pode apresentar arritmia, alteração da pressão arterial,
sensação de morte iminente, ansiedade e inquietação,
fraqueza muscular generalizada, cianose, extremidades frias. 56

Os fatores de risco incluem os mais comuns no


desenvolvimento de quadros de infarto agudo do miocárdio são: fatores modificáveis
(estilo de vida), fatores não modificáveis (patologias), tabagismo, dislipidemia,
hipertensão arterial, sedentarismo, obesidade, Diabetes mellitus, hereditariedade,
idade, falta de estrógeno nas mulheres, sexo e raça, complementa FONSECA. 57

Inicialmente, o tratamento visa a diminuir a lesão no miocárdio

55
Ana Christina Vellozo Caluza et al. Rede de Infarto com Supradesnivelamento de ST:
Sistematização em 205 Casos Diminui Eventos Clínicos na Rede Pública. Arquivos Brasileiros de
Cardiologia. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2012
001400010 Acessado em: 08/ago/2015.
56
Susan L. Woods; Erika S. Sivarajan Froelicher; Sandra Adams Motzer. Op. Cit. p. 559.
57
Alessandra Maria da Fonseca et al. Infarto agudo do miocárdio: Levantamento de sua ocorrência
em homens atendidos de 2008-2012 em um serviço de urgência e emergência de Passos (MG).
Revista Ciência Et Praxis. Disponível em: http://www.edifesp.fespmg.edu.br/index.php/scientae/
article/download/60/76 Acessado em: 08/ago/2015.
36

e evitar complicações fatais, o que requer a administração de medicamentos para o


coração trabalhar de modo mais econômico e para ajudar a restaurar a circulação
sanguínea local.

Conforme protocolo da Associação Americana do Coração –


AHA

A avaliação e o tratamentos organizados e rápidos no


departamento de emergência devem ser realizados com o
objetivo de encurtar, tanto quanto possível, o tempo de
chegada do paciente na emergência. Assim como, o
conhecimento de uso das medicações de emergência
fundamentais, que definem o mnemônico: “MONA”, morfina,
oxigênio, nitroglicerina e aspirina.

58
GARCIA, enfoca que qualquer que seja o procedimento, o
tratamento prossegue com medicamentos e mudanças importantes no estilo de vida,
como ter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regulares com
orientação médica, parar de fumar e fazer um controle rigoroso dos fatores de risco.
É importante deixar claro que quem sobrevive a um infarto e adota hábitos
saudáveis, em geral, consegue voltar à vida normal e retomar suas atividades.

Finalmente, pressão alta ou hipertensão é uma das principais


causas de doença cardíaca; por isso é necessário tratá-la a tempo com remédios
adequados.

58
Raquel Pötter Garcia et al. Estrutura e vínculos de uma família após infarto agudo do miocárdio.
Revista Cuidarte. Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/3595/359538018016.pdf Acessado:
08/ago/2015.
37

CAPITULO III. ATENÇÃO FARMACÊUTICA

59
MENEZES, dá enfoque que na década de 1960, o
farmacêutico, na farmácia, era visto pela sociedade como um mero vendedor de
medicamentos. A insatisfação provocada por esta condição levou estudantes e
professores da Universidade de São Francisco nos Estados Unidos a profunda
reflexão, a qual resultou no movimento denominado Farmácia Clínica. Esta nova
atividade objetivava a aproximação do farmacêutico ao paciente e à equipe de
saúde, possibilitando o desenvolvimento de habilidades relacionadas à
farmacoterapia.

Em meados da década de 1970, após o movimento da


Farmácia Clínica, alguns autores se empenharam em redefinir o papel do
farmacêutico em relação ao paciente, pois segundo eles a Farmácia Clínica estava
restrita ao ambiente hospitalar e voltada principalmente para a análise da
farmacoterapia dos pacientes.

60
MIKEAL explica que em 1975 iniciaram a construção
inconsciente do conceito de Atenção Farmacêutica, que só viria a receber essa
terminologia no final da década de 1980. No ano de 1980, Brodie, Parish e Poston
ampliaram e adaptaram a definição proposta por Mikeal e seus colaboradores,a qual
foi sugerida a inserção do farmacêutico como profissional habilitado para oferecer e
realizar todos os serviços necessários para um tratamento farmacoterapêutico
eficaz.

61
HEPLER em 1987, explanou sobre a abrangência dos

59
Élber Barbosa Bezerra de Menezes. Atenção farmacêutica em xeque. Revista Pharmacia
Brasileira. Disponível em: http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/100/8.pdf Acessado em:
09/ago/2015.
60
Mikeal apud Leonardo Régis Leira Pereira; Osvaldo de Freitas. A evolução da Atenção
Farmacêutica e a perspectiva para o Brasil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. Disponível
em: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-93322008000400006 Acessado em: 10/out/2015.
61
Hepler apud Rivelilson Mendes de Freitas; Flávio Damasceno Maia; Alda Maria Facundo Iodes.
Atenção Farmacêutica aos Usuários do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS VI. Infarma.
Disponível em: http://www.revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=download&path%5B
%5D=234&path%5B%5D=223 Acessado em: 10/ago/2015
38

conceitos publicados anteriormente, e definiu que, durante o processo de


atendimento farmacêutico, deveria haver uma relação conveniente entre o
profissional e o paciente, sendo o primeiro responsável pelo controle no uso dos
medicamentos por meio de seu conhecimento e habilidade.

HEPLER e STRAND, no ano de 1990, utilizaram pela primeira


vez na literatura científica o termo Pharmaceutical Care, que foi traduzido em nosso
país para Atenção Farmacêutica. Nesse artigo, foi sugerido que: “Atenção
Farmacêutica é a provisão responsável do tratamento farmacológico com o objetivo
de alcançar resultados satisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de vida do
paciente.” 62

Posteriormente, em 1994, a OMS estendeu o benefício da


Atenção Farmacêutica para toda a comunidade e reconheceu o farmacêutico como
um dispensador de atenção à saúde, que pode participar ativamente na prevenção
de enfermidades e na promoção da saúde.

63
CARDOSO et al., lembra que no mesmo período, surgia na
Espanha o termo Atención Farmacéutica, com o desenvolvimento de modelo de
seguimento farmacoterapêutico, denominado Método Dáder.

No Brasil, em 2002, o termo Atenção Farmacêutica foi adotado


e oficializado, a partir de discussões lideradas pela Organização Pan-Americana de
Saúde - OPAS, Organização Mundial de Saúde - OMS, Ministério da Saúde - MS,
entre outros.

Nesse encontro, definiu-se o conceito de Atenção


Farmacêutica:

Um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto


da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores

62
Hepler e Strand apud Sílvia Storpirtis et al. Farmácia Clínica e atenção farmacêutica. 2015, p. 404.
63
Camila Krüger Cardoso et al. Atenção farmacêutica domiciliar: série de casos de usuários do
programa práticas integradas em saúde coletiva. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e
Aplicada. Disponível em: http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/Cien_Farm/article/viewFile/24
31/1411 Acessado em: 12/ago/2015.
39

éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-


responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e
recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde.
É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando
uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados
definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade
de vida. Esta interação também deve envolver as concepções
dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades bio-
psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde.
64

Portanto, a atenção farmacêutica é o ato em que o


farmacêutico, diante do aprendizado, responde às necessidades dos pacientes,
auxiliando e buscando a solução de problemas de saúde, que envolvam ou não o
uso de medicamentos.

3.1 ATENÇÃO FARMACÊUTICA – HIPERTENSÃO ARTERIAL

Vários estudos já vêm demonstrando a influência da Atenção


Farmacêutica no tratamento de pacientes com HAS. Diversos estudos afirmam que
os serviços clínicos realizados por farmacêuticos, principalmente os vinculados ao
novo paradigma da Atenção Farmacêutica, são exequíveis e contribuem para a
diminuição da pressão arterial de pacientes hipertensos não controlados.

65
STORPISTIS et al., explicam que a atenção farmacêutica é
essencial, pois propicia o desenvolvimento do perfil farmacoterapêutico dos
pacientes e os incentiva a usar corretamente os medicamentos. Tendo em vista o
fácil acesso, o farmacêutico também exerce um papel vital nas informações de
saúde, por meio de serviços diretamente ligados à comunidade.

Considerando as variáveis que envolvem a hipertensão e da


necessidade de vários profissionais atuando em conjunto para tratá-la, o
farmacêutico pode atuar de diversas maneiras para auxiliar o paciente.

64
Adriana Mitsue Ivama et al. Consenso brasileiro de atenção farmacêutica: proposta. 2002, p. 10.
Disponivel em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/PropostaConsensoAtenfar.pdf Acessado
em: 02/set/2015.
65
Sílvia Storpirtis et al. Op. Cit. p. 336.
40

• Facilitador da adesão ao tratamento: A adesão ao tratamento pode ser


definida como o grau de coincidência entre a prescrição e o comportamento do
paciente. A falta de adesão ao tratamento anti-hipertensivo é um fator inegável
que os profissionais da área da saúde vivenciam na prática clínica.

Uma falta de comprometimento na adesão terapêutica, pela


qual 14,8% dos pacientes referiram esquecer os horários corretos da medicação. No
mesmo estudo observou-se que a principal dificuldade no tratamento da hipertensão
relatada pelos entrevistados é a adoção de uma dieta hipossódica, tendo em vista
que a mudança de hábitos alimentares influencia diretamente na busca pela
efetividade dos medicamentos assim demostra um estudo realizado por
FIGUEIREDO e ASAKURA 66 em 2010.

67
ARAÚJO e GARCIA observam que a prevalência da adesão
medicamentosa é maior em mulheres do que em homens, e justificam, que as
mulheres procuram mais os serviços de saúde e por serem aposentadas ou donas
de casa, em sua maioria, estão mais disponíveis no horário de funcionamento da
unidade de saúde em questão.

Já VERAS e OLIVEIRA, 68 colocam outra informação, relevante


a adesão medicamentosa, é a variação econômica dos pacientes. Os pacientes
economicamente ativos apresentavam maior adesão ao tratamento do que os
aposentados, atribuindo-se esse fato à questão econômica, pois ao se aposentar, os
indivíduos sofrem perdas financeiras, que podem contribuir para o abandono do
tratamento.

• Auxiliar o paciente junto aos fatores de risco: A prevenção dos fatores de

66
Natalia Negreiros Figueiredo; Leiko Asakura. Adesão ao tratamento anti-hipertensivo: dificuldades
relatadas por indivíduos hipertensos. Acta Paulista de Enfermagem. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ape/v23n6/11.pdf Acessado em: 01/set/2015.
67
Gilmara Barboza da Silva Araújo; Telma Ribeiro Garcia. Adesão ao tratamento anti-hipertensivo:
uma análise conceitual. Revista Eletrônica de Enfermagem. Disponível em:
https://www.fen.ufg.br/fen_revista/revista8_2/v8n2a11.htm Acessado em: 01/set/2015.
68
Rafaella Felix Serafim Veras; Jacira dos Santos Oliveira. Aspectos Sócio-Demográficos que
Influenciam na Adesão ao Tratamento Anti-Hipertensivo. Revista da Rede de Enfermagem do
Nordeste. Disponível em: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/550
Acessado em: 10/set/2015.
41

risco pode diminuir a mortalidade da população hipertensa associada ao uso de


medicamentos. Entre os fatores mais importantes associados à hipertensão, pode-
se citar: obesidade, tabagismo, ingestão de sal e colesterol elevado. 69

A conscientização por parte da população da necessidade de


mudança nos hábitos alimentares e de estilo de vida, evitando-se o sedentarismo,
tem contribuído para a diminuição da ocorrência de coronariopatias de etiologia
aterosclerótica.

• Auxiliar do prescritor a controlar o tratamento: Pacientes hipertensos tendem


a ignorar as indicações da prescrição quanto aos hábitos e controlam a doença
com periodicidade inadequada. Um estudo com 76 pacientes acompanhados,
durante 18 meses, mostrou que 80% destes mostraram melhora nos índices de
pressão arterial, quando submetidos a acompanhamento.

• Agente elaborador de campanhas junto à comunidade: Com o avanço da


hipertensão, a necessidade de campanhas é de extrema importância para conter
a doença, particularmente, diante do quadro de sedentarismo, consumo de
frituras e tabagismo que atinge nossa população. Em nosso país, pouco tem sido
feito, visando à prevenção de doenças e promoção da saúde, principalmente,
através de atividades de caráter coletivo. 70

• Auxiliar para amenizar os fatores que dificultam o tratamento: Alguns fatores


que dificultam o tratamento são as dificuldades de acesso ao atendimento
ambulatorial do SUS, desconhecimento dos fatores de risco da doença,
impotência no controle das emoções, insatisfação com o atendimento prestado
pelos profissionais de saúde, limitação da capacidade física, falta de apoio da
família, rigidez das funções e inabilidade para receber ajuda.

• Articulação com outros profissionais da saúde: Trabalhos têm demonstrado

69
Alberto Malta Júnior; Lindaura Alves de Carvalho Araújo. Considerações Sobre Hipertensão Para
Atenção Farmacêutica. Infarma. Disponível em: http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/80/
infarma2.pdf Acessado em: 12/set/2015.
70
Mirian Benites Falkenberg et al. Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e
implicações para a saúde coletiva. Revista Ciência & Saúde Coletiva. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n3/1413-8123-csc-19-03-00847.pdf Acessado em: 12/set/2015.
42

que vários profissionais já estão combatendo a hipertensão dentro de suas


possibilidades. O enfermeiro vem levantando vários aspectos da hipertensão e
procurando medidas para diminuir seu impacto junto à população. O nutricionista
tem uma contribuição fundamental para dar à população com vistas a diminuir a
obesidade e prestar orientação quanto à dieta do hipertenso. Outro profissional é
o educador físico. Observou-se que as atividades físicas não só normalizam a
pressão arterial dos pacientes envolvidos, como houve melhora integral dos
pacientes. 71

• Descrição de reações adversas: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária já


disponibiliza, em seu site, o modelo do formulário para ser preenchido, no caso
de reações adversas. Com isso, o farmacêutico pode auxiliar o órgão a fazer tais
notificações e melhorar o conteúdo sobre farmacovigilância, no País.

Com essas atribuições, certamente, a atenção farmacêutica


contribuirá para o controle e manejo da hipertensão nas populações. Sendo uma via
na busca por diminuir os índices de prevalência acerca da hipertensão artéria na
população.

3.2 ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM FARMÁCIAS E DROGARIAS

Foi publicado no dia 11 de agosto, a Lei nº 13.021/14, que


muda o conceito de farmácia no Brasil: farmácias e drogarias deixam de ser meros
estabelecimentos comerciais para se transformar em unidades de prestação de
assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e
coletiva.

Dessa forma espera-se uma mudança no cenário nacional


acerca da atuação do farmacêutico nas farmácias e drogarias. Tendo em vista que a
realidade é muito mais controversa do que a teoria.

71
Alberto Malta Júnior; Lindaura Alves de Carvalho Araújo. Op. Cit. Disponível em:
http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/80/infarma2.pdf Acessado em: 12/set/2015.
43

72
Em um estudo realizado por TOMASSI e RIBEIRO, acerca
dos conhecimentos e atitudes dos farmacêuticos em Butantã, São Paulo. Foi
verificado um total de 49 estabelecimentos registrados no CRF-SP, onde apenas
Quatorze (35%) proprietários ou gerentes e farmacêuticos aceitaram participar da
pesquisa. Dos 14 farmacêuticos entrevistados, 8 (57%) foram encontrados na
primeira visita; 4 (28%) na segunda; 1 (7,1%) na terceira e 1 (7,1%), apesar de não
ter sido encontrado após 3 tentativas, teve a entrevista agendada por insistência da
proprietária. Destes, 1 (7,1%) era o proprietário do estabelecimento, entretanto não
foi encontrado sua inscrição no CRF. Sobre a qualificação, informação e interesse
dos farmacêuticos do Butantã, 29% dos entrevistados nunca leram nenhum artigo
científico em português, menos ainda, em inglês.

Os resultados encontrados não são satisfatórios, entretanto,


não há dúvida da sua importância como profissional da saúde. No Brasil, há
necessidade do resgate das farmácias e drogarias como locais de assistência à
saúde da população como outros países já o fizeram.

A utilização irracional de medicamentos é sem dúvida um


problema de saúde pública, que traz à tona a necessidade de reavaliar qual deve ser
o papel do profissional farmacêutico junto à sociedade, uma vez que é indispensável
sanar tal problema social, reduzindo os riscos de morbimortalidade relacionada a
medicamentos, as interações medicamentosas e também, reduzindo os problemas
causados por medicamentos que mascaram uma doença preexistente na criança.

73
Frente a isso, CELLA e ALMEIDA relatam que a
automedicação, em diversos casos, ao invés de beneficiar o usuário gera danos
muito mais severos e que esse ato pode mascarar ou mesmo impedir o diagnóstico
correto da patologia, atuando negativamente no estado geral do paciente.

72
Mario Henrique Tomassi; Eliane Ribeiro. Conhecimentos e atitudes de farmacêuticos em farmácias
e drogarias do Butantã - São Paulo. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. Disponível
em: http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/Cien_Farm/article/view/1746/1746 Acessado em:
15/set/2015.
73
Elisandra Cella; Rodrigo Batista de Almeida. Automedicação: enfoque pediátrico. Revista de Saúde
Pública de Santa Catarina. Disponível em: http://esp.saude.sc.gov.br/sistemas/revista/index.php/
inicio/article/view/109/146 Acessado em: 12/set/2015
44

74
Com isso, STORPIRTIS et al., para sanar este problema,
sugerem algumas medidas para evitar os riscos da automedicação de modo que o
farmacêutico estabeleça um vínculo de confiança com o paciente ou seu
responsável, para que este siga corretamente as recomendações dadas pelo
farmacêutico.
A farmácia atualmente é uma porta de acesso primário à saúde
em nosso país, sendo o farmacêutico procurado, muitas vezes, antes de um serviço
hospitalar. Dessa maneira, o farmacêutico, dentro de suas habilitações e
possibilidades, deve estar preparado para atuar de maneira adequada, executando a
atenção farmacêutica sempre a favor do paciente, assim confirmam GALATO et al.75

76
Para SANTOS et al., a atenção farmacêutica é a ferramenta
utilizada pelo profissional farmacêutico, com o objetivo de promover o uso racional
de medicamentos e conscientizar a população sobre a importância dessa prática,
justificando a necessidade da presença desse profissional em todas as farmácias e
drogarias do país.

Uma questão muito interessante contra a prática da


automedicação e a favor do uso racional de medicamentos é a legalização da
prescrição farmacêutica, por intermédio da resolução 586 de 29 de agosto de 2013,
que estabelece a prescrição farmacêutica sobre medicamentos de venda livre.

Dessa forma, a prescrição farmacêutica se torna de grande


utilidade, uma vez que transforma a automedicação em uma indicação farmacêutica
realizada com critérios, favorecendo o uso racional de medicamentos. Vale ressaltar
que os fármacos de venda livre se enquadram entre as classes mais utilizadas para
automedicação.

Dessa maneira, o profissional farmacêutico deve assumir a


74
Sílvia Storpirtis et al. Op. Cit. p. 381.
75
Dayani Galato et al. A dispensação de medicamentos: uma reflexão sobre o processo para
prevenção, identificação e resolução de problemas relacionados a farmacoterapia. Revista Brasileira
de Ciências Farmacêuticas. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n3/a17v44n3.pdf
Acessado em: 12/set/2015.
76
Thalyta Renata Araújo Santos et al. Consumo de medicamentos por idosos, Goiânia, Brasil.
Revista de Saúde Pública. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102013000100013
Acessado em: 12/set/2015.
45

responsabilidade de promotor da saúde e contribuir a favor do uso racional de


medicamento, favorecendo à população uma acolhida não encontrada no sistema de
saúde pública do país.
46

CAPÍTULO IV. PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa é o processo de desenvolvimento do método


científico, e seu objetivo é progredir, confirmar, relembrar algum conhecimento
preexistente. Contudo, envolve o estudo de pessoas ou grupos para adquirir
respostas mediante o uso do procedimento científico, ou seja, significa buscar
respostas para perguntas.

O objetivo principal da pesquisa de campo é procurar respostas


para a problemática inicial, além de proporcionar ao leitor uma assimilação simples e
fácil sobre o tema abordado.

Para TARTUCE, “Pesquisa é o processo de desenvolvimento


do método científico, seu objetivo é descobrir respostas mediante o uso de
procedimentos científicos.” 77

Portanto, a pesquisa é o ponto de partida para se obter dados


para a análise de alguns resultados, e seu fim é obter respostas para a problemática
e aprimorar o conhecimento sobre o tema pesquisado.

TARTUCE, complementa,

O conhecimento é um processo inacabado e dinâmico, de


maneira que todos os dias o ser humano passa por um
processo de aprendizagem novo, uma experiência nova,
buscando sempre a evolução. 78

A pesquisa, a busca de conhecimentos, é um processo de


aprendizado de constante construção, onde o tema não se esgota, mas servem de
complemento a trabalhos futuros na busca por novos fatos.

4.1 MÉTODO DA PESQUISA

77
Terezinha de Jesus Afonso Tartuce. Normas e técnicas para trabalhos acadêmicos. 2008. p. 41.
78
Idem. Ibidem. p.13
47

Frente as várias formas de pesquisa, o presente trabalho


acadêmico utilizou o recurso metodológico quantitativo, e como forma para
investigação, foi elaborado um formulário que contém 9 perguntas de múltipla
escolha. Em conformidade com questionário sobre verificação da pressão arterial –
PA e atenção farmacêutica, foi possível buscar complementação, fundamentação e
informações atualizadas concernente a problemática investigada.

Segundo TARTUCE,

Pesquisa de Campo de caráter quantitativo é a técnica de


coletas de dados de observação direta extensiva. È o resultado
da formulação e da aplicação de uma serie ordenada de
questões. As questões devem ser respondidas pelo informante
por escrito, sem a presença do pesquisador 79

Porém, na pesquisa quantitativa esperar-se atingir um grande


número de informantes que podem manifestar-se livremente e, assim, podem se
expressar, sem nenhum tipo de intervenção externa.

4.2 UNIVERSO DA PESQUISA

A aplicação da mesma foi realizada no período de 01 a 30 de


setembro de 2015, onde as respostas foram analisadas e exibidas em gráficos de
acordo com o modelo proposto.

Foram abordados clientes que vinham comprar medicamentos


anti-hipertensivos, na Farmácia Metropolitana, Caucaia-CE, onde eram convidados a
responder o formulário, após explanação dos objetivos da pesquisa; aqueles que
compravam o medicamento e não faziam uso do anti-hipertensivo, foi anotado o
endereço e posteriormente o paciente foi visitado, pelo pesquisador, na residência.

4.3 PERFIL DO SUJEITO

Foi realizada amostragem aleatória e os critérios de inclusão


79
Terezinha de Jesus Afonso Tartuce. Op. Cit. p. 43.
48

foram: pacientes atendidos em uma Drogaria comercial; de ambos os sexos; com


idade igual ou superior a 18 anos; que apresentassem diagnóstico médico de
hipertensão arterial, que fizessem uso de qualquer tratamento anti-hipertensivo e
aceitassem participar da pesquisa.

As variáveis pesquisadas foram: gênero, idade, o local de onde


é verificado a pressão arterial, a frequência dessa verificação, qual foi o valor da
última verificação da pressão arterial, anti-hipertensivos em uso, se seguia a
posologia prescrita, se o paciente era informado sobre os benefícios do uso correto
do medicamento, se era hábito pedir orientação ao Farmacêutico e com que
frequência ele gostaria de verificar a pressão.

Então, no total, verificou-se que 112 pacientes, no período de


30 dias, atenderam aos critérios de inclusão, destes 32% são do sexo masculino e
68% do sexo feminino.

Observou-se que de acordo com a faixa etária, 5% dos


pacientes pertencem a faixa etária entre 35 a 40 anos, 21% entre 41 a 45 anos, 13%
entre 46 a 50 anos, 14% entre 51 a 55 anos, 26% entre 56 a 60 anos e 21% com
idade superior a 60 anos. Demonstrando a heterogeneidade da população
pesquisada, e uma característica há hipertensão que é mais comum em idosos.

4.4 DEMONSTRAÇÃO DOS DADOS

GRÁFICO 1. ONDE O TEM VERIFICADO A PRESSÃO ARTERIAL

33% 29% NA FARMÁCIA


NO POSTO DE SAÚDE
EM CASA

38%

Quando se perguntou aos pacientes sobre o local que verificam


49

sua verificação da pressão arterial, teve dados satisfatórios de homogeneidade, a


maioria dos pacientes, 38% relatam que aferem sua pressão em posto de saúde da
sua comunidade, seguido da aferição domiciliar com 33% e sendo a farmácia
comercial responsável por 29% das aferições, como é demonstrado no gráfico 1.

GRÁFICO 2. QUAL A FREQUÊNCIA QUE VERIFICA A PRESSÃO


1%

28% SEMANALMENTE
QUINZENALMENTE

51% MENSALMENTE
OUTROS
20%

No gráfico 2, pode-se observar a frequência que esses


pacientes verificam sua pressão arterial. A maioria dos questionados, 51% tem o
hábito de verificar apenas uma vez no mês; apenas 28% tem o hábito de verificar
sua pressão arterial semanalmente e 20% quinzenalmente. Fato este, que gera uma
grande preocupação, pois é necessário o acompanhamento diário da pressão
arterial dos pacientes que fazem uso de anti-hipertensivos.

TABELA 2. QUANDO DA ÚLTIMA VERIFICAÇÃO DA PA LHE INFORMARAM


QUE ESTAVA
Nº de Pacientes % Pressão sistólica Pressão diastólica
(mmHg) (mmHg)
25 22,4% ≤ 120 ≤ 80
21 18,7% ≤ 130 ≤ 85
31 27,7% 130 – 139 85 – 89
29 25,8% 140 – 159 90 - 99
6 5,4% 160 - 179 100 – 109

Com os dados da tabela 2, pode-se observar que os níveis


50

pressóricos de 77,6% dos pacientes respondentes estavam fora dos padrões


normais, o que pode vir a sugerir questionamentos acerca da adesão
medicamentosa e sob a eficiência dos medicamentos usados no tratamento. Como
pode-se observar, apenas 22,4% dos pacientes respondentes apresentavam
pressão arterial dentro da normalidade.

TABELA 3. QUAIS DOS MEDICAMENTOS QUE UTILIZAM NO TRATAMENTO DA


HIPESTENSÃO
Medicamentos Quantidade
Clortalidona 2
Hidroclorotiazida 70
Indapamida 21
Furosemida 4
Amilorida 2
Propranolol 17
Captopril 19
Losartana 27
Metropolol 1
Nifendipina 2
Espinorolactona 2
Atenolol 12
Alondipino 3
Enalapril 2
Valsartana 8

Os anti-hipertensivos mais utilizados pelos questionados estão


listados na tabela 3. Merecem notoriedade os cinco medicamentos mais utilizados
pela população em estudo: 70 pacientes fazem uso de Hidroclorotiazida, 27
pacientes usam Losartana, 21 pacientes fazem uso de Indapamida, 19 utilizam
Captopril e 17 pacientes usam Propranolol.

Sendo a classe dos Diuréticos os medicamentos mais


utilizados, seguidos dos Antagonistas dos Receptores da Angiotensina - (ARAs), dos
Inibidorres da Enzima Conversora da Angiotensina I - (ECA I) e dos Bloqueadores-
51

beta Adrenérgico Não-seletivo.

GRÁFICO 3. FAZ O TRATAMENTO CONFORME A PRESCRIÇÃO MÉDICA

23%
SIM

5% NÃO
AS VEZES
72%

Conforme o gráfico 3, verifica-se que 72% dos respondentes


afirmaram seguir a prescrição médica no qual lhe foi incumbida, 23% informam que
seguem “as vezes” a prescrição postulada pelo médico, e 5% informaram que não
seguem a prescrição do médico. Ao comparar essas informações com a tabela 2,
observa-se dados conflitantes, onde o índice de pacientes com alterações nos níveis
pressóricos (77,6%) é equivalente aos pacientes que dizem seguir a prescrição
médica de maneira correta (72%).

GRÁFICO 4. TEM CONHECIMENTO QUE O USO CORRETO DO MEDICAMENTO


EVITA COMPLICAÇÕES PROVOCADAS PELA HIPERTENSÃO ARTERIAL

9%

SIM
NÃO

91%

No gráfico 4, pode-se observar o nível de conhecimento


desses pacientes acerca dos problemas relacionados a não utilização correta dos
52

medicamentos anti-hipertensivos. Onde 91% dos questionados conhecem que o uso


correto dos medicamentos anti-hipertensivos é eficaz para prevenir complicações
ocasionadas pela pressão arterial. Contudo, 9%, respectivamente, dizem não saber
das complicações provocadas pela hipertensão.

Observando esses dados, vale enfatizar a importância desses


conhecimentos por grande parte dos questionados, pois, é visto que de algum meio,
a informação está sendo repassada para esses pacientes, gerando uma maior
aceitação no processo de adesão medicamentosa, o que contribui diretamente para
a melhoria da qualidade de vida.

GRÁFICO 5. QUANDO DA COMPRA OU RECEBIMENTO NO POSTO DE SAÚDE


PEDIU ORIENTAÇÃO A UM PROFISSIONAL FARMACÊUTICO

21%
SIM
NÃO

79%

O gráfico 5, nos informa que a realidade da população local


não tem o habito de solicitar orientação profissional junto ao Farmacêutico, tendo em
vista que 79% dos questionados informam não pedir orientação do profissional
responsável pelo cuidado no tratamento com medicamentos. Apenas 21% relataram
que buscam a orientação do Farmacêutico no momento da aquisição do seu
medicamento.

Diante desse cenário, pode-se levantar questionamentos


acerca da divulgação da informação para a população da comunidade, sobre a
importância desse profissional no cuidado diário desses pacientes. Sendo o
Farmacêutico a via de acesso mais confiável e acessível para esclarecer qualquer
dúvida sobre o tratamento farmacológico.
53

O papel do farmacêutico fundamenta-se no auxílio ao


comprador/paciente a entender o tratamento e a necessidade de usar o
medicamento corretamente, cujo uso inadequado pode trazer uma série de
consequências.

GRÁFICO 6. QUAL A FREQUÊNCIA QUE GOSTARIA DE VERIFICAR A


PRESSÃO

4%
9%
UMA VEZ POR SEMANA

18% DUAS VEZES POR SEMANA


UMA VEZ A CADA 15 DIAS
69% UMA VEZ NO MÊS

Os resultados demonstrados no gráfico 6, nos informa a


necessidade desses pacientes questionados no âmbito de verificação de pressão
arterial, onde, 69% desses pacientes gostariam de ter sua pressão arterial aferida
pelo menos uma vez por semana, 18% pelo menos duas vezes por semana, 9%
uma vez no mês e 4% uma vez a cada 15 dias.

4.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Esta pesquisa buscou analisar as variáveis informadas pelos


pacientes atendidos na Farmácia Metropolitana, situada na cidade de Caucaia,
Ceará. Isto favoreceu maior conhecimento acerca da clientela, levando assim ao
maior aprofundamento dos conhecimentos específicos sobre a hipertensão arterial e
suas complicações, através do estudo da literatura pertinente.

Este estudo observa que a maioria das pessoas atendidas na


farmácia metropolitana são do sexo feminino, corroborando com os estudos de
54

80 81 82
CIPULLO et al. , PEREIRA et al. , PETRUZZELLIS, RODRUIGES e BOCK e
83
TOLEDO et al. que observaram uma maior prevalência do sexo feminino com o
diagnóstico de hipertensã . Esses estudos demonstram que as mulheres procuram
mais pelos serviços de saúde, aumentando suas chances de terem o diagnóstico de
HAS. Outra justifica, dessa maior prevalência em mulheres devido ao aumento dos
fatores de risco com a queda na produção de hormônios esteroides, levando ao
aumento do tônus vascular das artérias periféricas e provocando HAS em mulheres
na pós-menopausa.

Quando compara-se os resultados sobre faixa etária, verifica-


se que os achados são condizentes com os dados de RODRUIGES e BOCK, em
que a predominância maior foi da faixa etária de 45 a 60 anos, indicando que esta
doença é mais prevalente em indivíduos de idade mais elevada. Sendo a
hipertensão arterial mais comum em adultos mais velhos, tendo em vista ás
alterações vasculares fisiológicas durante o processo de envelhecimento, que
reduzem a distensão arterial, aumentam processos ateroscleróticos e o volume
plasmático.

Acerca dos medicamentos utilizados com maior frequência,


verifica-se que a maioria dos medicamentos dispensados age no sistema
cardiovascular, representados pelos medicamentos anti-hipertensivos. Dados estes
84
que apresentam conformidade com os estudos realizados por TOLEDO et al. .e
por OLIVEIRA e BÁRTA, 85

80
José Paulo Cipullo et al. Prevalência e fatores de risco para hipertensão em uma população urbana
brasileira. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v94n4/
aop00810.pdf Acessado em: 05/out/2015.
81
Marcia Regina Pereira et al. Prevalência, conhecimento, tratamento e controle de hipertensão
arterial sistêmica na população adulta urbana de Tubarão, Santa Catarina, Brasil, em 2003. Cadernos
de Saúde Pública. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2007001000011
&script=sci_abstract&tlng=es Acessado em 07/out/2015.
82
Editiane de Alcantara Petruzzellis; Fernanda Maciel Rodrigues; Patricia Martins Bock. Perfil de
pacientes hipertensos em uma drogaria de Porto Alegre-RS. Infarma. Disponível em:
http://revistas.cff.org.br/infarma/article/view/475 Acessado em 07/out/2015.
83
Thomás Rodrigues Toledo et al. Abordagem farmacoepidemiológica dos pacientes hipertensos
frequentadores de uma drogaria de um município de Minas Gerais. Revista Científica da Faminas.
Disponível em: www.faminas.edu.br/download/baixar/414 Acessado em 07/out/2015.
84
Idem. Ibidem. Disponível em: www.faminas.edu.br/download/baixar/414 Acessado em 07/out/2015.
85
Karla Renata de Oliveira; Renata Linassi Bárta. Medicamentos dispensados pelo programa “aqui
tem farmácia popular” em uma drogaria no município de Panambi-RS. Revista Contexto & Saúde.
Disponível em: https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoesaude/article/view/1493/1247
Acessado em: 07/out/2015.
55

Diuréticos tiazídicos são os fármacos de primeira escolha nos


idosos, exceto naqueles casos em que há uma hipertensão associada à insuficiência
renal e cardicaca, pois, mesmo em baixas doses, mantêm sua eficácia anti-
hipertensiva, com baixo risco de efeitos colaterais. Em segundo grau de frequência
encontram-se os inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA). Estes são
eficazes no tratamento da HAS, reduzem a morbimortalidade vascular e, quando
administrados em longo prazo, retardam o declínio da função renal.

Observa-se também um elevado número de pessoas que não


tem sua pressão arterial controlada, mesmo afirmando a adesão ao tratamento
farmacológico; cabendo ao farmacêutico, juntamente com o paciente, identificar os
motivos de pelo qual isso está acontecendo, e atuar de maneira efetiva afim de
realizar estratégias para melhorar as condições de vida do paciente.

As informações obtidas mostram-se de vital importância para o


profissional farmacêutico por facilitar a elaboração de estratégias de prevenção
primária, no sentido de otimizar a assistência prestada aos usuários.

Com base nos resultados apresentados, pode-se enfatizar que


a prática da Atenção Farmacêutica em farmácias comerciais se faz necessário.
Tendo em vista que a Atenção Farmacêutica é um processo, através do qual o
farmacêutico coopera com o paciente e outros profissionais na implementação e na
monitorização de um plano farmacoterapêutico, visando a produzir resultados
terapêuticos específicos para o paciente. Servindo, assim, como um elo entre o
profissional farmacêutico e o paciente contribuindo para sua pronta recuperação.

O Seguimento farmacoterapêutico como parte da Atenção


Farmacêutica é efetivo em detectar Problemas Relacionados a Medicamentos
(PRM) e propor intervenções na terapia medicamentosa que solucionem ou
previnam estes problemas. Estas intervenções podem ser realizadas através de
atuações na educação do paciente, na estratégia farmacológica e na quantidade de
medicamentos utilizando como via de comunicação à escrita e verbal.
56

De forma geral, as intervenções farmacêuticas têm mostrado


resultados positivos na hipertensão arterial, reduzindo custos, melhorando as
prescrições, controlando a possibilidade de reações adversas e promovendo maior
adesão do paciente ao tratamento.

Portanto, cabe ao profissional farmacêutico verificar, resolver e


orientar para prevenir problemas reais e em potenciais relacionados ao uso dos
medicamentos.
57

CONCLUSÃO

Tendo em vista que as Farmácias comerciais, agora são


consideradas perante a Lei 13.021/14 estabelecimentos de saúde, sendo obrigatório
o espaço para realizar Atenção Farmacêutica, o Farmacêutico é responsável
diretamente pela adesão medicamentosa dos pacientes hipertensos ao tratamento
farmacológico, agregado a esse fato, a melhoria da qualidade de vida e diminuição
das reações adversas aos medicamentos.

Nesse contexto, a Atenção Farmacêutica existe como proposta


para intervir nesse sistema, auxiliando o Farmacêutico e trazendo benéficos
inegáveis aos pacientes, implementando medidas sócios educativas, em busca da
melhoria da qualidade de vida desses pacientes. Contudo, muito foi e ainda deve ser
feito para melhorar esse cenário no âmbito nacional.

Portanto o acompanhamento farmacoterapêutico à pacientes


hipertensos é de fundamental importância para educação e conscientização no
tratamento desta doença, evitando complicações da HAS e tornando o tratamento
mais efetivo com um maior índice de adesão, assim como melhorando a qualidade
de vida do paciente.

No Brasil, há Farmacêuticos, isoladamente, que buscam


alternativas para desenvolver a Atenção Farmacêutica, entretanto pode-se observar
que, na maioria dos casos, esse novo processo está associado às Universidades e
seus docentes.

De maneira geral, pode-se considerar que a atividade da


Atenção Farmacêutica ainda é incipiente no Brasil, tanto no setor público quanto no
privado. Para a implementação efetiva da Atenção Farmacêutica no setor público,
devem-se conscientizar os gestores que esta atividade reduz custos para o sistema
de saúde e melhora a qualidade de vida. No setor privado, pode representar o
diferencial de atendimento, que contribui para a fidelidade do cliente, proporcionando
58

seu bem-estar e melhora a qualidade de vida do consumidor em geral. Ficando


assim evidente a importância da atuação do profissional Farmacêutico em relação a
terapia medicamentosa para a hipertensão.
59

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65

APÊNDICE I. CARTA DE APRESENTAÇÃO

Caucaia CE ______/_____/2015

Sou concludente do Curso de Farmácia da UNICE – Ensino


Superior / IESF – Instituto de Ensino Superior de Fortaleza, com o tema Proposta de
Atenção farmacêutica a pacientes hipertensos.

Por meio desta, venho consulta-lo sobre sua concordância em


participar desta pesquisa na qual será realizada a coleta de dados por meio de
questionário contendo 09 questões, sobre hipertensão.

É necessário esclarecer que a participação na pesquisa é de


livre e espontânea vontade, e ao participar da mesma, o (a) senhor (a) não ficará
exposto a nenhum risco e poderá desistir de prestar as informações quando assim o
desejar.

Agradeço a sua participação colocando-me à disposição para


quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

Manoel Luciano Freitas Rodrigues

Aluno de graduação de Farmácia da UNICE – Ensino Superior


66

APÊNDICE II. QUESTIONÁRIO

Nome: (Opcional)
______________________________________________________________

Sexo:
( ) Feminino ( ) Masculino

Idade
( ) 35 – 40 anos ( ) 41 – 45 anos ( ) 46 – 50 anos
( ) 51 – 55 anos ( ) 56 – 60 anos ( ) Acima de 60 anos

Onde o (a) Senhor (a) tem verificado sua Pressão Arterial?


( ) Na farmácia ( ) No posto de Saúde ( ) Em casa

Qual a frequência que o (a) Sr (a) verifica sua pressão?


( ) Semanalmente ( ) Quinzenalmente ( ) Mensalmente
( ) Outros_________________________________________________

Quando da última verificação de pressão lhe informaram que estava:

Pressão sistólica Pressão diastólica


(mmHg) (mmHg)
< 120 < 80
< 130 < 85
130-139 85-89
140-159 90-99
160-179 100-109
≥ 180 ≥ 110
≥ 140 < 90
67

Quais medicamentos, abaixo, que o (a) Sr (a) utilizam no tratamento da


Hipertensão?
( ) Clortalidona ( ) Hidroclorotiazida ( ) Indapamida
( ) Furosemida ( ) Amilorida ( ) Espironolactona
( ) Alfametildopa ( ) Clonidina ( ) Atenolol
( ) Metoprolol ( ) Propranolol ( ) Anlodipino
( ) Nifedipina ( ) Captopril ( ) Enalapril
( ) Lisinopril ( ) Losartana ( )Valsartana
Outros: ________________________________________________________

O (a) Senhor (a) faz o tratamento conforme a prescrição médica?


( ) Sim ( ) Não ( ) as vezes

O (a) Senhor (a) tem conhecimento que o uso correto do medicamento evita
complicações provocadas pela Hipertensão Arterial?
( ) Sim ( ) Não

Quando da compra ou recebimento no posto de saúde o (a) sr (a) pediu


orientação a um profissional farmacêutico?
( ) Sim ( ) Não

Qual a frequência que o (a) Sr (a) gostaria de verificar sua pressão?


( ) Uma vez por semana ( ) Duas vezes por semana
( ) Uma vez a cada 15 dias ( ) Uma vez no mês
68

DECLARAÇÃO

Declaro para os devidos fins que o trabalho monográfico PROPOSTA DE


INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA A PACIENTES HIPERTENSOS EM UMA
FARMÁCIA COMERCIAL NO MUNICÍPIO DE CAUCAIA-CE do aluno MANOEL
LUCIANO FREITAS RODRIGUES, foi por mim revisado e encontra-se de acordo
com as normas gramaticais da Língua Portuguesa.

Fortaleza, 11 de novembro de 2015

___________________________________________
Ilca Carolina Freitas de Melo

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