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E \ principal caracterfstica da terapia cogni- / ya é a importéncia que ela dé ao pensamen- (Ge Embora considere as emogées, o compor- | tamento € o contexto fundamentais, concen- | fra sua atengao sobre as crencas, atitudes e cognig6es do paciente; © primeiro passo, em qualquer terapia cognitiva, ¢ ensinar ao paciente a impertancia dos pensamentos.|O terapeuta deve mostrar que crencas, filosofias e esquemas podem pro: yocar emocGes intensas e que, para reduzi-las ou elimind-las, é preciso mudar a maneira de pensar. |Este proceso nao é espontaneo; é ne- cessdrio um metodo sistematico para explicar tais principios. Antes de que os pacientes sejam capa- zes de empregar técnicas cognitivas efetiva- mente, é preciso que acreditem que seu sis- tema de crengas possa ter alguma relacao com seus problemas. No inicio, a maioria dos pa- cientes nao acredita. Bles culpam a genética, as experiéncias traumaticas da infancia, 0 maltrato imposto pelos pais, a ma sorte, a tmaldade dos outros, nossa sociedade corrupta oua incompeténcia do governo,/Acusam tudo € todos, menos seu processo cognitivo pelo sofrimento emocional. ‘A razao para tal omissao é evidente. O Pensamento ocorre tao rapidamente, parece tao etéreo, que a maioria das pessoas nem se dé conta do que esta pensando. Tudo 0 que percebem € a situagdo (que ¢ objetiva, con- creta e facilmente discernfvel) e a resposta emocional (que é intensamente sentida e pal- pavel). Pensamentos nebulosos e passageiros costumam ser ignorados no processo. Pode ser bastante dificil convencer nosso paciente de que aquela vozinha fraca, dentro de sua cabeca, possa ser a eulpada. Nao € po +ém, impassivel convencé-lo desde que ele es- teja disposto a cooperar com aterapia cognitiva. A FORMULA BASICA Principios Embora haja varios métodos para ensi- nar 08 conceitos basicos da terapia cognitiva, um dos mais rpidos e diretos inclui dedicar a primeira consulta inteiramente para instru: cdo. A primeira sesso é, geralmente, 0 me~ Ihor momento para que se apresente ao pact ente a formulae o vocabulirio basicos. A con- sulta de instrucao pode ser individual ou em grupos, quando houver varios pacientes em: infcio de processo, Método 1. Se posstvel, dedique toda a sesso Para 0 assunto. Diga aos pacientes que ha duas maneiras contrastantes de explicar por que as pessoas sen- tem emocées € por que agem da maneira como o fazem. 2. Apresente a teoria mais antiga: res- postas emocionais e comportamen- tais seriam causadas pelo ambien- te. A maioria dos pacientes acredi- ta que essa seja a teoria correta, 3. A seguir, exponha a nova teoria: 9. itrastem ambas Mostre que a mesma si- tuacdo contextual pode ser inter. Pretada de intimeras maneitas ¢ que é, portanto, a interpretacio néo a situacao que importa. Aformula __ Esse € 0 roteiro caracteristico de uma Primeira sesso, Embora possa parecer um mondlogo é, na verdade, um didlogo no qual Paciente e terapeuta examinam, constante- mente, Os conceitos que vao sendo apresenta. dos. Entrego aos pacientes uma versao esar!, ta desse roteiro, ao final da primeira sesso, Para resolver seus problemas, é preciso Conhecer suas causas. Isto pode parecer tao Sbvio que nao valeria a pena mencionar, mas muitas pessoas ignoram o ébvio e tentam descobrir as causas de uma maneira muito \confusa e desgastante; Quando por sorte che- gam a uma resposta, de tao exaustas conclu- €m que seu problema nfo tem solugao. Problemas emocionais sao como qual- quer outro tipo de problema. Se nao se iden- tificam corretamente as causas, desperdicam- Se esforcos e nao se chega a uma solucio. Como, entao, encontrar a causa? Os varios campos da psicologia e da psi- quiatria oferecem tantas teorias diferentes sobre as causas dos problemas emocionais que é muito facil ficar confuso. Em uma ten- tativa de clarear as coisas, vamos comegar por duas formulas bastante simples. Aprendé-las agora vai lhe poupar tempo e esforco. > Cada letra representa algo diferente. — Atepresenta o evento causador: a si- tuago na qual vocé se encontra, um gatilho ambiental, um estimulo, qualquer coisa que 8 inicio ao processo de reacio. Férmula antiga FG (Faga este desenho para o paciente, durante a sesso.) Em um domingo & tara tado em sta poltrona Tendo do, subitamente, sente-se angie surge com forca, é real e descont: imediatamente percebe o @ Vocans coragéo bate mais répido, a tu na-se dificil, vocé sente calore eps Da vontade de levantar e dar uma da, ou melhor, dé vontade de saip Estd dificil ficar ali sentado, mas nage onde correr. Este é 0 @ da sua fomps medo. Evidentemente, os Gs poder quer emogao, raiva, tristeza, panic, $40. Como exemplo, digamos que Jase sentindo ansioso, Apergunta que talvez Ihe venha’ $a, nesta tarde de domingo, é& “Por qu que estou sentindo medo? Medo de gi A antiga formula oferece umares E 0A, a situagao na qual se encontra, § nhamos que uma camera gravasse apenas situagao, desprovida de interpretagges Uimentos. A cAmera gravaria tao-somen imagens e sons do que transcortia eng vocé estava sentado na sua poltrona, radi ou a tevé estavam ligados? O que apresen vam? Vocé estava lendo o jornal? O quelia Havia outras pessoas na mesma sala 6 houvesse, estavam falando ou olhando| Océ este guma coisa? Quais eram os sons I fore? WO olhava para alguma coisa ou estavas com os olhos abertos, olhando para 0 Estas e outras varidveis sio.os As. Assim, de acordo com a antiga form™ vocé examinaria os As para descobrir 0 4¥ causara o medo. A antiga formula postulad™ algum A provocou o medo. Portanto, examinar com euidado, acabard encot do 0A em questao, Quando encontré-l remové-lo eo medo desaparecerd. Ateoria de que A provoca C dida que ouvimos falar nela a ‘me deixou furioso”, “Ele me deixou teado” ou “Essas noticias me deprimi- fon? Estas idéias pressupdem que algum A Ge fora fez com que sentissemos certos Cs ‘por dentro. E uma idéia tao universal que parece zefletir a verdade, mas serd, mesmo? ‘Nao! O que acontece fora tem pouco po- der sobre nds. S40 0s sentidos que nos fazem perceber omundo externo, Se cobrirmos nos- fos olfios € orelhas, o mundo externo desapa. rece, portanto seu efeito sobre nés ser mini mo.Se formos incapazes de distinguir um ob- jeto, ele nao nos podera fazer rir ou chorar, fugir, cantar ou dancar. O mundo externo nao tem poderes magicos, nao pode se infiltrar em nosso eérebro € ctiar nossos sentimentos. Ele apenas espera, na escuridao dos sentidos, 0 momento no qual sera reconhecido. ‘A formula correta é a que segue. E bas- tante simples e jé foi repetida muitas vezes antes, mas € tao essencial para que possamos nos entender que ¢ titil relembré-la. Foi cria- da por um dos mais respeitados psicélogos do mundo, Albert Ellis. Outros profissionais tentaram iradiante, mas sua formula ainda é amelhor maneira de explicar o funcionamen- to basico da terapia cognitiva Anova formula é: > (B)___» C (@esenhe para seu paciente,) > B representa cognicées, crengas e ati- tudes. Como voeé pode ver, acrescentamos uma Tetra: B. Ela representa nossas crengas a res- Peito da situacao, bem como os pensamen- tos, imagens, fantasias, percepcdes, conclu- S6es e interpretag6es. B representa, princi- Palmente, nosso cérebro — como processa a informacao bruta vinda de A e a organiza em Padrées, esquemas, tematicas e histérias. a 'N. de Tin inglés, é possivel fazer um acréstico: A - Activating event (situagdo ativadora); B - Belief (crengn, (conseqiéncias), Quase todas as nossas emogdes entendidas a partir desta formal: ver de apenas olhar para 0 A, como o esté interpretando. Exemplos Naprimeira sesso, freqiientemente xa ‘minamos os seguintes exemplos, um de ean vver, até que os pacientes entendam os princi: ios. Exemplo 1 ‘A: O chefe de Bill o chama a sua sala eo critica por ter atrasado a entrega de um rela- t6rio. : B: Bill considera a critica injusta, ja que sua secretéria foi a responsavel. Ela nao digitou o relatério a tempo. : Bill fica com raiva. Dizemos aos pacientes: “Voce pode pen- sar que a critica do chefe provocou a raiva de Bill, mas, na verdade, o que conta é o que Bill pensou a respeito da critica. Se a houves- se considerado valida, poderia ter-se sentido culpado ou preocupado, Foi somente depois que seu cérebro fabricou a abstracao de que a critica foi injusta que ele sentiu raiva”, Exemplo 2 A: Barbara olha para seu corpo refleti- do no espelho. B: Pensa que esta gorda. G: Sente-se deprimida. Seria possivel, na situagéo acima, cul- par o impacto visual do corpo com excesso de peso pela depressio de Barbara. Quem nao ficaria chateado? = MeMULLIN- ‘Muitas pessoas ficariam. Foi preciso que, em primeiro lugar, Barbara nao somente con. cordasse que existe um peso ideal para mu- Theres (um padrao cultural que muda constan- temente), mas também que tinha a obrigacio de se encaixar neste peso. Nao sabemos qual a origem deste senso de obrigatoriedade. Foi preciso, também, que ela conclufsse que havia transposto a linha imagindria que divide 0 que arbitrariamente considera um eso aceitavel, Precisou que dissesse, para si mesma, que era horrivel que houvesse passa- do dessa linha. O reflexo no espelho néo é nada, comparado A intensidade das suas elucubragées. O cérebro de Barbara é 0 cul- pado pela depresstio, néo o peso dela Exemplo 3 John teve uma dor no estémago. B: Pensa que pode ser cancer. : Tem uma crise de ansiedade. Qualquer dor é processada pelo cérebro (Freeman e Eimer, 1998). Quando seus mis- culos doem, depois da gindstica, vocé pode interpretar esta dor como um sinal de que o exercicio fez efeito. E possivel que a dor do parto seja muito maior que a dor provocada por alguma doenea, No entanto, esta iiltima causa mais dano do que a primeira, porque 0 eérebro interpreta as duas de maneiras com- pletamente diferentes - uma traz a vida, a outra, pode destrui-la. Através desses trés exemplos, tentamos Mostrar a nossos pacientes que a formula A- B-C a chave para que conhecam as causas de suas emocées. Quando sentirem uma emo- $0 negativa e quiserem saber o que a provo- €a, podem usar a formula para descobrir, A formula pode, fundamentalmente, ajudé-los a mudar as emog6es desagradaveis que vém causando problemas em suas vidas, Comentario Existem diversas alternativas para a fér- mula A-B-C de Ellis, muitas delas mais com- Barnard, 1993), i (993a) © 0 proprio Elis (19gg, desenvolveram a formula, Experimentei todas as fg meus pacientes, concluindo dem, lembram e usam melhor 9 36% B-C,, mais simples, em vez day maid cadas Nao & indispensavel que o3 estejam convictos da eficdcia da veora a neste periodo to inicial do processoremiee tico. A maioria deles, na verdade, persia cerd cético. E possivel que nao « cnt inteiramente. Na terapia de restr cognitiva, evitase, no infeio do proeegs 9 desafio direto as teorias do Paciente. Kenye} entretanto, assegurar que haja uma eonead dancia acerca da validade da teoria 44 C, sendo, portanto, sensato consideréla em gh gum momento, Nas primeizas consultas, ap explicar a teoria A-B-C, use sempre ejene los baseados na situagio de outras peas, nao na situac&o dos préprios pacientes, Az sim, ndo se sentirao impelidos a defendersuss | préprias teorias, podendo unir-se a vocé pp exame dos erros de pensamento que outs Possam ter cometido. Tais exemplos podem pavimentar seu caminho, estabelecendoo ae ha de verdadeiro por trés da teoria, Depois da primeira consulta, entregamos aos pacientes a tarefa de casa (p, 24), Informagées complementares Alguns dos exemplos e das tarefas d@ licfio de casa foram desenvolvidos a partit de trabalhos anteriores (Casey e McMullin, 197) 1985; McMullin e Casey, 1975). Donald Meichenbaum vem contribu do incansavelmente com a terapia cognitiv® Desenvolveu o proceso de modificacéo cost tiva do comportamento (Meichenbaum, ! 1993), o treinamento cognitivo de int de estresse (Meichenbaum, 1985) fecentemente, especializou-se no umético (Mei fatiza a importancia de ofere- ‘pacientes, desde 0 infcio, uma terapeutica especifica e clara. Su- festa estrutura e sua conceitualizagao ino paciente a entender o processo de a nga, portanto, devem preceder qualquer ngdo terapéutica, Veja Meichenbaum {G97 1998), Meichenbaum e Deffenbacher {1988), Meichenbaum e Genest (1983), Neichenbaum e Turk (1987). TAREFA DE CASA (Entregue no inicio da segunda sesso.) Nowe: TarerAa 1 Bstude as paginas de 1 a 7 de Talk sense to yourself (McMullin e Casey, 1975) TAREFA 2 Leia os capitulos 1 2 de A guide to rati- onal living (Ellis e Harper, 1998). Taner 3 Os exemplos a seguir descrevem seis situa- bes A-B-C, s6 que 0s Bs nao esto incluidos. Vocé deve adivinhar qual pensamento (B) deve ser inclufdo, de modo a conectar a situ- ‘acao (A) A emoco (C). Identifique o (A) eo (©) de cada situagao e complete o (B). 1. 0 chefe de Alfred criticou-o por se attasar. Alfred ficou deprimido. 2. Mary foi a duas sessées de terapia, mas desistiu, pois achou que néo estava funcionando. Susi tinha dor de estémago. Entao, Comegou a ficar com medo. Joe foi multado por excesso de ve- locidade e ficou furioso. Principios © trabalho mais dificil comega da primeira sessiio, na qual 0 terapeuta apre- senta a formula e alguns breves exemplos. Férmulas e explicagdes nao bastam para per suadir os pacientes do poder das cognigdes: 6 preciso que apresentemos provas. Muitos 5, Jane ficou envergonhada quando amigos seus viram-na chorando em um filme romantico. . Fritz ficou violentamente contra- riado quando um balconista de loja pediu que se identificasse a0 descontar um cheque. Tarera 4 Escreva cinco exemplos, da sua propria vida, onde seus pensamentos (B) tenham causado emogées dolorosas (G). Descreva estes exemplos em termos de A-B-C. Th AN Obs O&> Obs OB> OF 24 rune mamuiun pacientes vém a terapia tAo firmemente ape- gados a opinides opostas que a autoridade terapéutica, por si sd, nao é suficiente para convencé-los do principio-chave da teoria Cognitiva. Considero os seguintes exercicios bastante titeis no processo de assegurar a cooperagio do paciente. Método 1 - Gerando uma emo¢ao Os terapeutas podem mostrar para seus Pacientes que sao as crencas deles, mais do Que 0 ambiente em que vivem, que originam suas emogbes. E necessdrio que o terapeuta prove que o paciente pode sentir-se mais fe- liz sem mudar nada no seu ambiente, nem em sua infancia, nem em seu funcionamento bioquimico, desde que mude o que pensa. "Pata isso, faca a mais completa descri Gao de qualquer cena, que tenha varios com- Ponentes sensoriais. Quanto mais sentidos o Paciente puder usar enquanto estiver imagi- nando a cena, melhor. Por razdes obvias, a cena deve ser prazerosa, nao desagradavel Voeé pode criar a cena que quiser, mas a que segue € um bom exemplo. Peca para seu pa- ciente imaginar esta cena, o mais vividamen te possivel. Imagine que vocé esta caminhando na bei da praia. # vera e esta muito quente. Final de tarde, 0 sol comeca a descer no horizonte. Vooé sente a areia, dura e fria, sob seus pés Eseuta o suave barulho das gaivotas eo mur. mirio das ondas & distancia, Pode sentir 0 cheito e 0 gosto do sal no ax: Aos poucos, 0 eu fica dotirado. As palmeiras, banhadas por um brilho de vermelho intenso, O sol comeca @ se por, O ou, azul turquesa, mancha-se ce Profundo violeta. Uma brisa suave vem do man Nocé deita na areia e olha para o céu, Jd é noite, Surge a primeira estrela, Vocé se sente Cercado pelo céu. Vocé & envolvido por uma Profunda paz, Sente-se unido a0 univers (daptado de Kroger e Fezler, 1976) Diga a seu paciente i Que, caso tenha-se “neh tranqiiilo Enquanto escutava a leitu- filidade eS? iMaginacéo criou a tran yaad. Seulfncionamento Bioguimico,) mPsonsclents, sa situacéo atual cums: experincias de vida, mas, antes e durante alee, has o Pensamento mudoy, ) “en; Se escutara Tetturarig yg ma sensagao de tranatilidage. tina, Se deve a imaginagio do Paciente tba, cle disse a si mesmo. Escutandgn © 80 a ‘ou caminhando na beira da pray iie, ter pensado: “Eu néo! Eu estou g ge Pile uma cadeira!”, em vez de pensar egy WO Ou, na passagem “é verio faz me Pode ter-se dito: “Ridfculo, eas ste foral”, Néo é a cena que ctia 08 senna, mas os pensamentos,O que se ercia gs importa ~ apenas 6 que se pensa, Q saa mento pode gerar qualquer emogés tue deseje. Um paciente poderia ter sntey ge va, se pensasse: ‘A tltima vez em que gag nhei por uma praia, estava com Fil, pom antes de cla me abandonar por causa dei no, aquele idiota”. Ou medo: “Uma lee vem do mar... e também aqielas mee @égua, que se arrastam, viscosas, ata pri Elas se aproximam de mim, seus tents nojentos agarrando-se em minhas perms impedindo-me de caminhar, Tento gis mas no consigo? Para que se crie qualquer sentiment, basta concentrar-se em um pensamento, Be plique essa idéia a seu paciente. Diga: "Nid: so as palavras, ou sua inféincia, ou st pi sramacao genética que geram tai sentinel tos. Na verdade, é 0 quadro que 0 see bro pinta. Vocé é 0 artista, Suas emogoes 0 sua propria criacao”, - Método 2 - Imagine mudar as crengas de outra pessoa Um outro tipo de cena pode ajuda Pacientes a acreditarem na prevalent Seus pensamentos. A histéria que segueay™ Senta uma pessoa, hipotética, chamada Mi Os terapeutas tanto podem usar essa his! quanto inventar outra, inteiramente U®, Imagine que vocé vé um homell mado Fred andando pela rua. Ele é mente normal. Na média, em todos 0S ae lepartamentos mulher e dois filhos. As quin- feiras ele joga boliche com amigos e aos a6 Hos € téenico da equipe de futebol mi- ym. AS vezes, exagera na bebida nas festas favieinbanga e comeca a discutir politica aos ‘tos. Normalmente, porém, nao bebe e tra- faa maioria das quest6es de forma bastante fensata, A vida sexual com stia esposa é boa. Fmbora ndo seja tAo excitante quanto no inf- cio, parece deixé-la satisfeita. E um bom pai, passa mais tempo com os filhos do que a maioria dos pais, corrige-os quando estiio errados e os acolhe quando estao doentes. E razoavelmente popular. Tem o dom de se re- Jacionar com os mais diferentes tipos de pes- soas — seus colegas vendedores, 0 porteiro, seus amigos do boliche, seus vizinhos. ‘Agora imagine se fizéssemos uma coisa com Fred, Imagine que tivéssemos descober- 4a composicao quimica exata de uma cren- ‘a. Isso significa que terfamos descoberto a composic¢ao quimica de uma idéia, como “a tema é plana”, e a composicao quimica da idéia oposta, “a terra é redonda”. (Sabemos que isso é pura fantasia. Embora os pensa mentos tenham uma representagao fisica no cérebro, eles nao sao substancias quimicas especificas. Ainda assim, siga a fantasia.) Entao, imagine que tenhamos decomposto, quimicamente, milhares de pensamentos ¢ os colocado dentro de seringas injetaveis. Digamos que gostariamos de injetar im ensamento especifico em Fred - uma idéia, ndoum monte delas, Uma vez injetado, 0 pen- samento instala-se; Fred nao pode mais remo- vélo, Nao fazemos mais nada com Fred —ape- nas injetamos nele um tinico pensamento. ___Escolhemos um pensamento a0 acaso, digamos o frasco de “para ser feliz, preciso que todos gostem de mim”, e o colocamos na Pistola de tranquilizante, esperando que Fred Passe por nossa casa. Finalmente, em um Gomingo a tarde, enquanto est4 passando, 4Acertamos ele com o pensamento. Se 0 seguirmos por algum tempo, nao enhuma mudanca perceptivel. Se s muito detidamente, talvez vejamos _, Seguimos Fred pelo resto do te. E sdbado e ele foi a uma festa na ca! vizinhos com sua mulher. Ele gosta festas e costuma ser um dos convidados Populares. Nao desta vez. Parece nervoso, nao sabe com quem falar e fica 14, de pé, sem sa-_ ber onde colocar as maos. Um amigo pergunta A sua esposa se ele estd se sentindo mal. Dois vizinhos seus esto tendo a discussao mensal sobre controle de armas e perguntam a Fred qual sua opinifio, Ele responde: “Bem, seri- pre existem dois lados para ma mesma ques- to e ndo se deve tirar conclusGes precipita das”. Os vizinhos olham para Fred com es- tranheza. Ele jamais fora tao inseguro. Sim- plesmente dizia o que pensava. Os vizinhos abanam a cabeca e se Vio. Mais tarde, Fred e sua esposa vao para’ a cama. Fle quer fazer amor, mas nao sabe como dizé-lo, Diz, pelo menos cinco vezes: “Vocé sabe, se vocé estiver cansada, eu en- tendo”. Ela garante que esta 6tima, Fred, en- tretanto, sente-se desconfortavel fazendo amor, Fica perguntando: “Esté bom para voce?” e pergunta-se se é um bom amante. Na manha seguinte, tem dificuldades no futebol. O pai de um dos meninos pede-lhe que escale seu filho para jogar—o menino nao joga bem, é desajeitado, nunca pratica e nun- a se preocupa em aprender a tatica do jogo. Apesar disso, Fred fica com medo de dizer nao e coloca um de seus novatos (cujo pai nao esta por perto) no banco de reservas. O menino tropega trés vezes e o time perde feio, Se nos projetamos para o futuro, nota mos que Fred esté passando por outras difi- culdades. Esta tendo problemas no casamen- to, desenvolveu disfuncao erétil e, hd mais de um ano, ndo consegue fazer amor. Procu- you um terapeuta para o qual falou: “E como se ficasse assistindo a minha prépria perfor- mance”. Faz hora Desenvolveu uma t tra na loja para agradar ao "RIAN E, MeMULUN futebol arranjou um novo técnico depois que _bém sio Bs, assim como os Perderam seis jogos seguidos. HA tempo ndo sao, entretanto, per & convidado para festas, embora os amigos libera quando or ainda as organizem, Experimentou varios ti- ta, respondends os de tranqiiilizantes, mas nenhum o aju- de externos. dou. __A indugio hipnética Pp Sabemos 0 que houve: nossa pequena muito poucas situses, injecao transformou-o completamente. O pen samento que injetamos “para ser feliz, preci S0 que todos gostem de mim” é um dos prin- ! cipais determinantes cognitivos do que os _ tiva que sentimos Psicélogos psiquiatras chamam de fobia social. Injetando-o em Fred, arruinamos sua Felicidade ~ transformou-se em-tm “agrada- dor” de pessoas, um fobico social, } Pode parecer estranho pensar que uma tinica idéia possa causar tanto softimento. Porém, a idéia que implantamos é particular. Mente arrasadora, Ela corrdi o que era es. Pontaneo em Fred e o transforma em uma marionete social. Ele perde sua individuali dade e anda de um lado para o outro, tentan do agradar a todos. Paradoxalmente, quanto mais tenta agradar, mais acaba afastando as essoas. Blas perdem o respeito por alguéin que nao expressa suas préprias opinioes ou dive ten medo de se posicionar. O pensamen- aceitar a sugestao hipnética to que injetamos faz com que Fred parega um A hipnose e os sonhos mostram que 9 idiota, Como se ele fosse apenas um espelho, que os Pacientes imaginam é mais importane Telletindo o que quer que seja projetado nele, te paralo sen estado emocional do que ates: F Claro que nao existem pensamentos _lidade. Se elec sonham que esto navegando engarrafados ou seringas que os Possam in- pelo Atlantico Norte © seu navio colide com Jetar Entretanto, os pensamentos podem in. um iceberg, sentirio 0 mesmo Pavor dos pas- troduzir-se tao rapidamente, tao Profunda- — sageiros do Titanic, e 0 fato de estarem de Tas png, aulsar tanta devastacéo de manei- tados no conforto e seguranca de suas pio: abordan prenes complicadas, como iremos prias camas nao vai mudar a emogio, Seima- abordar em nossa terapia, Binam que tém cinco anos e esto brineando em um balango, sentirdo a excitacdo de woat eepaitat No ar; mesmo que sejam adultos € estejam sentados na poltrona de um hipnott F panhos também proporcionam aces. #40" A realidade é 9 que nosso cota Mentos entidos e; como a dor A 80 espetar uma s dedo parece ser um exemple dara at $40.4-C. Aa agulha~ causa dies 7.2,d08 A hipnos, porém, moda qa mesmo esta é uma situacio AB.G ge sugerir para uma pessoa em transe hy co: “sua mo esté imersa na dgua Belada Yocé nao consegue mals sentila, ty aie Pletamente anestesiada”, a pessoa nag ra sentir seu dedo sendo picado, Sob analy hipndtica, é possivel sentir algum tipo des timulo que as pessoas, porém, 1&0 dese: vem como “dor”, Muitos a descrevem como tuma sensagdo nem positiva, nem negatia Evidentemente, a habilidade de bloqueiy 4 dor esta relacionada com a capacidade Método 3 - Sonhos e hipnose ‘Método 4- Evidéncia fisica Uma abordagem mais diretiva pode ser clo, © medo, obviamente, Util para aqueles pacientes com estila de Jest Po anals linear ou menos criativos.Apte ‘AMOS Os aspectos fisiolgicos da AB-C. Podemos comecar mostran vem — samey eae (1994). Neste livro, ele descreve o vinho neuroldgico das emocées. O proces. ‘amomega quando tomamos consciéncia, ‘Biporadamente, de A. Em primeiro lugar, “de amos sobre a sittacdo; julgamos 0 con- dos eventos dos quais fazemos parte, amos suas conseqiiéncias, para os ou- frose parands mesmos. Esta avaliacéo co} érepresentada no cértex sensorial (olfa- (Gauieine st A seguir, nosso cérebro, i posse destas representacées, compara-as om outras situacdes semelhantes que jd te- thamos vivido. A drea pré-frontal do cére- pro, automaticamente, procura por associa- Ges e comparacées, na meméria. ‘Jé estive- nos nesta situacao antes? Devemos nos pre- ‘ocupar? O que aconteceu na tiltima vez em que enfrentamos uma situacdo como esta?” >= TTodoesse processo & cognitivo, Tudo isso i (sao Bs. ‘Mesmo que tais cognicées sejam ins- | fantineas (duram menos de um segundo) e | involuntérias, elas ocorrem no cértex € nas | areas pré-frontais do cérebro. E somente de- pois que o processo cognitivo termina que a ‘omplexa bioquimica das emocées ativa-se. | Automaticamente, essas conclusées cogni- | tivas (nas éreas pré-frontais do cérebro) man- bral) comecem a funcionar. testes tor ibaa eee ) de gerar emogées e, portanto, de os sentimentos coeondenes Poa) Mente, os Bs sao os principais componentes. Mas nossas emogées._} (Método 5 - Os melhores exemplos. (da historia do proprio paciente -A maioria dos pacientes conhece © po- der dos Bs, baseada na prépria hist6ria. Ain- da assim, € importante lembré-los daquilo que eles jé conhecem, Peca que lembrem de uma situacdo na qual estiveram tremendamente incomodados por algo que, na época, tomou conta deles, deixando-os furiosos, mas que agora nao os incomoda mais ~ alguma situa- ‘¢&io que eles tenham superado. Peca que se concentrem na situagao vivida, tentando iden- tificar 0 A e o C. Quando isto estiver claro, peca que identifiquem 0 B. O que eles diziam, para si mesmos, quando ficaram tao furiosos? Finalmente, oriente-os para se concentrarem no presente. O que eles dizem a si mesm hoje e que nao podiam acreditar antes? J RIAN E, MeMULUIN _—-A maioria dos pacientes reconhece que / opior, a respeito da situagao vivida, nao foi 0 fato em si, mas como eles o interpretaram. | As conseqiiéncias de um acontecimento po- dem durar muito pouco tempo, mas as cren- Gas por ele geradas so muito mais duradou- Tas; seu efeito pode ser devastador e perdu- Yar por toda uma vida. Ajude seus pacientes a verem que néo é 0 trauma que causa suas dificuldades, éB. Método 6 - Mudando B, muda-se C Dé alguns exemplos de A-B. Mantenha a situagao (A) como uma constante, varian- do apenas 0 que os pacientes diriam para si mesmos, Peca que identifiquem as emocdes que vao sendo criadas pelas diferentes ma- neiras de pensar (B). Vocé tanto pode des- ctever os exemplos para seus pacientes, quan. to incluf-los em suas tarefas de casa ou escre- vé-los em um cartaz, em um programa de computador, ou mostré-los em slides, em ses S6es de grupo. Aqui esto alguns exemplos: 1. Imagine que vocé esta sentado na lanchonete, em um intervalo do trabalho e Percebe dois colegas conversando e, even- tualmente, olhando em sua direcao, 0 sen limento vai depender da sua interpretacao, Se vocé pensar: “Que falta de educacio, fa. Tar de mim, As minhas costas”, vai, prova- velmente, sentir-se mal. Se pensar: “Eles de- vem ter-se dado conta do erro que cometi na conta de Hutchinson”, poderd sentir-se cul- pado. Se acreditar que eles esto planejando uma festa-surpresa para comemorar seu ani- Versario, semana que vem, poder sentir-se feliz, OA € sempre 0 mesmo, em todos os ©4805. Os Bs apenas produzem as diferentes emogées, 2. Este exemplo foi emprestado de Hauck (1980). Imagine que, enquanto Ie um livro, vocé olha para bai en ° Pi xO € vé umA cobra Esta parece ser w muito claramente, A provoca @ cobra, A, que faz com que sinta digamos que venha alguém, pega lhe mostre que é de borracha, caria com medo? Provavelmente nag adiferenga? A. continua igual; vgs Sle a cobra em seus pés, A diferenca 9, ale é determinada apenas pelo pensamentit® primeira situagao, é provavel que yoga i instantaneamente, pensedo: “Eumagyaiy verdade, Pode ser venenosa, Pode me picgp Lembre-se que, embora nos tome alginyy. | gundos para ler esta frase, os pensam nela contidos ocortem-nos em apenas mig simos de segundo. Na segunda situagao, yng pensou: “fi uma cobra de bringuedo, nig me machucar, Nao tenho © que teme? Verq cobra nao despertou nenhum sentiment, g que fez. a diferenca foi o que voce disseag mesmo, a respeito do que viu, ima situag, 3. Considere estes diferentes €, emie lacdo ao mesmo A. A: Vocé marcou um encontro com um: amigo, mas cle estd uma hora e mela atrasal C: Voeé fica com medo. © que seria preciso pensar, para inelat © medo? B: “Ele pode ter-se envolvido em um acidente, pode ter-se machucado”. C: Vocé fica irritado. ’ O que seria preciso pensar, para seit se assim? B: “Que grosseria, deixar-me espeta™ do, sem avisar que se atrasaria’. C: Vocé fica deprimido. O que causaria este estado? ; B: “Acho que ele me acha tao sem Portancia que nao vé razo para chegaf hora”. A permanece constante, em exemplos, A tinica variavel que pode tir an ee Prevoaseume ences |. Tage com que seus pacientes prati- ch Mhairas de mudar o que sentem, mu Grndo.o que pensam. Oriente-os para que se Garp felts, levemente triste, divertidos, hos de si € auto confiantes, seguros ¢ ‘ills e que tentem trocar-um sentimen- i oulro. Este exercicio devera ser prati- tof diariamente, durante cinco minutos, ja visualizacao de imagens racional- tmotivas no Capitulo 8 deste livro.) 2, Peca a seus pacientes que observem pessoas comportando-se de maneiras que eles Pnsideram estranhas, inesperadas, e que jmaginem 0 que estas pessoas estariam pen- sando, para que se comportarem assim. No fue elas precisariam acreditar, para agirem de maneita tao estranha? Comentario Seria exaustivo para os pacientes que segissem todos os métodos apresentados, mas é titil ao terapeuta para que conhega to- dos © possa escolher qual deles se adapta melhor a cada paciente: (Os melhores exemplos so aqueles que 05 pacientes inventam. Estes tém um signifi cado pessoal que reforca a persuasao. O terapeuta deve, portanto, encorajar seus pa cientes a pensarem em seus proprios exem- plos;de como B causa C. Informagdes complementares Hipnose ¢ modificagdéo comportamental: condicionando o imagindrio (Kroger e Fezler, 1976) 6 um dos livros que, com mais eficd- la, aborda o uso de imagens para relaxamen- Poo N de "Cognitizam’,conforme o autor A terapia co ace explorada por Baker e Kitsch (1991), Cip Fernandez, (1997), Litt (1988), Meiche © Genest (1983), Scott e Leonard (1978), Stembach (1987) e Turkat e Adams (1982). A terapia racional emotiva comporta- mental (rational emotive behavior therapy, REBT) prové algumas das melhores analogi- as sobre principios cognitivos que se podem usar com pacientes. Sao claras e permitem formar imagens facilmente. Preste atengao, particularmente, nos trabalhos de Paul Hauck (1967, 1980, 1991, 1994). Em alguns de meus primeiros livros, de- senvolvo metéforas e imagens que podem ser uusadas pelos terapeutas. Veja Casey ¢ MeMullin (1976, 1985), MeMullin, Assafi e Chapman (1978), MeMullin e Gasey (1975), MeMullin, Casey e Navez. (1979, em espanhol), MeMiullin e Gehthaar (1990a) e McMullin, Gehlhaar James (1990). ‘QUAL E A IMPORTANCIA. DAS VARIAVEIS AMBIENTAIS? Prineipios Contrariando os melhores esforgos do terapeuta em ensinar sobre os prinefpios da relac&o entre A-B-C, muitos pacientes insis- tem que certas varidveis do ambiente (As) so to importantes que prevalecem sobre os efei- tos de qualquer percepco ou pensamento. Os As que eles sugerem serem os mais im- portantes so: o ambiente fisico, as experién- cias vividas na infancia, a bioquimica, o in- consciente e a hereditariedade. Esses As so, sem dtivida, importantes e poderosos. Porém, como comentou-se an- teriormente, sua capacidade de influenciar e dominar a vida depende de como as pessoas pensam* e nao da situagdo (A) em si, Ahe- ll a Eicon | Teditariedade, 0 funcionamento bioquimico © as experiéncias do inicio da vida nfo sao diferentes de nenhum outro A. Sao fatores desencadeantes ou estimulos, mas ndo po- dem controlar uma pessoa. Em outras pala- vras, podem predispor uma pessoa a agir de determinada maneira, mas nao poderio obrigé-la a agir. Fortes predisposig6es deter- minadas por experiéncias infantis, por limi- tagGes fisicas, pelo funcionamento bioquimico ou por fatores hereditarios podem, freqiiente- mente, ser suplantadas ou diminuidas pelos Bs do paciente. O método apresentado a se- guir mostra como. Método 1. Conte ao paciente o exemplo de al- guém que vocé conheca que tenha sofrido Severas experiéncias durante a infancia. 2. Dé 0 exemplo de alguém que tenha consegutido superar, através da maneira de pensar sobre a vida, severas limitacées fisicas Exemplo 1. Superando uma infancia dificil: a historia de Ana Uma de minhas primeiras pacientes foi uma mulher, que chamarei de Ana. Era uma mulher mais velha, que havia buscado auxi. lio devido a ansiedade generalizada e depres- sao. Ela havia passado por uma das piores experiéncias infantis que se possa imaginar. Nascera em um pequeno vilarejo russo, antes da Segunda Guerra Mundial. Durante a invasao alem4, os moradores da aldeia fo- Tam escravizados e forcados a trabalhar para o Terceiro Reich. Habitantes das aldeias vizi- nhas sabotaram as vias de suprimento de ar- mas, € os alemdes decidiram usar a vila como exemplo, Certa manha, bem cedo, os soldados da SS reuniram todos os habitantes da vila, ho. : vila, ho: mens, mulheres e criancas e os fizeram mar- char até um desfiladeiro. Ana a ae % © sua mae fo- pa Tastadas junto com os outros Os sol- dados nazistas os forgar at, amie de Ana em COrpos que jd estay moribundos em cia das balas. Ficou escondida ali tog ensopada de sangue e ouyie seu redor. Passadas variag cessaram. Todos morreram, estava completamente apavors, sair dali. Na manha seguinte, habit aldeia préxima procuravam por meio ao massacre, Escutarametia ge freneticamente, procuraram-na por corpos, seguindo o som de seu cha a descobriram, Levaram-na consigg, deram-Ihe comida e conforto, Bla sobrevivente de toda a sua vila, aliados passaram meses tomando eon levando-a de um vilarejo a0 outro, ese do-a da SS. Finalmente, conseguiram| da Russia. Foi para os Estados Uni com parentes distantes. Durante anos, Ana sofreu pesa riveis. Os amigos, continuamente ins gar o que havia acontecido, mas podiat la a ver de outra maneira Em yeu crengas, procurando por tum novo pont vista que a ajudasse a tolerar toda adoh§ minamos 0s problemas que acot das as pessoas, indiscriminadamente timos nossos mais arraigados valoress assuntos de ordem filoséfica e religi € motte, o bem eo mal. Depois de algum tempo, as cot comecaram a ajudar. Sempre seni ma dor, mas aprendeu a aceitar 0 que# tecera, Esta foi a chave. Ela aceitou qué tas vezes, coisas ruins acontecem 4 P boas, sem nenhuma razdo. Aceitou merecia o que aconteceu, que nao f Para provocar e que nao poderiatet f Para prevenir.(Mais importante, ¢ aceitar que nem sempre ostarlamos que EveAs Goon, as no tem 32 eee ‘de ser snte do que é. Quando conseguit aceitar a viver neste tipo de mundo, a ans ade e a depresséo que sentia diminufram ala pode ser mais feliz. | "Ahistéria de Ana ensina-nos uma imen- sa verdade,Os seres humanos tém uma enor” me capacidade de adaptacao..Por pior que tenha sido nossa infancia, por piores.as.ex- periéncias, podemos, ainda assim, erguer-nos acima de tudo, liberando-nos, mudando nos- so jeito de ver a vida.\ Exemplo 2. Superando graves limitagoes fisicas Veja 0 exemplo de uma pessoa que stv perou limitacées fisicas muito graves. Acon- teceu ha alguns anos, na maratona de Nova York. A competicao havia terminado ha ho- Yas e jd era tarde da noite. A tevé estava mos: trando entrevistas com os vencedores quan- do, quase por acaso, a camera captou uma. imagem, ao vivo, de um homem que ainda estava na pista. Nao tinha pernas, e se em- purrava em uma prancha. Suas méos esta- yam envoltas em ataduras e sangravam, mas ele continuava a empurrar, com toda a forca Ble estava em uma das ruas laterais e poucas pessoas ainda assistiam — um casal mais ve Tho, um homem indo para casa apés 0 traba Iho, um mendigo sentado na sarjeta. Seis ou sete adolescentes, do tipo que se sentem mais Avontade em uma gangue do que assistindo a uma corrida, também assistiam-no. ‘A medida que ele subia a rua, as pessoas pareciam envergonhar-se por ele. Todos, com excecio dos adolescentes, que faziam troga e © provocavam, desviaram o olhar, fazendo de conta que ndo o viam. Ignorou-os, seguindo adiante. Olhava direto para frente, empurrando-se com todas as forcas que lhe restavam. Conforme ia pas- sando pelas pessoas, elas deviam ver a ex- presséo em seu rosto, ou subitamente enten- der 0 que estava fazendo, porque uma coisa impressionante acontecia: todas as pessoas que 0 haviam ignorado, ou o ridicularizado, comegaram a aplaudi-lo — no apenas um aplauso bem-educado, potido, mas 208 57 aplatrrando a todo volume, encorajando-9 108 peinuar, Pulavam e corriam ao seu red0% cdindo que néo desisisse, dandohe t6P% aocarenecrajadores nas costas. Os adolescen Tos torciam maisalto do que todos, eniio mas ves pando, era uma torcida sincera do fundo da alma, poderosa. Por que a mud te, pararam de ridicula fereer por ele? Nao sabemos, mas podemes faginar, Podemos supor que oS espectad>> res reconheceram que este homem estava tes yendo tudo o que podia apenas para conse guir terminar a corrida. Ele estava reunindo axdos os seus esforgos, toda a energia que ainda conseguia arranjar, para continuar én. frente. Foi este espirito e esta energia que eles entenderam e reconheceram, admiraram € homem continuava deficiente janca? Por que, subitamen- rizd-lo e passaram a aplaudiram.O fisico, porém seu espirito, erguendo-se acl ma de tudo, fez com que a limitacao fisiea parecesse insignificante, Comentario 1 Ao mostrar pessoas lidando com As muito significativos (os eventos traumaticos na infancia e a deficiéncia fisica), os exem- plos revelam um principio fundamental. De- pois de apresentarmos os dois exemplos, freqiientemente explicamos tais prinefpios entregando aos pacientes 0 texto “Por que 0s As nao sao tudo”. Desafiar a importancia de A é, por si sd, bastante terapéutico, principalmente tratando- se de pacientes que tenham enfrentado condi- 66es fisicas ou ambientais muito severas. Viti- mas de transtomo de estresse pés-traumiAtico tém de, com freqiiéncia, lidar com os senti- mentos de impoténcia causados pela exposi- gio que sofreram a forcas muito além do seu controle, Para estes pacientes, alguns poucos exemplos no sao suficientes para sobrepujar a crenca de que A & muito poderoso, e sim- plesmente nao h4 como lidar com ele, Pode ser itil que o terapeuta recomende livros que ilustrem como é rs TEXTO: POR QUE As NAO SAO 0 No final, 0 significado maior da vida nao se encontra em uma infanciaperfeita, em g2- har uma competigdo ou em viver uma vida trangiiila e segura. Tampouco aes a - ganhar muito dinheio, fama, prazer ou ng certeza de uma vida melhor no futuro. possivel que o sentido maior sé apareca quan- do damos tudo de nds mesmos para alcan- garmos uma meta, Seja ganhar uma corrida, aceitar uma infancia terrivel ou sobreviver a uma situagdo traumdtica. Aqueles que conhe- gando crencas mais adaptativas (veja mais exemplos nas informagdes complementares). Tarefa para casa No final das sessdes em que abordamos 0A-B-C, sugerimos a todos os pacientes a ta- tefa da pagina 34, Esta tarefa deve ser man- tida até 0 final do tratamento, mesmo outras sejam prescritas. Comentarios Existe um risco para o qual os terapeutas devem ficar atentos, enquanto ensinam a te ora A-B-G, alguns pacientes podem exceder. Se: Pacientes mais sugestiondveis, com a aju- Ga de terapeutas inescrupulosos, ou através do apelo da midia ou do pensament: 0 mégi- $0, podem concluir que, as pessoas, é possi, vel controlar tud lo, basta que exercitem o Poder da mente, JSte aconteceu com um paciente adoles. Vig side atonal anos atrés, Johnny. Ele he, “Absolutay companheiros deria cons mente tudo” 5 da seita disse esuir tudo 0 que > contava. Seus tam-lhe que po. Auisesse, desde MAIS IMPORTANTE cem a dor da vida, bus de, recompensas.a longo p n sa, para Ana e para o mara Q sa 0 imediato esforgo do momen tido maior, de poder usartoda , a a capacidade, toda a forea par mo empurrao. E Iutat por um ¢ aleangé-lo, ou morrer tenzandgie om sié irrelevant e também nag uh ele é aleangado ou nao. 0 qu importa é 0 empenho pata atin, que aprendesse a controlar seu pe Poderia provocar mudancas climétion nhar muito dinheiro, interromper gu abolir a fome no mundo ~ tudo, Sé gray so que tivesse fé e se acreditasse apap Johnny passou um ano testando of cipio; tentou curar sua tendinite ¢ se au sou por materializar sanduiches de preg ‘©; quando estava com fome. Néo deta éclaro. Quando reclamou para os compan dizendo que talvez estivessem ena balangaram a cabeca e disseram que erating ‘0 de f6. Insistiram: “Voeé nao podelee a dtivida, Se tiver, por menor ques eguranga diminuird o poder". Depo, confessaram-se desapontados, porque lenidl estava se revelando 0 tipo de novigo quel viam imaginado. " Johnny tentou novamente, com mls Conviegao. Nenhum sanduiche de presuiid aterializou-se, além disso ele foi ican cada vez mais Pobre, considerando todas as doagées que fizera para a seita, A tend Bor sua vez, deu lugar a persistentes dom de cabeca, Durante d a ins ‘ lois anos, Johnay tentoH@ Vado angariar fé suficiente para tornal Pensamentos mais poderosos. Procutol a profissional quando comesou a $ Muito culpado por sew fracasso, Bu Ihe! Ne considerava absurdas as idéias Fanhelros da seita, Os pensamemt SM. Poderosos. Mas nao tio poder interna e a externa, O que acontece em urna dessas dimens6es nao pode influenciar @ ou- ta, a menos que se construa uma ponte que as conecte, Seuis pensamentos pertencem & dimenséo interna, ou seja, eles estéo dentro de seu corpo. Considerando que a medula conecta 0 cérebro a varios sistemas, seus pen- samentos exercem, portanto, algum poder sobre seu corpo. Poder procuzir alteracdes no sistema di- gestivo, causando problemas no estémago; no sistema respiratério, causando asma ¢ hiperventilagio; no sistema cardiovascular, causando taquicardia e pressio alta; no siste- ma endécrino, secretando horménios que cau- sam pAnico, raiva ou desespero; nos sistemas imunol6gico e linfético, provocando um de- eréscimo na capacidade de defender-se con- tra infecebes; no sistema muscular, causando enxaquiecas ou dores nas costas; no sistema Teprodutor, fazendo com que fique excitado ou impotente. Seu cérebro nao esté, porém, conectado a sandufches de presunto, & bolsa de valores, a contasbancétias, aos sistemas atmosféricos ou a0 complexo industrial e militar dos paises. Tuido isso pertence a segunda dimenséo (fora de voc8) e, por mais que pense e deseje (cen: tro de vocé), ndo conseguird modificd-la, Se pretende mudar a dimensio externa e fazer alguma diferenca neste mundo, é melhor que construa uma ponte ~ uma ponte entre seu interior e o mundo que o cerca. Ela até jd existe. Chama-se comportamento Informagées complementares Spangler, Simons, Monrde e Thase (1997) descobriram que os As (eventos de vida negativos) nao eram fatores determinantes para 0 sucesso da terapia cognitiva. Alguns dos maiores classicos da litera- tura baseiam-se na capacidade de superar si- tuagbes-limite, através da transformacao de uma crenca. Gada terapeuta pode fazer a sua selecdo, mas ficamos particularmente impres- sionados com Man’s search for meaning [Em creverem como a seus As. APRENDENDO OS CONCEITOS Principios mana nao é suficiente para explicar os principios da terapia cogni- tiva e torndla eficaz, especialmente se com- parada as outras 167 horas da semana. Para que a abordagem seja devidamente introje- tada, é preciso que os pacientes a pratiquem depois que deixam o consultdrio. Sugerimos ento algumas maneiras de ajudé-los a rete- rem as novas informagoes Uma hora por s Método 1 — Manuais do pat Entregamos manuais a todos os pacien- tes, individuais ou de grupo. Sao muito titeis — de fato, quase essenciais — no reforgo as idéi as aptesentadas nas consultas. Pesquisas in= formais mostram que a capacidade de reten- co do material abordado na consulta dobra quando os pacientes revisam o material nos manuais cortespondentes. Pode-se usar tan- to manuais ja publicados (Figura 1.2) quan- to manuais de outros terapeutas, Voeé pode preferir criar seus proprios manuais que mais acuradamente reproduzem seu estilo tera- pético, Nos manuais que escrevemos (Figura 1.2), abordamos diversos problemas. Talk sense to yourself [Faca sentido], (McMullin e Casey, 1975) e sua versio em espanhol (McMullin, Casey e Navas, 1977) trata de ansiedade generalizada e depresstio em adul- tos. Straight talk for parents [Conversa fran- ca com pais] foi escrito para pais que esto tendo dificuldades com seus filhos (McMullin, Assafi e Chapman, 1978). The Lizard (o gam. ba) é um manual introdutéric rns com lool (MMi, Gehihaar Jame, Pe ‘aun eeuoe ro vounseLt! ‘Figura 1.2 Manuais para pacientes. 1990). © quinto manual, mais aprofundado, & para dependentes de drogas e dlcool (MeMullin e Gehihaar, 1990a). Esses manu aig acompanham nossas consultas individu- aise grupais; se uma sesso abordou méto- dos para mudar crencas distorcidas e poten: cialmente danosas, o paciente é orientado a Terasecio do manual que trata sobre extincdo do pensamento irracional. Todos os manuais so idealizados den- tro domesmo padiao. Cobrem os pontos mais importantes de cada consulta através de um miétodo de aprendizado interativo, que pos- Sibilita a0 paciente praticar 0 que foi visto, Sao curtos (no maximo, 50 paginas) e inclu- €Mm 0 maior ntimero possivel de ilustracées. Método 2 - Leituras Devido a imposigées de ordem financei- Ta, que limitam o numero de consultas de cada atendimento, é essencial que os pacientes re- tebam o maximo de informacdo possivel, no Sta maneira, é comum que tanto um manual ‘Ao longo dos anos, nossos pacientes es- colheram os seguintes livros de auto-ajuda, de orientacao cognitiva, como os que mais trouxeram beneficios: Em primeiro lugar, esté um dos mais populares livros de auto-ajuda jé publicados, Escrito por Albert Ellis e Robert Harper, o I- vro est em sua terceira edic&o: A guide to rational living (Ellis e Harper, 1961) e suas revis6es, A new guide to rational living, se- gunda edigao (1975) e A guide to rational living, terceira edic&o (1998). Em segundo lugar, encontra-se um dos primeiros livros a apresentar os principios basicos da terapia cognitiva — Your erroneous zones (Dyer, 1993), Em terceiro lugar, esté uma combinagao de diferentes abordagens cognitivas = Feeling Good: the new mood therapy (Burns, 1980, 1989). Em quarto lugar, estd o livro mais re- centemente escrito pelo Dr. Ellis, How to stubbornly refuse to make yourself miserable about anything, yes, anything (Ellis, 19884). © ntimero cinco é um livro especializa~ do em terapia de casais. Nao é tao popular mas nossos pacientes de terapia de casal apto- Vam-no ~A guide to successful marriage (Ellis _ e Harper, 1961) Método 3 ~ Multimidia, 4udio,videoteipes, desenhos e programas de computador Ao ensinar 0 processo A-B-C e 08 outros aspectos da terapia cognitiva, os terapeutas podem, e devem, usar o maior nimero vel de recursos de aprendizagem. Se a capa cidade do paciente para reter infor ‘TAREFA DE CASA ‘Nome: e o material dado a voce na era- asszajudé-lo, o primeiro passo € apren- Fae Pe dentficar 0As, Bs, e Cs. Na prética, as as identificam em primeiro lugar oC, Repos 0 A, ¢, por ultimo, o B. Tente fazer 0 seguinte todos os dias: 1. Identifique a emogao mais intensa das ‘iltimas 24 horas. Pode ter havido varias, por- tanto, escolha a mais forte, Fique atento a emocdes como medo, tristeza ou raiva e fo- calize na emogéo escolhida. Deixe-a emergir até poder senti-la claramente. 2. A seguir, va em busca do A. O que es- tava acontecendo imediatamente antes de sentir a emogao? Assegure-se de nao incluir nenhum pensamento neste momento. OA é O que uma cimera gravaria, se estivesse fil- mando a cena. A camera ndo interpreta 0 que filma, apenas grava. Para encontrar os As, 6 preciso que voc® identifique o momen. {to exato no qual a emocdo foi sentida, Se isto for dificil em um primeiro momento, re- vise suas tividades nas tiltimas 24 horas. Co- mece desde quando acordou e visualize de- talhadamente o que fez. Continue revisando o dia até o momento em que notou a emo- fo pela primeira vez. Quando identificar 0 momento exato em que sentiti a emocao, ten- telembrar-se do que estava acontecendo ao seu redor, © que vocé estava vendo? O que ouvia? Lembra-se de algum cheiro ou gosto? Havia alguma sensagao interna antes daemo- gio, como enjéo, alguma dor ou tontura? 3. Por tiltimo, identifique 0B. O que voc® disse para si mesmo naquela situagdo que possa ter provocado a emocao? E possivel que tenha dito muitas coisas. Tente identifi- Gélas. Daqui a algum tempo, voce tera uma lista de suas crengas mais comuns, mas, por enquanto, terd de tentar adivinhar. Vocé sa- beri quando tiver encontrado a crenga certa se ola servir como uma ponte entre A eC. Se Yoo’ for capaz de imaginar todas as pessoas que tém a mesma crenca sentindo a mesma emocio, entéio provavelmente esta certo. Se the ocorrer que alguém possa ter pensado 0 mesmo que vocé sem ter sentido a mesma emocio, provavelmente vocé nao tenha en- contrado a crenga cera. 4. Continue a proceder conforme os pas- sos acima descritos. Faca um levantamento de suas emocées por uma semana ou mais. Mais tarde, quando sentir uma forte emo- cdo, tente identificar 0 A, o Be o C. Registre © que encontrou, Com o tempo, ir desco- brir que as mesmas situagdes, crengas € emo= des continuam aparecendo. Vocé entao serd capaz de identificar seus padrées de pensamento. pore aie pete niscrable bal é limitada, o terapeuta pode transformar a informagio em imagens, A segio que voce est lendo é um exemplo disto: ao invés de apenas listar as referéncias bibliogréficas dos manuais e dos livros de auto-ajuda, mostra ilustragSes dos mesmos. Nao fica mais facil de lembrar, dispondo das imagens? Slides: Os pontos-chave de todas as ses- 0es terapéuticas podem ser organizados em slides. O Restructuring therapy package, revised (Casey ¢ McMullin, 1976, 1985) apresenta $4 slides usados em nossas sessées grupais Fitas de audio e video: Uma das melhores fontes de recursos, nesta area, 6 Instituto Albert Ellis, de Terapia Racional Emotiva Comportamental, cujo endereco é: 45 E. 65th St., New York, NY 10021, telefone (600)323-4738, E-mail: orders@rebt.org 4 Sociedade Americana de Psicologia Oferece muitos livros, filmes e fitas de dudio bastante titeis. Veja seu endereco na internet, http:// apa.org/books/ Desenhos: E possivel capturar sucin- tamente os conceitos-chave da terapia em desenhos é caricaturas. Muito tempo de que as palavras tiverem sido esquecidas, a imagem permanecerd na meméria, ajudan do 0s pacientes a lidar com situacées dificeis, Nossos clientes revelam que as seguintes ca ricaturas (Figura 1.4) tém sido as mais titeis. Computadores: Usamos computado: Tes em nossas sessdes individuais e grupais Sempre que possivel, como recurso para ilts- trar nossos conceitos. Eles proporcionam maior flexibilidade do que outros métodos de ensino. Nas consultas individuais, pode ha. ver um segundo monitor que permita aos pacientes acompanharem os conceitos apre- sentados pelo terapeuta e responder aos mes- mos, imediatamente, Nas consultas de gru- Po, costumamos conectar um laptop ao pro- Jetor ow & tevé. O terapeuta pode usar um marcador eletrénico para assinalar os pontos principais. Existem softwares, tais como Ideas that make you feel [Idéias que fazem vocé sentir], de Martin Sandry (1992), que auxiliam o$ tes a entenderem os conceitos. Os terapeutas podem criar seus préprios mas, usando um scanner ¢ uma e&mera tal. Podem escanear manuais de auto-ajuda, cartuns, tarefas de casa ou prineipios bisieey da terapia para que os pacientes possam raya, os em casa, em seu prdprio computador Um dos maiores beneficios do uso dos computadores na terapia é a economia de dinheiro para o paciente e de tempo para 9 terapeuta, Se um computador com um pros grama interativo & colocado na sala de espe: ta do terapeuta, por exemplo, os pacientes Podem ser apresentados a alguns prinefpiog basicos antes mesmo do inicio da consulta, Ensinar 0 maximo possivel através de com. Putadores reserva mais tempo das consulta ara instrugao individualizada, Os prinefpiog discutidos neste capitulo, por exemplo, ag formulas basicas, a andlise de A-B-G, ete, Podem ser mais bem ensinados aos pacien: tes por um programa de computador do que pelo terapeuta, mas as informacées dos ¢aple tulos seguintes (encontrar o B especifico de cada paciente ou selecionar técnicas de mu: danga cognitiva individuais) tém de ser uae balhadas frente a frente. Os pacientes também podem usar 9 com: putador para praticar algumas das téenieas de mudanca cognitiva. Podem usar palmitops Para monitorar seus pensamentos, para pras ticar seus opositores (Capitulos 6 7) oupara facilitar 0 uso de certas técnicas de reestrutie Taco cognitiva (veja Newman, Kenardy, Herman e Taylor, 1977), Comentarios Os métodos de ensino-aprendizagem aqui propostos sao acessérios & terapia; nao substituem 0 encontro entre terapeuta e pa- ciente. Informagées complementares Neimeyer ¢ Feixas (1990) descobrirar que aqueles pacientes aos quais foram ctitas tarefas de casa durante a te nitiva sairam-se melhor do que aq Figura 1.4 Caricaturasterapéuticas (1.McMullin e Casey, 1975; 2. McMullin e Gehlhaat, 1990a; 3. MeMullin, Assaf € Chapman, 1978; 4. McMullin, Gehlhaar e James, 1990). Vito e Mulloy, 1990; Chandler, Burck, Sampson e Wray, 1988; Selmi, Klein, Greist, Sorrell € Erdman, 1990). Muita pesquisa vem sendo feita da eficdcia de manuais e livros de auto (conhecidos como biblioterapia) e1 to com as consultas regularé ‘Clum e Shapi i -Imente, o melhor guia para livros € The authoritative guide to self- books (Santrock, Minnett e Campbell, ‘Nao apenas lista os livros, como tam. (0s classifica, em termos de utilidade, Al- ‘guns dos melhores livros & disposicdo sao Ellis (1995), Ellis e Lange (1995), Ellis e Tafrate (1997), Freeman e Dewolf (1993), e Freeman, Dewolf e Beck (1992). Seus livros contém todo o material tio para a condugao dos grupos: tarefas, roteiro de minipalestras, exerefci orientagdes sobre as tarefas, apostilas e m trizes para recursos visuais que podem fotocopiados diretamente,

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