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sustentabilidade ambiental
Winston Castanon de Mattos1
O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPQ, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico – Brasil.
Resumo
Este artigo tem como proposta definir e explicar de que forma a logística reversa pode ser utilizada como
uma ferramenta para obtenção de vantagem competitiva e sustentabilidade ambiental. Assim, emprega
conceitos teóricos que se encontram associados à realidade prática de empresas que buscam um melhor
equacionamento dos fluxos reversos como forma de ampliar o capital natural do planeta.
Palavras-chave: sustentabilidade ambiental, logística reversa, reciclagem, latas de alumínio, legislação
ambiental.
1 Introdução
Cada vez mais, as pessoas questionam-se sobre o futuro da espécie humana no planeta, e esse
debate envolve as empresas por serem os agentes que utilizam o maior número de recursos naturais,
pois conduzem as atividades econômicas de produção.
A investigação de temas relacionados à sustentabilidade ambiental é de extrema importância ao
entendimento das ameaças que pairam sobre o capital natural do planeta, uma vez que as necessidades
de bens e de serviços, juntamente com os processos de fabricação destes, têm se dado em uma escala
que cresce geometricamente, enquanto o estoque de recursos naturais é acrescido em uma escala
aritmética. Nesse contexto, é imprescindível o surgimento de uma consciência social que assuma a forma
de práticas sustentáveis para amenizar o déficit existente entre a quantidade limitada de recursos
produtivos e a infinidade dos desejos humanos.
A crescente preocupação com o meio ambiente sinalizou para a necessidade do reuso e a
consequente redução de resíduos. Assim, ao invés de um fluxo único dos materiais, acrescenta-se a
concepção de um ciclo bidirecional, isto é, que abrange o fluxo direto e reverso, dando origem à logística
reversa, que, se bem utilizada pelas organizações, passa a representar, simultaneamente, uma fonte de
vantagem competitiva e sustentabilidade ambiental.
Para desenvolver essa investigação, o método selecionado foi a pesquisa bibliográfica. Os
procedimentos de coleta assumiram a forma de revisão de literatura especializada sobre logística reversa
e sustentabilidade ambiental. Houve, ainda, a busca em sites da internet para a explanação da logística
reversa das embalagens de alumínio.
Na busca de melhor discutir a temática proposta, este artigo está estruturado da seguinte forma:
1
Aluno do curso de Tecnólogo em Gestão Financeira – Claretiano Faculdade – Rio Claro
2
Professora Claretiano Faculdade – Rio Claro
Na concepção da logística reversa, a vida de um produto não se encerra com sua entrega ao
cliente, pois, a qualquer instante, um produto poderá retornar ao seu ponto de origem para ser
reaproveitado, reparado ou descartado (FIGUEIREDO; FLEURY; WANKE, 2006). Logo, em termos
financeiros, há custos decorrentes do gerenciamento do fluxo reverso que se somam aos custos de
aquisição de suprimentos, de produção, de armazenagem e de estocagem.
A logística reversa volta-se às formas nas quais os produtos, com pouco uso após a venda, com
ciclo de vida ampliado ou após a extinção de sua vida útil, retornam ao ciclo produtivo ou de negócios,
readquirindo valor no mesmo mercado original ou em mercados secundários.
Conclui-se, portanto, que a logística reversa constitui-se em uma ferramenta estratégica que
possibilita a agregação de valor econômico ou de obediência às legislações, em virtude da criação de um
diferencial quanto à marca e à imagem das organizações envolvidas nesse processo.
geradas pela regulação formal, há uma resposta ambiental das empresas com a
diminuição da contaminação gerada motivada por diferentes fatores, entre os
quais: pressões da comunidade, de diferentes grupos organizados, do mercado,
dos consumidores, dos fornecedores etc.
A ecoeficiência pressupõe o uso eficiente dos recursos naturais. Logo, apregoa a exploração do
ecossistema de forma responsável com a finalidade de diminuir os impactos econômicos e ambientais da
produção, o que, em termos práticos, assumea forma de redução de custos e de recursos e aumento de
lucros.
Curi (2011) apresenta as seguintes estratégias como constituintes do paradigma da ecoeficiência:
aproveitamento das fontes de energia limpa disponíveis;
reciclagem de materiais;
diminuição do consumo de energia;
redução do número de acidentes;
racionalização do uso de matérias-primas e aumento de sua eficiência;
diminuição da quantidade de lixo tóxico.
O alumínio é uma matéria-prima que pode ser reciclada infinitas vezes sem perder suas
qualidades nesse processo. Essa característica lhe confere uma função multiplicadora na cadeia
econômica.
A reciclagem de latas de alumínio estimula o desenvolvimento de novos segmentos, como o de
fabricantes de máquinas para amassar e prensar as latas e coletores. Motiva o envolvimento de
ambientalistas, gestores de instituições públicas e privadas que buscam a sustentabilidade de ações
industriais.
O sucesso do programa de reciclagem da lata de alumínio no Brasil é explicado pelos esforços
contínuos dos agentes da cadeia de reciclagem: fabricantes de chapas e de latas, envasadores de
bebidas, cooperativas e recicladoras. Além disso, o aporte do Governo auxilia na propagação de
campanhas que visam à conscientização da população.
Outros fatores que alavancam a reciclagem de latas de alumínio no Brasil residem:
1. Na existência de um mercado de reciclagem já estabelecido em todas as regiões brasileiras.
2. Na facilidade de coleta, transporte e venda e no alto valor financeiro da sucata de alumínio
associados à grande disponibilidade do material durante todo o ano (LATASA, 2014).
5 Considerações finais
A crescente globalização e competitividade no ambiente organizacional conduziram as empresas a
incorporar a visão holística de competir, inovar e colaborar com o ambiente, de modo a adequar a
produção e o consumo aos parâmetros da sustentabilidade ambiental.
O conceito de sustentabilidade apregoa o crescimento correto, equilibrado e consciente como
imprescindível à sobrevivência, a longo prazo, de uma empresa. Assim, na medida em que uma
organização contribui de forma continuada para a viabilidade do planeta, alicerça suas bases
competitivas.
Nessa ótica, entende-se a razão de muitas empresas buscarem o crescimento em harmonia com
o meio no qual estão inseridas. Para isso, assumem a responsabilidade de adotarem práticas sustentáveis
a partir da implementação da logística reversa.
Para que as práticas de logística reversa sejam convertidas em ganhos reais, os custos para
reintegrar produtos ou sobras de produção ao ciclo produtivo não podem ser superiores às vantagens
econômicas de sua reutilização. Assim, é imperiosa a criação de condições de rentabilidade operacional
para a alavancagem e implementação dessas práticas.
Nesse contexto, entende-se a importância do desenvolvimento e implementação de uma
infraestrutura que viabilize a operacionalização de ações sustentáveis por meio de um planejamento
contínuo, sinergia entre os agentes que atuam em uma cadeia (fornecedores, fabricantes, atacadistas,
varejistas e consumidores finais) e o apoio governamental.
O sucesso da logística reversa das latas de bebidas de alumínio no Brasil é resultado de uma
eficiente estruturação logística que assume a forma de localização, sistema de transporte, condições da
organização, processadores intermediários, centros de processamento, centros de consolidação,
adensamento de cargas materiais, dentre outros.
Por fim, tem-se que, na medida em que as organizações produtivas aperfeiçoarem o
equacionamento dos seus fluxos reversos, haverá, simultaneamente, uma melhoria da qualidade de vida
e a promoção da sustentabilidade ambiental.
6 Referências bibliográficas