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Pontifícia Universidade Católica

Rio de Janeiro

Teoria do conhecimento

O idealismo de Kant na critica de Hegel

Matheus da Silva Santos


1 Introdução

O problema do conhecimento perpassa historias e roda épocas, gerando conflitos


dialéticos e divergências de ideias. Para tentar dar respostas positivas e satisfatórias
as questões do conhecer, os pensadores durante décadas buscaram se saciar de
fontes -principalmente as fontes Alemãs- para responder a outros filósofos, como
responder outra época. Trataremos aqui de um problema do conhecimento pontual e
de maneira simples, recorreremos a dois grandes pensadores que argumentaram
sobre como se dá o nosso conhecer, o nosso entendimento em relação ao que pode
ser conhecido e como deve ser compreendido.

Ao apresentar portanto tal problemática do conhecimento, não tenho nenhuma


pretensão de buscar algo novo ou tentar obter respostas além daquelas que os
próprios pensadores descrevem de suas teorias, ao apresentar contudo a teoria de
Kant utilizarei a resposta de Hegel como atualização, aprimoramento ao problema
que está em voga.

2 Kant e Hegel (Sujeito e objeto)

O assunto portanto que trato neste escrito dá ênfase a discussão moderna


corriqueira mais comum, visto que a quebra com a corrente antiga (Grega) e
medieval (dogmática) trás ao centro um problema que estava a margem, visto que
para os pensadores anteriores a contemplação como forma de compreensão da
natureza e o entendimento de tudo limitado visto que podia haver que fosso o motor
de propulsão de tudo que há.

Nessa dualidade, tentarei convergir em um pensamento único com teorias que


embora tenham suas individualidade, são similares, para não dizer que se
complementam e assim formam no entanto um ideia una que ressoa tanto na
modernidade como até hoje como uma inovação sem precedentes.

Kant um idealista (mesmo não se reconhecendo como), busca -durante sua


trajetória no campo da filosofia- através da razão e da moral dar respostas aos
problemas da natureza, do conhecimento e a maior delas e mais desgastante teoria
da ação humana. Bem como modificar a sociedade fazendo comparações com
outros modelos de sociedades para colocar em pratica suas teorias de
conhecimento e ética.

Hegel tinha por convicção que a historia era representação divina. Classificava as
sociedades como heterogêneas por dependerem de decisões sociais, por isso não
as comparava. Dedicou-se a estudar através do princípio eterno da razão e da
divina providência. Não submete questionamento ás verdades religiosas e ensina a
Filosofia em si.

3 Kant idealista transcendental

Na primeira faculdade, a Razão é limitada pela representação. Na segunda, a


Razão determina os parâmetros da ação, já que é incondicionada, isto é, não
depende da experiência. E na última, nossa subjetividade percebe (e daí vincula as
outras duas e as une) a beleza na obra humana. É sentimento (de prazer e
desprazer) que exprime juízos de gostos e a reflexão que exprime juízos estéticos.
Vamos detalhar cada uma destas faculdades, na ordem mesma que fez Kant.
Começaremos, pois, pela faculdade de conhecer.

4 A coisa em si

Fenômeno e coisa em si não seriam mais que “representações de um Absoluto


separado do conhecimento ou de um conhecimento separado do Absoluto” Em
Kant, as determinações permanecem essencialmente subjetivas, “presas ao objeto”.
Ocorre uma “cisão” entre sujeito e objeto. A tarefa da filosofia seria superar essa
cisão. Para tanto, era “elevar as determinações de pensamento acima desse ponto
de vista medroso”. Na filosofia kantiana, “a razão fica restrita a reconhecer somente
a verdade subjetiva, apenas o fenômeno”. A filosofia crítica “afastou da coisa as
formas do pensamento objetivo, mas as deixou no sujeito tal com as encontrou”.

Na Fenomenologia do espírito, Hegel rejeita a hipótese de um ponto de partida


prévio para o saber. O fato de haver uma “linha de fronteira” entre o conhecimento e
o Absoluto é um contrassenso. Uma consciência que “examina a si mesma”, que é
“consciência do objeto” e “consciência de si mesma” prescinde dos “juízos sintéticos
a priori” ou de “fenômeno e coisa em si”. Uma teoria do conhecimento que separa o
sujeito do objeto não se sustenta.

Hegel buscou a unificação entre sujeito e objeto, entre particular e universal.


Superar essas aparentes contradições é na verdade “elevar” a razão além das
“limitações do entendimento”.
O mundo real e o pensamento se identificam. O mundo é mundo porque é “pensado
pelo pensamento, e o pensamento o é enquanto pensa o mundo”. Logo, o
pensamento é subjetivo e objetivo ao mesmo tempo, não existe individualmente no
sujeito, mas é objetivo e abstrato. “O pensamento livre e verdadeiro é em si
concreto, e assim é ideia, e em sua universalidade total é a ideia ou o Absoluto”.

O que aparece não é o objeto em si, mas sempre o que ele é para o sujeito. A
aparência não tem status de essência e, por conseguinte, não pode ser tomada
como o próprio objeto. Segundo Hegel, o máximo que o sujeito pode pretender em
relação ao objeto nesse contexto é o domínio sobre suas próprias concepções. O
objeto permanece como um constante desconhecido para o sujeito. No entanto,
Hegel aponta o mérito de Kant sobre a relação sujeito-objeto, segundo o qual é
sempre o sujeito que põe a realidade e dá sustento a ela. De fato, enfatiza Hegel
que não poderia ser diferente disso, posto que sem o reconhecimento operado pelo
sujeito o objeto não se efetiva. Por outro lado, como poderia o objeto obter tamanha
consistência que lhe permitisse não ser totalmente apreendido pelo sujeito? Poderia
algo escapar à determinação do sujeito? A aparência não é também senão uma
afirmação feita pelo sujeito. Se a aparência é o máximo que o sujeito pode saber do
objeto, então é necessário assumir que se trata de uma afirmação do sujeito para
com o objeto Além disso, o que aparece também é, pois a aparência é e, o objeto
está no que aparece.
Bibliografia

HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Trad. de Paulo Meneses e Karl-Heinz


Efken. Petrópolis: Vozes, 1992.

Kant, I. Crítica da razão pura. Trad. De Valério Rohden e Udo Baldur Mossburger.
São Paulo: Nova Cultural, 1987-88.

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