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Motores moleculares GOT ee eRe Mee ee e atividades. Na ‘cidade’ da cétuta, organetas precisam ir aos mais variados locais eT ee eee ee eee eer ee el GET ee Lee a eRe ered Os responsdveis por mover todas essas ‘pecas’e levé-las a seus destinos CT fe A Ree ee ee ra aoe ore Decivaldo dos Santos Dias (doutorand: Os rascunhos do desenho ‘Estudo de um cavalo empinando’, de moados de 150 am que © famoso artista e cientista taliano Leonardo da Vinci (1452-1519) jé tentava encontrar a esséncie da forga muscular. Mas soré dos moloculares dessa forga que os 5 passarain, Por sua mente astuciosa? Mesmo hoje, com um co- nhecimento cientifico néo imaginado naquela épo- ca, ainda temos humildade para afirmar que sabemos de tudo. Sabemos, porém, que a chave do movimento muscular, capaz de gerar forca suficien- tum sor humano levantar wi wo de mais de 260 kg acima de sua caboga ou percorrer uma dis- tancia de 100 mem menos de 10 segundos, cabe & miosina, carro-chofe de uma grande familia do pro teinas conhecidas como ‘motores moleculares’ Esses motores sao maquinas biol6gicas notaveis, que respondem pola maioria das formas de movi mento que ocorrem no mundo celular: atuam néo s6 na contracéo das fibras musculares, mas também nalocomacio das células, no transporte de variadas 6 + CIENCIA HOHE « vol. 39 + n# 230 ee a eee Gabriel Costa Nunes da Ci cargas no citoplasma e na divisio celular. B ainda quando combinades com outros processos, perm tem ao organismo como um todo (sejao de um inseto ou de um grande mamifero) se mover. A acio do motores moleculares fol visualizada pela piimel ra vez no final do século 18, quando o padre e mi- croscopista italiano Bonaventura Corti (1729-1813) observou movimentos interaos em célules de wma alga do género Chora (algas verdes que aparentam ter caules e folhas, semelhantes a certas plantas aquéticas) Osmotores moleculares sto divididos pelos cien. Listas em diferentes tipos (ou familias) m asoad sua fungdo ¢ em sua estrutura. As trés familias prin ipais sao as miosinas, as cinesinas e as dinefnas, ¢ cada uma delas se subdivide om varias 2380s (figu 6 1), J6 foram identificadas polo menos 20 classes de miosinas, 10 classes de cinesinas e duas classes de dineinas, ¢ algumas dessas subdivis6es incluem dozonas do protoinas distintas — detelhos sobre sas classes podem ser vistos nas paginas eletrénicas www.mre-Imb.cam.ac.uk/myosin/myosin. html (para as miosinas) e www proweb.org/kinesin/ (para as cinesinas). Os fungos unicelulares conhecidos como leveduras, por exemplo, em geral cerregam ‘em seus genes a informacio para produsir seis cino- sinas, cinco miosinas ¢ uma dineina, enquanto os ‘mamiferos sio capazes de produzir mais de 40 cine- sinas, 40 miosinas e mais de uma dezenade dineinas. Os motores moleculares podem ser definidos como protefnas que convertem energia quimica em Figura 1 Estrutura dos motores moleculares miosina I), cinesina convencional (8) e dineina cilir (C). As imagens (acima, em eletromicrografia de alta ‘esolugdo) mostram moléculas individuals congeladas, © os esquemas indicam as partes da estrutura dessas proteinas: dominio motor ou ‘cabera’, protefnas associadas, dominio ‘pescoca’ (barras paralelas, ‘em espiral nas moléculas) e dominio cauda °0 @ dominic nator Toten @ Dominio cauda bro de 2006 = citwcia nose Bioquimica + CHENCIA HO}E + vi Figura 2. Na contragao muscular, as moléculas de miosina ligam-se aofilamento de actina (pelo dominio motor) As fibras musculares (pelo dominio ‘cauda) e, usando a energia fornecida pela quebra do trifosfato de adenosina (ATP), mudam sua posi energia mecénica e a utilizam para modificar sua conformagao estrutural (seu ‘desenho’ tridimensio- nal) e, com Isso, ‘andar’ a0 longo de proteins fila- mentosas que serve como ‘trillos’. Esse movimen- to 6 feito em pasos nanométricos (1 nanémetro 6 igual a um milionésimo do milimetro)-Bsses trilhos formam, na célula, uma complexa rede interna de ssustentagao conhecida como citoesqueleto, que exibe lués Lipos: um compesto por filamentos da proteina actina, outro por microttibulos (formados pela pro- teina tubulina) » outro por filamentos intermedié- rios, Em geral, 02 miosinas ligam-0 aos filamentos deactina ees cinesinas @ dineinas aos microtabulos. Diversos membros dessas familias ainda nao foram totalmente caracterizados, alguns sio co- nhacidos apenas por sua sequéncia genética. Sabe- se, porém, que a estrutura basica dos motores mole- culares apresonta trés dominios, ou soja, tr0s rogies funcionais, ou dominios: ‘cabeca’ (ou motor}, ‘pes- ogo’ e ‘cada’. (© dominio motor é o que promove a transforma- ‘cao de energia quimica em energia mecéinica (le- vando & mudanga conformacional). O motor mole- cular realiza isso usando umamolécula de trifosfato de adenosina (ATP): essa molécula ¢ quebrada, € a energia liberada 6 ompregada na geragéo de mo- vimento, O ATP 6 2 moeda energética mais usada nas células ~ poucos motores moleculeres eventual- ‘mente usam, nesse processo, outros compostos ricos ‘em energia, como o trifosfato de guanosina (GTP). por exemplo. Outra fungéo de dominio motor éligar a miosina, cinesina ou dineina ao seu citoesqueleto espeectiico, ol. 39 #n# 230 1, provocando o deslocamento de ambas e cortraindo 0 masculo Jé 0 dominio ‘pescogo’ & uma regiéo da proteina organizads em a-hélices, ou seja, estruturas em spiral onde 08 aminoscides componentos da cadoia protéica se agrupam de maneira que suas cadeias laterais ficam sempre posicionadas ‘para fora’, o que vita interagdes ontre clas. Esse dominio, om res- posta as mudangas na regio motora, dobra-se e, com isso, faz toda a molécula se deslocar, arrastando aquilo que estiver ligado a ela. O dominio ‘cauda’ por fim, 6 responsével pela ligagéo da proteina - de forma direta ou usando outres protefnas ~ a carga ou ostrutura « sor movimentada (diferentes moléculas, vesiculas ou organelas celulares, por exemplo}. Os motores moleculares estao relacionados com diversas fungées. At6 hé algum tempo acroditava-se ‘que as mipsinas estavam associadas a contragéo ¢ movimento celular, as dineinas ao ‘batimento’ dos cilios de cartas células ou organismos unicelulares eas cinesinas ao transporte de organelas, mas essa viséo nao se manteve: jé s80 conhecidas miosinas cavolvidas no transporte de organelas, dineinas im- plicadas no movimento de vesiculas @ cinesinas re- queridas para a funcao ciliar. Além disso, outras fangées foram atribuidas aos motores moleculares ‘como tréfego intracelular, migracdo celular, trans- porte de vesiculas, movimento de vactiolos e, aind, agdes sensoriis e de sinalizacao quimica, Sabe-se também que os trés tipos de motores molecalares tém papéis importantes na divisio celular. A quan- tidade de fungées em que estao envolvidos impres- siona, mas essa lista provavelmente esta longe de ser completa, ja que um grande numero de motores moleculares ainda nao foi bem caracterizado. n=... Miosinas, cinesinas e dineinas A primeira miosina estudada em detalhes foi a responsavel pela contracao muscular (daf seu nome, originado do grego mys ou myos, que significa muis- culo) (figura 2). Fre a tinica forma conhecida dessa proteina até o infcio dos anos 70. Sabe-se hoje que 6 uma proteina formada por um par de cadeias protéicas pesadas (dimérica)e dois pares de cadeias leves. Outra proteina que se liga actina e com caracteristicas de miosina, mas com apenas uma cadeia pesada (monomérica), foi isolada a partir de uma ameba do solo (Acanthamoeba castellanii) em 1973. Gom isso, a miosina de musculo passou a ser chamada de tipo Ile a monomeérica de tipo I. Entre 4s miosinas de tipo Il, porém, existem algumas em ‘lula néo-musculares, como as miosinas TIA e TTB, que atuam no cérebro de vertebrados. ‘Com a descoberta, posteriormente, de outros ti- pos dessa protefna, as miosinas foram divididas em diversas classes: a classe II refine as miosinas ‘con- vencionais’, ¢ todas as demais (19, atualmente) sao definidas como néo-convencionais. Apesar dessa diversidade, poucas miosinas (classes I, Il, Ve VI) foram bem caracterizadas bioquimicamente. Nosso leboret6rio, na Universidade Federal de Uberléndia, desenvolve métodos pera purificar motores mole- ccalares a partir de tacidos animais e vegetais, visan- do a sua caracterizagio posterior a meioria dos es tudos realizados hoje no mundo usa proteinas pre- paradas sinteticamente com base na informagao ‘genética par ‘© que pode trazer resultadas distorcidos. produgéo, 0 néo enzimas naturais, ‘As miosinas foram separadas nas diferentes clas- ses com base em similaridades na seqiiéncia de aminodcidos do dominio motor. A atuagio das ‘miosinas muitas vezos esti condicionada & presen- ‘ga de certas substincias, entre elas fons positivos (cétions) como magnésio ou cileio (que tém dupla vvaléncia, ou soja, podem ceder dois elétrons em uma ligaco quimica). Outra interagao importante ocor- re com a calmodulina, uma proteina de ligagio do fon célcio, encontrada em todos os seres vivos, que stimula atividade de miosinas Ie V, por exemplo. Diversas pesquisas nesse sentido esto sendo reali- zades no Brasil, como na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde os bioquimicos Luiz. C, Came- ron @ Mertha M. Sorenson buscam obter mais infor- mages sobre como as miosinas das classes V e II regulam seu movimento. Na Universidade de So Paulo, em Ribeiréo Preto, 0 biélogo molecular Roy E, Larson também realiza pesquises com miosinas da classe V (principalmente sobre suas proprieda- des enzimaticas) ‘A primeira cinesina, conhecids como conven- clonal, fot isolada em 1985, a partir de células ner- voses de lule-gigante (Loligo pealei), que apresen- tam prolongamentos (axénios) muito longos, ¢ des- crite como uma nova proteina motora, capsz de se ‘movimentar sobre microtébulos. 0 dominio mo- tor das cinesinas tem uma regiao (sitio) catalitica, responsével pela quebra do ATP, Idéntico em to- das as protefnas dessa familia. Da mesma forma que as miosinas, as cinesinas ligam-se as suas cargas pelo dominio ‘cauda’. Entte as 10 classes de cine- sinas conhecidas atualmente, muitas realizam 0 transporte de estruturas internas da célule, como mitocéndrias,lisossomos, complexo de Golgi e ou tras (figura 3), setembro BroQuIMICA Figura 3. ‘Adnesina convencional, segundo alguns clentistas, € capaz de ‘andar’ sobre os microtébulos ligandoa estes, alternadamente, aeduas partes deseu dominio motor, comose desse ‘passes’ curtos nadirecao pretencida, arastando asua carga 2006 + CIENCIA HOIE + a9 Broquimica [As dineinas so conhocidas h4 mais tempo. A primeira foi identificada em 1965, como uma pro- teina responsivel pele geragdo de forca para o batimento de citi eflagelos na ciliado Tetmhymena cilia, um protozoério unicelular. Mais tarde, em 1987, descobriram-se, no citoplasma de células nao- ciliadas, dineinas atuando como motores melecu- lres que utilizam os microtiibulos como ‘trilhos'. ssa familia de proteinas esta amplamente distri- buida no organismo. ¢ a regiéo ‘cabeca’ da molécula 6 relativamente semelhante nas cuas classes conhe- cidas. Blas transportam, dentro das células, organelas ‘como lisossomos, endossomos ¢ elementos do com- plexo de Golgi, e também parecem estar envolvidas nna movimentagdo de cromossomos nas células em processo de divisao. Assim como as miosinas, as cinesinas e dinefnas também necessitam de cations bivalentes para sua atividade (principalmente o magnésio, no caso das duas altimas, mas também o calcio). As dinefnas, porém, parccem nem sempre se liger dizctamente as suas cargas pelo dominio ‘cauda’. A maioria das atividades desse terceiro tipo de motor molecular requer um complexo de proteinas denominado dinactina para mediar essa ligacéo, 0 que fomece indicios da diversidade funcional dessas moléculas. Outra propriedade distinta om cada uma das familias de motores moleculares é a direcéo na qual transportam suas cargas. Na intrincada rede do citoosqueleto, os microtibulos estéo digpostos do forma radial, do mticleo para a membrana da célula, enquanto os ‘trilhos’ de actina organizam-se na poriferia da célula. O sinal (+) identifica a extromi dade de um microtibulo voltada para a periferia da célula eo sinal (-) denota aquela direcionada para © micleo. De infcio, s6 eram conhecidas cinesinas que realizavam movimento para a extremidade (+), mas jé fore descobertas algumas que fazem trans- porte para a extromidade (-), Quanto as dinefnas, todas as conhecidas hoje realizam movimento para aextremidade (-), enquento as miosinas séo capazes dp transportar cargas em ambos os sentidos pelos caminhos de actina. Cinesinas ¢ miosinas também podem interagir no transporte de cargas dentro da célula (figura 4), Doengas ligadas a motores moleculares Devido as suas variadas fung6es, os motores mole- cculares estéo envolvidos em intimeras doencas. A doenca de Charcot-Marie-Tooth, por exemplo, que provoca perda gradual do movimento muscular ¢ da 30 CIENCIAHOIE® vol. 39 + n® 230 sonsibilidade nas extremidades do corpo (pés © pernas, méos e bragos), 6 causaia por mutagbes nos genes que contém a informagao para a producao de cinesinas transportadoras de precursores de ve culas sinépticas (bolsas’ com neurotransmissores) em células nervosas. A doenca apresenta dois tipos varios subtipos — em um deles, a mutagio lev: troca de apenas um aminoécidona parte da cinesina que se liga a molécule de ATP, mas essa alteracao dificulta a quebra dessa fonte de energia e, em con- seqdéncia, a atividade da proteina motora. Recentemente fot descoberta uma doenga asso- ciada as dineinas e decorrente da baixa produgao de dinamitina (ama das subunidades do complexo protéico dinactina). A dinamitina ¢ responsavel pela ligacdo indireta do motor com a carga, ¢ sua escas- sez ndo permite uma reposigéo adequada das estru- turas @ compostos necessérios para a manutengao celular, originando doencas neurodegenerativas ainda em estudos. Uma delas 6a ‘sindrome da imo- tilidade cilias’, que afeta a cadsia intermediaria de dineinas presentes nos cilios existentes nas células das mucosas das vias respiratérias, impedindo sua atuagéo na defese contra infecgées microbianas. Cutra desordem em que motores moleculares € suas cargas esto envolvidos é a doenge de Alzhei- mer, ou ‘deméncia senil’, que provoca perda de ‘memsria e de outras fungées mentais, resultante da deposi¢do no cérebro do peptideo (fragmento pro- {ico} B-amildide. Bsse peptideo 6 produzide quan- do as enzimas f-secretase e-secretase quebram uma protefna de membrana conhecida como ‘protefna rocursora de amiléido’. Pesquisas rocentes rovola- ram que essa proteina precursora 6 necesséria pera que ume cinesina trensporte vesiculas contendo amilbide, B-secrotase e presenilina-1 para ‘fora’ dos axdnios, e que sua quebra pode impedir a ado desse motor molecular. Essa disfungio do transporte das vesiculas contendo amiléide pode ser importante no desenvolvimento da doenga de Alzheimer. ‘As miosinas, em suas diversas subdivisoes, esto envolvidas em muitas doencas.e sindromes. A mio sina II muscular esta envolvida na cardiomiopatia hipertréfica, doenga caracterizada por engrossa- ‘mento do miisculo que forma o ventriculo esquerdo e desorganizacao de suas fibras. Essa doenca & cau- sada pela mutagao de um gene que contém a infor- ‘macio para produzir proteinas envolvidas na con- tragéo do mésculo do coragéo, entte elas a cadeia ppesada de B-miosina cardfaca e cadcias leves regula- {6rias como tropomiosina etroponina (ambas presen tes - associadas & actina - nos filamentos que ser- vem de trilhos para a miosina). Recentemente tam- bbém foram descobertas mutacies no gene que car- regaa informagao pare a produgo da cadeiapesada de uma miosina no muscular ~ tais mutacdes le- Figura 4. No transporte de vesiculas, dentro da célula, cinesinas e miesinas podem atuar em conjunto, como um ‘vefculo" bfuncional. como mostraram ‘o bioquimico Jian-Dong Huange outros (Nature n* 397, p. 267, 1999) ~cada uma atua sobre seu *trilho' especifio (microtabulos, actina, espectivamente), permitindo {que sua carga comum chegue até a periferia da cétula vam redugao no ntimero de plaquetas (células san- gilineas envolvidas no provesso de coagulagéo) © mor- fologia anormal de plaquetas e leucécitos (globulos brancos). Essa classe de miosina representa de 29 4 5% do total de protefnas plaquetérias. A sindrome de Usher, caracterizada por surdez, associada com diminuigao da acuidade visual, tam- bbém 6 causada por deficiéncia de uma miosina da classe Vila. Essa deficiéncia desorganiza os cflios presentes em grande niimero na superficie apical das células do canal auditivo (a superficie apical 6 aquela livre, sem contato com outras células, volta- dda para o interior do canal). Outras miosinas estio presontes nessas estruturas, como a de classe XV. ligada a uma surdez relacionada com disfuncoes auditivas em humanos. A miosina de classe VI tam- bbém esté ligada a surder: nesse caso. os eflios tém estrutura normal, mas a fusao entre eles resulta em desorganizagio e perda de audicao. Motores moleculares e nanotecnologia A construgdo de méquinas em nanoescala (do tama- tho de moléculas), para que realizem variadas te refas, 6 hoje uma perspectiva promissora em cién- cia ¢ tecnologia. A manipulagéo de estruturas mo- leculares para construir ‘motores’ que possam sor usados em aplicagées préticas, nas mais diversas reas, tem sido foco de intimeros estudos nas dilti- ‘mas décadas. Uma linha de posquisa importante nessa drea visa ao desenvolvimento de ‘biomotores’ a partir de protefnas motoras e outras enzimas, de- vido A capacidado destas do utilizar algumas molé- culas ~ principalmente 0 trifosfato de adenosina (ATP) - como fonte de energia pare produzir trabe Tho nas céhulas. Rotores (motores de rotagao) ja foram construt- dos usando uma proteina, a ATP-sintase, presente na membrana celular ¢ responsével pela sintese da molécula de ATP. Essa proteina usa uma diferenca de potencial elétrico para girar em torno de seu eixo e aproveita esse movimento para sintetizar ATP, as- sim como uma usina hidrelétriea usa a égua para fazer girar uma turbina e converte esse movimento fem energia elétrica Atualmente, os cientistas buscam compreender 0s mecanismos de atuacio dos motores molecula- res, tanto os associados a0 citoesqueleto de actina quanto os que se ligam eos microtiibulos. A inten- 0 6 usar tais mecanismos na construcao de peque- hhas méquinas, que possam ser empregadas em ta- refas a serem cumpridas dentro do organismo - em especial na medicina. Uma hip6tese é a utilizacao desses pequenos motores como ferramentas injeta- das no corpo pera reparar danos. Entretanto, para que isso seja possivel é preciso resolver dificuldades como, por exemplo, a barreira do sistema imunol6- gico, que pode reconhecer essas ‘méquinas’ como ‘um corpo estranho ao organismo e destrui-las antes quo realizom a tarefa para @ qual foram projotadas.. As células tém vérias moléculas com atividades ‘motoras, que em geral usam uma fonte de energia ‘ospocifica ¢ atuam em um ambiente doterminado. Orestudo desses motores naturais’abre muitas pers pectivas, principalmente pare a produgéo de medi- camentos dirigidos « alvos bom dofinidos no orga nismo, 0 que permitiré reduzir os efeitos colaterai (como acontece, por exemplo, na quimioterapia con- tra 0 cancer). Assim, a compreensio dos mecan mos de funcionamento dos motores moleculares pporlerd trazer enormes beneficios, tanto para a saii- de humana quanto para diferentes reas da indti tria, onde suas propriedades possam ser emprega- das com vantagem em relagio aos processos pro- dutivos atuais. . ‘SUGESTOES PARA LEITURA "MACHADO, Bloquineade everetia Bis de ancro, Shape Editor, SSCHUWA. Ma WOEHLKE6 ‘Molecularmotas’ in Natura v. 422, 7.759, 2003. VALE.R.D."The molecuier motor toolbox oe teanspor.in Cel, 2003 Processamenta de datos en bicquimiae imunotogia~ motores molecules (Grmeicautmg leed/podabig/ srupos/ stupa. vm) Setembro de 2006 + CIENCIA MOIE + 38 EEE ssss....9090990@>>

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