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Erro no cálculo estrutural e uso de material inadequado na obra. Essas foram as causas oficiais
do desabamento do edifício Real Class, segundo relatório da perícia do Centro de Perícias
Científicas Renato Chaves. O resultado deve servir de prova importante para o inquérito aberto
na Polícia Civil para investigar os culpados pela queda do prédio, que causou a morte de três
pessoas.
Segundo o perito Dorival Pinheiro, que coordenou os trabalhos do CPC, houve erro “no
projeto, com falha na concepção do sistema estrutural, erro na escolha do modelo matemático
(usado para avaliar e monitorar a obra) e no dimensionamento e detalhamento dos estribos dos
pilares da obra”. Os estribos são ferros retorcidos que servem para “amarrar” as colunas de
ferros usados nos pilares de sustentação do prédio.
Além disso, foi detectado que a bitola (diâmetro) do ferro era menor que o recomendado nos
dois pilares centrais do prédio. Os pilares de ferro deveriam ter pelo menos 5mm, mas tinham
4,2mm.
Dorival concluiu que houve “falhas na concepção do sistema estrutural e que o prédio não
deveria ter 34 andares”.
Outro ponto importante na investigação dos peritos foi o fato de que eles descartaram a ação
do vento, que foi considerado como principal fator da queda da estrutura no laudo emitido por
engenheiros ligados ao Curso de Engenharia Civil da UFPA. A análise dos peritos foi toda feita
com os indícios e materiais coletados no local do acidente.
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18/Abril/2011
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O Centro de Perícias Renato Chaves (CPC), ligado ao governo do Pará, divulgou, na sexta-feira
(15), o laudo sobre o desabamento do edifício Real Class, em Belém, ocorrido no dia 29 de janeiro.
Segundo o laudo, quatro problemas principais resultaram na queda do edifício: falha na concepção
estrutural do prédio; no dimensionamento e detalhamento estrutural; erro de concepção no modelo
matemático; e não cumprimento de normas administrativas.
Inquérito policial sobre o caso deverá ser finalizado até o próximo dia 29
De acordo com o perito Dorival Pinheiro, coordenador das ações da perícia, os dois pilares centrais
do prédio não resistiram às cargas verticais e horizontais. Era necessário que os pilares tivessem
barras de ferro com diâmetro de pelo menos 5 mm, mas, segundo os peritos, as barras existentes nos
pilares tinham 4,2 mm.
O perito Silvio Conceição, que também trabalhou durante os 45 dias no local do desabamento,
afirmou que houve um erro matemático na projeção da obra e que o prédio não poderia ter 34
andares. Segundo Conceição, o cálculo estrutural foi feito pavimento por pavimento, e não para o
edifício como um todo.
Os peritos afirmaram ainda que a construtora não fez a revisão do projeto estrutural do prédio antes
de iniciar as obras, o que estaria desrespeitando as normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). "Ao finalizar o projeto, a construtora deve repassá-lo para outro profissional, que
deverá fazer a revisão do projeto. Isto não foi feito", explicou o perito.
A reportagem procurou o CPC para obtenção do laudo na íntegra, mas o centro afirmou, por meio de
sua assessoria de imprensa, que o documento só poderá ser divulgado após o término do inquérito
policial. A polícia tem até o dia 29 deste mês para concluir o inquérito.
Em 11 de março, um laudo técnico divulgado pela UFPA (Universidade Federal do Pará), chefiado
pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-PA), também concluiu que
erros no cálculo estrutural foram responsáveis pela queda do edifício Real Class. Para ler a notícia
sobre o primeiro relatório do acidente, clique .
aqui
Real Class desabou por falha estrutural
Domingo, 29/01/2012, 08:03:07 - Atualizado em 29/01/2012, 08:03:07 Ver comentário(s) A-A+
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Mais detalhes, contudo, ainda são desconhecidos, uma vez que os
processos que ainda correm nas justiças trabalhista, civil e criminal
impedem a divulgação, na íntegra, do laudo. “Não podemos
comprometer o órgão e os peritos sem que sejam encerrados os
embates judiciais”, frisou o diretor do centro.
Como os erros foram decorrência de falhas nos cálculos da obra, o
engenheiro responsável pelo projeto, Raimundo Lobato, foi
indiciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa.
A Perícia
No dia 03 de fevereiro, quando os corpos de todas as vítimas já
haviam sido resgatados, CPCRC assumiu o controle do local,
fiscalizando a retirada dos escombros. Neste momento já eram
fotografadas a disposição das peças arruinadas, os locais que
apresentavam as peças mais íntegras e demais detalhes
importantes para a investigação. No decorrer dos trabalhos, foram
realizadas aproximadamente vinte perícias de danos em casas e
em cinco prédios residenciais localizados no entorno do sinistro. A
etapa mais demorada foi a retirada dos escombros para que os
peritos verificassem a conformação dos pilares restantes, bem
como a integridade da laje do subsolo. A equipe de peritos se
dividiu entre trabalho no campo, local de crime, e no escritório,
analisando os documentos e projetos, apreendidos na sede da
empresa Real Engenharia. No dia 15 de abril de 2011, foi
apresentado oficialmente o laudo da perícia técnica. (Diário do
Pará)