Professional Documents
Culture Documents
S
Ã
i
Ã
À minha orientadora, Prof. Doutora Adelinda Candeias, pela confiança que depositou
na minha capacidade, pela sua disponibilidade, apoio e paciência.
À Bétinha, pelo ³reencontro´, que de certa forma contribuiu para dar sentido a ³tudo
isto´.
ii
D
aa Ã
Ã
aÃ
aÃ
CRIATIVIDADE ................................ ................................ ................................ .................... 7
1 - DEFININDO CRIATIVIDADE ................................ ................................ ................................ ... 7
2 - TEORIAS SOBRE A CRIATIVIDADE ................................ ................................ .......................... 8
¦
¦ ¦
¦
¦
2.4.1 - Factorial ................................ ................................ ................................ ........................ 10
2.4.2 - Associativas ................................ ................................ ................................ .................. 11
2.4.3 - Gestaltista ................................ ................................ ................................ ..................... 11
2.4.4 - Psicanalítica ................................ ................................ ................................ .................. 12
2.4.5 - Humanistas ................................ ................................ ................................ ................... 13
2.4.6 - Desenvolvimentais ................................ ................................ ................................ ........ 14
2.4.7 - Cognitivista ................................ ................................ ................................ ................... 14
2.4.8 - Educacional ................................ ................................ ................................ .................. 15
2.4.9 - Neuropsicológica................................ ................................ ................................ ........... 16
2.4.10 - Integradora................................ ................................ ................................ .................. 16
3 - INTEGRANDO PERSPECTIVAS ................................ ................................ ............................. 18
!
3.1.1 - Fluência ................................ ................................ ................................ ........................ 19
3.1.2 - Originalidade................................ ................................ ................................ ................. 19
3.1.3 - Flexibilidade ................................ ................................ ................................ .................. 20
3.1.4 - Elaboração................................ ................................ ................................ .................... 21
3.1.5 - Motivação/Curiosidade ................................ ................................ ................................ .. 21
3.1.6 - Auto-estima/confiança ................................ ................................ ................................ ... 22
3.1.7 ± Bom humor ................................ ................................ ................................ ................... 23
3.1.8 - Imaginação ................................ ................................ ................................ ................... 24
3.1.9 - Sensibilidade Interna e Externa................................ ................................ ...................... 25
iii
aÃa
Ã
1 - PERSPECTIVA HISTÓRICA ................................ ................................ ................................ .. 41
/' #$ ! ¦
1.1.1 - Vantagens de uma educação para a diversidade................................ ............................ 45
2 - TIC NA ESCOLA................................ ................................ ................................ ................ 46
¦ /
2.1.1 - Vantagens e Limitações................................ ................................ ................................ . 50
3 - EDUCAÇÃO COGNITIVA ................................ ................................ ................................ ..... 51
0 .
! / ' ' (
¦. ! ()
"'#$ (
D
a
aÃ
Ã
1 - ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ................................ ................................ ................... 63
2 - CONTEXTUALIZAÇÃO E DELINEAMENTO DOS OBJECTIVOS DE INVESTIGAÇÃO ............................ 65
¦ 12 ! ' ))
¦ ¦/' #$ 3 )4
3 - CONSTITUIÇÃO DA AMOSTRA ................................ ................................ ............................. 67
. 5 #$ )
4 - INSTRUMENTOS ................................ ................................ ................................ ............... 69
0 5 " ! )
¦ ! " 6 4
. ! 4
/ ' ' 3 4
(
/
/7' .
! . !
0 8 9//..0: 4¦
4.5.1. Criatividade, cognição e resolução de problemas ................................ ............................ 73
4.5.2 - Etapas do desenvolvimento do PEECCM ................................ ................................ ....... 74
5 - PROCEDIMENTOS ................................ ................................ ................................ ............. 78
6 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................ ................................ .......... 82
aa !"
#a
Ã$
$
%
aà "&
à a
ANEXO 1 ± AS NOVE DIMENSÕES DA CRIATIVIDADE ................................ ................................ .. CV
ANEXO 2 ± ETAPAS DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ................................ ............................... CVII
ANEXO 3 - TESTE DE NORMALIDADE (SHAPIRO-W ILK) ................................ ................................ ...I
ANEXO 4 ± CAPA DO TESTE DO PENSAMENTO CRIATIVO DE TORRANCE ' $(Ã(
ANEXO 5 ± CRITÉRIOS DE COTAÇÃO DO TPCT........................... '$(Ã(
ANEXO 6 ± TESTE DE AUTO-CONCEITO DE SUSAN HARTER ......... '$(Ã(
ANEXO 7 ± CAPA DAS MATRIZES STANDARD DE RAVEN .............. '$(Ã(
ANEXO 8 ± CAPA DA BATERIA DE PROVAS DE RACIOCINIO 7-9..... '$(Ã(
iv
D )
u
D*)
!
"
!#
$ % !
# "$%
!
v
)+,
a
-. )
/
)
01
-
1-
-
-2 3 1)
!4
1 Jorge Carmo (Dissertação de Mestrado em Psicologia de Educação,
Universidade de Évora)
)
. Partindo do princípio que a cognição é modificável e alterável, surge a
educação cognitiva. Este re -pensar da educação converge com a necessidade de uma
educação para a diversidade e inclusão. Ao mesmo tempo surgem as novas
tecnologias, cada vez mais presentes. Focando os processos de criatividade e
resolução de problemas, construímos um programa e -learning de desenvolvimento
cognitivo através da matemática (PEDCM) e estudamos os efeitos da implementação
do mesmo.
A metodologia utilizada foi a qua si-experimental, com pré e pós -teste e sem grupo de
controlo. A amostra foi constituída por 10 alunos de uma turma do 8º ano da Escola
EB 2,3 Conde de Vilalva , em Évora. Os instrumentos utilizados foram: o
' ' 3 ; 0 5 " !; !
" 6; . ! PEDCM. Este último foi
implementado durante 10 sessões (com 1h30m cada).
Os resultados obtidos demonstram efeitos positivos evidentes da implementação
PEDCM, ao nível do desempenho cognitivo, desempenho criativo, no auto -conceito e
principalmente no rendimento escolar.
1-05-. Criatividade, Resolução de Problemas, Educabilidade Cognitiva,
Programa de Treino Cognitivo, Inclusão, E -learning.
a
- )
. )6
/ //
/
/
71
1)
/
a - 6 - 01
5 8/
/ )
/ 5 ! 6
/
5
1
Ã7 . Starting from the principle that cognition is alterable and modifiable, rises the
cognitive education. This rethinking of edu cation converges with an education for
diversity and inclusion. Parallelly the new technologies rise, more and more present in
education. Focusing on the processes of creativity and problem resolution and we¶ve
built an e-learning program of cognitive deve lopment through mathematics (PEDCM)
and studied the effects of its implementation.
The used methodology was the almost experimental, with pre and post test without a
group of control. The show was built by 10 students of a class of 8th grade of the
school EB2,3 Conde de Vilalva in Évora. The instruments used were: the
. <' 3 ; "
<" !; "
;
. !&'
& & PEDCM, implemented for 10 sessions (of
1.30h each).
The results attained show the positive effects evident from the implementation of the
PEDCM, to the level of cognitive performance, creative performance, in the self
concept and particularly in the school results.
(609
: Creativity, Resolution of Probl ems, Cognitive Educability, Cognitive
Training Program, Inclusion, E -learning.
vi
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
1
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Uma educação deve partir do princípio que todas as crianças são diferentes e
sabem coisas diferentes (Hargreaves, Earl & Ryan, 200 1). Apenas uma educação que
respeite as diferenças pode maximizar as potencialidades individuais (Crahay, 2002),
em vez de se focar numa homogeneização, a educação deve dar ênfase à
heterogeneização.
2
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Com esta sociedade surgem as novas tecnologias integrando cada vez mais o
sistema educativo, visto que, potencializam o desenvolvimento humano (Taveira &
Silva, 2008) e estão cada vez mais associadas ao progresso humano, a o
desenvolvimento cognitivo e só cio-afectivo (Viseu, 2003). A internet surge como
suporte para o desenvolvimento humano não apenas ao nível profissional, mas
também ao nível pessoal, social, cultural , lúdico e cívico. Constituindo ainda um
instrumento de trabalho essencial, surge então a necessidade de a integrar na
educação (Novais, 2009), revelando -se uma mais-valia para a mesma. O e-learning
veio revolucionar o ensino e aprendizagem, apresentando m uitos benefícios, tanto
para os professores como para os alunos, proporcionando uma aprendizagem activa e
motivadora (Jorge, 2009). Propiciando uma alteração não apenas no processo de
ensino-aprendizagem, como também uma alteração dos papéis dos intervenie ntes na
acção educativa.
3
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Earl & Ryan, 2001) e a aprendizagem emerge da participação activa nos processos de
aprendizagem (Vieira, 2007).
Para isso serão realizados dois mome ntos, um pré e um pós-teste, utilizando
instrumentos como a BPR 7/9, o Teste de pensamento criativo de Torrance, o T este
de auto-conceito da Susan Harter e as Matrizes Standard de Raven.
4
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
5
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
6
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
aÃ
a
a
Ao longo do tempo , a criatividade tem sido estudada e definida de diversas
formas, o que sugere que seja um fenómeno complexo, com muitas facetas
(Wechsler, 2008). Por ser um fenómeno tão flexível e complexo, todos os dias surgem
novas definições de criatividade (Morais, 2001) , sendo difícil encontrar duas definições
idênticas.
7
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
¦
Face à complexidade e impos sibilidade de consenso na definição , por envolver
várias dimensões e facetas , é necessário ter conhecimento de algumas teorias sobre a
origem da criatividade, pa ra que seja possível compreendê -la melhor nas suas
distintas definições (Mora is, 2001; Nakano, 2003, 2006; Wechsler, 2008).
0Ã7
1
:/
As mais antigas teorias filosóficas descrevem a criatividade como uma dádiva
ou inspiração divina. À semelhança de outros fenómenos , e resultante do pouco
conhecimento do mundo e do ser humano, atribuíam a causa aos Deuses, tudo o que
não conseguiam explicar. Actualmente , existem pessoas que ainda acreditam nest a
perspectiva. Outra abordagem antiga relaciona a irracionalidade da criati vidade à
loucura (Gallo, 2000; Magalhães, 2003; Pinheiro, 2009; Souza, 2006 ; Wechsler &
Nakano, 2002; Wechsler, 2008). Nesta perspectiva, a criatividade é vista como algo
externo ao indivíduo, chegando mesmo a ser algo pejorativo, não apenas para esse
indivíduo, como também, para a sociedade em geral
8
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
0Ã7
$
1:
Uma perspectiva biológica leva -nos obrigatoriamente para a teoria
evolucionista de Darwin, como também , a cientistas de renome como Galton, que
desde cedo procuraram a origem da criatividade. Nesta teoria , a criatividade, à
semelhança da inteligência , traduz-se numa combinação genética. Esta é transmitida
através de código genético, estando fora de qualquer controlo pessoal (Nakano, 2003,
2006; Souza, 2006; Wechsler, 2008), desta forma, não pode ser ensinada nem
educável, sendo restrito aos indivíduos que possuem aquele gene em específico.
9
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
0Ã7
1:
Nesta teoria questiona m-se quais as características da sociedade que podem
favorecer a criatividade nos indivíduos. O meio social surge como b ase e regulador da
criatividade. Este pode exercer uma força positiva ou negativa na produção criativa.
Os efeitos podem ser diversos, nomeadamente: estimulador es, recompensadores,
repressores ou punidores (Souza, 2006; Wechsler, 2008). A criatividade surge como
regulada pela sociedade, pouco dependente das características internas ao indivíduo.
0Ã7
1:
¦
Guilford (1967) propõe o modelo factorial da criatividade, identificando factores
diferenciadores dos sujeitos relativamente à mesma e pertencentes a uma
10
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
¦ ¦ !
No associativismo, as novas ideias surgem de combinações de velhas ideias.
Para criar o indivíduo tem que, através de conhecimen tos antigos previamente
armazenados, elaborar diferentes associações e interacções (Souza, 2006). A
criatividade também pode ser vista como uma grande quantidade de associações à
disposição do criador (Magalhães, 2003). Assim, a criatividade surge como a
capacidade de asso ciar ideias, com base na experiê ncia e em ideias antigas,
originando ideias novas e inovadoras.
¦ ,
Segundo a perspectiva gestaltista , o processo criativo surge com a percepção
de um problema. Nesta teoria , o problema reflecte -se numa falha ou lacuna de
informação que o indivíduo completa através do processo criativo (Souza, 2006). A
criatividade resulta de uma relação percepção -expressão (Magalhães, 2003). Pensar
criativamente é perceber de forma diferente uma situação problemática, substituindo -a
consequentemente por outra melhor (Morais, 2001). O processo criativo representa
então uma reestruturação da per cepção em função da lacuna de informação.
11
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
¦ 6
Segundo a teoria psicanalítica , a criatividade resulta de um conf lito no
inconsciente, em que depende de uma questão de tempo este encontrar a resposta ao
conflito. Se a resposta for ego -sintónica resultará um comportamento criativo (Gallo,
2000; Magalhães, 2003; Wechsler, 2008). Caso esse conflito inconsciente não seja
vivenciado de uma forma satisfatória pode reverter -se em neurose (Gallo, 2000;
Wechsler & Nakano, 2002). Outros autores vê em a criação como alternativa à neurose
(Oliveira, 2005).
12
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
progressivamente menos agressivo (Pligher, 2007; Souza, 2006; Wechsler & Nakano,
2002), dando ao processo criativo um p apel de catars e.
A criatividade também é vista como um mecanismo compensatório do
sentimento de inferioridade, onde os sujeitos alcançam a auto-realização e afirmação.
A criatividade surge assim como uma forma de sublimação (Gallo, 2000), também
como pressão emocional face a um conflito provocado pela repressão (Magalhães,
2003). A arte pode assim ser interpretada como uma via loca lizando-se entre a
neurose e a perversão (Oliveira, 2005).
O humor e a fantasia são comuns à pessoa criativa. Na perspectiva
psicanalítica, a criatividade resulta de um substituto ou continuador das brincadeiras
infantis. Neste sentido , para aumentar a cri atividade nas pessoas deve -se estimular o
humor e as brincadeiras infantis (Magalhães, 2003; Pligher, 2007; Souza, 2006;
Wechsler, 2008). A criatividade é uma regressão momentânea a um estado anterior.
¦ (3'
Nesta perspectiva, a criatividade é vista como uma vocação do ser humano à
auto-realização. Considerada uma força positiva intern a ao indivíduo, contudo, para o
seu desabrochar é necessário a abertura à experiê ncia, auto-avaliação e habilidade de
viver o momento presente (Wechsler, 2008). É a tendência para o ser humano se
actualizar tendo como objectivo, o desenvolvimento das suas capacidades ( Morais,
2001; Pligher, 2007 ), visando a contínua melhoria e a auto -superação.
Nesta perspectiva, Maslow (1969 , apud Pligher, 2007) enfatiza que a abertura
à experiência é uma característica da criatividade auto -realizadora. Uma
personalidade criativa corresponde a alguém espontâ neo, expressivo, auto-confiante
13
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
ou com conflitos internos resolvidos (Morais, 2001). Surge assim, uma força de auto-
realização, facilitada e potencializada por determinadas características da
personalidade.
¦ 4.
!
Segundo esta perspectiva , o pensamento criativo relaciona -se com a resolução
de problemas elaborando respostas variadas e diferentes (Souza, 2006). Ser criativo é
resolver problemas, logo , ambos os processos estão associados e muitas vezes são
confundidos.
14
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
¦ /'
Nesta teoria, dá-se ênfase ao ambiente descrevendo que, para propiciar a
criatividade é necessário um ambiente estimulante e não punitivo, possibilitando a livre
procura de ideias com a aus ência de uma censura. O pensamento divergente surge
como essencial para testar hipóteses (Souza, 2006). Cabe assim à educação ,
incentivar e cultivar o pensamento criativo para que os indivíduos possam ser
criadores (Sternberg, 2007). A educação, tem assim, a função de potencializar e
desenvolver as características internas como a criatividade.
15
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
¦ B'
A perspectiva neuropsicológica, distingue-se pelo hemisfério esquerdo ser
responsável pelo processamento sequencial, lógico, linear, detalhista e organizado e
pelo hemisfério direito que processa a informação de maneira global, emocional, não
linear ou sem lógica. Contudo , após muitas pesquisas conclui -se que ambos os
hemisférios são essenciais na criatividade. O hemisfério direito propõe soluções
originais, enquanto o hemisfério esquerdo analisa os factos e os resultados obtidos
através de críticas e comparações (Gallo, 2000; Wechsler, 2008 ). É evidente que o
processo criativo é constituído por vários processos . Estes, por sua vez estão
localizados em zonas distintas do cérebro, não exist indo uma única zona responsável
pelo pensamento criativo.
¦ %
Esta perspectiva, pressupõe vários conjuntos de variáveis, tais como:
processos cognitivos, personalidade, ambiente e inconsciente (Wechsler & Nakano,
2002). Explica a criatividade usando factores internos e externos, conscientes e
inconscientes.
Amabile (1983, apud Morais, 2001) enfatiza uma teoria que combina a
existência de factores provenientes do contexto social e a sua interacção em
elementos cognitivos e de personalidade. Essa combinação reflecte-se na
materialização do pensamento e produção criativa. Neste mesmo sentido , Eysenck
(1999, apud Nakano, 2003) também produz um modelo que tenta integra r vários
conjuntos de variáveis que, segundo ele, interagem para produzir resu ltados e
realizações criativas envolvendo variáveis cognitivas (como a inteligência, o
conhecimento, habilidade s técnicas, talentos especiais, etc.), variáveis ambientais
(factores político-religiosos, culturais, socioeconómicos, educacionais, etc.) e variáveis
da personalidade (motivação interna, confiança, não conformismo e criatividade como
16
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
17
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
1995). Contudo, para que isso seja possível, o indivíduo tem de saber o valor da ideia
e a tendência futura.
½
0
";8
-
Numa tentativa de integrar as várias perspectivas anteriormente descritas,
originou uma teoria integratista, que explica a criatividade com base em nove
dimensões de natureza personalista, cognitiva e motivacional. Nomeadamente:
originalidade ( Alencar & Fleith, 2004; Morais , 2001; Pligher, 2007; Souza, 2006;
Sternberg, 2006; Starko, 2005), fluência, flexibilidade, elaboração ( Alencar & Fleith,
2004; Pligher, 2007; Souza, 2006; Sternberg, 2006 ), motivação/curiosidade (Alencar,
2004; Alencar & Fleith, 2004; Kong, 2007; Pligher, 2007; Souza, 2006), autoconfiança
(Alencar & Fleith, 2004; Kong, 2007; Pligher, 2007; Souza, 2006; Sternberg, 2007 ),
bom humor (Alencar & Fleith, 2004; Pligher, 2007 ; Souza, 2006), imaginação (Gallo,
2000; Pligher, 2007; Souza, 2006; Sternberg, 2007; Wharton, 1999 ) e sensibilidade
interna e externa (Pligher, 2007 ; Souza, 2006; Wharton, 1999).
Com base nesta última perspectiva, acho importante descrever cada uma das
dimensões que integram a perspectiva anterior, para que se possa compreender toda
a sua abrangência e pertinência.
18
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
'C
Quando tentamos encontrar soluções para um problema, as primeiras ideias
que nos surgem para o resolver tendem a ser as mais comuns, contudo, à medida que
acumulamos mais e mais ideias, percebemos que por associação, uma ideia origina
outra, não seguindo necessariamente uma ordem ou relação lógica, mas com grande
potencial para uma solução in ovadora (Wechsler, 2008).
¦1
A originalidade trata -se de uma competência para produzir ideias que se
afastam do senso comum, implicando ir além do óbvio, além da forma habitual e
normal de pensar, desenvolvendo soluções e caminhos alternativos aos esperado s e
conhecidos (Pinheiro, 2009 ; Souza, 2006; Wechsler, 2008 ). Também é vista como a
capacidade ou disposição de produzir respostas raras, inteligentes e remotamente
associadas (Pligher, 2007). É a característica que mais rapidamente se associa aos
produtos criativos e à criatividade (Starko, 2005), contudo , é necessário referir que é
um dos componentes da criatividade e não seu sinónimo (Wechsler, 2008), logo, ser
original não é obrigatoriamente ser criativo.
19
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
@
O facto de ser capaz de interpretar algo de forma diferente é essencial no
processo criativo. A este processo chama-se flexibilidade (Souza, 2006). Para
Wechsler (2008) a flexibilidade r efere-se à mudança de perspectiva sobre o problema
ou a uma mudança de classe ou categorias. Esta também pode ser vista como a
capacidade de tomar decisões depois dos prós e contras serem avaliados ou a
capacidade de mudar de di recção (Casqueira, 2007). Então, esta capacidade
representa a facilidade como o indivíduo adapta e altera o seu pensamento em função
das características do contexto.
20
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
(0 ! #$-.'
A motivação tem um papel fundamental e essencial à criatividade (Alencar,
2007), visto que, assume um papel de dinamizador dos processos afectivo -cognitivos
subjacentes ao acto de criar (Alencar & Fleith, 2003; Magalhães, 2003 ). Para ser
criativo é necessário es tar motivado e ser curioso, dad o que, é imprescindível que o
sujeito veja de forma diferente o que ninguém vê nem questiona (Souza, 2006;
Casqueira, 2007) e , por outro lado, também ambicionar o reconhecimento da obra
(Casqueira, 2007). A motivação é essencial e fundamental em todo o proces so, não
apenas para construir ideias criativas, mas principalmente para a fase posterior , onde
a ideia é posta em prática.
Uma solução criativa constitui um desafio, sendo necessário que o indivíduo
criativo não apenas questione o inquestionável, mas também que , tenha motivação e
coragem de persistir e propor uma nova ideia que solucione o problema . São
necessárias confiança e motivação, para ultrapassar os obstáculos que tem a
divulgação da ideia, visto que , o medo de fracassar e o receio do que os outros
pensam está presente quando existe uma nova ideia. A o propor uma nova ideia, o
indivíduo criativo percorre caminhos desconhecidos (Wechsler , 2008) e deve-se
preparar para fazer frente a esses obstáculos, dificuldades e medo de fracassar
21
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
)' - #
O auto-conceito e a confiança estão presentes a um nível elevado no indivíduo
criativo. O indivíduo criativo deve ter a seguranç a necessária para que possa ser
irreverente e questionar o mundo que o rodeia (Souza, 2006), persistindo e
comprovando as suas ideias (Wechsler, 2008). Assim, ao promover a auto -estima e o
auto-conceito, estarão consequentemente a promover a segurança e co nfiança
necessárias para poderem questionar e criticar o mundo que os rodeia. Deve -se
encorajar também o contacto com as barreiras, riscos e consequências da produção
criativa, já que depois da criação da ideia, é necessário pôr essa ideia em prática e/ou
persuadir os outros do valor dessa ideia, o que acarreta muitas dificuldades
(Sternberg, 2007).
22
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
23
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
%
#$
A imaginação é a habilidade de ter uma ideia de alguma coisa ou situação que
não está presente, podendo compreender mentalmente o que não foi totalmente
apreendido e conseguir manipular e associar mentalmente objectos e eventos (Souza,
2006). Também é vista como a capacidade mental para conceber coisas não
acessíveis aos sentidos (Morais, 2001). A imaginação representa a habilidade de
invocar e visualizar objectos e eventos, manipulando e associando -os, sem uma
necessidade de presença física.
24
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
construção da realidade subjectiva do meio que nos rodeia, como também contribui
para a própria auto -construção.
A imaginação é uma ferramenta que nos permite reter o problema e redefini -lo
sem que seja necessário que este esteja presente. Este é um processo essencial ao
pensamento criativo (Sathler, 2007; Sternberg, 2007 ; Wechsler, 2008). Com o auxílio
da imaginação, tanto o problema como os elementos inerentes ao mesmo, não
necessitam de estar presentes fisicamente para que seja possível encontrar a solução.
25
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
26
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
aÃ
!
"#
$%&'
$
(
A resolução de problemas é uma tarefa que nos acompanha todos os dias ao
longo da nossa vida, desde os primeiros meses até ao último dia. Enfrent ar desafios,
remover obstáculos e construir sucesso nos mais variados níveis (pessoal, social,
académico e profissional), devem -se à resolução de problemas. A capacidade de
resolver problemas reflecte o nosso c rescimento saudável e a qualidade de vida
(Almeida, 2004). Indo ao extremo, ? '#$ F' F
7' !!C &' A (Rowe, 1985, apud Almeida, 2004, p.
145). Todo e qualquer problema, desde o mais ele mentar ao mais complexo,
independentemente da natureza do mesmo, requerem o uso das mesmas
competências de processamento de informação (Ferreras, 2003). Então, os conteúdos
assumem pouca relevância face aos processos. Dominando o processo, o conteúdo
assume um papel secundário na resolução de problemas.
27
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
¦
&'
A resolução de problem as ocorre quando somos incapazes de aceder a uma
resposta imediata na memória, então temos um problema que tem de ser resolvido
(Sternberg, 2008 ). Num problema, o sujeito é que delimita a informação a trabalhar;
pode existir uma ou mais soluções consoante as condições que foram impostas na
resolução; o processo de resolução é desconhecido, podendo mesmo existir mais do
que um processo correcto (Lopes, 1994) . É então um processo livre, mas
condicionado pelas condições e regras impostas. Não existindo uma úni ca solução
correcta e válida.
28
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
½ a
)&'
$
(
Tendo em conta a vastíssima variedade de problemas, ouve necessidade de
classificá-los. Nesse sentido, estabeleceram-se categorias de: ³Bem estruturado´,
quando existe um caminho claro para a solução e ³Mal estruturado´, quando não
existe um caminho claro para a solução. Estas categorias representam um ''
de clareza de problemas ( Sternberg, 2008 ).
29
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Na perspectiva pedagógica Polya (1981, apud Almeida, 2004) propõe m-se uma
classificação distinta, dividindo os problemas em quatro grupos: (1) os problemas
resolúveis pela aplicação mecânica de uma regra acabada de apresentar; (2) os
problemas com possibilidade de escolha, aplicando uma regra ou procedimentos
previamente ensinado, mas que requerem algum juízo; (3) os problemas de escolha
de uma combinação, requerendo uma combinação de duas ou m ais regras
apresentados na aula e (4) os problemas de abordagem a um nível de pesquisa,
implicando uma nova combinação de regras, mas que têm tantas ramificações que
necessitam um alto grau de independência e uso do raciocínio plausível. É evidente o
'' de complexidade e dificuldade, presentes do primeiro ao último grupo.
â
*$
$%&'
$
(
A resolução de problemas é algo complexo e que é influenciado por algumas
variáveis e subprocessos internos, com o objectivo de conhecer este processo
complexo e de que forma este se realiza. É necessário entender alguns conceitos e
subprocessos inerentes a este, como também algumas limitações que se opõem a
este processo nomeadamente: representação do problema, insight, analogias,
incubação, fixidez funcional e entrincheiramento.
30
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Quando não temos uma representação que nos permita resol ver correctamente
o problema, devemos então tentar redefini -lo, tentando vê-lo de outra perspectiva
(Sternberg, 2003). Então a representação do problema é parcialmente responsável
pela complexidade do mesmo.
0
5
O conceito de insight é um dos ma is conhecidos da gestalt (Eysenck & Keane,
1994) e tem sido considerado fundamental para explicar o processo de resolução de
problemas pela psicologia cognitiva geral (Almeida, 2004), opondo-se porém, à
perspectiva comportamentalista (Ferreras, 2003), o que tem gerado muita controvérsia
(Benjafield, 1997). Este processo corresponde à descoberta momentânea da
aplicabilidade de um esquema existente a uma nova situação (Almeida, 2004).
31
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
32
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
0Ã1
Muitas vezes a solução a um problema ajuda a resolver outros problemas
semelhantes (Ferreras, 2003). A resolução por analogia é a aplicação de uma mesma
estratégia desenvolvida para resolver um problema a um problema semelhante,
provavelmente isomorfo ou percebido como tal (Costermans, 2001; Anderson, 2000).
Para esta é essencial recorrer a problemas no passado e estes vã o contribuir para a
definição das operações cognitivas necessárias perante um novo problema (Anderson,
2000; Ferreras, 2003). As experiências prévias são factores facilitadores do processo
de resolução de problema s.
0
)7+,
Por vezes os sujeitos depois de tentarem resolver os problemas, fazem uma
pausa na procura da solução, ³colocando o problema à parte´, durante horas, dias ou
semanas. Quando, de repente este surge com uma solução clara e rápida, este
fenómeno chama-se incubação (Anderson, 2000; Ferreras, 2003; Kellogg, 2003;
Sternberg, 2008 ). A incubação é então uma activação inconsciente permanente dos
elementos que constituem o problema procurando a solução. Por vezes , uma pista
subtil permite o acesso à parte que faltava para o estabelecimento da conexão,
chegando a uma resolução inconsciente e espontânea em que o indivíduo desconhece
a origem da mesma.
33
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
&0
/
Diz-se que um problema é isomorfo, quando este partilha a estrutura formal
com outro problema já conhecido, diferindo apenas no conteúdo. Assim, detectado o
isomorfismo, o sujeito poderá eventualmente aplicar as estratégias de resolução de
problemas de um para outro (Costermans, 2001; Sternberg, 2008 ). Um problema é
isomorfo quando existem semelhanças fundamentais na sua representação mental
(Kellogg, 2003). A isomorfia é então a semelhança estrutural entre representações
mentais dos problemas.
34
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
uma função inovadora e inédita. O sujeito deve libertar -se e ultrapassar a fixidez
funcional, em prol de uma ³plasticidade funcio nal´, redefinindo papéis e funções
(Anderson, 2000; Bejafield, 1997; Costermans, 2001; Eysenck & Keane, 1994 ;
Kellogg, 2003 ; Sternberg, 2004 ). Esta dificuldade pode estar relacionada com o
insight, na medida em que quando ultrapassada a fixação funcional p ropicia facilmente
o insight, contudo, ainda é uma posição muito controversa (Bejafield, 1997). A fixação
funcional é um factor preditor da criatividade, visto que , o sujeito não consegue ver
para além do óbvio.
ù !
$
35
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
36
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
A
$%&'
$
(
O processo de resolução de problemas é um processo complexo, constituído
por um ciclo de etapas. O número de etapas varia consoante o autor, não existindo
uma opinião unânime em relação ao número e a quais são. Contudo , podemos
compreender o processo de resolução de problemas em quatro etapas muito gerais,
nomeadamente: a compreensão, o planeamento, a resolução e a verificação. Cada
uma delas tem funções específicas e envolve funções cognitivas muito particulares.
37
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
38
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
perante uma estratégia, a solução e ncontrada, irá agora ser posta em prática. Esta
fase implica: a tomada de decisão, definindo como agir, executando a solução,
passando à acção e avaliação da sua adequação (Almeida, 2004); implementar o
plano (Puccio & Mathers, 2007) e monitorizar o proces so de resolução face à solução
escolhida (Pretz, Naples, & Sternberg, 2003; Sternberg, 2004). Para esta etapa, as
funções cognitivas implicadas são: o cálculo e tomada de decisão, visando o máximo
benefício com o mínimo de esforço (Machado, 2006) e a confiança na estratégia,
plano ou solução encontrada ( Polya, 2006).
39
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
40
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
aÃ
aà a Ã
"#
O sistema educativo, ao longo da história tem sofrido alterações muito
significativas, bem como, o conceito de educação e o reconhecimento da importância
desta para a sociedade. Em Portugal , especificamente conseguimo s diferenciar alguns
momentos de importante mudança e reestruturação educativa, paralelamente com um
crescimento do reconhecimento da importância da educação.
41
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
0 )+,
8-
A educação deve ter em conta as diferenças individuais dos sujeitos, e não
tentar homogeneizar as suas competências e aptidões, já que só assim irá promover o
desenvolvimento humano. Nem toda a gente tem os mesmos interesses nem aprende
da mesma forma (Gardner, 1991; 1995) É necessário ter isso em conta, em prol de
uma educação mais eficaz e humana, respeitando o se r humano enquanto ser único e
diferente.
42
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
43
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
44
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
H
' ' #$ !
Uma das importantes consequências de não respeitar a diversidade e as
diferenças individuais dos sujeitos é o progressivo desinvestimento na criatividade,
principalmente a partir do 1º ciclo de ensino básico (Albuquerque, 2001). Ao mesmo
tempo que dificulta o desenvolvimento dos processos criativos provoca conformismo e
desmotivação (Morais, 2001). A escola não deve negligenciar , nem ³sufocar´
processos de criatividade nem de resolução de problemas, já que estas são
características essenciais e importantes para o desenvolvimento humano . Em última
instância, para o desenvolvimento da humanidade, h á autores que propõem que o
objectivo principal da educação deve consistir em desenvolver indivíduos criativos,
capazes de resolver proble mas, criar e inovar, e não apenas repetir o passado. A ssim
a educação deve respeitar a diversidade e as diferenças individuais em prol do
desenvolvimento da criatividade e da resolução de problemas, já que estas constituem
bases importantes da educação e u m elemento dinamizador da humanidade futura
(Oliveira, 2005). Já que sem aceitar a diversidade é impossível aceitar o pensamento
divergente característico da criatividade.
45
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
competente. Este facto representa mu itas vezes, uma possível limitação e dificuldade,
já que muitas vezes os professores, formadores e educadores carecem da devida
formação, para poder agir de forma adequada. Alé m disso, é necessária uma infra-
estrutura e materiais que possibilitem atender às diferenças individuais de todos os
alunos, de forma a respeitar essa mes ma diversidade (Sant¶Ana, 2006), o que muitas
escolas parecem carecer destas mesmas condições para visarem a diversidade.
¦ a
$
As tecnologias da comunicação sempre que surgiram na história da
humanidade provocaram polémica e revolução na sociedade. Começando por
considerar a fala, só por si, como uma tecnologia. Posteriormente , foi inventada a
escrita, de forma a permitir que a fala fosse perpetuada no espaço e no tempo. Por
sua vez, a invenção da escrita originou uma revolução tecnológica, que cul minou no
surgimento do teatro. E ste surgia como criação da fala imaginada pela escrita
interpretada por outros (Novais, 2009).
46
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
É evidente a importância que as TIC actualmente têm , não apenas por servir
para potencializar a formação dos indivíduos, como também, ao nível dos interesses
da economia global e informacional (Vieira, 2008). Por outro lado, Amartya Sem (1998 ,
apud Turra, 2007) (Premio Nobel da Economia) afirma que o crescimento económico
apenas promove o desenvolvimento, se os benefícios do crescimento servirem à
ampliação das capacidades humanas. A prosperidade de um povo dep ende não
apenas do investimento no ensino, mas também do rigor e eficácia com que esse
investimento é aplicado, o que não se verifica em países democraticamente jovens,
como o caso de Portugal (Correia & Tomé, 2007). O s portugueses têm mostrado uma
enorme apetência pela inovação tecnológica (Taveira & Silva, 2008), o que pode ser
preditor de uma grande expansão a esse nível. As TIC ao virem alterar a forma de
comunicação, ³globalizando -a´, poderão proporcionar uma mais -valia para os países
menos desenvolvidos, na medida que , actualmente e devido às TIC, o conhecimento é
acessível a qualquer local do mundo (Vieira, 2008), levando a uma maior
democratização da informação, não se regendo a barreiras de espaço e tempo (Turra,
2007). Com o e-learning, a aprendizagem é livre e aberta para todos , desconhecendo
barreiras geográficas.
47
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
48
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
0 01
Com as novas tecnologias de informação e c omunicação, especificamente a
internet, surgiram novas formas de ensino e formação revolucionárias. As quais vieram
revolucionar os modelos de ensino à distância.
49
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
¦ H
* #
A internet representa um suporte para o desenvolvimento humano , não apenas
ao nível profissional, mas também ao nível pessoal, social, cultural, lúdico e cívico.
Constitui um instrumento de trabalho muito importante nos dias de hoje, daí uma das
necessidades de integrar a internet na educação (Novais, 2009). O uso da internet,
trás vários benefícios na educação, promovendo e facilitando uma aprendizagem mais
activa, construtiva e intencional, decidindo eles mesmos o que pensar e o que fazer
(Restrepo & Restrepo, 1994), à semelhança da aprendizagem centrada na resolução
de problemas e na criatividade (Woods, 2001), contrastando com a assimilação
passiva do conhecimento (Viseu, 2003). Além disso , promove e facilita a aproximação
entre colegas e especialistas de distintas áreas (Viseu, 2003), facilita e promove o
trabalho colaborativo, estimulando as interacções entre os intervenientes da
aprendizagem (alunos, professores e sociedade em geral), verifica -se assim, uma
ferramenta potencial de partilha e de aprendizagem (Novais, 2009). Para além de
promover a aquisição de novas competências , a internet também reforça as
competências tradicionais (Viseu, 2003), assim, na utilização e domínio das novas
tecnologias estão implícitas não apenas novas competências como também
competências tradicionais.
A evolução e a criação da sociedade da informação impõem um ritmo
acelerado na exigência da modernidade e na qualidade nas áreas de ensino que são
incompatíveis com as rotinas instaladas nos sistemas tradicionais de ensino -
aprendizagem (Correia & Tomé, 2007 ; Caldeira, 2008 ). Estando esta em constante
alteração, requer que os indiví duos para se movimentarem nela necessitem de estar
constantemente actualizados (Vieira, 20 08) devido à realidade ser alterada
diariamente, a informação está também, em constante renovação (Turra, 2007). O que
pode levar inevitavelmente a uma reorganização e reestruturação pedagógica,
redefinindo o papel do aluno e do professor (Viseu, 2003), oferecendo novas
oportunidades e desafios (Castellis, 2007). A escola deve ter assim o papel de
preparar os alunos para lidarem com ferramentas que estão a invadir as s ociedades
industrializadas, preparando -os também para uma sociedade informatizada. Para um
uso crítico, consciente e ético dos meios informáticos, alé m de preparar os alunos com
uma inteligência sólida que lhes permita acompanhar a evolução tecnológica da
sociedade (Vieira, 2008). Contudo, os professores, na sua maioria, sentem que a
introdução das tecnologias de informação na escola, lhes exigem novas competências
e uma actualização constante ao nível dos conhecimentos, quer do hardwaer, como
do softwaer. Por outro lado, para os dominar, a maioria dos docentes revelam
50
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
desconhecer as vantagens das TIC em contexto educativo (Novais, 2009), o que pode
ser um factor que se opõe à mudança e à introdução das TIC no sistema educativo.
½ %&'a
Face a uma sociedade em constante alteração, o nde o conhecimento está em
constante actualização , é necessário então repen sar a educação. O objectivo da
educação, em vez de se focar na aquisição de conhecimentos passado s por parte dos
alunos, deveria prepará -los para o conhecimento e problemas futuros (Gomes, 2002).
Ao mesmo tempo, a transição de uma noção estática, inata e i mutável de inteligência
para uma conceptualização dinâmica, estrutural, sistémica e modificável (Bilimória,
2003). De encontro a estes dois princípios, surge a educação cognitiva.
51
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
52
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
A educação cognitiva resulta cada vez mais importa nte para o ser humano,
dado que, com o surgimento das novas tecnologias, é necessário promover
competências que permitam os seres humanos acompanhar estas mudanças
tecnológicas (Bilimória, 2003). Ao mesmo tempo , as novas tecnologia s possuem duplo
sentido. Por um lado, requerem determinadas competências cognitivas, par a que se
seja possível acompanhá-las e aproveitar todas as suas potencialidades (Bilimória,
2003). Por outro lado, as novas tecnologias promovem as capacidades cognitivas
(Gama, Medina, Fernandez & Sarmiento, 1994), promovendo o desenvolvimento
humano ao nível profissional, ao nível pessoal, social, cultural, lúdico e cívico (Novais,
2009), aperfeiçoando o ser humano em muitas das suas dimensões. Paralelamente, o
desenvolvimento cognitivo só é possível mediante um intermediário experiente, isto é,
perante uma experiência de aprendizagem mediatizada (Cruz, 2008). Assim a
interacção com as novas tecnologias através de um mediador, resultam num contínuo
potencializador do desenvolvimento humano, na medida em que, quanto mais
desenvolvidas as capacidades cognitivas, maiores serão os benefícios e
conhecimentos retirados das novas tecnologias, facilitando as novas aprendizagens
(Sternberg & Grigorenko, 2003) que, por sua vez, promovem o desenvolvimento
cognitivo.
' - Ciclo do desenvolvimento tecnológico e cognitivo.
0
/71a
- ) )1
É nítida uma evolução do conceito da evolução ao longo dos anos, bem como ,
as implicações que esse possa trazer. É observável uma mudança quase de
53
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
54
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
O ser humano, nesta teoria, surge como uma rede sistémica de interacções,
formada por factores biogenéticos, culturais e emocionais. Esta rede implica que o
organismo seja um sistema mutável, onde o rendimento e performance não é pré-
determinado, mas variável. Nesta perspectiva os processos cognitivos são entendidos
como processos de auto-regulação dinâmica, capazes de responder às inte rvenções
externas (Silva, 2006), como mecanismos que transformam e alteram os outputs,
possibilitando aos indivíduos a compreensão da realidade, a movimentação na
realidade e o poder de alterar essa mesma realidade .
Tomando o princípio que a nossa cognição é modificável, isso implica que , por
um lado, os testes de avaliação comuns estão limitados e , por outro, é possível
determinar até que ponto eles são modificáveis, isto é, mais que avaliar o estado
55
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
actual dos nossos processos cognitivos (não tendo este muito relevância , visto que
está em constante mudança), é possível avaliar o potencial de aprend izagem que é
designada por ! #$>I (Sternberg & Grigorenko, 2003).
0a -
Uma das consequências inevitáv eis da homogeneização do ensino é o
progressivo desinvestimento da criatividade a partir do 1º ciclo de ensino básico
(Albuquerque 2001). Ao mesmo tempo , o ensino formal pode promover o conformismo
e condicionar o desenvolvimento dos processos criativos, porque a informação a partir
de certo nível pode tornar -se irrelevante, levando o indivíduo a optar pela formação ou
pela criatividade (Morais, 2001). Per ante isto, é fácil perceber que muito do potencial
humano é desperdiçado na escola como consequência da sua estrutura retrógrada e
dos seus projectos educacionais que ambicionam o futuro e ensinam o passado
(Pereira, 1996).
56
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Alencar (2007) propõe que o ensino criativo deve -se focar essencialmente em
5 pilares: competências do pensamento criativo, como a fluência, flexibilidade e
originalidade; atributos da personalidade que favorecem a criatividade, como a
iniciativa, independência, autoconfiança, persistência, flexibilidade entre outros;
promoção de clima psicológico que apoie a criatividade, como confiança na
competência e capacidade de cada pessoa, apoio à expressão de novas ideias,
incentivos à produção criativa, implementação de actividades que favoreçam a
produção criativa; redução dos bloque ios à criatividade, evitando prá ticas pedagógicas
inibidoras da produção criativa e domínio das técnicas e conhecimentos por parte dos
professores.
57
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
encontrar na vida académica e quotidiana (Prandi, Neves, Gouveia & Hoeppner, 200 7)
desenvolvendo as competências criativas dos alunos e professores, alterando a forma
de pensar, contribuindo para a compreensão do alun o, sendo valorizado pelas suas
questões, ideias e produções (Alencar, 2007), invés de ser punido quando questiona
ou pensa de forma distinta dos restantes.
0
1)+,
8
71
O ensino focado na resolução de problemas surge na América do Norte,
especificamente no Canadá, na década de 60 do século passado, associada a
currículos de ciências da saúde. Surgiu em resposta à incompatibilidade da rápida
evolução de informação e das novas tecnologias com o ensino tradicional, que ao
contrário do ensino baseado na resolução de problemas, focava -se fundamentalmente
sobre os conhecimentos aceites no momento, não desenvolvendo as co mpetências de
aprendizagem ao longo da vida, conduzindo inevitavelmente a uma rápida
desactualização (Loureiro, 2008) e consequentemente ao insucesso.
Por outro lado , o ritmo acelerado das mudanças, tem como consequência, um
mercado de trabalho em constante alteração, bem como , uma alteração das funções
58
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
de cada uma das profissões. O ser humano observa assim o mundo em constante
mudança numa velocidade crescente e é ³obrigado´ a situar -se, compreender e
transformar esse mundo (Loureiro, 2008). A resolução de problemas surge assim com
um duplo papel. P or um lado, fornece ferramentas ao ser humano para se situar,
compreender e transformar o mundo que o rodeia, por outro lado, possibilita mobilizar
o próprio conhecimento das diferentes disciplinas para situações novas que
eventualmente lhe possam surgir (Lopes, 1994).
59
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
60
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
61
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
D a
62
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
aÃ
Ã
+%(
!
$#
Após o enquadramento teórico da investigação, apresentaremos neste capítulo
os elementos referentes à metodologia relativa ao estudo empírico. A pós a definição
do que se pretende, far -se-á a caracterização da amostra e dos procedimentos, uma
breve descrição dos instrumentos de avaliação utilizados e a consequente análise de
dados e os seus efeitos. Em suma, quatro serão as questões orientadoras deste
capítulo: 7'C desta investigação; 7' foi aplicada; 7'C e
conduzida a investigação propriamente dita.
63
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
64
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
¦ a
*%$)&'
$
(
,
&'
Toda a investigação tem um objectivo. O objectivo deste estudo, tal como
qualquer estudo em psicologia na perspectiva cognitivista, prende -se em termos gerais
com o ?A as pessoas percebem, apreendem, recordam e pensam sobre a
informação (Sternberg, 2008 ). Este objectivo geral da psicologia cognitiva, apesar de
claro, parece muito extenso nas áreas de aplicação. Assim , o objectivo deste estudo
partiu do objectivo geral da psicologia cognitiva, convergindo para algo fundamental e
basal de todo o humano (Freire, 1993), a educação.
Este estudo surge assim, numa tentativa de unir estes três princípios
anteriormente descritos. A revisão bibliográfica apresentada no enquadramento teórico
sustenta a pertinência deste estudo e das questões de investigação através das quais
se pretende questionar realidades que desconhecemos ou que queremos
65
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
07> -
)
Os objectivos deste estudo orientam -se de forma a irem de encontro às
questões de investigação anteriormente descritas. Nesta fase , pretende-se definir os
objectivos face às questões enunciadas. Serão então descritos o objectivo geral e os
objectivos específicos deste estudo.
7> -
1. compreender os efeitos da implementação de um programa e -
learning de desenvolvimento cognitivo com base na matemática numa turma de 8º ano
de escolaridade.
66
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
7> -
8?/
.
0 )+,
@8:
Considerando a questão de investigação e os objectivos, definiu -se um conjunto de
hipóteses, baseadas na compreensão dos efeitos do programa entre as variáveis
existentes:
½ a
%&'(
A amostra é descrita como um ³ '2' ' ' #$''
'
'2 7' 5 ' ' #$A (Fortin, 1999, p.203).
Sem esquecer os princípios éticos, a constituição da amostra teve iní cio com a
solicitação de uma autorização ao concelho executivo, ?&' !
@
'#
5 ' F J 7' ' 5 #$
! 6 ´ (Bell, 2004, p.53), mediante um documento escrito,
mencionando o tema, objectivos e instrumentos que iria utilizar.
67
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
0a A+,
Ã
Com o objectivo de conhecer a amostra constituída por 10 alunos da Escola EB
2,3 Conde de Vilalva e m Évora, foram estudadas as seguintes variáveis
independentes: género, idade e nível sócio -economico.
68
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
â
%(
69
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
0$
-
?
A Bateria de Provas de Raciocínio 7-9 (anexo 8) é constituída por cinco provas:
a prova de raciocínio abstracto (Prova RA - analogias figurativas com 5 o pções de
resposta alternativas); a prova de raciocínio verbal (Prova RV - analogias com
palavras contendo 5 opções de respost a alternativas); a prova de raciocínio mecânico
(Prova RM ± problemas mecânicos contendo 4 o pções de resposta alternativas); a
prova de raciocínio espacial (Prova RE ± exercícios onde as faces de um cubo giram,
tendo 5 opções de resposta alternativas) e a pr ova de raciocínio numérico (Prova RN -
séries de números com dois dígitos a completar). É intuito da bateria, a avaliação dos
processos de inferência e aplicação de relações entre elementos (raciocínio) , tomando
a singularidade do conteúdo dos itens em cad a uma das cinco provas (figurativo-
abstracto, verbal, mecânico, espacial e numérico).
0
a -
Este estudo envolveu a avaliação da criatividade , que incluiu a utilização dos
subtestes da forma A retirada de Oliveira (2007) ( anexo 4) do teste de pensamento
criativo de Torrance (TPCT). Esta opção baseou-se por este ser o instrumento mais
utilizado e referenciado na investigação da criatividade.
70
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
0 1 Ã)
0
)@
As escalas de Susan Harter de auto -conceito (anexo 6), surgem como as mais
frequentemente utilizadas em vários estudos e na prática psicológica em Portugal,
quer na versão de criança (Pictorial Scale of Perceived Competence and Social
Acceptance for Young Children), seja nas suas versões para pré -adolescentes (Self -
Perception Profile for Children) e adolescentes (Self - Perception Profile for
Adolescents), também são conhecidos vários trabalhos conduzidos por equipas de
71
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
& 0
01 B)
a
-
a -
7 3 C aa
Apresentaremos, neste ponto, uma sistematização da informação teórica que
originou e fundamentou a construção do programa (PEECCM), assim como, os
principais contornos dess a construção. Nesta linha e de uma forma resumida,
começaremos por apresentar a investigação realizada acerca da cognição, em
específico sobre a criatividade e resolução de problemas e de que forma o e -learning
surgiu como forma mais indicada para ter como base este programa. Apresentam -se
também as estratégias e os objectivos que o programa visa atingir.
72
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Uma outra razão que vai de encon tro à construção deste programa , prende-se
com a progressiva e inequívoca importância da educação cognitiva na educação
actual, visto ser cada vez mais evidente que, para uma aprendizagem eficaz temos
que nos focar nós pré -requisitos inerentes a esta, invés de nos focarmos nos diversos
conteúdos. O programa ao focar-se na criatividade e na resolução de problemas e ,
tendo em conta que o ser humano com as suas dimensões tem continuamente de
superar obstáculos e resolver problemas, não apenas a um nível académic o, mas,
profissional, social e emocional, surge como utilidade transversal a todas as suas
dimensões.
73
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
74
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
75
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Na
' ¦ podem observar-se as diversas abrangências das dimensões
anteriormente referidas, bem como as sub -dimensões implicadas, onde a criatividade
surge na convergência de todas as dimensõ es. Como se de uma hierarquia se
tratasse, onde a auto -estima/confiança surge como o mais importante, seguindo -se o
humor, a sensibilidade, a imaginação e a motivação/ curiosidade. Por último , surgem a
flexibilidade, a fluência, a originalidade e a elaboração.
76
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
77
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
ù
(
De seguida iremos descrever todos os procedimentos seguidos para se poder
efectuar este estudo e garantir a sua qualidade em termos éticos e deontológicos .
78
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
matéria que estava a ser leccionada nas aulas de matemática. Durante a aplicação , o
investigador estava presente, servindo de ³guia´ e esclarecendo algumas dúvidas
referentes ao programa. Fazendo 2 sessões com a mesma aplicação permitia que
pudessem pesquisar na internet, bem como , esclarecer alguns aspectos via internet.
+,
8
8
79
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
80
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
81
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
A
-$
%'
%$
Desenvolvemos a análise e discussão de resultados sustentada pela revisão
teórica apresentada na primeira parte do trabalho. O objectivo já mencionado,
pretendeu dar resposta às questões de investigação junto da amostra seleccionada.
Para o tratamento dos dados obtidos, realizou -se uma análise estatística
apoiada no programa estatístico SPSS (Statistic Package for Social Sciences). A
análise e interpretação dos dados decorreu mediante um conjunto de hipóteses e
objectivos bem definidos. Por forma, a dar mais consistência à interpretação dos
dados recorreu-se à análise e interpretação dos resultados em função do
enquadramento teórico, por permitir uma descrição mais objectiva (Silva & Pinto,
1989).
)
/+
85
-
/)+,
82 0 8:0
82
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
mesmos sujeitos e, também por não existirem condições para a aplicação dos testes
paramétricos, visto que , testámos previamente a normalid ade com o teste de Shapiro -
Wilk (Martinez & Ferreira, 2008), podendo consultar o mesmo em anexo.
*)
0 )
/+2
?-1
85
a
-
Pré-teste Pós-teste
Z
Variável Média Desvio Média Desvio
Padrão Padrão
BPRA 9,1 5,1 10,2 4,2 -2,232*
BPRV 7,3 3 8 2,6 -1,276
BPRM 7,8 2,7 8,5 2,4 -1,633
BPRE 5,5 3,5 6,7 2,7 -2,360*
BPRN 5 4,3 5,6 3,8 -1,276
Raven 34,6 9,5 35,6 7,1 -0,774
*- p0,05 BPR- Bateria de provas de raciocínio (A- abstracto, V- verbal, M-
mecânico, E- espacial, N- numérico); Raven- Matrizes Standard de Raven );
)
/+
85
-
/)+,
82 0 8:0
83
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
*)
D )
/+2
?-1
85
a -
Pré-teste Pós-teste
Variável Média Desvio Média Desvio
Padrão Padrão Z
TorV1 2,5 1,4 3,1 1,5 -1,561
TorV2 4,4 3,2 6,4 4,2 -2,047*
TorV3 3,4 3,4 3,9 3,1 -1,155
TorF1 3,6 1,6 3,2 1,9 -0,408ª
TorF2 6,7 1,7 6,3 2,4 -0,857ª
TorF3 20,6 4,8 25,1 8,5 -2,018*
*- p0,05 ( Tor- teste de pensamento criativo de Torrance (V - subteste verbal,
F- subteste figurativo)
)
/+
)
0
/)+,
82 0 8:0
84
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
*)
0 E1
F
)
0
Teste Z
SH Geral -1,294
SH_CE -1,289
SH_AS -0,368
SH_CA -0,272
SH_AF -1,095
SH_AR -1,342
SH_C -1,841
SH_AI -0,136
SH_CLM -0,552
SH_CM -2,207*
* - pÕ ; SH_CE - competência escolar; SH_AS - aceitação social; SH_CA -
competência atlética; SH_AR - atracção romântica; SH_C - comportamento;
SH_AI - amizades íntimas; SH_CLM - competência língua materna; SH_CM -
competência em matemática.
)
/+
1/)+,
82 0 8:0
85
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
*)
D E1
F
1
Variável Z
Componente Cultural -2,295*
Componente Cientifica -2,136*
Componente Tecnológica -0,171
Média Total Ponderada -2,098*
*(p 0,05)
),
)1
/+
85
-
/)+,
82 0 8:0
86
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
/+
85
-
/)+,
820 8:0
/+
)
0
/)+,
B)
-
-
/+
85
1 /)+,
B)
-
-
87
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
88
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
aa
89
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
A matemática, por sua vez, surge como um dos ³meios´ mais adequado, indo
de encontro com a educação cognitiva, devido à fácil integração de actividades de
promoção de competências como a criatividade e a resolução de problemas nos seus
conteúdos. A matemática revela-se também a base de várias ciências, além de que ,
representa uma das disciplinas que em Portugal os alunos, possuem um desempenho
mais baixo.
90
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Um ensino para a diversidade não deve assumir que todas as crianças sabem
o mesmo, mas que são diferentes e, deve então, ir ao encontro destas diferenças
(Hargreaves, Earl & Ryan, 2001 ). Só respeitando as diferenças se pode maximizar as
potencialidades individuais (Crahay, 2002).
Claparère esclarece ?F ! =
!' F '5 A onde não há rendimento , ou este não é
proporcional ao esforço, provocando desalento (Claparère, 1920 , apud Crahay, 2002).
Então, perante a sociedade actual em contaste mudança, global e sem fronteiras , é
evidente a previsão de uma enorme diversidade, não apenas a um nível cognitivo,
mas também a um nível intercu ltural (Bizarro & Braga, 2009).
91
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
2007). Esta deu origem a uma revolução, alterando estilos de vida, de co municar, e
até mesmo, de aprender e ensinar (Vieira, 2008).
As novas tecnologias integram cada vez mais o sistema educativo, visto que ,
potencializam o desenvolvimento humano (Taveira & Silva, 2008) e estão cada vez
mais associadas ao progresso humano e ao desenvolvimento cognitivo e sócio -
afectivo (Viseu, 2003). Com estas, surge a internet, considerada um suporte para o
desenvolvimento humano, não apenas ao nível profissional, mas também ao nível
pessoal, social, cultural, lúdico e cívico. Constituindo ainda um instrumento de trabalho
essencial, surge então , a necessidade de integrar a internet na educação (Novais,
2009).
92
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Para que isso fosse possível, inicialmente houve uma grande pesquisa, ao
nível teórico, sobre a criatividade e a resolução de problemas, de fo rma a conhecer
como os promover e, a entender também, como estes se integravam nos conteúdos
matemáticos, para a construção do programa e -learning, focado na resolução de
problemas e criatividade através dos conteúdos matemáticos.
Ainda ao nível da educação, como foi possível verificar uma melhoria nas notas
finais no momento pós -teste, torna-se evidente a necessidade de uma educação não
93
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
)
) )
Outra proposta poderia passar por fazer um estudo semelhante, mas, em vez
de se focar nos conteúdos da matemática, focar-se noutros conteúdos de âmbito
oposto, como o português ou a história.
94
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Almeida, L.S. (1992b). ! " 6 > M 0 ' . Braga:
Edipsico.
Almeida, L.S. (1992a). ! " 6 Vila Nova de Gaia: Edipsico .
Almeida, L.S. (1995). Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial (BPRD). In, L.S.
Almeida, M.R. Simões , M.I. Gonçalves (Eds.), !
'
(pp.19-28) Braga: APPORT.
Bárrios, A. & Ribeiro, J.O. (2003). . ! = ! = 0 . Lisboa:
CIED.
95
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Bizarro, R. & Braga, F. (2009). /' #$ % ' ' = . C '
'
. C '' ' MB ! #$ *6
'
/
. DEPER (Coord.), Actas da conferência Estudos em Homenagem ao
Professor Doutor António Ferreira de Brito . Universidade do Porto (CD-ROM).
96
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Crahay, M. (2002). 8 / Q' / 5R Lisboa: Instituto Piaget.
Cyrulnik, B. (2001). "C M / ' '#$ &' .
Lisboa: Instituto Piaget.
Francisco, M. (2008). Contributos para uma educação online inclusiva: estudo aplicado
a casos de cegueira e baixa visão. > #$ 0
/
. Universidade Aberta .
Freire, P. (1993). /' #$M/ . São Paulo: Cortez Editora .
97
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Gall, M.D.; Borg, W.R. & Gall, J.P. (2006). /' " & (8ª Ed.). White
Plains, NY: Longman.
Gama, A., Medina V., Fernandez A. & Sarmiento J. (1994). Implicaciones cognitivas de
las herramientas case y la creatividad en el aprendizaje de ingenieria de software. In,
J. Ponte, D. Rodrigues, A. Machado (Org.), %%.
%
%8 /' #$ , (pp. 343-357). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian .
Gallo, J. (2000). . ! * ' % Q'!. São Paulo: Arte Ciência .
Gomes, C.M. (2002).
' . '#$ 0 .& . Porto
Alegre: Artmed Editora.
Hargreaves, A., Earl, L. & Ryan, J. (2001). Ensino e aprendizagem . In, A. Hargreaves,
L. Earl, & J. Ryan (Eds.), /' #$ 0' # M "!
2! =(pp.171-192). Porto: Porto Editora.
Holmberg, B. (1995). &< > /' . New York:
Routledge.
98
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Kong, S. (2007). Cultivating Critical and Creative Thinking Skills In, A. Tan (Ed.),
. ! <M 3 S & = 9 ¦):. Singapore: World Scientific
Publishing Co. Pte. Ltd.
Martinez, L.F. & Ferreira, A.I. (2008). 8> M .
(2ª Ed.). Lisboa: Escolar Editora.
Morais, M.F. (2001). >#$! #$ . ! MN
!
Braga: Universidade do Minho Instituto de Educação e Psicologia.
99
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Nickerson, R. (1994). The teaching of thinking and problem solving. In, R. Sternberg
(Ed.), 3 S .
M&S
!
(pp.409-
450). London: Academic Press.
Polya, G. (2006). "! (2º Ed.). Rio de Janeiro: Editora
Interciência.
Prandi, L.R., Neves, A.B.; Gouveia, L. & Hoeppner, M.G (2006). A Importância da
Criatividade na Educação. S "! .C 3' NB%" ,
14(2), 51-53.
100
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Prieto, M.D.; Ferrando, M.; Bermejo, M.R. & Fernandiz, C. (2008). Inteligências
Multiples: Evaluar y desarrollar. In, A. Candei as, L. Almeida, A. Roazzi & R. Primi
(Coord.), %
C M >#$ 'C K # .
(pp.255-281). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Provin, S. & Agronionih, N. (2008). "'#$ >!$ /' #$
% . Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões.
Puga, M. (2007). Processo colaborativo so bre e com TIC na escola. In, A. J. Osório &
M. Puga (Coord.),
% #$ . ' #$ / = (pp. 7-
33). Braga: Candeias Artes Grá ficas.
Puccio & Mathers. (2007). Enhancing Thinking and Leadership Skills through Creative
Problem Solving. In, A. Tan (Ed.), . ! <3 S & , (pp.281-303).
Singapore: World Scientific Publishing .
Pretz, Naples & Sternberg. (2003). Recognizing, Defining, and Representing Problem.
In, R. Stenberg & J. Davidson 9/ := & <&
< !
= (pp.3-31).
Cambridge: Cambridge University Press .
Quivy, R. & Campenhoudt, L. V. (2003). 0 ' %!
#$.C .
Lisboa: Gradiva.
UNESCO. (1994). > #$ /7' #$ V
B /' ! / Lisboa: Instituto da Inovação Educacional .
Restrepo, C.M. & Restrepo, J.T. (1994). Las Tecnologías en la Educación. In, J.P.
Ponte, D. Rodrigues, A. Machado (Org.), %% .
%
%8 /' #$ , (pp.156-179). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
101
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Starko, A.J. (2005). . ! < & . M & ''
& . New
Jersey: Lawrence Erlbaum Associ ates.
Sternberg, R.J. (2007). Creativity as a Habit. In Tan, A. (Ed.) . ! <M 3 S
&9 ¦):. Singapore: World Sci entific Publishing.
Sternberg, R. & Grigorenko, E. (2003). /! ' >I M B ' 5 <
5 2 . Buenos Aires.
Sternberg, R.J. (2006). Introdution. In, R. Sternberg & J. Kaufman (Ed.), &
% 3 S. ! =(pp.1-10). Cambrige: Cambridge University Press .
102
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
Taveira, M.C. & Silva, J.T. (2008). O uso de tecnologia na intervenção vocacional:
implicações para a teoria e prática. In, M. C. Taveira, J. T. Silva (Coord.),
H ! % !#$ , (pp. 93-139). Coimbra: Imprensa da
Universidade de Coimbra.
Wechsler, S.M. (2008). . ! M>/ 2 . Campinas: Gráfico e
Editora Ltda.
Wechsler, S.M. & Nakano, T.C. (2002). Caminhos para a avaliação da criatividade:
perspectiva brasileira. In, R. Primi (Org). ! #$
= (pp. 103-
115). Campinas: IDB.
Wharton, J. (1999). .
. ! < . Washington: Axiom Architecture .
103
Universidade de Évora Mestrado em Psicologia da Educação
104
_________________________________________________________________________________________Anexos
Ã
civ
_________________________________________________________________________________________Anexos
*.
(
/
a
u
u
u
u
u
u
!
u
u
!
"
u
u
u
u
u
cv
_________________________________________________________________________________________Anexos
u
"
!
"
u
u
$
u
$
!
u
u
u
%
"
#
u
"
#
#
!
%
%
$
%
cvi
_________________________________________________________________________________________Anexos
*¦.
$%&'
$
(
"
$ &
!"
"
!
u
"
"
"
!
"
%
"
!
"
#
#
$%
!
u
&'
(
)
%
*
)
*
!"
cvii
_________________________________________________________________________________________Anexos
cviii
Anexos
*½
($
01 2$34
&
#
ËË - #
Ë.Ë-
Ë./Ë
!
Ë
Ë0.
Ë!
Ë!0-
#
ËË!.
#
Ë00
#
#
ËË/
#
!
#
! ËË/1
u
&
u
u
ËË
u
!
u
! Ë !!
u
! Ë /
$
Ë. $
Ë.1!
(&