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IV Congresso de História da Arte Portuguesa

CALL FOR PAPERS 19 de Setembro 2011 / 29 de Fevereiro 2012

Maria de Fátima Lambert


Licenciatura Filosofia, Mestrado Filosofia Contemporânea/Estética e Doutoramento
Estética (Faculdade de Filosofia de Braga | Universidade Católica Portuguesa)
Profª Coordenadora em Estética e Educação na Escola Superior de Educação /
Instituto Politécnico do Porto
Rua de Gondarém, 732 – 3 | 4150-373 Porto (endereço pessoal)
Tlmv. 916631041
mfatimalambertaasa@gmail.com

SS 7 - Historiografia e crítica da arte em Portugal

“Estética de Almada Negreiros: Mestres e Fundamentos filosóficos”

Resumo:
Almada Negreiros ocupa um lugar incontornável na historiografia da arte e do
pensamento estético português no séc. XX. Na sua obra ensaística, dramatúrgica e
poética, reconhecem-se a legitimidade estrutural e a lucidez de pensamento polimorfo
— desde as especulações mais pessoais às referências a autores inquestionáveis.
Assim, cumpriu seu escopo, quanto à enunciação de um saber constitutivo da
Humanidade, irrefutável, imanente à tradição ocidental filosófica e literária. Embora
recusando o ensino, em sentido formal e académico, Almada celebrou os seus
Mestres, convincentes e de que estava convicto, deles retomando elementos
conciliadores e promotores para suas doutrinas sobre:
- a necessidade da modernidade;
- a urgência da assunção da Pátria e redenção da nacionalidade, provando que
a herança dos portugueses, radicava numa cultura “essencialmente visual”
marcada pela ancestralidade grega, para acompanhar o desenvolvimento
europeu do séc. XX;
- a remissão da origem da Humanidade;
- o retorno à genuinidade do Humano no mito e na cronologia;
- a assunção da pessoa humana individual na multiplicidade de suas exigências
éticas, sociais, antropológicas e estéticas;
- as mais herméticas convicções sobre o Homem pela primazia da “vista”.
Evidencia-se a pregnância do conceito de pessoa, desde o início na obra, suscitando
formulações sucessivas, susbsumadas em abordagens complementares.
Almada configurou a sua definição conceptual, transformou-a: de preocupação
tendencialmente egóica e performática, indissociável da colectividade, no social;
acresceu-lhe a acepção cosmológica de pertença à Humanidade, no Universo; trouxe-
lhe dos primórdios míticos do pensamento, a radicação arcaica no Todo; conformou-a
em cânone; desocultou-se em criação poética, ganhando unidade na pluralidade
oposicional.
A problemática estruturada na definição da pessoa individual humana como
necessidade no artista constata-se quer na produção ensaística, quer na dramaturgia,
e culmina num outro conceito fundamental — o Ver, elaborado num processo
consolidado, desde os princípios mítico-poéticos à racionalização crescente dos pré-
socráticos, a Platão e Aristóteles, acompanhando a filosofia e a história ao longo das
metamorfoses da humanidade — de acordo com tradição hermética da arte —
processo conciliável à emergência do conceito de Modernidade (talvez motor iniciático
desta procura) transposto para o “arcaico”, como propedêutico da linguagem
universal, na maturidade criativa do próprio Autor.

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