Instituto de Arte e Comunicação Social | Departamento de Cinema e
Vídeo Animação | GCV00136 | C1 Profº.: Antônio Moreno – monitor: Gabriel Alves Curso: Cinema e Audiovisual – Bacharel | 2º período Aluna: Ana Carolina Salmont Rodrigues | Matrícula: 117057013
Resenha de animação – A experiência brasileira
A definição de animação surge na França, em 1961, pela Associação Internacional de Filme de Animação. Os meios de registrar a imagem sem ser pelo registro automático, ou seja, sem a utilização da tomada direta, e é isso que define o que é uma animação. Além desse teor técnico que a animação traz, também contém uma dimensão de irrealidade e descontinuidade não perceptíveis, com uma mise-en-scène que não é real mas tem uma verossimilhança e conexão com o público diferente que um filme com pessoas. Existem diversas modalidades para gravar um filme de animação, que ditam a facilidade da manufatura dos personagens, o formato e lugar de transmissão. A animação de bonecos ou marionetes apresentam uma falta de suavidade nos bonecos que era o que o tornava interessante; a animação de pessoas seguia o ideal de cada pose um quadro, onde o seu movimento era estudado para a criação de imagens em sequência; a animação de objetos trazia uma ambientação de papelaria, com barbantes, papel, lego e coisas se movendo; a animação com carvão e massa de modelar se assemelha a animação de objetos por também trabalhar com fotografia quadro-a-quadro, mas a diferença é pelos materiais usados para criar a animação. A animação com a repetição dos movimentos em montagem é feita com pessoas reais e um trabalho grande com a iluminação e as questões técnicas da fotografia, para criar um efeito diferente. A animação de recortes usa também esse ar de papelaria, a tela de alfinetes com desenhos recortados se mexendo, a animação encravada direta na película, o desenho animado que era feito com filme ao vivo e, não menos importante, o desenho animado. No desenho animado, aqueles feitos para a TV, como os primeiros Tom e Jerry e Pica-Pau. Eles eram desenhados no papel manteiga, primeiro as partes que não se mexem tanto, os membros e, por último, os cenários. Esses desenhos eram pintados com uma tinta específica para não manchar a folha ou a mesa de filmagem e depois da tinta seca, o desenho era limpo para não ter gordura ou outras manchas. Outra questão importante de ser mencionada são os fotogramas ou quadros. Porque para criar uma animação bem fluída, são necessários 24 fotogramas por segundo. Isso por causa da ideia do movimento e a persistência retínica que existe nos nossos olhos, já que é a medida exata para que as imagens permaneçam no fundo dos nossos olhos, a chamada inércia do movimento. Essa é a principal ilusão ótica da qual o cinema se nutre, trazendo uma mobilidade aparente das coisas que, na verdade, são imóveis. O som também é um debate possível, porque ele pode ser gravado tanto inicialmente quanto ao final do processo, apesar do mais prático e conveniente é gravar os diálogos e ruídos antecipadamente, ou ter uma decupagem de som bem-feita e detalhada, além de cronometrada, já que desta forma é melhor para saber o movimento de fala e geral do personagem, proporcionando uma sincronia para o filme que o torna mais agradável de se ver, ou pelo menos melhor que a tradução simultânea do Oscar. Isso é chamado de pré e pós- sincronização, e é feita a leitura do som, a gravação antes da execução do filme, com os ruídos, narração e música, além de fazer um mapa de “batida da música”, para saber com a ocupação de sílabas, para encaixá-lo no fotograma e desenhos de fala. Para fazer isso, você pode usar uma bachita, que é um formato de deixar mais fácil essa leitura de som. Para fazer uma animação, é necessário também de alguns instrumentos para realizar a filmagem, principalmente as mesas. Era útil ter uma mesa apenas para desenhar, a chamada “mesa de animação”, que tem uns pinos e uma matriz que permite o desenho ficar fixo e bem dividido para você saber exatamente onde fazer quais pedaços do desenho. O mapa de filmagem é o formato que você usa para saber quantos desenhos fazer, quais os posicionamentos necessários, como você vai fazer cada desenho e outros detalhes de um fotograma. Para a efetiva filmagem ou a hora de tirar as várias fotos seguidas, você vai usar uma truca ou mesa de filmagem. Ela tem uma câmera posicionada em cima dela e deve estar num lugar que não permita a luz natural, por causa das nuances que proporciona. A truca tem vários suportes que te permitem a movimentação dos desenhos de uma forma mais fácil. Com a computação gráfica, é mais prático realizar um filme de animação. Além de suprimir as necessidades de produção inicial, como os desenhos, os instrumentos e as mesas e acessórios podem ser resumidos no computador, ele também mudou um pouco a conceituação do que é cinema de animação. A Associação Internacional de Animação da França alega que toda criação cinematográfica realizada imagem-por-imagem é uma animação. Essa nova definição tem um teor muito mais mecânico, e, para citar a ASIFA em 1985, “a arte da animação é a criação de imagens em movimento através da manipulação de todas as variedades de técnicas excluindo os métodos do filme de tomada direta, ou seja, de ação ao vivo (live action)”. Essa técnica de simulação que esteve sempre ligada às artes plásticas com diretores de arte, cenaristas e animadores estão a cada dia mais tecnológicas, e existem cada dia mais, diferentes formas de praticar. Vale mencionar também Norman McLaren, um dos pioneiros no cinema de animação, que criou diversos filmes com diferentes materiais, como Neighbours, feito em pixalização, ou Pas de Deux, Line: Horizontal e Opening Speech.
Bibliografia http://www.imdb.com/name/nm0572235/bio?ref_=nm_ov_bio_sm, outubro, 2017 Moreno, Antônio. A experiência brasileira no cinema de animação. p.08-26, Rio de Janeiro, 1978 + texto de 2010