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COMO AVANÇAR OS ALUNOS POR NÍVEIS DE ESCRITA?

ESCRITA PRÉ-SILÁBICA
PRIMEIRO NÍVEL - PRÉ-SILÁBICO I – INDIFERENCIADO
Nesse nível o aluno pensa que se escreve com desenhos. As letras não
querem dizer nada para ele. A professora pede que ele escreva “bola”, por
exemplo, e ele desenha uma bola, rabiscos, garatujas.
SEGUNDO NÍVEL - PRÉ-SILÁBICO II – DIFERENCIADO
O aluno já sabe que não se escreve com desenhos. Ele já usa letras ou, se não
conhece nenhuma, usa algum tipo de sinal ou rabisco que lembre letras.
Nesse nível o aluno ainda nem desconfia que as letras possam ter qualquer
relação com os sons da fala. Ele só sabe que se escreve com símbolos, mas
não relaciona esses símbolos com a língua oral. Acha que coisas grandes
devem ter nomes com muitas letras e coisas pequenas devem ter nomes com
poucas letras. Acredita que para que uma escrita possa ser lida deve ter pelo
menos três símbolos, caso contrário, para ele, “não é palavra, é pura letra”.
Não esquecer: quando a criança se encontra na hipótese pré-silábica precisará
despertar para os contextos nos quais a escrita é utilizada e entender,
principalmente, que a escrita representa os sons da fala.
Proponha situações de aprendizagens nas quais sejam possíveis aos alunos
desenvolverem as seguintes habilidades:
- Desenhar e escrever o que desenhou;
- Distinguir imagem de escrita;
- Distinguir letras e números;
- Memorizar palavras globalmente;
- Usar seu nome em situações significativas: marcar atividades, objetos, utilizá-
Io em jogos, bilhetes, etc.;
- Ouvir leitura feita diária pela professora e poder recontá-Ia;
- Ter contato com diferentes portadores de textos;
- Frequentar ambientes de leitura, tais como: Biblioteca, sala de leitura,
cantinhos de leitura;
- Reconhecer e ler o próprio nome em situações significativas: chamadas,
jogos, listas, etc.;
- Conversar sobre a função da escrita;
- Utilizar letras móveis para pesquisar nomes, reproduzir o próprio nome ou dos
amigos;
- Brincar de bingo de letras;
- Produzir oralmente histórias;
- Escrever espontaneamente;
- produzir textos coletivos tendo o professor como escriba;
- Aumentar o repertório de letras;
- Comparar e relacionar palavras;
- Produzir textos de forma não convencional;
- Identificar personagens conhecidos a partir de seus nomes, ou escrever seus
nomes de acordo com sua possibilidade;
- Recitar textos memorizados: parlendas, poemas, músicas, etc.;
- Reconhecer a letra inicial e a letra final;
- Apontar variações de quantidade de letras;
- Analisar palavras quanto ao número de letras, inicial e final;
- Completar palavras usando a letra inicial e final;
- Identificar letras e palavras em textos de conteúdo conhecido;
- Produzir textos pré-silabicamente;
- Observar a orientação espacial dos textos;
-Escrever listas significativas: Comemos no lanche? O que tem numa festa de
aniversário? Nosso material escolar? Temos na sala de aula? Bichos que
vemos pelo campo? Brinquedos favoritos? Nossos desejos? Rotinas da
escola? etc..
Sugestões de atividades com uso dos nomes dos alunos:
★ Listar o nome de todas as crianças no quadro ou em cartazes:
★ Fazer com que cada aluno identifique seu nome e, depois, o de cada colega,
para que eles percebam que nomes maiores podem pertencer às crianças
menores e vice-versa;
★ Classificar os nomes pelo som inicial, em ordem alfabética ou em galerias
ilustradas com retratos ou desenhos;
★ Criar e aplicar jogos com nomes (dominó, memória, boliche, bingo etc.);
★ Pedir para a criançada fazer a contagem das letras e o confronto dos nomes;
★ Confeccionar junto à eles gráficos de colunas com os nomes seriados em
ordem de tamanho (número de letras);
★ Repita essas mesmas atividades, utilizando palavras do universo dos alunos,
tais como: rótulos de produtos ou recortes de revistas (propagandas, títulos,
palavras conhecidas etc.);
Obs.: Desenvolver as atividades e fazer registros sobre os avanços e ou
dificuldades dos alunos na sua individualidade (observar no mínimo 03 alunos
por dia, conforme as atividades).
ESCRITA SILÁBICA
O aluno descobriu que as letras representam os sons da fala, mas pensa que
cada letra é uma sílaba oral. Se alguém lhe pergunta quantas letras é preciso
para escrever “cabeça”, por exemplo, ele repete a palavra para si mesmo,
devagar, contando as sílabas orais e responde: três, uma para “ca”, uma para
“be” e uma para “ça” dentro deste nível podemos identificar três fases
importantes:
→ quantitativo – para cada sílaba o aluno põe uma letra sem pensar na
correspondência sonora.
→ quantitativo – escreve para cada sílaba uma letra com correspondência
sonora. ex: para casa escreve “ca” ou “cz”.
→sílábico-alfabético – ora escreve as sílabas completas (simples) e ora usa
apenas uma letra para representá-la.
Não esquecer: para avançar para a hipótese alfabética a criança precisará,
principalmente, identificar palavras que começam com o mesmo som.
Proponha situações de aprendizagens nas quais sejam possíveis aos alunos
desenvolverem as seguintes habilidades:
Reconhecer a primeira letra das palavras no contexto da sílaba inicial;
-Comparar palavras memorizadas globalmente com a hipótese silábica;
-Contar o número de letra das palavras;
-Desmembrar oralmente as palavras em suas sílabas;
-Reconhecer o som das letras pela análise da primeira sílaba das palavras;
-Reconhecer a forma e as posições dos dois tipos de letras: Bastão e cursiva;
-Identificar palavras em textos de conteúdo conhecido (qualquer tipo de
palavra);
-Produzir textos silabicamente;
-Ouvir e compreender histórias;
-Completar palavras com as letras que faltam (observando que o número de
letras presentes, exceda sempre o número de sílabas da palavra).
ESCRITA ALFABÉTICA
O aluno compreendeu como se escreve usando as letras do alfabeto.
Descobriu que cada letra representa um som da fala e que é preciso juntá-las
de um jeito que formem sílabas de palavras de nossa língua, porém
inicialmente escrevem com fortes marcas da oralidade.
Alfabético 1
Se caracteriza pela hipótese de que, a cada vez que se abre a boca para se
pronunciar uma palavra, se escreve obrigatoriamente uma consoante e uma
vogal, nesta mesma ordem rígida. Ex: escada – SECADA
Alfabético 2
• A ordem “consoante-vogal” pode ser invertida.
• Às vezes, a sílaba tem somente uma vogal ou até duas.
• Às vezes, a sílaba tem duas consoantes, ou juntas ou separadas por vogal.
Ex: pro – PROFESSORA, jor – JORNAL.
Alfabético 3
• Constatação de que há sons que deverão ser representados por duas letras.
Ex: NH, LH, CH, RR, SS.
Alfabetico 4
• Processo no qual o aluno apresenta mais um conflito e outra descoberta, a de
que uma consoante pode ser desacompanhada de vogal.
Ex: PNEU, OBJETO, ADVOGADO.
Não esquecer: os alunos já escrevem alfabeticamente, mas muitas vezes
confundem alguns sons e sentem dificuldade na memorização de convenções
ortográficas e caberá ao professor fazê-los refletir quanto a isso. Observando
suas produções de textos é possível identificar facilmente essas dificuldades e
propor reflexões coletivas e ou individuais para que os mesmos avancem em
suas produções textuais. Lembre-se de sempre motiva-los a produzir seus
textos e apresenta-los ao grupo.
O que deve ser trabalhado nesse Nível?
Atividades que reforcem a compreensão da relação grafema-fonema (letra-
som) para que entendam a construção da sílaba como, por exemplo, alfabetos
cantados, bingos de letras, de rótulos, atividades com alfabeto vivo, atividade
com fichário dos nomes dos alunos;
Atividades que visem descolar a escrita da fala, como no caso das palavras.
CADIADO e KAVALU – as vogais E e O no final de sílabas átonas assumem o
valor sonoro de /i/ e /u/, por isso que se fala /cadiado/ e se escreve CADEADO,
fala-se /cavalu/ e escreve CAVALO, fala-se /leiti/ e escreve-se LEITE.
Atividades para trabalhar as convenções ortográficas, como: dígrafos orais (ch,
lh, nh, qu, gu, rr, ss, sc, xc) e nasais (am, an, em, en, im, in, om, on, um, un)
como na escrita da palavras “aranha” e “campo” e usos de letras que
representam o som /s/
Atividade para evitar a hipercorreção (no afã de acertar erra), como na escrita
da palavra CUECA escreve COECA.
Trabalho intenso de leitura de diferentes gêneros: leitura compartilhada,
silenciosa, em capítulos, em diferentes ambientes, por diferentes motivos, com
dramatização, com interpretação oral, sugerindo mudanças, criando versões,
recriando finais, introduzindo elementos, comparando narrativas, notícias,
enredos, propagandas, explorando rimas.
Produzir textos: coletivamente, em grupos, em duplas, sozinho, a partir de
imagens, de leituras, de situações, de questionamentos, de necessidades de
informar, divulgar, pesquisar, discordar, concordar, divertir, recontar, anunciar,
convidar.
Montar e explorar bancos de palavras e construir coletivamente as regras
ortográficas regulares, usar jogos de raciocínio para fixação destas regras.
Montar e explorar bancos de palavras com dificuldades ortográficas irregulares.
Organizar jogos com regras para memorização das mesmas.
Trabalhar revisão de textos produzidos coletivamente (grupos, duplas) ou
individualmente.
Trabalhar com a análise linguística de textos bem escritos.
Atividades de desenvolvimento da oralidade com posterior produção escrita.
Leitura de histórias e demais narrativas com posterior reconto oral e escrito.
DIAGNÓSTICOS DE ESCRITA
Inicial e para alunos não alfabetizados
Ditar uma lista de 4 (quatro) palavras (que não sabe de memória) sem apoio de
outras fontes e uma frase;
As palavras escolhidas não devem ter vogais em sílabas seguidas. Ex:
PETECA, pois o aluno tem dificuldades em repetir vogais, para escrita na
hipótese silábica – EEA;
A lista deve ser lida pelo aluno assim que terminar de escrevê-la;
Deve-se ditar 4 palavras começando por uma polissílaba, depois trissílaba,
dissílaba e monossílaba, isto é, numa ordem decrescente de sílabas, para
confrontar com a questão de que é necessário uma quantidade mínima de
letras para que algo seja escrito.
Alunos alfabetizados
Leitura de um texto pelo professor e ditado de 10 palavras. Para escolha
destas palavras é necessário ter alguns cuidados sobre as diferentes
configurações de sílabas:
V – só uma vogal. Ex: amigo
CV – uma consoante e uma vogal. Essa formação de sílaba é chamada de
canônica, por ser a mais visual de nosso sistema. Ex: loja
CVC – uma consoante, uma vogal e uma consoante. Ex: carta
CCV – duas consoantes seguidas de uma vogal. Ex: claro
CCVCC – duas consoantes seguidas de mais de duas vogais. Ex: transporte
CVCC – consoante, vogal, seguida de duas consoantes. Ex: perspicaz

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