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1. Atividade no Fórum
1. Objetivos
1. Pensar a importância de a escola ter múltiplos olhares para as crianças e jovens, em
suas perspectivas social, econômica e cultural.
2. Refletir sobre a escola justa que atende alunos pobres.
3. Reconhecer que a escola para todos deve reconhecer, respeitar os diferentes protagonistas da
educação básica, sejam alunos, professores e demais profissionais da educação.
2. Descrição da interatividade
1. Considerando os conteúdos estudados, discuta com seus colegas as seguintes questões,
apresentando suas considerações sobre elas no Fórum:
2. O que é uma "Escola Justa"? Justifique a sua resposta dialogando com o texto indicado para
esta unidade e quando possível, citando exemplos da sua vivência pessoal.
de diversas vertentes, e com receio de ter esquecido e simplificado outras questões, que
podem ser complementadas pelos colegas; são questões centrais para, na minha opinião,
montarmos um quadro e pensarmos em um contexto nacional uma “escola mais justa”,
mais próxima do nosso “real”, sem esquecermos nossas mazelas históricas.
1. As questões de raça: e de 4 milhões de escravos trazidos da África e a
manutenção do modo de produção escravista e um tardio processo de
industrialização. Se não reconhecemos, a crueldade e a desigualdade social a que
este povo foi abandonado, inclusive até à margem da própria História Nacional,
como se essa quisesse “olhar para o lado” e não reconhecer sua memórias. Hoje
essa desigualdade é representada em estatísticas de vítimas jovens mortas1 2 3. As
questões de imigração, mais atuais, mas postas e pertinentes neste viés da
questão social.
2. As questões de gênero4 5 6
: As mulheres ganharam muito espaço na educação,
nas matrículas, no término dos estudos regulares, ou seja o índice de
escolarização feminina é maior do que a masculina no Brasil. Mas, em outras
áreas as desigualdades, a violência e o assédio aumentaram. E ainda hoje em
algumas regiões onde o espaço da mulher é “do lar” e “não precisa estudar”
(estou pontuando essa fala, porque a ouvi de uma professora, falando de uma
aluna que não conseguia estudar porque o pai não deixava, há um mês atrás,
esta é uma questão real). Questões no plural, porque envolvem além da
disparidade real da mulher no mercado de trabalho, outras formas de violência e
discriminação relacionadas à escolha sexual dos jovens.
3. A questão social dentro da conjuntura econômica atual 7. Que é em última
instância produto da nossa história. Efeitos derivados de causas. O fechamento
de vagas de trabalho. Empregos que “desapareceram”, diante das novas formas
1 Disponível em:<http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/03/brasil-bate-recorde-no-numero-de-
homicidios-segundo-ipea.html> Acesso em: 16/11/2016.
2 Disponível em:<http://www.ipea.gov.br/igualdaderacial/index.php?
option=com_content&view=article&id=730> Aceso em 16/11/2016.
3 Disponível em:<http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36461295> Acesso em: 16/11/2016.
4 Disponível em:<http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/noticias/brasil-cai-para-82o-em-
desigualdade-de-genero-aponta-relatorio> Acesso em: 16/11/2016.
5 Disponível em:<https://nacoesunidas.org/unesco-violencia-de-genero-em-escolas-impede-milhoes-de-
alcancar-potencial-acad/> Acesso em: 16/11/2016.
6 Disponível em:<https://nacoesunidas.org/onu-feminicidio-brasil-quinto-maior-mundo-diretrizes-nacionais-
buscam-solucao/> Acesso em: 16/11/2016.
7 Disponível em:<http://www.valor.com.br/brasil/4582235/taxa-de-desemprego-sobe-para-112-no-trimestre-
ate-abril-nota-ibge> Acesso em: 16/11/2016.
Gestão e Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Básica 4
E o que tudo isso tem haver com nossa “escola mais justa”? Esses pontos
hoje, que os selecionei, porque são os mais fáceis de se fundamentarem se seguirmos as
diversas vertentes da mídia e institutos de estatística relacionados nas notas de rodapé e
referência bibliográfica, através de dados e registros históricos e de suas fontes,
formam um painel das desigualdades mais emergentes e contemporâneas que passamos,
e que também tem sua representação na história. E, seria possível pensar a “escola
justa” sem o viés da história? Ou a que história poderíamos nos referir?
Mas, na minha opinião, temos que ter claro, alguns parâmetros básicos de
desigualdade dentro da história para começarmos a pensar essa “escola justa”.
Dubet10, acrescenta questões muito pertinentes, dentro do quadro francês. Mas
para nós, temos que ter claro, afunilando para nossa realidade:
A questão da crise na educação, que não é prioridade das gestões de
governo, e que se materializam em pouco investimento, em treinamento, formação
de professores, valorização da profissão. E que se transformam em altos índices
de evasão escolar, nas péssimas condições de trabalho dos profissionais de ensino
público, na pauperização das condições físicas das escolas, na falta de boa gestão
do ensino público.
E dentro desse cenário que penso esta questão da “escola mais justa”,
levando em conta o argumento de Dubet, sobre a questão da meritocracia. Sobre
o quanto um aluno de condições sociais melhores, tem vantagem sobre um de
10 Artigo Digital - DUBET, F. O que é uma escola justa? Caderno Artigo de pesquisa, v. 34, n. 123, 2004.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v34n123/a02v34123.pdf>.
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Essas condições são determinantes na frequência do sucesso das classes mais bem
remuneradas, e na manutenção geral do “status quo”, não deixando de lado a
possibilidade de ascensão social, mas muito reduzida e mais seletiva.
São condições materializadas no espaço geográfico de onde esta família mora,
seja em um bairro de classe média ou em uma favela. Materializadas no tempo de
trabalho que os pais passam com os filhos, isso necessariamente é muito polêmico entre
os brasileiros, que as vezes “terceirizam” a criação dos filhos, dado à falta de tempo e a
necessidade de se ter um ou dois empregos. Isso nem citando as questão das mulheres
que tem além da jornada de trabalho tem “o emprego de casa” quando voltam.
O esforço necessário de um aluno de classe mais baixa economicamente ascender
11 Estou pontuando este exemplo porque ele foi postado e circula no Facebook. (N. do E.).
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em um bom emprego é muito maior, dado até a discriminação de onde ele mora. A
fundamentação deste parágrafo estou fazendo a partir da minha experiência como
assistente social e das falas que ouvi dos próprios jovens que moravam na favela de
Heliópolis em São Paulo nos anos de 2000 a 2003.
submetido, de não aprender a dialogar, com outros olhares além da manifestação do seu
próprio mundo. Como criar instrumentos para possibilitar uma escola mais justa? Esta
difícil questão passa por muitas instâncias. Desde a sala de aula, onde ela se
materializa, até as instâncias públicas. Mas não sejamos ingênuos, a quem interessa
isso? Formar um “pensador”, que seja mais ou menos crítico, ou ainda defenda o
sistema ainda vai. Formar um exército deles é inaceitável! Já temos nossa seleção.
Nossa sociedade não evoluiu muito em relação aos primatas. Somos totalmente
hierarquizados. E essa própria “hierarquização”, essa “seleção natural” da meritocracia
faz seus números.
Precisamos construir alternativas que ampliem acessos dos alunos, que ampliem
caminhos nas condições de desigualdade existentes, as condições de um estudo com
competência para o mercado de trabalho, mas também, precisamos formar cidadãos que
tenham a clareza do que é uma democracia, e que sejam capazes do diálogo! Que sejam
sensibilizados da sua força.
Ampliar caminhos e possibilidades dentro desse sistema meritocrático, como diria
o autor compensando as desigualdades.
Como era difícil no passado nós movimentarmos o “Congresso”! Hoje, basta um
twitter bem feito, que se propaga nas multidões. Novos tempos, novos mundos.
3. Referência Bibliográfica
1. Artigo Digital - DUBET, F. O que é uma escola justa? Caderno Artigo de pesquisa,
v. 34, n. 123, 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/cp/v34n123/a02v34123.pdf> . Páginas 539 a 555.
2. Disponível em:<http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/03/brasil-bate-
recorde-no-numero-de-homicidios-segundo-ipea.html> Acesso em: 16/11/2016.
3. Disponível em:<http://www.ipea.gov.br/igualdaderacial/index.php?
option=com_content&view=article&id=730> Aceso em 16/11/2016.
4. Disponível em:<http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36461295> Acesso em:
16/11/2016.
5. Disponível em:<https://nacoesunidas.org/unesco-violencia-de-genero-em-escolas-
impede-milhoes-de-alcancar-potencial-acad/> Acesso em: 16/11/2016.
6. Disponível em:<https://nacoesunidas.org/onu-feminicidio-brasil-quinto-maior-
mundo-diretrizes-nacionais-buscam-solucao/> Acesso em: 16/11/2016.
7. Disponível em:<http://www.valor.com.br/brasil/4582235/taxa-de-desemprego-
sobe-para-112-no-trimestre-ate-abril-nota-ibge> Acesso em: 16/11/2016.
8. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/politica/polarizacao-se-tornou-
parte-do-dia-a-dia-no-brasil-472.html> Acesso em: 16/11/2016.
9. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/noticia/pesquisa-traca-perfil-da-
polarizacao-politica-nas-redes-sociais> Acesso em: 16/11/2016.
10. Disponível em:<http://www.educacao.rs.gov.br/pse/html/projetos.jsp?
ACAO=acao1> Acesso em: 16/11/2016.
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