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Neste artigo
1.
Introdução
2.
Biocombustíveis x alimentos
3.
Mocinho ou vilão?
4.
Mais informações sobre biocombustíveis
5.
Veja todos os artigos sobreEconomia
Introdução
Estamos vivendo um aumento vertiginoso de investimentos na
produção de biocombustíveis que, de uns tempos para cá, com a
constatação de que o planeta passa por uma grave crise ambiental,
é visto como uma das alternativas mais eficazes para relativizar
a dependência de nossa sociedade pelo combustível fóssil - um
dos vilões doaquecimento global.
Com forte apoio do governo e de capital externo (até o magnata tecnológico Bill Gates resolveu
investir pesado no setor), centenas de agricultores e fazendeiros renegaram suas tradicionais culturas
e voltaram-se para o plantio da cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol, e outras culturas utilizadas
na produção do biodiesel como mamona e óleo de palma.
No início de 2007, a área plantada de cana-de-açúcar no Brasil era de 6,3 milhões de hectares (mais
de 78% na região centro-sul do país, segundo oInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe ).
Deste total, cerca de um terço foi destinado a produção de etanol. Se o aumento da demanda mundial
se concretizar, estima-se que a área cresça 60% em 5 anos e ultrapasse os 10 milhões de hectares.
Até 2010, serão mais de 25 usinas de biodiesel em atividade no Brasil. Nos EUA, guardadas as
proporções, a envergadura é bem maior: são 114 biorefinarias em plena atividade e 80 novas em
construção. A produção norte-americana de etanol cresceu 25% entre 2005 e 2006. Quase tudo
produzido através de grãos de milho.
Mas nem tudo são flores. O que os entusiastas dos biocombustíveis não previam é o que
questionamos neste artigo: o crescimento da produção de biocombustíveis irá inflacionar os
preços de alimentos?