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A ÉTICA EM PRÁTICA NO
AMBIENTE ESCOLAR
4 A Ética em prática no ambiente escolar
IMAGEM DA CAPA:
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Célia Machado Benvenho
José Francisco de Assis Dias
José Luiz Giombelli Mariani
Nelsi Kistemacher Welter
Silmara de Oliveira Pereira
(Organizadores)
A ÉTICA EM PRÁTICA NO
AMBIENTE ESCOLAR
Editora Vivens
O conhecimento a serviço da Vida!
Toledo – PR
2016
6 A Ética em prática no ambiente escolar
Copyright 2016 by
Organizadores
EDITORA:
Daniela Valentini
CONSELHO EDITORIAL:
Dr. José Aparecido Pereira – PUC-PR
Dr. José Beluci Caporalini - UEM
Dra. Lorella Congiunti – PUU - Roma
COMITÊ CIENTÍFICO:
Prof. Dr. Clademir Luis Araldi – UFPel – Pelotas – RS
Prof. Dr. Ivo da Silva Jr. – UNIFESP – SP
Prof. Dr. João Virgílio Tagliavini – UFSCar – SP
Prof. Dr. Stefano Buselato - Università di Venezia, Itália
REVISÃO ORTOGRÁFICA:
Prof. Antonio Eduardo Gabriel
DIAGRAMAÇÃO E DESIGN:
Editora Vivens Ltda
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
A ética em prática no ambiente escolar. /
E84 organizadores, Célia Machado Benvenho ...
[et al.]. – 1. ed. e-book – Toledo, PR:
Vivens, 2016.
326 p.
15
APRESENTAÇÃO.................................................................................
PRIMEIRA PARTE:
CONFERÊNCIAS
SEGUNDA PARTE:
TRABALHOS COMPLETOS
IV = A PEDAGÓGICA DA LIBERTAÇÃO:
CONSTRUINDO A LIBERTAÇÃO PEDAGÓGICA
A PARTIR DA CULTURA POPULAR
Luis Fernando de Carvalho Sousa
74
José Luiz Ames.....................................................................................
8 A Ética em prática no ambiente escolar
XI = HERMENÊUTICA FILOSÓFICA:
MÉTODO OU ACONTECIMENTO DE COMPREENSÃO?
Roberto S. Kahlmeyer-Mertens.............................................................
144
XV = O ITINERÁRIO DA FUNDAMENTAÇÃO
DA METAFÍSICA DOS COSTUMES:
DA BOA VONTADE AO IMPERATIVO CATEGÓRICO
Tamara Havana dos Reis Pasqualatto
Luciano Carlos Utteich...........................................................................
191
TERCEIRA PARTE:
RESUMOS EXPANDIDOS
QUARTA PARTE:
RESUMOS SIMPLES
X = O PROBLEMA EPISTEMOLÓGICO:
COMO CONHECEMOS A MENTE SEGUNDO
PAUL CHURCHLAND
Robson Martins do Amaral
Fabio Antônio da Silva...........................................................................
282
XIII = MONTAIGNE:
ENTRE A FÉ, A RAZÃO E O COSTUME
Charles Eriberto Wengrat Pichler
Gilmar Henrique da Conceição.........................................................
291
12 A Ética em prática no ambiente escolar
QUINTA PARTE:
OFICINAS DIDÁTICAS
IV = KANT E O ESCLARECIMENTO:
A CÔMODA MENORIDADE
Ariella Kant Lavarda
Bárbara Bertoldo de Moraes
Bruno Eduardo Polli da Silva
Jackison Roberto dos Santos Pinheiro Junior
Pamela Antkiewicz Da Rosa Corrêa Elger
Sabrina Andrade Barbosa
Tiago Chioquetta Nogueira....................................................................
304
Boa leitura!
Organizadores
Apresentação 19
PRIMEIRA PARTE:
CONFERÊNCIAS
20 A Ética em prática no ambiente escolar
=I=
Alceu Cavalheiri
RESUMO:
O texto propõe a relação entre ética e educação, partindo do ponto
de vista de que não é um vínculo fácil de ser realizado, inclusive na
escola. Nesse sentido, as discussões querem mais provocar do que
responder e, para isso, propõe-se três momentos discursivos
concatenados, discorrendo, inicialmente, sobre as acepções das
palavras ‘relação’, ‘ética’ e ‘educação’. Após percorrer o sentido
etimológico dessas palavras, apresenta-se algumas perspectivas do
cenário atual, o qual está voltado para a ética do novo e do diferente.
Por fim, dizer que a relação entre ética e educação é possível
quando se busca um processo contínuo de formação humana, de
alargar mentes através do autodomínio, do diálogo, do respeito e de
ações conscientes.
aos acadêmicos Lucas Antônio Vogel, Gustavo Henrique Rondis Cruvinel e Silmara
de Oliveira Pereira pela acolhida, cordialidade e sentimento de amizade.
22 A Ética em prática no ambiente escolar
Bauman: “de muitas coisas podemos afirmar que quanto mais delas
se necessita tanto menos facilmente estão disponíveis” (1997, p. 23).
Alguns autores até afirmam a ‘emergência da ética’3 devido à
velocidade e ao desenvolvimento das tecnologias, bem como a crise
de legitimação oriunda das práticas políticas, sociais, culturais e
científicas no mundo contemporâneo, “o desenvolvimento econômico
e tecnológico ocasionou uma transformação social e a formação de
uma nova mentalidade” (BARTH, 2007, p. 90). Que mentalidade é
essa? Segundo o próprio Barth é a mentalidade do novo e do
diferente. “É um tempo de mudança, de crise, de morrer ao
tradicional, de abandonar o velho e abraçar o novo, de quebrar
paradigmas e estabelecer novas formas de vida e valores” (2007, p.
90).
São vários os fatores que formam o processo atual de
mudança, mas ao mesmo tempo de crise de valores. Entre os
fatores, podemos destacar a industrialização, a massificação dos
meios de comunicação e transporte, a informatização e a
eletronização. Soma-se a isso as mudanças sociais realizadas
através do desenvolvimento econômico, urbanização crescente e o
consequente surgimento de grandes cidades, protestos, lutas sociais,
quebras de tabus e preconceitos, secularização etc. São inúmeros os
fatores de mudança, entretanto, segundo o mesmo Barth, tem-se
“um retorno ao sentimento, a explosão religiosa e a um novo
comportamento diante do mundo, do outro, de si mesmo e de Deus"
(2007, p. 90).
Nesse sentido, é interessante destacar as considerações de
Enrique Rojas4 em O homem light, no qual, já no prólogo, observa
que a sociedade ocidental, abastada e pautada no bem-estar de
vida, “é uma sociedade, em certa medida, que está enferma, da qual
emerge o homem light, um sujeito que carrega a bandeira de uma
tetralogia niilista: hedonismo-consumismo-permissividade-
relatividade. Todos eles engendrados pelo materialismo” (2005, p.
11)5.
hombre light, un sujeto que lleva por bandera una tetralogía nihilista: hedonismo-
26 A Ética em prática no ambiente escolar
9 “[…] que el progreso material por sí mismo no colma las aspiraciones más
profundas de aquél que se encuentra hoy hambriento de verdad y de amor
auténtico” (ROJAS, 2005, p. 25).
Conferências 29
diz Norberto Bobbio10, ‘vivemos uma era dos direitos’. Nunca se teve
um desenvolvimento tão acentuado de uma consciência progressiva
dos direitos como se tem agora, tanto individual quanto social, que
tornam os homens iguais legalmente. Tais homens exigem
expressão e não se sujeitam a qualquer ideologia. Nesse sentido,
enuncia Bauman, temos um grande poder nas mãos com bem pouca
instrução para manuseá-lo (1997, p. 23-45).
Relacionando esses sinais de luz da ética pós-moderna com
a educação, pode-se afirmar que esta relação ocorre de modo
satisfatório quando colocados a serviço de uma formação humana.
Para isso, torna-se necessário resgatar a noção de domínio de si ou
autodomínio (enkrateia), no sentido de viver os valores de fato. As
novas tecnologias, assim como muitas outras conquistas, estão à
disposição da formação do homem e não para aniquilar ou escravizá-
lo. O verdadeiro homem livre é aquele que sabe dominar os inimigos
que se aninham em sua alma, como por exemplo, a arrogância de
tudo ter, o egoísmo e a indiferença. Não basta apenas ensinar
conceitos e valores, pois eles precisam ser vivenciados,
experimentados no convívio escolar e social.
O vínculo da educação com a ética dá-se à medida que cada
um toma consciência dos seus atos, tendo autocontrole, respeitando-
se e respeitando as pessoas com as quais se convive. A educação
comporta a dimensão ética e vice-versa, buscando a formação
humana. Nesse ponto de vista, o cultivo de si mesmo, da relação
com os outros e com o mundo é um processo permanente. A
formação humana não se reduz aos atos de instruir e nem de
aprender, mas implica a pessoa como um todo, na formação de seu
caráter e de seu aprimoramento (CENCI; DALBOSCO, 2014, p. 470-
488).
Não se pode ignorar que a comunidade escolar – técnicos,
professores e alunos – tem o poder de formar cidadãos e, portanto,
por mais que estejamos vivendo o diferente e o novo, tem-se uma
responsabilidade ética no ensinar, transmitir e opinar. Desse modo, o
educador é o primeiro assumir a postura ética e a formação de
pessoas com mentes alargadas e não fundamentalistas. Todos os
dias os membros da comunidade escolar são desafiados eticamente,
desde um pedido de arredondamento de notas nas avaliações,
plágios, até a possibilidade de desvio de verbas da escola. O desafio
é romper com o reducionismo técnico-científico e com o egoísmo,
10 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 11. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
30 A Ética em prática no ambiente escolar
REFERÊNCIAS
= II =
2.1 INTRODUÇÃO
Com efeito, a violência não pode ser tratada apenas nas suas
manifestações físicas tampouco restritos à esfera escolar, fato que
nos leva a um terceiro desafio enfrentado pelos educadores:
refere-se ao fato de que o século passado e o atual parecem revelar
uma ruptura drástica nos padrões civilizatórios, em outras palavras,
REFERÊNCIAS
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario
7/TRABALHOS/L/Lizia%20Helena%20Nagel.pdf. Data de acesso:
10/07/2016.
SEGUNDA PARTE:
TRABALHOS COMPLETOS
48 A Ética em prática no ambiente escolar
=I=
Elizabeth Fortecki*
Vanessa Furtado Fontana**
RESUMO:
O problema do outro na obra o “Ser e o Nada” de Jean Paul Sartre
se configura como um paradigma existencial. Para alcançar a plena
consciência de si mesmo é necessário reconhecer o Outro como
fundamento ontológico, situação essa geradora de conflitos. Pensar
a alteridade à luz do pensamento sartreano prescinde do
estabelecimento de uma relação entre as liberdades de consciência,
surgindo, assim, uma reflexão de ordem ética.
1 Diferente do sentido dado à Má-fé no senso comum, para Sartre ela refere-se a
uma mentira que contamos para nós mesmos, mas que, no fundo, sabemos ser
mentira, no intuito de aliviar nossas angustias advindas da nossa condenação à
liberdade.
54 A Ética em prática no ambiente escolar
REFERÊNCIAS
= II =
RESUMO
Esta comunicação tem o objetivo geral de demonstrar a
compreensão ontológica do espaço presente no § 22, na obra Ser e
tempo, publicada por Martin Heidegger. As análises já tecidas sobre
o espaço demonstram, de forma nítida, que as definições tradicionais
que o vinculam apenas ao uso e produção são insuficientes para
compreender a forma como o ser-aí se lança para múltiplas
possibilidades do seu existir. Encontramos na referida obra os
subsídios necessários para fundamentar a compreensão do espaço a
partir de bases fenomenológico-existenciais, afinal o ser-aí
ontologicamente compreendido é espacial, pois sua vida é sempre e
necessariamente determinada por sua atitude em relação a um
espaço circundante, continuamente descoberto e recriado pelo ser-
aí, na medida em que existe e se abre como possibilidade. A
justificativa para a escolha dessa temática deve-se à compreensão
de que Heidegger promoveu avanços significativos nos estudos
sobre o espaço indo para além da postura utilitarista e determinista
mantida pelas ciências humanas que o pensam de maneira ôntica.
Como metodologia foi realizada uma análise bibliográfica da obra Ser
e tempo e em artigos publicados por alguns comentadores, cujos
resultados prévios são apresentados a seguir.
kahlmeyermertens@gmail.com
Trabalhos completos 57
2.1 INTRODUÇÃO
REFERÊNCIAS
= III =
A "GUERRA" DE MAQUIAVEL:
O EXAME DE UM CONCEITO
RESUMO:
A teoria política de Nicolau Maquiavel é atravessada, em toda a sua
extensão, por uma preocupação constante sobre a guerra. Os
conflitos armados aparecem como uma realidade desagradável, mas
sempre possível para as relações internacionais. A argumentação
maquiaveliana nos situa diante de uma característica inextirpável da
política. A guerra é uma perspectiva que não pode ser afastada do
horizonte governamental: a organização militar e a possibilidade para
confrontos armados ocupam um espaço crucial na reflexão de nosso
autor. Nesse sentido, a partir da dimensão que os problemas sobre a
guerra alcançam na teoria política do Secretário florentino, nosso
artigo possui dois propósitos centrais. Em primeiro lugar, realizar um
breve mapeamento da recorrência textual do conceito "guerra" nas
principais obras de Maquiavel. Isto é, nosso propósito é o de
ressaltar que a alta incidência dessa noção pode ser um atestado
para a posição central que a questão bélica ocupa no interior dos
problemas de Estado. Em segundo lugar, a partir do cotejamento
realizado previamente, buscamos apresentar uma definição para o
conceito de "guerra".
3.1 INTRODUÇÃO
Decennali, Dell'arte della guerra, Discorsi sopra la prima deca di Tito Livio, Discorso
o dialogo intorno alla nostra lingua, Istorie fiorentine, Mandragola, Novella di Belfagor
arcidiavolo, Il Principe e La vita di Castruccio Castracani da Lucca.
Trabalhos completos 67
ruolo dei conflitti nella vita politica. In: ARIENZO, Alessandro; CARUSO, Dario (org.).
Conflitti. Napoli: Libreria Dante & Descartes, 2005. p. 19-57. Ainda do mesmo autor,
cf. o artigo "Ruolo dei conflitti e ruolo della religione nella riflessione di Machiavelli
sulla storia di Roma". In: CAPORALI, R; MORFINO, V; VISENTIN, S. (org.).
Machiavelli:tempo e conflitti. Milano: Mimesis, 2012, p. 107-140. É singular o trabalho
de Marie Gaille-Nikodimov em Conflit civil et liberté: la politique machiavélienne entre
histoire et médecine. Paris: Honoré Champion, 2004. No Brasil, cf. a discussão com
ADVERSE, Helton. Maquiavel, a república e o desejo de liberdade.
Trans/Form/Ação, São Paulo, v. 30, nº 2, p. 33-52, novembro de 2007. E AMES,
José Luiz. Liberdade e conflito: o confronto dos desejos como fundamento da ideia
de liberdade em Maquiavel. Kriterion. Belo Horizonte, nº119, p. 179-196, junho de
2009.
Trabalhos completos 71
inimigo em campo aberto e vencer uma batalha". Afinal, "é para isso
que cumpre ordenar um exército"11. Em A História de Florença, a
teorização é esclarecida sob o seguinte argumento: "o objetivo [il
fine] de quem faz guerra sempre foi – e é razoável que assim seja –
enriquecer-se e empobrecer o inimigo". Na realidade, não existe
outra razão para a "busca da vitória" e para o "desejo de conquistas"
senão "fortalecer-se e enfraquecer o adversário". Por isso, aquele
que se "empobrecer com a vitória ou se enfraquecer com a conquista
só poderá ter ido além ou ficado aquém do fim [quel termine] pelo
qual as guerras são feitas"12. Nos Discursos, ao salientar o caráter
inevitável dos movimentos militares, arrazoava que "são duas as
razões [cagione] pelas quais se trava guerra contra uma república:
uma é querer assenhorear-se dela; outra é ter medo de ser
dominado por ela"13.
Portanto, o objetivo de um Estado ao organizar-se
militarmente e ao empreender-se em guerras é aquele de impor a
vitória sobre qualquer inimigo nos campos de batalha,
enfraquecendo-os em termos bélicos, econômicos e políticos. A
motivação que subjaz o ato extremo da violência armada, ao
fracassarem as medidas diplomáticas, é ambivalente: por um lado,
pode ser ofensivo, para conquistar ou reconquistar um território ou a
influência sobre um domínio; por outro, pode ser defensivo, para
precaver-se e adiantar-se contra uma potencial ameaça14.
poco di proemio et di scusa, Maquiavel afirmava que "toda cidade, todo Estado, deve
reputar como inimigos todos aqueles que possam tratar de ocupá-lo e aqueles
contra os quais ele não pode se defender. Jamais existiram nem um Senhor nem
uma República sensatos que quiserem manter seu Estado a mercê dos outros, ou
que mantendo-o acreditassem havê-lo seguro" (MAQUIAVEL, 1997, p. 12).
14 Em seu controverso posicionamento aclerca da artilharia, Maquiavel apresenta
disjuntivamente essa consideração: "[...] digo que a guerra é feita para a defesa ou
para o ataque, e é preciso antes examinar em qual desses dois tipos de guerra ela
[a artilharia] é mais útil ou mais danosa" (Discursos, II, 17, p. 237).
72 A Ética em prática no ambiente escolar
REFERÊNCIAS
Nesse sentido, "um príncipe não deve jamais afastar o pensamento do exercício da
guerra e, durante a paz, deve praticá-la ainda mais do que durante a guerra".
Conforme ratifica nos Discursos (I, cap. 19-20), uma cidade bem ordenada, ao
contrário, é justamente aquela "que em tempos de paz não negligencia as
ordenações da guerra".
18 Sobre a relação entre a "guerra justa" e a "necessidade", cf. O Príncipe, XXVI, p.
= IV =
A PEDAGÓGICA DA LIBERTAÇÃO:
CONSTRUINDO A LIBERTAÇÃO PEDAGÓGICA A PARTIR DA
CULTURA POPULAR
RESUMO:
O presente ensaio tem por intuito abordar a pedagógica de Enrique
Dussel e sua relação com a cultura popular. Optou-se por dissertar
sobre esse tema pelo fato de o modelo de educação que se tem no
Brasil (seja formal ou informal) ser devedor do modelo burguês,
sobretudo, pautado no Emílio de Rousseau. Sendo assim, visamos
apontar um modelo de educação comprometido com o povo e suas
demandas. Dividiremos a exposição em três momentos distintos.
Primeiramente, procuraremos definir a pedagógica da libertação de
Enrique Dussel e sua relação com a totalidade pedagógica. Nesse
primeiro momento, serão lançados os fundamentos do pensar
dusseliano e a crítica aos modelos hegemônicos. Em seguida,
pontuaremos a importância da exterioridade como método filosófico-
pedagógico em contraposição a modelos que resumem o outro
dentro da totalidade. Por fim, trataremos da cultura popular como o
outro da educação e princípio interpelador da totalidade, provocando
o diálogo com a alteridade e sinalizando o horizonte da libertação.
4.1 INTRODUÇÃO
REFERÊNCIAS
Paulinas, 1997.
=V=
RESUMO:
A noção de verdade à luz do ser-aí (Dasein) é o tema do presente
trabalho. Procuraremos investigar como Heidegger compreende a
noção de verdade originária (verdade à luz do ser-aí). Neste modo de
compreender a verdade, Heidegger leva em conta a constituição
ontológico-existencial em face do ente que nós mesmos somos (ser-
aí). Com vistas à obra Ser e tempo (1927), podemos indicar que a
verdade, compreendida de modo originário, diz respeito àquilo que
instaura a relação do ser-aí com o mundo que o circunda, isto é, a
uma estrutura primária. Esta estrutura que dizemos como primária, é
prévia, porque possibilitante de toda e qualquer relação que o ser-aí
mantém com o mundo. Heidegger afirma a necessidade de
fundamentar a verdade no âmbito existencial pelo fato de toda a
tradição filosófica não ter tematizado, de modo satisfatório, a ligação
ontológica entre o caráter de poder-ser do ser-aí e a verdade.
6.1 INTRODUÇÃO
qual é o lugar da verdade entra em jogo. É com Tomás de Aquino, por sua vez, que
a verdade como adequação do intelecto com a coisa passa a ser pensada. E
Descartes, como principal representante do período moderno, afirmou, nas
Trabalhos completos 87
Meditações metafísicas, que o verdadeiro é aquilo que pode ser concebido clara e
distintamente. A partir desses exemplos citados, aqui, cremos conseguir mostrar,
minimamente, a presença do tema da verdade na história.
88 A Ética em prática no ambiente escolar
REFERÊNCIAS
= VI =
RESUMO:
Na obra “Além do bem e do mal”, Nietzsche critica os filósofos que
fundamentaram o saber e o mundo por meio de conceitos
metafísicos. Essa filosofia metafísica fundamenta a moral que, por
sua vez, restringe-se às atitudes corretas ou erradas. Nietzsche
indica que os preconceitos dos filósofos foram universalizar suas
vivências individuais, esquecendo que cada indivíduo possui uma
realidade diferente. Os homens condenam e julgam quem não segue
a moralidade imposta. Essa moralidade implica numa virtude
embasada no utilitarismo, em que a virtude deve alcançar e
beneficiar o maior número de pessoas. Vivemos segundo a moral
imposta pelos governantes, em que a massa deve obedecer e viver
de acordo com a moral, quem não obedecer a essa moral é punido e
julgado por todos. Criticando essas correntes filosóficas, Nietzsche
propõe uma virtude inovadora, virtude que não está atrelada à
moralidade, mas além do bem e do mal, ou melhor, uma virtude no
sentido extramoral.
devemos aceitar a moralidade que foi imposta e que está dada antes
mesmo de nascermos, todos devem pensar, questionar e construir
juntos a moralidade para sua comunidade, a moral desse modo está
sempre em construção, sua renovação acontece todos os dias. Os
indivíduos que procurem entender e expandir a vida que é próprio de
sua natureza.
Os espíritos que querem expandir-se são os espíritos livres,
os filósofos do futuro, os espíritos que amam a sabedoria, sacrificam
pelo conhecimento, que não aceitaram a moralidade imposta e que
sempre buscarão sua própria moralidade, formando uma moralidade
de sua comunidade.
REFERÊNCIAS
= VII =
ALTERIDADE CONFLITANTE:
UMA ABORDAGEM DO OUTRO EM SARTRE
RESUMO:
Ao tratar da subjetividade fenomenológica, Sartre teve uma
preocupação particular em descrever como ela deve ser
compreendida, amparando-se na conexão do mundo vivido, de sua
história, de sua facticidade subsumida na temporalidade do pretérito
da vida humana e de sua relação com o futuro. Neste contexto
remete à intersubjetividade enquanto personificação de uma
personalidade oposta da de cada sujeito. Neste arranjo
desarmonioso a subjetividade é parametrizada na relação
incontornável da convivência, não sendo possível afugentar o Outro,
pois a simples referência à sua existência é condição suficiente para
ele mediar as ações individuais, fazendo com que o homem se
reconheça nos olhos de outra pessoa. Na dimensão do “ser visto” há
uma ligação necessária transcendendo a redução deste Outro a um
objeto, é o olhar dele apoderando-se de mim como um veneno para
o qual não há antídoto, a convergência de olhares é enigmática e
translúcida, concomitantemente. É obscura por que o domínio sobre
o alter-ego é irreal, isto é, o ser humano não detém meios para
restringir a sobreposição, contudo, é transparente porque apreende
aquilo que é no seu projeto posicional, o Outro não pode apenas
direcionar o seu olhar a mim como se estivesse atento a um objeto
qualquer, contudo ele é dono de uma consciência capaz de me
afetar, sua influência direta ocasiona a mudança inevitável de
comportamento, de ação. A convivência torna-se infernal, porque ela
revela a incompletude humana, mostra sua nudez, o quanto a vida é
inautêntica. O inferno não pode ser um lugar físico, no sentido
condenatório, mas é necessariamente o Outro, porque as outras
pessoas possuem um poder “mágico” de denunciar o quanto foi
inadequado e inautêntico o comportamento humano e a punição
remete à atuação carrasca do Outro num processo de denúncia da
como nos diz Estelle, “acreditar que a gente está aqui [no inferno]26
por engano”? (SARTRE, 2005, p. 59). Esta predileção em retornar ao
mundo vivido é o desejo de recobrir a liberdade aspirando ao sentido
de atribuir algum significado à vida, na tentativa de dirimir o
cataclismo existencial; é nostálgico poder regressar porque a este
retorno o sujeito poderá novamente descansar sob o escudo de uma
moralidade “aceitável” e justificável. Sendo assim, o enlace daquele
ambiente infernal destitui a soberania de um sujeito feito a partir da
moralidade: pois ali ocorre a desconstrução de toda ordem de
pressupostos valorativos totalizantes. Mesmo aquele determinismo
possivelmente considerado aceitável, a exemplo daquele incutido
pelas religiões, comprometeria no indivíduo alguma obrigação de
seguir determinada imposição social; empreendendo a desfiguração
essencial da humanidade; a supressão da liberdade em sentido
ontológico.
Em Entre Quatro Paredes, esta escusa não se torna possível:
a polidez e a cerimônia são evasivas, o homem é de uma nudez
translúcida, como diz Garcin: “Entre nós”! Daqui a pouco vamos
estar nus feitos minhocas” (SARTRE, 2005, p. 76). Mas por qual
razão é utilizada tal exemplificação? Poderia ser simplesmente a
enunciação ao despir humano, mas tal comparação configura-se
radicalmente, pois no anelídeo há uma transparência peculiar
permitindo inclusive a visualização de seu interior. A nudez, na obra
mencionada, tem tal característica, o aparecimento humano na
intersubjetividade repousada sobre o Outro faz com que ele seja
sabedor de nós mesmos, ao ponto de nos conhecermos por
intermédio dele. É aceitável de que esta condição nada tenha de
sobrenatural, porém, como efetuamos nosso projeto via intencional e
cada um de nossos atos remete ao projeto original, passaremos a
viver à sombra da alteridade carrasca, aquela judicativa e capaz de
tornar a convivência um inferno. É um sofrimento sem igual: “É
melhor levar cem mordidas, chibatadas, ácido sulfúrico do que este
sofrimento mental, este fantasma de sofrimento, que acaricia e
nunca dói o bastante” (SARTRE, 2005, p. 117).
Por fim, o reconhecimento e a definição de todo o contexto
sofrível, que não é posto gratuitamente por Sartre, são expostos
praticamente nas últimas páginas da trama, de sobressalto são
pronunciados em tom conclusivo, partindo dos próprios
personagens: “Então, é isto o inferno. Eu não poderia acreditar....
Vocês se lembram: enxofre, fornalhas, grelhas.... Ah! Que piada.
26 Grifo meu.
108 A Ética em prática no ambiente escolar
Por este motivo, o Outro pode ser visto como objeto em sua
aparição diante de mim. Na trajetória argumentativa desenvolvida em
A Transcendência do Ego, o autor é explícito ao afirmar a existência
dele como objeto singular, surgindo diante do sujeito; é a cogitação
da consciência de segundo grau que, por sua atividade reflexiva,
acaba por engendrá-lo. É explícito para o filósofo francês que, em
uma teoria autossuficiente da subjetividade, ela olharia para si
mesma e estaria plena de seu autoconhecimento, primeiramente,
voltar-se-ia para sua singularidade e, em seguida, lançar-se-ia em
direção a outras consciências. Desde A Transcendência do Ego, os
meandros para evidenciar uma consciência fenomenológica se
seguem por outra dimensão: toda consciência voltada para o sujeito
a respeito de si, de alguma forma, está minada pela presença da
consciência de outras pessoas.
A concepção do Outro desde uma perspectiva idealista, não
se torna possível, ou seja, por mais que sejamos levados a pensar
em um determinado objeto, como uma cadeira, por exemplo,
encontraremos todas as formas possíveis de sua aparência, ainda
assim não se poderia argumentar de tal forma para a consciência do
Outro. Parece inalcançável tomar conhecimento acerca daquilo que
se passa com o Outro. Mesmo no intento de ultrapassar suas
aparições fenomenológicas, em um processo reflexivo constante,
mesmo assim não haveria como reclamar a si a clareza de outra
consciência, se isto for possível, esta característica permanece no
âmbito privativo, só posso apreender as manifestações fenomênicas
apresentadas a mim. O conhecimento do Outro não é proveniente da
interioridade reflexiva, ele se origina a partir das experiências, a
premissa mostra-se como razão pela qual o existencialismo se
propõe antagonicamente ao solipsismo, pois este implicaria uma
definição da subjetividade limitada em si mesma, ancorada na
perspectiva da consciência, como o olho onipotente capaz de tudo
ver e de desvendar as entranhas insondáveis pertencentes a outrem.
Sartre não se furta de enfrentar a discussão acerca do
solipsismo, argumentando no sentido de o Outro dever ser
observado como representação de uma unidade unificante de todas
as suas experiências; na proporção de sua maneira de agir,
influenciar a vida ou a história subjetiva e suas decisões. Portanto, a
atuação de outrem se estrutura como espelho e seu julgamento
fornece elementos consideráveis na formalização do conhecimento
acerca daquilo que eu sou. Sartre procura mostrar que o solipsismo,
a característica de pensar ontologicamente a consciência ou o Outro,
como um conjunto de representações apenas, não daria cabo do
112 A Ética em prática no ambiente escolar
Outro, pois ele se trata “da constituição de um ser que não sou eu,
de grupos conexos de fenômenos no campo de minhas
experiências” (SARTRE, 2011, p. 295).
A referência sartriana defende o pressuposto no qual as
consciências enfrentam uma negação externa, no sentido em que eu
não sou você. Como observamos no texto O Ser e o Nada, a fonte
de toda negação só pode ser a consciência, como sua própria
origem, especialmente do nada, pois o ser-Em-si jamais poderá
originar algo ou comportar em si a negatividade, porque representa a
positividade total na qual não há fenda alguma para deslizar o nada.
Para tanto, sendo amparada exclusivamente por uma negação
apenas externa, passa a ser imprescindível a terceira personagem,
prefigurando como testemunha, isto é, outra consciência
confirmando ou constituindo o eu e o Outro, nesse caso demandaria
a presença contínua da outra personalidade, atuando a partir de um
princípio multiplicador, podendo, inclusive, ser exponenciado ao
infinito. Embora a alternativa apresente-se com a proposta de
esgotar todas as possibilidades da multiplicidade intersubjetiva,
mantendo conexão com a negação externa, ainda assim estaria
pendente pelo seu caráter inexequível; e a negação externa não
daria conta de resolver, adequadamente, o problema. Para Sartre,
deve haver uma superação, a negação externa somente seria
possível amparada por uma negação interna, tão logo a consciência
apresenta-se enquanto ponto convergente e catalisador da trama da
alteridade. A superação do solipsismo não se dá do solipsismo
“burguês” de O Ser e o Nada para a descoberta da alteridade, em
obras posteriores. A passagem é da apropriação da temporalidade
para a historicidade – o ser-Para-si não é intencionalidade corporal
junto a outras intencionalidades corporais temporalizadas, mas um
projeto histórico-dialético de apropriação (no formar-se próprio,
capaz de fornecer significações a si, diante do nada e como situado).
A dimensão do alter-ego está ligada também ao atualismo de
certos sentimentos, segundo esta suposição devem ser
experienciados pelo ser-Para-si. Contudo, a carga emotiva só terá
sentido na exata medida em que o Outro existir, o termômetro para a
emoção quantifica e qualifica quais de meus atos comportam-se
vergonhosamente, por exemplo. Em si mesmo não há razão alguma
para o indivíduo se envergonhar de seus atos, mas tal nivelamento
comportamental abrange aquela esfera quando há a presença de
Outro efetuando seu julgamento. A presença física não é
necessária, a simples possibilidade cognoscitiva da existência do
Outro é razão suficiente e originária quanto ao surgimento do
Trabalhos completos 113
meu ser objeto, sou conhecido pelo outro como corpo. O olhar faz
com que se revele para mim a existência do meu corpo como um
exterior, como um em-si para o outro; minha facticidade é
objetivada, meu corpo é alienado. Na timidez, por exemplo, sinto-
me embaraçado pela minha realidade corpórea enquanto ela é para
o outro. (BORNHEIM, 1984, p. 99)
REFERÊNCIAS
= VIII =
RESUMO:
Bergson busca estabelecer uma relação estrita entre método e
conhecimento; para tanto propõe uma forma nova de pensar a
verdade, naquilo que ela tem de essencial. Sua proposta é o método
intuitivo, haja visto que é mediante esse método que a filosofia pode
ultrapassar as amarras da inteligência na qual a metafísica antiga,
até então, prendeu-se. Assim, o intelectualismo é posto de lado para
se proceder pelo método que não se contentasse, simplesmente,
com a análise e fragmento da verdade, mas que a buscasse em sua
inteireza.
27 Assim como teria dito seu aluno Péguy. Cf, MERLEAU-PONTY, 1991, p. 201.
Trabalhos completos 127
28L’intuition oppose aux doctrines issues de l’intelligence [...] Et ces doctrines sont le
déterminisme, le parallélisme psychophysiologique, le mécanisme et le finalisme
radical dans l’évolutionisme, l’idée de néant et de désordre. Tradução nossa.
Trabalhos completos 129
REFERÊNCIAS
= IX =
RESUMO:
Entre as principais obras de Agostinho está a Confissões, longa
meditação que busca colocar a nu suas vivências, narrando seus
acertos e erros, com intuito de confessar-se a si mesmo, em face de
Deus e perante aos homens. Em forma de relato, o filósofo aborda,
ali, seu passado, presente e futuro, naquele instante em que se
confessa. Nota-se, aqui, que tanto a ideia de relato quanto a de
confissões em Agostinho, possuem clara relação com o tempo. As
confissões deixam patente como os fatos de sua existência se
mostram no sentido de um passado, um presente e um futuro. Isso
servirá de caminho ao nosso autor a fim de ressaltar o conceito de
tempo, a partir da obra Confissões. Abordar este problema inicial,
intrínseco tanto para a filosofia quanto para a teologia agostinianas,
implicará a apresentação de noções que trazem subsídios a este
conceito. Entre elas, a temporalidade e a eternidade; o Criador e a
criatura; o tempo (que sofre mudanças) e o eterno (que é imutável).
A consideração desses conceitos e sua distinção serão de suma
importância para a caracterização do tema do tempo à luz da
diferença ontológica, como pode ser entrevista na obra de Agostinho
e como será explorada por nós aqui.
9.1 INTRODUÇÃO
[...] Que tempo poderia existir, se não fosse estabelecido por ti? E
como poderia existir, esse tempo transcorrer, se nunca tivesse
existido? Portanto, sendo tu o criador de todos os tempos – se é
que existiu algum tempo antes da criação do céu e da terra – como
se pode dizer que cessavas de agir? De fato, foste tu que criaste o
próprio tempo, e ele não poderia decorrer antes de o criares [...].
(AGOSTINHO, 1997, p. 341)
Este mundo não é coeterno com Deus, por que este mundo não
é da mesma eternidade que Deus [...] Não são eternos os
tempos como Deus é eterno; porque Deus, criador dos tempos,
existe antes do tempo. (P. 55)
REFERÊNCIAS
=X=
DE REPENTE UM AÍ
UMA RELEITURA DA FACTICIDADE HEIDEGGERIANA AOS
MOLDES DA FIGURAÇÃO MÍTICO-POÉTICO-RELIGIOSA
Ezildo Antunes*
Roberto S. Kahlmeyer-Mertens**
RESUMO:
Ao recorrermos ao texto de Ser e Tempo, encontramos,
especificamente no § 29, como título sugestivo “A constituição
existencial do aí”. Esse aí se configura como o aí, isto é, a facticidade
do ser-aí enquanto ser-no-mundo. O existencial possibilitador da
experiência da facticidade é exatamente as tonalidades afetivas e
sua relação com a afinação. O que propomos aqui é uma releitura da
facticidade, até então, possível através das tonalidades afetivas, a
partir de uma perspectiva mítico-poético-religiosa aos moldes do que
é apresentado no livro do Gênesis, a saber, a engenhosa e
manipuladora voz da ‘serpente’ para que a primeira mulher coma o
fruto proibido. Isso possui uma relação direta com reflexão
heideggeriana a partir de sua exposição do conceito de “homem” na
tradição bíblica, no § 4 de sua obra Ontologia – Hermenêutica da
Facticidade.
original de Heidegger: Dasein. No texto desse trabalho vai se utilizar o termo ser-aí
Trabalhos completos 139
mesmo nas citações retiradas da tradução brasileira de Sein und Zeit (Ser e tempo)
realizada por Márcia Sá Cavalcante Schuback .
140 A Ética em prática no ambiente escolar
32 Existem outros dois modos de abertura descritos por Heidegger em Ser e Tempo,
especificamente no § 29, quais sejam: “a abertura do ser-no-mundo em sua
totalidade e ainda a abertura em que o mundo do que já se abriu deixa e faz com
que o ente intramundano venha ao encontro.” (p.196).
142 A Ética em prática no ambiente escolar
REFERÊNCIAS
= XI =
HERMENÊUTICA FILOSÓFICA:
MÉTODO OU ACONTECIMENTO DE COMPREENSÃO?
Roberto S. Kahlmeyer-Mertens*
RESUMO
O presente trabalho pretende uma introdução ao tema da
hermenêutica. Com essa, indicaremos o itinerário que nos leva da
proposta schleiermachiana de uma hermenêutica universal à
aplicação dessa mesma ao projeto de fundamentação das ciências
humanas (Dilthey), e ainda buscaremos mostrar como Heidegger se
apropria da hermenêutica metódica dando a ela cariz
fenomenológico, para só então caracterizar o que, nas mãos de
Gadamer, tornar-se-ia, propriamente, hermenêutica filosófica. Em
nosso esforço de tematização, as noções de método e de
acontecimento (sobretudo a primeira) nos fornecerão fios condutores
para nossos desenvolvimentos teóricos. Sendo esses conceitos
caros à Verdade e método, principal obra de Hans-Georg Gadamer,
é majoritariamente sobre seus contextos que nos apoiaremos.
11.1 INTRODUÇÃO
REFERÊNCIAS
= XII =
RESUMO:
Karl Marx em sua obra intitulada Manuscritos econômicos e
filosóficos apresenta-nos o conceito de alienação. Porém, para o
pleno desenvolvimento de tal conceito, afirma ele que o trabalho é
uma exteriorização do ser humano é a objetivação da essência
humana, é algo que quando executado transforma não só a
natureza, mas também a si mesmo. Tal transformação é o fator
principal que nos difere dos animais. Partindo da importância que
Marx elencou ao trabalho enquanto exteriorização da essência
humana e como parte fundamental da estrutura econômica é
possível analisarmos o conceito daquilo que ele chamou de
alienação; que em resumo define-se como a exteriorização da
essência humana e do não reconhecimento do trabalho enquanto
atividade desenvolvida pelo indivíduo. Ou seja, ao final do processo
de fabricação, o trabalho se torna estranho ao seu produtor,
parecendo até que possuir vida própria. A partir disso, objetivamos
investigar nesse trabalho como Marx chega ao conceito de
Alienação, bem como as características fundamentais das quatro
formas de alienação elencadas por Marx, tais quais: em relação ao
produto do trabalho; no processo de produção; em relação à
existência do indivíduo enquanto membro do gênero humano e, por
fim, com relação aos outros indivíduos. E, por fim, demostrar os
reflexos da alienação para o trabalhador que acaba por se tornar um
sujeito vazio, descaracterizado da própria humanidade, sujeito esse
que se vê como acidente e não como determinante, ou seja,
destituído de tudo que lhe é próprio, inapto para assumir a
responsabilidade de guiar a sociedade junto com seus
contemporâneos.
14.1 INTRODUÇÃO
14.2 O SALÁRIO
Ainda:
busca de meios que lhe garantam isso, mesmo que suas ações
reflitam diretamente nas condições de existência de seus
trabalhadores. Criam-se cada vez mais necessidades; a condição de
existência da população se torna cada vez mais aguçada; o sistema
precisa lucrar, cada vez mais, e garantir a continuidade de suas
atividades produtivas. O homem é uma máquina de consumir e
produzir. A subsistência da grande maioria está condicionada a
essas condições.
Outro fator analisado por Marx está relacionado com a
propriedade e a renda fundiária. Segundo ele quanto mais a
sociedade se desenvolve, mais necessidades ela cria, necessidades
essas que, para serem sanadas em grande medida, necessitam de
processos de manufatura. Determinados proprietários fundiários, ao
identificarem isso, acabam por alienar os pequenos produtores;
produtores esses que não têm a capacidade de manufaturar seus
produtos, sendo obrigados a direcionarem sua produção a um
intermediário que transforma commodities em mercadorias e absorve
boa parte do lucro. O produtor que realiza a maior parte do trabalho
vê seu lucro desaparecer e sua liberdade ficar condicionada. Essa
característica tem reflexos significativos na divisão da sociedade em
classes, pois o pequeno produtor passa a atuar como trabalhador
estranhado e o proprietário fundiário, como capitalista burguês que
está interessado no bem da sociedade, desde que gere suas
riquezas.
Os burgueses não almejam, de forma alguma, lutar contra a
forma com que a sociedade está estruturada, pois assim seus
objetivos serão atendidos de forma contínua. Já o trabalhador encera
sua vida no objeto de seu trabalho e quanto mais ele produzir para
outro, menores serão suas chances de viver a partir dos frutos de
seu trabalho; condicionando sua subsistência apenas em função do
salário. Segundo Marx o trabalhador se torna alienado por quatro
vertentes distintas que, de certa forma, interligam-se:
Primeiramente, o homem se torna alienado com relação aos
produtos de seu trabalho, pois sua subsistência depende disso. O
produto do trabalho humano se torna algo estranho a seu produtor,
porém, sem essa produção o trabalhador não vê possibilidades de
sobreviver. O homem sente-se livre apenas em suas funções
animais: comer, beber e procriar, sua essência é transformada em
seus meios de subsistência.
Na sequência podemos elencar a alienação na atividade
produtiva, no ato de produção. O indivíduo não tem alternativa para
sobreviver se não a de se submeter ao trabalho privado, sem
Trabalhos completos 169
REFERÊNCIAS
= XIII =
RESUMO:
Sartre é o maior expoente do existencialismo, sua filosofia afirma que
a existência precede a essência. Ela é a doutrina que dá sempre ao
indivíduo a possibilidade de escolha. E afirma que escolhemos
mesmo quando decidimos não escolher nada. Diz o existencialismo
que ser covarde ou herói é somente questão do que se projeta ser,
somente questão do que escolhe ser. Somos livres e, ao passo que
realizamos nossas escolhas, escolhemos quem querermos ser.
Somos o que fazemos de nós: covarde ou herói. Tal doutrina coloca
o homem como o único responsável por si mesmo e,
simultaneamente, responsável pelos outros homens; enfim, por toda
a humanidade.
Toledo/PR.
Trabalhos completos 171
REFERÊNCIAS
= XIV =
Gilmar Derengoski*
Jadir Antunes**
RESUMO:
De acordo com uma análise etimológica, o termo fetiche significa
“objeto animado ou inanimado, criado pelo homem ou oriundo da
natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto”.
Marx, ao analisar o sistema de produção capitalista, apresta-nos o
conceito de “fetiche da mercadoria”. Segundo ele as mercadorias, ao
serem finalizadas, não mantêm o seu valor real de venda; valor esse
que deveria ser pautado no quantum de trabalho despendido em sua
fabricação, sendo comercializadas por valores irreais e infundados. A
relação do trabalho humano com a mercadoria passa a ser uma
relação apenas entre mercadorias, relação essa que se desenvolve
de forma fetichizada na relação de compra e venda. Com a
descoberta do fetiche Marx desvela inúmeros segredos que, antes,
estavam ocultos no sistema de produção capitalista. A partir disso
objetivamos, neste trabalho, analisar como Marx chega ao conceito
de fetiche da mercadoria, como ele apresenta a estrutura do sistema
capitalista burguês que age apenas em função de seus interesses e
como, a partir do conceito de fetiche, é possível clarificar os segredos
contidos em tal sistema. Pois, segundo ele, o que ocorre é um
processo de inversão do real, onde os indivíduos passam a conceber
suas relações humanas como relações entre coisas; “é apenas uma
relação social determinada entre os próprios homens que aqui
assume, para eles, a forma fantasmagórica de uma relação entre
coisas” (Marx, 2013, p. 147). Por fim, segundo Marx, o homem acaba
se tornando aquilo que possui; seu poder é o dinheiro que possui.
Logo, o homem não é mais determinado pela sua individualidade. O
dinheiro acaba transformando as incapacidades do homem em seu
contrário (Marx, 2001, p. 516-517).
Toledo/PR.
Trabalhos completos 179
REFERÊNCIAS
= XV =
RESUMO:
Nas primeiras duas secções da Fundamentação da Metafísica dos
Costumes, Kant relaciona os conceitos de vontade, dever e razão
para estabelecer sua teoria moral (imperativo categórico). Porém,
tais conceitos encontram-se consideravelmente imbricados na obra.
Propõe-se, nesta comunicação, rever a argumentação de Kant desde
a boa vontade até o imperativo categórico, com o intuito de deslindar
o emprego desses conceitos dentro do recorte proposto.
Toledo/PR.
192 A Ética em prática no ambiente escolar
REFERÊNCIAS
= XVI =
RESUMO:
Este trabalho possui como objetivo analisar e refletir acerca dos
conceitos de corpo próprio, outro e como a ética da intersubjetividade
se constrói no sistema filosófico de Merleau-Ponty. Será também
abordado a crítica elaborada pelo referido filósofo acerca da teoria da
Intelectualidade e do Empirismo acarretando em um novo conceito
de consciência, pensando-se assim em uma Ética sem fixação de
valores, mas, antes, uma ética constitutiva e ontológica.
REFERÊNCIAS
= XVII =
RESUMO
Entendemos que há duas formas de ler um texto filosófico. A primeira
delas consiste em ler um autor para buscar entendê-lo e a segunda
consiste em ler um filósofo no intuito de responder a uma questão.
No primeiro caso, é possível pensar que, por mais profunda que seja
a compreensão, por mais admirável que seja a escrita ou a
apresentação, não é possível fazer filosofia ou pensar sobre ela, mas
apenas fazer a descrição do que há muito tempo foi descrito. No
entanto, no segundo caso, quando se busca um filósofo no intuito de
esclarecer um questionamento que se manifesta para o leitor, neste
caso, saber como a educação e o esclarecimento emancipam os
indivíduos para pensar a dignidade humana; e mesmo que tal
questão não seja respondida, se está fazendo um exercício que ao
menos podemos considerar como filosofia. O motivo que nos leva a
pesquisar o pensamento de Kant tem por base a leitura analítica para
buscar entender como se deu o processo de construção de seu
pensamento. Buscamos, nesse caso, fazer apenas uma questão; tal
questão é o reflexo do nosso sistema contemporâneo, e nos tem
instigado buscar uma compreensão. Neste contexto, a questão da
defesa da dignidade humana tem sido debatida em muitos grupos
que visam garantir os direitos humanos. Entendemos que o princípio
da dignidade humana é essencial em qualquer democracia, pelo fato
de ser ele seu próprio fundamento e condição de existência. Ele é
logicamente anterior a qualquer ordem política. Por isso, uma
pessoa, só pelo fato de pertencer ao gênero humano, já é detentora
de dignidade.
35 “[...] No reino dos fins tudo tem um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa
tem um preço, pode-se pôr em qualquer outra como equivalente; mas quando uma
coisa está acima de todo preço, e portanto não permite equivalente, então tem ela
dignidade”(KANT, 2011, p. 82).
Trabalhos completos 209
37“[...] se possuo um livro que possui entendimento por mim, um diretor espiritual
que possui consciência em meu lugar, um médico que decida acerca de meu
regime, etc.,” (KANT, 1784, p. 64).
Trabalhos completos 211
REFERÊNCIAS
= XVIII =
RESUMO:
São Boaventura, também conhecido como Doctor Seraphicus,
nasceu em Bagnoregio, Itália, em 1221. Ainda jovem, foi a Paris,
sendo promovido a Mestre em Artes, em 1242. No ano seguinte
tornou-se franciscano e começou a cursar Teologia sob a direção de
Alexandre de Hales e outros teólogos. Foi promovido a Mestre em
Teologia, em 1253. No ano de 1257, São Boaventura foi eleito
Ministro Geral da Ordem, sendo forçado a renunciar às atividades
acadêmicas. Sua prudência e clarividência no cargo rendeu-lhe o
título de segundo fundador da Ordem Franciscana. Dentre as obras
de são Boaventura podemos mencionar: Commentarii in quatuor
libros Sententiarum Petri Lombardi; Quaestiones disputatae de
scientia Christi e De mysterio Trinitatis; Breviloquium; Itinerarium
mentis in Deum; Collationes in Hexaemeron. Em que pese o fato de
Santo Tomás (ao lado de Santo Agostinho) ser-lhe uma referência
importante, de maneira geral, o sentido essencial de sua obra só se
revela a partir do contexto interno da mesma; e seria errado
interpretá-la exclusivamente em função da obra de Santo Tomás. Ou
seja, enquanto Santo Tomás incorpora o aristotelismo no mundo das
ideias cristãs, São Boaventura delineia uma ampla tentativa de
renovação e sistematização no espírito de Santo Agostinho. São
Boaventura também é um grande leitor de Platão e Aristóteles.
REFERÊNCIAS
= XIX =
Dhyovana Guerra*
Thaluan Rafael Debarba Baumbach**
RESUMO:
O presente estudo, de cunho qualitativo, propõe uma pesquisa
bibliográfica visando estabelecer relações entre os manuscritos de
Karl Marx (1818-1883) e Émile Durkheim (1858-1917) em relação às
concepções de Homem, Sociedade e Estado. No tocante aos
métodos, os teóricos se contrapõem. A sociologia de Karl Marx é
pautada no materialismo histórico e dialético, na alienação da
produção e no modo de produção situando a luta de classes. A de
Émile Durkheim é pautada na harmonia social, sendo fundamental
compreender o fato social, baseando seus estudos na neutralidade
científica das ciências naturais. Os resultados apontam que os
teóricos concordam em dizer que o homem é histórico, produto e
produtor da história, mas se opõem na relação entre o homem e a
sociedade e o Estado. Para Marx a Sociedade e o Estado vivem em
contradição. Para Durkheim a Sociedade e o Estado devem procurar
manter a harmonia.
19.1 INTRODUÇÃO
REFERÊNCIAS
= XX =
RESUMO:
Desenvolve-se, na atualidade, um novo padrão de revolução onde
velhos “clichês” podem não ser suficientes para encadear tal
processo. Até mesmo a contrarrevolução apresenta mudanças
radicais de estilo, onde nem sempre o embate é a forma de
enfrentamento. Ao contrário, a contra-revolta utiliza da própria revolta
para se manter, abarcando o não-idêntico, muitas vezes ao torná-lo
nova mercadoria ou algo a ser consumido. Este processo de
contrarrevolução menos agressiva já foi apontado por Marcuse. De
mesmo modo que os debates precisam ser contínuos e os embates
também devem ser continuamente inovados. Os lugares sociais de
negação precisam ser dinâmicos. Nessa perspectiva, nada mais
urgente que o debate de questões relacionadas à natureza humana
(interna e externa). Debates sobre a psique humana, sobre ecologia,
sobre ética ambiental são eminentemente assuntos à pauta,
principalmente porque o que está em jogo não é só a mudança de
sistemas políticos e econômicos, mas a própria relação homem e
natureza. É nessa dimensionalidade que a mudança qualitativa pode
se efetivar. Essa mudança torna-se, assim, necessária ao ser
humano, uma vez que o mundo sem essa mudança na natureza não
é o mundo que desejamos viver (porque reconhecemos o preço a
pagar); para Marcuse é aí que a revolta instintiva surge e facilmente,
transforma-se em rebelião política e contra ela todas as forças deste
sistema são mobilizadas. Podemos, ainda que unicamente deste
fato, concluir que a própria natureza, impulsionada por esta situação,
aspira à revolução. É esta base biológica que Marcuse quer
apresentar e fomentar o potencial biológico e natural que ela
representa. Segundo Marcuse, a rebelião, a recusa, gera uma
resposta da sociedade estabelecida, porque ela revela já o alvo da
mudança social: a prática política radical e a subversão cultural. Esta
[...] não nós, mas os pais é que são culpados; não são tolerantes,
mas falsos; querem redimir a sua própria culpa tornando-nos a nós,
os filhos, culpados; criaram um mundo de hipocrisia e violência
onde não desejamos viver. A revolta instintiva transforma-se em
rebelião política, e contra ela, então, o establishment mobiliza todas
as suas forças. (MARCUSE, 1977, p. 22)
apenas para torná-lo força para o trabalho, e ainda mais para o trabalho alienado,
como ocorre na sociedade estabelecida, e que Marcuse chama de dessublimação
234 A Ética em prática no ambiente escolar
repressiva. A base moral humana quer promover e preservar a vida, motivar tudo
aquilo que promove a vida. Por isso, por exemplo, é contrária a agressividade, para
sublimar justamente o aspecto agressivo dos instintos básicos sexuais, que
conforme já apontamos em Freud, se deixados livremente destruiriam a vida. Este
seria um apontamento possível para substituir a mais-repressão, que ocorre na
sociedade estabelecida, e é denunciada por Marcuse, conforme vimos no segundo
capítulo.
Trabalhos completos 235
43 Com este conceito Marcuse refere todo o processo movido pelo sistema
estabelecido para frear toda revolta ou tentativa de recusa e modificação. Isso
inclusive, com meios bélicos, uso da força e coerção ditatoriais, conforme podemos
acompanhar: “A contra-revolução é predominantemente preventiva e, no mundo
ocidental, inteiramente preventiva. Aqui, não existe qualquer revolução recente a
desmantelar nem nenhuma existe em gestação. E, no entanto, é o medo da
revolução que gera o interesse comum e cria os vínculos entre as várias fases e
formas da contra-revolução. Esta percorre toda a gama desde a democracia
parlamentar à ditadura declarada, passando pelo Estado policial” (MARCUSE,
1973a, p. 11-12).
236 A Ética em prática no ambiente escolar
REFERÊNCIAS
<http://www.filosofia.ufc.br/argumentos/pdfs/edicao_8/17_%20parte_
2_deslocamento_do_lugar_social.pdf>. Acesso em: 23/07/2013.
RESUMOS EXPANDIDOS
244 A Ética em prática no ambiente escolar
Resumos simples 245
=I=
1.1 INTRODUÇÃO
um ato de fé. Escoto Erígena não deixa a menor dúvida que todo
conhecimento deve ser arrancado da Sagrada Escritura; o estudo da
verdade pressupõe um ato de fé. Assim como a fé precede o
conhecimento, assim o conhecimento deve sobreviver à fé. Pois esta
é apenas o princípio do conhecimento de Deus. A razão tem o dever
de descobrir o significado que se oculta sob as palavras da Escritura.
Contudo, tem que haver muito cuidado para não ser mal interpretada,
pois pode levar alguns leitores a concepções absurdas; por isso deve
ser examinada pela razão.
A razão já possui um saber purificado da revelação, por isso
se encaminha para a compreensão perfeita de todas as coisas. O
antigo grego dava o nome de “filosofia” para este conhecimento
perfeito. E é daí que vem a coincidência da filosofia com a verdadeira
religião.
REFERÊNCIAS
Fontes, 1995.
= II =
MONTAIGNE:
O FILÓSOFO DA APARÊNCIA E SUA SABEDORIA TRÁGICA
Sendo assim, nada dizia ser nem belo, nem feio, nem justo, nem
injusto, mas igualmente, sobre todas as coisas, afirmava nada ser
em verdade, mas todos os homens agirem segundo a convenção e
o costume; pois cada coisa não é mais isso que aquilo. (LAÉRCIO,
2009, p. 161)
REFERÊNCIAS
= III =
REFERÊNCIAS
RESUMOS SIMPLES
260 A Ética em prática no ambiente escolar
Resumos simples 261
=I=
REFERÊNCIAS
= II =
REFERÊNCIAS
_____. Gazeta Renana. N. 125, 128, 130, 132, 135, 139, 191, 193,
195, 221, 298, 300, 303, 305, 307. In: EIDT, Celso. O Estado
Racional: lineamentos da política de Karl Marx nos artigos da Gazeta
Renana: 1842-1843. Belo Horizonte: UFMG/FAFICH, 1998.
____. Brief an Bebel. Werke, Band 19. Berlin: Dietz Verlag, 1987.
= III =
REFERÊNCIAS
= IV =
Vanessa Henning*
César Augusto Battisti**
REFERÊNCIAS
=V=
Se foi o demônio quem me criou, de onde é que veio ele? E se, por
uma decisão de sua vontade perversa, se transformou de anjo bom
em demônio, qual é a origem daquela vontade má com que se
mudou em diabo, tendo sido criado anjo perfeito por um criador tão
bom?
REFERÊNCIAS
= VI =
REFERÊNCIAS
= VII =
REFERÊNCIAS
= VIII =
REFERÊNCIAS
= IX =
REFERÊNCIA
=X=
O PROBLEMA EPISTEMOLÓGICO:
COMO CONHECEMOS A MENTE SEGUNDO
PAUL CHURCHLAND
REFERÊNCIAS
= XI =
REFERÊNCIAS
= XII =
PAUL RICOUER:
A QUESTÃO DO SUJEITO E A VISÃO DA PSICANÁLISE
Marcelo Barbosa*
Rosalvo Schütz**
REFERÊNCIAS
MONTAIGNE:
ENTRE A FÉ, A RAZÃO E O COSTUME
REFERÊNCIAS
OFICINAS DIDÁTICAS
296 A Ética em prática no ambiente escolar
Oficinas didáticas... 297
=I=
O INÍCIO DA FILOSOFIA:
O CONCEITO DE PHÝSIS E FILÓSOFOS DA NATUREZA
Francielle Festner*
Natália Aparecida Pacheco Ferro**
Thaylan Corassa***
REFERÊNCIAS
= II =
Eli Schmidtke*
Josué do Nascimento**
Patrícia Joca Martins***
Nelsi Kistemacher Welter****
REFERÊNCIAS
= III =
REFERÊNCIA
= IV =
KANT E O ESCLARECIMENTO:
A CÔMODA MENORIDADE
REFERÊNCIAS
=V=
IMPULSO À VERDADE:
SOBRE A VERDADE E A MENTIRA NO SENTIDO EXTRA MORAL
REFERÊNCIA
= VI =
*
Acadêmico do segundo ano do curso de Filosofia / UNIOESTE – Universidade
Estadual do Oeste do Paraná. E-mail: leonardo_r_sc@hotmail.com
**
Acadêmico do quarto ano do curso de Filosofia / UNIOESTE – Universidade
Estadual do Oeste do Paraná. E-mail: liviopaulo2011@hotmail.com
***
Acadêmico do segundo ano do curso de Filosofia / UNIOESTE – Universidade
Estadual do Oeste do Paraná. E-mail: matheusgabrieloliveira@hotmail.com
Oficinas didáticas... 309
REFERÊNCIAS
= VII =
FILOSOFIA DA CIÊNCIA:
A EXPLICAÇÃO DO UNIVERSO
REFERÊNCIAS
= VIII =
REFERÊNCIA
= IX =
REFERÊNCIAS
=X=
*
Acadêmico do primeiro ano do curso de Filosofia / UNIOESTE – Universidade
Estadual do Oeste do Paraná. E-mail: lsooares@gmail.com
**
Acadêmico do terceiro ano do curso de Filosofia / UNIOESTE – Universidade
Estadual do Oeste do Paraná. E-mail: renatojuniormachadok@gmail.com
***
Acadêmico do quarto ano do curso de Filosofia / UNIOESTE – Universidade
Estadual do Oeste do Paraná. E-mail: thiago.az@hotmail.com
Oficinas didáticas... 317
REFERÊNCIAS
= XI =
*
Acadêmicos do 4º ano do curso de Filosofia, UNIOESTE – Universidade Estadual
do Oeste do Paraná, Campus Toledo; katian.na@hotmail.com
Oficinas didáticas... 319
REFERÊNCIAS
OS ORGANIZADORES: