Nem sempre alimentar o paciente é tarefa fácil. Horários regulares,
ambiente tranquilo, especialmente muita calma e paciência da parte do cuidador, são fatores imprescindíveis para que a alimentação seja bem aceita pelo paciente.
1 - O paciente deve estar sentado confortavelmente para receber a alimentação.
Jamais ofereça água ou alimentos quando ele estiver deitado; 2 - O paciente que ainda conserva a independência para alimentar- se sozinho deve continuar a receber estímulos para fazê-lo, não importando o tempo que levem; você pode diminuir a sujeira durante a alimentação forrando o chão com plástico ou jornal e utilizando bicos adaptadores para copos, talheres adaptados e outros acessórios; 3 - Deve-se procurar oferecer ao idoso os alimentos de sua preferência e incentivá- lo a comer no caso de inapetência e se necessário acrescentar em suas refeições: mingaus de aveia, de farinha láctea, de maisena, vitaminas com sustagem e cereais integrais, 4 - É importante que a refeição seja de fácil digestão; 5 - Apresente aspectos agradáveis: cor, sabor, aroma, textura ou seja, que se apresente agradável a todos os órgãos dos sentidos: bonita , aromática, gostosa para estimular as sensações que com o avanço da idade podem diminuir levando à redução do apetite e do prazer de comer que possua poder de saciedade (auxilia nesse aspecto o consumo de alimentos ricos em fibras e alimentar-se calmamente); 6 - Procure evitar a monotonia, variando frequentemente os temperos e o modo de preparo dos alimentos. Use à vontade temperos naturais (alho, cebola, erva como salsa, manjericão, coentro, alecrim, orégano, etc.) 7 - Caso haja dificuldade para engolir, procurar oferecer alimentos cozidos e com molho. 8 - Para manter um bom hábito intestinal deve-se consumir grande quantidade de líquidos e de alimentos ricos em fibras: frutas, sempre que possível cruas e com casca, hortaliças, de preferência cruas, cereais integrais, deve-se tomar de 6 a 8 copos de água de líquidos (água, chá, leite ou suco de frutas, de preferência no intervalo das refeições) 9 - É importante evitar o uso de laxantes. Recomenda-se o consumo de carnes e leguminosas secas. No caso das leguminosas, o ferro é melhor absorvido na presença de alimentos ricos em vitamina C, como laranja, limão, caju, goiaba, abacaxi e outros na sua forma natural ou em sucos. Essa conduta pode prevenir o aparecimento de anemia, problema tão freqüente em idosos, devido à diminuição da produção de glóbulos vermelhos, que pode ser agravada por uma alimentação deficiente em alimentos ricos em ferro. Utilizar açúcar, doces, gorduras, alimentos gordurosos em pequena quantidade para manter o peso adequado. Isto é importante na prevenção de doenças (obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares) e também para prevenir complicações destas, quando já existentes. Deve-se evitar o consumo exagerado de sal (cloreto de sódio). Com o avanço da idade, o organismo pode apresentar dificuldade na utilização de água e eletrólitos (sódio e potássio). Em virtude deste fato, pode haver aumento da pressão arterial e retenção de líquido (inchaço). Caso o idoso apresente obstipação intestinal evitar oferecer banana prata, caju, goiaba, maçã, cenoura, chá preto/mate e limão. Deve-se procurar oferecer uma vitamina laxativa composta por: 150ml de suco de laranja, 1 ameixa seca, 1 pedaço de mamão, 1 colher de sopa de creme de leite, 1 colher de sopa de farelo de aveia (açúcar ou mel a gosto). Caso o idoso apresente flatulência (gases) devem ser evitados : agrião, couve, repolho, brócolos, pepino, grão de feijão, couve-flor, cebola e alho, principalmente crus, pimentão, nabo, rabanete, bebidas gasosas, doces concentrados, queijos amarelos, etc. A alimentação correta é um dos fatores que tem maior influência na saúde e no bem estar do idoso/acamado. A manutenção do estado nutricional adequado e a alimentação equilibrada estão associadas a um processo de envelhecimento saudável.
Os profissionais cujo trabalho tem relação com a promoção da saúde, prevenção de
doenças ou recuperação da saúde do idoso devem conhecer o processo nutricional dessa população como fenômeno influenciado por condições ambientais, sociais e psicológicas. O objetivo deste trabalho foi realizar uma reflexão teórica acerca da educação nutricional para idosos, através do processo de educação em saúde. Discutimos questões relacionadas à educação em saúde, educação nutricional e a educação nutricional para a população idosa e para seus cuidadores. Através da educação nutricional, os profissionais de saúde podem transcender seus conhecimentos técnicos científicos para atuarem como educadores em saúde e multiplicadores de conhecimentos. A implementação de estratégias educativas possibilita a apreensão do idoso e/ou de seus cuidadores, como sujeito autônomo capaz de compreender suas necessidades nutricionais e adaptá-las a seus padrões culturais, preferências, disponibilidades alimentares e possibilidades financeiras promovendo mudanças no seu processo de viver, capazes de melhorar sua saúde e sua qualidade de vida.
Temas abordados:
O QUE É PRECISO SABER PARA CUIDAR DA ALIMENTAÇÃO DO
IDOSO/ACAMADO?
QUAIS OS PASSOS QUE DEVEM SER SEGUIDOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL PARA AS PESSOAS IDOSAS/ACAMADOS?
E SE O IDOSO APRESENTAR ALGUMA ALTERAÇÃO INTESTINAL?
E QUANDO O IDOSO/ACAMADO PRECISA ALIMENTAR-SE POR SONDA,
COMO PROCEDER? • Estimule o paciente a fazer suas refeições sozinho (sempre que isso for possível) mesmo que no começo ele o faça muito lentamente; • O prato, os talheres, o copo ou a xícara devem estar adaptados para facilitar o seu uso; • Coloque-o com a cabeceira bem elevada se a refeição for feita no leito (travesseiros podem ajudar a alcançar a melhor posição); • Não esqueça de oferecer líquidos, mesmo que ele não os solicite. • Lembre-se de que é importante mantê-lo hidratado; • Observe a temperatura do alimento a n t e s d e s e r v i - l o . L e m b re - s e d e que o paciente pode ter a lguma redução na sensibilidade que dificulte a percepção da temperatura; • Observe se as refeições estão sendo bem aceitas, caso contrário, procure a nutricionista para conhecer outras alternativas de dieta; • A dor desestimula o apetite. Portanto, certifique- se de que o paciente esteja medicado com os analgésicos prescritos pelo médico para que a dor não dificulte a alimentação; • Se for possível, ofereça sempre pequenas quantidades de comida e permita que o paciente escolha entre várias opções de alimentos; • No caso dos pacientes com problemas na movimentação dos braços, lembre-se sempre de colocar os alimentos e a água próximos ao lado não afetado.