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NATAL-RN
2016
II
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter sempre me guiado e aberto as portas em meus caminhos, dando-me
saúde e força para superar as dificuldades e alcançar minhas aspirações.
Aos meus pais, Michaele Leão e Wilton Vasconcelos e minha avó, Marilene Leão, por
todo amor, incentivo e apoio, além de tudo o que sempre fizeram por mim, satisfazendo-se em
apenas presenciar minhas realizações.
A Letícia de Lima, por estar sempre disposta a me apoiar e confortar nos momentos
difíceis, tentando sempre tornar este percurso mais agradável.
Aos meus orientadores, Petrus Gorgônio Bulhões da Nóbrega e Selma Hissae Shimura
da Nóbrega, por toda a atenção e suporte, além da paciência na orientação, tornando possível
a conclusão desta monografia.
A todos os meus amigos, que sempre torceram pelo meu sucesso, especialmente
Arquimedes Ataliba, Leonardo Pinheiro, Valdir Medeiros e Wanderley Figueiredo por
partilharem comigo maior parte dos momentos de graduação.
Sumário
RESUMO
ABSTRACT
The structural system composed of slabs directly supported by the columns, without
beams for straining transfers, named flat slabs, is a very widespread and well accepted system
by the technical community due to the various advantages over the conventional system of
slabs supported by beams, especially in situations of architecturally differentiated projects.
The objective of this study was to analyze the differences obtained with the use of the
Brazilian, American and European codes for designs of reinforced concrete structures in the
punching shear verifications of the mostly common cases of the practice of structural projects,
and also make a comparative analysis of the results obtained through the national softwares
most used by the technical community for this type of project, the AltoQI Eberick and the
CAD/TQS, with those obtained by the Brazilian code, in order to verify and explain the cause
of possible differences in the results. To obtain the necessary data, 168 punching shear
verifications were performed in 21 different configurations of slabs, and also 35
computational analysis to verify the software results. The results showed a wide variation in
values obtained for each standard for each different configuration of slab, which was
attributed to different factors and limitations considered by each of the models used in the
formulations, so there is no way to classify each model as more or less conservative.
Concerning to the softwares, it was realized that the AltoQI Eberick results in values equal to
those obtained through the Brazilian standard, while the CAD/TQS, due to its different
calculation method, results in different values instead of the recommended by this code.
1. INTRODUÇÃO
Nas lajes cogumelo, as cargas são transferidas diretamente aos pilares, sendo que no
topo dos pilares há um alargamento de seção, com a função de reduzir as tensões de contato
entre a laje e o pilar, denominado capitel, sendo esse dispositivo dispensado nas lajes
denominadas lisas.
Já as lajes lisas, como explicado anteriormente, se baseiam nos mesmos princípios das
lajes cogumelo, porém por não haver o alargamento da seção do pilar na região de contato
com a laje, resulta em grandes tensões de contato na ligação, com isso, em muitos casos torna-
se necessária a utilização de armadura transversal na laje para resistir a essas tensões.
3
De acordo com Carvalho (2008), edifícios de lajes lisas em concreto armado são
projetados e construídos no Brasil desde 1950. Na década de 1970, muitos prédios foram
executados com o emprego de protensão aderente, porém, com a produção de cordoalhas
engraxadas, iniciada no Brasil em meados de 1995, a técnica de protensão não aderente em
lajes lisas vem ganhando cada vez mais espaço nas estruturas dos edifícios das médias e
grandes cidades.
Segundo Carvalho e Pinheiro (2013), dentre as vantagens advindas da utilização deste
sistema, citam-se a simplificação das fôrmas, cimbramento, armaduras e concretagem da
estrutura, já que devido à ausência das vigas, os vãos são ininterruptos, reduzindo
drasticamente complexidades de cunho executivo, como os cortes, dobramentos e colocação
de todas as armaduras de vigas, além de recortes nas fôrmas, que são feitos apenas nas
ligações com os pilares. Outras vantagens importantes a serem citadas são a redução na altura
total do edifício, que gera economia no consumo de materiais e a melhoria da qualidade final
da edificação, devido às simplificações citadas anteriormente.
A principal desvantagem advinda da utilização deste sistema é o surgimento de altas
tensões tangenciais nas regiões de ligação das lajes com os pilares, tensões estas que tendem a
perfurar a laje podendo ocasionar sua ruína por puncionamento, e, inclusive, a ruína de toda a
edificação, quando não tomadas as precauções para combater o colapso progressivo. Podem-
se citar também outras desvantagens, como maiores deslocamentos transversais da laje, menor
estabilidade às ações laterais e aumento considerável da espessura das lajes.
Apesar da atratividade do sistema, sua utilização ainda é bastante restrita em nossa
região, pois além de empecilhos culturais, há também o fato das problemáticas envolvidas
neste tipo de projeto serem pouco abordadas, tanto durante a graduação dos cursos de
4
engenharia civil, quanto nas normas brasileiras referentes às estruturas de concreto armado,
reduzindo tanto o número de engenheiros que possuem conhecimento das vantagens, quanto a
confiança na utilização deste sistema.
1.2 Objetivo
Este trabalho tem como objetivo comparar os resultados obtidos através dos modelos
teóricos para verificação à punção de lajes lisas, sem a utilização de armadura transversal,
presentes na norma brasileira NBR 6118 e nas principais normas técnicas internacionais
(Eurocode 2 e ACI-318) para diferentes tipos de ligação dos pilares com a laje (com e sem
transferência de momento), além de analisar os resultados obtidos através dos principais
códigos computacionais comerciais brasileiros para análise e dimensionamento de estruturas
de concreto armado (CAD/TQS e AltoQI Eberick).
5
1.4 Metodologia
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Figura 2.2 – Vista em corte das fissuras tangenciais e da formação do cone de punção.
Com o aumento da espessura da laje, consegue-se uma maior altura útil da laje, que
devido à inclinação aproximadamente constante do cone de punção, faz com que o perímetro
de ruptura aumente, aliviando as tensões atuantes, quando considerado um carregamento
constante.
Essa solução, embora muitas vezes necessária, traz alguns inconvenientes,
principalmente no caso de lajes maciças, onde o aumento da espessura da laje aumenta
consideravelmente o peso próprio da estrutura, além da potencialização do efeito escala, que
será exposto a seguir, podendo inviabilizar a utilização do modelo.
De acordo com Rabello (2010), os ensaios experimentais mostram que quanto maior a
razão entre o momento fletor e o esforço cortante, menor é a resistência da ligação à punção.
As formulações que constam nas normas utilizadas, bem como algumas considerações
necessárias para a compatibilização dessas normas serão apresentados a seguir.
A NBR também recomenda que, para pilares de borda e de canto, devem ser
considerados os efeitos dos momentos atuantes e que as dimensões dos perímetros críticos
sejam obrigatoriamente reduzidas, com o objetivo de potencializar as tensões solicitantes.
(1)
( ) (2)
( √ ) ( ) (3)
Em que:
• √ .
• tensão inicial no concreto ao nível do baricentro da armadura de protensão.
• Média das alturas úteis nas duas direções.
O cálculo da tensão solicitante, assim como na formulação do ACI 318, muda no caso
de haver momentos desbalanceados atuando na ligação laje-pilar, de forma que, para os casos
de pilares internos sem momentos desbalanceados, tanto no contorno C, quanto no contorno
C’, a tensão solicitante é resultado da seguinte expressão.
(4)
Em que:
(5)
Na qual:
•
•
• é a excentricidade do perímetro crítico reduzido em relação ao eixo do pilar.
• - Módulo de resistência plástico da seção crítica.
• é o coeficiente que fornece a parcela de Msd transmitida ao pilar por cisalhamento
e depende da relação C1/C2 (Figura 2.5) de acordo com a tabela a seguir.
= – 2,04 (6)
Onde:
A expressão 2.6 é valida para o caso de produção de concreto em massa, com controle
rigoroso de qualidade, correção da umidade dos agregados e equipe especializada.
Os critérios e expressões da norma americana, que serão expostos a seguir, são
baseados nos estudos de Johannes Moe, que em 1961 ensaiou 43 lajes quadradas de 1,80m de
lado, além de incluir estudo estatístico de outras 260 lajes e sapatas ensaiadas por outros
pesquisadores, tendo sido feitas apenas algumas modificações pelo comitê do ACI para tornar
a expressão mais simples de ser utilizada.
O perímetro de controle ( ), para o caso do ACI, é definido a uma distância de
metade da altura útil da laje, a partir da face do pilar, sendo a seção de controle, o produto
entre o perímetro encontrado e a altura útil.
18
(7)
Em que:
( ) √ (8)
( ) √ (9)
√ (10)
Sendo:
• um coeficiente que depende da posição do pilar na laje, devendo ser tomado como
40 para pilares internos, 30 para pilares de borda e 20 para pilares de canto.
Como citado anteriormente, a tensão resistente precisa ser maior que a tensão
solicitante, que depende da carga de reação do pilar à laje ( ) e, quando houver, dos
momentos desbalanceados atuantes na ligação. Para o caso de pilares internos sem momentos
desbalanceados, a tensão solicitante é dada por:
(11)
20
(12)
Onde:
( ) ⁄
(13)
( )
[ ( )( ) ] (14)
Em que:
Devido ao fato da NBR 6118, no que diz respeito à punção, ser baseada no Eurocode
2, a grande maioria de suas formulações são idênticas, comparando as tensões solicitantes e as
resistentes nos perímetros de controle, de forma que se alteram algumas restrições impostas
ao uso de determinadas expressões e algumas considerações adotadas.
Uma grande diferença que pode ser observada no Eurocode 2, é que são apresentadas
três metodologias para o cálculo das tensões solicitantes, ficando a cargo do engenheiro
projetista escolher qual melhor lhe convém.
Loureiro (2005) destaca que, diferente da NBR 6118, para o cálculo das tensões
solicitantes em pilares de borda e de canto, o Eurocode 2 recomenda que seja considerado o
acréscimo de tensões devido aos momentos fletores, ou então a consideração de um perímetro
crítico reduzido para amplificar as tensões, ou seja, não se deve considerar essas duas
variáveis simultaneamente em uma mesma verificação, consistindo em dois modelos distintos
de cálculo.
O código europeu não exige a verificação do contorno localizado na face do pilar,
apenas a uma distância 2d do mesmo, de forma idêntica ao contorno C’ apresentado no tópico
anterior, denominado primeiro perímetro de controle. O cálculo da tensão resistente no
primeiro perímetro de controle é dado por uma expressão idêntica à da NBR, acrescentando
algumas ressalvas, apresentadas a seguir.
( √ ) ( ) (15)
Em que:
• .
•( √ )
(16)
Já para o caso dos pilares com momentos atuantes na ligação, como citado
anteriormente, o Eurocode traz três metodologias, que usam como a base a seguinte
expressão, em que o parâmetro varia conforme a metodologia utilizada:
(17)
(18)
23
Em que:
Sendo:
iii) Há ainda a terceira metodologia, empregada mais comumente como forma de pré-
dimensionamento das lajes lisas, que consiste na adoção de valores aproximados para ,
desprezando os momentos atuantes e considerando o perímetro crítico original.
Na seção 6.4.3, o Eurocode 2 prega que, para o caso dos vãos dos tramos adjacentes
não diferirem em mais de 25% e a estabilidade global da estrutura não depender dos pórticos
formados pelos pilares e lajes, os valores podem, inclusive, serem utilizados para o
dimensionamento da estrutura.
Durante a fase de análise dos softwares, inferiu-se que o software AltoQI Eberick
aplica diretamente as expressões recomendadas pela NBR 6118:2014, retirando as reações do
pilar e os momentos atuantes da análise estrutural e introduzindo-os diretamente nas
formulações, considerando os perímetros críticos reduzidos e os valores tabulares fornecidos
na norma, de forma que os resultados obtidos foram iguais aos calculados através das
planilhas de dimensionamento.
Figura 2.10 – Resultados do AltoQI Eberick para a laje L1 com 14 cm de altura útil.
Fonte: Autor.
27
Como citado no tópico 1.4, foram feitos os dimensionamentos dos pilares P2 (Pilar de
borda) e P5 (Pilar interno com carregamento centrado), das lajes L1, L2 e L3, apresentadas na
figura 3.3, 3.4 e 3.5, de acordo com as formulações apresentadas nas três normas abordadas,
variando a altura útil de 2 em 2cm, dos 14cm aos 26cm.
O dimensionamento à flexão para a comparação das normas foi feito utilizando o
software AltoQI Eberick, devido ao fato deste fazer as mesmas considerações da NBR 6118
para o cálculo das tensões solicitantes, fornecendo valores de reação nos pilares e taxas de
armadura em uma mesma tabela, facilitando o dimensionamento à punção.
As verificações da punção foram feitas, como citado anteriormente, com o auxílio de
planilhas criadas no software Microsoft Excel, conforme exemplificado na figura 3.1 e 3.2.
Devido à presença de 3 formulações para o cálculo da tensão solicitante no Eurocode
2, para pilares de borda, essas formulações serão apresentadas nas tabelas como
Figura 3.1 – Planilha de verificação de punção de acordo com a NBR 6118:2014 (Pilar
interno).
Figura 3.2 – Planilha de verificação de punção de acordo com o ACI 318 (Pilar interno).
h 20 Cm
d 26 Cm
Fck 30 MPa
Dimensoes do
F'c 27,96 MPa pilar:
Vu 1282,50 KN c1 30 Cm
c2 30 Cm
Tensão solicitante: Beta 1
b0 224 Cm
vu 2202,09 KN/m²
Tensão resistente
Phi 0,9 (0,9 para domínios 2 e 3)
vc1 2696,74 KN/m²
vc2 2915,42 KN/m²
vc3 1744,95 KN/m²
vc 1570,45 KN/m²
RESULTADO NÃO OK
Fonte: Autor.
Fonte: Autos.
32
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
33
3.2.1 d=14 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 376,5 0,899 1528 1570,45 908,76 855,82 908,76 779,71
L2 595,6 2 2417,21 1570,45 1437,6 1117,22 1437,6 1017,87
L3 886,4 2 3597,4 1570,45 2139,51 1117,22 2139,51 1017,87
Percebe-se que para uma altura útil de 14 cm, apenas a laje L1 apresentou um
resultado de resistência superior à solicitação, com o uso do código americano, enquanto que
nos demais casos seria necessário algum tipo de reforço ou armadura transversal.
3.2.2 d=16 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 407,6 0,706 1384,51 1570,45 793,46 761,82 793,46 719,36
L2 644,3 1,895 2188,52 1570,45 1254,24 1058,73 1254,24 999,73
L3 955,1 2 3244,23 1570,45 1859,26 1077,94 1859,26 1017,87
Com o aumento da altura útil para 16 cm, constatou-se que ainda assim, apenas a laje
L1 verificada através do ACI-318 obteve resistência suficiente para prescindir de armadura
transversal.
3.2.3 d=18 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 438,5 0,611 1268,81 1570,45 703,68 704,07 703,68 685,53
L2 692,9 1,724 2004,92 1570,45 1111,93 994,91 1111,93 968,71
L3 1016,8 1,862 2942,13 1570,45 1631,71 1020,78 1631,71 993,89
3.2.4 d=20 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 469 0,513 1172,5 1570,45 631,52 646,72 631,52 646,72
L2 740,9 1,551 1852,25 1570,45 997,64 935,16 997,64 935,16
L3 1081,4 1,559 2703,5 1570,45 1456,13 936,76 1456,13 936,56
A partir de uma altura útil igual a 20 cm, a laje L1 passa a prescindir de armadura de
punção em todos os códigos analisados. Já as lajes L2 e L3 não passam nas verificações em
nenhuma das três formulações.
3.2.5 d=22 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 499,1 0,467 1090,69 1570,45 572,22 612,2 572,22 612,2
L2 788,3 1,306 1722,68 1570,45 903,79 862,52 903,79 862,52
L3 1148,7 1,312 2510,27 1570,45 1317 863,84 1317 863,84
Para 22 cm de altura útil, é observada a mesma situação da laje com altura útil de 20
cm.
3.2.6 d=24 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 528,6 0,402 1019,68 1570,45 522,42 570,27 522,42 570,27
L2 834,8 1,12 1610,34 1570,45 825,05 802,43 825,05 802,43
L3 1215,1 1,099 2343,94 1570,45 1200,9 775,25 1200,9 775,25
Observa-se que, nesse caso, a laje L2 está muito próxima de ser aprovada nas
verificações em todos os códigos, de forma que um pequeno aumento na taxa de armadura
seria suficiente, para as formulações da NBR e do Eurocode.
3.2.7 d=26 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 557,6 0,371 957,42 1570,45 480,07 544,82 480,07 544,82
L2 878,3 1,015 1508,07 1570,45 756,19 761,99 756,19 761,99
L3 1282,5 1,105 2202,09 1570,45 1104,19 783,88 1104,19 783,88
Para uma altura útil de 26 cm, a laje L2 foi aprovada em todas as normas utilizadas, de
forma que a laje L3 resultou em valores de resistência bem menores que as tensões
solicitantes, de forma que para essa laje seria necessário algum reforço ou a utilização de
armadura transversal.
3.3.1 d=14 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 143,8 0,437 20,9 1468,8 1570,45 694,18 672,91 770,73 694,18 808,03 613,07
L2 224,2 0,993 48,4 2742,77 1570,45 1082,31 884,67 1348,11 1082,31 1259,80 805,99
L3 325,8 1,343 27 2745,13 1570,45 1572,77 978,34 1557,70 1572,77 1830,70 891,33
37
Assim como para o pilar P5, apenas a norma americana resultou em um valor superior
a um para essa altura útil na laje L1. Porém, nesse caso a NBR resultou em um valor bem
próximo de 1, de forma que apenas um pequeno aumento na taxa de armadura seria suficiente
para prescindir de armadura transversal.
3.3.2 d=16 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 151,7 0,362 20,3 1270,83 1570,45 590,62 609,75 638,18 590,62 696,67 575,77
L2 236,3 0,661 45,4 2314,64 1570,45 919,99 745,28 1089,48 919,99 1085,19 703,74
L3 343,1 0,891 24,8 2360,80 1570,45 1335,80 823,27 1297,19 1335,80 1575,66 777,39
Para uma altura útil de 16 cm, apenas a laje L1 atendeu às verificações através da
norma americana, brasileira e no caso do método 2 da norma européia, apenas um sensível
aumento na taxa de armadura seria suficiente para que também atendesse a essas verificações.
3.3.3 d=18 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 159,8 0,32 19,8 1118,90 1570,45 512,88 567,53 542,41 512,88 611,97 552,58
L2 248,6 0,521 42,9 1993,80 1570,45 797,88 667,65 908,15 797,88 952,03 650,07
L3 358,9 0,726 22,9 2061,63 1570,45 1151,89 745,73 1103,51 1151,89 1374,44 726,09
38
Nesse caso, a laje L1 foi aprovada em todos os códigos, com exceção do método
simplificado apresentado no Eurocode. Já as lajes L2 e L3 apresentaram valores de resistência
bem menores que os necessários para que sejam aprovadas.
3.3.4 d=20 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 168 0,274 19,4 998,88 1570,45 452,43 524,72 470,50 452,43 545,29 524,72
L2 261,1 0,465 41 1749,69 1570,45 703,15 625,89 776,53 703,15 847,48 625,89
L3 375,8 0,54 21,1 1829,02 1570,45 1012,04 657,88 959,36 1012,04 1219,77 657,88
3.3.5 d=22 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 176,2 0,248 19,2 903,38 1570,45 404,03 495,76 415,05 404,03 491,29 495,76
L2 273,8 0,42 39,7 1560,83 1570,45 627,83 590,93 677,90 627,83 763,42 590,93
L3 393,8 0,445 19,3 1643,10 1570,45 902,99 602,43 848,76 902,99 1098,01 602,43
Para 22 cm, a laje L2 apresentou resistência satisfatória para que fosse aprovada
apenas na verificação com o ACI, contudo, apresentou valores de resistência próximos do
necessário, tanto de acordo com a NBR, quanto de acordo com o método 2 do Eurocode.
3.3.6 d=24 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 184,5 0,217 19 823,62 1570,45 364,69 464,33 370,83 364,69 446,95 464,33
L2 286,6 0,359 38,8 1409,67 1570,45 566,50 549,16 601,24 566,50 694,29 549,16
L3 412 0,352 17,7 1492,28 1570,45 814,37 545,57 760,96 814,37 998,08 545,57
Esta verificação teve resultados similares aos apresentados no tópico anterior, para a
laje L2, porém, no caso da laje L3, a tensão resistente se mostrou superior à solicitante para o
ACI, antes mesmo de a laje L2 ser aprovada nos outros códigos, mostrando ser uma norma
pouco conservadora para pequenas taxas de armadura, como citado anteriormente.
3.3.7 d=26 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 192,9 0,2 19 758,59 1570,45 332,16 443,41 335,32 332,16 409,96 443,41
L2 298,8 0,316 38,4 1286,51 1570,45 514,51 516,44 539,47 514,51 635,03 516,44
L3 431,5 0,352 18,1 1393,67 1570,45 743,01 535,36 695,52 743,01 917,05 535,36
Para uma altura útil de 26 cm, a laje L2 apresentou resistência igual à solicitação,
sendo aprovada na verificação, de acordo com a norma brasileira e o método 2 da européia.
Com isso, pode-se perceber que para pequenas taxas de armadura, tanto a NBR 6118, quanto
o Eurocode 2 se mostram conservadores, quando comparadas ao ACI-318.
Considerando que as lajes serão reforçadas com a utilização de uma taxa de armadura
igual a 2%, percebe-se que tanto as formulações da NBR e do Eurocode resultam em valores
bem menos conservadores que os do ACI, reforçando a ideia de que o ACI possui sua
formulação baseada nas lajes de pequena taxa de armadura, conforme apresentado
anteriormente.
3.4.1 d=14 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 376,5 2 1528,00 1570,45 908,76 1117,22 908,76 1117,22
L2 595,6 2 2417,21 1570,45 1437,60 1117,22 1437,60 1017,87
L3 886,4 2 3597,40 1570,45 2139,51 1117,22 2139,51 1017,87
3.4.2 d=16 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 407,6 2 1384,51 1570,45 793,46 1077,94 793,46 1077,94
L2 644,3 2 2188,52 1570,45 1254,24 1077,94 1254,24 1077,94
L3 955,1 2 3244,23 1570,45 1859,26 1077,94 1859,26 1017,87
41
3.4.3 d=18 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 438,5 2 1268,81 1570,45 703,68 1045,40 703,68 1045,40
L2 692,9 2 2004,92 1570,45 1111,93 1045,40 1111,93 1045,40
L3 1016,8 2 2942,13 1570,45 1631,71 1045,40 1631,71 1045,40
3.4.4 d=20 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 469 2 1172,50 1570,45 631,52 1017,87 631,52 1017,87
L2 740,9 2 1852,25 1570,45 997,64 1017,87 997,64 1017,87
L3 1081,4 2 2703,50 1570,45 1456,13 1017,87 1456,13 1017,87
3.4.5 d=22 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 499,1 2 1090,69 1570,45 572,22 994,18 572,22 994,18
L2 788,3 2 1722,68 1570,45 903,79 994,18 903,79 994,18
L3 1148,7 2 2510,27 1570,45 1317,00 994,18 1317,00 994,18
3.4.6 d=24 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 528,6 2 1019,68 1570,45 522,42 973,52 522,42 973,52
L2 834,8 2 1610,34 1570,45 825,05 973,52 825,05 973,52
L3 1215,1 2 2343,94 1570,45 1200,90 973,52 1200,90 973,52
3.4.7 d=26 cm
TAXA DE
P5 CARGA Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 557,6 2 957,42 1570,45 480,07 955,30 480,07 955,30
L2 878,3 2 1508,07 1570,45 756,19 955,30 756,19 955,30
L3 1282,5 2 2202,09 1570,45 1104,19 955,30 1104,19 955,30
Para o caso do pilar P2, com taxa de armadura de 2%, os resultados remetem às
mesmas conclusões apresentadas para o pilar P5, que serão sintetizadas na análise dos
resultados.
3.5.1 d=14 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 143,8 2 20,9 1468,80 1570,45 694,18 1117,22 770,73 694,18 808,03 1017,87
L2 224,2 2 48,4 2742,77 1570,45 1082,31 1117,22 1348,11 1082,31 1259,80 1017,87
L3 325,8 2 27 2745,13 1570,45 1572,77 1117,22 1557,70 1572,77 1830,70 1017,87
3.5.2 d=16 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 151,7 2 20,3 1270,83 1570,45 590,62 1077,94 638,18 590,62 696,67 1017,87
L2 236,3 2 45,4 2314,64 1570,45 919,99 1077,94 1089,48 919,99 1085,19 1017,87
L3 343,1 2 24,8 2360,80 1570,45 1335,80 1077,94 1297,19 1335,80 1575,66 1017,87
3.5.3 d=18 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 159,8 2 19,8 1118,90 1570,45 512,88 1045,40 542,41 512,88 611,97 1017,87
L2 248,6 2 42,9 1993,80 1570,45 797,88 1045,40 908,15 797,88 952,03 1017,87
L3 358,9 2 22,9 2061,63 1570,45 1151,89 1045,40 1103,51 1151,89 1374,44 1017,87
3.5.4 d=20 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 168 2 19,4 998,88 1570,45 452,43 1017,87 470,50 452,43 545,29 1017,87
L2 261,1 2 41 1749,69 1570,45 703,15 1017,87 776,53 703,15 847,48 1017,87
L3 375,8 2 21,1 1829,02 1570,45 1012,04 1017,87 959,36 1012,04 1219,77 1017,87
3.5.5 d=22 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 176,2 2 19,2 903,38 1570,45 404,03 994,18 415,05 404,03 491,29 994,18
L2 273,8 2 39,7 1560,83 1570,45 627,83 994,18 677,90 627,83 763,42 994,18
L3 393,8 2 19,3 1643,10 1570,45 902,99 994,18 848,76 902,99 1098,01 994,18
3.5.6 d=24 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 184,5 2 19 823,62 1570,45 364,69 973,52 370,83 364,69 446,95 973,52
L2 286,6 2 38,8 1409,67 1570,45 566,50 973,52 601,24 566,50 694,29 973,52
L3 412 2 17,7 1492,28 1570,45 814,37 973,52 760,96 814,37 998,08 973,52
3.5.7 d=26 cm
TAXA DE
P2 CARGA MOMENTO Tsd,ACI Trd,ACI Tsd,C',NBR Trd,C',NBR Tsd,C'EC2,1 Tsd,C'EC2,2 Tsd,C'EC2,3 Trd,C',EC2
ARMADURA
L1 192,9 2 19 758,59 1570,45 332,16 955,30 335,32 332,16 409,96 955,30
L2 298,8 2 38,4 1286,51 1570,45 514,51 955,30 539,47 514,51 635,03 955,30
L3 431,5 2 18,1 1393,67 1570,45 743,01 955,30 695,52 743,01 917,05 955,30
Nesta seção serão apresentados gráficos representando uma análise comparativa feita
entre as normas utilizadas, sabendo que os resultados foram obtidos sob as mesmas
condições, tanto para o pilar P5, quanto para o pilar P2, sintetizando as informações contidas
nas tabelas apresentadas anteriormente.
Vale ressaltar que os valores encontrados no eixo das ordenadas serão sempre a razão
entre a tensão tangencial resistente e a tensão tangencial solicitante, e que, conforme dito
anteriormente, quando o valor se iguala ou supera a unidade, significa que a laje resiste aos
esforços de punção sem a necessidade de armadura transversal.
3.6.2 Pilar P5
Laje L1
1,70
1,60
1,50
1,40 ACI-318/08
1,30 NBR-6118:2014
1,20 Eurocode2/2010
1,10
1,00
0,90
0,80
14 16 18 20 22 24 26
Altura útil (cm)
Fonte: Autor.
47
Laje L2
1,10
1,05
1,00
0,95
0,90
0,85 ACI-318/08
0,80 NBR 6118:2014
0,75 Eurocode2-2010
0,70
0,65
0,60
14 16 18 20 22 24 26
Altura útil (cm)
Fonte: Autor.
Laje L3
0,75
0,70
0,65
0,60
ACI-318/08
0,55
NBR 6118:2014
0,50 Eurocode2/2010
0,45
0,40
14 16 18 20 22 24 26
Altura útil (cm)
Fonte: Autor.
48
Ao se comparar os resultados obtidos através das diferentes normas, para o pilar P5,
pode-se perceber que os resultados são bastante diferentes, devendo-se ao fato de cada norma
possuir suas formulações próprias e considerações.
No caso do pilar P5, que é um pilar interno sem momento desbalanceado, o cálculo da
tensão solicitante é feito de maneira igual para as três normas, variando seu valor no caso do
ACI devido ao perímetro crítico ser estabelecido a uma distância menor do pilar. Sendo
assim, os valores obtidos pelo Eurocode 2 e pela NBR 6118, que possuem a mesma expressão
para o cálculo da tensão resistente, diferem para lajes com menos de 20cm de altura útil
devido ao fato de o Eurocode não permitir um ganho de resistência causado pelo efeito escala,
que começa a minorar a resistência da ligação a partir dessa altura útil, diferentemente da
NBR, que não apresenta restrições quanto a isso, resultando em valores menos conservadores.
Já o ACI, por apresentar formulações que diferem notoriamente das outras normas,
apresentou resultados menos conservadores para a laje L1, ao mesmo tempo que, para as lajes
L2 e L3, que possuem carregamentos maiores, apresentou resultados mais conservadores. A
explicação para isso é que com o acréscimo dos carregamentos, as taxas de armadura também
aumentaram, de forma que as resistências obtidas pela norma europeia e brasileira também
foram superiores por considerar essa variável em seus cálculos, o que não acontece no ACI,
em que a tensão resistente se manteve constante para todas as lajes, com aumento apenas na
solicitante.
49
3.6.3 Pilar P2
Laje L1
2,30
2,10
ACI-318/08
1,90
0,90
Eurocode2/2010 Método
0,70 Simplificado
14 16 18 20 22 24 26
Altura útil (cm)
Fonte: Autor.
Laje L2
1,30
1,20
ACI-318/08
1,10
1,00 NBR 6118:2014
0,90
Eurocode2/2010 Método 1
0,80
0,70 Eurocode2/2010 Método 2
0,60
Eurocode2/2010 Método
0,50
Simplificado
14 16 18 20 22 24 26
Altura útil (cm)
Fonte: Autor.
50
Laje L3
1,20
1,10
1,00 ACI-318/08
0,90
NBR 6118:2014
0,80
Eurocode2/2010 Método 1
0,70
Eurocode2/2010 Método 2
0,60
Fonte: Autor.
Para os casos estudados, o que se pôde perceber é que para vãos e carregamentos
comumente encontrados em edificações, o procedimento apresentado pela norma brasileira e
os métodos 1 e 2 apresentados na norma europeia se aproximam muito, principalmente para
lajes de altura útil igual ou superior a 20cm, de forma que não deve haver grandes
discrepâncias entre projetos baseados nessas normas.
Fazendo a comparação entre os procedimentos apresentados no Eurocode 2, percebe-
se que a simplificação realizada no método 2, com o objetivo de facilitar os cálculos, é
bastante coerente, pois apresentou resultados muito próximos aos do método 1, devendo ser
utilizado com cautela apenas em situações de grandes momentos fletores, onde o método 1
seria mais recomendado. Já o método 3, denominado nos gráficos como método simplificado,
resultou em valores muito conservadores, quando comparado aos dos outros métodos, pois
devido à sua abordagem simplista do fenômeno, precisa ser acompanhado por uma margem
de segurança para que possa ser utilizado largamente em projetos, mesmo que não seja
recomendado.
Com relação ao ACI, diferente dos resultados anteriores, se mostrou menos
conservador que os outros métodos nas lajes L2 e L3. Isso se deve ao fato de o procedimento
realizado pela norma americana atribuir uma importância menor à atuação dos momentos
fletores, contabilizando valores em média 35% menores que nas outras formulações. Sendo
assim, nas lajes que apresentaram maiores momentos fletores, o ACI tendeu a ser menos
conservador que os outros códigos. Já com relação à laje L1, o resultado apresentado pela
norma americana tendeu a ser o mesmo do pilar P5, pelos mesmos motivos citados
anteriormente.
52
Durante a execução deste trabalho, toda a análise estrutural foi feita através de
software AltoQI Eberick, de forma que após o cálculo das tensões, tanto solicitantes quanto
resistentes, verificou-se que esse software realiza os procedimentos da NBR 6118:2014, de
forma que os valores obtidos foram exatamente iguais aos apresentados anteriormente,
chegando à conclusão de que os códigos computacionais referentes à punção desse programa
se apresentam confiáveis e de acordo com as normas vigentes.
Figura 4.1 – Resultados do AltoQI Eberick para a laje L1 com 20 cm de altura útil.
Fonte: Autor.
53
4.2 CAD/TQS
Figura 4.2 – Tensões tangenciais solicitantes nos diferentes sub-perímetros do pilar P2,
para a laje L1 com 14 cm de altura útil.
Fonte: Autor.
Após a soma dos valores de cisalhamento obtidos nas barras da grelha de cada sub-
perímetro, o software divide o valor resultante pela dimensão desse perímetro, chegando em
54
um valor de tensão solicitante atuante, que é comparado com o valor de tensão resistente
calculado através da expressão normatizada.
Os gráficos para análise dos resultados do TQS foram obtidos comparando as tensões
solicitantes fornecidas pelo programa e através da norma brasileira com a tensão resistente,
com o intuito de encontrar situações em que haja divergência entre esses resultados.
Gráfico 4.1 – Relação entre tensões solicitantes e tensão resistente na laje L1.
Laje L1
0,9
0,8
0,7
0,6
Trd1
0,5
Tsd, NBR6118
0,4
Tsd, TQS (INT)
0,3
Tsd, TQS (EXT)
0,2
0,1
14 16 18 20 22 24 26
Altura útil (cm)
Fonte: Autor.
Gráfico 4.2 – Relação entre tensões solicitantes e tensão resistente na laje L2.
Laje L2
0,8
0,7
0,6
0,5 Trd1
0,1
16 18 20 22 24 26
Altura útil (cm)
Fonte: Autor
55
Para os casos da laje L1, inicialmente pode-se perceber que para as lajes de altura útil
iguais a 14cm e 16cm, apenas as tensões solicitantes na região externa necessitaram de
armadura de punção no TQS, sendo que à luz da norma essa seria uma região que deveria ser
armada em sua totalidade. O fato de essas duas lajes terem alturas úteis inferiores a 20cm,
pode vir a remeter a um dos casos de resultados considerados contra a segurança pelo
Eurocode 2, de forma que seria recomendado que o engenheiro projetista calculasse uma
armadura de punção para toda a região, a fim de evitar algum possível desastre futuro.
Percebe-se também que para as lajes com altura útil igual ou superior a 20cm, as tensões
solicitantes são inferiores às resistentes de acordo com a NBR, porém o TQS continua a armar
as regiões externas, devido à metodologia utilizada.
Na laje L2, a situação encontrada para a laje L1 se inverte, sendo a tensão solicitante
superior do TQS encontrada na região interna, verificando-se novamente que, para as alturas
úteis de 16cm a 22cm, o TQS contabiliza a necessidade de armadura de punção apenas na
região interna, em situações as quais a NBR recomenda armar toda a região. Além disso, no
caso dessa laje, encontra-se um agravante, pois para as alturas úteis de 24cm e 26cm, tanto a
região interna quanto externa no cálculo do TQS possuem tensões solicitantes iguais ou
menores que a resistente, prescindindo de armadura transversal em ambas as regiões.
Entretanto, quando realizados com o procedimento recomendado pela NBR 6118:2014, essas
duas regiões precisariam ser armadas à punção, de forma que há uma divergência entre o
software e a norma brasileira.
56
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AltoQI Informática. Manual teórico – AltoQI Eberick v.9, São Paulo, 2014.
GUANDALINI, Stefano; BURDET, Olivier L.; MUTTONI, Aurelio. Punching tests of slabs
with low reinforcement ratios. ACI Structural Journal Nº 106, 2009.
MACGREGOR, James G.; WIGHT, James K. Reinforced concrete: Mechanics and design.
6ed, New Jersey: Pearson, 2012.
MELGES, José Luiz Pinheiro. Punção em lajes: Exemplos de cálculo e análise teórico-
experimental. Dissertação de mestrado, EESC-USP, 1995.
58