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Aula 01: Figuras de Linguagem

Resumos

FIGURAS DE SOM
ALITERAÇÃO: Repetição de consoantes numa sequência linguística: O Papa é Pop! O Pop não poupa ninguém (H. Gessinger)

ASSONÂNCIA: Repetição de vogais numa sequência linguística: Tíbios flautins finíssimos gritavam. (Bilac)

PARONOMÁSIA: Emprego de palavras parônimas ou homônimas (com sonoridade semelhante ou idêntica) numa mesma frase,
fenômeno que é popularmente conhecido como trocadilho.
A Líbia é bombardeada, a libido e o vírus. O poder, o pudor, os lábios e o batom (H. Gessinger)

ONOMATOPEIA: Reprodução, por meio de palavras, de sons e ruídos do mundo natural ou de vozes de animais.
A menina não fazia outra coisa senão chupar jabuticabas... Escolhia as mais bonitas, punhas entre os dentes e tloque. E
depois do tloque, uma engolidinha do caldo e plufe! caroço fora. (Monteiro Lobato)

HARMONIA IMITATIVA (chamada por alguns também de ONOMATOPEIA): Emprego de palavras cujos fonemas
acabam por sugerir os sons das ações descritas no texto.
De repente uma banda preta vermelha retinta suando bate um dobrado batuta na doçura do jardim. (Drummond)

FIGURAS DE PALAVRAS
COMPARAÇÃO ou SÍMILE: Comparação entre dois elementos por meio de seus significados imagísticos, causando o efeito de
atribuição "inesperada" ou improvável de significados de um termo a outro: Aquela mulher é como uma cobra.

METÁFORA: Trata-se de uma comparação implícita, ou seja, os elementos explicitadores da comparação (em especial a palavra
‘como’) não aparecem: Aquela mulher é uma cobra.

METONÍMIA: Emprego de um termo por outro, dada a possibilidade de associação entre eles.
A região pelo produto. Tomamos um bom Porto hoje. (vinho)
O continente pelo conteúdo. Comi um pacote de bolacha. (todas as bolachas de um pacote)
O conteúdo pelo continente. Passe-me a manteiga. (pote de manteiga)

SINÉDOQUE: Caso especial de metonímia, em que se troca a palavra que indica o todo de um ser por outra que indica apenas
uma parte dele: O rebanho do Sr. João tem mil cabeças. (parte (cabeça) pelo todo (boi))

CATACRESE: Utilização de uma palavra ou expressão que não descreve com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada
por não haver palavra apropriada - ou a palavra apropriada não ser de uso comum. Trata-se de uma metáfora desgastada.
chumbar os dentes com ouro / a cabeça do alfinete / enterrar uma farpa no dedo

PERÍFRASE: Uso de uma expressão mais desenvolvida para designar uma realidade (mais ou menos óbvia ou direta). Quando
for referente a um nome próprio, também se chama antonomásia.
O rei das selvas é natural da África. (leão) / O poeta dos escravos morreu com 24 anos. (Castro Alves)

FIGURAS DE PENSAMENTO
HIPÉRBOLE: Uso de palavras ou expressões que denotam exagero, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer
dizer: Faz um século que não vejo meu pai. (muito tempo)

EUFEMISMO: Emprego de termos mais agradáveis para suavizar uma expressão: Ele descansou finalmente. (morreu)

IRONIA: Dizer o contrário daquilo que se pensa, estabelecendo-se uma distância intencional entre aquilo que é dito e aquilo que
realmente é pensado: Venha cá, meu querido amigo, para eu lhe dar um soco. (pessoa de quem não se gosta)

ANTÍTESE: Emprego de palavras e ideias que se opõem quanto ao sentido:


Entre o uniforme e a nudez, entre os outros e vocês... (H. Gessinger)

PARADOXO: Emprego de palavras e ideias que se contradizem quanto ao sentido:


Estou aqui neste amplo espaço ultra-fechado! (C.D. Andrade)

PROSOPOPÉIA: Atribuição de atitudes animadas ou humanas a seres inanimados ou irracionais. Sinônimo de ‘personificação’.
O meu pensamento, ardiloso e traquinas, saltou pela janela fora e bateu asas na direção da casa de Virgília. (M. Assis)

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APÓSTROFE: Emprego de um vocativo enfático:
Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto Com denso velâmen de penas gentis... (G. Dias)

SINESTESIA: Cruzamento de duas ou mais sensações distintas ou, então, a atribuição a uma coisa de qualidade que lhe é
incompatível: A sua voz áspera intimidava a plateia. / Moça bonita, nas pontas da sua trança amarrei minha ilusão.
GRADAÇÃO: Enumeração e apresentação de ideias em sentido cumulativo, de forma crescente (em direção a um clímax) ou
decrescente (anticlímax): Eu era pobre. Era um subalterno. Era nada. (M. Lobato)

FIGURAS DE CONSTRUÇÃO
ELIPSE: Omissão de um termo que o contexto ou a situação permitem facilmente suprir.

ZEUGMA: Omissão de um termo já mencionado antes. É uma das formas da elipse.

HIPÉRBATO EM SENTIDO ESTRITO: Separação de palavras que pertencem ao mesmo sintagma, pela intercalação de um
membro frásico. É costume dar-se esse nome a qualquer tipo de inversão:
Essas que ao vento vêm belas chuvas de junho! // Essas belas chuvas de junho que ao vento vêm! (J. Cardoso)

ANÁSTROFE ou HIPÉRBATO EM SENTIDO AMPLO: Inversão que consiste na anteposição do determinante (preposição +
substantivo) ao determinado:
Mas esse astro que fulgente das águias brilhara à frente, do Capitólio baixou (S. Passos)
Mas esse astro que fulgente brilhara à frente das águias, baixou do Capitólio

PROLEPSE ou HIPÉRBATO EM SENTIDO AMPLO: Antecipação de um termo de uma oração para outra que a preceda. O
termo deslocado é, assim, realçado.
Os pastores parece que vivem no fim do mundo // Parece que os pastores vivem no fim do mundo (F. Castro)

SÍNQUISE ou HIPÉRBATO EM SENTIDO AMPLO: Inversão violenta das palavras de uma frase, que torna difícil a sua
interpretação.
Da verdade aquelas pessoas todas muito honestas você pode acreditar que sabiam.
Você pode acreditar que todas aquelas pessoas muito honestas sabiam da verdade.

POLISSÍNDETO: Emprego reiterado de conjunções coordenativas, especialmente as aditivas.


O quinhão que me coube é humilde, pior do que isto: nulo. Nem glória, nem amores, nem santidade, nem heroísmo. (O.L.
Resende)

ASSÍNDETO: Omissão das conjunções (em geral, conjunções aditivas), resultando no uso de orações justapostas ou orações
coordenadas assindéticas, separadas por vírgulas.
Arcos de flores, fachos purpurinos, Trons festivais, bandeiras desfraldadas, Girândolas, clarins, atropeladas Legiões de
povo, (e) bimbalhar de sinos... (R. Correia)

PLEONASMO: Superabundância de termos para enunciar uma ideia:


Sai lá para fora, João. (M. Torga) // As flores, eu as amo.

ANACOLUTO: Mudança de construção sintática no meio do enunciado, geralmente depois de uma pausa sensível.
Umas carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestáveis.” (J.L. Rego)

ANÁFORA: Repetição da mesma palavra ou grupo de palavras no princípio de frases ou versos consecutivos.
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer

SILEPSE: Concordância estabelecida não pela forma gramatical das palavras, mas pelo sentido e ideia que expressam.

A criança foi logo para a cama; também ele estava cansado. (Silepse de gênero)

Todos entramos imediatamente por causa da chuva. (Silepse de pessoa)

Sois injusto comigo (A. Herculano) (Silepse de número)

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Apresentação
Figuras de Som

Texto 1 - Figura:___________________ Texto 2 - Figura:___________________


Vozes veladas, veludosas vozes, E bamboleando em ronda
Volúpias dos violões, vozes veladas dançam bandos tontos e bambos
Vagam nos velhos vórtices velozes de pirilampos
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. (Guilherme de Almeida)
(Cruz e Souza)

Texto 3 - Figura:___________________
“Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura, aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a
semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá achar-vos-eis com mais paço, os de lá, com
mais passos: Exiit seminare.” (Sermão da Sexagésima, 1655 – Vieira)
Seara Semeadura
denotativamente: local onde se semeia denotativamente: ato de semear
conotativamente: local onde se prega o evangelho conotativamente: ato de pregar

Qual o sentido no texto das palavras abaixo?


paço (palácio):
passos:

Texto 4 - Figura:___________________ Texto 6 - Figura:___________________


Divisa Beba coca cola
O barro basta beba coca cola
sem dádivas babe cola
sem dívidas beba coca
sem dúvidas. babe cola caco
(Chacal) caco
cola

cloaca
(Décio Pignatari)

Texto 5 - Figura:___________________
O zum-zum-zum das crianças não me deixa dormir.

Pedro Pedreiro (Chico Buarque de Holanda, 1966 (1º LP))


Pedro pedreiro penseiro esperando o trem Esperando, esperando, esperando
Manhã parece, carece de esperar também Esperando o sol, esperando o trem
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém Esperando aumento para o mês que vem
Esperando um filho prá esperar também
Pedro pedreiro fica assim pensando
Assim pensando o tempo passa e a gente vai ficando prá trás Esperando a festa, esperando a sorte
Esperando, esperando, esperando Esperando a morte, esperando o Norte
Esperando o sol, esperando o trem Esperando o dia de esperar ninguém
Esperando aumento desde o ano passado para o mês que vem Esperando enfim, nada mais além
Da esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem
Pedro pedreiro espera o carnaval
E a sorte grande do bilhete pela federal todo mês Pedro pedreiro pedreiro esperando
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol Pedro pedreiro pedreiro esperando
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem Pedro pedreiro pedreiro esperando o trem
Esperando a festa, esperando a sorte
E a mulher de Pedro, esperando um filho prá esperar também Que já vem
Que já vem
Pedro pedreiro tá esperando a morte Que já vem
Ou esperando o dia de voltar pro Norte Que já vem
Pedro não sabe mas talvez no fundo Que já vem
Espere alguma coisa mais linda que o mundo Que já vem

Maior do que o mar, mas prá que sonhar se dá


O desespero de esperar demais
Pedro pedreiro quer voltar atrás
Quer ser pedreiro pobre e nada mais, sem ficar

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(FAU-Santos) Nos versos:
“Bomba atômica que aterra // Pomba atônita da paz // Pomba tonta, bomba atômica...” Vinícius de Moraes

A repetição de determinados elemento fônicos é um recurso estilístico denominado:


a) hiperbibasmo b) sinédoque c) metonímia d) aliteração e) metáfora

Figuras de Palavras

Texto 7 - Figura:___________________ Atinamos afinal com a chave do problema.

Texto 8 - Figura:___________________ A felicidade é como a pluma Que o vento vai levando pelo ar...

Felicidade 1959 (Tom e Vinicius) Trilha sonora do filme “Orfeu Negro”


Tristeza não tem fim A felicidade é como a gota
Felicidade sim De orvalho numa pétala de flor
Tristeza não tem fim Brilha tranquila
Felicidade sim Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar A minha felicidade está sonhando
Voa tão leve Nos olhos da minha namorada
Mas tem a vida breve É como esta noite
Precisa que haja vento sem parar Passando, passando
Em busca da madrugada
A felicidade do pobre parece Falem baixo, por favor
A grande ilusão do carnaval Pra que ela acorde alegre como o dia
A gente trabalha o ano inteiro Oferecendo beijos de amor
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira

Texto 9 - Figura:___________________

a) Empregou-se a ________________ pelo(a) ________________ Meu irmão vive tomando meus danones.

b) Empregou-se a ________________ pelo(a) ________________ Dedico-me agora à leitura de Machado de Assis.


.
c) Empregou-se a ________________ pelo(a) ________________ Sou alérgico a cigarro.

Texto 10 - Figura:___________________ ou ___________________

a) Empregou-se a ________________ pelo(a) ________________ Quantas primaveras a moça tem?

Texto 11 - Figura:__________________
]
a) Ele cavalgou um boi. / b) Os pés da cadeira quebraram. / c) Nós embarcamos no metrô.

Texto 12 - Figura:___________________ Muito sangue tem se perdido por conta do ouro negro.

Texto 13 - Figura:___________________ ou ___________________ O país do futebol acredita em seus filhos

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(ADVISE 2009) No enunciado: “Virgílio, traga-me uma coca cola bem gelada!”, registra-se uma figura de
linguagem denominada:
a) anáfora b) personificação c) antítese d) catacrese e) metonímia

(FMU) Quando você afirma que enterrou “no dedo um alfinete”, que embarcou “no trem” e que serrou “os
pés da mesa”, recorre a um tipo de figura de linguagem denominada:
a) metonímia b) antítese c) paródia d) alegoria e) catacrese
Figuras de Pensamento

Texto 14 - Figura:___________________ ou ___________________ O riacho, depois das últimas trovoadas, cantava grosso,
bancando rio, e a cascata em que se despenca, antes de entrar no açude, enfeitava-se de espuma. (G. Ramos)

Texto 15 - Figura:___________________ Ó mar salgado, quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal! (F. Pessoa)

Texto 16 - Figura:___________________ Rios te correrão dos olhos, se chorares! (O. Bilac)

Texto 17 - Figura:___________________ Cíntia faltou com a verdade no julgamento.

Texto 18 - Figura:___________________ Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios. (V. Moraes)

Texto 19 - Figura:___________________ Este Amor (...) que me acalora e me intimida / Que me põe fraco quanto me põe
forte…(Hermes Fontes)

Texto 20 - Figura:___________________ Boa moça de família, quatro séculos de tradição, burra como uma porta. (M.
Andrade)

Texto 21 - Figura:___________________ Som que tem cor, fulgor, sabor, perfume. (Hermes Fontes)

Texto 22 - Figura:___________________

Capítulo LXIII - Metades de um sonho (Dom Casmurro – Machado de Assis)


Fiquei ansioso pelo sábado. Até lá os sonhos perseguiam-me, ainda acordado, e não os digo aqui para não alongar esta
parte do livro. Um só ponho, e no menor número de palavras, ou antes porei dois, porque um nasceu de outro, a não ser que
ambos formem duas metades de um só. Tudo isto é obscuro, dona leitora, mas a culpa é do vosso sexo, que perturbava assim a
adolescência de um pobre seminarista. Não fosse ele, e este livro seria talvez uma simples prática paroquial, se eu fosse padre,
ou uma pastoral, se bispo, ou uma encíclica, se papa, como me recomendara tio Cosme: Anda lá, meu rapaz, volta-me papa! Ah!
por que não cumpri esse desejo? Depois de Napoleão, tenente e imperador, todos os destinos estão neste século.

(U. Taubaté) No sintagma: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura denominada:
a) sinestesia b) eufemismo c) onomatopeia d) antonomásia e) catacrese

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Figuras de Construção (Sintaxe) – Omissão/Repetição de Termos

Texto 23 - Figura:___________________ Ao redor, bons pastos, boa gente, terra boa para arroz. (G. Rosa)

Texto 24 - Figura:___________________ A igreja era grande e pobre. Os altares, humildes. (C. D. Andrade)

Texto 25 - Figura:___________________ A barca vinha perto, chegou, atracou, entramos. (M. Assis)

Texto 26 - Figura:___________________ Fui cisne, e lírio, e águia, e catedral (F. Espanca)

Texto 27 - Figura:___________________

Os nomes dados à terra descoberta – Cassiano Ricardo


Por se tratar de uma ilha deram-lhe o nome A grande terra girassol onde havia guerreiros de tanga e
de ilha de Vera-Cruz. onças ruivas deitadas à sombra das árvores
Ilha cheia de graça mosqueadas de sol
Ilha cheia de pássaros
Ilha cheia de luz.
Mas como houvesse em abundância,
certa madeira cor de sangue, cor de brasa
Ilha verde onde havia e como o fogo da manhã selvagem
mulheres morenas e nuas fosse um brasido no carvão noturno da paisagem,
anhangás a sonhar com histórias de luas e como a Terra fosse de árvores vermelhas
e cantos bárbaros de pajés em poracés batendo os pés. e se houvesse mostrado assaz gentil,
deram-lhe o nome de Brasil.

Depois mudaram-lhe o nome


pra terra de Santa Cruz. Brasil cheio de graça
Terra cheia de graça Brasil cheio de pássaros
Terra cheia de pássaros Brasil cheio de luz.
Terra cheia de luz.

(Fuvest) Na frase “(...) data da nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal”,
ocorre o mesmo recurso expressivo de natureza semântica que em:

a) Meu coração/ Não sei por que/ Bate feliz, quando te vê. (Pixinguinha e Braguinha)

b) Há tanta vida lá fora,/ Aqui dentro, sempre,/ Como uma onda no mar. (Lulu Santos)

c) Brasil, meu Brasil brasileiro,/ Meu mulato inzoneiro,/ Vou cantar-te nos meus versos. (Ary Barroso)

d) Se lembra da fogueira,/ Se lembra dos balões,/ Se lembra dos luares, dos sertões? (Chico Buarque)

e) Meu bem querer/ É segredo, é sagrado,/ Está sacramentado/ Em meu coração. (Djavan)

Texto 28
Vício de Linguagem: ________________________________ Nasci, há dez mil anos atrás. (R. Seixas)

Figura de Linguagem: ________________________________ Vi com meus próprios olhos.

As flores, eu as amo! Das flores, eu gosto delas! Escritora, eu já o fui.

.
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Texto 29 - Figura:___________________

As flores, eu gosto delas. Eu, que me importa a desonra do mundo! (C.C. Branco)

Confissão - Carlos Drummond de Andrade 1902-1980


É certo que me repito, É tão certo que me aperto É tudo certo e prescrito
é certo que me refuto numa tenaz de mosquito em nebuloso estatuto,
e que, decidido, hesito como é trinta vezes certo O homem, chamar-lhe mito
no entra-e-sai de um minuto que me oculto no meu grito não passa de anacoluto.

É certo que irresoluto Certo, certo, certo, certo


entre o velho e o novo rito, que mais sinto que reflito
atiro à cesta o absoluto as fábulas do deserto
como inútil papelito. do raciocínio infinito.

1) Os versos possuem uma estrutura sintática recorrente, com a repetição de alguns termos.

1.a) Essa repetição caracteriza qual figura de linguagem? __________________________________

2.b) Faça um esquema abaixo em que conste a indicação do tipo de oração e de termos da oração recorrentes.

2) Há uma figura de pensamento bastante recorrente no poema, presente em todas as estrofes, e reveladora da verdadeira
confissão do eu lírico.

2.1) Que figura é essa?____________________________________

2.2) Dê dois exemplo da ocorrência dessa figura.

2.3) Em que a estrutura sintática que se repete apontada na questão 1 contribui para essa figura?

2.4) Qual é a confissão do eu lírico?

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3) A partir das informações sobre o verbo “chamar” e da indicação das orações presentes nas duas frases, preencha os
espaços abaixo com a função do termo correspondente:

4) A segunda oração poderia substituir a primeira sem perda de expressividade? Explique.

Carolina / Machado de Assis, 1906


Querida, ao pé do leito derradeiro Trago-te flores - restos arrancados
Em que descansas dessa longa vida, Da terra que nos viu passar unidos
Aqui venho e virei, pobre querida, E ora mortos nos deixa e separados.
Trazer-te o coração do companheiro.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro Pensamentos de vida formulados,
Que, a despeito de toda a humana lida, São pensamentos idos e vividos.
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs o mundo inteiro.

5) Indique o termo que está em anacoluto e como ele foi gerado.

6) A última estrofe explica uma afirmação hiperbólica feita anteriormente que afirmação é essa e como se dá essa
explicação.

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(UNIFESP-2010) Manuel Bandeira, passeando pelo interior de Pernambuco, pediu água numa casa e ouviu a mãe gritar
para o filho: “Anacoluto, traz água pro moço, Anacoluto!” O menino obedeceu, Bandeira bebeu a água e saiu dando pulo: não é
todo dia que alguém tem a fortuna de dar com um nome desses. Anacoluto é um senhor nome e descobri-lo é quase como
descobrir a América. Feliz Manuel Bandeira. (Flávio José Cardozo)
Leia os textos (I Soares de Passos; II Mário Quintana; III Casimiro de Abreu)

I. Mas esse astro que fulgente / Das águias brilhara à frente, / Do Capitólio baixou.
Mas esse astro que brilhara à frente das águias fulgente, baixou do Capitólio

II. Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.

III. No berço, pendente dos ramos floridos, / Em que eu pequenino feliz dormitava: /

Quem é que esse berço com todo o cuidado / Cantando cantigas alegre embalava?

Segundo Celso Cunha & Lindley Cintra, o anacoluto é a mudança de construção sintática no meio do enunciado,
geralmente depois de uma pausa sensível, o que faz uma expressão ficar desligada e solta no período. Com base nesses dados, o
nome do menino faz uma alusão a uma figura de sintaxe que está exemplificada apenas em
a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III.

Figuras de Construção (Sintaxe) – Ordem dos Termos

Texto 30 - Figura:________________________________

"O caso triste e dino da memória / Que do sepulcro os homens desenterra (...)" (Camões)

Frase na ordem direta:______________________________________________________________________________

Nesta frase, os ___________________ antecedem o _____________________

Texto 31 - Figura:___________________ ou ___________________

Vingai a pátria ou valentes / Da pátria tombai no chão! (F. Varela)

Frase na ordem direta:______________________________________________________________________________

Nesta frase, o termo _____________ está antecedendo o seu subordinante _____________.

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Texto 32 - Figura:___________________ ou ___________________

O próprio ministro dizem que não gostou do ato. (M. Assis)

Frase na ordem direta:______________________________________________________________________________

Nesta frase, há duas orações que são respectivamente uma _______________ e uma _______________.

O termo que está em prolepse é ________________ e exerce a função de ________________ da segunda oração.

Texto 33 - Figura:___________________ ou ___________________

Quando, inteiros, virá, como tu, dar-nos a paz às boas Artes? (La Fontaine)

Frase na ordem direta:______________________________________________________________________________

(Maringá) Leia os versos e depois assinale a alternativa correta:


“Amo do nauta o doloroso grito
Em frágil prancha sobre o mar de horrores,
Porque meu seio se tornou pedra,
Porque minh’alma descorou de dores.” (Fagundes Varela)

No primeiro verso, há uma figura que se traduz por:


a) pleonasmo b) hipérbato c) anacoluto d) anáfora e) gradação

(Mack) Nos versos abaixo, uma figura se ergue graças ao conflito de duas visões antagônicas:
“Saio do hotel com quatro olhos,
- Dois do presente,
- Dois do passado.”

Esta figura de linguagem recebe o nome de:


a) metonímia b) catacrese c) hipérbole d) antítese e) hipérbato

(FUVEST) Identifique a figura de linguagem empregada nos versos destacados:


“No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilíssimos trabalhos!”

a) antítese b) anacoluto c) hipérbole d) litotes e) paragoge

(FUVEST) A figura de linguagem empregada nos versos em destaque é:


Consoada – Manuel Bandeira
Quando a Indesejada das gentes chegar - Alô, iniludível!
(Não sei se dura ou caroável), O meu dia foi bom, pode a noite descer.
Talvez eu tenha medo. (A noite com os seus sortilégios.)
Talvez sorria, ou diga: Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.

a) clímax b) eufemismo c) sínquise d) catacrese e) pleonasmo

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Figuras de Construção (Sintaxe) – Concordância

Texto 34 - Figura:________________________________ V. Ex.a deve estar cansado.

Texto 35 - Figura:________________________________ Os portugueses somos do Ocidente... (Camões)

Texto 36 - Figura:________________________________ O povo, após o espetáculo, aplaudiram ruidosamente.

(Inatel) Reconheça e classifique as figuras de palavras, de construção e de pensamento:


( ) “Quando uma lousa cai sobre um cadáver mudo”. (1) Polissíndeto
( ) “Terrível hemorragia de sangue”. (2) Hipérbato
( ) “Das idades através”. (3) Epíteto
( ) “Oxalá tenham razão”. (4) Pleonasmo
( ) “Trejeita, e canta, e ri nervosamente”. (5) Elipse

(Cesesp – PE) Leia atentamente os períodos:


Vários de nós ficamos surpresos.
Essa gente está furiosa e com medo; por consequência, capazes de tudo.
Tua mãe, não há idade nem desgraça que lhe transforme o sorriso.
Entre elas, alguém estava envergonhada.

Os períodos acima contêm, respectiva e sucessivamente, as seguintes figuras de sintaxe:


a) Silepse de pessoa, silepse de gênero, anacoluto, silepse de número.
b) Anacoluto, anacoluto, anacoluto, silepse de número.
c) Silepse de número, silepse de pessoa, anacoluto, anacoluto.
d) Silepse de pessoa, silepse de número, anacoluto, silepse de gênero.
e) Silepse de pessoa, anacoluto, silepse de gênero, anacoluto.

(Cescea) Identifique os recursos estilísticos empregados no texto:


“Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos os modernos”. (Machado de Assis)

a) anáfora – antítese - silepse d) pleonasmo – antítese – silepse


b) metáfora – antítese – elipse e) anástrofe – comparação – parábola
c) anástrofe – antítese – zeugma
Alegoria
Michaelis: sf (gr allegoría) 1 Ficção que apresenta um objeto para dar ideia de outro. 2Gram Processo mental que consiste em se
imaginarem como seres animados as ações e qualidades. 3 Narrativa imaginária em que se personificam animais e coisas, em que
cada pormenor tem um valor simbólico. 4 Figura de retórica, constante de várias metáforas consecutivas, exprimindo por alusão
ideia diferente da que se enuncia. 5 Obra artística ou literária, que oferece uma coisa para sugerir outra.

O assassino era o escriba - Paulo Leminsky


Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjunção.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
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Aula 1 Exercícios de Figuras de Linguagem
1 (FEBA - SP) Assinale a alternativa em que ocorre aliteração:
a) "Água de fonte .......... água de oceano ............. água de pranto. (Manuel Bandeira)
b) "A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia." (Chico Buarque)
c) "Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então." (Clarice Lispector)
d) "Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma cor." (Mário Quintana)
e) N.d.a.

2 (CESGRANRIO) Na frase "O fio da idéia cresceu, engrossou e partiu-se" ocorre processo de gradação. Não há gradação
em:
a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou. d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se.
b) O avião decolou, ganhou altura e caiu. e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.
c) O balão inflou, começou a subir e apagou.

3 (UNIMEP) Todas as frases a seguir são corretas. Assinale a única que encerra anacoluto.
a) Aos homens parece não existir a verdade. d) Os homens parece ignorarem a verdade.
b) Os homens parece-lhes não existir a verdade. e) Os homens parecem ignorar a verdade.
c) Os homens parecem que ignoram a verdade

4 (FATEC) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa em que aparece a mesma figura de linguagem que há na frase
acima:
a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes." d) "O meu amor, paralisado, pula."
b) "Nasci na sala do 3° ano." e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."
c) "O bonde passa cheio de pernas."

5 (UM - SP) Indique a alternativa em que haja uma concordância realizada por silepse:
a) Os irmãos de Teresa, os pais de Júlio e nós, habitantes desta pacata região, precisaremos de muita força para sobreviver.
b) Poderão existir inúmeros problemas conosco devido às opiniões dadas neste relatório.
c) Os adultos somos bem mais prudentes que os jovens no combate às dificuldades.
d) Dar-lhe-emos novas oportunidades de trabalho para que você obtenha resultados mais satisfatórios.
e) Haveremos de conseguir os medicamentos necessários para a cura desse vírus insubordinável a qualquer tratamento.
6 (VUNESP) No trecho: "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura de linguagem
presente é chamada:
a) metáfora b) hipérbole c) hipérbato d) anáfora e) antítese

7 (VUNESP) Na frase: "O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô", encontramos a figura de linguagem
chamada:
a) silepse de pessoa b) elipse c) anacoluto d) hipérbole e) silepse de número

8 (PUC - SP) Nos trechos: "O pavão é um arco-íris de plumas" e "...de tudo que ele suscita e esplende e estremece e
delira..." enquanto procedimento estilístico, temos, respectivamente:
a) metáfora e polissíndeto; c) metonímia e aliteração; e) anáfora e metáfora.
b) comparação e repetição; d) hipérbole e metáfora;

9 (PUC - SP) Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do
major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja" encontramos, respectivamente, as seguintes figuras
de linguagem:
a) prosopopéia e hipérbole; c) perífrase e hipérbole; e) metonímia e prosopopéia.
b) hipérbole e metonímia; d) metonímia e eufemismo;

10 (ITA) Em qual das opções há erro de identificação das figuras?


a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo)
b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopéia)
c) Já não são tão freqüentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração)
e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia)

11 (FEI) Assinalar a alternativa correta, correspondente à figuras de linguagem, presentes nos fragmentos abaixo:
I. "Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste."
II. "A moral legisla para o homem; o direito para o cidadão."
III. "A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém, discordavam."
IV. "Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, pára, ergue a mão em viseira, firma os olhos."
a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo; d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo;
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto; e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma.
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato;
12
12 (ESPM-SP) Assinale a afirmação incorreta sobre uma frase de propaganda, veiculada pela mídia, do refrigerante Coca-Cola:
“Todos falamos futebol”
a) A concordância do verbo não é gramatical (com o sujeito “todos”), mas sim ideológica.
b) O uso da preposição “de” com o verbo falar é optativo, fazendo com que o complemento “futebol” ou “de futebol” tenham a
mesma função sintática.
c) Ao procedimento usado dá-se o nome silepse de pessoa.
d) O emissor da mensagem se inclui entre aqueles que falam futebol.
e) O mesmo fenômeno de silepse ocorre na frase. “Vossa Excelência deve estar equivocado”, diferenciando-se apenas para a
manipulação de gênero.

13 (FUVEST) O anacoluto (quebra da estruturação lógica da frase), presente no provérbio “Quem ama o feio, bonito lhe parece”,
também se verifica em:
a) Quem o mal deseja ao seu vizinho, vem o seu pelo caminho.
b) Quem anda sem dinheiro, não arranja companheiro.
c) Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
d) Quem anda depressa é quem mais tropeça.
e) Quem com o demo anda, com o demo acaba.

14 (Ibmec-SP) Assinale a alternativa incorreta com relação a este fragmento da letra da música Verdade chinesa — texto de
Carlos Colla e Gilson.
“Senta, se acomoda, à vontade, tá em casa / Toma um copo, dá um tempo, que a tristeza vai passar / Deixa, pra amanhã tem muito
tempo / O que vale é o sentimento / E o amor que a gente tem no coração”. (http://emilio-santiago.letras.terra.com.br/letras/45703)
a) Os dois primeiros versos são compostos exclusivamente por orações coordenadas assindéticas.
b) A palavra “que” aparece três vezes no texto. No segundo verso é uma conjunção coordenativa; já no quinto verso é um
pronome relativo.
c) A primeira oração do segundo verso consiste numa metonímia.
d) Aparecendo duas vezes no texto, a palavra “tempo” tem a função de objeto direto.
e) Os verbos sentar, tomar, dar e deixar aparecem flexionados na segunda pessoa do singular, no modo imperativo afirmativo e
configuram, deste modo, o uso da função apelativa da linguagem.

Questões sobre textos entre as quais aparecem algumas de Figuras de Linguagem


(FUVEST) Texto para as questões de 1 a 3
Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não
tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos
sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a
polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único
que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia — o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais
amargo o riso, mais dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só
persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua. João do Rio. A alma encantadora das ruas.

1 Em “nas cidades, nas aldeias, nos povoados”, “hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia” e “levando as coisas fúteis e
os acontecimentos notáveis”, ocorrem,respectivamente, os seguintes recursos expressivos:
a) eufemismo, antítese, metonímia.
b) hipérbole, gradação, eufemismo.
c) metáfora, hipérbole, inversão.
d) gradação, inversão, antítese.
e) metonímia, hipérbole, metáfora.

2 No texto, observa-se que o narrador se:


a) equipara ao leitor, por meio de sentimentos diversos como o amor, o ódio e o egoísmo.
b) distancia do leitor, porque o amor à rua, assim como o ódio e o egoísmo, é passageiro.
c) identifica com o leitor, por meio de um sentimento perene, que é o amor à rua.
d) aproxima do leitor, por meio de sentimentos duradouros como o amor à rua e o ódio à polícia.
e) afasta do leitor, porque, ao contrário deste, valoriza as coisas fúteis.

3 Prefixos que têm o mesmo sentido ocorrem nas seguintes palavras do texto:
a) íntima / agremia.
b) resiste / deslizam.
c) desprazeres / indissolúvel.
d) imperturbável / transforma.
e) revelado / persiste.

13
(FUVEST) Texto para as questões de 4 a 3
o Kramer apaixonou-se por uma corista que se chamava Olga. por algum motivo nunca conseguiam encontrar-se. ele gritava
passando pela casa de Olga, manhãzinha (ela dormia): Olga, Olga, hoje estou de folga! mas nunca se viam e penso que ele sabia
que se efetivamente se deitasse com ela o sonho terminaria. sábio Kramer. nunca mais o vi. há sonhos que devem permanecer nas
gavetas, nos cofres, trancados até o nosso fim. e por isso passíveis de serem sonhados a vida inteira. Hilda Hilst, Estar sendo. Ter
sido.
Observações:
O emprego sistemático de minúscula na abertura de período é opção estilística da autora.
Corista = atriz/bailarina que figura em espetáculo de teatro musicado.

4 Na perspectiva do narrador, o Kramer é considerado sábio porque, como um bom sonhador,


a) anima-se com a possibilidade de uma feliz e prolongada realização de seu sonho.
b) percebe que a realização de seu sonho acabaria sendo uma forma de negá-lo.
c) avalia objetivamente as circunstâncias de que depende a plena realização de seu sonho.
d) sabe que os sucessivos adiamentos da realização de seu sonho acabarão por fazê-lo desistir de sonhar.
e) acredita que a impossibilidade de realização de um sonho leva a um mais rápido amadurecimento.

5 Considere as seguintes afirmações:


I - Kramer apaixonou-se por uma corista.
II - Kramer e a corista jamais se encontraram.
III - Talvez Kramer julgasse ter sido melhor assim.
As afirmações acima estão articuladas de modo coerente e correto no seguinte período:
a) Talvez Kramer tenha julgado ter sido melhor que ele e a corista por quem se apaixonou jamais se houvessem encontrado.
b) Muito embora Kramer se apaixonou por uma corista, jamais se encontraram, mesmo porque ele julgaria ter sido melhor assim.
c) Jamais se encontraram Kramer e a corista por quem se apaixonou, pois talvez Kramer julgava que é melhor ser assim.
d) Quando se apaixonou por uma corista, ainda que ambos jamais se encontraram, Kramer talvez tenha achado que assim seria
melhor.
e) Desde que Kramer se apaixonou e julgou melhor assim, ele e a corista jamais teriam se encontrado.

6 No trecho "há sonhos que devem permanecer nas gavetas, nos cofres, trancados até o nosso fim.", o recurso de estilo que NÃO
ocorre é a
a) redundância.
b) inversão.
c) gradação.
d) metáfora.
e) enumeração.

Questões Dissertativas de Figuras de Linguagem


1 (FUVEST) Leia o seguinte texto:
Os irmãos Villas Bôas não conseguiram criar, como queriam, outros parques indígenas em outras áreas. Mas o que criaram dura
até hoje, neste país juncado de ruínas novas.
a) Identifique o recurso expressivo de natureza semântica presente na expressão “ruínas novas”.
b) Que prática brasileira é criticada no trecho “país juncado (= coberto) de ruínas novas”?

2 (FUVEST) PORQUINHO-DA-ÍNDIA
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas ...
— O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.
a) Aponte, no poema, dois aspectos de estilo que estejam relacionados ao tema da infância. Explique sucintamente.
b) Qual é o elemento comum entre a experiência infantil e a experiência mais adulta presentes no poema? Explique sucintamente.

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Gabarito de Figuras de Linguagem
1B 2E 3B 4C 5C 6E 7E
8A 9E 10 C 11 B 12 B 13 A 14 A

Questões sobre textos entre as quais aparecem algumas de Figuras de Linguagem


1D 2C 3C 4B 5A 6B

Questões Dissertativas de Figuras de Linguagem


1
a) Na expressão “ruínas novas” o sentido do substantivo é oposto ao do adjetivo que o qualifica, destacando um contraste
semântico. O recurso pode ser identificado, portanto, como antítese, paradoxo ou oxímoro.
b) Critica-se a prática do abandono de iniciativas governamentais em andamento, às vezes antes mesmo de sua conclusão ou
amadurecimento, sem que tenham sido avaliadas como inadequadas ou ultrapassadas.

2
a) Dois aspectos de estilo que estão presentes no poema “Porquinho-da-Índia” e podem ser relacionados ao tema da infância são o
uso recorrente do diminutivo (“bichinho”, “limpinhos”, “ternurinhas”) e o coloquialismo. O primeiro é marca de linguagem
afetiva, registro comum na expressão verbal infantil; o segundo, índice de uma linguagem livre de preocupações gramaticais, que
as crianças desconhecem. Outro recurso estilístico associado ao tema da infância seria a livre associação de imagens
aparentemente desconexas ou ilógicas, como a do porquinho-da-índia com a primeira namorada.
b) No poema, o elemento comum entre a experiência infantil e a mais adulta é o tema da frustração ou dor de amor. O último
verso sugere que a primeira namorada do eu lírico se comportou de modo análogo ao porquinho, que “não fazia caso nenhum” da
ternura a ele dedicada.

15

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