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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE FÍSICA
COORDENAÇÃO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO EM FÍSICA - LICENCIATURA PLENA
Av. Fernando Correa da Costa, S/N, Coxipó, Cuiabá – MT CEP 78060-900
(65) 3615 8731 - ​coordenacao@fisica.ufmt.br

Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 03, 04

ELETRODINÂMICA 
1. Força Eletromotriz

1.3. FEM devido ao movimento

Sabemos que forças eletromotrizes podem ser


geradas por diversas formas, através de
potenciais químicos, mecânicos, radioativos, etc.
Mas ainda não fora explorado até o momento a
FEM induzida ou gerada a partir de campos
magnéticos. A figura ao lado mostra uma forma
primitiva de gerador que produz uma FEM. Para
tanto o circuito deve-se mover sob o campo magnético (área cinza da figura, penetrando
na página). Na direção indicada, o circuito se desloca à velocidade v. A FEM induzida
(que “atua” como o trabalho para que as cargas se movam pelo circuito), é para o circuito
fechado (não há terminais que ligam as fontes potenciais):

onde ​h é o comprimento do trecho ​ab do circuito e é a força por unidade de carga.


De acordo com a equação de Lorentz ( ) a força é perpendicular ao plano
formado pela direção do campo magnético e o deslocamento). Isso implica que no
segmento ​ab a força age nas cargas no sentido ​ab​, enquanto que nos segmentos ​bc e
ad ​a força é perpendicular a esses, não contribuido com a circulação da corrente.
Uma questão instigante. Vimos que a FEM é produzida por potenciais que por
sua vez executam trabalho nas cargas elétricas. Mas FORÇAS MAGNÉTICAS NÃO
PRODUZEM TRABALHO. Logo quem executa o trabalho é o deslocamento do circuito.

O fluxo de uma grandeza vetorial é definido pela quantidade daquela grandeza


enlaçada por um circuito fechado que define uma área, ou seja:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Tópico: Eletrodinâmica

ou seja, este é o fluxo do campo magnético que passa pela área A, limitada pelo circuito
c. Na figura temos, por questões de simetria:

mas como o circuito move-se sob um campo magnético limitado à área cinza, o fluxo
diminui para a direção de deslocamento indicada. Então há uma taxa de variação do
fluxo, tal que:

O sinal negativo indica que o fluxo diminui à medida que o deslocamento


aumenta. Logo, comparando com o resultado da FEM, temos:

que é a regra do fluxo para a FEM em movimento.

2. Indução Magnética

2.1 Lei de Faraday

Micheal Farady observou por alguns experimentos que há uma conexão entre o
magnetismo e a eletricidade. Variar o fluxo magnético em que uma espira condutora está
imerso faz aparecer uma corrente elétrica, assim como a força eletromotriz está
condicionada a um campo elétrico que impulsiona as cargas. Assim:

portanto:

Utilizando o teorema de Stokes, pode-se encontra a relação diferencial entre o


campo elétrico e magnético, que fornece:

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Tópico: Eletrodinâmica

Quando não há variação do campo magnético, reduz-se ao caso estático, em que


. Mas toda vez que houver variação de fluxo magnético em um circuito
fechado, aparecerá uma FEM induzida. A expressão para isso…

… é conhecida como a LEI DE FARADAY.

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 05, 06

ELETRODINÂMICA 
2. Indução Magnética

2.2. O Campo Elétrico induzido

A relação entre o campo elétrico e magnético, quando este último varia no tempo
é:

Sabendo que a lei de Gauss para campo eletrostáticos fornece:

e sua forma diferencial através do teorema da divergência:

então temos o conjunto da equações para o campo elétrico na forma diferencia em que
apenas campos magnéticos variantes no tempo se manifestam e não há cargas no
espaço:

e seu análogo ao magnetismo:

onde a primeira equação é devido a natureza multipolar do campo magnético (não há


elementos magnéticos com um único polo) e a última provém de lei circuital de Ampère:

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Tópico: Eletrodinâmica

A conclusão que se chega é que campos elétricos induzidos são determinados


por como os campos magnéticos o são por

2.2. Indutância

Sejam duas espiras, sendo uma delas percorrida por uma corrente. Sendo assim,
um campo magnético produzido pela corrente 1 irá embarcar a espira 2. Isso implica em
um fluxo que atravessa a espira 2 devido a corrente da espira 1. De acordo com a lei de
Biot-Savart:

ou seja, o campo é diretamente proporcional a corrente 1 e a outros parâmetros


geométricos construtivos. Assim o fluxo em 2 será:

ou

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Tópico: Eletrodinâmica

Utilizando a definição do potencial vetor ( ) e o teorema de Stokes,


tem-se:

Pode-se demonstrar que:

e que portanto:

logo, usando a lei de Biot-Savart:

O fluxo é então:

o que, por comparação se deduz:

que é conhecida como Fórmula de Neumann e demonstra que o termo depende


somente de parâmetros geométricos construtivos, e é chamado de indutância mútua do
circuito 2 devido ao circuito 1.

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Aula: 07, 08

ELETRODINÂMICA 
2. Indução Magnética

2.3. Indutância

Sendo a indutância mútua aquela que envolve dois ou mais circuitos ou


correntes, então ao indutância PRÓPRIA é aquela produzida por cada anel de corrente.
Assim:

onde L é a indutância própria, ou simplesmente a indutância do circuito percorrido pela


corrente I.

Como o fluxo magnético por definição é a quantidade de linhas de campo B que


passa por um circuito que define uma área aberta , então:

e sua variação no tempo é portanto (lei de Lenz1):

sendo a indutância L dada em Henries (H)2,3, equivalente à


Ampère por segundo.

Exemplo 1. Calcule a corrente do circuito RL alimentado


por uma FEM .
Solução: A soma dos potenciais elétricos em um circuito é igual a
zero, ou seja:

1
"Lei de Lenz – Wikipédia, a enciclopédia livre." ​https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Lenz​.
Acessado em 24 out. 2017.
2
"​ Henry (unidade) – Wikipédia, a enciclopédia livre."
https://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_(unidade)​. Acessado em 24 out. 2017.
3
"Joseph Henry – Wikipédia, a enciclopédia livre." ​https://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Henry​.
Acessado em 24 out. 2017.

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Tópico: Eletrodinâmica

portanto:

Desenvolvendo, temos:

integrando...

e usando a propriedade do exponencial,


finalmente:

O comportamento desta corrente é representado no gráfico.

2.4. Energia no campo magnético.

Diferente da energia dispendida por uma resistência elétrica em forma de calor


(efeito Joule), a energia de um indutor é retida, ou armazenada no seu campo magnético.
Assim, dependendo da variação da corrente elétrica, o indutor pode fornecer ou
armazenar energia. Se a corrente diminui, o indutor deverá fornecer energia para manter

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Tópico: Eletrodinâmica

o campo magnético, e vice-versa. Isso é conhecido como a Lei de Lenz. Como o trabalho
é definido como o efeito de uma força exercida sobre um corpo por um determinado
caminho, então:

ou seja:

pois o quando a energia cinética associada ao trabalho cresce, a energia potencial


diminui, justificando o sinal negativo. Assim:

e ainda:

onde foi usado a lei de Lenz. Integrando ambos os lados, temos:

Usando a definição de fluxo magnético e potencial vetor:

que pode ser transformada através do teorema de Stokes em uma integral de linha,
assim:

e então o trabalho associado ao campo magnético pode ser escrito na forma:

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Tópico: Eletrodinâmica

O sentido da corrente é o mesmo de e concordante com a normal da seção


transversal S de um condutor. Logo:

ou seja, tal que:

onde foi usada a Lei de Ampère na forma diferencial: . Sendo assim,


temos:

Neste ponto, utiliza-se a propriedade do produto vetorial misto, como segue:

ou:

pois ,e . Logo:

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Tópico: Eletrodinâmica

e usando o Teorema de Gauss, passa-se a integral de volume para uma integral de área,
daí:

sendo que S é a superfície que envolve o volume V. Se integramos por todo o espaço,
não há sentido uma interface, e portanto conhecer o resultado da integral de superfície,
podendo ser então desconsiderada. Isso fisicamente significa que o campo magnético
fica disponível em todo o espaço. Logo:

Podemos ser levados a pensar que é estranho haver uma energia magnética
sendo que o campo magnético não realiza trabalho. O porém é que, para produzir campo
magnético onde antes não havia, é necessário que o campo varie, e isso é possível se
for realizado no sistema algum tipo de trabalho. Além disso, a variação do campo
magnético produz segundo a Lei de Faraday um campo elétrico, que este sim, realiza
trabalho. As equações da energia para os campos elétricos e magnéticos podem ser
condensadas então:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 09, 10

ELETRODINÂMICA 
3. Equações de Maxwell

3.1. A eletrodinamica antes de Maxwell.

As equações que regem o eletromagnetismo, que vieram das observações do


comportamento dos campos elétricos e magnéticos, tanto estáticos como dinâmicos
foram condensadas como segue:

Porém uma melhor observação nessas equações podem revelar algumas


inconsistências. Por exemplo: o divergente do rotacional de um vetor é igual a zero,
assim como , pois o vetor é perpendicular à , e portanto o
produto escalar é zero. Assim:

Tanto o lado direito como o lado esquerdo da equação são zero, pois a
divergência nula do campo magnético é devido a inexistência de monopolos. Agora seja:

Aqui há uma inconsistência, pois o lado direito da equação não é


necessariamente zero. Somente será nulo para correntes contínuas (lei de Kirchhoff ou
da continuidade). Portanto há algo que falta na lei de Ampère.

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Tópico: Eletrodinâmica

A figura ao lado mostra ilustrativamente


essa discordância. No circuito que
abarca um dos terminais do capacitor,
há uma corrente I que passa pela área
delimitada pelo circuito, mas for
escolhido a área em forma de balão
(lembrando que em ambos os casos a
superfície escolhida é aberta), não há
nenhuma corrente atravessando-a, o
que torna a lei de Ampère arbitrária.

Como , e:

então, o fluxo de corrente através da área limitada pelo circuital dependerá da escolha da
área. Para correntes estáticas não há nenhum problema, pois o fluxo é nulo, mas para
correntes não estáticas , há um confronto matemático!.

3.2. Como Maxwell corrigiu a lei de Ampere.

Quando se estabelece que há um campo eletrodinâmico, tem-se:

mas:

logo:

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Tópico: Eletrodinâmica

O sinal negativo indica que a carga no interior do volume V diminui à medida que
o fluxo de corrente aumenta. Logo, pode-se obter:

ou seja:

Assim a lei de Ampère pode ser corrigida pelo fator encontrado:

Portanto o entendimento físico desta correção é que, para campos elétricos


dependentes do tempo, há uma corrente momentânea, devido ao deslocamento de
cargas (corrente de deslocamento). Na época de Faraday, a detecção desta corrente não
seria possível. Mesmo nos dias de hoje, esta corrente é difícil de ser mensurada. Agora
há também uma simetria importante. Não só a variação do campo magnético induz
campo elétrico, como o contrário é verdadeiro:

Uma mudança no campo magnético induz um campo magnético.

Assim:

e na forma integral:

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Aula: 11, 12

ELETRODINÂMICA 
3. Equações de Maxwell

3.3. As Equações de Maxwell.

As equações, agora completas, na forma diferencial, são consolidadas deste


modo:

Juntas com a lei da Força ( ) conformam toda a teoria da


eletrodinâmica clássica. Mesmo a equação da continuidade:

deriva da equação (iv) da relação acima. A correlação entre campo elétrico e magnético,
demonstrando a simetria entre os dois campos é melhor entendida como segue:

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Tópico: Eletrodinâmica

3.4. Cargas magnéticas.

No espaço livre, sem cargas, e são nulos. As equações então são


simplificadas:

Usando a simetria e analogia, trocando por , e por , os pares de


equações se convertem uma nas outras. Agora e se utilizarmos deste mesmo artifício
para incluir termos “ausentes” nas equações de Maxwell?. Seria obtido algo do tipo:

onde foi introduzido os termos e para densidade de cargas e densidade de


corrente magnéticas, respectivamente. As leis de conservação devem ser estabelecidas
e mantidas. Logo:

3.5. Equações de Maxwell na matéria.

Sendo o potencial elétrico:

Para a carga elementar, o campo elétrico é:

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Tópico: Eletrodinâmica

e definindo momento de dipolo para uma única carga com ou:

então o potencial em função do momento de dipolo será:

Como a polarização de um meio é o momento de dipolo por unidade de volume:

temos:

Usando o artíficio que: , então:

e ainda, usando a identidade: , temos:

ou:

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Tópico: Eletrodinâmica

Comparando com o potencial produzido por uma distribuição esférica volumétrica


uniforme de cargas, em que as densidades de volume e superfície contribuem
parceladamente, temos:

e portanto, e .

Do mesmo modo e análogo, para o campo magnético:

ou:

os termos entre colchetes são: e , a densidade de corrente no


interior do volume e a corrente confinada na superfície, respectivamente.
Assim podemos reescrever alguns termos em função da polarização e
magnetização da matéria. A corrente devido a polarização é:

ou seja:

Essa corrente é chamada corrente de polarização, e está associada ao spin e


momento angular orbital dos elétrons. Resumindo, temos:

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Tópico: Eletrodinâmica

O índice b significa que essa densidade de carga e corrente são devido a cargas
ligadas (dipolos elétrico e magnético). As equações de Maxwell são definidas a partir das
cargas livres, logo a densidade total de carga e corrente são:

e a lei de Gauss fica:

ou

onde é o vetor deslocamento elétrico:

A Lei da Ampère-Maxwell pode ser reescrita como segue:

ou

O lado esquerdo da equação é definido por:

onde é o vetor magnético.

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Tópico: Eletrodinâmica

Finalmente pode-se escrever as equações de Maxwell dependente da


magnetização e polarização da matéria, e das cargas livres do sistema:

Em termos da suscetibilidades elétrica e magnética, expressa-se a magnetização


e polarização em termos dos vetores e com segue:

, e
ou seja:

onde e são a constante dielétrica e a permeabilidade


magnética do meio. Finalmente, a corrente de deslocamento é dada em função do vetor
deslocamento elétrico:

3.6. Condições de Contorno.

Os campos e serão descontínuos se estivermos observando essas


grandezas na interface que separa dois meios diferentes. Um exemplo é a superfície de
um condutor, onde há o limite entre o próprio meio condutor e o meio externo. Assim os
efeitos de superfície são devidos principalmente a descontinuidade desses campos. As
equações de Maxwell destacadas no final da seção anterior podem ser reescritas na
forma diferencial como segue:

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Tópico: Eletrodinâmica

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 13, 14

LEIS DE CONSERVAÇÃO 
1. Carga e Energia

1.1. Equação da Continuidade.

Partindo do princípio da conservação universal de carga, como se mantém esta


propriedade em uma região localizada? Sendo a carga total em um volume dada por:

e o fluxo dá a variação desta carga no tempo, ou seja:

Aplicando o teorema de Stokes, temos:

ou

logo:

é a equação da continuidade.

1.2. Vetor de Poynting.

O fluxo de energia do campo eletromagnético também deve obedecer os


princípios de conservação e continuidade. Partindo da expressão da força submetida
uma partícula carregada sob ação dos campos elétrico e magnético:

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Tópico: Leis de Conservação

e multiplicando ambos os lados os lados por um percurso infinitesimal , temos:

O lado esquerdo da equação é o trabalho diferencial, e o deslocamento é ,


logo:

O produto vetorial misto é nulo, pois o resultado de é um vetor


perpendicular à . A carga elétrica submetida pode ser expressa em função da
densidade de carga. Dai:

onde . Assim:

mas:

assim:

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Tópico: Leis de Conservação

Usando a identidade vetorial:

onde:

logo:

Como:

temos:

Aqui, deve-se recorrer a definição de energia armazenada nos campos elétricos e


magnético:

e introduzindo a densidade de energia:

temos:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Tópico: Leis de Conservação

O último termo à direita representa o fluxo de energia através da superfície que


encerra o volume , que contém armazenado a energia eletromagnética por unidade de
volume . Esse termo é definido por um vetor que indica a direção de propagação do
campo eletromagnético, denominado vetor de Poynting1, em homenagem a John Henry
Poynting2.

Dai:

No caso em que não hajam cargas no espaço , não há trabalho sendo


aplicado, e portanto:

ou:

é a “equação da continuidade” para a energia. Aqui, ​ faz o papel de ,e é o fluxo de


energia, assim como é o fluxo de carga.

1
"Vector de Poynting – Wikipédia, a enciclopédia livre."
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vector_de_Poynting​. Acessado em 15 nov. 2017.
2
"John Henry Poynting – Wikipédia, a enciclopédia livre."
https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Henry_Poynting​. Acessado em 15 nov. 2017.

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Aula: 15, 16

LEIS DE CONSERVAÇÃO 
2. Momentum

2.1. Terceira lei de Newton na Eletrodinâmica.

Quando cargas estão em movimento, os campos


elétrico e magnéticos associados sofrem "perturbações
espaciais˜. Assim, no caso estático, as linhas de campo
elétrico de uma carga são radialmente espaçadas, mas
em movimento, a tendência é que haja uma
concentração radial no sentido do deslocamento,
conforme a ilustração ao lado. Da mesma forma, em
um fio condutor carregado com um fluxo de carga, as
linhas de campo magnético serão dependentes da
velocidade dessas cargas. Agora, seja a configuração
da figura abaixo. Tem-se duas cargas em movimento, em direções perpendiculares. A
carga move-se no sentido -x e no sentido -y. Os campos elétricos que e se
submetem estão na mesma direção da reta
que passas por ambas. Mas de acordo com
a lei de Biot-Savart, a carga produz campo
magnético em no sentido -z, enquanto
que o faz em no sentido +z. A Lei da
ação e reação de Newton (3ª Lei) diz que
toda ação produz uma reação de mesma
intensidade, na mesma direção e em
sentidos opostos, mas no caso magnético
isto não acontece. Portanto existe uma
aparente violação à terceira Lei.
De algum modo, a 3ª Lei deve ser
estabelecida, para que haja conservação de
momento, tanto linear quanto angular. Assim, o campo eletromagnético deve então
incorporar parte do momento aparentemente perdido devido ao antagonismo das forças
magnéticas.

2.2. Tensor de tensão de Maxwell.

Sendo a Força eletromagnética dada por , e:

1
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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Tópico: Leis de Conservação

então:

A força por unidade de volume é portanto . Usando as


declarações de e :

temos:

Usando a seguinte condição:

Isolando o primeiro termo à direita e usando a propriedade da lei de indução de


Faraday, temos:

logo:

Mais uma vez, utilizamos as propriedades do cálculo diferencial, em que:

2
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Tópico: Leis de Conservação

e isolando o triplo produto vetorial:

O mesmo vale para o campo magnético, onde por questões de simetria,


introduzimos o temos . Como o fluxo magnético , não se interfere no
balanço da equação. Daí:

As energias elétrica e magnética säo definidas por:

tal que a densidade de energia eletromagnética por unidade de volume será:

Separando dos termos de campo elétrico e magnéticos, a força por unidade de


volume fica:

Introduzindo o tensor de tensão de Maxwell:

3
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Tópico: Leis de Conservação

Isso significa que é uma das componentes do tensor ​, num total de nove
para o caso tridimensional. O simbolo é a delta de Kronecker, que vale um para
e zero para . O produto escalar de um vetor com um tensor, para uma determinada
componente é:

tal que:

e com:

então:

A força para todo o espaço é portanto:

Aplicando o teorema da divergência, resulta em:

Para o caso estático, o segundo termo da equação é nulo. Assim:

4
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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 17, 18

LEIS DE CONSERVAÇÃO 
2. Momentum

2.3. Conservação do Momento.

Agora, sob a luz da segunda lei de Newton, pode-se definir o momento linear
mecânico em função da força a que está submetida uma partícula carregada sob ação
do campo eletromagnético, tanto estático quanto dinâmico.

dai:

O primeiro termo é o momento por unidade de tempo fluindo por uma superfície,
e o segundo é o momento armazenado nos campos:

O sinal negativo significa que, o aumento do momento mecânico implica na


diminuição do momento armazenado nos campos, e vice-versa. Caso não haja momento
sendo armazenado (problema estático), então todo momento mecânico é levado pelos
campos encerrados em um volume, através da superfície deste espaço. Assim a
densidade de momento pode ser definida como:

Se o momento mecânico é conservado (não há forças atuando sobre o sistema


ou não á cargas no espaço estudado), então:

1
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Tópico: Leis de Conservação

e usando o teorema da divergência, temos:

logo:

é a própria “equação da continuidade” para o momento linear. Novamente, a densidade


de momento opera como a densidade de carga, e a divergência do tensor de Maxwell é o
fluxo desse momento. Então aqui também se estabelece a lei de conservação.

2.3. Momento angular.

A densidade de momento linear é:

e sendo:

assim:

Lembrando que ​c é a velocidade da luz no vácuo. O momento angular por


unidade de volume é por definição:

ou seja:

lembrando que:

Logo, mesmo para o caso estático, a conservação do momento angular, mesmo


no caso estático, depende apenas que seja não nulo.

2
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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 19, 20

Ondas Eletromagnéticas 
1. Ondas em uma dimensão.

1.1. A equação da Onda.

Uma onda é uma perturbação em um meio contínuo e que se propaga à uma


velocidade constante. Muitos fatores podem influenciar nos parâmetros da onda, como
amplitude, frequência e fase. A permissividade elétrica do meio pode atenuar a
amplitude, assim como a não-uniformidade altera a frequência da onda. A dimensão do
espaço influencia na sua propagação. E ainda ela pode ser estacionária e portanto não
propagar.
Esse objeto pode ser
descrito como uma função
invariante no espaço e no tempo
sob uma transformação de
translação (no tempo e/ou no
espaço). Isso significa que esta
função é periódica, e pode ser
representada por:

Essa é uma função unidimensional propagando em , com


velocidade . Portanto, seu valor em é o mesmo
quando esta retrocede em , em , desde que esta
função tenha características periódicas, sob translação
.
Utilizando a segunda lei de Newton a partir da propagação
de um pulso em uma corda, temos:

por aproximação: , logo:

e por definição, a tangente da função é a própria derivada no ponto. Assim:

1
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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

pois:

ou:

A segunda lei de Newton nos fornece:

pois a aceleração do elemento de massa é na vertical. Definindo a densidade de


massa por unidade de comprimento , temos:

assim:

Definindo:

temos:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Essa mesma equação pode ser encontrada partindo da solução geral:

e:

Tanto é verdade que:

O que leva a equação típica de uma onda:

1.2. A equação da Onda.

a) Terminologia.

Sendo uma função


senoidal, solução da equação
da onda:

onde A é sua amplitude, os seguintes termos destacados são:

1 - Número de onda :

3
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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

2 - Período:

A frequencia linear é:

Às vezes é melhor escrever em termos da frequência angular, cuja


relação à frequência linear é:

Assim a função senoidal pode ser apresentada de uma forma mais


conveniente e tradicional:

ou, devido devido a natureza par da função:

b) Notação Complexa.

Sob a formulação de Euler:

temos:

onde é a parte real do argumento . Deste modo, podemos atribuir que:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Aqui, inclui a a constante de fase. Logo, recupera-se a função


de onda através da parte real da função complexa:

c) Combinação linear de ondas senoidais.

Ondas senoidais tem a propriedade de se combinarem de tal forma que


possam reproduzir qualquer outra forma de onda. Assim:

Onde é função de vindo de até . As condições iniciais são


determinadas pela teoria da transformada de Fourier.

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 21, 22

Ondas Eletromagnéticas 
1. Ondas em uma dimensão.

1.4. Polarização.

De acordo como se dá o sentido de propagação de uma onda, em relação ao


sentido da perturbação, uma onda pode ser transversal ou longitudinal. Em uma corda
esticada, é possível verificar a propagação transversal, quando se vê o movimento para
cima e para baixo do pulso, que se propaga no sentido do comprimento. Em uma mola
longa, o pulso se movimento no mesmo sentido da perturbação, conforme a figura
abaixo. Essa é uma propagação longitudinal, do mesmo modo que as ondas sonora se
manifestam.

Esses são exemplos de propagações unidimensionais. Já em duas dimensões,


quando há duas componentes das forças de perturbação ortogonais entre si e ao sentido
de propagação, esta onda pode ser polarizada. Assim, a função de onda passa a ter
componentes, tal como os vetores. Logo:

é a polarização vertical, e:

é a componente horizontal da polarização. Assim:

é a função de onda na direção do vetor polarização , que define o plano de vibração, e


portanto é perpendicular à propagação (onda transversal):

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Assim, pode-se definir também o ângulo de polarização , como:

Finalmente, a função de onda pode ser descrita nestes termos como sendo:

2. Ondas Eletromagnéticas no vácuo.

2.1. As equações de onda para E e B.

Em regiões do espaço onde não há cargas, regem as equações de Maxwell na


seguinte forma:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Aplicando o triplo produto vetorial na equação (iii) temos:

e ainda:

Da mesma forma, aplicando na equação (iv) temos:

e ainda:

e como e para o vácuo, então:

Estas são as equações de onda para os campos e , da mesma forma que:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

é a equação de uma onda em três dimensões. Comparando, vemos que a


velocidade de propagação pode ser expressa pelas constantes elétrica e magnética
como:

que é precisamente a velocidade da luz . O que se conclui, e não é atualmente


surpreendente, é que a luz é uma onda eletromagnética, uma conclusão memorável para
a época de Maxwell.

2.2. Ondas Planas Monocromáticas.

A frequência de uma onda é definida por . Fixando este valor, temos uma luz
monocromática (uma única frequência). Outra situação que simplifica a análise é
considerar que esta onda seja independente espacialmente no plano (seja )
perpendicular à direção (digamos ) da propagação. Neste caso, se tem uma onda
plana. Assim retorna-se à situação unidimensional, em que:

onde e são amplitudes complexas e .


Novamente, como e para o vácuo, e para onda plana, as
componentes x e y são constantes, então:

Aplicando estas relações nas equações de Maxwell, temos:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

As funções dependentes de x e y são constantes, então apenas as derivadas em


z resultam em:

ou parametricamente:

Assim, temos:

ou vetorialmente:

e como os campos estão em fase, por definição, a relação entre as amplitudes é


portanto:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 23, 24

Ondas Eletromagnéticas 
2. Ondas Eletromagnéticas no vácuo.

2.3. Energia e momento em Ondas Eletromagnéticas.

Usando a equação para a densidade de energia dos campos eletromagnéticos,


temos:

E no caso de ondas planas, também é válido que:

Como as contribuições da energia dos campos elétrico e magnéticos são iguais,


então a primeira equação resulta em:

Usando a definição do vetor de Poynting:

temos:

Como é a densidade do momento armazenado nos campos, definido por:

então:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Tópico: Ondas Eletromagnéticas

A média da função seno ou cosseno ao quadrado para um ciclo completo


propagando ao infinito é 1/2, então as médias das grandezas das densidades de energia
e momento são:

Finalmente, a energia média por unidade de área transportada por uma onda
eletromagnética é portanto:

Onde é chamado de INTENSIDADE.

A luz quando incide em um perfeito absorvedor, ela entrega todo seu momento à
essa superfície. Sendo a força aplicada sobre a superfície equivalente à pressão
exercida, e como essa força é a própria variação do momento em relação ao tempo,
então este momento será:

onde é o volume do espaço que contém o campo radiante. Isso significa que
onde é o comprimento do volume de seção transversal . Logo:

Num perfeito reflector, a pressão será duas vezes maior para conservar a
quantidade de movimento (momento linear).

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

3. Ondas Eletromagnéticas na matéria.

3.1. Propagação em um meio linear.

No interior da matéria, em uma região livre de cargas ou correntes, as equação


de Maxwell podem ser escritas como:

E se o meio é linear:

pois nesse caso, e não variam em todo o meio. Logo:

No vácuo, a velocidade da luz é:

mas para um meio linear, essa razão será a velocidade de propagação da onda no
interior do meio, ou seja:

logo:

3
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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

sendo:

o ​índice de refração​ do meio. Na maioria dos materiais, é muito próximo de ,e


portanto:

onde é a constante dielétrica do meio.

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 25, 26

Ondas Eletromagnéticas 
3. Ondas Eletromagnéticas na matéria.

3.2. Reflexão e Transmissão em incidência normal.

Uma onda plana viajando entre dois meios lineares, com frequência na direção
aproxima-se da interface por um dos lados, como na figura:

logo:

são as equações da onda incidente. A onda refletida inverte o sentido de propagação, e


como o vetor de Poynting indica essa direção e é resultado do produto vetorial de E e B,
então:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

A parcela transmitida para o meio 2 é finalmente:

Os valores dos campos elétricos e magnéticos na interface tem que seguir a


condição de continuidade, assim, usando as Leis de Gauss e Ampère, tal que:

Como a carga no interior do volume da superfície gaussiana é a mesma, então:

e o campo no plano, (paralelo), tem-se:

O mesmo vale para o circuital amperiano, onde:

Dai:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Sendo (iii) válida, então as componentes do campo elétrico no meio 1 deve ser
igual em módulo à componente do meio 2, ou seja:

Já a equação (iv) diz:

ou:

onde:

Assim temos um sistema de equações:

3
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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Que resulta em:

Como as permeabilidades tem valores muito próximos ao do vácuo, então


, logo:

A onda refletida estará em fase com a incidente se , e em fase inversa se


. Isso afetará o sinal quando considerados os valores reais. Dai:

ou em termos do índice de refração, que é inversamente proporcional à velocidade de


propagação, temos:

Como a intensidade é:

pode-se chamar de coeficiente de reflexão, que é definido por:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

e o coeficiente de transmissão como:

Finalmente, a conservação de energia impõe que:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 27, 28

Ondas Eletromagnéticas 
3. Ondas Eletromagnéticas na matéria.

3.3. Reflexão e Transmissão em incidência obliqua.

A onda incidente a um ângulo da normal do plano da interface deverá obedecer


os mesmos critérios de continuidade para o caso particular da incidência normal. As
equações das ondas, agora mais gerais, levarão em consideração as componentes dos
vetores de onda em relação a sua posição no espaço. Assim

1
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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Como a frequência dessas ondas dependem apenas da fonte, para o caso de


meios lineares, então como , temos:

A soma dos campo no meio , devem resultar em


no meio , de acordo com a imposição das condições de contorno. Assim, as
equações devem ter a seguinte forma genérica:

Onde e são os coeficientes resultantes da soma dos campos. Logo,


podemos constatar a independência temporal, que imediatamente se fatora,
cancelando-se. Mas a condição de contorno implica fortemente que tal que:

Cada componente, sendo independente entre si, também fornece soluções


desacopladas, então:

Essas soluções só serão possiveis, se e somente se:

a) Os vetores de onda dos campos incidente, refletido e transmitidos, junto


com a normal da superfície da interface, devem ser coplanares (​1ª Lei​).

b) Devido a origem das ondas incidentes e refletidas serem do mesmo meio,


as leis de conservação impõem que (​2ª Lei​).

c) A primeira lei implica que as componentes no eixo dos vetores das


ondas incidente, refletida e transmitida devem ser iguais, ou seja:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

logo:

e como , , então:

que é a ​3ª Lei​, ou Lei de Snell. Essas 3 leis são conhecidas como "Leis da ótica
geométrica".

As condições de contorno na interface são regidas pelas equações:

onde pode ser substituído pelo campo elétrico em cada um dos


casos.

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Como é perpendicular à , então as projeções do vetor campo elétrico no


eixo z resultam em:

e no plano da interface (x,y), temos:

como a 2ª lei diz que o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão, então:

sendo:

tem-se:

Usando a expressão encontrada para o caso de incidência perpendicular:

Este sistema de equações resulta em:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

que é conhecida com ​equação de Fresnel​. Quando a onda refletida estará em


fase com a incidente, e para ficará fora de fase (inversão da amplitude).

Como , então:

mas,

logo:

Para o caso de , temos:

finalmente:

onde é o ​ângulo de Brewster​, quando a onda refletida é completamente extinguida.

Para o caso típico em que e então , tem-se:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

logo:

Desenvolvendo a equação, encontra-se:

dai:

ou:

Portanto, o ângulo de extinção permite obter a razão entre os índices de refração,


ou a partir de uma referência, o índice relativo.

A Intensidade incidente depende agora do ângulo da direção de radiação, dado


pelo produto escalar (onde z é a direção da normal da superfície). Logo:

e consequentemente:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

A razão das intensidades fornecem as taxas de reflexão e transmissão, as quais


são:

Os gráficos abaixo mostram a dependência desses coeficientes em função do


ângulo de incidência.

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 29, 30

Ondas Eletromagnéticas 
4. Absorsão e Dispersão.

4.1. Ondas Eletromagnéticas em condutores.

Para condutores, haverá na presença de um campo elétrico, um fluxo não nulo de


cargas. Assim, de acordo com a lei de Ohm, temos:

e as equações de Maxwell para este caso são:

onde foi usada a lei de Ohm em substituição à densidade de corrente na eq. (iv). A
equação da continuidade fornece:

Juntando a lei de Gauss com a lei de Ohm, tem-se:

A equação diferencial resultante:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Tópico: Ondas Eletromagnéticas

tem como resultado direto:

Qualquer carga inicial sofrerá dissipação por um fator . Isso reflete


o fato que qualquer carga livre no condutor irá fluir para as suas bordas.
Para um perfeito condutor, , , e para um condutor ruim, .
Assim, para um tempo muito longo, após passado o transiente, , daí:

Aplicando o triplo produto vetorial na equação (iii) temos:

e ainda:

e como e para o vácuo, então:

Usando a solução geral de ondas planas:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Aplicando-se esta solução às derivadas em cada termo da equação de onda,


então:

logo:

Como é um número complexo, este tem a forma:

Assim,

Comparando a parte real e imaginária separadamente, temos:

Resolvendo para , temos:

e:

finalmente:

Que é uma equação do segundo grau, cuja solução é:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

ou, como é real:

E como , então:

Logo, pode-se separar as partes real e imaginária de , fatorando o termo , tal


que:

Esta atenuação da amplitude em função da distância é chamado de ​coeficiente


de penetração​ d, que decai com o fator de .

A polarização da onda eletromagnética então é descrita pelos vetores:

Também pode-se representar na forma exponencial, tal que:

onde:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

A vantagem dessa expressão é obter o ângulo de defasagem a partir da


constante de amortecimento , pois

Usando a identidade:

tem-se:

e como , então:

logo

Levando em consideração que neste contexto e que:

então:

o que resulta em:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Isso implica que o campo magnético se atrasa (fica para trás) em relação ao
campo elétrico. Assim, a razão entre as amplitudes reais do campo elétrico e magnético
será:

Finalmente, podemos expressar os campos magnético e elétrico na forma


convencional:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 31, 32

Ondas Eletromagnéticas 
4. Absorsão e Dispersão.

4.2. Reflexão em uma superfície condutora.

As condições de contorno para o caso de uma superfície condutora agora levam


em consideração as cargas livres e correntes na superfície do condutor. Assim as
densidades e correntes superficiais e estão assim relacionados:

e as equações para o campo elétrico e magnético nos feixes incidente, refletido e


transmitido são:

Logo as equações de continuidade serão:

ou:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

onde:

dai:

Para um perfeito condutor ( ), e então é infinito, logo:

é o que ocorre no caso dos espelhos, em que a onda é totalmente refletida, com
mudança de fase de 180º.

4.3. Frequência dependente da permissividade.

A permissividade elétrica (e o índice de


refração por conseguinte, ) tem de
forma geral dependência da frequência da
onda eletromagnética. Esse fenômeno
presente nos meios materiais é chamado de
dispersão, e é responsável pela decomposição
da luz branca nas cores do espectro. Logo
também a velocidade da luz no meio dispersivo
depende de sua frequência.

Todas essas frequências se deslocam cada uma com velocidade , e


integram o grupo de ondas, que se movem como um pacote de ondas, com velocidade
de grupo

Isso implica que a velocidade das frequências individuais podem eventualmente


serem maiores que a velocidade de grupo. Não obstante isso não infere na violação da

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

teoria da Relatividade Restrita, já que nenhuma informação pode ser obtida dessas
ondas que compõe a envoltória.

Um modelo que pode ser utilizado


para descrever o comportamento de um
elétron em um meio dispersivo é o
massa-mola. Assim os elétrons podem ser
tratados como ligados ao núcleo por uma
constante de força tal que:

Sendo o deslocamento em torno da posição de equilíbrio, e a


frequência de oscilação natural. Embora possa parecer um modelo muito elementar,
podemos deduzir sua energia potencial através de uma expansão em série de Taylor da
função do potencial em função do deslocamento, ou seja:

Como referência, o primeiro termo da expansão pode ser zero ( ),


enquanto que o segundo representa a força sobre a partícula. Como o sistema está em
equilíbrio, o segundo termo também é nulo. Logo a energia cinética do sistema depende
do terceiro termo, sendo os restantes de maiores ordens nulos devido ao pequeno
deslocamento. Assim, o coeficiente elástico será:

Também podemos assumir que haja forças de amortecimento atuando no


sistema, e por isso:

Por fim, a oscilação natural do elétron sofrerá influência do campo elétrico


incidente, como uma oscilação forçada ou perturbadora:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

A resultante dessas contribuições logo será:

ou:

que está em notação complexa. A solução dessa equação é do tipo:

e aplicando essa solução na equação diferencial, obtém-se:

O dipolo elétrico associado a essa carga é a parte real de:

A parte imaginária desta equação significa que o momento de dipolo elétrico está
fora de fase como campo elétrico. Fazendo uma análise trigonométrica, a parte real
como e a parte imaginária associada ao , então:

fornece o ângulo de defasagem, que é muito pequena quando e do contrário, o


momento de dipolo se atrasa 180º.

A Polarização é definida pela soma de todos os momentos de dipolo dos


elétrons de cada molécula do meio, logo:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

e como:

então por comparação, e sabendo que , temos:

Como a equação de onda nos fornece:

e portanto:

onde:

e como:

então:

A intensidade de uma onda é proporcional ao quadrado da intensidade do campo,


então a atenuação da intensidade será por um fator de 2 no expoente , ou seja:

onde é chamado de coeficiente de absorção. O índice de refração por sua vez é


definido com segue:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Finalmente, como já se definiu , e como o segundo termo dependente da


frequência é pequeno, então pode-se fazer , dai:

logo, como , então:

ou seja:

logo:

e:

O índice de refração e absorção podem


ser representados graficamente em função da
frequência, onde pode-se observar que próximo
à ressonância ( ), o índice de refração
cai, enquanto o coeficiente de absorção
aproxima-se do seu máximo. Isso indica que o
material está se tornando opaco. Neste ponto,
com todos os elétrons entrando em

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

ressonância, toda a energia começa a ser dissipada no mecanismo de amortecimento.


Embora na representação da função, o índice de refração fique negativo, isso não
implica que a luz possa viajar mais rápido no meio que no vácuo, pois essa velocidade
não representa o valor da velocidade de grupo, e também termos de alta ordem,
desconsiderados na função obtida, tornam-se preponderantes e acabam mantendo
.
Então, próximo a ressonância, temos:

e mesmo próximo da ressonância, temos tipicamente que (aproximadamente a


frequência do ultra-violeta). Isso permite fazer a seguinte aproximação:

e assim toma a forma:

ou em temos do comprimento de onda no vácuo ( ), temos:

onde A é o coeficiente de refração e B é o coeficiente de dispersão. Essa expressão é


conhecida como ​Fórmula de Cauchy​.

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 33, 34

Ondas Eletromagnéticas 
5. Ondas guiadas.

5.1. Guia de ondas.

Considere-se agora a condição de uma onda confinada no interior de um duto


condutor perfeito. Portanto no seu interior, não há cargas ou correntes, tal que e
, e então as condições de contorno são:

Além disso, cargas e correntes induzidas nas superfície reforçam esses vínculos.
Para ondas monocromáticas, os valores dos campos são:

onde é real para este caso específico, e no


interior do guia de ondas as equações de
Maxwell são portanto:

Como os campos são expressos vetorialmente sendo:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

então aplicando as equações de ondas nas equações de Maxwell (iii) e (iv), tem-se:

Para resolver em termos das componentes x e y, basta igualar as equações (ii) e


(vi) em termos de e equações (iii) e (v) em termos de para as componentes em
(fazendo o mesmo procedimento, para , encontramos ).

Aplicando agora neste resultado o divergente nos campos elétrico e magnético,


ou seja, as equações (i) e (ii) de Maxwell, resolve-se a componente z, tal que:.

Se , tem-se Ondas Elétricas Transversais (ET), e se , então há


Ondas Magnéticas Transversais (MT). Quando há ambos os casos, chama-se de Ondas
Eletromagnéticas Transversais (EMT). Um fato notório é que ondas EMT não podem
ocorrer em uma cavidade de um guia de ondas, pois:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Se :

Se :

ou seja, tanto o rotacional quanto o divergente do campo elétrico são nulos.

5.2. Ondas ET em um guia de ondas retangular.

Na situação de haver um guia de ondas


retangular, com altura ​a e largura ​b​, a solução
para esta simetria resulta em equações
acopladas que podem ser resolvidas através
do método de separação de variáveis. Assim,
seja:

tal que:

ou:

com:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

e a solução geral para essas equações diferenciais de segunda ordem são do tipo:

As condições de contorno obrigam que o campo magnético seja nulo nas faces
internas do guia de onda, então as soluções para e são:

logo, conclui-se que:

e que:

Note que será imaginário se:

Caso isso ocorra, haverá uma atenuação exponencial do campo, como visto
anteriormente. Por isso, é chamado de ​frequência de corte para o modo . Por
exemplo:

Ou seja, frequência menores que essas serão atenuadas e não propagarão em


um guia retangular. Agora pode-se escrever o número de onda em função da frequência
de corte:

e a velocidade:

que é maior que a velocidade da luz. Entretanto, a energia viaja na velocidade de grupo,
que é definida por:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

Outro modo de analisar a propagação da onda na cavidade de um condutor


retangular é considerar que apenas ondas estacionárias podem existir lá, e outras
soluções não seriam permitidas devido a interferências destrutivas. Assim, os
comprimentos de onda permitidos seriam:

de tal modo que:

logo:

e a frequência:

e portanto:

A partir desse resultado, pode-se concluir que a velocidade de grupo é:

A velocidade da onda, por outro lado, é a velocidade das frentes pelo duto, que é
mais rápida que a velocidade de grupo:

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Tópico: Ondas Eletromagnéticas

5.3. Linhas de transmissão Coaxial.

Um cabo coaxial consiste


em um guia de ondas com um
condutor longo de raio ​a​, circulado
por um condutor cilíndrico oco de
raio ​b​, e pertencente ao seu eixo
axial. Do mesmo modo que o guia
retangular, não há cargas ou correntes na sua cavidade, tal que e ,e
daí:

e fica valendo que:

pois e São perpendiculares entre si, e como os divergentes desses campos são
nulos, então:

Devido a simetria, a solução por coordenadas cilíndricas é direta e fornece:

onde A é um parâmetro geométrico do cabo. Então usando as equações de onda dos


campos elétricos e magnéticos, tem-se:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 35, 36

Potenciais e Campos 
1. A formulação do potencial.

1.1. Potenciais Escalar e Vetor.

Dada as Equações de Maxwell

para um dado e , no caso estático, encontra-se através da lei de Coulomb


e Biot-Savart os valores dos campos Elétrico e Magnético. Como então:

o que é fato, pois o produto vetorial de um escalar (e vice-versa) para funções contínuas
é zero. Mas esta igualdade não prevalece na eletrodinâmica. Logo como obter o
potencial?

No magnetismo, tanto para o caso estático quanto o dinâmico, então:

assim:

Então, como , logo:

ou:

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Tópico: Potenciais e Campos

Aplicando na lei de Gauss, tem-se:

ou

que é a equação de Poisson para o caso dinâmico:

Aplicando agora na lei de Ampère-Maxwell, resulta em:

como:

então:

1.2. Transformações de Calibre.

Embora as novas equações para e tenham muitas parcelas, elas reduzem


o número de problemas de 6 para 4 (3 componentes dimensionais para B e E para
apenas 3 do potencial vetor e uma para o potencial escalar). Assim, pode-se fazer
transformações de calibre, tal que:

Devido a adição vetorial, tanto quanto resultam no mesmo . Logo:

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Tópico: Potenciais e Campos

e também:

ou

como então:

onde é um escalar qualquer. Dai:

sendo uma função qualquer dependente do tempo. Assim:

logo:

1.3. Calibre de Coulomb e Lorenz.

No calibre de Coulomb, na magnetostática temos , portanto:

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Tópico: Potenciais e Campos

e dai:

No calibre de Lorenz (caso dependente do tempo), temos:

onde o termo:

ou seja:

e como:

então:

Denominando o operador como sendo o d'Alembertiano:

as equações dos potenciais tornam-se:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 37, 38

Potenciais e Campos 
1. A formulação do potencial.

1.4. A lei da Força de Lorentz na forma do potencial.

Utilizando as expressões do campo elétrico e magnético dependentes dos


potenciais, e sob a luz da lei da Força eletromagnética, temos:

onde é o momento da partícula. Utilizando a identidade do triplo produto


vetorial:

temos:

mas:

é a derivada conectiva, onde:

como:

então:

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Tópico: Potenciais e Campos

logo:

ou:

Isso equivale a equação da força em função do potencial:

onde atua como o momento canônico:

e o potencial torna-se dependente da velocidade:

2. Distribuições contínuas.

2.1. Potenciais Retardados.

No caso estático, a equação da continuidade é


exposta como:

cuja soluções são:

onde

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Tópico: Potenciais e Campos

Mas sabe-se que a onda eletromagnética gasta um tempo para se deslocar,


desde a distribuição de carga até o ponto onde se pretende medir o potencial. Ou seja,
neste ponto estará se medindo um potencial deu uma distribuição que estava em uma
situação no passado. Este tempo retardado é equivalente a distância dividido pela
velocidade da luz, portanto:

Assim, as generalização das soluções dos potenciais agora são dependentes


também do tempo, para o caso não-estático:

Para ser verdade, essas equações devem satisfazer as soluções não


homogêneas das equações de continuidade dos potenciais. Então devemos encontrar o
laplaciano de e . Logo:

pois o operador atua tanto em quanto em . Utilizando a regra da cadeia para


explicitar a dependência temporal do potencial, temos:

pois e . Como , então, por definição:

e:

Aplicando mais uma vez o operador , temos:

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Tópico: Potenciais e Campos

e ainda:

com o uso de mais uma definição:

então:

o que satisfaz a equação não homogênea da continuidade.

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 39, 40

Potenciais e Campos 
2. Distribuições contínuas.

2.2. Equações de Jefimenko.

Dado os potenciais retardados:

então diretamente pode-se calcular os campos elétricos e magnéticos como segue:

como:

então:

onde:

Esta equação é a generalização de lei de Coulomb dependente do tempo, que


retorna ao caso estático quando as funções temporais são desconsideradas.
Para o campo Magnético:

e para uma componente (digamos, ):

e:

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Tópico: Potenciais e Campos

logo:

como , então:

Além disso: , dai:

Esta é a lei de Biot-Savart generalizada dependente do tempo. Esse conjunto de


soluções são chamados de ​equações de Jefimenko​. Com elas, a teoria eletromagnética
fica contemplada com a dependente do tempo.

3. Cargas Pontuais.

3.1. Potenciais de Liénard-Wiechert.

Seja uma carga pontual movendo-se em uma


trajetória tal que:

Posição da carga no tempo


e o potencial:

Embora dependa de e de , não há desta vez vínculo com a distribuição


, sendo portanto fatorável. Porém, como será demonstrado posteriormente, a
carga aparente que o potencial percebe será:

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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Tópico: Potenciais e Campos

ou seja, a carga líquida é modificada por um fator de .

Prova:

Por uma análise simplesmente geométrica pode-se verificar que o tempo em que
a luz de um corpo extenso, digamos uma composição férrea, leva para chegar de seus
extremos até o observador depende da distância desses extremos, conforme ilustra a
figura:

O comprimento aparente da composição leva em consideração o tempo que a luz


demora para chegar ao observador. Esse mesmo tempo é a distância que o trem
percorreu à velocidade . Assim:

Da mesma forma, se o observador estiver em


oblíquo com a direção de deslocamento do
trem, o resultado será:

vetorialmente, para 3 dimensões:

Isso implica para a carga que sua densidade também sofre uma mudança
aparente devido a variação do campo a altas velocidades. Finalmente pode-se escrever
o potencial elétrico na forma:

3
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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Tópico: Potenciais e Campos

onde é a velocidade da carga no tempo retardado, e é o vetor da posição retardada


até a posição do campo . Como:

então:

Essas equações são chamadas de ​Potenciais de Liénard-Wiechert para uma


carga pontual em movimento.

4
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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 41, 42

Potenciais e Campos 
3. Cargas Pontuais.

3.2. Os campos para cargas pontuais em movimento.

Utilizando das soluções dos potenciais de Liénard-Wiechert:

e das equações em função do tempo de e , quais são:

As duas variáveis as quais a partícula depende são facilmente diferenciáveis:

que são vinculadas entre si pela relação:

Logo, para encontrar o campo elétrico, deve-se resolver o gradiente do potencial


escalar e a derivada temporal do potencial vetor.

É necessário explicitar as equações em função de , então:

e o gradiente do produto escalar segue a identidade:

1
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Tópico: Potenciais e Campos

Resolvendo o 1o. termo:

Resolvendo o 2o. termo:

onde:

e do mesmo modo:

análogo ao 1o. termo. Logo:

Resolvendo o 3o. termo:

Resolvendo o 4o. termo:

2
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Tópico: Potenciais e Campos

onde:

por serem paralelos, e:

usando a mesma analogia do 3o. termo. Daí:

Finalmente:

Assim:

Onde responde pelo termo .

Depois de explicitar o gradiente do potencial escalar em termos de , a próxima


etapa é resolver o termo . Logo:

onde se usou a propriedade diferencial: , daí:

3
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Tópico: Potenciais e Campos

sendo:

como visto na solução do 4o. termo, substituindo por . E da mesma forma:

logo:

Isolando :

Assim o termo do gradiente do potencial resulta em:

e da mesma forma, analogamente:

somando os termos entre colchetes:

4
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Tópico: Potenciais e Campos

fazendo ​, então:

que permite expressar o campo elétrico para uma carga em movimento:

onde as duas parcelas destacadas são referentes à função dependente da velocidade e


que cai com o quadrado da distância (campo de Coulomb) e dependente da aceleração,
que cai com o inverso da distância, e portanto atua em longas distâncias (campo de
Radiação), respectivamente.

Agora, fazendo o rotacional do potencial vetor:

5
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Tópico: Potenciais e Campos

onde o rotacional de e o gradiente de já foram calculados. Colocando tudo junto,


tem-se:

O último termo em colchetes é similar ao encontrado para o campo elétrico, com


exceção ao vetor ao invés de . Como a relação entre eles produz parcelas em
função de e essas mesmas parcelas são anuladas no produto vetorial com o próprio
, então pode-se substituir sem alteração os termos de por , permitindo que a
relação entre colchetes fique similar a aquela encontrada para o campo elétrico. Daí:

O que é esperado, haja visto que o campo magnético é sempre perpendicular ao


campo elétrico produzido por uma carga pontual em movimento e também à direção de
propagação desses campos.

Tendo em posse das expressões dos campos elétrico e magnético, é possível


portanto encontrar a equação para a força generalizada de Lorentz:

ou seja:

Sendo e os valores da carga e velocidade da partícula de prova.

6
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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 43, 44

Radiação 
1. Radiação de dipolo.

1.1. O que é radiação.

Quando uma carga elétrica está em aceleração, há um processo associado de


transporte de energia. Essa emissão é chamada de radiação, e de acordo com as
equações dependentes do tempo, esta deve ter longo alcance, estendendo-se ao
infinito. A potência que vem de um campo eletromagnético e que passa por uma
superfície esférica imaginária é a integral do vetor de Poynting:

A potência irradiada por sua vez será a potência deste campo eletromagnético
produzida por uma fonte e que se propaga por todo o espaço, de modo que:

É importante notar que os campos elétrico e magnético


dependem de duas contribuições, referentes aos campos de
velocidade (Coulomb) e aceleração (Radiação). O primeiro
termo decai como quadrado da distância, e o último com o
inverso, e portanto tem longo alcance. No caso estático, as
contribuições são puramente coulombianas, e como a potência
depende do quadrado da distância (área esférica: ), o
produto é inversamente proporcional a . Logo a
potência cai com , e no limite para , a Potência
irradiada é zero (não há radiação para o caso estático).

1.2. Radiação de um dipolo elétrico.

Sejam duas esferas metálicas carregadas e separadas por uma distância ,


porém ligadas por um fio condutor, de modo que a carga entre elas flua com uma
frequência , tal que:

1
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Tópico: Radiação

E que a carga total de uma tenha sempre valor com sinal


inverso da outra, formando a qualquer momento um
dipolo elétrico, ou seja:

onde:

O Potencial deste dipolo a uma certa distância do centro


de carga desta distribuição será:

Pela lei dos cossenos, tem-se que:

Aqui o problema se resume a fazer aproximações para casos entre uma faixa de
próximo (mas não muito) a extremamente distante da fonte radiante.

Aproximação 1​:

Isto permite a seguinte expansão da função raiz quadrada:

ou:

E da mesma forma:

2
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Tópico: Radiação

o que leva a segunda aproximação:

Aproximação 2​:

Como , implica que , o que é uma boa aproximação se for


considerado osciladores microscópicos em altas frequências, como as ligações
moleculares. Sendo assim, a função seno do arco é próxima do valor deste arco, ou:

logo:

Finalmente, pode-se analisar o comportamento do potencial à longas distâncias,


onde imperam os efeitos da radiação (zona de radiação):

Aproximação 3​:

Isto é o mesmo que . Assim, a parcela relacionada com se anula ao


termo , tal que, no limite:

Para o cálculo do potencial vetor, parte-se da definição:

3
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Tópico: Radiação

como:

e:

temos:

cuja integração fornece:

Assim pode-se expressar os campos elétrico e magnético em coordenadas


esféricas, a partir da expressão do operador nabla em função desses versores.

onde os termos dependentes de foram suprimidos de acordo com a aproximação 3.


Do mesmo modo:

pois: . Então:

E também:

4
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Tópico: Radiação

e usando a aproximação 3, tem-se:

Com os resultados das expressões dos campos elétrico e magnético, obtém-se o


vetor de Poynting:

e como a intensidade é a média dessa expressão no tempo, então:

Finalmente, a potencia média será:

5
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Disciplina : ELETROMAGNETISMO II
Aula: 45, 46

Radiação 
1. Radiação de dipolo.

1.3. Radiação de um dipolo magnético.

Agora será verificado o valor do potencial produzido por um elo de corrente


alternada de raio e frequência :

Um elo de corrente atua como dipolo magnético,


cujo modelo depende de parâmetros construtivos e
da corrente:

onde:

O Potencial vetor deste dipolo a uma certa


distância do anel será:

Pela lei dos cossenos, tem-se que:

Um dipolo perfeito implica em que o raio da espira seja muito pequeno em


relação à distância a ser verificado o potencial.

Aproximação 1​:

Isto permite a seguinte expansão da função raiz quadrada:

1
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Tópico: Radiação

ou:

e:

assim, pode-se assumir ainda a segunda aproximação:

Aproximação 2​:

Como , implica que , ou seja, o anel de corrente tem raio muito


menor que o comprimento de onda que produz. Imaginando o caso microscópico que
cada átomo pode ter associado um dipolo magnético e que o raio desta espira imaginária
seja a distância entre o núcleo e o elétron na camada aberta (ou orbital) de um átomo de
ferro, se faz bem razoável esta aproximação. Sendo assim, a função seno do arco é
próxima do valor deste arco, ou:

logo:

Aplicando a distributiva, percebe-se que o primeiro termo dependerá de , tal


que:

2
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Tópico: Radiação

e que o segundo termo resulta em

ou seja:

Quando ​, retorna-se ao caso estático:

Finalmente, pode-se analisar o comportamento do potencial à longas distâncias,


onde imperam os efeitos da radiação (zona de radiação):

Aproximação 3​:

Isto é o mesmo que . Assim, a parcela relacionada com se anula ao


termo , tal que, no limite:

Como neste caso não há cargas, o campo elétrico induzido será:

e:

3
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Tópico: Radiação

Com os resultados das expressões dos campos elétrico e magnético, obtém-se o


vetor de Poynting:

e como a intensidade é a média dessa expressão no tempo, então:

Finalmente, a potencia média será:

Se for verificada a razão entre as potências irradiadas magnética e elétrica,


conclui-se que:

se escolhermos , e como foi dito que a razão é pequena, então pode-se


dizer que a contribuição do dipolo elétrico para a radiação é predominante.

4
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Aula: 47, 48

Radiação 
1. Radiação de dipolo.

1.4. Radiação de uma fonte arbitrária.

Fazendo uma análise de um sistema onde agora coexistam cargas e correntes.


Neste caso o potencial escalar generalizado será:

onde:

Assumindo que é muito grande, ou seja, o ponto


onde está se verificando o potencial está muito
distante em comparação as dimensões da distribuição.

Aproximação 1​:

Isto permite a seguinte expansão da função raiz quadrada:

ou:

e expandindo em torno do tempo como uma série de Taylor, tem-se:

e:

1
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Tópico: Radiação

além dos termos de alta ordem:

que podem ser suprimidos pela segunda aproximação:

Aproximação 2​:

Como a densidade depende de indiretamente, essas razões são proporcionais


à frequência, e é o comprimento de onda, bem maior que as dimensões da
distribuição. Daí usando a equação do potencial elétrico:

A primeira integral é a carga total da distribuição. Assim, a primeira e segunda


parcelas são respectivamente as contribuições monopolar e dipolar. Logo:

A terceira parcela deve ser interpretada mais tarde. Já o potencial vetor é:

mas para as aproximações feitas até aqui, pode-se sem perda de generalidade fazer
, o que permite fatorá-lo:

2
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Tópico: Radiação

onde:

logo:

Para verificar o comportamento do potencial à longas distâncias, onde imperam


os efeitos da radiação (zona de radiação), deve-se fazer a aproximação 3:

Aproximação 3​: descartar em e .

Como:

a primeira parcela do potencial contribui com o campo elétrico dependente de , do


mesmo modo a parcela do dipolo elétrico, então:

e do mesmo modo:

e:

Então o campo elétrico será:

3
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Tópico: Radiação

onde foi usado a regra BAC-CAB para o triplo produto vetorial. E o campo magnético
será:

Em coordenadas esféricas tem-se:

,
e o vetor de Poynting:

Finalmente, a potencia será:

e a energia total irradiada:

4
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Aula: 49, 50

Radiação 
2. Cargas Pontuais.

2.1. Potência Irradiada por uma carga pontual.

Sendo o campo elétrico produzido por uma carga em movimento:

onde , e:

Aqui o primeiro termo da equação para o campo elétrico é o campo de


velocidades, e o segundo é chamado de campo de radiação. O vetor de Poynting será:

sendo que foi usada a regra:

e que é um vetor unitário.

É importante observar que nem toda energia é


irradiada, ou seja deixada pela carga em movimento. Uma
parcela fica "agarrada" a partícula carregada, sendo esta a
contribuição do campo de velocidade. Assim, para calcular a
energia que é liberada em forma de radiação é necessário
construir uma esfera com raio R muito grande e medir o fluxo
de radiação que passa por sua área. O raio deve ser extenso
devido os efeitos de radiação serem predominantes (maiores
que aqueles provindos da energia do campo de velocidade) à longas distâncias.

Assim, esta esfera será centrada na partícula no instante , tal que:

1
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Tópico: Radiação

Esta razão dá a diferença de tempo até a radiação alcançar a superfície da


esfera.
O campo elétrico devido a radiação será a parcela dependente do campo de
aceleração, ou seja:

Lembrando que o campo de velocidade também carrega energia, mas não na


forma de radiação, e por isso é desconsiderado nessa análise. Observando a expressão
do campo elétrico devido a radiação, verifica-se que este campo é perpendicular à
direção , e portanto o produto escalar na expressão do vetor de Poynting é nulo. Daí:

Uma estratégia para solucionar o problema do referencial é adotar que no


instante a carga está em repouso ( ), o que implica que a origem está em
movimento junto com a carga. Isso faz que . Logo:

onde novamente foi usada a regra BAC-CAB. O quadrado deste campo é:

2
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e o vetor de Poynting resultante:

A simetria da energia radiada é em formato toroidal


(rosquinha), onde o eixo coincide com a direção da aceleração,
fazendo ângulo com a direção de observação. Com isso,
obtém-se a potência total irradiada:

e finalmente:

que é conhecida com a equação de Lamour.

Embora este resultado seja derivado da condição em que , ela é


rigorosamente válida para valores em que , sendo o caso seja difícil de
resolver. Uma situação clara de como a velocidade influencia nos resultados
apresentados, é que o fluxo de energia que sai da partícula em movimento é diferente da
taxa em que esta energia passa os limites definidos pela esfera de raio R. Uma boa
analogia é o efeito Doppler, que é ocasionado devido às velocidades relativas da fonte e
do observador. Aqui também não estão sendo considerados os efeitos relativísticos
devido às velocidades entre os referenciais. De qualquer forma, para uma velocidade
bem menor que da luz, podemos considerar uma correção da taxa de energia que passa
pela área da esfera de raio R, para R muito grande. Logo: onde é
a taxa de emissão da radiação próximo a partícula e é a taxa de energia que passa a
esfera de raio R. Dai:

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Tópico: Radiação

Assim também, a taxa de energia que deixa a carga pontual é e a que


passa pela superfície da esfera é . Então usando a regra da cadeia, pode-se
checar que:

onde é deduzido à partir da equação: . Elevando ao quadrado para


desacoplar os termos de e , temos:

derivando por , resulta em:

como e , então:

logo:

e como , finalmente:

dai:

e em termos de , tem-se:

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Tópico: Radiação

que é a razão de . Agora é possível introduzir a correção para o fluxo de energia,


pois:

ou:

então:

A integração de é trabalhosa, mas pode ser encontrada em alguns livros-texto.


Para e colineares no momento , há uma solução (problema 11.3 - D. J. Griffiths,
Introduction to Electrodynamics). Generalizando, temos:

O fator . Esse resultado é a ​generalização de Liénard da


equação de Larmor para . Notem que a energia irradiada cresce enormemente
com , à medida que a velocidade da carga aproxima-se da velocidade da luz.

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