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jusbrasil.com.br
20 de Novembro de 2017

Tribunal de Justiça do Paraná TJ-PR - PROCESSO CÍVEL E DO


TRABALHO - Recursos - Recurso Inominado : RI
000524064201581601170 PR 0005240-64.2015.8.16.0117/0
(Acórdão) - Inteiro Teor

Inteiro Teor
TJ-PR_RI_000524064201581601170_54760.pdf
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SEGUNDA TURMA RECURSAL

RECURSO INOMINADO Nº 0005240-64.2015.8.16.0117

ORIGEM: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE MEDIANEIRA

RECORRENTE: MARIA APARECIDA FERREIRA

RECORRIDO: PAG SEGURO INTERNET LTDA.

RELATOR: JUIZ MARCELO DE RESENDE CASTANHO

RECURSO INOMINADO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS


DE GESTÃO DE PAGAMENTOS (PAGSEGURO). BLOQUEIO DE
VALORES SOB ALEGAÇÃO DE QUE CLIENTE TENHA CONTESTADO A
COMPRA (CHARGEBACK). AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE
REGULARIDADE DA VENDA. ÔNUS QUE INCUMBE AO AUTOR.
INTELIGÊNCIA DO ART. 373, I DO NCPC. BLOQUEIO QUE REFLETE
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO. CLÁUSULA CONTRATUAL
EXPRESSA. DANOS MATERIAIS E MORAIS NÃO CONFIGURADOS.
SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.

Recurso desprovido.

I – Relatório
Trata-se de demanda indenizatória de danos materiais e morais, em que a autora
RESUMO INTEIRO TEOR  EMENTA PARA CITAÇÃO
reclama acerca do bloqueio de valores pelo PagSeguro referente a transações de
vendas a seus clientes. Aduz que mesmo inexistindo qualquer problema com suas
vendas e após entrar em contato com seus clientes, o valor continua bloqueado,
gerando a presente demanda.
Por sua vez, o réu aduz que houve regularidade no bloqueio, porque um dos
clientes contestou a compra (chamada de chargeback), inexistindo dever de
indenizar.

Sobreveio sentença de improcedência do feito, por entender que a autora não


comprovou a regularidade das vendas, o que gerou o correto bloqueio dos valores.

Irresignada, a autora interpôs Recurso Inominado, sustentando que não se discute


acerca da validade das vendas, mas sim do bloqueio injustificado pelo réu.

É o relatório.

II – Fundamentação

Satisfeitos os pressupostos processuais viabilizadores da admissibilidade do


recurso, tanto os objetivos quanto os subjetivos, deve ser ele conhecido.

Insurge-se a recorrente que a sentença singular deve ser reformada, pois não se
discute acerca das vendas, mas sim que o bloqueio fora imotivado, não tendo o
recorrido fornecido as informações necessárias acerca do prazo e modo da
liberação dos valores.

Entretanto, entende-se, assim como na sentença de primeiro grau, que a matéria


nuclear envolve-se na validade das vendas, pois se inexiste qualquer problema na
venda e mesmo assim houve bloqueio, por certo que há a falha na prestação. Por
outro lado, se a venda não foi realizada na forma contratada ou se algum cliente
contestou a compra, há o dever do recorrido em bloquear os valores até resolução
do caso. Por esse motivo, a sentença singular acertadamente analisou a validade
das compras que geraram a presente discussão.
De fato não houve demonstração cabal da venda e entrega da mercadoria dos
valores correspondentes ao bloqueio, tampouco depoimento dos clientes, ao
contrário do que afirma. Ressalta-se que o ônus é de quem alega, nos termos do
art. 373, I do CPC. Cabe à recorrente o ônus de demonstrar a validade da venda e
que o bloqueio de fato é indevido, o que não se mostrou a contento.

Inexistindo provas de que a venda foi realizada corretamente, entende-se que o


recorrido agiu em exercício regular do seu direito, amparado por cláusula
contratual. Há motivação para a recusa na liberação do dinheiro e a mesma se
mostra plausível, inexistindo dever de indenizar.

Neste sentido, acertada a sentença singular, a qual não merece qualquer reparo.
Assim, voto no sentido de negar provimento ao recurso, mantendo-se a sentença
por seus próprios fundamentos, conforme art. 46 da Lei 9099/95.

Este é o voto que proponho.


III - Dispositivo
RESUMO INTEIRO TEOR  EMENTA PARA CITAÇÃO

Diante do exposto, resolve esta Turma Recursal, por maioria dos votos, conhecer
do recurso interposto e, no mérito, negar-lhe provimento , nos exatos termos
do voto deste Relator.

Condena-se o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios em 20% (vinte


por cento) sobre o valor da causa, conforme art. 55 da Lei 9099/95. Custas devidas
conforme art. 4º da Lei 18.413/2014 e art. 18 da IN 01/2015 do CSJE, ficando sua
exigibilidade suspensa, conforme art. 12 da Lei 1060/50.
O julgamento foi presidido pelo Juiz Dr. Marco Vinícius Schiebel, que acompanhou
o voto do Relator, sendo que a Juíza Dra. Manuela Tallão Benke divergiu da
maioria.

Intimações e diligências necessárias.

Curitiba, 09 de junho de 2016.

Marcelo de Resende Castanho

Juiz Relator

Disponível em: http://tj-pr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/350264964/processo-civel-e-do-trabalho-recursos-recurso-inominado-ri-


524064201581601170-pr-0005240-6420158160117-0-acordao/inteiro-teor-350264987

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