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Aula 01

Redação p/ TRE-SP (Sem Correção)


Professor: Décio Terror
DISCURSIVAS PARA TRE-SP
(SEM CORREÇÃO)
Prof. Décio Terror Aula 1

Aula 01: Microestrutura

Olá!

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso curso de discursivas para o Tribunal


Regional Eleitoral de São Paulo-TRE SP!

Sua presença aqui neste curso é sinal de confiança em nosso trabalho,


então é nossa missão dar-lhe todo o suporte necessário para você mandar
muito bem na prova.

Vamos falar sobre a microestrutura na nossa discursiva!

Para termos uma ideia da correção de sua discursiva, pense no seguinte:


quanto “mais limpo” estiver seu texto (boa caligrafia, sem erros de grafia, sem
rasuras, sem vícios gramaticais), menos obstáculos a banca terá para entender
seu texto. Assim, se seu texto transmite uma fluidez na leitura, a banca terá
mais possibilidade de avaliar bem o conteúdo e até releva alguns vícios formais
(às vezes).

Por isso, pedimos sempre que você pense em quem está avaliando seu
texto após realizar sua discursiva.

Após realizar seu texto, releia-o com calma, observando cada argumento
e o tópico que ele alcançou, além dos aspectos gramaticais utilizados na sua
linha argumentativa.

Às vezes o candidato sabe muito mesmo, mas acaba por explicar demais,
inserindo muitos termos enumerados e intercalando-os. O que ocorre? Muitas
vezes, ele perde a referência do tronco principal da oração (sujeito-verbo-
complemento). Como consequência, ocorre o truncamento sintático: oração

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com sujeito, mas sem predicado; com predicado, mas sem sujeito; além
daqueles grosseiros erros de concordância pelo distanciamento do verbo em
relação ao sujeito.
“Cá pra nós”, um examinador, ao observar erros primários numa
discursiva, naturalmente vai ter boa vontade com os aspectos
macroestruturais??? Dificilmente!!!!!
Então, façamos o dever de casa!!!!! Você tem o compromisso de deixar
seu texto “limpo”, sem truncamentos, sem erros gramaticais.
Depois, é partir “para o abraço”!!!!!!

Cuidado com a apresentação de seu texto!


Nunca ultrapasse os limites da margem. A ultrapassagem leva à
anulação do texto, pois é previsto nos editais que o candidato só pode
ocupar com seu texto apenas o espaço devidamente destinado a isso.

Não deixe sobrepor ponto final ou vírgula em cima da linha. Deixe tais
sinais acima da linha, como se pode observar nas linhas 2 e 4 do exemplo
anterior. Muitos candidatos têm sido penalizados justamente por não
deixarem claro o ponto final.
É muito importante evitar a cacofonia (Encontro ou repetição de sons
que desagradam ao ouvido). Uma que estamos sempre presenciando é a
expressão “por cada”. Soa mal, não é?????!!!
“Tal ação deve ser definida por cada país...”

Quando você se deparar com a necessidade de inserir uma expressão


dessa, retire o pronome “cada” ou substitua por outra palavra de igual valor:
“Tal ação deve ser definida pelos países...”
Outra possibilidade seria transformar a voz passiva analítica em ativa:
Cada país deve definir tal ação...

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Quanto à rasura, se você errou e percebeu a tempo o erro, apenas dê


um risco sobre a palavra incorreta e escreva a forma correta a seguir.
Exemplos não faltam:

Às vezes percebemos até uma linha inteira sendo cancelada pelo


candidato, por meio do risco e isso não repercutiu penalização. Apenas
devemos tomar cuidado, pois não será contada como linha efetivamente
aproveitada:

Muito cuidado com a letra:


É aceitável a letra de fôrma.
O que importa é que a letra precisa ser legível e que deve haver
destaque da inicial maiúscula.
Veja um dos milhares de exemplos que temos por aí:

Observe que o candidato, com muita precaução, empregou a primeira


letra maiúscula no início da frase.

Agora, vamos falar um pouco da grafia!

Cabe aqui uma observação: não deixe de colocar o “pontinho” em cima


da vogal “i”. Tenho notado essa cobrança em algumas discursivas.
Veja o exemplo abaixo!
Na linha 20, o erro de grafia se deu pela falta do “pingo no i”. Se não há
esse sinal gráfico, o examinador pode entender que a intenção do candidato
seria inserir a vogal “e”, e não “i”. Isso acontece muito nas discursivas. Como
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a banca já sabe que muitas vezes a vogal “e” fica tão fechada parecendo um
“i”, a forma de distingui-la da vogal “i” é a falta do “pingo”. Assim, nesta linha
o candidato, diferentemente das palavras de outras linhas, deixou de inserir tal
sinal, o que possibilitou ao examinador penalizar. Note a última palavra desta
linha: “discricionariedade”. O examinador pode entender “descricionariedade”,
grafia errada muito vista nas discursivas. Assim, o examinador deixou passar a
palavra “requisito” e “vinculado” sem os devidos “pingos nos is”, mas a falta do
pingo no “i” na última palavra da linha realmente foi penalizada.

Quanto aos acentos e demais sinais gráficos, esses devem estar bem
visíveis para o examinador.

Quanto à grafia alterada pela Reforma Ortográfica, devemos empregar a


nova.
Assim, o candidato não poderá mais, por exemplo, escrever idéia, o
correto é ideia.
Veja um quadro-resumo sobre como se grafava determinadas palavras
antes da reforma e após a reforma:

RESUMO DO ACORDO ORTOGRÁFICO (ACENTUAÇÃO GRÁFICA)


Como era Nova regra Como é agora
Alfabeto:
O alfabeto era formado por O alfabeto é formado As letras k, w, y fazem parte
23 letras, mais as letras por 26 letras. do alfabeto. São usadas em
chamadas de ‘especiais’ k, siglas, símbolos, nomes
w, y. próprios estrangeiros e seus
derivados. Exemplos: km,
watt, Byron, byroniano.
Trema:
agüentar, conseqüência, O trema é eliminado aguentar, consequência,
cinqüenta, qüinqüênio, em palavras cinquenta, quinquênio,
freqüência, freqüente, portuguesas e frequência, frequente,
eloqüência, eloqüente, aportuguesadas. eloquência, eloquente,
argüição, delinqüir, arguição, delinquir,
pingüim, tranqüilo, pinguim, tranquilo,
lingüiça linguiça

O trema permanece em nomes próprios estrangeiros e seus derivados:


Müller, mülleriano, hübneriano.

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Acentuação
assembléia, platéia, Não se acentuam os assembleia, plateia,
idéia, colméia, ditongos abertos -ei e – ideia, colmeia,
boléia, panacéia, oi nas palavras boleia, panaceia,
Coréia, hebréia, bóia, paroxítonas. Coreia, hebreia, boia,
paranóia, jibóia, apóio paranoia, jiboia, apoio
(forma verbal), (forma verbal),
heróico, paranóico heroico, paranoico
• O acento nos ditongos -éi e -ói permanece nas palavras oxítonas e
monossílabos tônicos de som aberto: herói, constrói, dói, anéis, papéis,
anzóis.
• O acento no ditongo aberto –éu permanece: chapéu, véu, céu, ilhéu.
enjôo Não se acentua o hiato - enjoo
(subst. e forma verbal), oo. (subst. e forma verbal),
vôo voo
(subst. e forma verbal), (subst. e forma verbal),
corôo, perdôo, côo, coroo, perdoo, coo,
môo, abençôo, povôo moo, abençoo, povoo
crêem, dêem, lêem, Não se acentua o hiato - creem, deem, leem,
vêem ee dos verbos crer, dar, veem,
descrêem, relêem, ler, ver e seus derivados descreem, releem,
revêem ( 3a p. pl.). reveem
pára (verbo), Não se acentuam as para (verbo),
péla (subst. e verbo), palavras paroxítonas que pela (subst. e verbo),
pêlo (subst.), são homógrafas. pelo (subst.),
pêra (subst.), péra pera (subst.), pera
(subst.), (subst.),
pólo (subst.) polo (subst.)
• O acento diferencial permanece nos homógrafos: pode (3ª pessoa do sing.
do presente do indicativo do verbo poder) e pôde (3ª pessoa do pretérito
perfeito do indicativo).
• O acento diferencial permanece em pôr (verbo) em oposição a por
(preposição).
argúi, apazigúe, Não se acentua o -u argui, apazigue,
averigúe, tônico nas formas averigue,
enxagúe, obliqúe verbais rizotônicas enxague, oblique
(acento na raiz), quando
precedido de -g ou -q e
seguido de –e ou -i
(grupos que/qui e
gue/gui).
baiúca, boiúna Não se acentuam o -i e baiuca, boiuna,
cheiínho, saiínha, -u tônicos das palavras cheiinho, saiinha,
feiúra, feiúme paroxítonas quando feiura, feiume
precedidas de ditongo.
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Agora, veja o uso do hífen:

RESUMO DO USO DO HÍFEN:


Como era Nova regra Como é agora
ante-sala, ante-sacristia, Não se emprega antessala, antessacristia,
auto-retrato, anti-social, o hífen nos autorretrato, antissocial,
anti-rugas, compostos em antirrugas,
arqui-romântico, que o prefixo ou arquirromântico,
arqui-rivalidade, falso prefixo arquirrivalidade,
auto-regulamentação, termina em vogal autorregulamentação,
auto-sugestão, e o segundo autossugestão,
contra-senso,contra-regra, elemento começa contrassenso, contrarregra,
contra-senha, por r ou s, contrassenha,
extra-regimento, devendo essas extrarregimento,
extra-sístole, extra-seco, consoantes se extrassístole, extrasseco,
infra-som, infra-renal, duplicarem. infrassom, infrarrenal,
ultra-romântico, ultrarromântico,
ultra-sonografia, ultrassonografia,
semi-real, semi-sintético, semirreal, semissintético,
supra-renal, supra-sensível suprarrenal, suprassensível
• O uso do hífen permanece nos compostos em que os prefixos super, hiper,
inter, terminados em -r, aparecem combinados com elementos também
iniciados por -r: hiper-rancoroso, hiper-realista, hiper-requintado, hiper-
requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-
realista, super-resistente, super-revista etc.
auto-afirmação,auto-ajuda, Não se emprega o autoafirmação, autoajuda,
auto-aprendizagem, hífen nos compostos autoaprendizagem,
auto-escola, auto-estrada, em que o prefixo ou autoescola, autoestrada,
auto-instrução, falso prefixo termina autoinstrução,
contra-exemplo, em vogal e o contraexemplo,
contra-indicação, segundo elemento contraindicação,
contra-ordem, começa por vogal contraordem,
extra-escolar, diferente. extraescolar, extraoficial,
extra-oficial, infraestrutura,
infra-estrutura, intraocular, intrauterino,
intra-ocular, intra-uterino, neoexpressionista,
neo-expressionista, neoimperialista,
neo-imperialista, semiaberto,
semi-aberto, semi-árido, semiautomático,
semi-automático, semiárido,
semi-embriagado, semiembriagado,
semi-obscuridade, semiobscuridade,
supra-ocular,ultra-elevado supraocular, ultraelevado

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• Esta nova regra normatiza os casos do uso do hífen entre vogais diferentes,
como já acontecia anteriormente na língua em compostos como: antiaéreo,
antiamericanismo, coeducação, agroindustrial, socioeconômico etc.
• O uso do hífen permanece nos compostos com prefixo em que o segundo
elemento começa por -h: ante-hipófise, anti-herói, anti-higiênico, anti-
hemorrágico, extra-humano, neo-helênico, semi-herbáceo, super-homem,
supra-hepático etc.
antiibérico, Emprega-se o hífen anti-ibérico,
antiinflamatório, nos compostos em anti-inflamatório,
antiinflacionário, que o prefixo ou falso anti-inflacionário,
antiimperalista, prefixo termina em anti-imperalista,
arquiinimigo, vogal e o segundo arqui-inimigo,
arquiirmandade, elemento começa por arqui-irmandade,
microondas, vogal igual. micro-ondas,
microônibus, micro-ônibus,
microorgânico micro-orgânico
• Estes compostos, anteriormente grafados em uma única palavra, escrevem-
se agora com hífen por força da regra anterior.
• Esta regra normatiza todos os casos do uso do hífen entre vogais iguais,
como já acontecia anteriormente na língua em compostos como: auto-
observação, contra-argumento, contra-almirante, eletro-ótica, extra-
atmosférico, infra-assinado, infra-axilar, semi-interno, semi-integral, supra-
auricular, supra-axilar, ultra-apressado etc. (Nestes casos, o hífen
permanece.)
• Nos prefixos átonos1 co-, pre-, re- e pro-, não se usa o hífen: coordenar,
reescrever, propor, preestabelecer.
manda-chuva, pára- Não se emprega o mandachuva, paraquedas,
quedas, pára-quedista hífen em certos paraquedista
compostos em que se
perdeu, em certa
medida, a noção de
composição.
• O uso do hífen permanece nas palavras compostas que não contêm um
elemento de ligação e constituem uma unidade sintagmática e semântica,
mantendo acento próprio, bem como naquelas que designam espécies
botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas,
guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-
doce, mal-me-quer, bem-te-vi, formiga-branca etc.
1. O uso do hífen permanece:
a) nos compostos com os prefixos ex-, vice-, soto-: ex-marido, vice-
presidente, soto-mestre;
b) nos compostos com os prefixos circum- e pan- quando o segundo
elemento começa por vogal, m ou n: pan-americano, circum-navegação;

É muito importante você perceber que os prefixos “pre” e “pro” são átonos (portanto, sem acento).
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c) nos compostos com os prefixos tônicos 2acentuados pré-, pró- e pós-


quando o segundo elemento tem vida própria na língua: pré-natal, pró-
desarmamento, pós-graduação.
d) nos compostos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que
representam formas adjetivas, como -açu, -guaçu e -mirim, quando o
primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando a
pronúncia exige a distinção gráfica entre ambos: amoré-guaçu, manacá-
açu, jacaré-açu, Ceará-Mirim, paraná-mirim.
e) nos topônimos iniciados pelos adjetivos grão e grã ou por forma verbal ou
por elementos que incluam um artigo: Grã-Bretanha, Santa Rita do Passa-
Quatro, Baía de Todos-os-Santos etc.
f) nos compostos com os advérbios mal e bem quando estes formam uma
unidade sintagmática e semântica e o segundo elemento começa por vogal
ou -h: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal-estar, mal-
humorado. Entretanto, nem sempre os compostos com o advérbio bem
escrevem-se sem hífen quando este prefixo é seguido por um elemento
iniciado por consoante: bem-nascido, bem-criado, bem-visto (ao contrário
de malnascido, malcriado e malvisto).
g) nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem: além-
mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-casados, sem-número, sem-
teto.
2. Não se emprega o hífen nas locuções de qualquer tipo (substantivas,
adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais):
cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel , sala de jantar,
cor de vinho, ele próprio, à vontade, abaixo de , acerca de, a fim de que
etc.
• São exceções algumas locuções já consagradas pelo uso: água-de-colônia,
arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará,
à queima-roupa.
Dando prosseguimento, percebemos muitos candidatos que, na hora da
pressa, pensam em uma palavra e escrevem outra, por exemplo: o candidato
pensou o substantivo “consequência”, o qual possui acento, mas, na hora de
escrever, reajustou para advérbio e acabou se esquecendo de tirar o acento:
“consequêntemente”. Isso foi o que ocorreu intuitivamente com este
candidato:

Ele possivelmente tinha na cabeça o adjetivo “intrínseco”, mas na hora


de escrever preferiu o advérbio e se esqueceu de tirar o acento:
“intrínsecamente”.

É muito importante você perceber que os prefixos “pré” e “pró” são tônicos (portanto, acentuados).
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Letra maiúscula:
Empregue inicial maiúscula em expressões que denominam algo ou que
indiquem altos cargos, como Ministério da Defesa, Tribunal de Contas da
União, Congresso Nacional etc.
Quando as palavras “lei” ou “decreto” forem seguidas de seus números
especificadores, devem ser entendidas como se nome próprio tenham, por isso
devem ser iniciadas por letra maiúscula: “Decreto 1.751/95”, “Lei 8.112”.
Além disso, devemos observar que Constituição Federal e qualquer “nome”
de lei devem ser empregados com iniciais maiúsculas, como Lei Seca, Lei
Maria da Penha etc.

Siglas:
É relevante atentar às siglas, pois são grafadas com todas as letras
maiúsculas: IBGE, CGU, PSDB etc. Note que não há necessidade de qualquer
ponto entre essas letras que compõem a sigla.
Ainda sobre as siglas, não empregue apóstrofo (ONG’s) para pluralizar
uma sigla. Basta inserir “s” minúsculo: ONGs.
Algumas siglas acabaram virando efetivamente palavras. Nesse caso,
podemos empregar apenas a primeira letra maiúscula, como ocorre em
Petrobras (note que não há acento gráfico nesta palavra), Telebrás, Ibama,
Cemig etc.
Na primeira vez que inserimos a sigla, devemos, por óbvio que seja,
inserir o nome por extenso, especificando-a. A partir da segunda inserção,
podemos utilizar apenas a sigla. Veja:
O Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), fruto da
parceria entre o Ministério dos Transportes e o Ministério da Defesa, foi
publicado em 2007 com o objetivo de retomar o planejamento de médio e
longo prazo no setor. De acordo com o Relatório Executivo do PNLT 2011, o
plano surgiu devido a problemas acumulados durante as décadas de 1990 e
2000, que repercutiram em todo o sistema de logística para o transporte de
cargas e passageiros no país.

Uso de numeral:
As dúvidas de alunos basicamente se referem a numeral que transmite a
contagem de elementos: “10 países” ou “dez países”?
Quando queremos transmitir a contagem de elementos e o numeral
cardinal pode ser expresso por uma só palavra, devemos priorizar o uso por
extenso: “sessenta dias”, “três países”, “trezentas pessoas”.
Se couberem duas ou mais palavras, prefira os algarismos: “201
pessoas”, “21 países” etc.

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Mas, se na sua argumentação você quiser reforçar o numeral, é lícito e


muito bem vista a forma “90 (noventa) dias”.

Ortografia:
Moçada, agora não é hora de decorar regras de ortografia, o que
recomendamos é trocar uma palavra cuja grafia desperte dúvida por uma mais
simples que você domine.
No exemplo abaixo, o candidato se deparou com o particípio “extendido”.
E agora? É “estendido” ou “extendido”?

O candidato manteve esta palavra com “x” e foi penalizado com erro de
grafia.
Na dúvida, o melhor é trocar a palavra duvidosa por outra que não gere
dúvida (“ampliado”, por exemplo) e continuar a redação com tranquilidade.
Esclarecendo a dúvida, gramaticalmente, há o substantivo “extensão”,
mas o ato gerado desse substantivo é grafado com “s”: estender estendido.
Mas a maioria dos erros mesmo ocorre por pura falta da releitura:

Se o candidato tivesse relido o texto com atenção, teria notado que a


palavra está com grafia inacabada. Ele escreveu “adodas”, sendo que sua
intenção era escrever: “adotadas”.
Uma simples falta do sinal de cedilha também implica penalização, e
como tenho visto este vício nas discursivas...

A releitura atenta faria com que o candidato percebesse que


“orçamentária” possui cedilha no “c”.

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Palavras estrangeiras:

Palavras ou expressões estrangeiras devem ficar entre aspas:


“dumping”, “antidumping”, “status”, “habeas data”, “habeas corpus”.

Observação: Há entendimento de alguns autores de que a palavra “dumping” é


de largo uso na linguagem técnica, mas tal palavra ainda não se enraizou em
nosso vocabulário e a regra gramatical ampara usá-la entre aspas.
Como há uma previsão gramatical e entendimentos divergentes quanto a isso,
a falta das aspas pode gerar penalização, se o examinador for mais rigoroso,
mas a inclusão delas não. Assim, use aspas nestas expressões, ok! É mais
seguro!

Pronomes:
Os pronomes são elementos linguísticos de coesão que normalmente
retomam palavras anteriores, é o chamado recurso anafórico. Tal processo se
dá de diversas formas e o comumente usado é o pronome demonstrativo
“este, isto, esta”; “esse, essa, isso”; “aquele, aquilo, aquela”.
Não temos aqui a intenção de ministrar uma aula sobre esse tema, mas
apontar os erros comuns e uma forma de correção.
Procure adotar o seguinte procedimento:
a) ao retomar palavra, expressão ou oração anterior, use “esse, essa, isso”:

O pronome “Essa” retoma informação anterior: “receber o valor das


férias em dobro”. O uso do pronome “Esta” implicaria prejuízo morfológico e de
coesão.

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O pronome “Esse” retoma informação anterior: “ser adiado por motivo de


interesse público”. O uso do pronome “Este” implicaria prejuízo morfológico e
de coesão.
b) Cuidado com o contraste entre “este” e “aquele”:
Quando se quer retomar dois elementos por contraste, devemos
empregar “este” para retomar o mais próximo e “aquele” para o mais distante.
O exemplo se encontra após a próxima explicação.
c) Só empregue o pronome relativo “onde” para retomar lugar:
“O segundo tipo, por declaração, é o lançamento onde há participação
tanto do sujeito passivo quanto do sujeito ativo. Aquele fornece as
informações para que este efetive o lançamento. Como exemplo de tributo
efetuado por declaração, podemos citar o Imposto Sobre Transmissão de Bens
Imóveis por Ato Oneroso "Inter Vivos” onde o pagamento do tributo é
condição para o registro em cartório da transferência de imóveis.”
Primeiramente, devemos notar que pronome relativo “onde” foi mal
empregado, haja vista que só pode retomar lugar. Como sabemos que
“lançamento” e “Ato Oneroso "Inter Vivos” não são lugares, devemos substituir
“onde” por “em que”.
Agora, vale observar que o candidato muito bem construiu a coesão por
meio do contraste “aquele/este”. Note que “Aquele” retomou a expressão mais
distante “sujeito passivo” e “este” retomou a expressão mais próxima “sujeito
ativo”.
Então, vamos corrigir apenas o uso equivocado do pronome “onde”:
“O segundo tipo, por declaração, é o lançamento em que há participação
tanto do sujeito passivo quanto do sujeito ativo. Aquele fornece as informações
para que este efetive o lançamento. Como exemplo de tributo efetuado por
declaração, podemos citar o Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis por
Ato Oneroso "Inter Vivos” em que o pagamento do tributo é condição para o
registro em cartório da transferência de imóveis.”
É muito importante tomarmos cuidado quanto ao posicionamento do
pronome oblíquo átono. Seguem algumas dicas:
a. Quando houver outro pronome, advérbio ou conjunção subordinativa
antes do verbo, antecipe o pronome oblíquo em relação ao verbo:
Esses se equivalem a outros problemas.
Não se esqueceu de realizar as atividades.
Certamente se deixaria levar por outras ações.
Embora se ocupasse com demais ações,...

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b. Após futuro do presente do indicativo ou futuro do pretérito do indicativo


no início de enunciados, empregue mesóclise:
Manifestar-se-ia em favor do réu...
Manifestar-se-á em favor do réu...
Havendo palavra atrativa, naturalmente haverá próclise:
Não se manifestaria em favor do réu...
Nunca se manifestará em favor do réu...

Morfossintaxe:

Um desvio muito penalizado é a contração de preposição e artigo ou


preposição e pronome, que se encontram em um sujeito.

O verbo “ter” tem como sujeito o termo “o Estado Islâmico”. Assim, veja
que não pode haver a contração, porque o sujeito não pode ser
preposicionado. A preposição “de” foi uma exigência do substantivo “fato”.
Para enfatizar que tal preposição não faz parte do sujeito, devemos separar a
preposição do artigo:
“Dessa forma, com a falta de participação das principais nações e o fato de o
Estado Islâmico ter grande quantidade de recurso....”
Alguns casos de regência verbal praticamente se fazem presentes nas
redações da maioria dos candidatos. De todos os casos, os verbos visar,
assistir, acarretar e implicar são os mais presentes e também são os que
mais são empregados incorretamente. Assim, aparecem construções errôneas
dos seguintes tipos:
a. A população assiste atos de violência cada vez mais comuns.
b. O papel do legislador visa o estabelecimento da democracia.
c. A retirada do amparo social implica na perda de votos.
d. Pouco investimento acarreta no pouco desenvolvimento econômico.

Correção:
a. A população assiste aos atos de violência (VTI = ver, presenciar)
b. O papel do legislador visa ao estabelecimento... (VTI = almejar)
c. A retirada do amparo social implica a perda de votos. (VTD = resultar,
acarretar).
d. Pouco investimento acarreta o pouco desenvolvimento econômico.
(VTD= resultar).

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Também devemos ter muito cuidado com a crase:


A estrutura-padrão da crase
preposição

verbo a a substantivo feminino


ou + aquele, aquela, aquilo
nome a a (=aquela)
a qual (pronome relativo)
Quando um verbo ou um nome exigir a preposição “a” e o substantivo
posterior admitir artigo “a”, haverá crase. Além disso, se houver a preposição
“a” seguida dos pronomes “aquele”, “aquela”, “aquilo”, “a” (=aquela) e “a
qual”; ocorrerá crase. Veja as frases abaixo e procure entendê-las com base
no nosso esquema.
1. Obedeço à lei. 2. Obedeço ao código.
3. Tenho aversão à atividade manual. 4. Tenho aversão ao trabalho manual.
5. Refiro-me àquela casa. 6. Refiro-me àquele livro.
7. Refiro-me àquilo. 8. Esta é a casa à qual me referi.
9. Não me refiro àquela casa da esquerda, mas à da direita.
Na frase 1, o verbo “Obedeço” é transitivo indireto e exige preposição
“a”, e o substantivo “lei” é feminino e admite artigo “a”, por isso há crase.
Na frase 2, o mesmo verbo exige a preposição, porém o substantivo
posterior é masculino, por isso não há crase.
Na frase 3, a crase ocorre porque o substantivo “aversão” exigiu a
preposição “a” e o substantivo “atividade” admitiu o artigo feminino “a”.
Na frase 4, “aversão” exige preposição “a”, mas “trabalho” é substantivo
masculino, por isso não há crase.
Nas frases 5, 6 e 7, “Refiro-me” exige preposição “a”, e os pronomes
demonstrativos “aquela”, “aquele” e “aquilo” possuem vogal “a” inicial (não é
artigo), por isso há crase.
Na frase 8, “me referi” exige preposição “a”, e o pronome relativo “a
qual” é iniciado por artigo “a”, por isso há crase.
Na frase 9, “me refiro” exige preposição “a”, “aquela” possui vogal “a”
inicial (não é artigo) e “a” tem valor de “aquela”, por isso há duas ocorrências
de crase.
Muitas vezes o substantivo feminino está sendo tomado de valor geral,
estando no singular ou plural, e por isso não admite artigo “a”. Outras vezes
esse substantivo recebe palavra que não admite artigo antecipando-a, por isso
não haverá crase. Veja os exemplos a seguir em que o verbo transitivo indireto
exige o objeto indireto:
Os substantivos “leis”, “lei” estão em sentido
geral, por isso não recebem artigo “as”, “a” e
Obedeço a leis.
não há crase. Na segunda frase, o que
ratificou o sentido geral foi o substantivo Obedeço a lei e a regulamento.
masculino “regulamento” não ser antecedido
do artigo “o”.
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Obedeço a uma lei. O artigo “uma” é indefinido, os pronomes


Obedeço a qualquer lei. “qualquer, toda, cada” são indefinidos. Como
eles indefinem, não admitem artigo definido “a”.
Obedeço a toda lei. Os pronomes “tal” e “esta” são demonstrativos.
Obedeço a cada lei. Por eles já especificarem o substantivo “lei”, não
Obedeço a tal lei. admitem o artigo “a”. Por isso não há crase.
Obedeço a esta lei.

Depois de observarmos a estrutura da crase, fica fácil percebermos o


erro antes do substantivo plural “férias”, não é mesmo?!!!! Nem comentamos o
fato de não ter havido acento gráfico no substantivo “férias” no texto.
Por incrível que pareça, o erro mais comum é a crase antes de
substantivo masculino ou antes de verbo...
Retomando esse contexto, podemos reescrever da seguinte forma:
“...ilegais, porque o direito às férias é garantido constitucionalmente...”
ou
“...ilegais, porque o direito a férias é garantido constitucionalmente...”

Agora, falemos da pontuação!


Este é um dos temas que mais tiram pontos do candidato. Para
trabalharmos a pontuação, vamos ser práticos. Note a estrutura abaixo: SVO.
Ela representa o sujeito, o verbo e os complementos, os quais não podem ser
separados por vírgula.

S V O
(sem vírgula entre sujeito, verbo e complemento)

Teus amigos confiam em tua vitória.


(sujeito - VTI - objeto indireto)

Na linha 15 abaixo, houve penalização, porque não pode haver vírgula


entre o sujeito (“A realização...de concursos” e o predicado “tem como
vantagem...”).

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Esquema da pontuação com termos substantivos


Podemos inserir um verbo num termo substantivo (sujeito, objeto direto,
objeto indireto, complemento nominal, predicativo, aposto) e teremos uma
oração subordinada substantiva. Com isso, vamos ver que também não
haverá vírgula entre ela e a oração principal. Veja:

S V O
(sem vírgula entre sujeito, verbo e complemento)

Teus amigos confiam em tua vitória.


(sujeito - VTI - objeto indireto)

Teus amigos confiam em que tu vencerás.


Oração principal + oração subordinada
substantiva objetiva indireta

Teus amigos confiam em venceres.


Oração principal + oração subordinada substantiva
objetiva indireta reduzida de infinitivo

Esquema da pontuação com termos adjetivos


Agora, vamos ver a estrutura adjetiva. Note abaixo que o objeto direto
“gente mentirosa” possui o núcleo “gente” e o adjunto adnominal “mentirosa”.
O termo adjetivo que não é separado por vírgula é o adjunto adnominal, o qual
possui valor restritivo (“mentirosa”). Se ele recebe verbo, passa a ser uma
oração subordinada adjetiva restritiva. Se o termo estiver separado por
vírgula, é porque tem valor explicativo (aposto explicativo). Assim, ao inserir
verbo, a oração também ficará separada por vírgula. Veja:

S V O
(sem vírgula entre sujeito, verbo e complemento)

Eu detesto gente mentirosa.

(sujeito - VTD – objeto direto)

Eu detesto gente que mente.


oração principal + oração subordinada
adjetiva restritiva

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O país, grande exportador de matérias-primas, enfrenta uma crise


econômica interminável. Aposto explicativo

O país, que é grande exportador de matérias-primas, enfrenta uma crise


econômica interminável.
Oração subordinada adjetiva explicativa
O país, grande exportador de matérias-primas, enfrenta uma crise econômica
interminável.

Adjunto adnominal

O país, grande exportador de matérias-primas, enfrenta uma crise econômica


que não termina.

Oração subordinada adjetiva restritiva

Nesta redação, o candidato recebeu a penalidade na pontuação, pois não


separou por vírgula a oração subordinada adjetiva explicativa “que é a
exposição do motivo...” de sua oração principal (“não pode ser confundido com
a motivação”).

À esteira desse entendimento, o aposto explicativo intercalado exige


dupla vírgula:

Além do erro na concordância, veja a reescrita corrigindo a pontuação:

“Os Estados Unidos, principal país na busca de uma solução para esses
conflitos, também estão agindo de maneira cuidadosa diante dessa situação.”

Também a expressão exemplificativa intercalada deve ficar entre duas


vírgulas.

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Veja a reescrita corrigindo a pontuação:

“... as forças internacionais, como o Exército Americano e a Organização das


Nações Unidas (ONU), atuam visando ao combate ao terrorismo.”

Esquema da pontuação com termos adverbiais


Pontuação com adjunto adverbial “solto”
É marcante nos adjuntos adverbiais a sua mobilidade posicional, pois
este termo pode movimentar-se para o início, para o meio ou para o fim da
oração. Essa mobilidade é percebida nos termos soltos, os quais não são
exigidos pelo verbo, mas apenas ampliam o contexto com a circunstância. Isso
é notado principalmente nos advérbios de lugar, tempo e modo; nos advérbios
que modificam toda a oração (e não somente um termo); e nas locuções
adverbiais:
O custo de vida é bem alto em Brasília. Esta locução adverbial de
lugar não é exigida pelo
Em Brasília, o custo de vida é bem alto. verbo, por isso se considera
um termo solto, o qual pode
O custo de vida, em Brasília, é bem alto. receber vírgula. Compare
com a seguinte.
O custo de vida é bem alto, em Brasília.

Esta locução adverbial de


Prefeitos de várias cidades foram a Brasília. lugar é exigida pelo verbo,
por isso não se considera
termo solto, ela pode se
A Brasília prefeitos de várias cidades foram. mover na oração, mas não
recebe vírgula.
Prefeitos de várias cidades a Brasília foram.

Naturalmente, você já percebeu o problema. Os advérbios referem-se a toda


a oração. Assim, podem receber
Sim, eu sei. vírgula.

Quando a locução adverbial solta for de grande extensão e estiver


antecipada da oração ou no meio dela, a vírgula será obrigatória. Se
estiver no final, a vírgula será facultativa.
Antes da última rodada, o time já se dizia campeão.
O time, antes da última rodada, já se dizia campeão.
O time já se dizia, antes da última rodada, campeão.
O time já se dizia campeão, antes da última rodada.
O time já se dizia campeão antes da última rodada.

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Na linha 12, o adjunto adverbial de grande extensão “antes de sessenta


dias de outro atestado médico” está intercalado, por isso a dupla vírgula é
obrigatória.
Tenha cuidado com a antecipação da estrutura adverbial, porque a banca
tem penalizado a falta de vírgula até em adjuntos adverbiais de apenas três
palavras, o que normalmente na prova objetiva a banca considera como
pequena extensão.
Então, se você percebeu a antecipação ou intercalação de termo
adverbial, insira a vírgula!!!!!!

Fechando os adjuntos adverbiais, vamos ao recorde de índice de erros: o


adjunto adverbial intercalado com apenas uma vírgula.
Errado: “Surgiram então no Brasil, barreiras comerciais...”
O adjunto adverbial intercalado e de pequena extensão não pode receber
apenas uma vírgula: ou fica entre dupla vírgula, ou não recebe nenhuma:
Correto: “Surgiram então, no Brasil, barreiras comerciais...”
“Surgiram então no Brasil barreiras comerciais...”

Na linha 19 acima, o advérbio “também” está intercalado e não deve ser


separado apenas por uma vírgula. Ele fica entre duas vírgulas ou não recebe
nenhuma. A correta construção deve ser:
“Destaca-se, também, a ampliação...”
ou
“Destaca-se também a ampliação...”

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Período composto por subordinação adverbial

Vimos que o adjunto adverbial solto pode receber vírgula quando se


encontra após a estrutura principal (sujeito verbo objeto: S V O). Quando
antecipado ou intercalado, recebe vírgula(s) obrigatoriamente.

Veja a oração absoluta abaixo:


vírgula
facultativa

O candidato passou no concurso, devido ao seu esforço no estudo.


VTI objeto indireto adjunto adverbial de causa
sujeito predicado verbal
período simples

A oração acima possui a estrutura básica S V O: “O candidato passou no


concurso”. A estrutura “devido ao seu esforço no estudo” é o adjunto adverbial
de causa. Esse adjunto adverbial é chamado por nós de solto, porque não
houve exigência do verbo. Por isso, podemos inserir a vírgula
facultativamente. Esta estrutura não foi obrigatória, ela foi inserida para que
haja mais clareza e situe melhor o leitor sobre a circunstância que levou o
candidato à aprovação. Mas veja que esta expressão é dependente da
estrutura básica da oração. Se disséssemos somente:
“Devido ao seu esforço no estudo”
Logicamente, ninguém entenderia, concorda?

Por isso, dizemos que esta estrutura é dependente da estrutura S V O,


isto é: ela é subordinada à principal:
O candidato passou no concurso, devido ao seu esforço no estudo.

Estrutura básica (principal) Estrutura adverbial (subordinada)

Quando esse adjunto adverbial recebe um verbo, observamos que


passaremos a ter duas orações: a principal e a subordinada adverbial causal.

vírgula
facultativa

O candidato passou no concurso, porque se esforçou no estudo.


VTI objeto indireto VTI + objeto indireto
sujeito predicado verbal predicado verbal
oração principal oração subordinada adverbial causal
período composto

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Antecipando a estrutura adverbial...

vírgula
obrigatória

Devido ao seu esforço no estudo, o candidato passou no concurso


adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto
sujeito
predicado verbal
período simples

vírgula
obrigatória

Porque se esforçou no estudo, o candidato passou no concurso


VTI + objeto indireto VTI objeto indireto
predicado verbal sujeito predicado verbal
oração subordinada adverbial causal oração principal
período composto

Agora, intercalando...
vírgulas obrigatórias

O candidato, devido ao seu esforço no estudo, passou no concurso.


adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto
sujeito predicado verbal
período simples

vírgulas obrigatórias

O candidato, porque se esforçou no estudo, passou no concurso


VTI + objeto indireto VTI objeto indireto
sujeito predicado verbal predicado verbal
oração subordinada adverbial causal
oração principal
período composto

Veja um exemplo:

O examinador apontou erro de pontuação na linha 45, pois, após o


pronome relativo “que”, há a oração subordinada adverbial condicional “se a
autoridade iniciar a fiscalização antes de iniciado o prazo decadencial”, a qual
está intercalada. Assim, a dupla vírgula é obrigatória. O examinador
acrescentou um “X” para indicar ao candidato o fim de tal oração.

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Veja outro:

Desconsiderando o erro de contração de preposição e artigo (“do”),


diante do sujeito “Estado Islâmico”, percebemos o erro da estrutura adverbial
intercalada sem dupla vírgula. Veja a forma correta:
“Dessa forma, com a falta de participação das principais nações e o fato de o
Estado Islâmico ter grande quantidade de recurso devido ao controle do
petróleo no Iraque, a Organização das Nações Unidas alerta que os conflitos na
região podem durar anos.”

As orações subordinadas podem ser divididas também em dois tipos:

desenvolvidas (aquelas que possuem conjunção e verbos conjugados em


modos e tempos verbais);
O candidato passou no concurso, porque se esforçou no estudo.

oração principal oração subordinada adverbial causal


(desenvolvida)
reduzidas (aquelas que perdem a conjunção e por isso os verbos passam
a uma das formas nominais: gerúndio, infinitivo e particípio).
O candidato passou no concurso, por se esforçar no estudo.

oração principal oração subordinada adverbial causal


(reduzida de infinitivo)
Essas orações basicamente se dividem em 9.
1. Causais: com as conjunções: porque, pois, que, como (quando a
oração adverbial estiver antecipada), já que, visto que, desde que, uma vez
que, porquanto, na medida em que, que, etc:
2. Consecutivas: I - conjunção que precedida de tal, tão, tanto,
tamanho. II – locuções conjuntivas de maneira que, de jeito que, de ordem
que, de sorte que, de modo que, etc:
3. Condicionais: Além das conjunções condicionais se e caso, há
também as locuções conjuntivas contanto que, desde que, salvo se, sem que
(=se não), a não ser que, a menos que, dado que.
4. Concessivas: As conjunções são: embora, conquanto, que, ainda
que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por
muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que,
sem que (=embora não).

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5. Comparativas: representam o segundo termo de uma comparação e


se expressam de três formas, com as conjunções como, (tal) qual, tal e qual,
assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos)
que ou do que, tanto quanto, que nem, feito (=como, do mesmo modo que), o
mesmo que (=como):
6. Conformativas: Suas conjunções são: como, conforme, segundo,
consoante.
7. Proporcionais: Suas locuções conjuntivas são: à proporção que, à
medida que, ao passo que, quanto mais ... tanto mais, quanto mais ... tanto
menos, quanto menos ... tanto menos, quanto menos ... tanto mais, quanto
mais ... mais, quanto menos ... menos, tanto ... quanto (como).
8. Finais: indicam finalidade, objetivo, com as locuções conjuntivas:
para que, a fim de que, que (= para que),:
9. Temporais: Suas conjunções: quando, enquanto, logo que, mal
(= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até
que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que.
Esquema do período composto por coordenação e sua pontuação
______________________ e ____________________. (aditiva)
______________________, mas _________________. (adversativa)
______________________ ou ___________________. (alternativa)
______________________, portanto ______________. (conclusiva)
______________________, pois _________________. (explicativa)
oração inicial oração coordenada sindética

Período composto por coordenação


Este esquema nos ajuda sempre que falarmos de orações coordenadas.
Os elementos coordenados estão basicamente unidos pelas conjunções “e”,
“mas”, “ou”, “portanto”, “pois”.
Note as vírgulas nas estruturas coordenadas. Ocorre vírgula antecipando
as conjunções coordenativas adversativas, conclusivas e explicativas. As
principais conjunções são:
1) Aditivas: e, nem, tampouco, não só...mas também, não só...como
também, senão também, tanto...como, tanto...quanto, bem como.
2) Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto.
3) Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer.
4) Conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do
verbo), por isso, então, assim, em vista disso.
5) Explicativas: porque, pois(anteposto ao verbo), porquanto, que.

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As conjunções de valor adversativo (exceto “mas”) ou conclusivo têm a


capacidade de mobilidade, podendo se posicionar no meio ou no final da
oração, com vírgula(s) obrigatória(s). Veja as diversas possibilidades:
a) adversativas:
Há muito serviço, porém ninguém trabalhava.
Há muito serviço, ninguém, porém, trabalhava.
Há muito serviço, ninguém trabalhava, porém.
Há muito serviço; ninguém, porém, trabalhava.
Há muito serviço; ninguém trabalhava, porém.
Há muito serviço; porém ninguém trabalhava.
Há muito serviço; porém, ninguém trabalhava.

b) conclusivas:
Há muito serviço, portanto trabalharemos até tarde.
Há muito serviço, trabalharemos, portanto, até tarde.
Há muito serviço, trabalharemos até tarde, portanto.
Há muito serviço; trabalharemos, portanto, até tarde.
Há muito serviço; trabalharemos até tarde, portanto.
Há muito serviço; portanto trabalharemos até tarde.
Há muito serviço; portanto, trabalharemos até tarde.
Abaixo o candidato recebeu penalização por causa da pontuação, porque
a conjunção “portanto” está deslocada e deve ficar entre vírgulas, o que não
foi observado nesta produção do texto.

Cuidado com o conectivo de adição “bem como”. Tal conectivo é


antecipado por vírgula, ele não fica entre vírgulas. O erro do candidato
abaixo tem ocorrido bastante. Tome cuidado!!!!!

Assim, a vírgula após “bem como” deve ser retirada.

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Quando usaremos ponto e vírgula?


Podemos usar ponto e vírgula para enumerarmos elementos ou orações
ou podemos fazer desse sinal um organizador do discurso. Suponhamos que
numa enumeração tenhamos que explicar algum dos elementos enumerados.
Nesse caso, devemos diferenciar as pontuações para que se estabeleça a
clareza discursiva para o leitor. Assim, empregaremos o ponto e vírgula para
enumerar e a vírgula para explicar. Teremos, então, uma composição com
sinais gráficos diferentes para funções diferentes.
Exemplo:
A extinção do crédito ocorre pelo pagamento do montante apurado pela
autoridade fiscal; pela prescrição, quando o que se finda é prazo de cobrança
fiscal; pela compensação, quando o contribuinte possuir créditos suficientes
para com o fisco e o solicitar; pela transação, que é um acordo entre o
contribuinte e o órgão fiscal.

Vejam que, quando se vai ampliar a informação de algum dos elementos


enumerados, a vírgula entra em ação, deixando o ponto e vírgula exercer
outro ofício, o de enumerar, no caso.
Cabe aqui mais uma observação: Não há vírgula antes do “e” quando há
apenas dois elementos enumerados que não possuam divisão interna, isto é,
não apresentam vírgula ou conjunção coordenativa internamente:
Errado:
“Muitos fatores contribuem para o sucesso da industrialização: os
investimentos governamentais em pesquisa, e o investimento em educação.”

Certo:
“Muitos fatores contribuem para o sucesso da industrialização: os
investimentos governamentais em pesquisa e o investimento em educação.”

Agora, com divisão interna em um dos termos pode ocorrer a vírgula


antes do “e”:

Certo:
“Muitos fatores contribuem para o sucesso da industrialização: os
investimentos governamentais em pesquisa e desenvolvimento, e o
investimento em educação.”

Observação importante: Se for empregar dois-pontos para enumerar,


use antes um vocábulo de valor catafórico – o seguinte, este, esta.
Ex.: As funções do TCU são as seguintes: auxiliar o Senado,...

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Muito cuidado com o posicionamento do sujeito, pois, se ele não estiver


claro, muitas vezes erramos a concordância:
Veja um exemplo de erro comum que muita gente boa tem cometido,
simplesmente por falha na revisão.
O verbo “tem”, sem acento circunflexo, está no singular; e o verbo
“têm”, com acento, está no plural.

No exemplo acima, o sujeito “O lançamento” está no singular. Assim, o


correto é o emprego do verbo “tem”.

Verbos seguidos de partícula SE:


É ideal trabalhar a redação em terceira pessoa, como forma de tornar o
discurso impessoal. De posse disso, os candidatos certamente empregarão
formatos verbais do tipo VERBO + SE.
O problema é que, por descuido ou desconhecimento da regra, surgem
falhas de concordância. Assim, vamos a dois casos importantes:
VTD ou VTDI + SE (pronome apassivador) + sujeito
(neste caso, o verbo concorda com o sujeito)
Sendo um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto, o
pronome “se” é chamado de apassivador e ajudará a formar a voz passiva
sintética, do tipo:
Constroem-se casas.
Enviaram-se ofícios ao profissional responsável.
Dessa forma, os termos sublinhados não são antecipados de preposição,
pois são os sujeitos. Como estão flexionados no plural, forçam os verbos ao
plural.
Para termos certeza disso, basta transformarmos em voz passiva
analítica:
Casas são construídas.
Ofícios foram enviados ao profissional responsável.
Dessa forma analítica, é mais prático enxergarmos o sujeito e a
concordância fica mais fácil.

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VI, VL ou VTI + se (índice de indeterminação do sujeito)


(neste caso, o verbo fica no singular)

Os verbos intransitivo, de ligação ou transitivo indireto, quando recebem


o índice de indeterminação do sujeito “se”, são forçados à flexão no singular.
É-se feliz naquelas regiões.
Vive-se bem naquelas regiões.
Trata-se de assuntos sigilosos.
Nesses casos, não há de se falar em voz passiva, estão todos os verbos
na voz ativa e o sujeito está indeterminado. Assim, obrigatoriamente o verbo
se flexiona no singular.
Agora, é sua vez. Nas frases abaixo, qual dos verbos deve se flexionar
no plural?
a. Acrescenta-se a esse fator os ilícitos...
b. Necessita-se de melhorias na saúde e na educação.
O verbo “Acrescenta” é transitivo direto e indireto, o termo
preposicionado “a esse fator” é o objeto indireto, o pronome “se” é apassivador
e o sujeito paciente “os ilícitos” força o verbo a se flexionar no plural
(Acrescentam-se). Note que o sujeito é o único termo sem preposição.
Para termos certeza, basta transpor esta voz passiva sintética em voz
passiva analítica. Veja:
Acrescentam-se a esse fator os ilícitos...
São acrescentados a esse fator os ilícitos...
Já o verbo da letra b (“Necessita-se”) permanecerá no singular, porque é
transitivo indireto, o pronome “se” é o índice de indeterminação do sujeito e o
termo preposicionado “de melhorias” é o objeto indireto.
Um caso que sempre encontramos nas redações é o do verbo “tratar”,
com índice de indeterminação do sujeito “se” e sujeito determinado. Ora, isso
é incoerente. Se há um pronome que indetermina o sujeito, esse sujeito não
pode aparecer na frase, concorda?!!! Veja o exemplo:
“O caso trata-se de ilícito penal...” (errado)
Se há índice de indeterminação do sujeito “se”, não cabe o sujeito determinado
“O caso”. Então, você escolhe um ou outro. Veja:
“O caso trata de ilícito penal...” (certo)
“Trata-se de ilícito penal...” (certo)

Bom, com isso vimos os aspectos principais da microestrutura. Na nossa


próxima aula, falaremos dos aspectos da estrutura textual: o que devemos
fazer para montar uma boa redação e a estrutura básica de seu texto.

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