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Andre Luiz Oliveira

Redes Digitais Industriais


Unidade 1 - Parte 1 - Redes Digitais Industriais

A evolução das Redes de Computadores

1-Introdução

Comunicação

Comunicação é o ato de transmissão de informações de uma pessoa à outra.


Comunicação sempre foi, desde o início dos tempos, uma necessidade humana
buscando aproximar comunidades distantes. Na pré-história as informações se
referiam a perigos iminentes, busca de caça, etc. Tribos indígenas se valiam de sinais
de fumaça ou de tambores para se comunicar. Os grandes conquistadores foram
obrigados a estabelecer um sistema de mensageiros. Há, na História, referência à
utilização de pombo-correio como uma forma de comunicação, em especial durante as
guerras.

Para que exista comunicação são necessários quatro elementos básicos: Emissor
(transmite informações); Receptor (que recebe as informações do emissor); Meio de
transmissão (interface ou caminho entre o emissor e receptor que transporta o sinal);
Sinal (um sinal contém uma mensagem composta de dados e informações).

É importante notar duas características sobre comunicações. Primeira, a mensagem


não é comunicada diretamente, mas é comunicada por meio de um sinal. Segunda, o
sinal sempre passa através de algum meio de comunicação qualquer (fios, cabos,
fibras, ar, ondas de rádio, etc.) que carregue o sinal entre o transmissor e o receptor.

Redes de Computadores

As redes de computadores tiveram origem no meio industrial, onde sensores se


comunicavam com um computador central.

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As Redes de Computadores surgiram como uma necessidade evidente do


estabelecimento de elos de comunicação entre computadores e demais
equipamentos. As primeiras aplicações envolvendo a comunicação entre
computadores estavam voltada à utilização de periféricos, principalmente impressoras
e terminais de usuários.

As redes de computadores têm crescido explosivamente. Poucas pessoas tinham


acesso às redes na década de 1980, porém agora, a comunicação via computador
transformou-se em uma parte essencial da nossa infraestrutura. A ligação de
comutadores em rede é usada em cada aspecto dos negócios, incluindo propaganda,
produção, transporte, planejamento, faturamento e contabilização.

Década de 1960

• Surgiram os primeiros terminais interativos, e os usuários podiam acessar o


computador central através de linhas de comunicação.

Sistemas Distribuídos (Década de 70 e 80)

• Houve uma mudança de paradigma:

• De um computador central de grande porte, partiu-se para a distribuição do poder


computacional.

• Foram desenvolvidos computadores menores (minis e micros) de bom desempenho


com pequena relação custo/beneficio até o surgimento da internet na década de 90

Exemplo de Sistema Distribuído

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Os objetivos das Redes de Computadores

1. Disponibilizar aos usuários, os recursos computacionais disponíveis, sem considerar


a localização física do recurso e do usuário.

2. Barateamento de processamento.

3. Fornecer um meio de comunicação eficiente entre pessoas trabalhando distantes


umas das outras.

4. Pequenos computadores tem uma taxa preço x desempenho melhor que os


mainframes. Estes são mais ou menos 10 vezes mais rápidos que os
microcomputadores, mas são mais ou menos 1000 vezes mais caros.

Conceitos básicos sobre Rede de Computadores

Uma rede de computadores envolve a interconexão entre dois ou mais micros, o que
permite a troca de dados entre essas unidades e otimiza os recursos de hardware e
software. Deve ter regras básicas que garantam o envio seguro de informações. Para
ser eficiente, ela precisa que os dados transitem de um computador para outro sem
que sofram danos. Também é necessário que a rede seja capaz de determinar
corretamente para onde as informações estão indo. Além disso, o computador
interligado tem que poder se identificar uns aos outros e deve existir um modo
padronizado de nomear e identificar as partes que a compõem.

Redes de computadores são muito mais comuns no dia-a-dia das pessoas do que
normalmente se imagina. É um grande engano pensar que a Internet é a única com a
qual se convive. Toda vez que se usa um cartão de crédito, um caixa eletrônico ou se
faz uma chamada telefônica, os serviços de uma rede estão sendo usados.

De uma forma bastante simplificada, rede de computadores é um sistema de


processamento de informação constituído por computadores autônomos que se
interligam por uma rede de comunicação.

Alguns conceitos de Redes de Computadores

Redes de Computadores formam uma tecnologia de rede única. Nenhuma outra


tecnologia de rede é tão versátil e poderosa como ela. Devido a isso, quando falamos
sobre elas, podemos utilizar deparar com os seguintes termos:

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 Cliente: Clientes são computadores que se conectam a um computador central


para requisitar que este realize alguma tarefa na qual é especializado.

 Confiabilidade: Em todo o tipo de comunicação à distância, existe a


possibilidade de ocorrer um erro na hora de se interpretar os dados. No caso
das redes de computadores, isso é algo que pode ocorrer devido a vários
motivos como interferência ou o enfraquecimento do sinal com a distância.
Para se criar uma rede de computadores confiável, é preciso fazer com que os
computadores sejam capazes de detectar erros na transmissão. Uma vez que
isso ocorra, pode-se tentar corrigi-los ou então pedir para que os dados sejam
retransmitidos.

 Endereço: para que possamos nos comunicar com outro elemento de uma
rede, precisamos identificá-lo de alguma forma. Na rede telefônica, por
exemplo, para falarmos com outra pessoa, precisamos discar o seu número de
telefone - que é único para cada elemento da rede. O mesmo ocorre com a
rede de computadores. Cada elemento possui um número único que é
reconhecido como seu "Endereço". Quase todos os elementos de uma rede de
computadores possuem um endereço. Chamamos o ato de distribuir Endereços
para os elementos da rede de Endereçamento.

 Meio: É o ambiente físico usado para conectar membros de uma rede. Por
exemplo, no caso dos telefones, o meio é o fio que forma toda a rede
telefônica. Computadores podem usar os mais diversos meios, como cabos e
ondas de rádio.

 Nós: Não são apenas computadores que podem ser ligados a uma rede de
computadores. De fato, as primeiras redes de computadores foram criadas
para controlar o caminho percorrido por ligações telefônicas. Existe uma gama

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muito grande de dispositivos que podem fazer parte deste tipo de rede como
terminais, impressoras, repetidoras, pontes, chaves e roteadores. Por causa
disso, costumamos chamar cada elemento conectado a uma Rede de
Computadores de "Nó".

 Protocolo de Rede: Computadores só podem lidar com números binários. Eles


só entendem 0s e 1s. Por conta disso, é preciso criar algum tipo de alfabeto ou
padrão para que possamos nos comunicar com apenas dois tipos de sinais. O
nome das regras que os computadores seguem para se comunicar entre si
chama-se "Protocolo".

 Roteamento: Rotear significa traçar uma rota. O roteamento é justamente a


tarefa de traçar rotas entre os vários elementos de uma rede. Afinal, em uma
rede com várias máquinas, é preciso estabelecer qual caminho os dados
precisam seguir para que eles não terminem indo parar na máquina errada.

 Segurança: É comum que informações sigilosas sejam trocadas em uma rede.


Por causa disso, existem muitas pessoas que podem tentar interceptar os
dados. Para isso, podem-se utilizar várias estratégias para aumentar a
segurança de uma rede como criptografar os dados, por exemplo.

 Servidor: Um Servidor é uma máquina que costuma ser frequentemente


acessada por outras para que ela realize algum tipo de tarefa.

2–Evolução das Redes de Computadores

2.1 Modelos de Computação

Para entender o inicio das redes de computadores precisamos conhecer os modelos


computacionais, que são divididos em duas redes, a centralizada e a distribuída:

 Centralizada: Era muito utilizada nos supercomputadores nas grandes


indústrias, eram chamados de Mainframes que liam todas as informações
contidas em apenas uma memória processando todas elas de em sequência, a
única forma de leitura desses dados era com um cartão de entrada, não havia
qualquer interação com os usuários.

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Década de 60 – Processamento Centralizado

Perfurador e leitor de cartão

Com o surgimento das redes, outras opções foram criadas para introduzir e extrair
informações no sistema através de terminais que nada mais eram do que dispositivos

de entrada e saída (Terminais burros–não realizavam nenhum tipo de processamento).

Características:

• Eram grandes a ponto de ocupar uma sala inteira.

• Extremamente caros, por isso era restrito às grandes corporações e governo que
podiam justificar o investimento.

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• Grande poder de processamento.

Processamento Centralizado

 Distribuídas: Surgiu com o passar dos anos surgiu os PCs (década de 80) e o
processamento das informações deixou de ser centralizado, passando a ser
distribuído por vários terminais, assim os computadores começaram a dividir
informações com um computador central.

Coleção de computadores autônomos interligados através de uma rede de


computadores e equipados com software que permita o compartilhamento dos
recursos do sistema: hardware, software e dados.

Assim, a computação distribuída consiste em adicionar o poder computacional de


diversos computadores interligados por uma rede de computadores ou mais de um
processador trabalhando em conjunto no mesmo computador, para processar
determinada tarefa de forma coerente e transparente, ou seja, como se apenas um
único e centralizado computador estivesse executando a tarefa.

A união desses diversos computadores com o objetivo de compartilhar a execução de


tarefas é conhecida como sistema distribuído.

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Processamento Distribuído – Arquitetura cliente-servidor

Características:

• Houve uma mudança de paradigma.

• De um computador central de grande porte partiu-se para a distribuição do poder


computacional.

• Foram desenvolvidos computadores menores (minis e micros) com as características


que atendiam ao mercado (Bom desempenho e Pequena relação custo/benefício).

2.1- Definição Redes de Computadores

É uma estrutura formada por arranjo topológico constituído por:

 Módulos Processadores (MP): Efetuam a interface usuário/rede, executando


trabalhos em modo local ou de forma distribuída (PCs, Workstations,
Notebooks, celulares e terminais).

 Enlaces: Sistemas envolvendo as conexões físicas de uma determinada


tecnologia, os quais estabelecem o meio de transmissão das informações a
serem trocadas entre vários grupos de usuários (acesso telefônico analógico ou
digital, rádio ou cabo óptico).

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 Nós de rede: dispositivos que proporcionam e gerenciam os caminhos dentro


da rede para interconexão entre os vários Módulos Processadores (Switches,
Roteadores, Conversores).

Vantagens:

1. FLEXIBILIDADE: tornam as organizações flexíveis e adaptáveis para atender


condições empresariais em mutação constante.

2. COMPARTILHAMENTO: As redes permitem que as organizações compartilhem


hardware, aplicações de computador e bancos de dados.

3. SINERGIA: As redes permitem que pessoas e grupos de trabalho espacialmente


distribuídas se comuniquem e compartilhem documentos, opiniões, e discussões que
estimulem o trabalho em equipe.

2.2- Aplicações

A explosão observada na utilização das redes de computadores só foi possível graças à


acelerada expansão verificada nas últimas décadas nas Telecomunicações e na
Tecnologia da Informação. Necessidades criadas pelo processo de Globalização que se
observa nos últimos anos na economia, na política e no comportamento das Nações
tem transformado as redes em ferramentas indispensáveis no relacionamento do dia-
a-dia das organizações e das pessoas.

As redes de computadores, inicialmente desenvolvidas com forte apoio do


Departamento de Estado americano, com o declarado propósito de usá-las para fins
militares, passaram a despertar a curiosidade acadêmica de Universidades dos Estados
Unidos e, logo se disseminaram por Universidades e grandes empresas. Hoje,
empresas em geral e milhões de pessoas as utilizam em aplicações comerciais e
domésticas pelo mundo inteiro.

Como exemplos de aplicações comerciais pode-se citar, entre muitos outros:

- Compartilhamento de recursos de informática.

- Transferência eletrônica de informações.

- Acesso ao sistema bancário.

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- Democratização / compartilhamento de informações.

- Meio de comunicação.

- Videoconferência substituindo deslocamento de pessoas.

- Negócios eletrônicos.

- Treinamento (educação à distância, universidade corporativa, etc.).

Algumas aplicações domésticas mais comuns:

- Acesso a informações remotas.

- Comunicação entre pessoas.

- Entretenimento interativo;

- Comércio eletrônico;

- E-learning;

- Imposto de renda;

- Acesso a bancos.

- Aplicações em sistemas móveis

3–Topologias de Redes

A topologia de rede é o padrão no qual o meio de rede está conectado aos


computadores e outros componentes de rede. Essencialmente, é a estrutura
topológica da rede, e pode ser descrito fisicamente ou logicamente.

Há várias formas nas quais se pode organizar a interligação entre cada um dos nós
(computadores) da rede. A topologia física é a verdadeira aparência ou layout da rede,
enquanto que a lógica descreve o fluxo dos dados através da rede.

Existem duas categorias básicas de topologias de rede:

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A topologia física: representa como as redes estão conectadas (layout físico) e o meio
de conexão dos dispositivos de redes (nós ou nodos). A forma com que os cabos são
conectados, e que genericamente chamamos de topologia da rede (física), influencia
em diversos pontos considerados críticos, como a flexibilidade, velocidade e
segurança.

A topologia lógica: refere-se à maneira como os sinais agem sobre os meios de rede,
ou a maneira como os dados são transmitidos através da rede a partir de um
dispositivo para o outro sem ter em conta a interligação física dos dispositivos.
Topologias lógicas são frequentemente associadas a Media Access Control métodos e
protocolos. Topologias lógicas são capazes de serem reconfiguradas dinamicamente
por tipos especiais de equipamentos como roteadores e switches.

Tipos de rede

3.1- Tipos de Topologia de Redes

- Topologia Barramento

Todos os computadores são ligados em um mesmo barramento físico de dados. Apesar


de os dados não passarem por dentro de cada um dos nós, apenas uma máquina pode
“escrever” no barramento num dado momento. Todas as outras “escutam” e recolhem
para si os dados destinados a elas. Quando um computador estiver a transmitir um
sinal, toda a rede fica ocupada e se outro computador tentar enviar outro sinal ao
mesmo tempo, ocorre uma colisão e é preciso reiniciar a transmissão.

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Vantagens:

 Uso de cabo é econômico.

 Mídia barata e fácil de trabalhar e instalar.

 Simples e relativamente confiável.

 Fácil expansão.

Desvantagens:

 Rede pode ficar extremamente lenta em situações de tráfego pesado.

 Problemas são difíceis de isolar.

 Falha no cabo paralisa a rede inteira.

- Topologia Estrela

Nesta topologia, todas as informações devem obrigatoriamente passar por um nó


central Inteligente, seja ele um roteador, servidor ou switch. A diferença básica entre
esta topologia e a de barramento, é que no barramento o nó central é um HUB e não
consegue destinar o pacote para o nó específico, enviando-o para todos os nós da
rede, desta forma se economiza tempo de processamento, mas dependendo do
tamanho da rede, se perde muito em congestionamento. Em comparação com a
topologia em anel, esta rede é muito mais segura em termos de disponibilidade, pois
se apenas um dos nós falhar, e este não for o nó central, a rede continua a funcionar.
Esta rede é a mais comum atualmente.

Vantagens:

 A codificação e adição de novos computadores são simples.

 Gerenciamento centralizado.

 Falha de um computador não afeta o restante da rede.

 Fácil expansão.

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Desvantagens:

 Uma falha no dispositivo central paralisa a rede inteira.

- Topologia Anel

Esta topologia caiu em desuso, ela consiste de uma rede unidirecional onde os nós são
conectados entre si por meio de repetidores, como se trata de uma rede unidirecional,
não são necessários roteadores, diminuindo com isso a complexidade dos protocolos
de roteamento. Uma desvantagem para este tipo de topologia, é que se um dos nós
falhar, toda a rede falha. Também conhecida como Token-Ring, o funcionamento desta
rede depende do token, apenas pode transmitir o nó que contem o token, ou seja, o
nó que está com token transmite a informação juntamente com o token, e fica
aguardando o token passar por todos os outros nós até chegar novamente a ele para
poder prosseguir com a transmissão.

Vantagens:

 Todos os computadores acessam a rede igualmente.

 Desempenho não é impactado com o aumento de usuários.

Desvantagens:

 Falha de um computador pode afetar o restante da rede.

 Problemas são difíceis de isolar

- Topologia Malha (Mesh)

Esta topologia é muito utilizada em várias configurações, pois facilita a instalação e


configuração de dispositivos em redes mais simples. Todos os nós estão atados a todos
os outros nós, como se estivessem entrelaçados. Já que são vários os caminhos
possíveis por onde a informação pode fluir da origem até o destino.

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Vantagens:

 Maior redundância e confiabilidade.

 Facilidade de diagnóstico.

Desvantagens:

 Instalação dispendiosa.

3–A Internet

A Internet originou-se da Arpanet, a primeira rede nacional de computadores criada


em 1969 pelo Departamento de Defesa (DoD) dos Estados Unidos de Norte América
para garantir a segurança em caso de acidente nas comunicações. Esta rede privada
era destinada a interligar os computadores dos centros de pesquisa, universidades e
instituições militares americanas, permitindo o compartilhamento de recursos entre os
pesquisadores que trabalhavam com projetos estratégico-militares.

Ela foi concebida pelo governo americano inicialmente com fins militares (como um
recurso em caso de guerra), de tal maneira a ser um sistema robusto em manteria de
comunicações, ou seja, mesmo que um nó central da rede seja destruído (por
exemplo, Washington) as comunicações (entre os outros nós da rede) continuariam
inalteradas. O próprio protocolo de roteamento teria a tarefa de reconfigurar as rotas
disponíveis para contornar os nós desabilitados da rede.

Em 1972 o governo americano decidiu mostrar o projeto pioneiro à sociedade, e a


ideia expandiu-se entre as universidades americanas, interessadas em desenvolver
trabalhos cooperativos. Para interligar os diferentes computadores dos centros de
pesquisa, em 1980 a Internet adotou o protocolo aberto TCP/IP para conectar sistemas
heterogêneos, ampliando a dimensão da rede, que passou a falar com equipamentos
de diferentes portes, como micros, Workstations, mainframes e supercomputadores.

Somente em 1983, com a separação entre as aplicações para as áreas civis e militares,
surgiu definitivamente o nome Internet. Três anos depois, a National Science

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Foundation criou uma ligação de alta velocidade com seu centro de


supercomputadores e passou a promover a disseminação das informações científicas.

Naquela época, o governo americano decidiu financiar a formação de redes regionais


em todo o país uma infraestrutura com circuitos dedicados e multiplexadores com
canais do tipo T1 a 2 Mbps, o que acabou constituindo a NSFnet como uma via
expressa para mandar mensagens e arquivos por todo o país. Essa rede, por sua vez, é
conectada a outras redes comerciais e públicas que configuram a rede Internet, hoje o
principal alicerce das comunicações entre os computadores mundiais.

Utilidade da Internet

A Internet possibilita que milhões de pessoas separadas por distancias geográficas


enormes conversem horas a fio teclando suas frases nos computadores e pagando o
preço de uma ligação telefônica local. Serve para consultar um livro ou um documento
em 2.000 bibliotecas que podem ser acessadas a distância, 24 horas por dia. É melhor
ler Guerra e Paz, o romance épico de Tolstoi num livro convencional. Mas que tal
quando se trata de levantar informações sobre o próprio Tolstoi ou sobre religiões
hindus? Uma consulta dessas não demora mais de meia hora. Centenas de bibliotecas
ao redor do mundo podem ser rastreadas automaticamente em busca da informação
desejada.

A Internet serve também para que as pessoas com interesses comuns, como
ecologistas, os médicos ou os fanáticos por esportes conversem com suas almas
gêmeas espalhadas pelo mundo. Serve para que cientistas separados no tempo e no
espaço possam trabalhar em projetos comuns, compartilhando uma mesma tela, mas
usando teclados diferentes, um deles em Paris e o outro em Nova York. Adeus aos
telefonemas internacionais a preço de caviar ou a falta de informações só porque se
vive numa cidade provinciana. Adeus para as conversas maçantes com vizinho quando
se tem disponível o mundo inteiro para se bater papo.

Protocolos da Internet

Para a Internet, foi criado um protocolo chamado TCP/IP (Transmission Control


Protocol / Internet Protocol) que tem como característica principal o fato de que cada
computador ligado à Rede deve possuir um endereço, chamado endereço IP, distinto
dos outros.

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O protocolo TCP/IP não é apenas um protocolo, é um conjunto deles, para que as


diversas “faces” da comunicação entre computadores sejam realizadas, podemos citar
alguns dos protocolos que formam esta complexa “língua”:

 TCP (Protocolo de Controle de Transmissão): Protocolo responsável pelo


“empacotamento” dos dados na origem para possibilitar sua transmissão e
pelo “desempacotamento” dos dados no local de chegada dos dados.

 IP (Protocolo da Internet): Responsável pelo endereçamento dos locais


(estações) da rede (os números IP que cada um deles possui enquanto estão na
rede).

 POP (Protocolo de Agência de Correio): Responsável pelo recebimento das


mensagens de Correio Eletrônico.

 SMTP (Protocolo de Transferência de Correio Simples): Responsável pelo Envio


das mensagens de Correio Eletrônico.

 HTTP (Protocolo de Transferência de Hiper Texto): Responsável pela


transferência de Hiper Texto, que possibilita a leitura das páginas da Internet
pelos nossos Browsers (programas navegadores).

 FTP (Protocolo de Transferência de Arquivos): Responsável pela Transferência


de arquivos pelas estações da rede.

Como funciona a Internet

 Redes, protocolos, endereços e nomes.

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 Como funcionam os serviços Internet.

 Redes, protocolos, endereços e nomes.

Definimos a Internet como uma rede de redes de computadores. Mas, o que é uma
rede de computadores? Como qualquer outra rede de comunicação, é um conjunto de
equipamentos terminais (computadores) ligados por um meio de transmissão.

Na Internet estão interligados vários tipos de redes, quer quanto à cobertura


geográfica (redes locais, redes de longa distância, etc.), quer quanto aos equipamentos
que as compõem e à tecnologia utilizada. Para que isso seja possível, é necessário que
existam regras comuns, designadas protocolos.

O conjunto de protocolos (também designado família de protocolos) utilizados na


Internet é o TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol). A família TCP/IP
é composta por diversos protocolos, dos quais destacamos (para além dos dois - TCP e
IP- que dão o nome à família) o DNS, o SMTP, FTP, Telnet.

O começo da internet no Brasil

O histórico da internet aqui no Brasil que se


iniciou em setembro de 1988. As conexões
inicialmente foram feitas em setor acadêmico
e somente anos depois foi destinada a usuários
domésticos e empresas.

As conexões inicialmente foram feitas em setor


acadêmico e somente anos depois foi
destinada a usuários domésticos e empresas.

A internet no Brasil iniciou-se em setembro de 1988 quando no Laboratório Nacional


de Computação Científica (LNCC), localizado no Rio de Janeiro, conseguiu acesso à

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Bitnet, através de uma conexão de 9 600 bits por segundo estabelecida com a
Universidade de Maryland.

Dois meses depois foi a vez da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp) que também ligou-se à Bitnet, por meio de uma conexão com o Fermi
National Accelerator Laboratory (Fermilab), em Chicago. Algum tempo depois, a
Fapesp criou a rede ANSP (Academic Network at São Paulo), interligando a
Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Campinas (Unicamp), a
Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
Estado de São Paulo (IPT). Mais tarde, ligaram-se à ANSP a Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).

Em maio de 1989, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também ligou-se à


rede Bitnet, através da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA),
constituindo-se no terceiro ponto de acesso ao exterior. Em 1981 foi fundado o Ibase
(Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), autônomo e apartidário o Ibase
sempre teve como um de seus objetivos a disseminação de informações a sociedade
civil. Isso incluía a democratização do acesso às redes de computadores no país.

Em meados da década de 80, o Ibase integrou-se a um projeto internacional chamado


Interdoc. Sua finalidade era o uso do correio eletrônico para o intercâmbio de
informações entre ONGs (organizações não governamentais) de todo o mundo.
Participavam do projeto dezenas de entidades da África, América Latina, Ásia e Europa.
Contudo, o uso desse sistema ainda era extremamente caro. Fazia-se necessário
encontrar meios alternativos para facilitar essa conexão internacional e reduzir os
custos de comunicação.

Alternex, um serviço internacional de mensagens e conferências eletrônicas pioneiro


no país. Através do Alternex era possível trocar mensagens com diversos sistemas de
correio eletrônico de todo o mundo, incluindo a Internet. O Alternex foi, portanto, o
primeiro serviço brasileiro de acesso à Internet fora da comunidade acadêmica.

A situação permaneceu assim até meados de 94, quando a Internet ultrapassou as


fronteiras acadêmicas e começou a chegar ao ouvido de muitos brasileiros. No dia 17
de julho daquele ano, o jornal Folha de São Paulo dedicou a edição dominical do seu

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caderno “Mais!” à superinfovia do futuro”. E anunciava: “nasce uma nova forma de


comunicação que ligará por computador milhões de pessoas em escala planetária”.

Quase no final de 94, o governo brasileiro – que até então pouco tinha feito pela
Internet no Brasil – divulgava, através do Ministério de Ciência e Tecnologia e do
Ministério das Comunicações, a intenção de investir na nova tecnologia. A criação da
estrutura necessária para a exploração comercial da Internet ficou a cargo da Embratel
e da RNP.

No final de 94, a Embratel iniciou seu serviço de acesso à Internet em caráter


experimental. Cinco mil usuários foram escolhidos para testar o serviço. Alguns meses
depois, em maio de 95, o acesso à Internet via Embratel começou a funcionar de modo
definitivo. Mas a exclusividade da Embratel no serviço de acesso a usuários finais
desagradou à iniciativa privada. Temia-se que a Embratel e outras empresas de
telecomunicações dominassem o mercado, criando um monopólio estatal da Internet
no Brasil.

Diante disso, o Ministério das Comunicações tornou pública a posição do governo de


que não haveria monopólio e que o mercado de serviços da Internet no Brasil seria o
mais aberto possível.

Ainda nesta época, foi criado o Comitê Gestor Internet Brasil, com o objetivo de traçar
os rumos da implantação, administração e uso da Internet no país. Participariam do
Comitê Gestor membros do Ministério das Comunicações e do Ministério de Ciência e
Tecnologia, representantes de provedores e prestadores de serviços ligados à Internet
e representantes de usuários e da comunidade acadêmica. O Comitê Gestor teria ainda
como atribuições principais: fomentar o desenvolvimento de serviços da Internet no
Brasil, recomendar padrões e procedimentos técnicos e operacionais, além de coletar,
organizar e disseminar informações sobre os serviços da Internet.

Apesar do mercado promissor, as coisas continuaram assim, meio capengas, por todo
o ano de 95. A Embratel e o Ministério das Comunicações não facilitavam as iniciativas
dos provedores privados: a estrutura necessária não estava totalmente implantada e
havia indefinições sobre os preços a serem cobrados. Mesmo assim, uma dezena de
provedores já operava até o final de 95 conectados à Internet através da Embratel.

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Outros, como a IBM e a Unisys, começaram a implantar suas próprias conexões


internacionais.

A Internet decola no país

O grande boom da rede aconteceu ao longo do ano de 1996. Um pouco pela melhoria
nos serviços prestados pela Embratel, mas principalmente pelo crescimento natural do
mercado, a Internet brasileira crescia vertiginosamente, tanto em número de usuários
quanto de provedores e de serviços prestados através da rede.

Uma das provas de que a Internet realmente havia decolado no Brasil veio no dia 14
de dezembro de 1996, quando Gilberto Gil fez o lançamento de sua música Pela
Internet através da própria rede, cantando uma versão acústica da música ao vivo e
conversando com internautas sobre sua relação com a Internet.

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