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TRATADO ““ ARQUITETEISZN VITRUVIO a mein} Coed © original desta obra foi publicadocom o titulo Vitro ~Tratado de argutectura pela IST Press, Instituto Superior Téeico, Lisboa, Portugal Tradugio do lati, introdugio e notas por M. Justino Mace © 2006, M.Justino Maciel e IST Press. (© 2007, Martins Eitora Livratia Lida, Sao Paul, paraa presente edicio. ‘Adaplasio para 0 portugués de Brasil "ore H.Bastos Preparacio Siane Zacsarias Revisio Hed Viana Blane de Abreu Santor Capa Renata Miyabe Usd Producto grifica Dero Zanin Dados nternacionss de Catalogu na Pubiasbo (CIP) (CimaraBrasleie d ie,SP, Baa “atado eager / Viti; tradi, nag ns ‘M jstne Mai = Sho Paulo" Mating 2007, (Coes Todas 9 Aes) Thule expen: Tatado de argues ISBN 978 5-7707-003.9 1 Argun 2. Argues [LMacel Mt usting 11 lI See ose cop-n0 Tice para catlogs sitemdtion 1Amgutetsn 720. ‘Todos os direitos desta edo para o Brasil reservados & "Martins EditoraLivraria Lt R. Prof. Laerte Ramos de Carvalho, 163 01525030 ‘So Paulo SP Brasil "Tel: (11) 31160000 Fax: (Il) 3113 1072 ‘nfotimartinseditoracom br ‘wwwmartinsditora come SUMARIO Vitriivio e sua heranga moderna — Renato Brolezzi . Introdugo ~ M. Justino Maciel Bibliografia ......... LIVRO 1 Preambulo . 59 CO século de Augusto. O Império e a egrégia autorida- de dos edificios ptiblicos. Dedicat6ria a Otévio César Augusto Capitulo ....... - 61 ‘Aciéncia do arquiteto.teoriaeaprética. Osignificadoeo significante. Os conhecimentos deliteratura,desenho, geo- ‘metria e aritmética. Importancia do conhecimento hist6ri- co. Género de histéria que convém ao arquiteto conhecer. Interesse da filosofia. Conhecimentos musicais. Relagaoda iisica com o trabalho do arquiteto. A medicina, o direito ea astronomia. Quem deveria ser arquiteto. Formagio do arquiteto. A sua cultura geral. Impossibilidade de atingir a perfeigao. A obra e o seu fundamento epistemolégico. Paralelismo com outras ciéncias. Do arquiteto ao matems- tico. Vitrivio escreve como arquiteto Capitulo 2 . 4 Definigdes da arquitetura. A ordenacio e a disposiglo. Aeuritmia. A comensurabilidade. O decoro cumprindo um principio. O decoro expresso segundo o costume. O decoro conseguido naturalmente. A distribuigao. Outro tipo de distribuigao 6 VITROVIO Capitulo 3 81 aries em que se divide a arquitetura, Solider, funcio- nalidade e beleza Capitulo 4 ae 83 Fscolha dos lugares para as cidades, Comparagdo com a exposigdo solar das adegas e dos celeiros. O exemplo das alteragdes fisicas do ferro. A exposicio ao frio e ao calor. Principios que constituem os organismos. O calor, a umidade, a terra e o ar. Comparagéo com as aves, 08 ppeixes e os animais terrestres. A questao da salubridade dos recintos fortificados. Préticas antigas na escolha dos lugares. Importancia do conhecimento das pastagens. Drenagem de charcos e de pantanos. Mudangas de lu- gar de cidades por motivo de salubridade Capitulo 5 90 Construgio das muralhas. Levantamento des torres. Consolidago das muralhas com traves de oliveira. Protegéo das torres. Terraplenos. Fossos. Travamento dos alicerces. Materiais a utilizar Capitulo 6 . 95 Distribuiglo das proces e das runs. Natuneza dos ven- tos, Influéncia dos ventos na satide. A torre dos ventos em Atenas. Os oito ventos principais, Estudo da orienta- «ao dos ventos com auxilio de um gnémon. Alinhamento das ruas levando-se em conta as diregoes dos ventos. Orientagées diferentes das ruas e des ventos. Os célcu- los matematicos de Eratéstenes de Cirene. A rosa-dos- ventos. Influéncia das auras matutinas. Referéncias a esquemas que nao chegaram aos nossos dias. Vitrtivio proporcionou um desenho para uso no tracado das ruas Capitulo7 ..... - 104 (Os lugares do foro e dos templos. Os templos deveriam estar em lugares adequados aos sacrificios CAPITULO 2 Definigdes da arquitetura 1. Na realidade, a arquitetura consta de: ordenagao", que ‘em grego se diz taxis; disposigo®, a qual os gregos chamam diathesis*; euritmias; comensurabilidade; decoro® e distri- buigdos, esta em grego dita oeconomia®. A ordenagao e a disposicao 2. A ordenagao define-se como a justa proporgo na medida das partes da obra consideradas separadamente e, numa visdo de totalidade, a comparacio proporcional tendo em vista a comensurabilidade. & harmonizada pela quanti- ‘Oninati: ordenagio, gio de par em orden. A seguir, no texto, so vitruviana 12 Tei: ordenagio, colocago em ordem. 63, Dispos: disposigdo, apresentasio,repreentaco. A seguit, no texto, a defnigdo vitruviana ', Dithesis: disposi, distibuigioadequadadas coisas. (65, Eurytmia: proporsio, hrmonia,euritmia. A Segui, no texto, a definglo vitruviana, (66. Symmetrie: comensurabilidade, configuraco,corelasio sistema de me Aides. A seguir, no texto, a definigio vitruviana, CE notan. 13 deste Livro. 157. Decor: decoro,convenignea, 0 que convém, 0 que Ba bem. A seguir, no texto, definigio vitruviana. (68. Distutio:dstibugio,repatigio, visto. A segut, no teat, a defn lovitruviana 169, Orconomi: dstibuiio, adminisrag,organizaco, economia. LVRO1 ~ cAPfTULO2 6 dade, que em grego se diz posotes. Esta, por sua vez, con- siste em tomar médulos" de porcdes da propria obra e na execugao da totalidade desta, com base em cada uma das partes dos seus membros. A disposicio, por sua vez, define-se como a colocaao adequada das coisas ¢ 0 efeito estético da obra com a quali- dade que Ihe vem dessas adequacdes. Sao estas as espécies de disposicao, que em grego se dizem idea: icnografia”, orto- grafia’, cenografia®. A icnografia consiste no uso conjunto ¢ adequado do compasso e da régua’, e por ela se fazem os de- senhos das formas nos terrenos das zones a construir. A orto- grafia, por seu turno, define-se como 0 algado” do frontispicio figura pintada a medida e de acordo com a disposigéo da obra futura. Por fim, a cenografia é 0 bosquejo do frontispicio com ‘as partes laterais em perspectiva e a correspondéncia de todas as linhas em relagdo ao centro do circulo. Essas espécies de dis- posigao nascem da reflexdo e da invengao. A reflexio caracte- riza-se pela dedicagao plena ao estudo e a0 trabalho, sendo também o resultado de uma atengo constante, com satisfagao pessoal, em relacio ao objetivo proposto. Por sua vez, a inven- ‘do define-se como a explicagao das questdes obscuras e 0 co- nhecimento de uma nova realidade, descoberta com dinamico vigor. Sao essas as definigdes da disposicao. 70, Quantitas: quantidade, randeza. A suit fo texto, adeno vitruia na, que Ihe dé um sentido dindmico, quantficador, tendo em vista a symmetria. A ‘ada uma das porges da obra, Vitedviochama de membros (embra) Zi Mazat msds, gular mati. 72 er: aspecta exterior, forma ditintiva,apartncs 73 chnographi:enogra, planta de um efi no sex plan horizontal e geomet 7. Orthographa ortograi, al significando algado os maga erecta de wm cedifcio. Zi Saag cero, aq no seniodeepesentg em pepe tiva de um edifco 76, Regula régua, barra eta de madeira ou meta 77. Imago erecta: algado ou projesio vertical de um edifici. 7% VITROVIO, Auritmia 3. Acuritmia é a forma exterior elegante eo aspecto agradé- vel na adequagio das diferentes porgdes. Tal verifica-se quando as partes da obra so proporcionais na altura em relagio a largu- ra, nesta em relago ao comprimento, em suma, quando todas as partes correspondem as respectivas comensutabilidades. A comensurabilidade 4. Por sua vez, a comensurabilidade consiste no conve- niente equilfbrio dos membros da prépria obra e na correspon- déncia de uma determinada parte”, dentre as partes separadas, com a harmonia do conjunto da figura. Assim como no corpo humano existe a natureza simétrica da euritmia a partir do cova- do, do pé, do palmo e de outras pequenaspartes, 0 mesmo acon- tece no completo acabamento das obras. Zm primeiro lugar, nos templos sagrados, seja pelas espessuras das colunas®, seja pe- Jo triglifo” ou mesmo pelo embater®; na balista, pela abertura a que 0s gregos chamam peritreton; nas embarcagdes, pelo espago entre dois toletes, que se diz dipechyaia; igualmente a partir das partes de outras obras se descobre tuma légica de simetrias. O decoro cumprindo um principio 5. O decoro é o aspecto irrepreensivel das obras, dispos- tas com autoridade através de coisas provadas. Consegue-se 78, Symmetric nota n, 13, deste Live. 79, Rata pars: determinada parte, base da relago modula de que resulta a proporgio. C3, 1,1. 80. Columns: coluna, compost de base fusteecapitel Objeto de estudo nos Livros 34, ‘BI. Triglphus: tego, decorago de ts sulcosvertcaiscaracteristicn does to dérico,alteenando com as métopas I. 4,3, 4-7 82, Emer: palavra de dif interpretago. Em fermos gerais, segundo asp ras palavras de Vitrvio (43,3), era nome dado a0 mula do templo dérico. vRo1 - caPiruLo2 7 pelo cumprimento de um principio, que em grego se diz. the- ‘matismos, segundo costume ou naturalmente. ‘Consegue-se pelo cumprimento de um principio, quando se levantam edificios sem telhado e hipetros® a Jupiter Relam- Pago, ao Céu, a0 Sole & Lua; de fato, vemos o aspecto do céue as obtas desses deuises presentes no mundo aberto e huminoso. A Minerva, a Marte e a Hércules, levantam-se templos* doi cos; com efeito, convém que a esses deuses, devido a sua forca, se ergam edificios despojados de ornamentos. Os dedicados a Vénus, a Flora, a Prosérpina e as Ninfas das Fontes parece que deverdo ter as caracterfsticas préprias do género corintio, por- que se pensa que, devido a delicadeza destas, os templos a elas Jevantados se revestem de uma justa conveniéncia, sendo mais graceis e floridos, assim ornados de folhas e de volutas. Se fo- rem construidos templos jOnicos a Juno, Diana, ao deus Libe- 10 €a todos os deuses andlogos, serd considerada sua posigo intermédia, porque 0 teor das suas caracteristicas ficard con- venientemente disposto entre 0 severo costume dos déricos a delicadeza dos corintios. O decoro expresso segundo o costume 6. Em segundo lugar, o decoro exprime-se segundo 0 costume, quando se constroem vestibulos com elegancia e teriores magnificos. Efeti- vamente, se 05 interiores tiverem acabamentos de bom gosto, conveniéncia para edificios com € as entradas forem modestas e sem nobreza; nao terao'con= '85, Otemplohypacthros, ova céuaberto, écitad também em 3,28 |, Anes ou aed: temple. Equivalente a tempi, num, delubram, sactua- rium. Aedes como plural, poder signiiar também habitaro, casa, quarto, '85, Vestibulum: vestibule, entrada, pio de ingresso. CI. 6,5, 1e2. 16, Aditus entrada, cestode um edict. 2B vITREVIO veniéncia, Do mesmo modo, se no Ambito dos epistilios déri- cos se esculpirem denticulos® nas cornijas ou se nas colunas pulvinadas® ou nos epistilios jénicos se inscreverem triglifos, a.aparéncia sera afetada devido a transferéncia das caracteris- ticas de diferente estilo para um outro género de obra, uma vez que, do antecedente, foram instituidas determinadas regras de ordem® arquitetdnica. O decoro conseguido naturalmente 7. Em terceiro lugar, 0 decoro consegue-se de modo na- tural se, em primeiro lugar para todos os templos, depois e sobretudo para os dedicados a Esculépio, a Salus, assim como 05 daqueles deuses por cujas medicinas um enorme ntimero de doentes parecem ser curados, forem escolhidas as orien- tages mais saudaveis e as fontes adequadas nesses lugares ‘onde se erguem os santuérios. Quando, com efeito, forem le- vados corpos doentes de uma zona pestilenta para um local sadio e thes for facultado o uso de aguas provenientes de fon- tes salutares, convalescerao mais rapidamente. E assim se ve- rificaré que, devido & natureza do lugar, divindade acolhera ‘uma maior fama, com o crescimento do mérito. Igualmente, haverd decoro segundo a natureza se nos cubiculos” e nas bi- 17 Dentculus:denticulo, equena projet de setor quadrangulat, lembran- do um dente, com altura igual espessura, sobre ors jénico, segundo 3,4, 1 38. Puluiatae alumnae colunas com capitis de pula ou balasres, ou se ja jonicos. '88. Odo: aqui também no sentido de “oem arcutetnica” e, porisso, acres

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