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Teoria Política Moderna

Fichamento do texto: MAQUIAVEL, Nicolau. Comentários sobre a primeira década


de Tito Lívio. 5ª Ed. Brasília: Editora UnB, 2008.
Os chamados Discorsi distanciam-se d’O Príncipe pelo tema, no primeiro,
Maquiavel vai discursar sobre a república, por meio de uma análise historiográfica da
trajetória de Roma para embasar seus argumentos e mostrar a superioridade que fora a
república romana, contrastando e relacionando acontecimentos do passado com os de
sua época, principalmente a ocorridos na então península itálica.
Segundo o autor, a república que se estabeleceu em Roma fora uma república
perfeita devido ao equilíbrio entre os poderes políticos presentes: a monarquia, a
aristocracia e o governo popular, recebendo cada um desses grupos uma parte da
autoridade sobre o governo (pp. 26). Os tribunos, que eram os representantes do povo,
foram cruciais para manter a autoridade do povo romano e para manter a nobreza em
seu lugar, equilibrando o poder. Entretanto, não poderia deixar de haver tensões entre o
Senado e o povo, mas é justamente nessas tensões que Maquiavel vai dizer que mora a
funcionalidade da república, por meio do embate entre interesses de ambas as classes.
Discursando acerca da liberdade, o autor contrasta duas situações: em Roma, a
liberdade era delegada ao povo, em Esparta e em Veneza, esta era deixada com os
aristocratas. Como Maquiavel mesmo afirma, a liberdade em Esparta durou mais do que
a em Roma. Como decidir então a quem deve pertencer a liberdade? A quem menos
tiver avareza por ela (pp. 33).
A chamada de tropas estrangeiras para resolução de conflitos internos era
comum à época, porém Roma desenvolveu instituições muito sólidas através das quais
se podia fazer acusações publicamente, mantendo assim o embate político dentro da
própria república. “Como possuíam em casa o remédio para o mal, não tinham
necessidade de ir buscá-lo em outra parte” (pp. 43).

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