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DESENHO TÉCNICO
GENERALIDADES
DOURADOS - MS
2017
CAPÍTULO I
1.1. Introdução
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ORIGEM DO DESENHO TÉCNICO
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que permite que as idéias concebidas por alguém sejam executadas por terceiros, o
desenho técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor geométrico, o espírito de
iniciativa e de organização.
Assim, o aprendizado ou o exercício de qualquer modalidade de engenharia e
profissão que culmina em cargos de lideranças tecnológicas irá depender, de uma forma
ou de outra, do desenho técnico.
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• Representação de relevos topográficos e cartas náuticas.
• Desenho Mecânico
• Desenho de Máquinas
• Desenho de Estruturas
• Desenho Arquitetônico
• Desenho Elétrico/Eletrônico
• Desenho de Tubulações
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FORMAS DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO DESENHO
TÉCNICO
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normalização em cada país, reunidos em Londres, criaram em 1947 a Organização
Internacional de Normalização (International Organization for Standardization – ISO)
Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por
todos os países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma
internacional.
As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela
ABNT, registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial) como normas brasileiras -NBR e estão em consonância com as
normas internacionais aprovadas pela ISO.
Os procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas
gerais que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de
representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE DESENHO
TÉCNICO (Antiga NB 8) e da NBR 6402 – EXECUÇÃO DE DESENHOS
TÉCNICOS DE MÁQUINAS E ESTRUTURAS METÁLICAS (Antiga NB 13), bem
como em normas específicas que tratam os assuntos separadamente, conforme os
exemplos seguintes:
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• NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS, que
fixa a forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a
fixação em pastas, eles são dobrados até as dimensões do formato A4.
• NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM
DESENHOS TÉCNICOS que, visando à uniformidade e à legibilidade para evitar
prejuízos na clareza do desenho e evitar a possibilidade de interpretações erradas, fixou
as características de escrita em desenhos técnicos.
Além das normas citadas acima, como exemplos, existem também outras
normas da ABNT, como:
• NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE
LINHAS – LARGURAS DAS LINHAS
• NBR10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM
DESENHO TÉCNICO
• NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS
• NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE
HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO
• NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO
• NBR8404 – INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIE EM
DESENHOS TÉCNICOS
• NBR 6158 – SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES
• NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES
ROSCADAS EM DESENHO TÉCNICO
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1.2. Materiais e acessórios
São vários os materiais utilizados para a perfeita execução de um desenho
técnico. Porém, atualmente, os desenhos técnicos tem sido feitos utilizando o
computador como ferramenta indispensável no processo, dada a facilidade de possíveis
modificações necessárias na fase preliminar e perfeição dos desenhos definitivos. No
entanto, para isto é necessário um computador compatível com os programas
específicos à estas tarefas, além de uma impressora de boa qualidade e que imprima os
desenhos definitivos no tamanho desejado.
Os principais matérias de desenho são:
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FIGURA 1 – Conjunto prancheta tecnígrafo
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Régua paralela – Utilizada em substituição à régua T (Figura 3)
Atualmente a mesa específica para desenho tem sido substituída por uma
pranchetinha pouco maior que o tamanho da folha A3, que já vem com um fixador
parafusado, que faz a função da régua “T”. Esta pranchetinha permite maior mobilidade
podendo ser utilizada em locais que não sejam a mesa específica de desenho (Figura 4).
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1.2.4. Compassos e transferidores
Compassos – instrumentos destinados a traçar circunferências e seus arcos
(Figura 5).
Transferidores – servem para medir e determinar ângulos (Figura 5).
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1.2.6. Fita adesiva
Serve para fixar o papel sobre a mesa, sem danificá-lo. Outros materiais de
fixação menos utilizados são: percevejos, tachinhas e grampeadores.
1.2.8. Nanquim
É a tinta utilizada para os trabalhos definitivos sobre o papel vegetal.
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FIGURA 7 – Caneta de nanquim desmontável.
1.2.10. Normógrafos
São réguas transparentes com guias laterais, onde são modeladas as letras e
números de uma legenda (Figura 8). Se encontram em diversos tamanhos, sendo
numeradas pela medida da altura das letras em milímetros; assim o número 5 mede 5
mm de altura. Variam do número 2 ao 28.
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FIGURA 8 – Conjunto para legenda com normógrafo.
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1.2.12. Gabaritos
São réguas onde as convenções e símbolos de aparelhos são modelados em
diversas escalas. Variam com a finalidade. Os gabaritos facilitam e melhoram o
acabamento de um desenho (Figura 10).
FIGURA 10 – Gabarito
1.2.13. Papéis
São materiais onde estão contidos ou vão conter os desenhos. Devem ser
resistentes, de superfície lisa e uniforme. Podem ser opacos, utilizados para esboços e
desenhos preliminares, e transparentes, onde são feitos os originais e cópias. O papel
não deve ser mal cortado, amarrotado, enrugado, sujo ou rasgado. Existem vários
tamanhos de papel, derivados do formato básico A0 (A zero), que é um retângulo
harmônico de 1 m2 de área.
2.1. Lápis
Os lápis são classificados de acordo com a espessura de sua grafite. A classe
mais comum é “HB”, onde a dureza cresce no sentido 6B (mais macio), 5B, 4B, 3B, 2B,
B, HB, F, H, 2H, 3H, até 9H (extremamente duro). Outra classificação é a numérica: 1
(macio), 2, 3, 4 (duro). Para desenhos definitivos em papel vegetal, com a finalidade de
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se tirar cópias heliográficas, ou papel pouco resistente (cartolina), recomenda-se lápis
mais macios. Já em desenhos definitivos em papel mais resistente (canson), para o
traçado de linhas finas, recomenda-se a utilização de lápis mais duros.
2.3. Normógrafos
São encontrados de acordo com a medida da altura das letras (em milímetros),
variando de 2 a 28. O normógrafo comum vem acompanhado de uma pena com bico
especial de diâmetro apropriado para cada tamanho de letra.
2.4. Papel
O tamanho do papel depende do tamanho e quantidade dos desenhos. As folhas
de papel da série A derivam de um retângulo harmônico de 1 m2 de área chamado A0.
Retângulo harmônico é aquele que tem seu lado maior igual à diagonal do quadrado
formado pelo lado menor (Figura 11).
Embora não seja regra, normalmente utiliza-se os formatos A6 como fichas.
Formatos maiores que A0 para trabalhos especiais. E os outros para originais.
Nos originais deve-se ter o papel maior, antes de cortá-lo, conforme pode ser
visto na Tabela 1 (NBR 10068):
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Tabela 1 – Formato básico dos papéis da série A
Formato Linha de corte Margem Folha sem cortar
série A mm/mm mm (mínimas) mm/mm
4A0 1.682 x 2.378 20 1.720 x 2.420
2A0 1.189 x 1.682 15 1.230 x 1.720
A0 841 x 1.189 10 880 x 1.230
A1 594 x 841 10 625 x 880
A2 420 x 594 7 450 x 625
A3 297 x 420 7 330 x 450
A4 210 x 297 7 240 x 330
A5 148 x 210 5 165 x 240
A6 105 x 148 5 120 x 165
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2.5. Dobragem de papéis
As folhas de desenho devem ser dobradas de forma que não se estrague o seu
conteúdo, mantendo a estética e qualidade da dobragem. Esta deve ser feita de forma
que se possa fixar o desenho num classificador ou pasta, e que se possa abri-lo sem
retirá-lo da mesma. A parte externa da folha dobrada deve ser maior que as demais, de
forma que se forme uma orelha, onde fique a mostra a legenda, com informações que
possam identificar de qual desenho se trata, sem a necessidade de abri-lo.
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CAPÍTULO II
1. Legendas, letras e anotações (NBR 3402)
As legendas, também chamadas na gíria profissional de carimbo constituem
todas as indicações escritas ou numeradas do desenho, necessárias a sua exata
compreensão.
A legenda do rótulo da folha é localizada no canto inferior direito do papel. No
rótulo constará título, escala, firma, desenhista, datas, projetista, número do desenho,
etc.
As letras usadas em qualquer parte do desenho serão do tipo caligrafia técnica.
Os seus tamanhos serão proporcionais ao desenho. São letras maiúsculas no rótulo,
combinações de maiúsculas e minúsculas em outras anotações. Os títulos serão sempre
em letras maiores.
A folha representada abaixo serve para descrever como será a adotada nas
aulas práticas de Desenho Técnico, bem como como deve ser feito o Rótulo para
identificação de cada desenho.
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Forma de escrever é carimbo que identifica cada um
A grafologia, ciência que estuda o gesto gráfico, pode revelar tudo a respeito
da personalidade do caráter do indivíduo, além de fobias, depressão, psicoses e conflitos
emocionais .
Um simples texto redigido pode dizer muito mais sobre uma pessoa do que se
imagina. É possível saber se ela está tensa, ansiosa ou feliz. Como é sua personalidade,
o que busca na vida, o quanto evoluiu e qual a velocidade do seu pensamento. Qualquer
emoção é registrada na ponta da caneta. Até mesmo um simples resfriado modifica a
maneira de escrever.
A psicóloga e grafóloga Rosilene Cruz fez o teste: pediu que a paciente
registrasse no papel sua assinatura, “a expressão única e pessoal da nossa identidade
pública”, como ela mesma define. Em questão de segundos, percebeu, por meio da
leitura das letras, que a mulher estava exausta, sem paciência com certos procedimentos
repetitivos à sua volta. Disse também que a pessoa tem uma inteligência superior, é
sensível, delicada, mas detesta gente prolixa, que a sua emoção transborda a ponto de
deixar qualquer assunto ou tarefa de lado, se ficar chateada, mesmo que não tenha
chegado ao fim. Por incrível que pareça, todas essas características podem ser lidas a
partir da assinatura de alguém.
Num texto, então, Rosilene consegue captar detalhes da personalidade, como
introversão e extroversão, caráter, honestidade, além de memória, fluência verbal,
alcoolismo, depressão, fobias e até conflitos psicológicos ou talentos e aptidões.
Segundo ela, “o teste é simples: num papel sem pauta, a pessoa deve escrever 20 linhas
com caneta esferográfica de ponta fina. A leitura das letras é função da grafologia,
ciência que estuda o gesto gráfico, mas que não tem nada de sobrenatural ou de
manipulação. É um método de investigação que tem diversas escolas, algumas
imperfeitas, mas não se pode culpar a grafologia pelo que é comum a todos os ramos do
conhecimento”, explica Rosilene, citando o grafólogo espanhol Maurício Xandró. Muito
usada como ferramenta para seleção de candidatos em diversas empresas, a grafologia
ajuda ainda na avaliação e planejamento de carreira, clareza de ideias, curso do
pensamento e tem condições de analisar aspectos de um determinado momento de vida
da pessoa. Coordenadora técnica da Vara Cívil da Infância e da Juventude e professora
da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a própria Rosilene se sentiu atraída
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pela grafologia quando, há 20 anos, foi submetida a esse método de seleção para
trabalhar numa empresa. “Fiquei tão impressionada que passei a estudar e a me
aprofundar no assunto.” No início, ela viajava e comprava livros de grafófolos
espanhóis, como Xandró e Augusto Vels, dos franceses Jules Crépieux-Jamin e Guide
Pulver e do alemão Ludwig Klages, precursores da ciência que estuda as letras.
Fonte:
http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_8/2009/04/26/em_noticia_interna,id_sessao=8
&id_noticia=107910/em_noticia_interna.shtml
IMPORTANTE:
Entre as letras mais usuais, a caligrafia técnica demonstra ser eficiente na
seleção de empregos. Quando analisada por Psicólogos, este tipo de grafia demonstra
segurança, pensamento rápido para a tomada de decisões e imparcialidade. Além disso,
é uma característica da maioria dos Engenheiros escreverem com este tipo de letra.
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2. Linhas
Serão utilizadas linhas de três espessuras: grossa, média e fina. Fixada a
espessura da linha grossa no desenho, a linha média será a metade da linha grossa e a
fina a metade da média.
Devem ser pretas e de diferentes tipos, para determinar diferentes
representações, como pode ser vista no Quadro 1 abaixo:
Os tipos e larguras das linhas são padronizados para que um desenho possa ser
entendido por qualquer pessoa, sem que haja erro de interpretação, o que poderia acabar
causando vários problemas, como falhas de execução, entre outros.
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Existem vários tipos de erros habituais do iniciante, ao executar os traçados. Os
mais importantes são:
a) Desuniformidade – acontece na espessura das linhas, distância entre traços,
tamanho da legenda e indicações escritas.
b) Cruzamento de linhas convergentes – as linhas devem convergir para um
mesmo ponto, e não se cruzar.
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CAPÍTULO III
1. Desenho geométrico
1.1. Ângulos formados por duas retas paralelas interceptadas por uma
transversal
1.2. Triângulos
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“Num triângulo qualquer, a medida do ângulo α é igual à soma das medidas
dos dois ângulos internos A e B.”
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Construção de um quadrado equivalente a um triângulo dado
Seja ABC o triângulo dado. Divida sua altura ao meio e tire por esse meio a
paralela ED à base BC. Trace perpendiculares à reta BC, nos pontos B e C, as quais
interceptem a reta ED, formando o retângulo BCDE, de área equivalente ao triângulo
dado. Use o método de cálculo de um quadrado equivalente, para obter o quadrado
equivalente ao triângulo.
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Pela extremidade E, levante uma perpendicular até encontrar o lado DC (fig.
1), ou seu prolongamento (fig. 2). O ponto de encontro, em ambos os casos, é o ponto F.
Junte A a F, de modo que a reta AF corte BC, ou seu prolongamento, no ponto G. BG
será o comprimento do outro lado do retângulo equivalente que se procura.
Este retângulo será representado, em ambas as figuras, por AEHJ.
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Construção de um triângulo sendo dados: a base, um ângulo da base e o
perímetro.
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1.4. Divisão de retas em partes iguais
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1.5. Retificação de arcos
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CAPÍTULO IV
1. Escalas (NBR 8196)
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Em desenho arquitetônico, as escalas mais usadas estão apresentadas na Tabela 1.
Talão Bloco
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Principais escalas e suas aplicações
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Como se medir distâncias em cartografia
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CAPÍTULO V
Centralização de objetos 2D
É a disposição harmônica da representação gráfica de um ou mais objetos na
folha de desenho, seguindo as recomendações da NBR10582. No caso de 2 ou mais
desenhos, estes não necessariamente serão individualmente centralizados, mas sim, o
conjunto como um todo deverá ser centralizado. Entre cada desenho e as margens
deverá ser deixada uma distância “X” e entre os desenhos “2X”. A seguir serão
apresentados alguns exemplos ilustrativos.
Exemplo 1
100 cm
40 cm
x x
X + 40 + X = 100
2X + 40 = 100
2X = 60
X = 30 cm.
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Exemplo 2
100 cm
40 cm 20 cm
x 2x x
X + 40 + 2X + 20 +X = 100
4X + 60 = 100
4X = 40
X = 10 cm.
Exercício:
Considere uma folha A4 deitada. Calcule “X” e “Y” para a figura a seguir, se esta for
desenhada na escala 2:1.
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Centralização de objetos 3D
Todo objeto 3D deve ser inscrito dentro de um cubo e este ficar a uma
distância “X” de cada uma das margens verticais e “Y” das margens
horizontais. Este cubo deve ser construído a partir de um retângulo 2D,
centralizado como visto anteriormente.
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CAPÍTULO VI
1. Projeções
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As arestas e contornos que não podem ser vistos da posição ocupada pelo
observador, por estarem ocultos pelas partes que lhe ficam à frente, são representados
por linha média tracejada (linha invisível ou aresta oculta).
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2. Cotagem (NBR 10067 e NBR 10126)
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• As flechas, quando empregadas para cotar pequenas distâncias, serão
invertidas, sendo o valor da distância colocado lateralmente (Figura 4);
• A cotagem de uma circunferência poderá ser feita pelo seu raio, utilizando
apenas uma flecha em uma extremidade e um pequeno círculo na outra
extremidade, quando for apenas um arco. A cota de raio pode também ser
expressa pelo seu valor, precedida pela letra “r”, indicando o arco (Figura 4).
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FIGURA 4 – Exemplos de cotagem
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CAPÍTULO VII
1. Perspectivas
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FIGURA 1 – Traçado de uma figura em perspectiva isométrica
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FIGURA 2 – Traçado de detalhes em perspectiva cavaleira
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FIGURA 3 – Representação de uma perspectiva exata ou cônica
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