Qnd s mgns

cm  *
Ggs Dd-Hbmn

* Tradzid d epanhl, d endereç eletrônic:

http://www.macba.es/uploads/20080408/
Georges_Didi_Huberman_Cuando_las_imagenes_tocan_lo_real.pd

Tradçã de Patrícia Carell e Vera Caa Nva

Ggs Dd-Hbmn
Gerge Didi-Hberan, ló e hitriadr da arte, lecina na Ecle
de hate étde en cience ciale. Pblic vári livr bre a
hitória e a teria da iagen, n apl cap de etd qe vai da
renacença até a arte cnteprânea, e qe cpreende  prblea
de icngraa cientíca d écl XIX e e  pela crrente artíti-
ca d écl XX.
REsumo
Partind da hipótee de qe a iage arde e e cntat c  real,
levanta-e a quetã: a que tip de cnhecient pde dar lugar a iage?
Pra dar repta a ea pergnta eria neceári retrnar e rerganizar
a enre qantidade de aterial hitóric e teóric. Talvez bate, para
dar a idéia d caráter crcial de tal cnhecient — qer dizer, de e
caráter nã epecíc e nã echad, devid à a natreza ea de D
iD
i-
crz, de “encrzilhada d cainh” — recrdar qe a eçã iaginar H
u
da Bibliteca de Warbrg, c td e livr de hitória, de arte, de b
r
e
m
iltraçã cientíca  de iaginári plític, nã pde entender-e, ne a
n
eqer pde tilizar-e, e   crzad, crcial, de tra da eçõe ,
G

intitlada Falar e Atar. Atraveand  ptlad de Aby Warbrg e o
g

Walter Benjain, entre tr, ete text argenta qe a iage nã .s
“Q

2
é  iple crte praticad n nd d apect viívei. É a i- 


d
preã,  ratr,  traç vial d tep qe qi tcar, a tabé o


0
s
de tr tep pleentare – atalente anacrônic, hetergêne 

entre ele – qe, c arte da eória, nã pde agltinar. g


s

5
o t
c


o


l”
 Ai c nã há ra e raçã, nã há iage e
iaginaçã. Entã, pr qe dizer qe a iagen pderia
“tcar  real”? Prqe é  enre eqívc qerer azer da
iaginaçã a pra e iple acldade de derealizaçã.
Dede Gethe e Baudelaire, entende  entid cntitutiv
da iaginaçã, a capacidade de realização, a intríneca

ptência de realismo
 da rivlidade. É  que
qeaazia
ditingue,
Gethepr exepl,
dizer: daéantaia
“A Arte  ei
ai egr tant de alienar-e d nd c de penetrar
nele1”. É  qe azia Badelaire dizer qe a iaginaçã é ea
aculdade “que prieir percebe (...) a relaçõe íntia e ecre-
ta da cia, a crrepndência e a analgia, [de aneira]
que u ábi e iaginaçã é apena u al ábi, u pel
en  ábi incplet2”.
ocrre, prtant, qe a iagen tqe  real. ma,  qe
crre nee cntat? A iage e cntat c  real — ua
tgraa, pr exepl — n revela  n erece nív-
caente a verdade dea realidade? Clar qe nã. Rainer

maria Rilke3ecrevia
verdadeira (wenn esbre a iage
aubrennt ist es pética: “se arde,
esch) “. Walter é qe é
Benjain
ecrevia, pr eu turn: “A verdade [...] nã aparece n devel,
a i e u prce que pdería deignar analgica-
ente c  incêndi d véu [...], u incêndi da bra, nde
a ra alcança e gra air de lz 4 (eine Verbrennung des
Werkes, in welcher seine Form zum Höhepunkt ihrer Leuchtkrat
kommt)”. Tep depi, marice Blancht ecreve e a
nvela La Folie Du Jour: “Qeria ver alg a plen l, de dia;
etava art d encant e d cnrt da penbra; entia
pel dia  deej de ága e de ar. E e ver era  g, exigia a
plenitude d g; e e ver era  cntági da lucura, deejava
.
2
ardenteente ea lcra5”.
1
0
2
.
o
v Ai, pde prpr eta hipótee de qe a imagem arde
n
,
9 em seu contato com o real.Infaa-e, e n cne pr a
1
-
2
4
vez. E qe entid — evidenteente n plral — deve-e
0
2
.
entender it? Aritótele abriu ua Poética c a cntataçã
p
,
4
.
undaental de que imitar deve er entendid e vári enti-
n
d ditint: pder-e-ia dizer que a etética cidental naceu
6
,
2
.
v
e
t
, inteiraente deta ditinçõe6. ma a iitaçã, é be abid, já
n
o

0
iz
r
o
H
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e

2
B
:
s
ó
P
nã avança enã de crie e crie ( que tã epre n retarda a eperança de
nã qer dizer qe tenha deaparecid, a repta. Enqant i, a qetã
qe tenha cadcad  qe já nã n peranece, a qetã perite e pira:
cncerne). Prtant, eria preci aber arde. Nnca, aparenteente, a iage
e qe entid dierente arder cn- — e  arquiv que cnra dede  -
titi hje, para a iage e a iitaçã, ent e qe e ltiplica, pr it

ua “unçã”
diunçã,paradxal; elhr dizend
ua eneridade crônica pc qe eja,
-la, entender ua eultiplicidade
qe e deeja—agrpá-
nunca
 recrrente,  al-etar na cltra a iage e ipô c tanta rça e
viual: alg que apela, pr cneguinte, a n niver etétic, técnic, ctidia-
a pética capaz de inclir a própria n, plític, hitóric. Nnca tr
sintomatologia. tanta verdade tã cra; nnca, e
dúvida, n entiu tant licitand n-
*
a credlidade; nnca prlier tant e
Kant pergnt-e e tr tep: nnca re tanta cenra e detriçã.
“Qe é rientar-e n penaent 8?” Nnca, prtant, — eta ipreã e
Nã ó nã n rienta elhr n deve e dúvida a própri caráter da
penaent dede qe Kant ecreve itaçã atal, e caráter ardente —, a
e púcl, c a iage etende iage re tant dilaceraent,
tant eu territóri, que hje é diícil pen- tanta reivindicaçõe cntraditória e
ar e ter qe “rientar-e na iage”. tanta rejeiçõe crzada, aniplaçõe
Jean-Lc Nancy ecreve, ai recente- irai e execraçõe ralizante.
ente, qe  penaent lóc vi- C rientar-e e tda eta biurca-
verá a virage ai deciiva qand “a çõe, e tda eta aradilha pten-
iage enqant entira” da tradiçã ciai? Nã devería — hje ai d
platônica rer a alteraçã capaz de qe nnca — vltar-n nvaente
prver “a verdade c iage”, u até  qe, ante de nó e e cntext
penaent d qal Kant e havia hitóric abltaente ardente, ten-
rjad a cndiçã de pibilidade e tara prdzir  aber crític bre a D
iD
ter batante bcr — c ã, iagen, eja e ra de uTraumdeu- i-
H
reqenteente, a grande palavra - tung, c e Freud, uaKulturwissens-
u
b
r
e
m
lóca
dental9”. — de “eqeati trancen- de ntage,
chaft, c e Aby Warburg, ua prática a
n
c e Eientein,  ,
G

Quetã ardente, quetã cplexa. Pr- alegre aber à altra de e própri nã g
o


aber, c e Bataille e a revita .s
que arde, eta quetã quiera encntrar “Q

e dera a repta, a via para Documents,  e ra de  “traba-
2



d
 jíz,  dicernient, enã para a lh da paagen” (Passagenwerk), c o


0
s
açã. ma, prqe cplexa, eta qe- e Walter Benjain? Nã ve na 


dicldade a n rientar de qe a g



s

7
o t
c


o


l”
 ó iage é capaz, jtaente, de iníci, de renir td i
e de dever er entendida a e tep c dcent
e c bjet de nh, c bra e bjet de paage,
c nent e bjet de ntage, c nã aber e
bjet de ciência?
*

N centr de tda eta qetõe, talvez, eteja eta: a qe

tip de cnhecient pde dar lgar a iage? Qe tip de
cntribuiçã a cnhecient hitóric é capaz de aprtar ete
«cnhecient pela iage»? Para repnder crretaente,
ter-e-ia qe reecrever tda a Arqueologia do saber das
imagens, e, e e pível; dever-e-ia eguir-lhe ua íntee
que pder-e-ia intitular As imagens, as palavras e as coisas. E
re, retrnar e rerganizar a enre qantidade de
aterial hitóric e teóric. Talvez bate, para dar a idéia
d caráter crcial de tal cnhecient — qer dizer, de e
caráter nã epecíc e nã echad, devid à a natreza
ea de crz, de “encrzilhada d cainh” — recrdar
qe a eçã imaginar da Bibliteca de Warbrg, c td
e livr de hitória, de arte, de iltraçã cientíca  de
iaginári plític, nã pde entender-e, ne eqer pde
tilizar-e, e   crzad, crcial, de tra da eçõe
intitlada Falar e Atuar10.
Drante tda a vida, Warbrg tent ndar a diciplina
na qual, e particular, ningué tivee que azer a epiterna
pergnta — qe Bergn chaara  “al prblea” pr
excelência — de aber qe rgi prieir, a iage 
a palavra... Enqant a própria”icnlgia d interval” , a
diciplina inventada pr Warbrg erecia-e c a explra-
.
2 çã de prblea rai, hitóric e antrplógic nde,
1
0
2
.
v
egnd ele, pdería acabar de “recntitir  laç de c-
o
,
n -naturalidade (u de calecência natural) entre palavra e ia-
9
1
-
2 ge” (die natürliche Zusammengehörigkeit von Wort und Bild 11).
4
0
2
.
p
*
,
4
.
n
Nã e pde alar d cntat entre a iage e  real e
8
,
2
.
v
e
, alar de a epécie de incêndi. Prtant, nã e pde alar
t
n
o

0
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B
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s
ó
P
de iagen e alar de cinza. A iagen ta parte d
qe  pbre rtai inventa para regitrar e trere
(de deej e de ter) e a própria cnaçõe. Prtant
é abrd, a partir de  pnt de vita antrplógic, pr
a iagen e a palavra,  livr de iagen e  livr a
seco. Td jnt ra, para cada ,  ter  a

tba
neve da eória,
ea eóriaeja eetraçada
eteja ter  aiple
bre fcqe
areia ante de
ua nda a dilva. sabe que cada eória etá epre
aeaçada pel eqecient, cada ter aeaçad pela
pilhage, cada tuba aeaçada pela pranaçã. Ai, cada
vez qe abri  livr — pc iprta qe eja  Gênesis
 Os Cento e Vinte Dias de Sodoma —, talvez devêe n
reervar n int para penar na cndiçõe qe tenha
trnad pível  iple ilagre de qe ee text eteja
aqi, diante de nó, qe tenha chegad até nó. Há tant
btácl. Qeiara-e tant livr e tanta bibliteca 12.
E e ai, cada vez que dep n lhar bre ua
iage, devería penar na cndiçõe que ipedira ua
detriçã, a deapariçã. Detrir iagen é tã ácil, tê
id epre tã habital 13.
Cada vez qe tenta cntrir a interpretaçã hitórica
—  a “arqelgia” n entid de michel Fcalt —,
deve ter cidad de nã identicar  arqiv d qal di-
p, pr it prlierante qe eja, c  eit e get
de  nd d qal nã n entrega ai qe algn ve-
tígi. o própri d arqiv é a lacna, a natreza lacnar.
ma, reqenteente, a lacna ã reltad de cenra
deliberada u incnciente, de detruiçõe, de agreõe, de D
iD
i-
at de é. o arqiv é cinza, nã ó pel tep qe paa, H
u
c pela cinza de td aqil qe  rdeava e qe arde. b
r
e
m
É a decbrir a eória d g e cada lha qe nã ar- a
n
de, nde te a experiência — tã be decrita pr Walter ,
G

Benjain, cj text ai qerid,  qe etava ecrevend g
o


qand e icid, e dúvida i qeiad pr algn a- .s
“Q
cita — de a barbárie dcentada e cada dcent
2



d
da cltra. “A barbárie etá ecndida n cnceit e de o


0
s
cltra”, ecreve . It é tã cert qe inclive a recíprca
14 

é certa: nã devería recnhecer e cada documento da g


s

9
o t
c


o


l”
 barbárie, alg ai c udocumento Freqenteente, n encntra pr-
da cultura que tra nã a hitória pr-
tant diante de  ien e rizátic
priaente dita, a a pibilidade arqiv de iagen hetergênea diícil
de arqelgia crítica e dialética? Nã de dinar, de rganizar e de entender,
e pde azer a hitória “iple” da preciaente prque eu labirint é eit
partitra de Beethven encntrada e de interval e lacna tant c de

Auchwitz
detinadpert de ua
a exectar no 5 an- cia
lita de úic
a Sinonia bervávei.
quelgia Tentar azer
epre é arricar-e aun
a pr, ar-
te de ere ele e, pc ai jnt a tr, traç de cia brevi-
tarde, exectad pr e carcereir vente, neceariaente hetergênea
elôan. e anacrônica, pt qe vê de lgare
eparad e de tep denid pr
*
lacna. Ee ric te pr ne imagi-
Tentar azer a arqelgia da cltra nação e montagem.
— depi de Warbrg e Benjain, de- Recrde qe, na últia lâina d
pi de Fred e tr — é a expe- atla mneine, cabita entre tra
riência paradxal, e tenã entre te- cia a bra de arte da pintra re-
pralidade cntraditória , e tenã nacentita (A Missa em Bolsena pintada
tabé entre  vértice d demasiado
e  d nada, iétric. se, pr exepl, pr Raael
acrd n Vatican),
etabelecid tgraa
e julh de 1929d
pr
qere cntrir a hitória d retrat mlini c  Papa Pi XI, be c
n Renacient, e eguida re  xilgravra antieita (da Profana-
demasiado da bra que prliera na ções da hóstia) cnteprânea d gran-
parede de td  e d nd de pogrons eurpeu de nai d écul
(ceçand pel “Crredr Vaari”, ea XV17. o ca deta reniã de iagen
extenã da Galerie de ofce que cnta é tã ebleátic c trantrnante:
c nada en qe etecent retra- a iple ntage – à prieira vi-
t); a Warbrg tr, e e arti- ta gratita, pr rça iaginativa, qae
g agitral de 1902, que nã pde urrealita a etil da audácia cnte-
entender nada dea arte air e nã prânea da revita Documents dirigida
.
te e cnta nada deixad pela de- pr Gerge Bataille – prduz a ananee
2
1
0
2
.
v
triçã edeaa,
-Rera, tda ana épca da
prdçã Cntra- gurativa d laç entre u acntecien-
frentina
o
n
t plític-religi da dernidade (
,
9
1
da etáta vtiva de cera, qeiada acrd) e  dga telógic-plític
2
-
4
n clatr da santíia Annciata, e de lnga duraçã (a eucaritia); a ta-
0
2
.
d que nã pde azer idéia enã a bé entre u dcuent da cultura ( Ra-
p
,
4
.
partir de iagen aprxiativa — a e- ael iltrand n Vatican  dga e
n
cultura de argila plicrada, pr exe-
0
,
.
v
2
qetã) e  dcent da barbárie
e
t
, pl — u de brevivente pterire 16. ( Vatican entrand cplacenteente
n
o

1
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r
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H
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e

2
B
:
s
ó
P
e relaçã c a ditadra acita). lelgia, trna viívei a brevivência,
 anacrni,  encntr de te-
A azer it, a ntage de Warbrg pralidade cntraditória qe aeta
prdz  clarã agitral de a inter- cada bjet, cada acntecient, cada
pretaçã cultural e hitórica, retrpectiva pea, cada get. Entã,  hitriadr
e prpectiva – eencialente iagina- renncia a cntar “a hitória” a, a
tiva – de td  antieiti eurpeu:
n recrda, vltand atrá, c  ila- azê-l, cnege
nã é enã tdatrar qe a hitória
a cplexidade d
gre de Blena ainal praticaente a tep, td  etrat da arquelgia,
data de nacient da peregiçã ela- td  pntilhad d detin.
brada, iteática, a judeu n écu-
l XIV e XV18; devela, ind adiante – ai A ntage i  étd literári tan-
de qinze an ante d decbrient t c a ançã epitelógica de
d cap nazi pel “und civilizad” Benjain e eu livr da Paagen21. A
–  ter terrríc d pact qe nia  analgia entre eta eleiçã de ecritra
ditadr acita c  ineniv “patr” e a lâina de mneine dentra
d católic19. a atençã c à eória – nã a
cleçã de na recrdaçõe que une 
*
crnita, a i a eória incncien-
Qe é, prtant, rientar-e n pena- te, a qe e deixa en cntar qe in-
ent hitóric? Aqi, Warbrg nã d- terpretar eu inta – a que ente
vida e pr e prática a paradxal ua ntage pderia evcar a prun-
“regra para a direçã d epírit”, que Ben- didade, a bredeterinaçã. mai ainda,
jain expreará, ai tarde, c da a dialética das imagens e Warburg, c
órula adirávei: nã ó “a hitória da a encarnaçã vertigina, qer dizer,
arte é a hitória da precia”, entre ee atla de il tgraa, qe eria
ela plítica, c tabé crrepnde  pc para  hitriadr da arte 
a hitriadr e geral a abrdage de qe  prjet d Livr havia id para 
e bjet – a hitória c devir da peta mallaré , ea dialética é viível
22

e grande parte atravé da nçã de D

cia, d ere, da ciedade – “a iD
i-
cntrapel”  “na cntraã d pel imagem dialética qe Benjain clca- H
u
b
deaiad brilh” da hitória-narraçã, ria n centr de a própria nçã de r
e
m
eta diciplina dede há tep alienada hitricidade. a
n
,
pr ua própria nra de cpiçã Tud it, é clar, nã quer dizer que ba- G

o
literária e erativa20. A ntage erá taria recrrer a  álb de tgraa g

.s
preciaente a da repta nda- “de épca” para entender a hitória qe “Q

2

entai a ee prblea de cntruçã da eventualente dcuenta. A nçõe


d
o
hitricidade. Prqe nã etá rientada de eória, ntage e dialética etã 

1
s
ipleente, a ntage ecapa à te- aí para indicar qe a iagen nã ã 

g


s

1
o t
c


o


l”
 ne iediata, ne ácei de entender. Pr utr lad, ne equer etã
“n preente”, c e geral e crê de ra epntânea. E é jutaente
pr qe a iagen nã etã “n preente” qe ã capaze de trnar
viívei a relaçõe de tep ai cplexa qe incbe a memória
na história. Gille Deleze  diria ai tarde, à a aneira: “Parece-e
evidente qe a iage nã etá n preente [...] A própria iage é 
cnjunt de relaçõe de tep de que  preente ó deriva, apena c
 últipl c,  c  íni divir. A relaçõe de tep
nnca e vee na percepçã rdinária, a i na iage, enqant
criadra. Trna enívei, viívei, a relaçõe de tep irredutívei a pre-
ente”24. Ei aqui, tabé, pr que, ainda que ardente, a quetã neceita
tda ua paciência – pr rça dlra – para que ua iagen eja
lhada, interrgada e n preente, para qe hitória e eória
eja entendida, interrgada na iagen.
*

u exepl: Walter Benjain e e preente – já bcr – de 1930.

Guerra e Guerreiros, a bra cncebida pel cidad de Ernt Jünger,
acaba de de er pblicada25. Trata da Grande Gerra. Benjain berva
iediataente que  cpnente acita deta antlgia vai de par c
a epécie de etetizaçã recrrente, “a tranpiçã deenreada”,
diz, “da tee da arte pela arte n terren da gerra”. E, e dúvida – 
pr i e – nã deixará a arte e a iage na ã de e inii-
g plític. Jünger e e crinha, pr tr lad, “anieta a
urpreendente alta de interee” pelaimagem angustiante pr excelência
que, e 1930, egue atrentand a td, tant na Aleanha c na
França: a da ácara anti-gá, qer dizer a d ataqe qíic nde
brucaente ablira-e “a ditinçõe entre civi e cbatente” e, c
i, “a bae principal [d] direit internacinal26”.
Eta guerra, diz Benjain, i a e tep quíica (pr eu ei),
.
2 iperialita (pr ua participaçõe) e incluive deprtiva (pr ua “lógica
1
0
2
.
v
de recrde de detriçã” levada “até  abrd”). se dúvida, é a partir
o
,
n de tal ntage de rden de realidade dierente qe Benjain e
9
1
-
2 encntra e cndiçã de dar a legibilidade lóca e hitórica nva
2
4
0 da guerra a partir da “diparidade agrante entre  ei gigantec da
.
p
,
técnica e  ín trabalh de elucidaçã ral de que ã bjet27”. seria
4
n
.
inexat arar qe a itaçã nã d dede entã. E e dúvida,

2
,
2
.
v
,
a na e parece tant – recrde inclíd – qe deve entender
e
t
n
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1
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P
it: Benjain, a partir de a “iage dialética”, liber imaginativa-
mente harônic teprai, etrtra incnciente, lnga draçõe
a partir d inúcl enôen cltral qe repreentava a pblicaçã
dee livr e 1930. Tand a Jünger a cntrapel, trn legível alg
da gerra iperialita de 1914-1918 qe eclarece – para nó – alg da
gerra iperialita de hje.
*
“sinal ecret. Paa de bca e bca a palavra de schler28 egnd
a qal td cnhecient deve cnter  grã de e-entid, c
 tapete e arec rnaentai da Antigidade epre apreenta-
ra e alg lgar a ligeira irreglaridade e e deenh. Dit
de tra aneira,  deciiv nã é a prgreã de cnhecient e
cnhecient, a i a brecha dentr de cada . ua iperceptível
arca de atenticidade qe a ditinge de tda ercadria abricada
e érie29. Pdería chaar inta a brecha entre  inai,  grã
de e-entid e de nã aber de nde  cnhecient pde tar
e ent deciiv?

*
Pc depi, Pal Valéry cnigna eta rae e a antlgia de Mau-
vaises Pensées: “Ai c a ã nã pde ltar  bjet ardente bre
ela, que ua pele e unde e e cla, a iage, a ideia que n trna luc
de dr, nã pde arrancar-e da ala, e td  erç e  rdei da
ente para deazer-e dela a atrae até ela30.”
man Ray, qe tã be tgra  pv e a cinza, ala da neceidade
de recnhecer, na iage, “ qe tragicaente brevive a a expe-
riência, recrdand ee acntecient ai  en evidente, c D
iD
a cinza intacta de u bjet cnuid pela chaa”. ma, acrecen- i-
H
ta: “ recnhecient dee bjet tã pc viível e tã rágil , e a u
b
r
e
m
iple identicaçã
eelhante prpibilidade
excli tda par te d epectadr a ua experiência
de claicaçã peal
[…]  aiilaçã a
n
,
a  itea ”.
31 G

o
g

ua da grande rça da iage é criar a e tep sintoma .s
“Q
(interrpçã n aber) e conhecimento (interrpçã n ca). É rpreen-
2



d
dente que Walter Benjain tenha exigid d artita  e exataente o


1
s
qe exigia de i e c hitriadr: “A arte é ecvar a realidade 

g


s

3
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

o


l”
 a cntrapel32”. Warbrg diera qe  Benjain, a idade da iage n an
artita é  que az c que e entenda 30 é, ante de td, a da tgraa: nã
taente  astra e  monstrua , a a tgraa c aqil qe i caritati-
rde celete (Vên dea) e a rde vaente aditid n territóri da bela
viceral (Vên aberta), a rde da be- arte (“a tgraa c arte”), a i
leza de cia e d hrrre de baix. É a tgraa c aqil qe dica

tã antig c

a própria a Ilíada
iitaçã 33
– –eincluive c de
cnverte-e cab
c a rab ea
tgraa 36
”). É,ea arte (“a
alé di, arte
n -
e alg it dern dede  De- ent preci e que enuncia eta tee,
sastres de Gya. o artita e  hitriadr qe Benjain encntra a palavra
teria, prtant, a repnabilidade ai dra a repeit da “tgraa cria-
c, trnar viível a tragédia na cl- tiva”,  “eleent criativ” – c hje e
tra (para nã apartá-la de a hitória), ctua dizer e td  lugare – que
a tabé a cltra na tragédia (para e cnverte nee “etiche cj dilace-
nã apartá-la de a eória). raent nã lhe deve a vida ai d
qe  jg de lz da da 37”. Cntra a
It upõe, prtant, lhar “a arte” a partir otografa de arte e e lea: “o nd
de ua unçã vital: urgente,ardente tant é bel38” a arte otográfca trabalha, e a
c paciente. It upõe prieir, para entende be, para rper ee li-
 hitriadr,
nde ver na
re,  lugar deiagen lugar de ite de tda repreentaçã, ainda qe
nde e exprea realita, e cuja rulaçã Benjain ta
 inta ( qe bcava, c eeit, epretada aqui a Bertld Brecht: “men
Aby Warbrg) e nã quem é culpável ( qe nnca,  iple at de ‘devlver a
qe bca  hitriadre qe, c realidade’nã diz nada bre eta realida-
mrelli, identicara eu íci c ua de. ua t da ábrica Krpp  a de
prática plicial)34. It iplica e que “e A.E.G. nã revela qae nada bre eta
cada épca, é preci arrancar de nv a intituiçõe39.” A it a bra de Atget – que
tradiçã a cnri que etá a pn- é preci tar e e cnjnt, qer
t de ubjugá-la” – e azer dee arrancar dizer e a iteática de da cara,
ua ra de aviso de incêndios pr vir35. praente dcental pr  lad, e
* prt-rrealita pr tr – repnde-
.
2
1
0
2
.
v
saber lhar a iage eria, de cert rá c a
acarar nva
 real 40 capacidade para “de-
”. A idade da iage de
o
,
n d, trnar-e capaz de dicernir  lu- qe ala Benjain, aqi, é aqela nde:
9
1
-
2 gar onde arde,  lgar nde a event- “ a tgraa nã bca gtar e gerir,
2
4
0 al beleza reerva  epaç a  “inal a i erecer a experiência e 
.
p
,
4
ecret”, a crie nã apazigada,  eninaent41.”
.
n inta. o lgar nde a cinza nã e-

4
,
2
.
v ri. ma, é preci recrdar qe, para *
,
e
t
n
o

1
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P
Ai,  que Benjain adira n trabalh tgrác de Atget nã é utra
cia qe a capacidade enomenológica de “erecer a experiência
e  eninaent” na edida e qe “deacara  real”: a arca
ndaental de “atenticidade” devida a a “extrardinária acldade
para ndir-e na cia”. ma, qe ignica it, ndir-e na cia
42
?
Etar n lgar, indbitavelente. Ver abend-e lhad, cncernid,

implicado. E, nea
nee lhar, cntd, ai: parar,
iplicaçã. anter-e,
Fazer drar etahabitar drante
experiência. E  tep
lg, azer
dea experiência a ra, depreender a ra vial. Benjain
prpõe, a nal de e artig, a erraenta teórica it iple e
it precia para deenredar eta aneira de “erecer a experiên-
cia e  eninaent” c die, de iple “reprtage” qe nã é,
na realidade, ai qe a viita paageira, qe rça a realidade, pr
it epetaclar qe eja ee rçar: “A cinaçõe qe encbre a
atenticidade da tgraa[...] ne epre cnegire elcidá-la
c a prática de reprtage, cj clichê viai nã tê tr eeit
que  de ucitar, pr aciaçã, naquele que  vê, clichê linguític 43”.
Benjain chaa a it  analabetismo da imagem: e  qe e etá
lhand ó vial,
de  clichê az penar
e nãe clichê
diante lingític,
de a entã
experiência , e etá diante
tgráca. se, a
cntrári, e etá ante a experiência dete tip, a legibilidade das ima-
gens nã etá dada de anteã, pt qe privada de e clichê, de
e cte: prieir prá pene, a dez prviória ante 
bjet viual que  deixa decncertad, depuíd de ua capacidade
de lhe dar entid, inclive para decrevê-l; lg, iprá a cntrçã
dee ilênci e u trabalh de linguage capaz de perar ua crítica
de e própri clichê. ua iage be lhada eria, prtant, a
iage qe be decncertar, depi renvar na lingage, e
prtant n penaent. D
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Prqe a iage é tra cia qe  iple crte praticad n n- a
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d d apect viívei. É a ipreã,  ratr,  traç vial d G
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tep qe qi tcar, a tabé de tr tep pleentare – g
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atalente anacrônic, hetergêne entre ele – qe nã pde, c “Q

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arte da eória, nã pde aglutinar. É cinza eclada de vári braeir, 
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ai  en ardente. 

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 Nit, pi, a imagem arde. Arde c  real d qe, e  dad ent, e acer-
c (c e cta dizer, n jg de adivinhaçõe, “qente” qand “algé
e acerca d bjet ecndid). Arde pel deej qe a ania, pela intencinalida-
de qe a etrtra, pela ennciaçã, inclive a rgência qe anieta (c e
cta dizer “ard de ar pr vcê”  “e cne a ipaciência”). Arde pela
destruição, pel incêndi qe qae a plveriza, d qal ecap e cj arqiv e

pível iaginaçã
it é, pela é, prviual
pibilidade cneguinte, capaz
aberta pr ua de erecer
própria cnuaçã: pel resplendor
hje. Arde verdade valia,
a paageira, pt qe etá detinada a apagar-e (c a vela qe n il-
ina a qe a arder detrói a i ea). Arde pr e intepetiv movimento,
incapaz c é de deter-e n cainh (c e cta dizer “qeiar etapa”),
capaz c é de biurcar epre, de ir brucaente a utra parte (c e ctua
dizer “queiar a crteia”; depedir-e à rancea). Arde pr ua audácia, quand az
c qe td retrce, tda retirada eja ipívei (c e cta dizer
“qeiar  navi”). Arde pelador da qal prvé e qe prcra td aqele qe
dedica tep para qe e iprte. Finalente, a iage arde pela memória, qer
dizer qe de td d arde , qand já nã é ai qe cinza: a ra de dizer
a eencial vcaçã para a brevivência, apear de td.

ma, paraaveente
E prar abê-l, parapara
enti-l,
qe éapreci atrever-e,
braa, b é preci
a cinza, vlte aacercar
eitire
rt à cinza.
calr, e
replendr, e perig. C e, da iage cinza, elevara-e a vz: “Nã vê
qe ard?”.

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NoTAs

1 GoetHe, F.W.Maximes et réflexions, d. G. Bnqs, Pís: Gmd, 1943, p.67.

2BauDelaire, C. “Ns nvs s edg P” (1857), Ouvres
complètes II, d. C.Pchs, Pís: Gmd, 1976, p.329.
3 rilke, r.M. “Vs...” (1915) (sb), d. M. P, Ouvres oétiques

et théatrales, d. G. Sg, Pís: Gmd, 1997,p.1746.

4BeNjaMiN W. Origine du drame barroque allemand (1928), d.
S.M  a. H, Pís : Fmmn, 1985, p.28.
5 BlaNCHot. M. La Folie du jour, Mnp, F Mgn, 1973, p.21.
6 ariStóteleS, La Poétique, 1, 1447, d. j. Hd, Pís : ls Bs ls, 1932, p.29.
7V DiDi-HuBerMaN G., “imn, psnn, fncn. rmqs s n
mh psmgq” (1992), L’image. Fonction et usages des images dans l’Occident
médiéval, d. j.Bsch  j.C.Schm, Ps: l pd d’, 1996, p.59-86.
8 kaNt, e. Qu’est-ce que s’orienter dans la pensée (1786), d. a.Phnn, Pís: Vn, 1959.
9 id., Critique de la raison pure (1781-1787), d. a.tmsgs  B.Pcd, Pís, PuF, 1944
(d.1971), p.150-156, cmnd p j.l.Nnc, Au fond des images, Pís, G, 2003, p.147-154.
10 Ms xmn s sõs fndmns d Kulturwissenschafttiche Bibliothek Warburg
svm dnds sgnd  pã Bild-Wort-Handlung, à q s sbpnh 
qsã, npsn, d Orientierung. V S. Ss, “Wbg cnns. Dscpn
d’n bbhèq (1985, d.H.Mnsc, Le pouvoir des bibliothèques. La mémoire
des livres em Occident, Ps : kncsc, 1990, p.106. (dã mdfcd).
11WarBurG a. “l’ d p   bgs fnn. Dmnc Ghnd à
Sn tn. ls ps d ln d Mdcs  d sn ng” (1902), d. S.
M, Essais Fiorentins, Ps: kncsc, 1990, p.106 (dã mdfcd).
12 Cf. PolaStroN, l.X. Livres en Feu. Histoire de la destruction

sans fin des bibliothèques, Pís, Dnë, 2004.

13Cf. FreeDBerG D. Iconoclasts and their motives, Msn: Schwz, 1985. MiCHalSki
S. (d.), Les Iconoclasmes. L’art et les révolution: actes du 27e congrès international
d’historie de l’art, iV, Ssbg, Sc ascnn p  Dvppmn d hs D
iD
d ’, 1992. SCriBNer, B. (d.) Bilder und Bildersturm im Spätmttelater und in der i-
H
frühen Neuzeit, Wsbdn: Hsswz,1990. BeNSaNçoN a. L’image Interdite. Une u
b
histoire intelectuelle de l’iconoclasme, Ps : Fd, 1994. GaMBoNi D.Un Iconoclasme
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moderne: théorie et pratiques contemporaines du vandalisme, Zch-lsnn : i.S.e.a.e.B, a
1983. id., The Destruction of Art. Iconoclasm and vandalism since the French Revolution, n
,
lnds: rn Bs, 1997. latour B.  WelBel (d.), Iconoclash.Beyond the Image G

Wars in Science, Religion and Art. ksh-Cmbdg: ZkM-Mit Pss, 2002. o
g

.s
14BeNjaMiN W. Paris, capitale du XIX siècle. Le Livre des Passages “Q

2
(1927-1940), d. j. lcs, Ps: l Cf, 1989, p.485. 
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15Cf. MiCkeNBerG, D., GraNoF, C.  HayeS, P. (d.),The Last Expression. Art 

1
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and Auschwitz, evnsn: Nhwsn unvs Pss, 2003, p.121. 
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 16WarBurG a. “l’ d p   bgs fnn.p.c., p.101-135. Cf. G.Dd-
Hbmn, “rssmbnc mhf  ssmbnc b chz Vs, Mélanges
de l’École française de Rome – Italie et Mediterranée, CVi, 1994-2, p.383-432.
17WarBurG a. Gsmm Schn, ii-1. Der Bilderatlas Mnemosyne,
d. Wn  C.Bn, Bn, adm Vg, 2000.
18 Cf. n s laZZariNi a. Il Miracolo di Bolsena . Testimonianze e documenti nel

secoli XIII e XIV, rm: 1952. FraNCaStel P. “un msè psn s p ucc:
 mc d’hs à ubn” (1952), Ouevres, II, La realité figurative. Éléments Structurels
de sociologie de l’art. Ps: Dnë-Gnh, 1965, p.295-303. PoliakoV l. Historie de
L’antisémitisme, I. Du Christ aux juifs de cour. Ps: Cmnn-lv, 1955, p.140-187.
19Cf. SHoel-GlaSS C. Aby Warburg und der Antisemitismus. Kulturwissenschaft
als Geistespolitik, Fncf, Fsch, 1998, p.220-246.
20BeNjaMiN, W. Ppmns  vns à l’oev d’ à ’pq d s
pdcn mcns”(1936), d. j.M. Mnn, Écrits Français, Ps:
Gmd, 1991, p.180. id., “S  cncp d›hs” (1940), ibd., p.343.
21 id., Ps, cp d XiX sèc, p.c.
22 SCHerer, j. Le “livre” de Mallarmé, Ps: Gmd, 1978.
23Cf. DiDi-HuBerMaN, G. Devant les temps, Ps: Mn, 2000, p.85-155. ZuMBuSCH,
C. Wissenschaft in Bilden. Symbol und Dialektisches Bild in Aby Warburgs Mnemosyne-
Atlas und Walter Benjamins Passagen-werk, Bn, adm Vg, 2004.
24
DeleuZe, G. “l cv, c’s ’cn” (1986), Deux Régimes de Fous. Textes
et entretiens, 1975-1995, d. D. lpd, Ps: Mn, 2003, .270.
25 jüNGer, e. (d.),Krieg und krieger, Bn: jn & Dnnhp, 1930.
26BeNjaMiN W. “ths d fscsm mnd. À pps d ’vg
ccf Guerre et guerriers, pb ss  dcn d’ens jng (1930),
d. P. rsch, Ouevres, ii, Ps: Gmd, 2000, p.201.
27 ibd., p.199-201.
28afd Sch (1865-1923)  m qg spczd
ns cs  mss d angdd pgã.
29BeNjaMiN W. “Bèvs mbs [iii]”, (1933), d. M. D Gndc
vsd p P. rsch,Ouevres II, p.c, p.349.

.
30 Valéry, P.Mauvaises Pensées et outres (1941), d. j.H,
2
1
0
2 Ouevres II, Ps: Gmd, 1960, p.812.
.
v 31 Mn r “l’âg d  mè”, Minotaure, nº 3-4, 1933, p.1.
o
n
,
9
1 32 BeNjaMiN, W. “adnn Ms”(1928), d. rchz,Ouevres II, p.c, p.110.
2
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4
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2
.
33 id., “S  pv d’mn” (1933), ibd., p.359-363.
p
,
4 34Sb s psã mdgc, cf. DiDi-HuBerMaN, G. “Qsn d
.
n
d, qsn d pn” (1985), Devant l’image, Ps: Mn, 1990, p.271-318.

8
,
2
.
v
,
id., “P n nhpg ds sngs fms. rmq s ’nvnn
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wbgnn”, Genèses. Sciences sociales et histoire, nº24, 1996, p.145-163.
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35BeNjaMiN, W. “S  cncp d’hs”(1940), d. M. d Gndc
vsd p P. rsch, Ouevres III, Ps: Gmd, 2000, p. 431 (cf. M.
löw, Walter Benjamin: avertissement d’incendie.”, Ps: PuF, 2001).
36id., P Hs d  phgph” (1931), d. M. d Gndc vsd
p P. rsch, Ouevres II, p. C., p.315 (ssnms q  dã cmnd
ds x, dvd à GuNtHert, a Études Photographiques, nº1, 1996, p.6-39).
37 ibd., p.317-318.
38
ibd., p.318 (sã à b d reNGer-PatZCH, a. Die Welt ist schön.
Einhundert photographische Aufnahmen, Mnch Wf, 1928).
39ibd. p.318 (cnd  BreCHt, B. “D Dgschnpzss. en szgschs
expmn” (1930), W, XXi, d.W.Hch, Fncf, Shmp, 1992, p.469).
40 ibd., p.309.
41 ibd., p.318-319.
42 ibd., p.309.
43 ibd., p.320.

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