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A codificação do Direito

Regra gerall podemos definir o direito como um conjunto de nornas jurídicas


que rege a vida de um povo.
Ora, os Romanos souberam ultrapassar esta vulgar noção de direito como um
elementar somatório de leis, tornando-o uma verdadeira ciência (humana), que
aperfeiçoaram de tal forma que, ainda hoje, influencia a legislação do mundo
atual.
Muito por necessidade das circunstâncias do crescimento do Império e das
cada vez maiores responsabilidades de Roma sob um território tão extenso, o
desenvolvimento do direito foi uma prioridade que se tornou um dos maiores
legados desta civilização. A administração de um tão vasto império e a
convivência de povos tão marcadamente diferentes, não teria sido possível
sem um conjunto de leis formalmente definido e codificado, que definisse as
normas a seguir nos grandes e pequenos problemas da vida quotidiana do
Império. O direito espelha o espírito prático, metódico e organizado do povo
grego.
Os legisladores romanos não só definiram princípios basilares a que devem
obedecer todas as leis (uma espécie de base comum a todas) como definiram
as suas diferentes áreas de aplicação, especificando-as e criando diferentes
terminologias e procedimentos para as mesmas.
Sob várias formas se materializou e consolidou, ao longo dos séculos, o direito
romano.

1 – A Lei/Código das Doze Tábuas – 450 a.C., a primeira codificação do


direito costumeiro, de modo a impedir, no futuro, as arbitrariedades na
interpretação das leis por parte dos patrícios (os nobres). Pelo que se sabe,
estas leis haviam sido gravadas em 12 tábuas de bronze e colocadas no fórum
de Roma, tal o valor simbólico que tinham para o povo romano. Segundo Tito
Lívio, os legisladores quiseram estabelecer a igualdade entre todos os
cidadãos. No entanto, apesar dessa aspiração, proibia-se o casamento entre
patrícios e plebeus.

2 – O trabalho jurídico dos magistrados – compreendia uma variedade de


leis, desde os regulamentos gerais, que também podiam ser oriundos do
Senado, aos éditos (declarações solenes por parte dos pretores, em Roma, ou
dos governadores, nas províncias), passando pelas leis votadas nos Comícios,
sob proposta dos magistrados

3 – A obra dos jurisconsultos – compreendia as respostas destes estudiosos


a consultas de ordem jurídica. Era grande a autoridade social, moral e jurídica
destes homens, em Roma. Entre os mais célebres, destaque para Cícero
((final da República) e Gaio (segunda metade do século !! d.C.).

4 – Os senátus-consultos – muito frequentes no século II d.C., quando o


Senado chamou a si o poder legislativo dos Comícios. Eram ordenações de
decretos daquele importante órgão de poder.

5 – As constituições imperiais – resoluções com força de lei, promulgadas


pelos imperadores. Regulavam não só questões de fundo, como casos
particulares, e aplicavam-se quer no âmbito de uma cidade, quer no de uma
província. A imperadores como Adriano (século III d.C.) ou Teodósio II e
Justiniano (estes dois últimos já no Império Romano do Ocidente, e já nos
séculos V e VI, respetivamente, devemos a iniciativa de compilação das leis
romanas, o que esteve na origem de alguns dos mais famosos Códigos da
Antiguidade. Na verdade, foi com Justiniano e o seu código que se compilaram
as primeiras leis do Império Romano.
Esta imensa obra legislativa atuou, talvez, como o mais importante fator de
pacificação, união e imtegração dos povos do Império. Estes não se sentiam
sujeitos a um poder arbitrário e anárquico, mas salvaguardados por leis que,
supostamente, os protegiam, eram justas, iguais para todos os habitantes do
Império, e as ideais para uma vida em sociedade

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