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ATIVIDADE AVALIATIVA AIBP II

Universidade Estadual de Santa Cruz


Curso: Atividades Integradas Baseadas em Problemas II
Docente: Everaldo
Discente: Jaasiel Neres Santos Brito
Data: 10/01/2018

1 - Conceituar e caracterizar o RACIONALISMO e o EMPIRISMO

Para falar sobre o racionalismo, devemos primeiro entender que o mesmo atribui
o conhecimento à razão, aos pensamentos, nessa linha teórica, toda a realidade é
construída através do pensamento lógico. Nossa mente, através do uso da razão, alinha
logicamente fatos levando-nos a uma conclusão, e nos fazem chegar assim, à validação
do conhecimento. Entendendo isso, é dito que, se nossa razão julga um conhecimento
como verdadeiro, é porque deve ser exclusivamente assim e não pode ser de nenhuma
outra maneira, sendo esse conhecimento autêntico e cuja validade é justamente
universal. Para o racionalismo, mesmo que um pensamento não possa ser provado
empiricamente (através de experiências e o uso dos sentidos), ainda assim ele existe,
pois tudo tem uma causa inteligível e, assim sendo, somente a razão pode proporcionar
uma verdade absoluta, enquanto que os sentidos são tidos como ilusórios. O
racionalismo se divide em várias vertentes: transcendente, epistemológico, metafísico,
etc. Essas formas de racionalismo surgiram em diferentes épocas e contextos, divergem
sobre a questão do conhecimento ser ou não inato, sobre o processo de “iluminação”
dos conhecimentos em nossa mente e sobre a validade e a participação dos sentidos na
construção do conhecimento através da razão. Seu método de validação é a dedução,
sempre através da lógica. Os principais autores racionalistas são Descartes, Leibniz e
Espinosa.

A teoria contrária ao racionalismo é o empirismo. Este, atribui o conhecimento à


experiência, e neste caso, considera-se que a realidade é construída através dos sentidos,
não havendo conhecimentos inatos, não havendo verdades a priori, e mesmo os
conceitos abstratos e universais partem de fatos concretos. Alguns teóricos empiristas
existiram antes desta teoria ser postula e nomeada lá filosofia. Os estoicos, por exemplo,
já refletiam sobre o conhecimento comparando o ser humano à uma tábua em branco, na
qual não há nada escrito, ideia esta que foi base para teoria empirista de Locke, já na
Idade Moderna.
Para explicar os conhecimentos abstratos, alguns empiristas dividiam as
sensações em internas e externas, as externas obtidas através dos sentidos conferem uma
sensação, enquanto que as internas conferem uma reflexão. As reflexões podem ser
memórias, cópias ou fantasias e jamais são idênticas às sensações, sendo que para a
maioria dos teóricos empiristas somente as sensações são válidas.

Enquanto o racionalismo se baseia na matemática, o empirismo se baseia nas


ciências naturais e na observação direta de experiências repetidas, além do fato de que
nesta vertente, a indução substitui o raciocínio e a dedução. Os principais autores do
empirismo são Francis Bacon, Locke, Berkeley e Hume.

2 - Falar um pouco sobre as teorias PSICOGENÉTICAS e o significado de


INTERACIONISMO.

Psicogenética é a disciplina que se dedica ao estudo do desenvolvimento das


funções da mente, sempre que existam elementos que permitem suspeitar que esta
evolução servirá para explicar ou oferecer informação complementar relativamente aos
mecanismos dessas atuações no seu estado acabado. Nesse sentido, a psicogenética
contempla os procedimentos e os avanços da psicologia infantil como meio para
encontrar respostas que resolvam os problemas psicológicos gerais.

Ela surge por impulso do psicólogo experimental, filósofo e biólogo suíço Jean
Piaget. Ao contrário de Sigmund Freud, Piaget defende que a afetividade é um
subproduto do cognitivo. Para a teoria piagetiana, o desenvolvimento intelectual
atravessa quatro etapas: o período sensoriomotor (que começa no momento de nascer e
que se prolonga por dois anos); o período pré-operacional (dos 2 aos 6 anos); o período
operacional concreto (entre os 6 e os 12 anos) e, por fim, o período operacional formal
(dos 12 aos 16 anos).

Piaget distinguiu diferentes momentos que promovem a aparição de estruturas


sucessivamente construídas ao longo da evolução intelectual. Posto isto,
mencionaremos o período dos reflexos ou das montagens hereditárias (em que se
manifestam as primeiras tendências intuitivas e surgem as primeiras emoções); o estádio
dos primeiros hábitos motores e das percepções organizadas primárias; o estádio da
inteligência sensório-motriz ou prática (quando se começam a desenvolver ações
afetivas elementares e surgem as primeiras fixações externas da afetividade); a etapa da
inteligência intuitiva, dos sentimentos interindividuais espontâneos e das relações de
submissão ao adulto; o período das operações intelectuais concretas e dos sentimentos
morais e sociais de cooperação; e o ciclo das operações mentais abstratas, do
estabelecimento da personalidade e da inserção afetiva e intelectual no universo próprio
dos adultos. Piaget propôs-se a avançar com o aprofundamento da examinação do
desenvolvimento do conhecimento de raiz biológica, partindo da sua ligação com o
desenvolvimento do ser humano desde a sua origem.

O interacionismo considera que os elementos biológicos e sociais não podem ser


dissociados e exercem influência mútua. Na interação contínua e estável com os outros
seres humanos, a criança desenvolve todo um repertório de habilidades. Passa a
participar do mundo simbólico dos adultos, comunica-se através da linguagem,
compartilha a história, os costumes e hábitos de seu grupo social. O desenvolvimento
humano se dá numa rede de relações, num jogo de interações em que diferentes papéis
complementares são assumidos e atribuídos pelos e aos vários participantes. O que um
sujeito é em cada momento está ligado às interações que ele estabelece com outros
sujeitos, aos papéis que assume em relação aos outros e os outros em relação a ele.
Papéis que são definidos segundo ideias e valores de determinados grupos em confronto
com outros grupos.
3 - Definir CONSTRUTIVISMO e SÓCIO-CONSTRUTIVISMO.
.

O construtivismo refere-se mais aos aspectos lógicos da aprendizagem, em


constante interação com questões que mobilizam o pensar. O pensar produz
conhecimento e a ação que produz conhecimento é a ação de resolver problemas.
Assim, é necessário possibilitar que a inteligência de quem aprende aja sobre o que se
quer explicar. Aprende-se constantemente. Aprendemos a partir de um mergulho amplo
nos aspectos que interessam aos problemas. Aprendemos quando somos capazes de
elaborar uma representação pessoal sobre um objeto da realidade, sendo que este está
em interação com outros tantos objetos. Pelo prisma do construtivismo, nada está
acabado e o conhecimento nunca está terminado. Ele se constitui pela interação do
sujeito com o meio físico e social, com o mundo dos objetos e das relações sociais.
Em linhas gerais, o método de ensino que inspira-se no construtivismo tem como
base que aprender (bem como ensinar) significa construir novo conhecimento, descobrir
nova forma para significar algo, baseado em experiências e conhecimentos existentes. O
construtivismo difere da escola tradicional, porque ele estimula uma forma de pensar
em que o aprendiz, ao invés de assimilar o conteúdo passivamente, reconstrói o
conhecimento existente, dando um novo significado (o que implica em novo
conhecimento). Está presente no contexto do construtivismo: a exigência de uma
dinâmica interna de momentos discursivos (raciocínio, dedução, demonstração...); o
entendimento (aprendizado) do presente é baseado no passado e dá ao futuro nova
construção - nessa aprendizagem o autor reconstrói o conhecimento, e o educador
reflete sua prática pedagógica; o conhecimento encontra-se em constante reconstrução.
Sócio-construtivismo faz parte de uma das teorias do desenvolvimento
infantil. Lev Vygotsky, formado em Moscou em 1917, pesquisou incansavelmente,
sobre as ideias do desenvolvimento cognitivo, ou seja, do processo de aquisição do
conhecimento envolvendo pensamento, linguagem, percepção, memória.

Pioneiro nesta área, Vygotsky tinha um interesse acadêmico muito amplo que
passava pelas áreas do desenvolvimento psicológico, desenvolvimento infantil e
desenvolvimento educacional. E é com base em seus estudos que se aplica o sócio-
construtivismo nas escolas. O contexto filosófico que seus estudos continham incluem
não somente interpretações sobre o papel cognitivo no desenvolvimento de mediações,
mas também a reinterpretação de conceitos psicológicos, como a noção da
internalização do conhecimento.

No socioconstrutivismo, a inteligência se forma dia a dia no compartilhamento e


interação social. Na adaptação do ser humano ao seu ambiente e a convivência com os
demais. É uma atitude transformadora dos processos escolares onde pais, alunos e
educadores transformam a aquisição de conhecimento em descoberta sensoriais, em
percepção e estabelecimento do seu próprio conceito a respeito de um tema.

Vygotsky, em sua teoria socioconstrutivista, afirma que sempre que há um tipo


de troca (relação) existe aprendizagem. Ainda é baixo o tempo dedicado, na maioria das
escolas, de professores em sala de aula que promovem discussão entre os alunos sobre
um tema, estimulando a apresentação de pensamentos e a aceitação de criticas e
deixando de gerar um ambiente propicio a florescer boas ideias.
Mas acredita-se que professores que valorizam as ideias dos alunos, criam
pessoas mais capazes por expor o que pensam e por promover a autocrítica. Este tipo de
aprendizado promove a retenção e o aprendizado pleno, que está associado a
manipulação cognitiva das informações. Para Vygotsky, as funções psicológicas
superiores (ações e pensamentos inteligentes que só encontramos no homem, como
pensar, refletir, organizar, categorizar, generalizar…) são construídas ao longo da
história social do homem.

3 - Comente a sua opinião como estas teorias podem ajudar no ensino fundamental.

Aprendizagem é um processo dinâmico que envolve a interação do aluno com o


meio e, para que ela ocorra é necessário que o professor dê a devida atenção aos fatores
que motivam o aluno a aprender. Também é necessário em entendimento por parte do
professor, pois cada conhecimento serve de base ou pré-requisito para a aquisição do
seguinte: o professor deve estimular todas as formas de participação dos alunos para que
no processo de interação social todos participem do desenvolvimento cognitivo dos seus
alunos. As teorias desses pensadores visto acima, pode ajudar e muito no
desenvolvimento dos alunos no ensino fundamental, a utilização das tecnologias, dentro
de um projeto pedagógico inovador, facilitam e estimulam o processo de ensino-
aprendizagem. Neste sentido, a hipermídia introduz a interatividade no aprendizado,
propiciando o diálogo ativo com o mundo do conhecimento, apresentando informações
através de um contínuo canal de escolhas individuais. Ela nos permite navegar e
determinar os caminhos a seguir de acordo com nossos interesses e nosso próprio ritmo.
Enfim, é descoberta, é pesquisa, é conhecimento, é participação, sensibilizando assim,
para novos assuntos, novas informações, diminuindo a rotina e nos ligando com o
mundo, trocando experiências entre si, conhecendo-se, comunicando-se, enfim,
educando-se, o próprio interacionismo, observa a necessidade de se dar ênfase à
interação conversacional entre as crianças, para terem, com isso, acesso a input
significativo e compreensivo (agir sobre uma mensagem para verificar o que entendeu
sobre determinado assunto), com vistas à chegarem à negociação de sentidos (expressar
e esclarecer intenções, pensamentos, opiniões). Através dessa negociação de sentidos, a
criança poderá produzir uma nova mensagem sobre o que realmente entendeu (output).
Portanto, é no ensino fundamental que deve começar o processo de
conscientização de professores e alunos no sentido de buscar e usar a informação, na
direção do enriquecimento intelectual, na autoinstrução. Isso significa que não podemos
admitir, nos tempos de hoje, um professor que seja um mero repassador de informações.
O que se exige, é que ele seja um criador de ambientes de aprendizagem, parceiro e
colaborador no processo de construção do conhecimento, que se atualize continuamente.

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