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Aula 3: Classificação dos Ecossistemas

Aquáticos

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Classificação

Ecossistemas
aquáticos

Água doce Água salgada

Lênticos Lóticos Oceanos Mares

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Lagos são corpos d’ água interiores sem comunicação
direta com o mar  ecossistema lêntico
Teor de íons dissolvidos muito variável, de mais baixo do que
as água interiores a salobra ou superior a água do mar 
elemento predominante no ciclo hidrológico é a evaporação.
Curta duração na escala geológica  desaparecimento natural
ligado ao seu próprio metabolismo, e.g., acúmulo de matéria
orgânica no sedimento
 Classificados de acordo com a sua formação
 Centros de biodiversidade e endemismo
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Compartimentos Lacustres

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Características de cada Compartimento Lacustre

Região Litorânea:
-Existência de alta diversidade
de microhábitats;

-Alta produtividade primária e


cadeias alimentares mais
complexas; forte influência da
detritivoria  Invertebrados

- Ecótono entre ambiente terrestre e aquático;


-Presença de todos os níveis tróficos  produtores primários,
consumidores e decompositores: ambiente autônomo

- Pouco desenvolvida ou ausente em lagos vulcânicos ou represas


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Características de cada Compartimento Lacustre
Região Limnética ou
pelágica:
-Proporciona formação de
gradientes verticais das
variáveis físicas e químicas da
água, e das populações;

- Principais comunidades:
planctônica e nectônica.

- Encontrada em todos os ecossistemas lacustres

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Características de cada Compartimento Lacustre
Região Profunda ou
Bentônica:
- Afótica;
- Totalmente dependente das
regiões limnética e
litorânea em relação à
produção de matéria
orgânica;

- Fatores limitantes: quantidade de recursos alimentares ,


concentração de oxigênio dissolvido e de gases tóxicos na água.
- Comunidade característica: bentônica. Diversidade e
abundância dependente da [O2]  usados como indicadores de
qualidade ambiental

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Características de cada Compartimento Lacustre
Interface Ar-Água:
-Região do lago habitada por
duas comunidades: o nêuston
e o plêuston, geralmente de
pequeno porte (exceto
macrófitas)

-Nêuston: bactérias, fungos e


algas

-Plêuston: plantas superiores (e.g. aguapé e alface d’água) e


inúmeros invertebrados de pequeno porte

- Comunidades existentes graças à tensão superficial da água

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Tensão superficial da água
-Molécula de água possui característica de coesão (atraem umas
às outras) e de adesão (atraem superfícies submersas)
-Essa característica de coesão faz com que as moléculas
superficiais sejam atraídas para o interior do líquido, criando,
assim, um filme superficial mais compacto, capaz de suportar
pequenos esforços sem se romper

- Compostos orgânicos interferem na tensão superficial podendo


interferir nas comunidades que ali vivem  detergentes e outros
compostos tensoativos

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Lênticos

 Diferenças entre lago e lagoa: profundidade. Lagoa não


possui zona afótica, luz atinge toda a coluna d’água

Lagoas são corpos d’água rasos, de água doce, salobra ou


salgada, em que a radiação solar pode alcançar o sedimento,
permitindo o crescimento de macrófitas aquáticas em toda a
sua extensão.

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Lênticos

 Regimes de estratificação vertical: térmica, química e


biológica

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Alguns conceitos teóricos essenciais em Limnologia....

Zonação de parâmetros abióticos em lagos

 E. Birge (entre 1918 a 1950)  associou parâmetros abióticos com as comunidades


aquáticas; elucidou os processos de transferência de calor em lagos. Surgem os conceitos
de epilímnio, metalímnio e hipolímnio

Temperatura (°C)
5 10 15 20 25 30
Profundidade (m)

Camada superior dos lagos, até 1,5m,


1 onde a água é mais quente e
Epilímnio
2 circulante, rica em oxigênio
3 Camada intermediaria, entre 1,5 a 3,5m,
4 Metalímnio caracterizada por uma rápida variação
5 Termoclina na temperatura e no oxigênio com o
6 aumento da profundidade.
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Camada inferior dos lagos, acima de 3,5m,
8 Hipolímnio
onde a água é mais fria e não circulante,
9 pobre em oxigênio.
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Lênticos
 Oxigênio - Fator Limitante
- Função da temperatura
- Agitação das águas
- Natureza e abundância dos organismos que contém

Produtividade –
-Oligotróficos (pobres em alimentos -
profundos - baixas temperaturas na profundidade -
teor de oxigênio elevado)
- Lagos Distróficos ou mesotrófico (produção baixa ou nula)
- Lagos Eutróficos - (pouco profundos - águas mais
quentes - alta taxa de decomposição bacteriana -
alta produtividade

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Estados tróficos de lagos

 August Thienemann e Einar Naumann (entre 1909 e 1959) 


surgem os conceitos oligotrófico, mesotrófico e eutrófico

Estado nutricional (fósforo e nitrogênio) de um lago ou


reservatório, mas é sempre descrito em termos
da atividade biológica (produtividade) que ocorre como
resultado dos níveis nutricionais.
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Lênticos

 A grande maioria dos lagos são de pequena profundidade.


Somente cerca de 20 lagos têm profundidade superior a
400m: Lago Baical (Rússia) com 1620 m – lago mais profundo
do mundo

 Baseando-se na área a grande maioria dos lagos são


corpos d’água relativamente pequenos: grandes extensões –
Mar Cáspio, Mar Morto e Mar do Aral.

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Lênticos
Classificação Quanto à Gênese
Endógena
- Por movimentos diferenciais da crosta terrestre
- Por origem vulcânica de cratera tipo maar, de caldeira e de
barreira
Exógena
- Glaciais
- de dissolução
- por atividade de rios (meandros de inundação, de barragem
- de barragem eólica
- associado à linha costeira
- por impacto de meteoritos
- de origem biológica (castores)
- de ação antrópica (represamentos) 16
Gênese dos lagos
Endógena
-Lagos Formados por Movimentos Diferenciais da Crosta
Terrestre

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a) Através de movimentos epirogenéticos
Movimentos de elevação e abaixamento da crosta terrestre
Geralmente grandes massa d’água de pequena profundidade
Ex.: Mar Cáspio e Mar de Araal

b) Através de falhas tectónicas


As falhas são resultantes de movimentos tectônicos que
causam a descontinuidade da crosta terrestre.
Antigos e muito profundos
Ex.: Lago Baical

Na Amazônia
linhas de falhas ou vales tectônicos, posteriornente alagados e aprofundados
pela erosão
Ex.: Lagos Grande de Manacapuru, Anamã, Badajós, Piorini e Mina
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c) Lagos de Origem Vulcânica
 Formados a partir do cone de dejeção do - Lagos de Caldeiras - formados
vulcão quando a erupção vulcânica é muito
intensa, provocando a destruição do
cone central do aparelho vulcânico.
- Lagos de Cratera - formados no
cone de vulcões extintos. Este tipo
de lago apresenta pequena
extensão, grande profundidade e,
em geral, são de forma circular.
- Lagos de Barragem Vulcânica -
formados quando vales preexistentes
são interrompidos pela lava solificada

-Lagos tipo “Maar” - explosões gasosas subterrâneas, seguindo-se o afundamento da


superfície da região atingida. Grande profundidade em relação à área.

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Lago tipo Maar

Lago tipo caldeira

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Exógena
a) Glaciais
A grande maioria destes lagos surgiu principalmente durante a última
glaciação pleistocênica (± 10.500 anos)
Localizados em regiões de alta latitude  regiões temperadas
Finlândia: ±33.500 lagos resultantes da atividade de geleras

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b) de dissolução
Algums rochas dissolvem facilmente pela ação da água da chuva ou
subterrânea
Rochas carbonáticas: carste
Cavernas, depressões
Água acumula nessas depressões
Rochas calcária, de cloreto de sódio (salgema) ou de sulfato de cálcio (gipsita).

Lagoa do Sumidouro - MG
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c) de origem biológica (castores)
Represamento de córregos com pedaços de árvores e barro
América do Norte e Europa
Castor canadensis C. fiber
Geralmente pequenos
Maiores formados por várias gerações de castores
Ex.: Beaver e Echo (EUA)

d) por impacto de meteoritos


Muito raros
Ex.: Laguna Negra (Argentina) e lago Chubb (Canadá)

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e) pela Atividade do Vento (Lagos de Barragem Eólica)
Deposição de areia, em algum trecho de um rio, pelo vento
 Frequente no nordeste brasileiro os ventos alísios deslocamento de dunas sem
vegetaçãonovo localrepresamento e formação de lagos

f) associado à linha costeira

No litoral brasileiro são encontrados corpos d’ água


Tamanho muito variável (laguna dos Patos (RS) com 9.919 km²
Origens variadas

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g) de ação antrópica (represamentos)
Represarnento de rios
Abastecimento de águas. regularização, de cursos, obtenção de energia
elétrica, irrigação, navegação e recreação
Represas, reservatórios, açudes

Itaipu
Paranoá

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h) por atividade de rios
Meandros de inundação (abandonados)

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Velocidade do fluxo fluvial é maior na parte externa
do que na parte interna
Erosão na margem externa, deposição na interna
Formação dos meandros abandonados

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h) por atividade de rios
Lagos de barragem
Formados quando o rio principal transporta grande quantidade de sedimento
que é depositado ao longo do seu leito
Elevação do nível de seu leito
Afluentes sem tantos sedimentos não acompanham a elevação do leito principal
e são então represados
Ex.: Lagos de terra firme

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Lóticos

 Água corrente (rios, riachos, igarapés, corredeiras)


 Concentração de oxigênio mais elevada
 Propicia maior diversidade de microhabitat ao longo do seu
curso
Maior dependência de entrada de energia alóctone 
comunidade fitoplanctônica em densidade muito baixa

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Conceito do Contínuo Fluvial (River Continnum Concept – RCC)
proposto por Vannote et al. (1980)  da cabeceira à boca, há
uma mudança contínua nos fatores físicos, como largura,
profundidade, velocidade da corrente, descarga, temperatura
com consequente mudança das comunidades biológicas.

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 O RCC baseia-se na ordem dos
rios, no tipo de matéria orgânica
particulada e no tipo de
invertebrados bentônicos
presentes.

 Sistema fluvial é um gradiente


contínuo de condições físicas
contínuo de adaptações bióticas
e padrões longitudinais de
carregamento, transporte,
utilização e armazenamento de
matéria orgânica. 32
Ajuste das comunidades
biológicas a este gradiente de
condições para que toda entrada
de energia seja utilizada
eficientemente
 Organismos e as características
de cada região lótica evoluíram de
acordo com as condições físicas e
químicas determinadas pela
geologia e geomorfologia da bacia
e do canal fluvial

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 O RCC teve e ainda tem grande impacto na limnologia
fluvial, porém o conceito foi desenvolvido para rios naturais
e para ambientes lóticos que não sofreram interferências
antrópicas já que os aportes pontuais e difusos podem
perturbar o equilíbrio deste sistema e desviá-lo do modelo
geral

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Conceito do Pulso de Inundação - Wolfgang Junk et al. 1989

“A força impulsora principal responsável pela


existência, produtividade e interações na biota
na várzea é o pulso de inundação”

 O pulso é gerado pelas características geomorfológicas e


hidrológicas da bacia hidrográfica

 Promove as trocas laterais entre o canal do rio e sua


planície associada.

Explica também que o ciclo e a extensão das inundações


devem ser visto como uma força fundamental para
substituir os padrões de fluxo longitudinal.

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Processos biológicos e biogeoquímicos no sistema
rio/planície de inundação  considera as trocas laterais
entre o rio e suas planícies de
inundação bem como as trocas entre as fases terrestre
(seca) e aquática (cheia) nessa mesma planície

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Imprevisíveis Previsíveis
Pequenos corpos d’água ou Grandes corpos d’água

corpos d’água antropizados Chuvas e degelo à montante

Chuva local Organismos com adaptações

Curta duração para aproveitar ao máximo o

Organismos com poucas aparecimento dos novos

adaptações para utilização dos habitats e o aporte de

novos habitats nutrientes

Benefícios indiretos pelo

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aporte de nutrientes

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