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Polinômios de Taylor

Polinômios de Taylor
Aula 24

Alexandre Nolasco de Carvalho


Universidade de São Paulo
São Carlos SP, Brazil

08 de Maio de 2014
Primeiro Semestre de 2014
Turma 2014106 - Engenharia Mecânica

Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I


Polinômios de Taylor

Os polinômios são as funções fáceis de manipular, já que os seus


valores podem ser obtidos através de simples adições e
multiplicações. Parece natural, portanto, buscar aproximar funções
mais complicadas por funções polinomiais.

Nesta aula, vamos discutir a Fórmula de Taylor a qual nos


fornece uma regra para determinar o polinômio de grau n que
melhor aproxima uma dada função ao redor de um ponto p interior
ao seu domı́nio.

Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I


Polinômios de Taylor

O exemplo mais simples de aproximação de uma função por um


polinômio é a aproximação linear que estudamos anteriormente.

Assim como naquele caso, vamos considerar a reta tangente ao


gráfico de f (x) no ponto x = p

L(x) = f (p) + f ′ (p)(x − p)

para aproximar o gráfico da função f (x) para x no ao redor de p.

A idéia é aproximar o gráfico de f (x) ao redor de (p, f (p)) pelo


gráfico de uma função linear L(x) que passe pelo mesmo ponto e
tal que L′ (p) = f ′ (p).

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Polinômios de Taylor

Definimos o erro que se comete ao aproximar f (x) por L(x) por

E (x) = f (x) − L(x).

Observemos que, para x 6= a, temos

E (x) f (x) − f (p)


= − f ′ (p).
x −p x −p
Daı́,
E (x)
lim = 0,
x→p x −p
ou seja, quando x → p, o erro E (x) tende a zero mais rapidamente
do que |x − p|.

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Polinômios de Taylor

Então definimos o polinômio de Taylor de ordem 1 de f (x) ao


redor de p por

P1 (x) = f (p) + f ′ (p)(x − p),

e P1 é a função linear que melhor aproxima localmente f (x) ao


redor de p.
Exemplo
O polinômio de Taylor de grau 1 da função f (x) = (1 − x)−2 ao
redor do ponto zero é P1 (x) = 1 + 2x.

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Polinômios de Taylor

Suponhamos agora que a função f (x) seja duas vezes diferenciável


e procuremos um polinômio P(x), de grau no máximo 2, tal que

f (p) = P(p), f ′ (p) = P ′ (p) e f ′′ (p) = P ′′ (p).

Devemos procurar P(x) na forma


P(x) = c0 + c1 (x − p) + c2 (x − p)2 com os coeficientes a serem
determinados. Utilizando as condições acima, obtemos

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Polinômios de Taylor

◮ f (p) = P(p) =⇒ c0 = f (p),


◮ P ′ (x) = c1 + 2c2 (x − p) =⇒ P ′ (p) = c1 = f ′ (p),
f ′′ (p)
◮ P ′ (x) = 2c2 =⇒ P ′ (p) = 2c2 = f ′′ (p) =⇒ c2 = .
2

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Polinômios de Taylor

Concluı́mos, portanto, que

f ′′ (p)
P(x) = f (p) + f ′ (p)(x − p) + (x − p)2 .
2
Assim como anteriormente, definimos o erro que se comete ao
aproximar f (x) por P(x) por

E (x) = f (x) − P(x).

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Polinômios de Taylor

Observemos que, para x 6= p,


f ′′ (p)
E (x) f (x) − f (p) − f ′ (p)(x − p) − 2 (x − p)2
= ,
(x − p)2 (x − p)2

e, utilizando a regra de L’Hospital, obtemos


 ′ 
E (x) 1 f (x) − f ′ (p) ′′
lim = lim − f (p) = 0.
x→p (x − p)2 2 x→p (x − p)

Ou seja, quando x → p, o erro E (x) tende a zero mais


rapidamente que (x − p)2 .

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Polinômios de Taylor

Definimos o polinômio de Taylor de ordem 2 de f (x) ao redor


de p por

f ′′ (p)
P2 (x) = f (p) + f ′ (p)(x − p) + (x − p)2 ,
2

e temos que P2 é o polinômio de grau 2 que melhor aproxima


localmente f (x) ao redor de p.
Exemplo
O polinômio de Taylor de ordem 2 da função f (x) = e x ao redor
do ponto zero é P2 (x) = 1 + x + 12 x 2 .

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Polinômios de Taylor

De forma geral, se a função dada f (x) for derivável até ordem n e


procuramos um polinômio P de grau n satisfazendo

P (k) (p) = f (k) (p), k = 0, 1, 2, ..., n,

poderemos concluir que tal polinômio terá a seguinte forma

f ′′ (p) f (n) (p)


Pn (x) = f (p)+f ′ (p)(x −p)+ (x −p)2 + ... + (x −p)n ,
2 n!

o qual é chamado de polinômio de Taylor de ordem n de f (x)


ao redor de p.

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Polinômios de Taylor

Exemplo
O polinômio de Taylor de ordem 4 ao redor do zero da função
x x3 x4
f (x) = e x é P4 (x) = 1 + x + + + .
2 3! 4!

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Polinômios de Taylor

Para avaliarmos a precisão com que uma função é aproximada por


polinômios de Taylor, vamos definir o erro como sendo

Rn (x) = f (x) − Pn (x),

onde f (x) é a função dada e Pn (x) é o polinômio de Taylor de


ordem n de f ao redor de p.

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Polinômios de Taylor

Exercı́cio: Verifique que, quando x → p, o erro Rn (x) tenderá a


zero mais rapidamente que (x − p)n .
O teorema a seguir nos fornece uma fórmula para o erro.
Teorema (Fórmula de Taylor com resto de Lagrange)
Suponhamos que a função f (x) seja (n + 1) vezes diferenciável no
ao redor do ponto p. Então

f n+1 (x̄)
Rn (x) = (x − p)n+1
(n + 1)!

para algum x̄ entre x e p.

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Polinômios de Taylor

Exemplo
Utilizando polinômio de Taylor de ordem 2, calcule um valor
aproximado para ln(1, 03) e avalie o erro.
O polinômio de Taylor de ordem 2 de f (x) = ln x em volta de
p = 1 é
1
P2 (x) = (x − 1) − (x − 1)2 .
2
Logo, P2 (1, 03) = 0, 02955 é uma aproximação para ln(1, 03).

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Polinômios de Taylor

2
Avaliemos o erro. Temos que f ′′′ (x) = 3 , assim, |f ′′′ (x)| ≤ 2
x
para x ≥ 1. Pela fórmula do erro,
2
|f (x) − P2 (x)| ≤ |x − 1|3 , x ≥ 1.
3!
Segue que, para x = 1, 03 o erro cometido na aproximação é
1
|f (1, 03) − P2 (1, 03)| ≤ (0, 03)3 = 9(10)−6 < 10−5 .
3

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Polinômios de Taylor

Exemplo
O polinômio de Taylor de ordem n ao redor do zero da função
f (x) = e x é

x x3 x4 xn
Pn (x) = 1 + x + + + + ... + .
2 3! 4! n!

Exemplo
Calcule um valor aproximado para o número e e avalie o erro.

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Polinômios de Taylor

Observe que para x ∈ [0, 1], 0 ≤ e x = f (n+1) (x) ≤ e < 3. Pelo


Teorema anterior, o erro é dado por
 1 1 1 1  f (n+1) (x)
|e 1 −Pn (1)| = e− 1+1+ + + +...+ = |Rn (1)| =

2 3! 4! n! (n + 1)!

para algum x ∈ [0, 1]. Logo,


 1 1 1 1  3
e − 1 + 1 + + + + ... + ≤

.
2 3! 4! n! (n + 1)!

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Polinômios de Taylor

Observação: Aplicando o Teorema do Confronto obtemos


 1 1 1 1
lim 1+1+ + + + ... + = e.
n→+∞ 2 3! 4! n!

Exemplo
Avalie e com um erro inferior a 10−5 .
Queremos que Rn (1) < 10−5 . Logo basta tomar n tal que
3
< 10−5 , ou seja, tal que (n + 1)! > 3(105 ). Por
(n + 1)!
tentativas, chega-se a n = 8.

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Polinômios de Taylor


3
Exercı́cio: Calcule um valor aproximado para 7, 9 e avalie o erro.

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