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ee. Daniel David ‘Treinador Basquetebo!l = Aspectos gerais a 3 SER TREINADOR. SABER ESTAR, SABER SER 3 DINAMICA DE GRUPOS. ss ssnnnnsnsnnnnnnnnanansn a FORMAR JOGADORES, TAREFA DIFICIL? A ETAPAS DA FORMAGKO DESPORTIVA, PROCESSO A LONGO PRAZO. 6 CONSTUIR UMA EQUIFA... Basquetebol. Linhas Orientadoras... BASQUETEBOL MODERNO. TENDENCIAS.... MODELO DE 1960. COMO PODEMOS JOGAR?. DEFESA INDIVIDUAL COLECTIVA... RECUPERACAO DEFENSIVA. TRANSIGAO DEFENSIVA vex CONTRA-ATAQUE VS TRANSICAO OFENSIVA, 13 ATAQUE wc snnesnnitninnninnnnniinnatinnniinnnnnannninnsne sence Basquetebol. Técnicas e TActicas. 15 ATAQUE CONTRA DEFESAS HOMEM A HOMEM, ATAQUE POR SISTEMAS CONTRA DEFESAS HOMEM A HOMEM. a “TRANSIGO OFENSIVA / CONTRA-ATAQUE, 18 TRANSIGAO DEFENSIVA.... DEFESA INDIVIDUAL COLECTIVA A MEIO CAMPO. 20 DEFESA INDIVIDUAL COLECTIVA EM CAMPO INTEIRO DEFESA ZONA EM MEIO CAMPO 28 DEFESA ZONA PRESS TODO 0 CAMPO wrssnsssnioninnnnninntsnnninnnnnnnnnninnnn ied Basquetebol. Preparagao Fisica. Caracterizaso dos esforgos no basquetebol . Desenvolvimento das capaciclades motoras ¢ habilidades num jovem basquetebolista... Aspectos gerais SER TREINADOR. SABER ESTAR, SABER SER... ‘A principal miso do treinador est 20 nivel da preparag3o e formago dos jogadores, que é sem divida um proceso complexo, exigindo um reportério diversificado de capacidades e competéncias. A tarefa de ser treinador no ¢ facil. Ser treinador prossupde o acto de treinar atletas com responsabilidade e saberes que estdo para além do ensino dos gestos técnico-técticos. O treinador deve apresentar um conjunto de caracteristicas que o distingue dos outros. Ha treinadores que esto vocacionados para treinar jogadores seniores e outros jogadores dos escaldes de formacao. Ricard Casas afirma que “um treinador de formacao deve ter um alto nivel de conhecimento técnica e tactico, e ser um conhecedor do basquetebol ao mais alto nivel”. ‘Ao treinador exige-se o gosto de treinar, de ser treinador (do que faz, de ensinar, de treinar e dos atletas], que conhega a modelidade, conhega as etapas de desenvolvimento do ser humano, domine a metodologia do treino apropriada a0 escaléo etério & ao nivel dos praticantes, que conhega os aspectos relacionados com o planeamento € organizacéo do treino de acordo com os objectivos definidos, seja um bor comunicador, que contribua para 0 bem-estar dos atletas e que vé de encontro e satisfaca as expectativas dos atletas. O treinador deve estabelecer objectivos globais e parciais a atingir, O treinador deve orientarXXXXXXXXXXXXKK ‘A transmissiio dos seus pensamentos e conhecimentos, ou seja de toda a informacao, revela- se uma fungio de crucial importancia nas tarefas do treinador. A oportunidade e © contetido das suas informagées, 0 feed-back, ndo sé na transmissdo de conhecimentos mas também na sua correceo so decisivos para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem. A verdade & que a influ8ncia o treinador vai muito para além do contexto desportivo. A sensibilizagdo junto dos jogadores, ou melhor @ influenciar XXXX intervir na vida, desenvolvimento e crescimento pessoal e social dos atletas, Nao podemas esquecer que devemos ter sempre uma conduta que acabard por constituir um. modelo positivo ou negativo que os jogadores observam, avaliam e adoptam. A fungo de treinador implica a tomada de decis6es organizadas co base em indicadores & segundo critérios que obedecem a uma certa ordem e em diferentes dominios. Organizagéo do treino, lideranga, estilo e forma de comunicagdo com os jogadores, dirigentes, drbitros, op¢des estratégicas e técticas decorrentes da observagao e analise do jogo, gesto de pressies contidas na competisao, controle da capacidade de concentrago e emocées. Um treinador deve saber ser competente, sabe da modalidade, mas também e a cima de tudo entender a importancia da drea comportamental. Honesto nas palavras, coerente nas acces, ser claro, pois s6 seremos treinadores qunado nos desprendermos do nosso ego, nos libertamos do nosso umbigo. Ser um bor treinador, no a questo central com que se deve preocupar o treinador. Mas. sim que os jogadores com quem trabalha sejam bons e a equipa treina, ganhem. Enquanto treinadores pensarmos mais em nés € nos nossos interesses e afirmacdo pessoal, que nos jogadores, nao somos tao bons treinadores assim. Melhorar as competéncias dos jogadores é a nossa grande responsabilidade e esse deve ser o nosso objectivo principal. DINAMICA DE GRUPOS FORMAR JOGADORES. TAREFA DIFICIL? A capacidade do basquetebol portugués para se ajustar progressivamente as exigéncias da actualidade 6 serd possivel, se a nossa func3o de influéncia e persuasio daqueles que nos rodeiam, permitir que se construam programas de formacdo de jogadores com objectivos claros a médio e longo prazo. A actividade dos clubes deve ser orientada por objectivos que equacionem 2 evolucao dos jogadores nos diferentes planos de preparacao a0 longo de cada uma das fases/etapas da formacaa desportiva, sabendo que essas etapas sda diferentes no masculine e no feminino. Ha que ter de uma forma consciente e clara o perfil de jogador que se pretende formar, do perfil de jogador que em cada posigSo gostariamos de obter como produto final. A definic3o desse perfil no tem apenas utilidade como output de formacéo, mas deve constituir uma referéncia importante no recrutamento de jogadores. ‘Assim, quando se aponta a necessidade de elaboragio de programas de formagio de jogadores é este o ponto que devemos reforgar: definir objectivos de longo e de médio prazo perceber que tais objectivos sio referenciais de formacao mas igualmente de recrutamento, Deve-se esclarecer quais as etapas por que deve passar a concretizagao desses objectivas & operaciond-las em cada um dos niveis de pratica ~ nos sub14, sub16 e assim sucessivamente Nos sub18 e sub19 até ao alto rendimento, movendo toda uma estrutura técnica no sentido de se dirigir colectivamente para as metas e objectivos ento definidos. E na quantidade e na qualidade diria do trabalho de preparacdo que os projectos de formacdo se revelam, Se sabemos que a competigao é exigente, deverd ser o dia-a-dia do treino levado com menor enfatizaco desse nivel de exigéncia? Acredito que nao. Acreditamos que 0 caminho do desenvolvimento vai no sentido do treino reflectir verdadeiramente as exigéncias dos referenciais da competi¢io (ao mais alto nivel). O valor da qualidade e exigéncia para com 0 treino, associado 20 da auto-preparacdo que os préprios jogadores devem ou deveriam possuir, tem de constituir um alicerce do recrutamento e do processo de formacao. E evidente que ndo basta que sejamos sé nés treinadores a acreditar neste facto. Neste contexto, parece-me que devemos ser os primeiros a dar 0 exemplo, mas é dbvio que sendo os jogadores as pecas fundamentais do processo, so eles que acima de tudo devem acreditar e assumir esta permissa, ‘A capacidade de influéncia dos treinadores neste processo ¢ decisiva no sentido de se formarem jogadores onde os valores e as qualidades humanas associadas capacidade de trabalho estejam presentes e sejam exigidos e assumidos como o tinico caminho desejavel para a melhoria das qualidades dos jogadores e das equipas. Para finalizar, é importante recuperar John Wooden quando & 40 anos atras afirmava: “Para além da altura, peso e velocidade parece importante perceber nos jogadores a que “altura” querem jogar? Que ambicdo e persisténcia revelam? Que resisténcia ao erro, a derrota, @ dor e a fadiga tem? No basta ser veloz, & necessério ser copaz de jogar em velocidade! Ver, analisar, decidir e executar sempre cada vez mais répido! Mais do que ser forte (fisicamente), é preciso néo temer “jogar forte”. ETAPAS DA FORMACAO DESPORTIVA. PROCESSO A LONGO PRAZO. CONSTUIR UMA EQUIPA Basquetebol. Linhas Orientadoras BASQUETEBOL MODERNO. TENDENCIAS ‘A evoluco do jogo de basquetebol tem sido uma nota de registo ao longo de seu desenvolvimento. Um jogo mais atractivo e envolvente, a0 mesmo tempo, mais competitivo, so caracteristicas que fazem do basquetebol dos dias de hoje um interesse meditico a uma escala planetria Este proceso de evolucao esta certamente ligado a um conjunto muito diverso de factores que se prendem com outros dominios que ficam para além do jogo em si. Na realidade, 0 jogo que hoje assistimos pode considerar-se como um produtivo evolutivo intersectado por varios factores: (1) Uma nova dimenséo fisica com que o jogo actualmente ¢ jogado; ‘As qualidades fisicas dos jogadores, sejam elas antropométricas (altura € peso) ou condicionais (principalmente forca e velocidade) do ao basquetebol actual a “explosao” € © contacto de que tanto o jogo é fértil: a rapidez das transicées (quer ao ganho, quer & perda da posse de bola); as impulsdes conseguidas para afundar (mais propriamente no basquetebol masculino}, as suspensdes sob a oposi¢ao de defesas muito pressionantes ao langamento, ou ainda a agressividade imposta na luta corpo-a-corpo por ganhos de posigdes em determinadas zonas do campo, normaimente em zonas perto do cesto e sem bola (2) A evolucdo técnico-tdctica que é uma consequéncia da apropriagdo dos treinadores € Jogadores dos diversos conteidos do jogo; A qualidade e a importncia do drible, a preciso do lancamento exterior, a qualidade da interpretacdo dos fundamentos, 0 aparecimento de combinaces técticas ofensivas, que obriga a uma “reviséo” dos provessos defensivos, séo apenas alguns exemplos das modificagdes que se té operado ao longo dos tempos. (3) A presenga de regras que estiveram atentas a este processo evolutivo e permitiram interpretagées mais adaptadas a um jogo mais rico em termos fisicos, técnicos e técticos; Desde uma maior aceitagio do contacto, passando por uma atitude interpretativa das vantagens-desvantagens e terminando na presenca da tecnologia como auxilio da decisio de arbitragem em momentos chaves do jogo. Hé sem davida uma tendéncia de adaptagao permanente que tenta contribuir para um jogo mals dinamico e actualizado 2 novas realidades fisicas e técnico-tacticas, bem presentes nas recentes alteragdes das dimensdes da drea restritiva, zona de restriglo da falta ofensiva e aumento da distancia da linha de trés pontos. Da observacéo do confronto internacional, nomeadamente NBA, Euroleague, liga Endesa, Eurocup (masculino e feminino), retira-se para analise um julgamento do tipo de jogo que hoje se joga. As tendéncias do ataque e da defesa apresentam as seguintes marcas: (1) NO ATAQUE ~ Transiges ofensivas répidas e de grande intensidade (organizadas) feitas com 5 jogadores, numa procura objectiva de cestos faceis; -0 1x1 nem sempre com um reportério muito vasto, mas sempre associado a uma ideia de eficacia; - Utilizag3o do bloqueio directo como estrutura téctica para crier desequilibrios ou vantagens quer em ataque organizado e mesmo em transicao; = bases que impdem o ritmo de jogo ofensivo e personalizam uma equipa com uma exceléncia na capacidade de lideranga e na conduco do jogo — possuem uma qualidade de passe acima do normal, raramente s3o finalizadores mas quando o fazem, fazem-no com elevadas percentagens; (2) NA DEFESA = uma grande e constante presséo sobre o portador da bola, muitas vezes associada a defesas campo inteiro ~ impedir que a bola entre na rea restritiva parece ser objectivo fundamental (ndo ha cestos faceis); = uma forte presséo sobre as linhas de passe penetrante e em muitos casos no lado contrério 20 da bola com posigées de ajuda muito limitadas; + contacto e utilizacdo do corpo nos movimentos sem bola como um elemento determinante para o aumento do desconforto das rotinas ofensivas do ataque, obrigando este a utilizar espacos que ndo quer; = uma pressio constante aos lancamentos (contestar langamentos), principalmente naqueles que so realizados na area restritiva reduzindo o espago e 0 tempo de acco do lancador; - a existéncia de trocas defensivas frequentes como forma de reagir 4 defesa dos bloqueias eas penetracées, No basquetebol moderno sao diariamente treinadas acces técnico-ticticas que conduzem 3 criago de situagdes que permitam realizar com sucesso o langamento 2o cesto. Estas acces encontram-se associadas @ uma nogo de vantagem momenténea, de tempo e espago, do atacante relativamente ao defensor. A anélise do jogo de uma equipa de basquetebol no seu proceso ofensivo conduz-nos a esta procura sistematica de reconhecimento ou criagao de situagdes de vantagem (Norberto Alves), que na perspectiva de Scariolo (2005), ¢ saber identificar e aproveitar uma situagio de vantagem num emparelhamento de um contra um, ou conseguir crid-lo, quando tal ndo acontece, parece ser o objectivo constante do ataque. A identificacdo e a clara percepgo de uma situago de vantagem releva a importdncia para a tomada de decisdo, que deve ser célere e correcta devido ao tempo que se dispée. A.criagdo de uma situagdo de vantagem realiza-se através da execugdo de cortes ou bloqueios Presentes nos processos ofensivos de uma equipa. Criada a vantagem, esta deve ser explorada rapidamente, por forma forma a proporcionar as melhores condigées de espaco no campo, com o intuito de chegar ao melhor lancamento possivel. Olhando para 0 jogo actual, observa-se nos treinadores de referéncia, uma constante Utilizagao de bloqueios ofensivos, mas tem sido evidenciada a importéncia da utilizagao do bloqueio directo no basquetebol modermo. Scariolo (2005), salienta a necessidade de criagéo de vantagens a partir da utilizagaio dos bloqueios directos. Salienta-se que, com o surgimento da regra dos 24 segundos os ataques viram-se forcados a terem que lancar mais rpido, aumentando consequentemente o numero de posses de bola, 0 que influencia o ritmo de disputa do jogo. Nesta perspectiva, os treinadores viram-se forcados a aplicar estilos e sistema de jogo, répidos e dinamicos, até mesmo nos escaldes de formacao. Para Obradovic, a utilizagio do bloqueio directo no inicio dos ataques orgenizados & uma combinac3o tactica que procura, de uma forma répida, romper 0 eq brio da defesa e dar uma resposta a uma necessidade de criar uma vantagem ofensiva, m: 24 segundos coloca pressio. nda se 0 reldgio dos No basquetebol de elite, a téctica tem hoje uma importancia consideravel, mesmo que seja individual ou colectiva, em que a posico de base é a mais decisiva. MODELO DE JOGO. COMO PODEMOS JOGAR? No duvido nem por um momento da importancia da organizagao colectiva das equipas, nem da sua vantagem sobre o jogo individual. 0 que importa neste momento de reflexdo, é a obsessio pela tactica e por modelos que convertem os jovens em verdadeiros “parafusos” de uma maquina que nao pensa o jogo e que condiciona a sua criatividade. Considerando que a téctica na sua aplicago deverd criar condigdes para que os jovens crescam jogando em liberdade de acco e confianga que Ihes permita animar o jogo muito para além do planeado, os modelos colectivos deverdo obedecer as estas preocupacdes do ensino do jogo (Simées, Orlando, 2009}, 0 jogo pode ser jogado de muitas maneiras, apoiado naquilo que se domina vulgarmente come filosofia do treinador, e face 3s inimeras maneiras de entender o jogo. Isso no significa que se pode jogar de qualquer maneiral Na formaco, os objectivos prendem-se, entre outros tantos, em formar jogadores para jogar © jogo nas equipas seniores do clube, Mas que basquetebol querem joger as equipas seniores dos clubes? Para quem se interessa sé pelo treino com jovens, é fundamental observar & analisar 0 jogo ao mais alto nivel nos escalées superiores, porque sera muito dificil formar jogadores se no se souber para que jogo os formamos. Uma discussao frequente, é se nos escalées iniciais de formagio, se deve privilegiar um jogo livre ou um jogo planeado. Observa-se como hipdtese mais defendida o jogo livre nos escalées de formacio. Mas seré que 0 ntimero elevado de regras e conceitos que implica nao faze dele © jogo mais condicionado? Na perspectiva da formagao de jogadores, temos de ensinar aos jovens a jogar com intelig€ncia, a entender o jogo e a amadurecer tacticamente no sentido de aprenderem a eleger a melhor opcao em cada momento, a decidir bem. Para Scariolo, o ideal é um sistema misto de jogar no ataque: jogo por conceitos (a base) € sistemas (a forma exterior, 0 recurso de apoio de organizar com vantagem esses conceitos). H4 que ser imprevisivel, ter flexibilidade (muitas variantes). A regra dos 24 segundos tornou ainda mais evidente a vantagem que consideramos ter esta abordagem e ateng3o. Nao ¢ a mesma coisa atacar planeado ou atacar planeado assente em principios! Neste seguimento, Scariolo defende como forma de jogar um mista de arganizago e liberdade dadas aos jogadores para expressar a sua criatividade, Também para se formarem jogadores para o jogo actual, considera-se ser a melhor opcao, quando associada a um bom trabalho de ensino da técnica individual, a preparacao fisica e mental, nomeadamente ao nivel da concentrago. Othando para o jogo actual identificam-se as seguintes situacdes que permitem marcar pontos nl (de frente e de costas para 0 cesto) - Jogar com 0 bloqueio directo = Libertar um lancador (normalmente apds penetracio em drible para romper e forcar a defesa a mandar ajudas) - Pontos a partir de uma boa defesa (roubo de bola, contra-ataque) = Lances livres - Ressaltos ofensivos finalizados directamente da accdo de ressalto. Xavi Pascual (FC Barcelona), defende que o jogo baseado em conceitos deve ser vilido desde a formagao 20 mais alto nivel. Da analise do jogo, 0 grande principio ofensivo presente é penetrar e assistir! Associado a esse principio, Xavi Pascual considera decisivo para executar em jogo essa acco (penetrar e assistir): - Ocupar bem os espacos. Manter disténcias. - Reagir & penetrac3o em drible (jogar sem bola em afastamento ou aproximacao) = Quem penetra sai num canto longo que possibilite continuar a manter 0 equilibrio ofensivo e a ocupacao dos espagos - Apos penetragao € passe, néo ha penetracdo, mas sim outro passe (penetrar — passar — passar) Para ter sucesso neste modelo de jogo é bom voltar a lembrar os aspectos basicos a ter em conta: - técnica e téctica individual - capacidade de ler correctamente as reacgées defensivas - manter 0 equilibrio entre agressividade ofensiva e colectivismo, para atacar 0 cesto mas identificar as ajudas e assistir os colegas que ficam momentaneamente livres em vantagem de tempo e espaco. DEFESA INDIVIDUAL COLECTIVA Um jogo de basquetebol desdobra-se da defesa (ganho da posse da bola), para 0 contra- ataque (tentar marcar ponto antes da equipa adversdria estar organizada), para 0 ataque organizado (tentativa de uma percentagem de lancamentos alta usando 0 talento disponivel ¢ mantendo a organizacio). © primeira objectivo de qualquer equipa assim que ganha a posse da bola é utiliza-la da melhor forma possivel, de preferéncia sem que 0 nosso adversario tenha marcado cesto. Ha que proteger “o nosso meio campo” sem permitir lancamentos faceis, sobretudo debaixo do cesto e sem oposicao. Na defesa a verdadeira esséncia € o trabalho colectivo, da equipa, onde todos os jogadores contribuem, e que raramente, Ihes é atribuido reconhecimento publico das acgdes a que estdo submetidos, mas que trazem muitos beneficios 8 equipa Para Ettore Messina, 0 trabalho defensivo didrio é fundamental para definir e reafirmar os principios éticos que quer preservar sobre a forma de jogo e de vida conjunta (como equipa carol). Quais so os objectivos que pretende para a defesa colectiva? 1) Nao ha lancamentos faceis em contra-ataque; Ha que definir e manter claras as regras que regem o balanco defensive (transi¢ao defensiva), explicando que, por exemplo, se se eliminar a possibilidade dos nossos adversérios marcarem 20 pontos de contra-ataque, isso significaré que 0 objectivo defensivo do jogo sera manter os adversatios nos 60 pontos. Inicia-se 0 balanco defensive no ataque, normaimente encarrega-se os trés jogadores exteriores para comegar a defender o "nosso cesto” enquanto os dois interiores atacam 0 ressalto ofensivo. 2), Nao ha langamentos sem oposigao Forgar os adversdrios a lancar sobre a maior pressao possivel, fazer com que alguns langamento sejam efectuados sobre extremas dificuldades ou parar o lancamento, forcando a driblar, deixando em aberto uma possivel penetracdo em drible, ou fazer um extra passe que nao foi desejado. 3) Nao ha ressaltos ofensivos A posse de bola ofensiva nao termina com um langamento mas continua com a tentativa de captar um possivel ressalto ofensivo, mas também um posse de bola defensiva bem sucedida termina quando o ressalto for capturado. Se forem permitidas demasiadas penetracées em drible, é provavel que o langamento provoque problemas para os ultimos dois ou trés defensores que foram ajudar e recuperaram, com a dificuldade ébvia para estabelecer contacto fisico com 0 adversario para realizar um bloqueio defensivo, Da mesma maneira, ao exagerar as ajudas e rotagées, surgem dificuldades para manter os, adversarios afastados do cesto no momento da tentativa do lancamento, impedindo a eficécia do bloqueio defensivo para toda a equipa. Deve-se insistir no treino e no trabalho com os jogadores, no habito de ter certezas que eles bloqueiam defensivamente e mantém o adversério fora da drea restritiva com as costas paralelas @ linha final, empurrando o adversério para uma érea onde a bola nao possa cair. Uma boa defesa colectiva no deve ignorar o papel importante dos cinco defensores para permitir 0 1x1, particularmente na penetraco em drible. Deve-se insistir no trabalho de aperfeicoamento e consolidacao do 1x1, a partir de posigdes estaticas, sem drible e sem bola, simular ajudas defensivas e recuperar, ambos para aumentar a autoconfianca, bem como o aprimorar a técnica e téctica individual. Perceber que, quanto menos penetragdes em drible, menos ajudas s8o necessérias e ha menos riscos de permitir ressaltos ofensivos. RECUPERACAO DEFENSIVA. TRANSICAO DEFENSIVA CONTRA-ATAQUE VS TRANSICAO OFENSIVA © contra-ataque pode definir-se como a primeira acco ofensiva a partir da defesa, que consiste em conduzir a bola até ao cesto contrério com a maior rapidez e seguranca, com 0 objectivo de fazer um bom langamento ao cesto em situagio de superioridade ou igualdade numérica. E considerado como uma das ferramentas mais eficazes para atacar qualquer tipo de defesa, visto que devido 8 velocidade de execuso com que se deve desenvolver néo permite que a defesa se coloque devidamente, e esteja em situaao de desiquilibrio, oque favorece o ataque. ‘Apés 0 ganho da posse bola através de ressalto ofensivo a bola sai para um lado ou para o outro em fungio do lado onde se ganha o ressalto. A bola deve subir no campo, em drible, na direccio ao cesto, com os jogadores exteriores a correr em campo aberto, junto as linhas laterais, e 05 interiores no corredor central, e todos correm a partir do momento do ganho da posse de bola. Chegando ao ataque existem dois tipos de solugSes: a) Jogar bloqueio directo; b) Meter a bola no poste baixo, no jogador interior ou num dos nossos extremos. ATAQUE Quando atacamos pretendemos _indi idualizar uma situagio de vantagem num emparethamento de um contra um ou criar essa vantagem com cortes ou bloqueios. Depois, devemos aproveitar essa vantagem criando as melhores condi¢des de espaco no campo para chegar a0 melhor langamento possivel. O lancamento deve resultar directamente desde a vantagem criada, ou forcando a defesa a mandar ajudas, quebrando o seu equilibrio atraindo jogadores de outras zonas do campo. Quando tal acontece deveremos fazer chegar a bola o quanto antes possivel aos jogadores que por momentos ficam livres. Da andlise do jogo e ao modelo de jogo que queremos jogar, somos conduzidos a uma forma de jogar em que 4 jogadores jogam preferencialmente de frente para o cesto (jogadores exteriores) e um de costas para o cesto (jogador interior). No entanto todos os jogadores exteriores podem aproveitar situacdes perto do cesto (face ao espaco ai existente) e o jogador interior vern muitas vezes para fora bloqueando, mudando o lado da bola, jogando 1x1 (dependendo das suas capacidades técnicas). A partir desta disposigao estabeleceremos um conjunto de regras de jogo bésicas, simples, gerais, que tratem de nao limitar 0 talento ofensivo do jogador, nem a sua tomada de decisdo, @ que por sua vez estabeleca dinamismo onde todos participam no proceso do ofensivo do jogo. Basquetebol. Técnicas e Tacticas. ATAQUE CONTRA DEFESAS HOMEM A HOMEM 1. ATAQUE POR CONCEITOS (A BASE DO NOSSO JOGO) Jogo com 4 exteriores e 1 interior. Um dos aspectos importantes ¢ a utilizag3o (maxima) dos espagos, com que se pretende obter (© maximo proveito do jogo de 1 contra 1, aumentando e mantendo as distancias entre jogadores com o objectivo de finalizar este 1 contra 1 ou atrair ajudas e criar vantagens para um companheiro. Nu fundo estamos perante um jogo de reaccées em afastamento ou aproximacdo dos jogadores sem bola, que geram ¢ repdem espacos, facilitando a acco do jogador com bola na tomada de decisio e criacdo de vantagens no jogar 1 contra 1 No jogo 5 contra S em meio campo, é fundamental a distribuigao dos espacos, que definimos como sendo a intengao de criar distdncias entre os 4 jogadores exteriores e o interior, e que permita 0 jogo do 1 contra 1, finalizando ou passando a um companheiro que por sua vez pode finalizar. As situagées no processo ofensivo onde podemos gerar ventagem sio: (1) 1x1 exterior (penetracio em drible desde o perimetro); (2) 1x1 interior {jogo com o poste baixo); (3) Bloqueto direto e continuacao (pick n’roll e pick and pop); ‘As regras do jogo por conceito com 4 jogadores exteriores e 1 interior, so relativamente faceis. Entramos no jogo de 5 contra 5, através da transicfio defesa-ataque (transigSo ofensiva) com ocupagao dos corredores e opcdes a partir do passe e a partir do drible. No fundo “tiga- se” transigdo ofensiva ao ataque por conceitos. E desta forma que fixamos objectivos para construir um ataque dinamico e que mantenha os espacos (racionalizaco dos espacos). 18 REGRA ~ “0 jogador que joga 1x1 procura a penetracdo em drible para o cesto, atacando ass costas do seu defesa direto, com 0 objectivo de finalizar ou criar uma vantagem para os seus companheiros, atraindo ajudas” Para isto utiliza-se o drible com a intencio de ir o mais direto possivel para o cesto. O arranque deve ser explosivo, o primeiro drible largo e forte para as costas do defesa, ultrapassando-o, para finalizar. No maximo sero permitidos dois dribles. Para trabalhar esta situag3o podemos utilizar varios exercicios, desde estaticos e desde de reocupacdo de qualquer um dos espacos de jogo definidos, com pura competicgo de 1x1 entre todos independentemente da estatura. No diagrama XXXX pode-se jogar a partir de uma penetragio em drible no corredor central ou lateral, desde uma posigo estética, cuidando especialmente dos arranques em drible, tanto directos como cruzados, com fintas combinadas, com um maximo de 2 dribles. © passo seguinte ¢ jogar desde a reocupaco de um espaco, com recepcio e arranques dindmicos, em movimento, cuidando dos arrangues, corrigindo detalhes e evitar a violago dos, apoios (atentos aos passos no arranque). A partir daqui dar-se-4 a possibilidade de langamento se a defesa chega atrasada e de corte nas costas se o defensor antecipa. Segue-se 0 trabalho dos mesmos conceitos com 2x0 até a0 4x0 e logo aplicados no 2x2 até a0 axa, 29 Regra ~ “se o jogador que penetra em drible passa a bola para o perimetro onde esté situado um seu companheiro XXXXXXX 3 Regra - “se 0 jogador que penetra em drible o faz pela linha final, o interior move-se para ‘centro, caso contrério se o exterior penetra pelo meio, o interior move-se pela linha finat” fegra ~ “se o interior esté no lado forte, é obrigatério passar-Ihe a bola, cortar e repor com outro jogador do perimetro o espaco que fica livre” 0 passador da bola ao jogador interior, corta pelo meio, pisando 0 cotovelo, ou pela linha final, para o lado contrario, consoante a posiggo do jogador interior, se este recebe 0 passe na posigo de poste baixo ou poste médio respectivamente, e todos os exteriores se movimentam acupando os respectivos espagos livres. Aa jogador interior oferecemos as possibilidades de jogar 1x1 de costa para 0 cesto para langamento ou atrair ajudas (fixar a defesa) para depois passar a bola aos companheiros que se encontram no perimetro ou que cortam. Podem também, passar a bola fora e voltar a ganhar posi¢ao interior (repost ou repostear). Nos exercicios, e sua metodologia, segue-se utilizando 0 método todo-parte-todo, 0 3x0 e 0 x0.

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