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Língua Inglesa II
Prof.a Deise Stolf Krieser
2017
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof. Deise Stolf Krieser
a
469.81
K89l Krieser, Deise Stolf
Linguística aplicada à língua inglesa II / Deise Stolf
Krieser: UNIASSELVI, 2017.
182 p. : il.
ISBN 978-85-515-0103-0
1.Linguística Aplicada.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Apresentação
Caro acadêmico! É com muita satisfação que apresentamos o livro
didático da disciplina Linguística Aplicada à Língua Inglesa II. Com este material,
esperamos que você continue sua caminhada nos estudos da Linguística
Aplicada, já iniciados na disciplina Linguística Aplicada à Língua Inglesa I.
III
Buscamos, neste livro, discutir alguns conceitos relevantes na
Linguística Aplicada que serão de grande valia para sua formação como
professor de língua inglesa. Ao ler as unidades, responda também às
autoatividades e acesse os materiais sugeridos.
Bons estudos!
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA... 1
TÓPICO 3 – O BILINGUISMO.............................................................................................................. 55
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 55
2 DIVERSIDADE LINGUÍSTICA BRASILEIRA E LÍNGUAS DE PRESTÍGIO E .
MINORITÁRIAS................................................................................................................................... 56
3 O QUE É BILINGUISMO?................................................................................................................... 57
VII
4 BILINGUISMO, IDENTIDADE E ATITUDES LINGUÍSTICAS................................................ 64
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 69
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 70
VIII
4 LINGUAGEM CONOTATIVA..........................................................................................................146
4.1 IDIOMS (IDIOMATIC EXPRESSIONS)....................................................................................... 147
4.2 METAPHOR.................................................................................................................................... 148
4.3 METONYMY................................................................................................................................... 149
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 151
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 153
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 177
IX
X
UNIDADE 1
ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA
ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudos está dividida em três tópicos de conteúdos. Ao longo
de cada um deles, você encontrará sugestões e dicas que visam potencializar
os temas abordados, e, ao final de cada um, estão disponíveis resumos e
autoatividades para fixar os temas estudados.
TÓPICO 3 – BILINGUISMO
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A análise fonológica é um dos níveis de análise linguística que estudaremos
neste livro e está diretamente relacionada às produções orais do aprendiz, ou seja, à
fala. Assim, abordaremos neste tópico questões como a consciência fonológica, em
outras palavras, a percepção do que o aprendiz ouve e a consciência de suas próprias
produções. Essa consciência é fundamental para que o aprendiz compreenda
enunciados e se faça compreender pelos seus interlocutores, considerando e
percebendo as diferenças entre sua língua materna e a língua que está aprendendo.
3
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
E
IMPORTANT
Neste livro utilizaremos diversas expressões para nos referir à língua inglesa,
como língua-alvo, língua estrangeira (LE), segunda língua (L2), ou outras expressões. Da
mesma forma, a língua portuguesa poderá ser denominada de língua materna, primeira
língua (L1), ou outras. Já o falante também pode ser referido como aprendiz, aluno ou
outros. De qualquer forma, pelo contexto, sempre será possível identificar de que língua
estamos tratando ou a qual sujeito estamos nos referindo. Tenha em mente, contudo, que
essas denominações consideram nosso objeto de estudos neste livro, que é o brasileiro
falante de inglês como segunda língua. Em outros casos, para um americano que aprendeu
inglês como primeira língua, por exemplo, sua língua materna será o inglês, e a língua que
ele adquirir posteriormente será sua segunda língua ou língua-alvo de seus estudos. Tudo
depende do contexto do qual estamos partindo!
2 CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
A consciência fonológica é a capacidade do falante de refletir sobre os sons
da língua, bem como manipulá-los. Envolve a percepção e o reconhecimento de
sílabas e fonemas, das semelhanças e diferenças entre eles e a manipulação desses
segmentos, como combinar sílabas para formar palavras, apagar, acrescentar ou
substituir sílabas para formar outras, como apresentam Moojen et al. (2003, p. 11):
Para Alves (2012b), é preciso que o aprendiz de língua inglesa como língua
estrangeira reconheça diferenças entre o inventário fonológico do inglês e do
português. Por exemplo, é necessário reconhecer que o fonema inicial da palavra
thanks não existe na língua portuguesa, e que é diferente de seu correspondente
sonoro, como em this, que também não pertence aos fonemas da língua portuguesa.
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
E
IMPORTANT
Fonemas sonoros são aqueles que, para sua produção, precisam de vibração
das pregas vocais, como em bata. Fonemas surdos são os que não vibram as pregas vocais ao
serem produzidos, como em pata. Note que no exemplo apresentado, o ponto de articulação
fonético é o mesmo, a diferença está apenas na vibração das pregas vocais. Em inglês,
denominamos os fonemas sonoros de voiced sounds e os surdos de voiceless sounds.
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TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
Yavas (2006 apud AQUINO, 2009) propõe a seguinte estrutura para a sílaba
na língua inglesa: (C)(C)(C) V (C)(C)(C){C}. Nesta representação, C corresponde
às consoantes e V às vogais. Exemplo: na palavra monossilábica black temos a
estrutura: (C)(C) V (C)(C). O único elemento obrigatório na sílaba, conforme
a estrutura apresentada por Yavas (2006 apud AQUINO, 2009), é a vogal. As
consoantes, que estão entre parênteses, são opcionais. A última consoante, que
está entre chaves, só é possível se ela pertencer a um sufixo. Dessa forma, podem
ser formadas diversas combinações, tanto em posição de ataque como de coda.
Essas combinações, contudo, apresentam restrições em cada posição.
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
Epêntese: “adição de letra ou sílaba no meio de uma palavra”.
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
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TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
The Chaos
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
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TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
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TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
DICAS
tear – [‘tɜə]
prayer – [‘prɜə]
Ainda no poema, observe as palavras shoes, goes, does. Essas palavras
diferem apenas no ataque da sílaba, aparentemente tratam-se de rimas, pois
são grafadas da mesma maneira a partir da vogal da sílaba. No entanto, veja a
transcrição fonética delas:
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
Neste caso os fonemas não correspondem aos grafemas. Ainda que as três
palavras sejam escritas da mesma forma a partir da vogal da sílaba, a pronúncia
de cada uma delas é diferente. Esta análise poderia se estender por todo o poema,
visto que toda sua construção foi pensada com base nessas particularidades
da língua. Textos com este tipo de abordagem constituem uma ferramenta
interessante para auxiliar a desenvolver a consciência fonológica do aprendiz, e
não somente no nível silábico, visto que para analisá-lo é preciso extrapolar uma
classificação em níveis.
E
IMPORTANT
[‘phaɪ]
Quando um falante nativo de inglês fala essa palavra, ele produz aspiração
na pronúncia do p, o suficiente para fazer tremer um pedaço de papel que
fosse colocado próximo à boca dele (ALVES, 2012b). Essa aspiração, como dito
14
TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
[‘stɔp]
Essa distinção, como já dissemos, constitui um alofone, pois a aspiração ou
não das plosivas surdas nessa posição silábica não altera o significado da palavra;
dizemos, assim, que é um som não distintivo. Contudo, ainda que a diferença
de pronúncia nesses casos não interfira no significado da palavra, não produzir
o som adequadamente significa deixar marcas de sotaque, distanciando-se da
pronúncia de um nativo.
Alguns sons não são distintivos na língua portuguesa, mas são na língua
inglesa. Por exemplo, na língua portuguesa, existem as variações para a pronúncia
da palavra tio:
[‘kæt]
[‘kæʧ]
Essa variação no inglês constitui um fonema, pois houve alteração no
significado da palavra. É importante que o aprendiz tenha consciência de que
alguns sons são alofones na língua portuguesa, mas fonemas na língua inglesa,
pois disso também dependerá a adequação de sua pronúncia e a garantia de que
será bem compreendido na comunicação oral.
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
TURO S
ESTUDOS FU
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TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
“I felt so much saudade after he left” (OLIVEIRA, 2006 apud PORTO, 2007, p. 5).
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TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
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TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
AUTOATIVIDADE
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
TURO S
ESTUDOS FU
22
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico, você viu que:
• Para os aprendizes de uma segunda língua, ter consciência dos sons da fala
auxilia a identificar as diferenças e semelhanças entre os sons da língua-alvo e os
de sua língua materna. Dessa forma, o falante pode perceber os sons que ainda
não produz, que possivelmente sejam os que lhe causem mais dificuldade.
23
• Quando o falante utiliza padrões de sua língua materna para as produções na
língua-alvo, com vistas a produzir, por exemplo, sons que não fazem parte do
repertório sonoro de sua primeira língua, dizemos que está realizando uma
transferência.
24
AUTOATIVIDADE
a) Wind, mind.
b) Billet, ballet.
c) Blood, food.
d) Should, would.
25
“i”, no final de sílabas em que a consoante em coda não seja possível em
português. A epêntese vocálica pode ocorrer ainda no início da sílaba, caso
a configuração desta também não seja possível em português. Com base
nessas informações, analise as seguintes opções sobre em qual (ou quais)
seria provável que ocorresse epêntese vocálica:
I - Whale.
II - Bread.
III - Strange.
IV - Cake.
I - Preenchimento lexical.
II - Confidencialidade.
III - Busca por demonstrar conhecimento na língua.
( ) Ele teve um imprevisto, por isso não foi à festa. He told me that he wasn´t
in the mood.
( ) Billy and Joe always watch this terrible TV show about pegadinhas.
( ) Precisamos redefinir nosso workflow para incluir essas atividades. Let´s do
it today!
a) I – II – III.
b) II – I – III.
c) III – I – II.
d) II – III – I.
26
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Como a fonologia pode auxiliar no ensino e aprendizagem de uma língua
estrangeira? Em que estratégias ela pode auxiliar o professor na sala de aula, e os
alunos? Neste tópico, vamos relacionar os conhecimentos dessa área de estudos com
o nosso campo de trabalho, o ensino de língua inglesa. Veremos como as discussões
desta unidade podem auxiliar o professor em sua prática na sala de aula.
27
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
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TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
3.2 AS VOGAIS
As vogais da língua inglesa diferem um pouco das vogais da língua
portuguesa. Na língua inglesa temos mais vogais do que na língua portuguesa.
Além disso, a duração de algumas vogais também é diferente no inglês, o que
pode implicar alteração de significado. Observe o quadro a seguir que apresenta
e exemplifica as vogais da língua inglesa. Nele, é apresentada a vogal, uma
descrição da produção fonológica dessa vogal e exemplos de palavras em que
ela é encontrada. Note que um mesmo som pode ser representado por vogais
diferentes na escrita:
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TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
approach [əˈproʊʧ]
Semelhante ao a semiaberto e sempre átono,
ə bacon [ˈbeɪkǝn]
como em mesa.
bunker [ˈbʌnkər]
firmware [ˈfзːrmweər]
Semelhante ao a semiaberto e sempre tônico e first base [ˈfɜːrst beɪs]
ɜː
seguido de r. nurse [nɜːrs]
personal chef [pɜːrsənəl ʃef]
best-seller [ˈbest ˈselər]
e Tem o som aberto do é, como em fé.
help-desk [ˈhelp ˈdesk]
chips [ʧɪps]
Após uma sílaba tônica, semelhante ao e, como
ɪ clipboard [ˈklɪpbɔːrd]
em tome, alegre e ele.
chutney [ˈʧʌnɪ]
Tem o som do i, como em aqui, mas mais cheesecake [ˈʧiːzkeɪk]
iː
prolongado. peeling [ˈpiːlɪŋ]
closet [ˈklɔzɪt]
Vogal curta, semelhante ao ó, como fog [fɔg]
ɔ
em avó e só. hostel [ˈhɔstl]
squash [skwɔʃ]
broadside [ˈbrɔːdsaɪd]
Semelhante ao ó, como em nó, mas mais
ɔː horse-power [ˈhɔːrs ˌpaʊər]
prolongado.
mall [mɔːl]
Tem som curto, intermediário entre o ô, como full time [ˈfʊl ˈtaɪm]
ʊ
em ovo, e o u, como em buquê. input [ˈɪnpʊt]
Tem um som equivalente ao do u da loop [luːp]
uː
palavra uva. nude [nuːd]
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
Confira exemplos apresentados por Rauber (2008) para cada uma dessas
vogais, todas no mesmo contexto silábico (b + vogal + t):
Por não conhecer essas vogais, ou não estar habituado a ouvi-las e produzi-
las, o que acaba acontecendo é que o aprendiz substitui uma vogal do inglês por
outra parecida no português. Dessa forma, ele faz uma assimilação das vogais.
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TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
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TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
DICAS
DICAS
Assista aos vídeos a seguir, produzidos por Carina Fragozo, a respeito das
vogais do inglês. Neles você verá as diferenças entre as vogais do inglês e do português,
com atenção especial àquelas que não existem na língua portuguesa. Há também um vídeo
específico sobre a vogal schwa, muito recorrente no inglês. Confira:
<https://www.youtube.com/watch?v=EMm6t5aueuI>
<https://www.youtube.com/watch?v=dz_6TSyzEU0>
<https://www.youtube.com/watch?v=ovGJtaf9bRk>
3.3 OS DITONGOS
Diferentemente do português, no inglês um ditongo pode ser representado
graficamente por apenas uma vogal. Além disso, um mesmo fonema pode ser
representado de diferentes formas. Veja o quadro a seguir que apresenta os
ditongos na língua inglesa:
Símbolos
Tabela comparativa com sons do português Exemplos
fonéticos
bike [baɪk]
aɪ Como em vai. bypass [ˈbaɪpæs]
light [laɪt]
band-aid [ˈbænd ˌeɪd]
baseball [ˈbeɪsbɔːl]
eɪ Como em lei.
break
dancing [ˈbreɪkdænsiŋ]
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
boy [bɔɪ]
ɔɪ Como em herói. joint venture [ˈdᴣɔɪnt
ˈvɛntʃǝr]
stout [staʊt]
aʊ Como em mau.
round [raʊnd]
modem [ˈmoʊdəm]
oʊ Como em vou.
notebook [ˈnoʊtbʊk]
cashmere [ˈkæʃmɪər]
ɪə Como em tia.
terrier [ˈterɪər]
underwear [ˈʌndəweər]
eə Como em Oseas.
software [ˈsɔftweər]
ʊə Como em rua. spiritual [ˈspɪrɪtjʊəl]
DICAS
Ditongo Exemplos
Ai Rise
Ei Same
Ói Noise
Au Mouse
Ou Boat
Ia Near
Éa Software
Ua Ritual
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TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
3.4 AS CONSOANTES
Grande parte das consoantes em inglês tem o mesmo som das consoantes
em português. B, d, f, l, m, n, p, t e v são iguais nas duas línguas. As demais
consoantes representam os seguintes fonemas:
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
DICAS
Para entender melhor como se produz o som do th, assista ao vídeo do canal
do Youtube Small Advantages. Este canal é produzido por Gavin, um americano que está
aprendendo português. Além desse tópico, o canal tem muitas outras dicas para quem está
aprendendo inglês, várias delas sobre pronúncia.
Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=RSq2u43KN4w>.
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TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Sugar
Maroon 5
Sugar
Yes, please
Won't you come and put it down on me?
I'm right here, 'cause I need
Little love and little sympathy
Yeah, you show me good loving
Make it alright
Need a little sweetness in my life
Sugar
Yes, please
Won't you come and put it down on me?
My broken pieces
You pick them up
Don't leave me hanging, hanging
Come give me some
When I'm without ya
I'm so insecure
You are the one thing, one thing
I'm living for
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
Sugar
Yes, please
Won't you come and put it down on me?
I'm right here, 'cause I need
Little love and little sympathy
Yeah, you show me good loving
Make it alright
Need a little sweetness in my life
Sugar
Yes, please
Won't you come and put it down on me?
Yeah
I want that red velvet
I want that sugar sweet
Don't let nobody touch it
Unless that somebody is me
I gotta be a man
There ain't no other way
'Cause, girl, you're hotter than the southern California day
I don't wanna play no games
I don't gotta be afraid
No make up on
That's my
Sugar
Yes, please
Won't you come and put it down on me?
I'm right here, 'cause I need
Little love and little sympathy
Yeah, baby, you show me good loving
Make it alright
Need a little sweetness in my life
Sugar
Yes, please
Won't you come and put it down on me?
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TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Sugar
Yes, please
Won't you come and put it down on me?
I'm right here, 'cause I need
Little love and little sympathy
Yeah, you show me good loving
Make it alright
Need a little sweetness in my life
Sugar
Yes, please
Won't you come and put it down on me?
• Pedir para que os alunos construam uma tabela com exemplos de ditongos
retirados da música, como a seguinte:
Ditongo Exemplos
Ai Right
Ei Baby
Au Without
Ou Broken
Ia Here
• Pedir para que os alunos encontrem palavras que rimam, levando sempre em
consideração a pronúncia, e não necessariamente a grafia da palavra. Exemplo:
down/now, way/day/afraid.
• Pedir para que os alunos substituam palavras na música por outras, mantendo
a rima original. Exemplo: down – town, around, love – dove, need – speed, life – wife.
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
Ouçam a música mais uma vez para conferir a resposta dos alunos.
Peça para que eles escrevam sobre as regularidades na pronúncia das palavras
que encontraram e também sobre as irregularidades. Tentem esquematizar de
alguma forma o conhecimento que construíram, seja por meio de tabelas, mapas
conceituais, esquemas, listas, ou a forma que melhor atender às necessidades
de sua turma. O importante é que eles consigam organizar o que aprenderam,
refletir sobre o que construíram e aplicar esse conhecimento em suas produções
orais, bem como no reconhecimento e compreensão da fala de outras pessoas.
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TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
DICAS
Assista a esse vídeo sobre como reduzir o sotaque da língua materna na língua
inglesa, diretamente relacionado com o ritmo, a musicalidade da língua, a entonação e o
acento das palavras na frase.
Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=xaoZolMx5Ng>.
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
Outro aspecto que causa confusão para um falante não nativo, no caso um
brasileiro, é que em inglês a sequência das palavras na frase é diferente do que no
português (a estrutura). Isso pode causar confusão e resultar em produções sem
sentido em inglês, ou ainda transmitir uma mensagem diferente da pretendida.
Os adjetivos em inglês, por exemplo, devem estar antes do substantivo a que se
referem na frase, caso contrário, comprometemos o sentido do enunciado. Outro
exemplo refere-se às perguntas em inglês. Com o verbo to be, precisamos trazê-lo
para frente do sujeito: Are they late? Caso o falante dissesse: They are late?, talvez pela
entonação o interlocutor compreendesse que o objetivo era fazer uma pergunta,
mas é provável que a construção da frase dessa maneira causasse confusão, que o
interlocutor ficasse em dúvida se isso seria uma afirmação ou pergunta.
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TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
Não temos uma receita pronta, uma fórmula para que as aulas de pronúncia
em língua inglesa sejam eficazes, mesmo porque cada contexto, cada grupo, cada
aluno, terá características únicas e necessidades específicas de aprendizagem e
abordagens. Buscamos, com as discussões sugeridas nesta unidade, convidar você,
professor ou futuro professor, a refletir sobre sua prática, sobre as ações que pode
realizar, de acordo com a realidade, as necessidades e desejos de seus alunos.
DICAS
Aproveite para visitar o site da revista Nova Escola e explorar seu conteúdo.
Utilize a ferramenta de busca para uma pesquisa mais específica sobre algum conteúdo ou
navegue pelos menus. Você encontrará diversos planos de aula, materiais de apoio e artigos
sobre educação em geral. Acesse: <https://novaescola.org.br/>.
LEITURA COMPLEMENTAR
Bianca Bibiano
"Come' on people, repeat please! Again, repeat, again!" Esse pedido soa familiar?
O coro dos alunos recitando listas de palavras ou frases soltas é uma atividade
costumeira para treinar a pronúncia? Então está na hora de repensar a prática.
Para que aprendam a se comunicar com fluência, inclusive com estrangeiros,
mais que falar poucas palavras perfeitamente, eles têm de estabelecer diálogos
compreensivos. "Se a fala está desligada de um contexto, o estudante pode até
aprender a pronunciar corretamente, porém qual a serventia real da atividade?",
questiona José Carlos de Almeida Filho, professor de Ensino e Aprendizagem de
Línguas da Universidade de Brasília (UnB).
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TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
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UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
Diálogo fluente
Situação de comunicação real com quem já tem domínio total da língua para
que a turma perceba por que é fundamental compreender o que é dito e se fazer
entender para estabelecer uma comunicação de fato. Ela é válida principalmente
quando a conversa ocorre com quem não fala português ou tem um sotaque
diferente. Para colocar essa estratégia em jogo, vale convidar outro professor de
língua estrangeira, um turista ou alguém que tenha estudado fora do Brasil por
um tempo e propor que a turma o entreviste, abordando determinado assunto.
Lembre-se de que orientar os estudantes a organizar a pauta de perguntas com
antecedência é importante até mesmo para deixar todos mais seguros. Nessa
oportunidade, outro aspecto da língua fica em evidência e deve ser trabalhado:
a construção de frases em inglês não segue a mesma lógica que em português.
Deixar de atentar a esse detalhe pode fazer o diálogo ir por água abaixo. Portanto,
deixe claro que, mesmo elaborando as questões antes e tendo tempo para treiná-
las, aperfeiçoando a pronúncia e a entonação, é essencial estudar o vocabulário
que envolve o assunto e buscar bons modelos de organização de perguntas e
respostas. Pensando nisso tudo, a educadora Fátima Comini, da EE Nilo Povoas,
em Cuiabá, convidou um colega recém-chegado de um intercâmbio no Canadá
para visitar a turma do 8º ano. "Durante o bate-papo, os estudantes perceberam
que a conversa com pessoas fluentes pede um ritmo mais veloz, e que para isso,
prestar atenção no contexto e falar com clareza é um requisito fundamental, o que
implica muito empenho e estudo."
FONTE: BIBIANO, Bianca. Como trabalhar a pronúncia em inglês. Nova Escola. Maio, 2010.
Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/2468/como-trabalhar-a-pronuncia-em-
ingles>. Acesso em: 10 maio 2017.
50
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• Por não conhecer algumas vogais da língua inglesa, ou não estar habituado a
ouvi-las e produzi-las, o que acaba acontecendo é que o aprendiz substitui uma
vogal do inglês por outra parecida no português. Dessa forma, ele faz uma
assimilação das vogais.
51
• Outro aspecto que causa confusão para um falante não nativo, no caso um
brasileiro, é que em inglês a sequência das palavras na frase é diferente do que
no português (a estrutura). Isso pode causar confusão e resultar em produções
sem sentido em inglês, ou ainda transmitir uma mensagem diferente da
pretendida.
52
AUTOATIVIDADE
Siren Song
53
( ) A epêntese vocálica pode ocorrer na palavra smell, pois o som de l não
ocupa posição de coda na língua portuguesa.
( ) A palavra to costuma ser pronunciada equivocadamente com o fonema
ʧ por aprendizes brasileiros, quando deveria ser pronunciada com um
som de t bem suave.
a) V - F - F - F.
b) F - V - V - V.
c) V - V - F - V.
d) F - F - V - F.
a) I - II - III - IV - V.
b) IV - V - II - I - III.
c) III - I - V - II - IV.
d) II - III - I - V - IV.
54
UNIDADE 1
TÓPICO 3
O BILINGUISMO
1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade, estamos estudando os aspectos relacionados à fala, e um
deles se refere ao bilinguismo. Você já refletiu sobre o que é ser bilíngue?
Mas afinal, o que é ser bilíngue? Apesar de parecer uma pergunta fácil de
se responder, é preciso levar em consideração vários fatores para se denominar
alguém como bilíngue ou não. Discutiremos, neste tópico, algumas definições
acerca deste termo e outras questões relacionadas ao bilinguismo.
55
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
56
TÓPICO 3 | O BILINGUISMO
lado da língua portuguesa. No entanto, por diversos fatores, essas línguas foram
desprestigiadas e consideradas inferiores. Por esse motivo, alguns falantes dessas
línguas não se consideram bilíngues, por acreditarem que o código que utilizam
é “apenas um dialeto”.
Você utiliza ou conhece alguém que utilize com frequência outra língua,
além da língua portuguesa? Caso sua resposta seja afirmativa, você se considera,
ou essa pessoa se considera bilíngue? Por quê? Reflita sobre isso!
3 O QUE É BILINGUISMO?
O termo bilinguismo possui diversas definições. Os primeiros estudos
nesta área consideravam bilíngues somente os indivíduos que tinham total
domínio em dois idiomas. Já os estudos posteriores passaram a descrever
diferentes graus de competência dos falantes, considerando também os contextos
de fala e os usos da língua.
57
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
Para Maher (2007), o falante bilíngue pode utilizar com maior ou menor
competência comunicativa uma das duas línguas, de acordo com suas necessidades
de comunicação. Nesse sentido, Maher critica a noção de semilinguismo, ou seja,
a condição de um falante que não apresenta competência suficiente em uma das
duas línguas que utiliza.
58
TÓPICO 3 | O BILINGUISMO
59
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
60
TÓPICO 3 | O BILINGUISMO
61
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
1. Aprender outro idioma pode fazer com que o cérebro se sinta sobrecarregado,
que a aprendizagem seja mais lenta e que o desenvolvimento da linguagem
se atrase.
Talvez este mito seja decorrente do fato de que crianças que aprendem
simultaneamente duas línguas apresentam confusão de vocabulário, às vezes
misturando as línguas, ou demorando um pouco mais de tempo para encontrar
a palavra que querem expressar. No entanto, esta confusão é temporária. Além
disso, Carillo (2016) afirma que estudos de neuroimagem comprovaram que o
cérebro não se sobrecarrega por aprender mais de um idioma e que as informações
de outros idiomas são armazenadas em áreas diferentes no cérebro.
62
TÓPICO 3 | O BILINGUISMO
E
IMPORTANT
Veja essa entrevista que a professora Carina Fragozo (cujos vídeos sobre vogais
no inglês já vimos no tópico 2 dessa unidade) fez com uma família de brasileiros que reside
em Londres. A filha do casal é bilíngue, fala português em casa e inglês na escola, ou seja, tem
um registro para cada situação (por exemplo, quando está brincando em casa, fala em inglês
por recordar-se das brincadeiras da escola). Repare nos exemplos de interferências de uma
língua sobre a outra (especialmente referentes à estrutura da sentença). Essa interferência é
normal quando se está aprendendo uma língua, e tende a desaparecer conforme o falante
for aprimorando e desenvolvendo suas competências linguísticas. O importante a se destacar
aqui é que a criança é capaz de se comunicar eficientemente nas duas línguas, sem sobrecarga
ao cérebro, e com muitas vantagens para seu desenvolvimento cognitivo.
Aqui temos dois mitos. Primeiro, de que os adultos não são capazes de
falar a segunda língua sem sotaque. Se falar a língua sem sotaque for o desejo
deles, com a prática, seu sotaque pode, sim, desaparecer. Segundo, o de que
verdadeiros bilíngues não têm sotaque. Ora, ser bilíngue não se relaciona com ter
sotaque ou não, mas com competências linguísticas que envolvem compreender
e se fazer compreender em mais de um idioma. Isso não é afetado pelo sotaque.
63
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
64
TÓPICO 3 | O BILINGUISMO
65
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
O inglês é tido como uma língua franca, e saber comunicar-se nesta língua
possibilita inúmeras possibilidades de interação. Grande parte dos falantes de inglês
no mundo não é falante nativo, ou seja, aprendeu inglês como segunda língua:
66
TÓPICO 3 | O BILINGUISMO
E
IMPORTANT
Uma língua global se refere essencialmente a uma língua que é aprendida e falada
internacionalmente. Ela se caracteriza não apenas pelo número de falantes do idioma como
língua materna ou segunda língua, mas também por sua distribuição geográfica e seu uso em
organizações internacionais e nas relações diplomáticas. Uma língua global funciona como
uma “língua franca”, um idioma que permite a comunicação entre pessoas de diferentes
origens e etnias de forma mais ou menos equitativa. A abrangência da língua inglesa em
termos de números de falantes nativos e não nativos e seu amplo uso internacional nas
mais diversas áreas (negócios, ciências, computação, educação, transporte, política,
entretenimento etc.) caracterizam o inglês como uma língua global nos dias de hoje.
FONTE: FRANCO, C. P. Way to English for Brazilian learners. São Paulo: Ática, 2015, p. 220.
67
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
68
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
• As atitudes linguísticas são a forma como uma pessoa avalia, dá valor, lida
com uma determinada língua. As atitudes podem ser positivas ou negativas,
de acordo com a relação que o falante estabelece com a língua e com os sujeitos
que a utilizam em um contexto sociocultural específico.
69
AUTOATIVIDADE
1 A língua oficial do Brasil é o português. No país, todos (ou a maior parte das
pessoas) falam essa língua e ela é usada institucionalmente e nas relações
informais. Por que, no entanto, não podemos dizer que o Brasil é um país
monolíngue?
I- Competência relativa.
II- Idade de aquisição.
III- Identidade cultural.
70
( ) Refere-se ao grau de conhecimento e habilidades do falante em cada
uma das línguas.
a) I - II - III.
b) II - III - I.
c) III - I - II.
d) I - III - II.
71
72
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudos está dividida em três tópicos de conteúdos. Ao lon-
go de cada um deles, você encontrará sugestões e dicas que visam potencia-
lizar os temas abordados, e, ao final de cada um, estão disponíveis resumos e
autoatividades para fixar os temas estudados.
73
74
UNIDADE 2
TÓPICO 1
ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 1 estudamos a análise linguística no nível fonológico, ou seja,
analisamos os sons da língua e os aspectos da oralidade a ela relacionados. Na
Unidade 2 trataremos da língua no âmbito de sua estrutura, de sua forma e das
variações dessas formas. Neste tópico, especificamente, estudaremos a análise
linguística no nível morfológico e sintático.
75
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
morfologia
(mor.fo.lo. gi. a)
sf.
1. Estudo da forma, estrutura, aparência etc. da matéria.
2. Biol. Estudo das formas e estruturas dos seres vivos.
3. Gram. Parte da gramática que descreve os processos de formação e de
flexão das palavras [F.: morf(o)- + -logia. Ver tb. sintaxe.]
Morfologia derivacional
1 Ling. Parte da morfologia (3) que trata da formação de palavras por
derivação.
Morfologia flexional
1 Ling. Parte da morfologia (3) que trata dos paradigmas de formação de
flexões das palavras.
Morfologia social
1 Soc. Estudo comparativo das estruturas e funcionamento de diferentes
sistemas sociais.
Morfologia vegetal
1 Bot. O estudo das formas e estruturas dos organismos vegetais.
morphology
noun mor·phol·o·gy \mo-r-fä-lə-jē\
Definition of morphology
1 a : a branch of biology that deals with the form and structure of animals
and plants b : the form and structure of an organism or any of its parts *
amphibian morphology * external and internal eye morphology
76
TÓPICO 1 | ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
ATENCAO
77
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
DICAS
2.1.1 Derivation
Nos processos de derivação, acrescentam-se afixos no início da palavra
(prefixes, ou prefixos) ou no final (sufixes, ou sufixos). Conhecer os afixos auxilia
o usuário da língua a compreender com mais facilidade palavras que ele esteja
ouvindo ou lendo pela primeira vez, ou seja, melhora sua performance como
leitor ou ouvinte. Uma vez que você conhece o significado da raiz da palavra
(root), você consegue compreender a palavra derivada conforme o uso de afixos e
seus significados e funções.
78
TÓPICO 1 | ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
2.1.1.1 Prefixes
Os prefixos são afixos acrescidos no início de alguma palavra e que
modificam ou complementam seu significado. Este processo normalmente não
altera a classe gramatical da palavra (como acontece em muitos casos com os
sufixos, conforme veremos adiante). Os prefixos podem expressar diversos
sentidos, conforme o quadro a seguir:
79
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
E
IMPORTANT
Como você pôde perceber, nem sempre é tão simples utilizar os prefixos,
visto que, por exemplo, para indicar negação, temos mais de uma possibilidade
80
TÓPICO 1 | ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
de prefixos. Quando você tiver dúvidas sobre qual prefixo utilizar com alguma
palavra, pesquise em um dicionário, para garantir que você não está utilizando
uma palavra que ainda não existe, ou seja, criando um neologismo. Em alguns
casos, outra solução é procurar uma palavra sinônima, pois nem todas as palavras
admitem afixos.
2.1.1.2 Suffixes
Os afixos acrescidos no final das palavras são chamados de sufixos e
formam novas palavras. Em inglês, os sufixos, geralmente, alteram a classe
gramatical da palavra original. Em muitos casos, há alterações na grafia das
palavras. Por exemplo, analisemos a palavra ability. Esta palavra é formada pelo
adjetivo able + o sufixo -ity. Na junção dos dois, a terminação -le altera para -ity.
Além disso, houve alteração na classe gramatical, que passou de um adjetivo
(able) para um substantivo (ability).
81
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
82
TÓPICO 1 | ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
83
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
2.2 INFLECTION
São as variações das palavras, ou as flexões delas de acordo com o contexto
gramatical (CARSTAIRS-MCCARTHY, 2002). Por exemplo, as flexões de número
(singular e plural, no caso dos substantivos – book/books) e as flexões dos verbos
(passado, terceira pessoa do singular, gerúndio – love/loved/loves/loving). Carstairs-
McCarthy (2002) postula, no entanto, que o número de flexões possíveis no inglês
não é demasiado grande, conforme podemos observar no quadro a seguir:
QUADRO 17 – INFLECTION
NOTA
• Child – children
• Man – men
• Person – people
• Foot – feet
• Tooth – teeth
• Mouse – mice
84
TÓPICO 1 | ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
formas participa na formação de outros tempos verbais, como a forma give, que
é usada no presente (I give), no futuro (I will give), no infinitivo (to give) etc. Veja
alguns exemplos de verbos com formas irregulares no passado:
Por fim, os advérbios também possuem três formas: grau normal (soon),
comparativo de superioridade (sooner) e superlativo (soonest). Veja outros casos
em que o advérbio é flexionado:
85
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
Veja este roteiro para se fazer uma árvore morfológica, uma maneira de se
representar a análise morfológica de uma palavra:
1 2 3
Re privat ( e ) ise
Private
Break word down
(Root)
into morphemes
Identify the root
and label it
V
V
Re V
Privat ( e ) ise
Privat ( e ) ise
Root s
Base P Root s
Join the suffix to the Join the prefix to
root to form the base the base
FONTE: Disponível em: <http://all-about-linguistics.group.shef.ac.uk/wp-content/
uploads/2016/03/outline.png>. Acesso em: 15 jun. 2017.
86
TÓPICO 1 | ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
Reprivatise - Verb
Re – preffixe (P)
Privat(e) – root (R)
Ise – suffixe (S)
UNI
A letra (e), na raiz da palavra analisada foi representada entre parênteses, pois
com o acréscimo do sufixo ela foi suprimida.
87
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
Nesta palavra, como você pôde observar na figura, temos uma raiz,
três sufixos e um prefixo. Portanto, temos vários morfemas a analisar para
compreender o processo de formação desta palavra. Lembremos que os sufixos
geralmente alteram a classe gramatical da palavra (verbo, substantivo, adjetivo
etc.) e os prefixos alteram o significado. Vejamos detalhadamente como ocorreu
esse processo:
1) Raiz da palavra: nation (substantivo).
2) Acréscimo do sufixo -al: national (adjetivo).
3) Acréscimo do sufixo -is(e): nationalise (verbo).
4) Acréscimo do prefixo de-: denationalise (verbo). Alteração no significado da
palavra, este prefixo tem o significado de “reverter” ou “mudar”. Portanto,
denationalise significa desnacionalizar, ou seja, reverter a ação de nacionalizar.
5) Acréscimo do sufixo -ation: denationalisation (substantivo).
Esta é uma palavra com muitos afixos e não tão comum de se ouvir na
língua inglesa, não é mesmo? No entanto, escolhemos essa palavra justamente
para ilustrar que, ao conhecer os processos de formação das palavras e as funções e
significados dos afixos, aprimoramos nossa capacidade de compreender palavras
que nunca havíamos ouvido ou lido antes. Desta forma, desenvolvemos nossa
performance no uso da língua.
88
TÓPICO 1 | ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
Algo que apresente essas características pode ser descrito como algo que
tenha estrutura. Nesse caso, cada constituinte também é complexo e também pode
ser dividido em partes menores, o que significa ainda que a estrutura obedece a uma
hierarquia. Ainda é necessário analisar as funções dos constituintes na sentença.
4.1 PHRASES
Phrases são um pequeno grupo de palavras que formam uma unidade
significativa em uma oração (OXFORD DICTIONARY, 2017a). Poderíamos
chamá-las, em português, de locuções. Há várias categorias de phrases, que são
descritas por Carter et al. (2011):
89
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
• Verb phrases: são formadas por um verbo, ou um verbo principal mais verbos
auxiliares ou modais. O verbo principal sempre é o último a aparecer. As verb
phrases, por conterem verbos, exercem a função de predicado (predicate).
90
TÓPICO 1 | ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
• Adverb phrases: o núcleo das adverb phrases é um advérbio (adverb), que pode
estar sozinho ou acompanhado por um modifier. Veja os exemplos a seguir:
• Prepositional phrases: de acordo com Cartel et al. (2011), são phrases compostas
por uma preposição (preposition) mais um complemento. Assim, as prepositional
phrases podem ser compostas da seguinte maneira, de acordo com o autor:
Preposition + adverb: From here you can almost see the sea.
From: preposition
here: adverb
Preposition + adverb phrase: Until quite recently, no one knew about his
paintings.
Until: preposition
Quite recently: adverb phrase
91
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
4.2 CLAUSES
Clause é a unidade básica da gramática. Geralmente, a clause possui
um subject (noun phrase) e uma verb phrase, que pode ou não ser seguida por
complementos. Podemos dizer que a clause é o equivalente à oração, em português.
Subject: I
Verb phrase: missed the buss
Complement: yesterday
4.3 SENTENCES
Uma sentença não é apenas uma sequência de palavras soltas. Ela é
constituída por palavras, mas que são ordenadas de uma determinada maneira
e que desempenham funções específicas. Sentence, de acordo com o Oxford
Dictionary (2017b), é um grupo de palavras que tem sentido completo, contém
um verbo principal e começam com letra maiúscula. É uma unidade gramatical,
que pode ser de três tipos: simple, compound ou complex. Vejamos a descrição e
exemplos de cada uma delas de acordo com Carter et al. (2011):
• Simple: sentences que têm apenas uma main clause (oração principal).
• Compound: são sentences compostas por duas ou mais clauses e são unidas por
uma conjunção coordenativa.
Exemplo: I invited them for the party, but they didn’t come.
92
TÓPICO 1 | ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
• Complex: são sentences que têm uma main clause e também uma ou mais
subordinate clause (oração subordinada). As subordinate clauses iniciam com uma
conjunção subordinativa.
4.4 CONSTITUENTS
Na análise sintática em língua inglesa, dois termos são muito importantes
para compreender as funções das palavras nas sentenças. São eles: constituent
structure (estrutura constituinte) e immediate constituent (IC) (constituinte imediato).
Vejamos a descrição de cada um deles, de acordo com Huddleston (1984):
93
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
The boss: the / boss (neste ponto não é mais possível segmentar as unidades
sintaticamente, já alcançamos os constituintes mínimos).
Must have made a mistake: must have made / a mistake (aqui ainda é possível
segmentar estes constituintes, separando cada palavra, então alcançaríamos os
constituintes mínimos).
FIGURA 16 – PARSING
sentence
article noun
94
TÓPICO 1 | ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
A sentence foi inicialmente dividida em uma noun phrase e uma verb phrase:
Noun phrase: the medium (subject)
Verb phrase: is the message. (predicate)
95
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
is drinking milk
is: auxiliary
drinking: verb
milk: noun phrase
Dessa forma, uma possível representação dessa análise seria a seguinte:
The - article
Big - adjective
Cat - noun
Is – auxiliary verb
Drinking – main verb
Milk - noun
96
TÓPICO 1 | ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
E
IMPORTANT
Talvez você esteja se perguntando para que serve a análise sintática de uma
língua, não é? Mais do que estudar análise sintática porque vai cair na prova, ou em algum
exame que você prestará, esse campo do conhecimento permite a você refletir sobre e
analisar as relações entre as partes que compõem uma sentença, tornando-as mais claras e
permitindo que você compreenda a função de cada termo dentro da sentença. Além disso,
auxilia a ter consciência sobre concordância, sobre regência, sobre a posição dos termos na
sentença. Ainda, por meio da análise sintática podemos ter mais clareza sobre pontuação
e sobre se uma sentença está ou não bem construída. Sabendo fazer a análise sintática,
podemos corrigir algo que não esteja bem formulado.
97
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
• Os sufixos são afixos acrescidos no final das palavras, formando novas palavras.
Em inglês, os sufixos, geralmente, alteram a classe gramatical da palavra
original. Em muitos casos, há alterações na grafia das palavras.
98
• Há vários tipos de phrases em língua inglesa: noun phrase, verb phrase, adjective
phrase, adverb phrase, prepositional phrase.
99
AUTOATIVIDADE
I- Noun frase.
II- Verb phrase.
III- Adjective phrase.
100
( ) The moon tonight is really beautiful.
( ) All the boys sing very well.
( ) Bob and Sally are working.
a) I – II – III.
b) II – III – I.
c) III – I – II.
d) II – I – III.
101
102
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior estudamos a estrutura da língua, conforme as normas
gramaticais (morfológicas e sintáticas) determinam. No entanto, nos usos
efetivos da língua em situações reais de interação, nem sempre esses padrões são
seguidos. Existem diferentes formas de se utilizar uma mesma língua, que variam
de acordo com o contexto em que os interlocutores se encontram e também de
acordo com a identidade social e cultural dos falantes. A essas diferentes formas
que uma língua pode assumir chamamos variedades linguísticas.
103
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
Oliveira (2003, s. p.) atenta para uma necessária distinção entre língua
padrão e língua culta:
104
TÓPICO 2 | NORMA CULTA, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E PRECONCEITO LINGUÍSTICO
DICAS
Assista a esse vídeo, com o professor David Crystal, sobre Standard English e
Non-Standard English.
Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=hGg-2MQVReQ>.
De acordo com Carter et al. (2011), existem várias formas do Standard English
no mundo, como inglês norte-americano, inglês australiano, inglês britânico
etc. Cada uma dessas diferentes formas de inglês representa a linguagem culta
utilizada oficial e institucionalmente em determinado país. Variam em alguns
aspectos na pronúncia, mas não há muita variação nos aspectos gramaticais.
DICAS
Apesar de o foco das aulas de língua inglesa nas escolas normalmente ser a
linguagem padrão, você também pode explorar a linguagem culta informal com seus alunos.
Afinal, a linguagem coloquial é largamente utilizada nas interações de diversas naturezas, por
exemplo, em filmes, em vídeos do YouTube, em chats, blogs, músicas, determinadas revistas
etc., além de contribuir para a fluência no idioma. Leia este artigo da Revista Nova Escola,
escrito por Caroline Ferreira. Nele é descrita uma atividade realizada com alunos dos anos
finais do Ensino Fundamental sobre coloquialismos em inglês. Confira!
Acesse: <https://novaescola.org.br/conteudo/2149/expressoes-coloquiais-em-ingles>.
105
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
106
TÓPICO 2 | NORMA CULTA, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E PRECONCEITO LINGUÍSTICO
E
IMPORTANT
Utilizamos o termo variedades e não o termo dialeto, pois esse último, conforme
pontua Calvet (2002), carrega uma visão pejorativa, que qualifica de forma inferior algum modo
de falar. Já o termo variedades refere-se a um “sistema de expressão linguística que pode ser
identificado pelo cruzamento de variáveis linguísticas (fonéticas, morfológicas, sintáticas etc.) e
de variáveis sociais (idade, sexo, região de origem, grau de escolarização etc.)” (CALVET, 2002,
p. 157). Acreditamos que nenhuma variedade é inferior a outra, todas têm igual valor. Sabemos,
no entanto, que algumas são variedades de prestígio e outras são variedades utilizadas por
minorias (não no sentido numérico da palavra minoria, mas no sentido social).
107
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
Nesse sentido, não existe correto ou incorreto quando se descreve a língua
materna de um falante. A variedade utilizada por um falante em sua comunidade
cumpre suas funções de comunicação e apresenta uma organização gramatical e
lógica, ainda que difira em alguns aspectos da língua padrão, seja em aspectos
fonológicos, morfológicos, sintáticos, lexicais ou outros ainda. Essa diferença
pode ser vista por alguns como errada, como variedade incorreta.
DICAS
Assista ao filme “My Fair Lady”, de George Cukor, que aborda, entre outros
aspectos, a questão da variação linguística, especialmente a variação decorrente de classes
sociais diferentes. O filme, de 1964, é um clássico dos cinemas e nos faz pensar sobre
preconceito linguístico e outras questões, abordadas já na década de 1960.
109
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
Veja a sinopse:
Audrey Hepburn nunca esteve tão maravilhosa quanto neste show musical de tirar o fôlego,
que ganhou oito Oscars da Academia em 1964, incluindo Melhor Filme. Nesta adorável
adaptação do sucesso da Broadway, Hepburn interpreta uma espevitada vendedora de rua
em Londres, a qual um arrogante professor (Rex Harrison) tenta transformar em uma dama
sofisticada, depois de um rigoroso treinamento. Mas, quando a humilde florista conquista a
elite londrina, seu professor vai aprender mais do que uma lição. A atuação de Hepburn, com
seu estilo doce e espirituoso, fez de My Fair Lady um clássico de todos os tempos.
110
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• Ter consciência de que as variedades linguísticas existem e saber lidar com elas
é importante para o falante se comunicar em diferentes situações e contextos.
111
• Como acontece com a Língua Portuguesa, as variedades na Língua Inglesa
também sofrem preconceito, são discriminadas. É preciso considerar o contexto
social de produção pelos falantes de cada variedade. Como qualquer tipo de
preconceito, o linguístico é decorrente de um pré-julgamento e de um desejo
de unificar algo que sempre será diverso, por acreditar que uma variedade é
superior às demais e mais importante que elas.
112
AUTOATIVIDADE
FONTE: ALVES, Ubiratã Kickhöfel; BATTISTI, Elisa. Variação e diversidade linguística no ensino-
aprendizagem de língua inglesa na graduação em letras. In: Cadernos de Letras da UFF - Dossiê:
Tradução no 48, 2014, p. 291-311.
a) Faixa etária.
b) Fator geográfico.
c) Classe social.
d) Nível de instrução dos falantes.
113
114
UNIDADE 2
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior estudamos que a língua é dinâmica, está em movimento
e apresenta variações que estão relacionadas a fatores diversos. Estes fatores serão
nosso objeto de estudo neste tópico.
2 VARIAÇÕES DIACRÔNICAS
A variação diacrônica da língua é a evolução que essa língua sofreu ao
longo do tempo. Conforme o passar do tempo, as relações sociais, de trabalho,
o lazer, as comunicações, as necessidades das pessoas mudam, e todas essas
mudanças se refletem também na língua. Assim, novas palavras surgem, outras
deixam de ser utilizadas, pronúncias são modificadas, conforme o uso efetivo de
certa pronúncia pelos falantes, enfim, a língua, um mecanismo vivo e dinâmico,
acompanha e se adéqua às mudanças da sociedade.
115
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
A língua inglesa, desde seu surgimento até os dias atuais, passou por
vários processos de variação linguística. Alves e Battisti (2014, p. 296) assim
descrevem essa evolução:
A língua inglesa tal qual hoje a conhecemos tem pelo menos quinze séculos
de existência, ao longo dos quais passou por processos de variação e
mudança linguística. Foi introduzida na Bretanha há aproximadamente
1500 anos por invasores do Mar do Norte. Inicialmente analfabetos,
esses invasores adquiriram a escrita em alguns séculos, com o que
começaram a escrever crônicas históricas, textos religiosos, registros
administrativos, textos literários. Reconhecendo-se pelo menos quatro
grandes períodos evolutivos – Old English (Inglês Antigo), Middle
English (Inglês [do final] da Idade Média), Early Modern English (Inglês
Moderno Inicial), e Modern English (Inglês Moderno) – e comparando
registros escritos disponíveis, pôde-se constatar que a língua inglesa
sofreu transformações substanciais de natureza fonético-fonológica (em
sua sonoridade), morfológica (no formato das palavras) e sintática (na
ordem dos elementos nas orações).
E
IMPORTANT
3 VARIAÇÕES SINCRÔNICAS
As variações sincrônicas são as mudanças que ocorrem na língua em
um determinado recorte de tempo, impulsionadas por fatores como região
geográfica, fatores sociais, culturais e de estilo. Vejamos como ocorrem as
variações impulsionadas por cada um desses fatores.
116
TÓPICO 3 | FATORES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
região do falante. Veja, por exemplo, no Brasil. Os falares da Região Sul e da Região
Norte são muito diferentes, e não somente no acento, ou sotaque, mas também em
aspectos fonológicos, lexicais e sintáticos. Diminuindo a distância, dentro de um
mesmo estado também temos variações, reconhecemos a origem de uma pessoa,
muitas vezes, apenas por ouvi-la falar, não é mesmo? Essas variações linguísticas
dentro de um mesmo país também ocorrem nos países de língua inglesa.
E
IMPORTANT
Você sabia que os Estados Unidos não têm uma língua oficial em sua
constituição? Cada estado americano pode definir a língua (ou as línguas) que será oficial
em seu território. Para saber mais, leia o artigo no link a seguir:
<http://noticias.terra.com.br/educacao/voce-sabia/voce-sabia-que-os-estados-unidos-nao-
tem-uma-linguaoficial,a518859fd53ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>.
a) Algumas palavras que terminam em -ter no AmE são escritas com -tre no BrE:
b) Algumas palavras que terminam em -or no AmE são escritas com -our no BrE:
c) Alguns verbos terminados em -ize no AmE são escritos com -ise no BrE:
e) Algumas palavras que terminam em -og no AmE são escritas com -ogue no BrE:
f) Algumas palavras que terminam em -ense no AmE são escritas com -ence no BrE:
118
TÓPICO 3 | FATORES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
119
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
• /r/ - no BrE é pronunciado somente quando estiver antes de uma vogal, como
em bedroom, red. Nos demais casos, não é pronunciado, como em car, over.
• /t/ - no AmE o t entre vogais é pronunciado de forma bem suave, quase como um
d. Assim, writer e rider têm pronúncia bem parecida. No BrE o t é pronunciado
como o fazemos na língua portuguesa.
DICAS
Veja este vídeo que aborda as diferenças entre o inglês britânico e o americano,
principalmente com relação à pronúncia das palavras em cada variedade:
<https://www.youtube.com/watch?v=9baTYC7tebA>.
a) Verbos:
• Be going to: para dar orientações, no AmE normalmente se utiliza be going to,
ou gonna. No BrE, para este fim se utiliza imperativo, com ou sem you, e o
presente simples ou futuro simples com will.
• Burn, learn, dream: no BrE pode-se usar a forma no passado simples ou particípio
de verbos como estes com -ed ou -t. No AmE utiliza-se preferencialmente a
forma com -ed.
120
TÓPICO 3 | FATORES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
• Have/ have got: falantes de BrE utilizam have got para indicar posse, em
qualquer tipo de frase. No AmE é mais comum utilizar somente o have. Em
frases interrogativas e negativas não é possível utilizar o have got no AmE.
• Have got to/ have to: o primeiro é mais comum no BrE e o segundo no AmE.
Exemplos: We’ve got to be back in San Francisco next Sunday. (BrE)
We have to be back in San Francisco next Sunday. (AmE)
• Shall: no BrE pode-se usar o modal shall para indicar futuro com I e we,
especialmente em situações mais formais. No AmE usa-se o will, como nas
outras pessoas.
b) Verb Tenses:
• Present perfect: é mais comum no BrE. No AmE utilizam mais o simple past,
mesmo em situações em que falantes de BrE usariam present perfect, como com
os advérbios already, just e yet. Veja o quadro a seguir como exemplo:
121
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
c) Prepositions:
QUADRO 22 – PREPOSIÇÕES
BrE AmE
On the weekend
At the weekend
So we’ll get together and barbecue on the
What are you doing at the weekend?
weekend.
For + período de tempo depois de sentença In + período de tempo depois de sentença
negativa negativa
I haven’t talked to my brother for three years. I haven’t talked to my brother in three years.
In + nome de rua On + nome de rua
They lived in Walton Street. I used to live on Perot Street.
E
IMPORTANT
Leia este artigo sobre diferenças entre inglês britânico e inglês americano para
conhecer mais sobre o assunto tratado nesta seção:
<https://www.livescience.com/33652-americans-brits-accents.html>.
122
TÓPICO 3 | FATORES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
DICAS
DICAS
UNI
123
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
Nesta conversa, a mãe tem dúvidas a respeito das abreviações IDK (I don´t
know), LY (love you) e TTYL (talk to you later). O filho responde ao que a mãe está
solicitando, mas a mãe não compreende, criando humor ao diálogo.
124
TÓPICO 3 | FATORES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
DICAS
Assista a este episódio da série Everybody Hates Chris (Todo mundo odeia o
Chris), em que a variedade Black English é utilizada pelos personagens.
Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=G0k8B9HfZAw>.
125
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
126
TÓPICO 3 | FATORES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
[...]
INGLÊS, ESSA LÍNGUA FRANCA PECULIAR
127
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
nativos, sendo importante lembrar que esses novos falantes não estão meramente
absorvendo e reproduzindo o inglês falado nos centros de influência; ao contrário,
o estão reinterpretando, reformulando e redefinindo, tanto oralmente como por
escrito (NAULT, 2006).
Como toda e qualquer língua natural, sabe-se muito bem, o inglês nunca
gozou de qualquer homogeneidade. A língua que se espalhou pelo planeta, na
realidade, desde os primórdios, foi fruto da mistura de muitas outras línguas.
Seu hibridismo começou bem antes de ela romper as fronteiras nacionais, com a
combinação de vários dialetos falados pelos nativos e invasores das ilhas britânicas.
Atualmente, na formação do seu léxico, o inglês conta com contribuições oriundas
de mais de cem línguas. Na sua jornada pelo mundo, o inglês foi sendo apropriado
e recebeu a influência de muitas línguas locais, dando, no contato direto, origem
a “outros” ingleses, em especial naquelas sociedades que passaram pelo jugo
colonialista da Inglaterra. É exatamente por isso que hoje se reconhecem ingleses
como Singlish (falado em Singapura), Hinglish (falado na Índia), Swahinglish
(falado no Quênia e Tanzânia), entre outros. Entretanto, devido ao poder ubíquo
do ILN, muitos desses chamados ‘novos ingleses’, falados correntemente nesses
e tantos outros locais, ainda são vistos de forma preconceituosa, como se fossem
‘filhos bastardos’ de um inglês puro sangue, tendo, portanto, sua legitimidade
sempre questionada, quando não negada, de forma inconteste.
128
TÓPICO 3 | FATORES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Como bem aponta Bamgbose (1998, p. 11), “devemos nos lembrar de que
todas as variedades do inglês, nativas e não nativas, continuam sendo dialetos
da língua inglesa”. Apesar de tal obviedade, não é raro encontrarmos falantes
não nativos de inglês, mesmo ostentando altíssimos níveis de competência,
preocupados e pedindo desculpas por seu, diríamos, inglês “defeituoso”. A
razão por que tal atitude se perenize, mesmo em tempo de expansão mundial
do inglês, é simples: o inglês nativo (ou o mais próximo dele) ainda se apresenta
(in)conscientemente como o principal objetivo a ser atingido pela maioria dos
falantes de inglês, sejam eles usuários em contextos de ILE ou ISL. E eles não
estão sozinhos. Podemos afirmar que as variedades padrão de alto prestígio são
almejadas tanto por nativos quanto por não nativos, uma vez que, mesmo aqueles
falantes nativos que se veem como não educados ou escolarizados o suficiente, se
sentem muito mal por falarem um inglês supostamente fraco, ruim, tosco, pobre.
Por conta disso, faz-se pertinente uma singela e importante indagação: O que,
por exemplo, faz o inglês padrão americano ou britânico tão especial quando
comparado com as outras (e inúmeras) variedades da língua inglesa? Sabemos, as
129
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
respostas podem ser muitas. Mas no centro de qualquer uma delas estará sempre
um elemento crucial e que jamais deve ser esquecido quando discutimos questões
de língua: poder.
Como critica Anchimbe (2009, p. 336), muitos dos argumentos dos puristas
derivam de uma concepção geral de que as variedades não padrão ou, para sermos
mais específicos, os ‘novos ingleses’, em especial aqueles que emergiram nas ex-
colônias, “são variedades meninas que [ainda] estão no processo de crescimento a
caminho da perfeição refletidas nas variedades adultas” (grifo nosso). Em outras
palavras, complementa Anchimbe (2009, p. 336):
130
TÓPICO 3 | FATORES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Como a variedade padrão, por si só, não é melhor que qualquer outra
variedade, e pelas razões apresentadas por Ur (2010) acima, podemos afirmar
que persistir com a prática de ensinar apenas as variedades padrão hegemônicas
do inglês é, basicamente, uma questão de conforto e manutenção de prestígio e
privilégio. Implica também uma falsa demonstração de supostas exigências para a
comunicação global na atualidade. Ou seja, pensando num nível mais ideológico,
tal postura reforça o temor de se correr riscos, de se aventurar em romper com
certas amarras e se distanciar do já consagrado e estabelecido status quo. Assim, os
aprendizes de inglês mais desavisados continuarão a ser deficientemente preparados
para as interações na vida real que eles haverão de encontrar fora dos seus “cubículos
fechados” (PENNYCOOK, 2000), a sala de aula de ELI, emergindo do processo, como
muitas dessas práticas tradicionais de ensino têm mostrado, totalmente equipados
para serem o mais livresco possível na sua competência na língua.
FONTE: SIQUEIRA, D. S. P.; SOUZA, J. S. Inglês como língua franca e a esquizofrenia do professor. In: Estudos
Linguísticos e Literários. N. 50, jul./dez., 2014, Salvador: p. 31-64.
Disponível em: <file:///C:/Users/05709246930/Downloads/14811-47859-1-PB.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2017.
131
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES
AUTOATIVIDADE
(ENADE 2014)
Questão discursiva 3
WELSH I. Trainspotting. Londres: W. W. Northon & Company inc. 1993, p. 187 (adaptado).
Em seu texto,
132
TÓPICO 3 | FATORES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Questão objetiva 13
(ENADE, 2014)
133
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
• Nas variações diafásicas, o mesmo falante pode alterar a variedade que está
utilizando de acordo com a situação comunicacional da qual está fazendo
parte. Assim, transita de uma linguagem formal para informal, por exemplo,
de acordo com suas necessidades.
134
AUTOATIVIDADE
FONTE: SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. Tradução Antônio Chelini, José
Paulo Paes e Izidoro Blikstein. 27. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
a) F - F - V - V.
b) V - F - F - V.
c) V - V - F - F.
d) F - V - V - F.
I- Variação diatópica.
II- Variação diacrônica.
III- Variação diastrática.
( ) O inglês passou por várias modificações ao longo dos tempos: Old English,
Middle English, Early Modern English e Modern English.
( ) First floor, em AmE, equivale ao nível térreo, enquanto no BrE refere-se ao
segundo piso de uma edificação.
( ) IDK (I don´t know), LY (love you) e TTYL (talk to you later) são internet slangs,
utilizadas na comunicação em redes sociais.
135
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) I – II – III.
b) II – III – I.
c) II – I – III.
d) III – II – I.
136
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudos está dividida em três tópicos de conteúdos. Ao lon-
go de cada um deles, você encontrará sugestões e dicas que visam potencia-
lizar os temas abordados, e, ao final de cada um, estão disponíveis resumos e
autoatividades para fixar os temas estudados.
137
138
UNIDADE 3
TÓPICO 1
ANÁLISE SEMÂNTICA
1 INTRODUÇÃO
Nas unidades anteriores estudamos a fala em seus aspectos fonológicos,
de oralidade, suas estruturas formais e suas variações, ou seja, os aspectos
funcionais da língua. Nesta unidade analisaremos a língua no âmbito dos sentidos
que estão envolvidos na comunicação e das intenções dos falantes por trás de
cada enunciado. Para isso, utilizaremos os conceitos da análise semântica e da
pragmática. Mais do que simplesmente enunciar frases puramente no sentido
linguístico de produção de fala ou escrita, o que fazemos com a linguagem é
nos comunicar. Por meio dela fazemos pedidos, anunciamos, nos expressamos,
reclamamos, negociamos sentidos. Comunicarmos por meio da linguagem
envolve ainda o que expressamos direta ou indiretamente por nossos enunciados.
Assim, nem sempre o que queremos transmitir é o que de fato proferimos. Usamos
vários recursos para dar sentido ao que enunciamos. Tudo o que expressamos
por meio da linguagem tem algum sentido e intenção.
A semântica é a área da linguística que investiga os significados das
palavras, das frases e dos textos em uma língua. Nesse nível de análise,
estudamos os sentidos que as palavras, as frases e os textos como um todo têm.
Os enunciados podem ter sentidos literais, ou seja, representarem de maneira
direta seus significantes, seus sentidos primários; ou não literais, representando
o sentido figurado das palavras e expressões.
139
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
2 SINONÍMIA E ANTONÍMIA
Você se lembra de quando estudou, nas aulas de língua portuguesa,
as palavras sinônimas? Em inglês também temos palavras ou expressões que
mantêm esse tipo de relação. Veja a definição a seguir, do Cambridge Dictionary
(2017), do vocábulo synonym:
140
TÓPICO 1 | ANÁLISE SEMÂNTICA
DICAS
141
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
FIGURA 22 – ANTÔNIMOS
142
TÓPICO 1 | ANÁLISE SEMÂNTICA
(You)
You don't really want to stay, no
(You)
But you don't really wanna go, oh
You're hot then you're cold
You're yes then you're no
You're in and you're out
You're up and you're down
We used to be
Just like twins, so in sync
The same energy
Now's a dead battery
Used to laugh about nothing
Now you're plain boring
I should know
That you're not gonna change
143
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
DICAS
Caso você tenha alunos mais jovens, também pode acessar as seguintes
versões da música:
3 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS
Homônimos são palavras com significados diferentes, mas pronúncia
ou grafia igual. Às palavras com mesma pronúncia, mas grafia e significados
diferentes, denominamos homófonas. Veja alguns exemplos de homófonas em
língua inglesa: ant (formiga) e aunt (tia), cell (celular) e sell (vender), read (passado
de ler) e red (vermelho). Já as homógrafas são as palavras que apresentam mesma
grafia, podendo ou não ter a mesma pronúncia, mas significados diferentes. É o
caso de can (poder, ser capaz) e can (lata), bear (urso) e bear (carregar), well (bem)
e well (poço).
144
TÓPICO 1 | ANÁLISE SEMÂNTICA
145
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
DICAS
Neste link você tem acesso a um jogo on-line sobre sinônimos, antônimos e
homófonos. Escolha a categoria e o nível de dificuldade e pratique on-line! Jogue também
com seus alunos. Explore todo o site, há várias dicas e materiais para aprimorar seu inglês e
complementar suas aulas!
<http://www.poenglishcake.com/pt/jsgame?id=53>.
4 LINGUAGEM CONOTATIVA
Leia o seguinte fragmento da obra Semantics, de Hurford, Heasley e
Smith (2007, p. 1-2). O texto inicia com uma passagem de Through the looking
glass, de Lewis Carroll:
‘. . . that shows that there are three hundred and sixty-four days when you
might get un-birthday presents.’
‘Certainly,’ said Alice.
‘And only one for birthday presents, you know. There’s glory for you!’
‘I don’t know what you mean by “glory,” ’ Alice said.
Humpty Dumpty smiled contemptuously. ‘Of course you don’t – till I tell you.
I meant “there’s a nice knockdown argument for you.” ’
‘But “glory” doesn’t mean ‘a nice knockdown argument,’ Alice objected.
‘When I use a word,’ Humpty Dumpty said in rather a scornful tone, ‘it means
just what I choose it to mean – neither more nor less.’
‘The question is,’ said Alice, ‘whether you can make words mean so many
different things.’
‘The question is,’ said Humpty Dumpty, ‘which is to be master – that’s all.’
[...]
Lewis Carroll had brilliant insights into the nature of meaning (and into the
foibles of people who theorize about it). In the passage above, he is playfully
suggesting that the meanings carried by words may be affected by a speaker’s
will. On the whole, we probably feel that Alice is right, that words mean what
they mean independently of the will of their users, but on the other hand it
would be foolish to dismiss entirely Humpty Dumpty’s enigmatic final remark.
Lewis Carroll’s aim was to amuse, and he could afford to be enigmatic and even
nonsensical. The aim of serious semanticists is to explain and clarify the nature
of meaning. For better or for worse, this puts us in a different literary genre from
Through the Looking Glass. The time has come to talk seriously of meaning.
146
TÓPICO 1 | ANÁLISE SEMÂNTICA
DICAS
Por exemplo, quando dizemos “when pigs fly”, não estamos nos referindo
literalmente ao voo de um porco, estamos dizendo que algo provavelmente nunca
ocorrerá: When pigs fly they will win that game.
147
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
DICAS
Veja este vídeo que apresenta uma animação em que os idioms utilizados são
representados no seu sentido literal. Acesse: <https://vimeo.com/130883217>.
4.2 METAPHOR
Metaphor ou, em português, metáfora, refere-se a uma comparação
implícita entre dois objetos ou seres. Dizemos que a comparação é implícita,
pois não se usam termos comparativos na metáfora, como “as” ou “like”. Veja a
definição de Hurford, Heasley e Smith (2007, p. 331) para metaphor:
FIGURA 24 – METAPHOR
148
TÓPICO 1 | ANÁLISE SEMÂNTICA
Love is a jewel.
All the world is a stage.
You are my Sunshine.
This car is a lemon. (Esta é uma conhecida metáfora em inglês, que significa
que o carro é ruim, apresenta muitos problemas).
4.3 METONYMY
Metonymy, ou metonímia, é um tipo de linguagem não literal em que
uma entidade é usada para se referir a outra entidade à qual é associada. Para
compreendermos melhor, veja os exemplos a seguir:
149
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
FIGURA 26 – METONYMY
150
RESUMO DO TÓPICO 1
• Sinônimas são as palavras que, dentro de uma mesma língua, têm sentidos
iguais ou muito semelhantes. Apesar da comum definição de sinônimo como
conjunto de palavras com o mesmo significado, isto nem sempre é tão simples,
pois cada palavra possui um sentido próprio, com sutis diferenças dentro de
um grupo de sinônimas, e cada uma pode ser mais adequada a um contexto e
atender à intenção do autor.
151
• A antonímia, por sua vez, indica a relação de oposição entre as palavras.
• A diferença entre alguns parônimos pode ser sutil para aprendizes brasileiros,
pois pode consistir em diferença na vogal longa ou breve, por exemplo.
152
AUTOATIVIDADE
a) Bright.
b) Pretty.
c) Slowly.
d) Quickly.
a) V – V – V – F.
b) V – V – F – V.
c) F – F – V – V.
d) F – F – F – F.
3 Idioms são expressões muito comuns na língua inglesa, cujo significado não
pode ser atribuído se considerarmos as palavras isoladamente. A respeito
dos idioms e seus significados, associe os itens, utilizando o código a seguir:
153
( ) Algo muito fácil.
( ) Algo que acontece muito raramente.
( ) Revelar um segredo acidentalmente.
( ) Custar muito caro.
a) II – III – IV – I.
b) III – II – I – IV.
c) I – IV – II – III.
d) IV – I – III – II.
154
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos a teoria dos atos de fala, que pressupõe que, por
meio da linguagem não somente dizemos algo, mas também fazemos. Esta teoria
é importante também nos estudos da pragmática, assunto de nosso próximo
tópico. Assim, convido você a ler e compreender esta teoria! Vamos lá?
A partir da teoria dos atos de fala, ou seja, com este tipo de análise, passou-
se a considerar o que se fala, quem fala, de onde fala, para quem fala, em quais
condições fala, enfim, passou-se a considerar todo o contexto comunicacional,
que dá pistas importantes para a compreensão do enunciado.
155
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
Austin (1990) propôs então que produzir um ato de fala consiste em três
elementos: ato locucionário, ato ilocucionário e ato perlocucionário. Mas o que
significa cada um desses atos? Vamos conferir na próxima seção!
156
TÓPICO 2 | TEORIA DOS ATOS DE FALA
Veja, no quadro a seguir, uma descrição dos atos de fala, com exemplos de
verbos mais usados e frases em que são aplicados:
157
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
Atos de fala ilocucionários, portanto, são aqueles por meio dos quais o falante
realiza uma ação. Ao proferir tais enunciados, a ação é efetivada pelo falante. Os atos
ilocucionários também podem ser entendidos como o significado dos enunciados
além de seu sentido literal. Por exemplo, considere o diálogo a seguir:
158
TÓPICO 2 | TEORIA DOS ATOS DE FALA
159
RESUMO DO TÓPICO 2
• A teoria dos atos da fala surgiu na Filosofia da Linguagem, com John Langshaw
Austin, seguido por John Searle. Para estes estudiosos, a linguagem pressupõe
uma ação, ou seja, dizer significa fazer. Os atos da fala (speech acts) são, portanto,
as ações realizadas por meio da linguagem.
• A partir da teoria dos atos de fala, ou seja, com este tipo de análise, passou-se
a considerar o que se fala, quem fala, de onde fala, para quem fala, em quais
condições fala, enfim, passou-se a considerar todo o contexto comunicacional,
que dá pistas importantes para a compreensão do enunciado.
160
• As sentenças em que se utilizam os verbos performáticos são denominadas de
atos de fala diretos. Já as sentenças em que o verbo não é utilizado, mas a força
ilocucionária permanece, são chamadas de atos de fala indiretos.
161
AUTOATIVIDADE
FONTE: SEARLE, John R. Expression and meaning. Cambridge: Cambridge University Press, 1979.
I- Representativos
II- Diretivos
III- Comissivos
IV- Expressivos
V- Declarativos
a) I – III – II – IV – V.
b) II – I – III – V – IV.
c) III – IV – I – II – V.
d) IV – II – V – I – III.
Explique os atos de fala que você pode identificar nessa sentença. Dica:
pense na intenção do garçom ao proferir as palavras.
162
UNIDADE 3
TÓPICO 3
ANÁLISE PRAGMÁTICA
1 INTRODUÇÃO
Neste último tópico do livro didático, finalizaremos com a pragmática
o estudo dos níveis de análise linguística propostos neste material. Por meio
deste campo do conhecimento, buscamos compreender e relacionar as atividades
de comunicação com outros fatores além dos linguísticos, como o contexto
comunicacional e as intenções do falante.
Pragmática
Semântica
Sintaxe
Morfologia
Fonologia
Fonética
163
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
Essa figura ilustra os níveis de análise linguística que vimos neste livro.
Iniciamos na Unidade 1 com a Fonética e Fonologia, na Unidade 2 estudamos a
Morfologia e a Sintaxe, e agora, na Unidade 3, estudamos a Semântica, e, por fim,
chegamos ao estudo da Pragmática. Perceba que quanto mais distante do centro
do círculo, mais amplo e abrangente é o alcance do estudo em questão.
164
TÓPICO 3 | ANÁLISE PRAGMÁTICA
COMPETÊNCIA LINGUÍSTICA
COMPETÊNCIA
ORGANIZACIONAL
COMPETÊNCIA
PRAGMÁTICA
165
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
166
TÓPICO 3 | ANÁLISE PRAGMÁTICA
Os títulos dos filmes, no entanto, não são traduzidos, mas recriados para
o idioma-alvo. Em alguns casos, isso é feito pelo fato de uma tradução literal nem
sempre manter o mesmo efeito, a mesma força semântica que possuía no idioma
original. A pragmática, neste caso, auxilia a criar um título que cause impacto no
espectador ou que o faça desejar assistir ao filme.
DICAS
Assista a esse vídeo que explica como são feitas as versões em português dos
títulos dos filmes. Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=QIjMdXatNhM>.
167
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
FIGURA 33 – TEACHER
DICAS
Assista a este vídeo que explica por que não devemos chamar o professor de
teacher: <https://www.youtube.com/watch?v=WnLfVFbR184>.
168
TÓPICO 3 | ANÁLISE PRAGMÁTICA
169
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
Marcelo Santos
[…]
INTRODUÇÃO
[…]
170
TÓPICO 3 | ANÁLISE PRAGMÁTICA
Agora que sabemos que é possível ensinar pragmática enquanto uma forma
de conscientização, e que tal ensino é necessário com base nos argumentos vistos na
última seção, resta-nos compreender de que forma este ensino se efetuará.
Contudo, perceba que não afirmamos que a L1 não deva ser usada em sala.
Bardovi-Harling e Mahan-Taylor (On-line) sugerem atividades que envolvam L1,
como a tradução, por exemplo, como estratégias para uma tomada de consciência
sobre aspectos da pragmática. O que consideramos prejudicial é a L1 tomar a
posição da LE na interação entre os aprendizes em sala de aula.
171
UNIDADE 3 | A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE
Apesar de o input ser autêntico, Kasper (1997) nos diz que isto não é
garantia de êxito no desenvolvimento pragmático. Ele deve ser provido em
quantidade suficiente para que os aprendizes se apropriem destes para a
conscientização (ensino) a que temos nos referido. Em suma, quanto mais rico for
o input em termos de qualidade e quantidade, melhores resultados alcançaremos
na aprendizagem. Também, o professor deve certificar-se de que o input é
apresentado devidamente. Mas como apresentá-lo?
172
TÓPICO 3 | ANÁLISE PRAGMÁTICA
e formas linguísticas necessárias para realizar este ato de fala. Para se trabalhar
a sociopragmática, a tarefa poderia ser observar as condições nas quais os
falantes nativos expressam gratidão – quando, a quem e pelo quê (idem, ibid.).
Combinando as duas, o professor poderia chamar a atenção dos alunos para as
formas e meios utilizados para realizar um ato de fala (pragmalinguística), e
quais os contextos em que os atos de fala são realizados (sociopragmática).
[…]
FONTE: SANTOS, M. Pragmática: uma proposta de ensino de língua estrangeira. In: Revista
Desempenho, v. 12, n. 1, junho/2011.
173
RESUMO DO TÓPICO 3
• A Pragmática, por sua vez, além dos sentidos primários desses enunciados,
busca os sentidos que um enunciado pode adquirir a depender do contexto em
que a comunicação se dá, extrapolando a visão da sintaxe e da semântica.
174
• É preciso incluir o desenvolvimento da competência pragmática nas aulas de
língua inglesa, caso contrário, o aprendiz terá desenvolvido sua competência
organizacional da língua, ou seja, será um conhecedor das estruturas que
compõem a língua, mas não terá habilidades para compreender com precisão
os enunciados e suas nuances, tampouco produzir enunciados que expressem
sentidos adequados.
175
AUTOATIVIDADE
176
REFERÊNCIAS
ALVES, U. K. O que é consciência fonológica. In: LAMPRECHT, R. R. (Org.)
et al. Consciência dos sons da língua: subsídios teóricos e práticos para
alfabetizadores, fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. 2. ed. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2012a.
AUSTIN, John L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. Porto Alegre: Artes
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BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 38. ed. São
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