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FACULDADE DE TECNOLOGIA
APROVADA POR:
__________________________________________
JOSÉ HENRIQUE FEITOSA PEREIRA, PhD, UnB
(ORIENTADOR)
____________________________________
MÁRCIO MUNIZ DE FARIAS, PhD, UnB
(EXAMINADOR INTERNO)
_____________________________________
ENNIO MARQUES PALMEIRA, PhD, UnB
(EXAMINADOR INTERNO)
______________________________________________
DENISE MARIA SOARES GERSCOVICH, DSc., UERJ
(EXAMINADOR EXTERNO)
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
BRITO, CARLOS CALDAS
Programação Dinâmica Aplicada à Análise de Estabilidade de Taludes não Saturados, DF,
2003.
xxv, 139 p., 297 mm (ENC/FT/UnB, Mestre, Geotecnia, 2003)
Dissertação de Mestrado - Universidade de Brasília.
Faculdade de Tecnologia. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental
1. Solos Não Saturados 2. Estabilidade de Taludes
3. Métodos Numéricos 4. Programação Dinâmica
I. ENC/FT/UnB II. Título (série)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CESSÃO DE DIREITOS
_____________________________
Carlos Caldas de Brito
Rua Alexandre Ferreira de Souza, 592
44380-000 – Cruz das Almas / BA – Brasil.
iii
DEDICATÓRIA
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado o presente de ter conhecido o professor José Henrique Feitosa
Pereira. Homem de inquestionável competência e ilimitada humildade, cujo companheirismo
e bom humor eram suas marcas registradas.
Meus sinceros agradecimentos à Maria Célia por ter assumido o papel de mãe durante essa
difícil caminhada, e a Adriano Frutuoso pela sincera amizade construída. Também meus
sinceros agradecimentos a Gilson Gitirana pela excelente assistência prestada, assumindo o
papel de orientador no momento em que nosso mestre teve que partir. Sem sua contribuição
talvez esse trabalho tivesse sido concluído. A Manoel Porfírio, que também assumiu papel de
orientador no momento em que mais precisei, pelas revisões e sugestões.
v
RESUMO
vi
ABSTRACT
This work evaluated the applicability of the dynamic programming method to analyze the
stability of a collapsible dam, under a complex stress state induced on the first impounding of
the reservoir. A distinct characteristic of the dynamic programming method is that the only
restriction imposed is that the surface form must be cinematically admissible. The slip surface
is formed by interconnected linear segments, whose coordinates are determined by
minimizing an auxiliary functional of the factor of safety. In order to perform the transient
analyses the dynamic programming method was implemented on the computer program
COUPSO. The computer software COUPSO solves water equilibrium and continuity
differential equations in a coupled manner, using the finite element method to make the
spatial discretization, and the finite difference method to the time discretization. The soil
parameters are obtained from state surfaces, and the elastic non-linear model is assumed. The
global safety factors showed accordance when comparing the verification examples with the
ones calculated on the slope stability program Slope/W, for both the unsaturated and partially
saturated embankments, having the dynamic programming method the advantage of
automatically obtaining the critical slip surface. It can be concluded that the analysis of the
collapsible dam using the dynamic programming method, even having a complex stress state,
was suitable to identify the failure mechanism proposed by Pereira (1996). The evolution of
the global safety factor showed coherence with the expected ones in all the analyzed phases.
The collapsible dam is stable during the end of construction phase and unstable after the first
impounding of the reservoir, having an upstream slope failure after 138 days.
vii
ÍNDICE
CAPÍTULO 1............................................................................................................................ 1
1 - Introdução ............................................................................................................................. 1
1.1 - Relevância da pesquisa ...................................................................................................... 1
1.2 - Objetivos da dissertação .................................................................................................... 2
1.3 - Organização da dissertação................................................................................................ 2
CAPÍTULO 2............................................................................................................................ 4
2 - Revisão Bibliográfica............................................................................................................ 4
2.1 - Introdução .......................................................................................................................... 4
2.2 - Mecânica dos solos saturados ............................................................................................ 4
2.2.1 - Deformabilidade ............................................................................................................. 5
2.2.2 - Resistência ao cisalhamento ........................................................................................... 7
2.2.3 - Lei de Fluxo e Propriedades Hidráulicas ........................................................................ 7
2.3 - Mecânica dos Solos Não Saturados ................................................................................... 8
2.3.1 - Comportamento Mecânico.............................................................................................. 8
2.3.1.1 - Deformabilidade ........................................................................................................ 11
2.3.1.2 - Resistência ................................................................................................................. 14
2.3.2 - Lei de Fluxo e Propriedades Hidráulicas ...................................................................... 16
2.3.2.1 - Permeabilidade com relação à fase água ................................................................... 17
2.3.2.2 - Permeabilidade com relação à fase ar........................................................................ 18
2.4 - Estabilidade de Taludes ................................................................................................... 19
2.4.1 - Análise de estabilidade de taludes pelo método de equilíbrio limite (MEL)................ 21
2.4.2 - Análise de estabilidade de taludes por elementos finitos (método melhorado)............ 24
2.4.3 - Análise de estabilidade de talude pelo método abrangente .......................................... 26
2.5 - Resumo ............................................................................................................................ 29
CAPÍTULO 3.......................................................................................................................... 31
3 - Fundamentos Teóricos ........................................................................................................ 31
3.1 - Introdução ........................................................................................................................ 31
3.2 - Formulação das equações acopladas de equilíbrio e fluxo .............................................. 31
3.2.1 - Hipóteses adotadas........................................................................................................ 32
3.2.2 - Equações básicas........................................................................................................... 33
3.2.2.1 - Equação de continuidade da água .............................................................................. 33
viii
3.2.2.2 - Equações de equilíbrio do solo .................................................................................. 34
3.2.3 - Relações constitutivas e lei de movimento ................................................................... 35
3.2.3.1 - Relação constitutiva para a estrutura do solo............................................................. 35
3.2.3.2 - Relação constitutiva para a fase água ........................................................................ 36
3.2.4 - Equações diferenciais finais para a condição de deformação plana ............................. 37
3.2.5 - Solução numérica do sistema de equações acopladas................................................... 38
3.2.5.1 - Discretização espacial das equações de equilíbrio e continuidade da fase água ....... 38
3.2.5.2 - Discretização temporal do sistema de equações acopladas ....................................... 39
3.3 - Teoria geral do método da Programação Dinâmica......................................................... 41
3.3.1 - Formulação do método da programação dinâmica ....................................................... 42
3.3.2 - Restrição aplicada à forma da superfície crítica ........................................................... 48
3.4 - Resumo ............................................................................................................................ 49
CAPÍTULO 4.......................................................................................................................... 50
4 - Implementação e Validação do Programa COUPSO.......................................................... 50
4.1 - Introdução ........................................................................................................................ 50
4.2 - Descrição geral do programa COUPSO .......................................................................... 50
4.3 - Descrição geral do programa SAFE-DP .......................................................................... 51
4.4 - Implementação da rotina de otimização .......................................................................... 51
4.5 - Validação do programa COUPSO ................................................................................... 53
4.5.1 - Procedimento de análise ............................................................................................... 53
4.5.1.1 - Análise da estabilidade de final de construção .......................................................... 55
4.5.1.2 - Análise da estabilidade em condição de fluxo estacionário....................................... 59
4.6 - Resumo ............................................................................................................................ 62
CAPÍTULO 5.......................................................................................................................... 64
5 - Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável ........................................................ 64
5.1 - Introdução ........................................................................................................................ 64
5.2 - Procedimento de análise .................................................................................................. 64
5.3 - Apresentação e análise dos resultados ............................................................................. 65
5.3.1 - Final de construção ....................................................................................................... 66
5.3.2 - Fase de enchimento do reservatório.............................................................................. 69
5.3.3 - Fase de pós-enchimento do reservatório....................................................................... 73
5.3.3.1 - Estágio 1 – 58 dias após o enchimento do reservatório ............................................. 74
5.3.3.2 - Estágio 2 – 98 dias após o enchimento do reservatório ............................................. 79
ix
5.3.3.3 - Estágio 3 – 138 dias após o enchimento do reservatório ........................................... 83
5.4 - Resumo ............................................................................................................................ 87
CAPÍTULO 6.......................................................................................................................... 90
6 - Conclusões e Sugestões para Pesquisas Futuras................................................................. 90
6.1 - Conclusões ....................................................................................................................... 90
6.2 - Recomendações para pesquisas futuras ........................................................................... 91
APÊNDICE A ......................................................................................................................... 96
A - Descrição das Subrotinas do COUPSO ............................................................................. 96
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1 Esquema representativo: (a) e (b) Interpolação no centro dos quadrantes; (c) e (d)
elementos fictícios. .............................................................................................. 52
Figura 4.2 Seção transversal da barragem e discretização espacial utilizada no problema. . 55
Figura 4.3 Método da Programação Dinâmica - Programa COUPSO: FS Global – 4,220. . 56
Figura 4.4 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície circular – Programa
SLOPE/W: FS Global – 4,181............................................................................. 56
Figura 4.5 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície especificada - Programa
SLOPE/W: FS Global – 4,195............................................................................. 57
xi
Figura 4.6 Método da Programação Dinâmica - Programa COUPSO: FS Global – 4,220. . 57
Figura 4.7 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície circular – Programa
SLOPE/W: FS Global – 4,150............................................................................. 58
Figura 4.8 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície especificada - Programa
SLOPE/W: FS Global – 4,195............................................................................. 58
Figura 4.9 Método da Programação Dinâmica - Programa COUPSO: FS Global – 3,690. . 59
Figura 4.10 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície circular – Programa
SLOPE/W: FS Global – 3,849............................................................................. 60
Figura 4.11 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície especificada - Programa
SLOPE/W: FS Global – 3,719............................................................................. 60
Figura 4.12 Método da Programação Dinâmica - Programa COUPSO: FS Global – 2,861. . 61
Figura 4.13 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície circular – Programa
SLOPE/W: FS Global – 2,832............................................................................. 61
Figura 4.14 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície especificada - Programa
SLOPE/W: FS Global – 2,845............................................................................. 62
Figura 4.15 Distribuição de poropressão na condição de fluxo estacionário (kPa)................ 62
xii
Figura 5.11 Tensão normal média na fase de enchimento rápido do reservatório (kPa)........ 70
Figura 5.12 Deformações volumétricas na fase de enchimento rápido do reservatório. ........ 70
Figura 5.13 Superfície crítica do talude de montante na fase de enchimento rápido do
reservatório: FS global = 6,632. .......................................................................... 71
Figura 5.14 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante na fase de enchimento rápido do reservatório. ............................... 71
Figura 5.15 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante na
fase de enchimento rápido do reservatório.......................................................... 72
Figura 5.16 Superfície crítica do talude de jusante na fase de enchimento rápido do
reservatório: FS global = 2,592. .......................................................................... 72
Figura 5.17 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante na fase de enchimento rápido do reservatório. ................................... 72
Figura 5.18 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante na fase
de enchimento rápido do reservatório. ................................................................ 73
Figura 5.19 Modelo reológico da simulação do avanço da linha freática Cordão Neto,
2001).................................................................................................................... 74
Figura 5.20 Deformações devido a redução da rigidez no apoio (Cordão Neto, 2001). ........ 74
Figura 5.21 Poropressão 58,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ....................... 75
Figura 5.22 Deslocamentos 58,5 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 50
vezes. ................................................................................................................... 75
Figura 5.23 Tensão normal média 58,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ........ 76
Figura 5.24 Deformações volumétricas 58,5 dias após o enchimento do reservatório........... 76
Figura 5.25 Superfície crítica do talude de montante 58,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 1,409. .......................................................................... 77
Figura 5.26 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 58,5 dias após o enchimento do reservatório.................................. 77
Figura 5.27 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 58,5
dias após o enchimento do reservatório............................................................... 77
Figura 5.28 Superfície crítica do talude de jusante 58,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,598. .......................................................................... 78
Figura 5.29 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 58,5 dias após o enchimento do reservatório. .................................... 78
Figura 5.30 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 58,5
dias após o enchimento do reservatório............................................................... 78
xiii
Figura 5.31 Poropressão 98,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ....................... 79
Figura 5.32 Deslocamentos 98,5 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 30
vezes. ................................................................................................................... 79
Figura 5.33 Tensão normal média 98,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ........ 80
Figura 5.34 Deformações volumétricas 98,5 dias após o enchimento do reservatório........... 80
Figura 5.35 Superfície crítica do talude de montante 98,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 1,027. .......................................................................... 81
Figura 5.36 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 98,5 dias após o enchimento do reservatório.................................. 81
Figura 5.37 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 98,5
dias após o enchimento do reservatório............................................................... 81
Figura 5.38 Superfície crítica do talude de jusante 98,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,586. .......................................................................... 82
Figura 5.39 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 98,5 dias após o enchimento do reservatório. .................................... 82
Figura 5.40 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 98,5
dias após o enchimento do reservatório............................................................... 82
Figura 5.41 Poropressão 138,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ..................... 83
Figura 5.42 Deslocamentos 138,5 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 30
vezes .................................................................................................................... 84
Figura 5.43 Tensão normal média 138,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ...... 84
Figura 5.44 Deformações volumétricas na fase de final de construção.................................. 84
Figura 5.45 Superfície crítica do talude de montante 138,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 0,948. .......................................................................... 85
Figura 5.46 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 138,5 dias após o enchimento do reservatório................................ 85
Figura 5.47 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante
138,5 dias após o enchimento do reservatório..................................................... 86
Figura 5.48 Superfície crítica do talude de jusante 138,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,442. .......................................................................... 86
Figura 5.49 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 138,5 dias após o enchimento do reservatório. .................................. 86
Figura 5.50 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 138,5
dias após o enchimento do reservatório............................................................... 87
xiv
Figura 5.51 Superfícies críticas obtidas para o talude de jusante nas três fases analisadas.... 88
Figura 5.52 Superfícies críticas obtidas para o talude de montante nas três fases analisadas. 88
Figura 5.53 Variação do fator de segurança global para os taludes de montante e jusante nas
três fases analisadas............................................................................................. 89
Figura C.1 Deslocamentos 17,7 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 100
vezes. ................................................................................................................. 115
xv
Figura C.2 Deslocamentos 18,1 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 100
vezes. ................................................................................................................. 115
Figura C.3 Deslocamentos 18,3 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 100
vezes. ................................................................................................................. 116
Figura C.4 Deslocamentos 38,5 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 50
vezes. ................................................................................................................. 116
Figura C.5 Deslocamentos 78,5 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 40
vezes. ................................................................................................................. 116
Figura C.6 Deslocamentos 118,5 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 30
vezes. ................................................................................................................. 117
Figura C.7 Poropressão 17,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ..................... 117
Figura C.8 Poropressão 17,7 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ..................... 117
Figura C.9 Poropressão 18,1 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ..................... 118
Figura C.10 Poropressão 18,3 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ..................... 118
Figura C.11 Poropressão 38,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ..................... 118
Figura C.12 Poropressão 78,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ..................... 119
Figura C.13 Poropressão 118,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ................... 119
Figura C.14 Tensão normal média 17,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ...... 119
Figura C.15 Tensão normal média 17,7 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ...... 120
Figura C.16 Tensão normal média 18,1 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ...... 120
Figura C.17 Tensão normal média 18,3 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ...... 120
Figura C.18 Tensão normal média 38,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ...... 121
Figura C.19 Tensão normal média 78,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). ...... 121
Figura C.20 Tensão normal média 118,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa). .... 121
Figura C.21 Deformações volumétricas 17,5 dias após o enchimento do reservatório......... 122
Figura C.22 Deformações volumétricas 17,7 dias após o enchimento do reservatório......... 122
Figura C.23 Deformações volumétricas 18,1 dias após o enchimento do reservatório......... 122
Figura C.24 Deformações volumétricas 18,3 dias após o enchimento do reservatório......... 123
Figura C.25 Deformações volumétricas 38,5 dias após o enchimento do reservatório......... 123
Figura C.26 Deformações volumétricas 78,5 dias após o enchimento do reservatório......... 123
Figura C.27 Deformações volumétricas 118,5 dias após o enchimento do reservatório....... 124
Figura C.28 Superfície crítica do talude de montante 17,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 6,586. ........................................................................ 124
Figura C.29 Superfície crítica do talude de montante 17,7 dias após o enchimento do
xvi
reservatório: FS global = 6,237. ........................................................................ 124
Figura C.30 Superfície crítica do talude de montante 18,1 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 6,230. ........................................................................ 125
Figura C.31 Superfície crítica do talude de montante 18,3 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 6,220. ........................................................................ 125
Figura C.32 Superfície crítica do talude de montante 38,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,526. ........................................................................ 125
Figura C.33 Superfície crítica do talude de montante 78,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 1,168. ........................................................................ 126
Figura C.34 Superfície crítica do talude de montante 118,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 1,010. ........................................................................ 126
Figura C.35 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 17,5 dias após o enchimento do reservatório................................ 127
Figura C.36 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 17,5
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 127
Figura C.37 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 17,7 dias após o enchimento do reservatório................................ 128
Figura C.38 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 17,7
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 128
Figura C.39 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 18,1 dias após o enchimento do reservatório................................ 128
Figura C.40 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 18,1
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 129
Figura C.41 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 18,3 dias após o enchimento do reservatório................................ 129
Figura C.42 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 18,3
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 129
Figura C.43 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 38,5 dias após o enchimento do reservatório................................ 130
Figura C.44 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 38,5
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 130
Figura C.45 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 78,5 dias após o enchimento do reservatório................................ 130
Figura C.46 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 78,5
xvii
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 131
Figura C.47 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 118,5 dias após o enchimento do reservatório.............................. 131
Figura C.48 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante
118,5 dias após o enchimento do reservatório................................................... 131
Figura C.49 Superfície crítica do talude de jusante 17,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,592. ........................................................................ 132
Figura C.50 Superfície crítica do talude de jusante 17,7 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,591. ........................................................................ 132
Figura C.51 Superfície crítica do talude de jusante 18,1 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,589. ........................................................................ 133
Figura C.52 Superfície crítica do talude de jusante 18,3 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,589. ........................................................................ 133
Figura C.53 Superfície crítica do talude de jusante 38,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,597. ........................................................................ 133
Figura C.54 Superfície crítica do talude de jusante 78,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,590. ........................................................................ 134
Figura C.55 Superfície crítica do talude de jusante 118,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,576. ........................................................................ 134
Figura C.56 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 17,5 dias após o enchimento do reservatório. .................................. 135
Figura C.57 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 17,5
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 135
Figura C.58 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 17,7 dias após o enchimento do reservatório. .................................. 136
Figura C.59 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 17,7
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 136
Figura C.60 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 18,1 dias após o enchimento do reservatório. .................................. 136
Figura C.61 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 18,1
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 137
Figura C.62 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 18,3 dias após o enchimento do reservatório. .................................. 137
Figura C.63 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 18,3
xviii
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 137
Figura C.64 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 38,5 dias após o enchimento do reservatório. .................................. 138
Figura C.65 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 38,5
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 138
Figura C.66 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 78,5 dias após o enchimento do reservatório. .................................. 138
Figura C.67 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 78,5
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 139
Figura C.68 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 118,5 dias após o enchimento do reservatório. ................................ 139
Figura C.69 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 118,5
dias após o enchimento do reservatório............................................................. 139
xix
LISTA DE TABELAS
xx
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURA E ABREVIAÇÕES
Fs Fator de segurança
FW Vetor de força relacionado com a fase água
G Função de retorno
G Módulo cisalhante
H Módulo elástico do solo com relação a variações de sucção
Hw Módulo volumétrico da água com relação a variações de sucção
H Função ótima no ponto de estado
H Altura do talude
H Vetor constitutivo que relaciona deformações com sucção
h1, h2, h3 Termos do vetor constitutivo que relaciona tensões totais líquidas com
sucção
xxi
h Carga hidráulica
Hx, Hy, Hz Termos do vetor constitutivo que relacionam deformações com sucção
Hs Vetor de termos constitutivos que relacionam deformações com sucção
HW Matriz de condutância
Ja Razão de massa de ar fluindo através da massa do solo
K0 Coeficiente de empuxo em repouso
kxw , kyw kzw Condutividade hidráulica nas direções x, y e z respectivamente
kr Condutividade hidráulica relativa
l Comprimento de um segmento
L Comprimento total
m Metro
min Mínimo
m1s Compressibilidade da estrutura do solo em relação a variações de tensões
totais líquidas
m1w Compressibilidade da fase água em relação a variações de tensões totais
líquidas
s
m2 Compressibilidade da estrutura do solo em relação a variações de sucção
m2w Compressibilidade da fase água em relação a variações de sucção
n Número de estágios
n Número de segmentos
n Porosidade
N Função interpoladora
Pa Pascais
R Resistência ao cisalhamento
S Tensão de cisalhamento
S Grau de saturação
S Contorno do domínio
t Variável tempo
TW Matriz de massa de água
u Deslocamento na direção x
u Taxa de deslocamento com o tempo na direção x
ua Pressão de ar
(ua - uw) Sucção
xxii
uw Pressão de água
u w Taxa de variação da pressão de água com o tempo
v Deslocamento na direção y
v Taxa de deslocamento com o tempo na direção y
V0 Volume total inicial
Va Volume de ar
Vv Volume de vazios
vxa, vya, vza Velocidades do ar no sentido da lei de Darcy, nas direções x, y e z
respectivamente
vxw, vyw, vzw Velocidades da água no sentido da lei de Darcy, nas direções x, y e z
respectivamente
Vw Volume de água
w Umidade
w Deslocamento na direção z
w Vetor de incógnitas do modelo numérico
WK Matriz de acoplamento
x Coordenada na direção x
y Coordenada na direção y
y Elevação
z Coordenada na direção z
α Ângulo medido entre a direção x e um plano qualquer
βw1, βw2 Parâmetros constitutivos de acoplamento entre equilíbrio e fluxo
χ Parâmetro constitutivo da equação de Bishop
χx, χy, χz Coeficientes de anisotropia nas direções x, y e z respectivamente
∆t Variação de tempo
εv Deformação volumétrica
εx, εy, εz Deformação nas direções x, y e z respectivamente
Φ Função de forma
φ’ Ângulo de atrito efetivo
φb Ângulo de atrito em relação à sucção
γ Peso específico do solo
γa Peso específico da fase ar
xxiii
γxy Deformação cisalhante no plano x, e na direção y
γxz Deformação cisalhante no plano x, e na direção z
γyz Deformação cisalhante no plano y, e na direção z
γw Peso específico da fase água
λ Tolerância admitida para a convergência do fator de segurança
µ Coeficiente de Poisson
µf Coeficiente de Poisson para o solo saturado
µs Coeficiente de Poisson para o solo saturado
µu Coeficiente de Poisson para o solo com elevada sucção
θ Valor que define o esquema de integração no tempo das equações
diferenciais
ρw Densidade da água
ρa Densidade absoluta do ar
σ* Vetor de tensões totais líquida
σ’ Tensão efetiva
σα Tensão normal no plano α
σn Tensão normal
σxx Tensão normal total no plano x e direção x
σyy Tensão normal total no plano y e direção y
σzz Tensão normal total no plano z e direção z
σ1 Tensão principal maior
σ2 Tensão principal intermediária
σ3 Tensão principal menor ou tensão de confinamento
σc Tensão total de confinamento
σf Tensão total normal no plano de ruptura, na ruptura
σh Tensão total horizontal
σmédia Tensão total média
σv Tensão total vertical
σx, σy, σz Tensões normais totais nas direções x, y e z respectivamente
(σ - uw) Tensão efetiva
(σ - ua) Tensão total líquida
xxiv
τ Tensão de cisalhamento
τα Tensão de cisalhamento no plano α
τf Resistência ao cisalhamento
xxv
Capítulo 1 – Introdução
CAPÍTULO 1
Introdução
A análise de estabilidade de taludes é uma das tarefas mais comuns e importantes na prática
da engenharia geotécnica. Vários métodos de Equilíbrio Limite foram propostos para resolver
o problema de estabilidade de taludes, como por exemplo, o método de Bishop (1955),
Morgenstern & Price (1965), Spencer (1967), Janbu (1973), Fredlund (1980). Entretanto,
esses métodos ignoram o comportamento tensão deformação do solo, assumindo que a
ruptura ocorre simultaneamente em todos os pontos da superfície crítica de deslizamento.
Assim, o mecanismo de ruptura não é completamente entendido e, portanto, apesar de
amplamente aceitos na prática geotécnica, são inadequados para situações envolvendo
complexo histórico de tensões.
Uma das deficiências dos métodos de Equilíbrio Limite está na incerteza quanto a distribuição
das forças normais na base da superfície. Essa deficiência é superada pelo envolvimento do
método dos elementos finitos não avaliação do estado de tensão do maciço. Tal envolvimento
foi classificado por Naylor (1982) como método melhorado. Embora haja uma significativa
melhora do método de Equilíbrio Limite quando se utiliza uma análise de tensões por
elementos finitos, ainda assim a forma do mecanismo de ruptura é assumida.
Pelas razões descritas acima, pesquisas com relação à análise de estabilidade de taludes têm
sido desenvolvidas continuamente. O método da Programação Dinâmica proposto por Baker
(1980) dá um importante avanço na direção do entendimento do mecanismo de ruptura, já que
a superfície crítica é resposta e não entrada do problema. Alguns trabalhos recentes
examinaram a aplicabilidade do método da Programação Dinâmica acoplado a uma análise de
tensões por elementos finitos (Yamagami & Ueta , 1988; Zou et al., 1995; Pham et al., 2002).
O método dos elementos finitos é um poderoso método numérico que tem sido utilizado para
resolver uma variedade de problemas de engenharia. Situações de fluxo transiente, onde o
maciço se encontra parcialmente saturado, carecem de procedimentos que permitam a
1
Capítulo 1 – Introdução
estimativa do risco de deslizamento. Um dos problemas que requer uma análise numérica
devido a sua complexidade e a falta de uma solução exata é análise de percolação transiente
em barragem metaestável. Esse tipo de barragem, devido a deficiências no processo de
compactação, é comumente construído no nordeste brasileiro e tem importância vital para o
combate à seca na região. O comportamento mecânico e as propriedades hidráulicas do
maciço são continuamente alterados num processo dinâmico a medida que a água flui. O solo
sofre variação de volume em resposta a mudança na tensão total e na sucção mátrica. A
mudança de volume altera o processo de fluxo transiente e a ruptura pode ocorrer antes que se
chegue ao estado de fluxo estacionário. Assim, esse tipo de problema requer uma análise
acoplada das equações de equilíbrio e fluxo na avaliação do estado de tensão do maciço
durante o processo transiente. Além disso, deve-se buscar uma ferramenta que seja capaz de
avaliar a estabilidade do maciço ao longo do processo. Nesse sentido o método da
Programação Dinâmica tem se mostrado uma poderosa ferramenta, haja visto que parte do
princípio da busca otimizada dentro do estado de tensão fornecido pelo problema, procurando
identificar o mecanismo de ruptura e seu correspondente fator de segurança.
2
Capítulo 1 – Introdução
para o solo não saturado. Além disso, os métodos de análise de estabilidade são
apresentados enfocando as suas virtudes e deficiências;
3
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
CAPÍTULO 2
Revisão Bibliográfica
2.1 - Introdução
Neste capítulo são apresentados conceitos clássicos e amplamente difundidos na mecânica dos
solos como o conceito de tensão efetiva de Terzaghi para solos saturados. Também se
apresenta de forma sucinta algumas tentativas de se obter uma expressão para tensão efetiva
de solos não saturados. O conceito de superfícies de estado proposto por Mathias e
Radhakrishna (1968) para solos não saturados é apresentado de forma ilustrativa mostrando-
se a transição do solo de um estado não saturado para o estado saturado. Este conceito é de
extrema importância para se entender o comportamento do solo, quando se avalia o estado de
tensão necessário, para a análise de estabilidade durante um processo transiente. Também são
apresentadas as relações constitutivas para um solo não saturado propostas por Fredlund
(1979) de forma a seguir a linha de desenvolvimento teórico apresentado no Capítulo 3.
Ainda neste capítulo é feita uma revisão dos métodos de análise de estabilidade de talude de
terra. Os métodos são apresentados em grupos difundidos na literatura como: método do
equilíbrio limite (M.E.L), análise por elementos finitos e os métodos abrangentes como, por
exemplo, o método da programação dinâmica proposto por Baker (1980).
Terzaghi (1936) apresentou o mais conhecido conceito da mecânica dos solos para solos
saturados, o conceito de tensão efetiva:
“As tensões em qualquer ponto de uma secção através de uma massa de solo podem ser
4
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
computadas das tensões totais principais σ 1 , σ 2 , σ 3 que atuam neste ponto. Se os vazios do
solo estão preenchidos com água sob uma tensão, uw , as tensões totais principais consistem
de duas partes. Uma parte, uw , atua na água e no solo em todas as direções com igual
σ ' = σ − uw (2.1)
onde:
A validade da tensão efetiva como variável de estado de tensão tem sido bem aceita e foi
verificada experimentalmente (Rendulic, 1936; Bishop & Eldin, 1950; Laughton, 1955;
Skempton, 1961), citados por Fredlund & Rahardjo (1993). Entretanto, Lambe & Whitman
(1959), citados por Pereira (1996), conduziram uma análise sob o princípio das tensões
efetivas e concluíram que do ponto de vista teórico este era válido para solo granulares e
mencionou a necessidade de mais pesquisas acerca de sua validade para solos finos,
principalmente pelo fato de se desconhecer as áreas de contato nesses solos e a adesão entre
partículas.
2.2.1 - Deformabilidade
5
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Para um solo isotrópico, linear elástico, as relações constitutivas nas direções x, y, e z têm a
forma incremental, respectivamente, de acordo com as Eqs (2.2), (2.3), (2.4):
d (σ x − uw ) µ
dε x = − d (σ y + σ z − 2uw ) (2.2)
E E
d (σ y − uw ) µ
dε y = − d (σ x + σ z − 2uw ) (2.3)
E E
d (σ z − uw ) µ
dε z = − d (σ x + σ y − 2uw ) (2.4)
E E
onde:
σy
, tensão normal total na direção y;
σ z , tensão normal total na direção z;
dτ xy dτ yz dτ zx
dγ xy = ; dγ yz = ; dγ zx = (2.5)
G G G
onde:
6
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Para um solo saturado, a resistência ao cisalhamento pode ser descrita pelas diversas
combinações críticas da tensão normal efetiva com a tensão de cisalhamento. Essas
combinações descrevem uma envoltória conhecida na mecânica dos solos como envoltória de
ruptura de Mohr-Coulomb. A utilização do princípio das tensões efetivas de Terzaghi (1936)
com o critério de ruptura de Mohr-Coulomb têm provado ser satisfatória na prática associada
a solo saturado.
O fluxo de água em um solo saturado é comumente descrito pela lei de Darcy. Esta lei
generalizada para a condição 3-D esta lei é escrita conforme a Eq. (2.6). O sinal negativo
indica que a carga hidráulica diminui quando a água flui na direção considerada.
∂h ∂h ∂h
vxw = −k xw ; v yw = − k yw ; vzw = − k zw . (2.6)
∂x ∂y ∂z
onde:
∂h ∂h ∂h
, , , gradientes de carga hidráulica nas direções x, y e z, respectivamente.
∂x ∂y ∂z
A lei de Darcy mostra que a solução de problemas de fluxo necessita da quantificação das
propriedades hidráulicas do solo. Terzaghi e Peck (1967) apresentaram uma equação que foi
sugerida por Casagrande, e que expressa o coeficiente de permeabilidade do solo em termos
de índice de vazios. Lambe & Whitman (1969) também apresentaram uma equação obtida por
Kozeny-Carman e que também expressam a permeabilidade do solo em termos do índice de
vazios.
Lambe & Whitman (1969) enfatizam a influência da estrutura do solo sobre a magnitude da
permeabilidade tanto do ponto de vista da microestrutura, isto é arranjo interno das partículas,
quanto do ponto de vista macroestrutura, estratificação do maciço, e ressaltam a importância
de se reproduzir em laboratório as condições identificadas in situ.
7
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
São vários os materiais encontrados na prática da engenharia geotécnica que não se encontram
saturados. Assim, a mecânica dos solos subdivide-se em mecânica dos solos saturados e dos
solos não saturados.
Um solo não saturado é comumente reconhecido como tendo três fases: fase sólida, fase água
e fase ar. Fredlund & Rahardjo (1993) reconhecem a existência de uma quarta fase: a
interface ar-água, película contráctil, que se comporta como uma membrana elástica, muito
embora ela possa ser desprezada se o seu volume for muito pequeno em relação ao volume da
fase água. Eles justificam a existência desta mostrando que as suas características são bem
definidas como:
Os problemas de interesse da mecânica dos solos não saturados são os mesmos de interesse da
mecânica dos solos saturados tais como: construção e operação de barragens de terra,
estabilidade de escavações e taludes naturais, empuxo de terra, capacidade de carga de
fundações superficiais, dentre outros. Assim, do ponto de vista do comportamento, um solo
não saturado pode ser visualizado como um sistema de fases das quais duas chegam ao
equilíbrio quando da aplicação de um gradiente de tensão (partícula do solo e película
contráctil), e duas fases fluem quando aplicado tal gradiente (fase ar e fase água).
Nas seções seguintes será feita uma breve revisão da teoria geral desenvolvida para os solos
não saturados, enfocando o comportamento mecânico de deformabilidade e resistência, bem
como as propriedades hidráulicas. Procura-se evidenciar o aspecto geral da teoria
desenvolvida, onde o solo saturado enquadra-se como caso particular de um solo não
saturado.
Solos não saturados podem experimentar colapso ou expansão quando caminham em direção
à saturação. A natureza expansiva do solo é melhor observada nas camadas superficiais, as
quais estão mais sujeitas às variações sazonais. Tais variações provocam, de forma reversível,
a mudança de volume do mesmo (expansão e contração). Já os solos colapsíveis têm
8
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Bishop (1959) tentou estender o princípio das tensões efetivas para o solo não saturado,
modificando a equação de Terzaghi e introduzindo a poropressão de ar e um parâmetro que
depende do grau de saturação do solo conforme mostrado na Eq. (2.7):
onde:
χ , parâmetro de Bishop;
ua , poropressão de ar.
Na Eq. (2.7), χ representa a fração dos vazios ocupada por água. Para o solo seco χ = 0 e
para o solo saturado χ = 1 . Para valores intermediários o parâmetro χ é influenciado pelo
grau de saturação, sucção mátrica, teor de água, tipo de solo e histórico de tensões.
Praticamente todos os fatores que controlam o comportamento de deformação e resistência
estão presente no parâmetro χ (Lloret & Alonso, 1980).
Morgenstern (1979) declarou que: “A tensão efetiva é uma variável de tensão e, portanto,
relacionada somente a considerações de equilíbrio. Enquanto a Eq. (2.7) contém um
parâmetro, χ , que assume um comportamento constitutivo. O parâmetro χ é avaliado
assumindo-se que o comportamento do solo pode ser expresso unicamente em termos da
variável de estado de tensão efetiva, comparando-se o comportamento do solo não saturado
com o comportamento do solo saturado para calcular χ . Normalmente as relações
9
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
O Reexame das equações propostas para expressar a tensão efetiva de um solo não saturado,
levou alguns pesquisadores a sugerir o uso das variáveis independentes de estado de tensão
(σ − ua ) e (ua − uw ) para descrever o comportamento mecânico do solo não saturado.
Matyas & Radhakrishna (1968) utilizaram uma mistura de “pedrisco e caolin” para
determinação das superfícies de estado. Esse material mostrou-se essencialmente colapsível, o
que serviu para demonstrar a limitação do uso da equação de Bishop e confirmou o adequado
uso de duas variáveis de estado de tensão na formulação do comportamento mecânico do solo
não saturado.
Fredlund & Morgenstern (1977) realizaram uma série de ensaios, oedométrico e triaxial,
controlando a variação de volume para demonstrar a adequabilidade das seguintes alternativas
de variáveis de estado de tensão para um solo não saturado: 1) (σ − ua ) e (ua − uw ) ;
2) (σ − uw ) e (ua − uw ) ; 3) (σ − ua ) e (σ − uw ) .
10
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Saturação a Volume Sr %
Constante
e Trajetória a Sucção A’ 100%
Expansão Saturação a
A(e0, Sr0) Constante
B’’ Volume Constante
Saturação a Volume Saturação a σa
Constante Trajetória com Conteúdo Constante B’
de Água Constante
AS A’ Linha de Trajetória com
Trajetória de Saturação
uc=ua-uw Saturação Conteúdo de Água
(Adensamento)
Constante
B Plano σa C’
B2 B1
Saturação a Volume
B1 B2 A(e0, Sr0)
Constante
C
B’ B3 B
Saturação a σa B4 C1
Constante B’’
C1 C uc=ua-uw
Desaturação a σa
Constante C’ Trajetória a
σ = σ-ua Sucção Constante
σa = σ-ua Plano σa Plano uc
(a) (b)
2.3.1.1 - Deformabilidade
Para descrever adequadamente a variação de volume de um solo não saturado, apenas duas
das três variáveis de estado de deformação precisam ser medidas, enquanto a terceira pode ser
calculada. Na prática a variável de estado de deformação associada à estrutura do solo
( ∆Vv V0 ) e à fase água ( ∆Vw V0 ) são medidas, enquanto a variação de volume da fase ar
( ∆Va V0 ) é calculada.
11
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
d (σ x − ua ) µ d (ua − uw )
dε x = − d (σ y + σ z − 2ua ) + (2.8)
E E H
d (σ y − ua ) µ d (ua − uw )
dε y = − d (σ x + σ z − 2ua ) + (2.9)
E E H
d (σ z − ua ) µ d (ua − uw )
dε z = − d (σ x + σ y − 2ua ) + (2.10)
E E H
dVw d (σ x − ua ) d (σ y − ua ) d (σ z − ua ) d (ua − uw )
= + + + (2.11)
V0 Ew Ew Ew Hw
onde:
As Eqs (2.8) a (2.11) podem ser aplicadas, por meio de um procedimento incremental, a uma
análise tensão deformação não linear. Sendo H w dependente da trajetória de sucção mátrica,
isto é, secagem ou molhagem, a Eq. (2.11) apresenta histerese.
12
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
dVv
dε v = = m1S d (σ média − ua ) + m2S d (ua − uw ) (2.12)
V0
dVw
= m1W d (σ média − ua ) + m2w d (ua − uw ) (2.13)
V0
onde:
dε v = dε x + dε y + dε z ;
σ média = (σ x + σ y + σ z ) / 3 ;
3(1 − 2µ )
m1S = , é o coeficiente de variação volumétrica com relação à tensão normal líquida;
E
3 1 1 1
m2S = = + + , é o coeficiente de variação volumétrica com relação à sucção
H Hx Hy Hz
mátrica;
3
m1W = , é o coeficiente de variação volumétrico da água com relação à tensão normal
EW
líquida;
1
m2W = , é o coeficiente de variação volumétrico da água com relação à sucção mátrica.
HW
13
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Vw
Vv Vo
v Vo
d(u a - u w)
d(u a - u w ) d( médio - ua) Vw / Vo
Vv / Vo Vw / Vo (u a - u w )
d( médio - ua)
(u a - u w) ( médio - u a )
Vv / Vo
( médio- ua )
Sucção mátrica
uida
a Sucção mátrica r m al líq) (u a - u w )
quid n o u
al lí ) (u a - u w ) são ( médio - a
n or m Ten
ua
são ( mé dio -
Ten (a) (b)
Figura 2.2 Superfícies constitutivas para um solo não saturado: (a) superfície constitutiva da
estrutura do solo, (b) superfície constitutiva da fase água (Fredlund &
Rahardjo,1993).
2.3.1.2 - Resistência
A resistência ao cisalhamento de um solo não saturado pode ser formulada em termos das
variáveis independentes de estado de tensão. Quaisquer das três possíveis combinações,
(σ − ua ) e (ua − uw ) ; (σ − uw ) e (ua − uw ) ; (σ − ua ) e (σ − uw ) , podem ser usadas para a
onde:
14
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
A Eq (2.14) define um plano conforme mostrado na Fig. 2.3. A locação dos círculos de Mohr,
no gráfico tridimensional, é função da sucção. A superfície tangente aos círculos de Mohr na
ruptura é referida como envoltória de ruptura estendida de Mohr-Coulomb para solos não
saturados. A Fig. 2.3 também mostra que a interseção da envoltória de ruptura estendida com
o plano formado por τ e (ua − uw ) define uma reta conforme a Eq. (2.15). Onde c é o
intercepto de coesão total.
A Eq. (2.15) mostra que o solo não saturado pode ser visualizado com tendo duas
componentes de coesão. Quando a sucção tende a zero a Eq. (2.14) reverter-se-á para a
equação de resistência de um solo saturado. Portanto, uma transição suave entre a condição
não saturada e a saturada é observada. Também pode ser observado que a equação de
resistência ao cisalhamento traz a mesma forma em ambos os casos. Isto que dizer que a
mesma equação para o fator de segurança pode ser usada tanto para o solo saturado quanto
para o solo não saturado, fazendo a coesão função da sucção (Fredlund,1985).
Para os solos estáveis c' e φ ' são constantes (Gan & Fredlund, 1978). Para um solo
metaestável, espera-se um comportamento não linear para os paramentos de resistência c' ,φ ' e
φb .
de Mohr-Coulomb
ri c
'
- u át
m
w)
ã (u o
Tensão de cisalhamento,
cç
a
Su
b
(u a - u w)f tg
c'
'
c'
0 Tensão normal líquida, - ua
Figura 2.3 Envoltória de ruptura estendida de Mohr-Coulomb para solos não saturados
(Fredlund & Rahardjo, 1993).
15
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
A análise do escoamento de um fluido requer uma lei para relacionar a taxa de escoamento
com o potencial de transporte, usando-se coeficientes apropriados (Fredlund & Rahardjo,
1993). A água flui de um ponto de maior carga total para um ponto de menor carga total, sem
levar em conta se as cargas de pressão são positivas ou negativas. O fluxo de ar, como uma
fase contínua, é governado pela concentração ou gradiente de pressão. O gradiente de pressão
é comumente o mais considerado como potencial de transporte para a fase ar. O movimento
relativo do ar e da água através de um meio poroso não saturado é função da porosidade, grau
de saturação, distribuição de poros, propriedades específicas dos fluidos como densidade e
viscosidade.
A Fig. 2.4 ilustra de forma qualitativa a dependência do fluxo de água e ar, através de um solo
não saturado, com o grau de saturação. A permeabilidade da fase ar decresce com o acréscimo
do teor volumétrico de água ou grau de saturação. Entretanto, como ilustrado na Fig. 2.4.b a
permeabilidade do ar permanece significativamente maior que a permeabilidade da água para
todos os teores de água no solo. Portanto, a maior parte dos problemas envolvendo solos não
saturados considera o ar em pressão atmosférica constante desde que o gradiente de pressão
seja rapidamente dissipado.
Permeabilidade relativa (k rw, kra)
1,0
Coeficiente de Permeabilidade
10E-3
(ua - uw) = 62 kPa
10E-4
(ua - uw) = 7 kPa
10E-5
ka e kw (m/s)
10E-6
10E-7
0,5 kra (ua - uw) = 0
10E-8
ka
10E-9
krw Padrão AASHTO
10E-10 Teor Ótimo de Água
10E-11 kw
0,0 10E-12
Swo Sao 8 9 10 11 12 13 14
(a) (b)
16
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
A água pode ser visualizada como fluindo somente através dos poros do solo preenchidos
com água. Os poros preenchidos com ar não permitem o fluxo da água. Logo os poros
preenchidos com ar num solo não saturado comportam-se, do ponto de vista do fluxo de água,
como se fossem partículas sólidas. Portanto, quando o solo torna-se não saturado o ar ocupa
primeiro os poros maiores, forçando a água fluir pelos poros menores aumentando o caminho
de percolação da mesma.
Fredlund & Rahardjo (1993) citam o trabalho de Childs & Collis-George (1950) que
comprovam a aplicabilidade da lei de Darcy para solos não saturados. Sendo a condutividade
hidráulica função do índice de vazios e do grau de saturação (ou teor de água).
Segundo Lloret & Alonso (1980) a variação da permeabilidade com o grau de saturação não é
bem estabelecida, mas dados disponíveis sugerem um rápido decréscimo da permeabilidade
quando a saturação decresce. Os autores sugerem a Eq. (2.16) onde combinam os efeitos do
índice de vazios e grau de saturação.
Lloret & Alonso (1980) informam que a Eq. (2.16) foi baseada em um modelo apresentado
por Bear (1972) para um solo não saturado.
k w = k w ( S , e0 )10( e − e0 ) / α (2.16)
onde:
α , inclinação da relação linear log10 k w versus e para S constante. É sugerido que α pode
ser obtido para S =1 usando-se o ensaio oedométrico.
17
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
van Genuchten (1980) apresentou Eq. (2.17) baseada no modelo de previsão de condutividade
hidráulica de Mualem (1976).
onde:
van Genuchten (1980) comparou os resultados obtidos pela Eq. (2.17) com os dados
experimentais de cinco solos com ampla faixa de variação da condutividade hidráulica,
obtendo bons resultados de previsão da condutividade hidráulica para um solo não saturado.
A lei de Fick é geralmente usada para descrever a difusão de gases através de líquidos. Uma
forma modificada da lei de Fick é usualmente aplicada para descrever o fluxo de ar através de
um meio poroso não saturado conforme mostra a Eq. (2.18).
∂ua
J a = Da*. (2.18)
∂y
onde:
∂ua
, gradiente de poropressão de ar na direção y (similarmente na direção x e z);
∂y
∂[ ρ a (1 − S )n]
Da* = Da . , coeficiente de transmissão, função das propriedades do solo (S,n), da
∂ua
18
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
resistência disponível
F= (2.19)
resistência mobilizada
Segundo Tavenas et al. (1980) a relação acima é aplicada em engenharia geotécnica de várias
formas. Na análise de aterros, fundações ou taludes, tanto a resistência ao cisalhamento como
o carregamento são funções da geometria do problema. Assim, a Eq. (2.19) não pode ser
escrita em uma forma explicita.
Métodos numéricos têm sido desenvolvidos para tratar casos em que a Eq. (2.19) é aplicada
em análise de problemas geotécnicos de forma local e global simultaneamente. Assim, por
meio de processos iterativos a Eq. (2.19) é resolvida para o problema analisado.
Extensivos estudos foram empreendidos nessa área e uma variedade de formulações que
generalizam o fator de segurança foram desenvolvidas. Dentre estas as de Bishop (1955),
Morgenstern & Price (1965), Spencer (1967), Janbu (1973), Fredlund (1980). Embora esses
métodos sejam simples e populares, eles são incompleto devido ao fato de a forma da
superfície de ruptura ter que ser assumida de antemão. Também ignora o comportamento
tensão deformação do solo e são inadequados para as situações envolvendo complexo
histórico de tensões. Os métodos de equilíbrio limite assumem que o fator de segurança é o
mesmo para todas as fatias, portanto, inapropriado exceto no momento em que a ruptura
ocorre ao longo da superfície.
19
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Uma das maiores deficiências dos métodos de equilíbrio limite é o fato de ignorar o
comportamento tensão deformação do solo. Essa limitação pode ser superada pelo uso do
método dos elementos finitos como ferramenta de análise desse comportamento, tornando a
condição de equilíbrio limite, aplicada a uma superfície, mais significativa quando da
avaliação das forças atuantes e resistentes.
Segundo Pham (2002) existem cinco abordagens propostas onde o método dos elementos
finitos é usado na análise de estabilidade de taludes. Três desses métodos usam as tensões
produzidas pelo método dos elementos finitos para definir o fator de segurança e são
referenciados como métodos melhorados. Os outros dois métodos usam as deformações para
definir o fator de segurança e são referidos como métodos diretos (Naylor, 1982).
Segundo Baker & Garber (1978) o cálculo do fator de segurança requer informações com
relação a duas funções. A primeira função é a equação da superfície potencial de
escorregamento (forma da superfície), que é chamada de função cinemática. A segunda
representa a distribuição das tensões ao longo dessa superfície ou algumas propriedades das
forças atuando no plano vertical, essa chamada de função de tensão. De acordo com Baker &
Garber (1978) a primeira tentativa de se formular um problema de estabilidade de taludes
como um problema de cálculo variacional, em termos de duas funções não especificadas, foi
feito por Kopacsy (1955) e posteriormente por Revilla & Castillo (1977). Métodos que
resolvam problemas de estabilidade de taludes em termos de superfície de ruptura e do fator
de segurança simultaneamente, fazendo uso de formulações matemáticas ou técnicas de
otimização, são chamados de métodos completos. Esses métodos podem ser classificados
como métodos abrangentes. O fator de segurança associado à superfície é calculado usando-
se a teoria de equilíbrio limite.
20
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Em 1955, em Oslo na Noruega foi registrada a maior ruptura de talude que se tinha registro à
época. O Instituto de Geotecnia da Noruega analisou esse clássico caso histórico reportado na
literatura. Os métodos de análise de estabilidade disponíveis na época foram utilizados para
verificar o fator de segurança e a locação da superfície de ruptura. Os resultados mostraram
que o até então desconhecido método de Bishop Simplificado foi o que forneceu os melhores
resultados. Bishop (1955) apresentou a teoria geral de análise de estabilidade em um trabalho
intitulado “The use of the slip circle in the stability analysis of slopes”. Segundo Bishop
(1955) a forma e a locação da superfície de ruptura é influenciada pela distribuição de
poropressão e pela variação dos parâmetros de resistência do talude. Portanto, uma solução
21
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
analítica generalizada não é possível e uma solução numérica é requerida em cada caso
individualmente. Ele afirma ainda que “A determinação mais rigorosa da forma da superfície
mais crítica apresenta muitas dificuldades na prática e uma forma simplificada, usualmente
um arco circular, é adotada e o problema é assumido ser de deformação plana”.
Basicamente o método de Bishop Simplificado consiste em considerar a resultante das forças
atuantes nas laterais das fatias como sendo horizontais ou seja, as forças cisalhantes nas
laterais das fatias são consideradas nulas. O fator de segurança é expresso em termos de
momento, assim como no método Ordinário (Fellenius), somente os equilíbrios estáticos das
forças na direção vertical e dos momentos são satisfeitos.
22
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
20 do terreno
f(x) = X/E
Linha de empuxo de tensão
10
0 10 20 30 40 50 10 20 30 40 50
Distância (m) Distância (m)
(a) (b)
Figura 2.5 Típicas funções de forças entre fatias: a) geometria mostrando a linha de empuxo,
b) possíveis funções de forças entre fatias (Ching & Fredlund, 1983).
Spencer (1967) derivou duas equações para o fator de segurança. Uma baseada no somatório
de momentos em torno de um ponto comum e a outra baseada no somatório das forças na
direção paralela às forças entre fatias. O método de Spencer assume que a resultante das
forças nas laterais das fatias estão atuando numa direção inclinada de um ângulo θ com a
horizontal e com relação constante entre a tensão cisalhante, X , e tensão normal, E .
Portanto, o valor de θ tem de satisfazer às duas equações para o fator de segurança. O método
de Spencer é referenciado na literatura como sendo um método rigoroso, pois satisfaz todas as
equações de equilíbrio da estática.
λf ( x ) = X / E (2.20)
onde:
No método de Morgenstern-Price algumas funções, f (x) , podem ser usadas para descrever a
relação entre as tensões cisalhante e normal na lateral das fatias através da massa do solo
conforme pode ser visto na Fig. 2.6. Para uma função constante, Fig. 2.6a, o método de
Morgenstern-Price é o mesmo método de Spencer. O fator de segurança é expresso usando-se
o somatório das forças nas direções normal e tangencial à base da fatia, e de momento em
torno de um ponto comum, mesmo que a superfície seja composta.
23
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
0 0 0
E x D E x D E x D
(a) (b) (c)
f(x) = trapezoidal f(x) = especificada
1 1
f(x) f(x)
Figura 2.6 Variação funcional da direção das forças entre fatias com relação à direção x
(Fredlund & Krahn, 1977).
Pham (2002) referencia um trabalho publicado por Bishop (1952) onde ele discute a
existência de áreas dentro de um talude onde há ocorrência de tensão excessiva. O trabalho
apresentado por Bishop (1952) mostrou que a existência de um estado de equilíbrio plástico
deve ser considerada pelo menos em algumas partes do talude. Bishop (1952) concluiu que a
solução de análise de estabilidade de talude usando-se o método do equilíbrio limite
convencional (MEL) não estava em conformidade com o que ocorria no campo. Pham (2002)
também cita algumas pesquisas que confirmam a declaração de Bishop (1952), como a
realizada por La Rochelle (1960) onde ele avaliou a condições de tensão em um talude de
escavação. Essa avaliação mostrou a ocorrência de áreas de tensão excessiva na parte inferior
da superfície de deslizamento.
24
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Eq. (2.21), para comparar os resultados de distribuição de tensão normal e fator de segurança
local obtidos a partir do método de Bishop Simplificado com os obtidos na análise de
estabilidade de taludes por elementos finitos. Na análise por elementos finitos a superfície
considerada foi àquela obtida pelo método de Bishop Simplificado.
γHtgφ
λcφ = (2.21)
c
onde:
Os resultados para uma análise linear elástica mostraram que a distribuição de tensão normal
ao longo da superfície de deslizamento foi maior no centro da superfície e menor próximo aos
extremos, para o método de Bishop Simplificado. O fator de segurança local ao longo de
aproximadamente 1/3 a 1/2 da superfície foi menor que o fator de segurança global. Para uma
análise linear elástica eles concluíram que um fator de segurança global igual a 1,5 é
suficiente para prevenir tensão excessiva local. Já na análise por elementos finitos o fator de
segurança global foi maior que o verificado no método de Bishop Simplificado, com
diferença em torno de 4,5%. Essa diferença diminui a medida em que se aumenta o parâmetro
de Janbu (1955).
Wright et al. (1973) mostraram também resultados de análise não linear por elementos finitos,
onde o fator de segurança foi ligeiramente maior que o obtido pelo método de Bishop
Simplificado. Os resultados da análise não linear mostram que o fator de segurança aumenta
com um aumento do Poisson e que a diferença foi de 2% para um Poisson de 0,3 e de 8% para
um Poisson de 0,49. Wright et al. (1973) concluem que as hipóteses assumidas por Bishop
(1955) para o cálculo do fator de segurança não levam a erros significativos comparados com
o fator de segurança calculado pelo método dos elementos finitos.
25
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
as tensões obtidas por elementos finitos para análise de estabilidade de taludes em dois:
métodos diretos e métodos melhorados. Os métodos diretos se referem àqueles que utilizam
os deslocamentos nodais, na análise por elementos finitos, para definir a superfície potencial
de deslizamento. Nesse método o fator de segurança é diretamente medido a partir de análises
sucessivas, onde os parâmetros de resistência do solo são reduzidos ou o carregamento do
mesmo é aumentado até que a ruptura seja indicada. No método melhorado as tensões
calculadas, na análise por elementos finitos, são utilizadas em conjunto com a teoria de
equilíbrio limite para determinar o fator de segurança. Naylor (1982) conclui, a partir das
análises realizadas, que os métodos diretos são ferramentas eficientes na identificação do
mecanismo de ruptura e que nos métodos melhorados uma malha refinada é necessária para
que se atingir resultados com acurácia de 2% (comparando-se com uma malha infinitamente
fina), sendo então este uma alternativa menos atrativa, porém servindo de apóio para os
métodos diretos.
Farias & Naylor (1998) desenvolveram um método capaz de identificar os pontos no interior
dos elementos, numa análise de tensões por elementos finitos, pertencentes a uma superfície
potencial de deslizamentos e interpolar nesses pontos as tensões normais, σ n , e cisalhantes,
τ n , obtidas a partir das componentes de tensão ( σ x ,σ y ,τ xy ). Na análise realizada por Farias &
Naylor (1998) o fator de segurança foi obtido, a partir do campo de tensões, em conjunto com
o método de equilíbrio limite convencional (método melhorado). O método mostrou-se
eficiente na determinação do fator de segurança, bem como forneceu informações a respeito
do desenvolvimento do mecanismo de ruptura a partir dos gráficos de contornos do índice de
solicitação (OSR). Farias & Naylor (1998) mostraram que a análise linear elástica forneceu
uma boa estimativa para o fator de segurança, mas que esse tipo de análise não deve substituir
uma análise não linear sugerindo, então, que a análise linear elástica tenha um papel
preliminar na avaliação do fator de segurança.
26
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
essa linha é o fator de segurança. Revilla & Castillo (1977) declaram que: “A chave do
método está em encontrar os dois pontos desconhecidos, que estão no contorno do talude, e
que fazem parte da superfície de deslizamento”. O método de Janbu Simplificado foi
utilizado para determinação da tensão normal. Para resolver a equação do fator de segurança,
a equação de Euler foi generalizada juntamente com as condições de transversalidade,
continuidade e contorno. Alguns casos de estudos foram apresentados e comparados com o
método de Taylor. O fator de segurança determinado pelo cálculo variacional foi menor e em
alguns casos a diferença foi significativa.
Em extensão a um trabalho anteriormente apresentado (Baker & Garber, 1977), Baker &
Garber (1978) apresentaram uma teoria generalizada para derivar um teorema que governasse
a forma da superfície potencial de deslizamento, utilizando a técnica do cálculo variacional.
Segundo Baker & Garber (1978) o teorema obtido é válido para casos gerais de solos não
homogêneos, não isotrópicos, com distribuição arbitrária de poropressão de água e
carregamento externo, e com sua aplicação é possível obter o fator de segurança mínimo para
a maioria dos problemas práticos. O conceito usado no método proposto foi essencialmente o
mesmo apresentado por Revilla & Castillo (1977). Baker & Garber (1977) concluíram que o
fator de segurança é independente da distribuição de tensão normal na superfície crítica de
deslizamento, e que para o caso analisado (talude homogêneo e isotrópico) a forma da
superfície crítica pode consistir de uma log-espiral ou uma série de segmentos de reta.
27
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
X Xb Xo
A
yt
ra C
p tu
ys
ru (1)
Superfície do Talude
de
ie
r fíc (2)
pe
Região de Busca
Su yb
x)
B
1
2 y( dy
3
4
5 (3)
6
7 Números de Estado
D 8
(10) 9
dx6 10
(9) 11 (4)
(8) (5)
(6) 12
13
(7) 14
15=KK6
11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
yb
Número de Estágios
28
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
elementos finitos, foi utilizada como indicativo para provável locação da superfície crítica de
deslizamento e, portanto, servindo como parâmetro para definição da posição de um “grid” de
busca da superfície crítica (Fig. 2.7). Zou et al. (1995) aplicaram o IDPM a um aterro
experimental construído sobre argila mole e levado a ruptura (Bangkok, Tailândia). O
resultado mostrou que a locação da superfície crítica encontrada pelo método foi próxima à
superfície de ruptura observada no campo. O fator de segurança calculado foi posto em um
gráfico e comparado a altura do aterro. Notou-se que o fator de segurança igual a 1 (um) foi
obtido para a altura de ruptura do aterro.
Pham (2002) também reanalisou o clássico caso histórico que deu notoriedade ao método de
Bishop (1955). O resultado obtido em termos de locação da superfície foi idêntico ao
observado no campo à época.
2.5 - Resumo
Neste capítulo a revisão da literatura foi feita em duas partes. A primeira apresenta o
desenvolvimento da teoria geral para solos não saturados. Na segunda parte buscou-se
apresentar de forma cronológica o desenvolvimento dos métodos de análise de estabilidade de
taludes.
A apresentação da teoria geral para os solos não saturados foi inicialmente precedida por uma
breve revisão do conceito de tensão efetiva, mostrando sua importância quando se avalia o
comportamento mecânico de resistência e deformabilidade de um solo saturado. A partir daí
são feitas referência a autores que propuseram estender o princípio das tensões efetivas para
os solos não saturados, dentre estes Bishop (1959). Como foi visto neste capítulo, a proposta
de Bishop (1959) mostrou-se inconsistência com alguns resultados experimentais, levando as
29
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Foram apresentadas relações constitutivas para o solo não saturado, assim como a equação de
resistência ao cisalhamento e as leis de fluxo em meio não saturado. As equações constitutivas
apresentadas foram as do modelo elástico não linear de Fredlund (1979), que utiliza o
conceito de superfícies de estado apresentado por Matyas & Radhakrishna (1968). Esse
modelo é utilizado por Pereira (1996) na formulação da solução acoplada de equilíbrio e
fluxo, introduzindo o parâmetro de anisotropia como será visto no Capítulo 3.
Foi feita uma revisão cronológica do desenvolvimento dos métodos de análise de estabilidade
de taludes. Os métodos foram agrupados e apresentados de forma simples e objetiva
destacando suas virtudes e deficiências, bem como os passos dados na direção de
aperfeiçoamento dos mesmos. Fica evidente o avanço do método de Equilíbrio Limite no
sentido de se levar em conta o comportamento tensão deformação do maciço na determinação
das tensões. Estudos acerca da utilização da teoria do cálculo variacional na análise de
estabilidade de taludes também são enfocados. O método de Baker (1980) foi simplesmente
apresentado como ferramenta de análise de estabilidade de taludes. Entretanto, no Capítulo 3
será apresentada a formulação do método que será implementado no programa de elementos
finitos COUPSO (Pereira, 1996).
30
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
CAPÍTULO 3
Fundamentos Teóricos
3.1 - Introdução
Neste capítulo são apresentadas as teorias necessárias para o desenvolvimento deste trabalho.
Na seção 3.2.1 são apresentadas as hipóteses adotadas no desenvolvimento das equações
acopladas de equilíbrio e fluxo de um meio poroso não saturado. Na seqüência uma rápida
apresentação dos passos seguidos para o acoplamento das equações e por fim a solução
numérica do problema.
Numa segunda etapa o método da Programação Dinâmica é apresentado na seção 3.3 com
detalhes e de forma ilustrativa. O método desenvolvido por Baker (1980) é utilizado neste
trabalho para analisar a estabilidade de taludes de barragens de terra, conforme será visto nos
Capítulos 4 e 5. São apresentadas as principais características do método e a restrição adotada
por Pham (2002) no processo de busca da superfície crítica. Essa restrição também é utilizada
nesse trabalho de forma a se buscar superfícies que sejam fisicamente admissíveis.
Uma formulação rigorosa para análise de problemas de solos não saturados, em duas e três
dimensões, requer o acoplamento das equações de continuidade das fases ar e água com as
equações de equilíbrio do solo. Processos transientes de fluxo de ar e água alteram as
condições de equilíbrio em um solo não saturado visto que eles mudam o estado de tensão no
meio poroso. Em conseqüência, mudança de volume ocorre e a estrutura do solo procura por
uma nova configuração de equilíbrio. A mudança de volume altera as propriedades
hidráulicas da estrutura do solo e assim afetam o processo de fluxo transiente de ar e água
através do meio poroso.
Na seção seguinte são apresentadas as hipóteses adotadas por Pereira (1996) na solução das
equações diferenciais que regem o problema de equilíbrio e fluxo de água em meio poroso
não saturado.
31
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
Na solução das equações diferenciais Pereira (1996) considera a forma incremental para as
relações constitutivas da estrutura do solo e da fase água. As deformações são assumidas
infinitesimais e o solo é considerado como um material isotrópico, linear e elástico em termos
das propriedades mecânicas relacionadas com a variação na tensão normal líquida. Em termos
das propriedades mecânicas relacionadas com a variação da sucção mátrica o solo é
considerado como sendo anisotrópico, linear e elástico. Pereira (1996) modificou o modelo
elástico não linear proposto por Fredlund (1979), introduzindo o parâmetro de anisotropia .
A anisotropia proposta por Pereira (1996) baseia-se em resultados experimentais e em
observações de Lawton et al. (1991), onde sob trajetórias de molhagem o colapso volumétrico
do solo é uma função da tensão total média. A alteração proposta por Pereira (1996) nas
relações constitutivas das Eqs. (2.8), (2.9) e (2.10), consistiu na modificação do módulo H da
seguinte forma: H i H/1 H i , onde H i é o módulo de elasticidade da estrutura do solo
parâmetro de anisotropia na direção i . É necessário que os fatores i sejam tais que se tenha
Para a fase água também se utilizou uma modelagem constitutiva baseada no conceito de
superfícies de estado (Matyas & Radhakrishna, 1968) conforme visto no Capítulo 2. A
modelagem constitutiva da fase ar não foi necessária, visto que esta é considerada contínua e
à pressão atmosférica constante. Segundo Gitirana Jr. (1999) apesar de a condição de fluxo
livre de ar ser muito freqüente, deve-se reconhecer que na realidade essa condição pode em
alguns casos não prevalecer. Gitirana Jr. (1999) cita Barden (1965) segundo o qual afirma que
32
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
quando o solo é compactado em torno da umidade ótima, ocorre uma fase de transição, em
que o ar na condição contínua e na condição de bolhas de ar oclusas estão em proporções
consideráveis. Quando o solo é compactado acima da umidade ótima, a condição de ar em
forma de bolhas oclusas passa a prevalecer. Neste caso, pode-se modelar o comportamento do
solo considerando a mistura ar-água como sendo uma fase única e compressível (Biot, 1941,
Chang & Duncan, 1983 e Santos Neto & Almeida, 1993) citados por Gitirana Jr. (1999).
Pereira (1996) utilizou a consideração de ar contínuo e à pressão atmosférica constante na
análise numérica do comportamento mecânico de barragens de terra compactadas em
condição metaestável.
A seguir são apresentadas as equações básicas que regem o comportamento mecânico do solo
não saturado. Como já discutido anteriormente, a equação da fase ar é desprezada. Na
formulação desenvolvida o eixo coordenado y coincide com a direção vertical.
( w nS )
( w vw ) 0 (3.1)
t
onde:
w = densidade da água;
, operador divergente;
x y z
33
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
assumindo a condição de deformação infinitesimal a Eq. (3.1) pode ser reescrita na forma da
Eq. (3.2).
(Vw / V0 )
(v w ) 0 (3.2)
t
Considerando o equilíbrio estático de um elemento de solo têm-se as Eqs. (3.3), (3.4) e (3.5)
nas direções x, y e z respectivamente como segue:
xx yx zx
bx 0 (3.3)
x y z
xy yy zy
by 0 (3.4)
x y z
xz yz zz
bz 0 (3.5)
x y z
onde:
x yx
bx 0 (3.6)
x y
xy y
by 0 (3.7)
x y
34
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
Para resolução das equações básicas é necessária a definição de relações constitutivas para a
estrutura do solo e para a fase água, ligando as variáveis de estado de deformação com as
variáveis de estado de tensão. Além disso, lei de movimento para a fase água e equação
constitutiva para a lei de movimento são necessárias.
As relações constitutivas para a estrutura do solo não saturado foram apresentadas na seção
2.3.1.1 conforme as Eqs. (2.8), (2.9) e (2.10). Na forma incremental essas equações podem ser
escritas conforme a Eq. (3.8).
1 *
d D d hs d ua uw (3.8)
~ ~ ~ ~
onde:
1 1 1 z
*
mua ; mT 1,1,1,0,0,0 ; hsT , , ,0,0,0 ; ;
Hx Hy Hz xy
xz
yz
1 0 0 0 x
1 0 0 0 y
1 1 1 0 0 0 z
D E ;
~ 0 0 0 2(1 ) 0 0 xy
0 0 0 0 2(1 ) 0 xz
0 0 0 0 0 2(1 ) yz
A Eq. (3.8) expressa de forma genérica a relação tensão deformação e também fornece uma
forma conveniente para propósitos computacionais (Zienkiewicz, 1975) citado por Pereira
(1996).
De acordo com a Eq. (3.8), incrementos de tensão normal líquida podem ser expressas como
função dos incrementos de deformações e da sucção mátrica como mostra a Eq. (3.9):
35
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
*
d Dd Ds d (ua uw ) (3.9)
~ ~ ~ ~
onde:
Ds D hs .
~ ~
E
d( z ua ) d( x y 2ua ) d (ua uw ) (3.10)
Hz
Levando-se a Eq. (3.10) para Eq. (3.9) têm-se as relações constitutivas para a condição de
deformação plana onde:
u
x ua x
x
* v
mua y ua ; y ,
y
xy xy u v
y x
1 1 1
1 0 ( )
1 Hx 1 Hy Hz
E (1 ) E (1 ) 1 1 1
D 1 0 ; Ds ( )
(1 )(1 2 ) 1 (1 )(1 2 ) H y 1 Hx Hz
1 2 0
0 0
2(1 )
A relação constitutiva da fase água foi apresentada no Capítulo 2 pelas Eqs. (2.11) e (2.13).
Para o caso de deformação plana a Eq. (2.13) é escrita em termos da tensão média nas
36
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
m1w e m2w são obtidos combinando-se distintamente a Eq. (2.11) com a Eq. (3.10), e a
Eq. (2.13) com a Eq. (3.10):
Substituindo-se a Eq. (3.9) na Eq. (2.13), a equação constitutiva da fase água pode ser
expressa conforme a Eq. (3.12).
dVw
w1 d v w2 d (ua uw ) (3.12)
V0
onde:
equações são explicitamente definidas a partir combinação das equações básicas com as
relações constitutivas e a lei de fluxo, discutida no Capítulo 2. Assim, têm-se as Eqs. (3.13) e
(3.14) para o equilíbrio da estrutura do solo nas direções x e y respectivamente. A Eq. (3.15)
para conservação de massa de água.
u v u v ua uw ua
c11 c12 c33 d sx bx 0 (3.13)
x x y y x y x x
u v u v ua uw ua
c33 c12 c22 d sy by 0 (3.14)
x y x y x y x x
v ua uw uw
w1 w2 k y (3.15)
t t w
37
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
onde:
E (1 ) E E
c11 c22 ; c12 ; c33
(1 )(1 2 ) (1 )(1 2 ) 2(1 )
1 1
d sx c11 ; d sy c11
Hx (1 )H y (1 )H z (1 )H x Hy (1 )H z
A solução das equações obtidas é feita de forma aproximada por meio de técnicas numéricas,
onde o domínio contínuo é dividido em elementos discretos conectados pelos nós. Para o caso
de deformação plana, Pereira (1996) utiliza o método dos elementos finitos para a
discretização espacial do contínuo, e um esquema de diferenças finitas para a discretização
temporal, haja visto a natureza transiente do problema.
Pereira (1996) utiliza o Princípio dos Trabalhos Virtuais para resolver as equações de
equilíbrio e o Método de Galerkin para a solução da equação de continuidade da fase água. Na
forma matricial estas são apresentas conforme Eq. (3.16) e (3.17), respectivamente:
DK u CW u w {F} (3.16)
onde:
38
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
T b s
{F} = d + dS , é o vetor de cargas relacionado as forças de volume e
t S2 t
forças de superfície;
1
HW = ( )T kw d , é a matriz de condutividade hidráulica;
w
T
WK = w1 mTBd , é a matriz de massa do solo. Acopla a equação de continuidade da
FW = - ( )T(k w y)d - T
dS , é o vetor de força;
S2
,
1 2 ,..., n ;
j , função de forma do nó j;
onde:
0 0 DK CW u F
A ; B ; {w} ; {T} .
0 HW WK - TW uw FW
De forma geral Pereira (1996) apresenta as matrizes A e B e o vetor de força {T} como
39
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
A t {w}
t t t Bt {t w }t t {T} t t (3.19)
Pereira (1996), utilizou um esquema de tempo em dois níveis e assumiu uma variação linear
para o vetor de incógnitas para um dado incremento de tempo dado pela Eq. (3.20):
w t t 1 w t w t t (3.20)
A derivada em relação ao tempo das incógnitas pode ser expressa pela Eq. (3.21):
{w} t t {w} t
{ w }t t (3.21)
t
Substituindo as Eqs. (3.20) e (3.21) na Eq. (3.19), chega-se a solução final das equações
diferencias do problema conforme mostrado pela Eq. (3.22):
AG{w} t t FG t (3.22)
onde:
40
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
Bellman (1957) introduziu uma nova teoria matemática de processo de decisão em múltiplos
estágios. O processo de decisão é definido como um sistema cujo estado, em um tempo t
qualquer, é especificado para o vetor P que sofre transformações no curso do tempo. A
transformação da variável P é equivalente a uma decisão. Se uma única decisão é feita, o
processo é chamado de processo de decisão de estágio único.
Princípio da optimalidade: Uma ótima política tem a propriedade de que, qualquer que seja
o estado inicial e a decisão inicial, as decisões restantes devem levar em conta no resultado o
estado da decisão inicial.
Segundo Bellman (1957), tradução matemática deste princípio levará a todas as equações que
serão encontradas na teoria do método da programação dinâmica.
41
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
Uma das definições do fator de segurança encontradas na literatura é expressa pela Eq. (3.23):
f dL
A
Fs B
(3.23)
dL
A
onde:
fi Li
i 1
Fs n
(3.24)
i Li
1
onde:
Li , é o comprimento do segmento i .
42
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
Y "Estágio"
B "Ponto de Estado"
A minimização de Fs na Eq. (3.24) requer uma técnica apropriada. Baker (1980) mostrou a
n
G fi Fs i Li (3.25)
i 1
Para um segmento, i, a resistência ao cisalhamento do solo pode ser definida pela teoria geral
da mecânica dos solos não saturado conforme discutido no Capítulo 2 e mostrado pela
Eq. (2.14). Assim, a tensão normal e de cisalhamento atuando no ponto de um plano particular
podem ser computadas das tensões x , y e xy de acordo com as Eqs. (3.26) e (3.27):
y x
xy sen 2 cos 2 sen 2 (3.27)
2
onde:
43
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
Na Figura 3.2 os pontos que definem a superfície crítica pertencem a um sistema formado por
pontos de estado e estágios. Os estágios estão na direção horizontal, e cada estágio contém um
número de pontos de estado locados na direção vertical. Visto que a busca otimizada pela
programação dinâmica utiliza um sistema de pontos de estado e estágios, o sistema formado é
chamado de grade de busca. O contorno da grade de busca é chamado de contorno de busca,
e deve ser definido pelo usuário.
"Ponto de
Y entrada"
"Grade de pesquisa"
ou j
"Grade de saída" Si
"Ponto Ri k
Inicial" "Contorno de
pesquisa" i i+1
A "Ponto de saida"
"Elemento da grade"
Yb "Ponto final"
"Ponto de estado"
ne ne
Ri fi Li Rij l
f ij ij (3.28)
ij 1 ij 1
44
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
estágio "i" estágio "i+1" estágio "i" estágio "i+1" estágio "i" estágio "i+1"
j j j
Sij fi j ij (ij)
Rij ij
Lij Lij
Sij fi j ij
(ij)
Si
Rij ij
Lij Lij
Ri
Li Sij fi j ij (ij)
Rij ij
Lij Lij
Sij ij
fi j
Rij ij (ij)
Lij Lij
k k k
ne
Ri cij' '
ij uaij tg '
ij uaij uwij tg b
ij lij (3.29)
ij 1
ne ne
Si i Li Sij l
ij ij (3.30)
ij 1 ij 1
onde:
cij' , ij' , b
ij , são os parâmetros de resistência do solo no centro do elemento ij ;
ne , número de elementos ij ;
45
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
n
Gmin min G min Ri Fs Si (3.31)
i 1
onde:
Ri , é a força resistente do solo ao longo do segmento jk ;
H i 1 (k ) H i ( j ) Gi ( j, k ) (3.32)
onde:
H i 1 (k ) , é a função ótima obtida no ponto k do estágio i 1 ;
H n 1 (k ) H n ( j ) Gn ( j , k ) (3.33)
n
H n 1 (k ) Gmin Ri Fs Si ; k 1...NPn 1 (3.34)
i 1
onde:
46
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
O ponto ótimo no estágio final é definido como o ponto em que, a função ótima H i 1 (k )
calculada é mínima. A partir do ponto k no estágio final, o ponto ótimo j no estágio anterior
Baker (1980) enfatiza a dificuldade em se aplicar diretamente a Eq. (3.32) para o funcional
G , pelo fato de que os pontos inicial e final da superfície de deslizamento não serem
conhecidos de antemão. Esses pontos não podem ser arbitrariamente locados em qualquer
lugar da superfície do talude. Portanto, para resolver essa dificuldade, a busca deve ser
iniciada e finalizada em pontos arbitrários fora do contorno físico do talude. Esses pontos são
chamados de ponto inicial e final, respectivamente. Visto que fora do contorno do talude não
há tensões, todas as funções de retorno calculadas, G , são iguais a zero.
A Fig. 3.2 mostra o contorno de busca, que circunscreve a maior parte do talude, mas que tem
um ponto ( X B e YB ) dentro do limite físico do talude. Esse ponto é colocado dentro do limite
físico, justamente para prevenir que a busca pela trajetória ótima se dê por fora do talude.
É importante ressaltar que a busca pela trajetória ótima depende do fator de segurança
definido na Eq. (3.24), que não é conhecido previamente. Portanto, um valor inicial para o Fs
Assumindo-se um valor inicial para o fator de segurança, FSi , a busca é iniciada e uma
trajetória ótima inicial é obtida. O fator de segurança, FSa , para a trajetória ótima é avaliado
pela Eq. (3.24). Se uma tolerância é definida para a convergência do FSa , então a
Se a condição apresentada pela Eq. (3.35) é satisfeita, então FSa é o fator de segurança e a
47
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
Onde é um fator aplicado ao erro utilizado na avaliação do novo FSi , isto é, se igual a 1
O procedimento é repetido até que a condição mostrada na Eq. (3.35) seja satisfeita. A
trajetória ótima final é a superfície crítica de deslizamento e o fator de segurança
correspondente o mínimo Fs .
Segundo Zou et al. (1995) uma verificação deve ser feita para garantir que a superfície crítica
seja cinematicamente admissível. Infelizmente, Zou et al. (1995) não deram nenhum detalhe
de como se fazer essa verificação.
Eliminado
Y
j
A Ri
Si
k
i i+1
R1
S1
R2
S2 R3
R6 B
R4 R5
S2
S4 S5
S5
Figura 3.4 Restrição cinemática aplicada à forma da superfície crítica (Pham, 2002).
48
Capítulo 3 Fundamentos Teóricos
Pham (2002) enfatizou que a aplicação de uma restrição cinemática exerce um importante
papel para aplicabilidade do método da programação dinâmica à análise de estabilidade de
taludes. Pham (2002) aplicou em seu trabalho a restrição cinemática mostrada na Fig. 3.4,
para prevenir superfícies que tenham forma não razoável. Neste trabalho também é aplicada
essa restrição.
3.4 - Resumo
Como pôde ser visto na teoria apresentada, o método da programação dinâmica utilizado
nesse trabalho requer a avaliação do estado de tensão do maciço para proceder a análise de
estabilidade dos taludes. Uma análise acoplada de equilíbrio e fluxo descreve de forma mais
realista a natureza do fenômeno transiente, bem como avaliação do estado de tensão do
mesmo. Pereira (1996) ainda busca reproduzir melhor o comportamento deformabilidade de
maciços que apresentam metaestabilidade utilizando na relação constitutiva um parâmetro de
anisotropia induzida pelo estado de tensão, quando não se dispõe de medidas experimentais
obtidas em laboratório.
49
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Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
CAPÍTULO 4
4.1 - Introdução
Neste capítulo são apresentadas as alterações feitas na versão original do programa COUPSO
de forma a habilitá-lo a fornecer a superfície crítica de deslizamento na análise de estabilidade
de taludes de terra. Inicialmente é feita uma breve descrição do programa COUPSO, do
programa de análise de estabilidade de talude SAFE-DP e as alterações realizadas em algumas
subrotinas do programa SAFE-DP de forma a adequá-lo como uma nova subrotina do
COUPSO.
50
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
O programa SAFE-DP utiliza as tensões obtidas de uma análise por elementos finitos para
fazer a busca da superfície crítica dentro de uma região especificada pelo usuário. A cada
superfície fornecida pela subrotina de otimização o fator de segurança global é calculado e
comparado com o valor previamente fornecido conforme discutido no Capítulo 3. O erro entre
o valor fornecido e o calculado é verificado, e se necessário, é recalculado um novo fator de
segurança global para uma nova busca. A análise se processa iterativamente até que o fator de
segurança global convirja dentro de um erro admitido pelo usuário. Assim, simultaneamente,
são fornecidos a superfície crítica e o fator de segurança. Basicamente o programa SAFE-DP
consiste de um programa principal e 5 subrotinas as quais serão descritas no Apêndice A.
Neste trabalho o programa COUPSO ([COUP]led [SO]lution) foi implementado com a rotina
de otimização desenvolvida por Gitirana Jr. (2002) de acordo com os procedimentos de Baker
(1980) apresentados no Capítulo 3. A rotina de otimização de Gitirana Jr. (2002) e outras
subrotinas de controle e interpolação reunidas deram origem ao programa chamado SAFE-DP
([S]lope [A]analise [F]inite [E]lement [D]ynamic [P]rogramming), que foi implementado
como uma subrotina do programa COUPSO. Gitirana Jr. (2002) desenvolveu as subrotinas
para ler os dados de tensão e propriedades do solo a partir das análises feitas pelo programa de
elementos finitos FlexPDE. Nas análises realizadas pelo programa FlexPDE, independente da
geometria e discretização do problema, uma grade regular controlada pelo usuário é gerada
com os valores de tensão e propriedades do solo extrapolados para os nós dessa grade. As
tensões e propriedades do solo nos nós são então interpolados no centro de cada elemento da
grade utilizando funções de interpolação lineares. Assim, com a finalidade de não modificar a
subrotina núcleo da otimização, o programa COUPSO foi dotado da capacidade de gerar essa
grade de elementos usando como base a malha de elementos finitos utilizada no problema. A
subrotina DATAIN foi implementada de forma a gerar essa grade.
O programa SAFE-DP foi alterado nas subrotinas de leitura e interpolação das tensões no
centro dos elementos de grade. As alterações foram feitas de modo a dotar o programa SAFE-
DP, da capacidade de poder ler e interpolar as tensões no centro dos elementos de grade a
51
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
O procedimento adotado para gerar uma grade de elementos foi o de utilizar a simetria do
elemento finito de nove nós e visualizar quatro regiões dentro do mesmo as quais serão
referenciadas como quadrantes. A partir daí as tensões e propriedades do solo são interpoladas
no centro de cada quadrante do elemento finito utilizando-se funções de interpolação para 4
ou 9 nós conforme a análise é feita com 4 ou 9 pontos de integração (Figs. 4.1a e 4.1b).
Teoricamente a funções são aplicáveis aos nós, entretanto, visualizando-se os pontos de
integração como pontos nodais tem-se internamente ao elemento finito outro elemento fictício
delimitado pelos pontos de integração (Figs. 4.1c e 4.1d). O procedimento é feito em todos os
elementos da malha utilizada no problema, tendo-se ao final para cada elemento da malha
quatro elementos da grade. Entretanto, nos contornos do problema o elemento finito é
deformado de modo a satisfazer a geometria do problema. Nesse caso o procedimento
descrito acima continua valendo e os pontos interpolados que eventualmente ficarem fora dos
limites do problema serão zerados pelo programa. Assim, é antecipado que uma malha de
elementos finitos regular deve ser utilizada como entrada para a nova versão do programa
COUPSO.
Y Y
X/4 X/4
X X
Y2 NÓ DO ELEMENTO Y2
PONTO DE INTEGRAÇÃO
Y PONTO DE INTERPOLAÇÃO Y
Y1 Y/4 Y1 Y/4
X1 X2 X X1 X2 X
(a) (b)
Y Y
η η
Y2 Y2
N4 N3 N4 N7 N3
ξ N8 N9 N6 ξ
N1 N2 N1 N5 N2
Y1 Y1
X X1 X2 X
X1 X2
(c) (d)
Figura 4.1 Esquema representativo: (a) e (b) Interpolação no centro dos quadrantes; (c) e
(d) elementos fictícios.
52
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
Em termos de entrada de dados a nova versão do programa COUPSO foi alterada em relação
à versão original, pois é solicitado ao usuário o fornecimento do número máximo de nós da
malha de elementos finitos nas direções “X” e “Y”, respectivamente. Esse procedimento
torna-se necessário para que o programa possa gerar a grade de elementos. Outra mudança foi
a inclusão de um segundo arquivo de entrada de dados, utilizado no programa SAFE-DP,
onde são fornecidas os pontos da geometria do problema, as coordenadas do contorno de
busca, o fator de segurança inicial e a tolerância admitida para convergência do fator de
segurança. O contorno de busca se faz necessário para que o programa possa procurar a
superfície crítica dentro dos limites especificados pelo usuário e para que o programa entenda
em que direção é o deslizamento que se está procurando.
O Apêndice A apresenta uma descrição sucinta das principais subrotinas utilizadas na nova
versão do programa COUPSO. Um fluxograma é apresentado ao final destacando as rotinas
incluídas na nova versão, bem como a lógica funcional do mesmo.
Serão apresentadas nos itens seguintes as simulações feitas com o programa COUPSO tendo
como objetivo validar a capacidade do mesmo de fazer análise de estabilidade de taludes.
Escolheu-se para essa validação uma pequena barragem de terra com estrutura de solo estável.
Pereira (1996) modelou o comportamento do solo utilizado nesse tipo de barragem que é
construída no nordeste brasileiro. As propriedades mecânicas e hidráulicas do material
utilizado são apresentadas no Apêndice B.
Uma sucção inicial de 30 kPa é aplicada uniformemente em todo o maciço. As simulações são
feitas para os taludes de montante e jusante considerando as situações de final de construção e
condição de fluxo estacionário. Os resultados obtidos são comparados com o programa
SLOPE/W (Geo-Slope, 1994) em termos de superfície crítica e fator do segurança obtido.
A validação do programa COUPSO foi realizada em duas etapas. A primeira etapa consistiu
em simular a fase de construção do maciço. Nessa etapa o aterro foi simulado em 5 camadas,
com 2 metros cada, pelo programa de elementos finitos SIGMA/W (Geo-Slope, 1994).
Variações na poropressão de água foram desconsideradas durante a construção. O aterro foi
53
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
simulado como um material linear elástico com coeficiente de Poisson constante igual a 0.3 e
módulo de elasticidade de Young de 5.300 kN/m2. Somente o peso próprio do solo, com peso
específico de 18,44 kN/m3, gerou as tensões dentro da barragem durante esta fase. As tensões
geradas na construção da barragem foram lidas pelo programa COUPSO. No programa
COUPSO uma sucção de 30 kPa foi assumida igualmente para todo o maciço. A fase ar foi
desprezada assumindo-se que esta flui livremente. Essa hipótese isso implica que a
poropressão de água negativa tem magnitude igual à sucção assumida. A partir daí os taludes
de montante e jusante foram analisados para essa etapa e comparados com o programa
SLOPE/W (Geo-Slope, 1994).
A Fig. 4.2 mostra a seção transversal da barragem bem com a discretização espacial do
problema. Foi utilizada a integração reduzida com 4 pontos de Gauss. A utilização de 4
pontos de integração mostrou maior estabilidade do programa COUPSO. Para fins de
validação somente o último passo de tempo, que corresponde ao estado estacionário, é
apresentado. No Capítulo 5 serão mostradas as análises para passos de tempo intermediários
para uma barragem construída com solo metaestável.
54
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
10
127 128 129 130
2 121 122 123 124 125 126
2
8
113 114 115 116 117 118 119 120
1 1
Elevação (m)
103 104 105 106 107 108 109 110 111 112
6
91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102
77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
4
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76
43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
2
23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
A Fig. 4.3 ilustra a superfície crítica obtida pela nova versão do programa COUPSO.
Observa-se que a superfície é composta por três segmentos retos. De fato a única restrição
aplicada à superfície é que seja cinematicamente admissível. Comparando-se a superfície da
Fig. 4.3.com a superfície crítica da Fig. 4.4 obtida pelo programa SLOPE/W, que utilizou o
estado de tensão fornecido pelo programa COUPSO, percebe-se uma boa aproximação das
superfícies. O fator de segurança obtido pelo programa COUPSO foi 0,9% superior ao obtido
pela superfície circular do SLOPE/W.
A Fig. 4.5 mostra a superfície obtida pelo programa COUPSO e que foi especificada no
programa SLOPE/W. Teoricamente o fator de segurança teria que ser o mesmo obtido pelo
COUPSO, já que utilizam o mesmo conceito de fator de segurança (Eq. 3.23). Entretanto,
como já discutido anteriormente na seção 4.4, as tensões utilizadas para a busca da superfície
são proveniente de uma grade de elementos onde são interpoladas no centro de cada elemento
da mesma. Enquanto que no SLOPE/W as tensões são interpoladas exatamente na base das
fatias que compõem a superfície.
55
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
14
12 Barragem
Superfície crítica
10
Contorno de busca
8
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
4.181
4.25
10
8
6
4
Distância (m)
Figura 4.4 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície circular – Programa
SLOPE/W: FS Global – 4,181.
56
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
As Figs 4.6 a 4.8 ilustram as análises feitas para o talude de jusante. Devido a simetria, os
resultados com relação a análise de montante são idênticos em termos de locação das
superfícies críticas e do fator de segurança como mostrado nas Figs. 4.6 e 4.8. Já a superfície
circular mostrada na Fig. 4.7 não apresenta o mesmo resultado por não haver uma exata
simetria dos centos dos círculos, com relação a análise de montante.
4.195
10
8
6
4
2
0
-2
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 4.5 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície especificada - Programa
SLOPE/W: FS Global – 4,195.
14
12 Barragem
10 Superfície crítica
8 Controno de busca
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
57
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
4.150
4.200
Superfície crítica obtida
pelo programa COUPSO
00
4.4
10
8
6
4
2 Superfície crítica obtida pelo
método do Equilíbrio Limite Melhorado
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 4.7 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície circular – Programa
SLOPE/W: FS Global – 4,150.
4.195
10
8
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 4.8 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície especificada - Programa
SLOPE/W: FS Global – 4,195.
58
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
A análise de jusante ilustrada pelas Figs. 4.12 a 4.14 mostra que em termos de locação da
superfície crítica, comparativamente a fase de final de construção, houve mudança
significativa somente na superfície circular obtida pelo SLOPE/W. Uma superfície circular
mais profunda foi obtida pelo programa SLOPE/W em comparação com a superfície obtida
pelo COUPSO. O fator de segurança obtido para as três simulações reflete o efeito da perda
de sucção da porção abaixo da linha freática e diminuição da mesma acima, como ilustrado na
Fig. 4.15. Além disso, não há o carregamento de água na face e jusante para dificultar o
deslizamento.
14
12 Barragem
Água
10 N.A Superfície crítica
8
Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
59
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
3.9
3.849
4.2
Linha freática 10
8
6
4
Distância (m)
Figura 4.10 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície circular – Programa
SLOPE/W: FS Global – 3,849.
3.719
Linha freática 10
8
6
4
2
0
-2
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 4.11 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície especificada - Programa
SLOPE/W: FS Global – 3,719.
60
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
14
Barragem
12
Água
10 Superfície crítica
N.A
8 Controno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
2.832
2.900
00
10
8 Linha freática
6
4
2 Superfície crítica obtida pelo
método do Equilíbrio Limite Melhorado
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 4.13 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície circular – Programa
SLOPE/W: FS Global – 2,832.
61
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
2.845
Linha freática
10
8
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 4.14 Método do Equilíbrio Limite Melhorado para superfície especificada - Programa
SLOPE/W: FS Global – 2,845.
10
-20
8 -10
0
10
6 0
10
20
30 10
4
40 20
30
40
2 50 20 10
60 40 30
70 60 50
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
4.6 - Resumo
62
Capítulo 4 – Implementação e Validação do Programa COUPSO
A validade da implementação foi verificada por meio da análise de estabilidade dos taludes de
montante e jusante de uma pequena barragem. Os resultados foram comparados com os
obtidos pelo programa comercial SLOPE/W (Geo-Slope, 1994). Com base nos resultados
discutidos nas seções anteriores a nova versão demonstrou capacidade para analisar a
estabilidade do maciço, fornecendo superfície e fator de segurança simultaneamente. No
entanto, a forma da superfície obtida pelo COUPSO é levemente diferente da obtida pelo
programa SLOPE/W.
63
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
CAPÍTULO 5
5.1 - Introdução
Pereira (1996) em seu trabalho cita dados obtidos pela comissão de engenheiros designada a
estudar a segurança das estradas do Estado do Ceará em conseqüência da freqüente ruptura de
pequenas barragens. A ruptura das mesmas ocorria em um curto intervalo de tempo logo após
o primeiro enchimento do reservatório. Segundo dados obtidos por Pereira (1996), entre o
período de 1979 a 1983 aproximadamente 20.000 pequenas barragens foram construídas,
ampliadas ou reabilitadas no Estado do Ceará pelo Programa Emergencial de Combate a
Seca. A comissão analisou 720 dessas barragens e concluiu que 80% delas rompiam durante a
estação chuvosa como conseqüência da deficiência na compactação do material, que era
realizada quase sempre sem uso de água. A justificativa encontrada pela comissão para a
construção de pequenas barragens sem o uso de água é transcrita a seguir: “A dificuldade
para fornecer água para satisfazer as mais elementares necessidades da população não
permite o uso de tal precioso líquido na construção de barragens”.
Neste Capítulo a nova versão do programa COUPSO é utilizada para avaliar a estabilidade de
uma barragem metaestável após o enchimento do reservatório. A aplicabilidade do método da
Programação Dinâmica em problemas de complexo estado de tensão é avaliada nessa
simulação.
O procedimento de análise seguiu os mesmos passos descritos na seção 4.5.1, exceto que o
módulo de elasticidade de Young e o peso específico seco do material utilizado para simular o
estado de tensão inicial foram de 5.800 kN/m2 e 14,75 kN/m3, respectivamente. Também foi
assumida uma anisotropia de permeabilidade horizontal de 10 vezes a permeabilidade vertical
e uma sucção inicial de 370 kPa para todo o maciço. A sucção assumida foi obtida a partir da
curva característica para umidade de compactação utilizada por Pereira (1996). A modelagem
64
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
obtidos por Pereira (1996) conforme discutido no Capítulo 3. Esses coeficientes foram
obtidos por tentativa e erro a partir da simulação do colapso induzido pela molhagem sob
condições K 0 . Foi assumido igual valor para os coeficientes de anisotropia para as direções
sendo − ( χ x + χ z ) . O valor -1,95 obtido por Pereira (1996) foi utilizado neste trabalho.
Durante a análise considerou-se que o estado de tensão inicial de cada fase era igual ao estado
de tensão final da fase anterior. Entretanto, os deslocamentos não foram considerados de
forma acumulativa nas fases de construção e enchimento do reservatório, isto é, em cada fase
os deslocamentos foram zerados.
A apresentação e análise dos resultados obtidos são realizadas para as três fases consideradas,
ou seja, fase de final de construção, fase de enchimento do reservatório e a fase de pós-
enchimento do reservatório. Os resultados são apresentados simultaneamente para os taludes
de montante e jusante em termos de superfície crítica, distribuição de tensões média, fator de
segurança local ao longo da superfície crítica, deslocamentos, avanço da frente de saturação e
incrementos de deformações volumétricas. Os resultados de tensões e deformações nas fases
de construção e enchimento do reservatório foram obtidos pelo programa Sigma/W. Assim, as
deformações volumétricas de compressão são positivas. Já na análise transiente os resultados
têm origem no programa COUPSO. Portanto, as deformações volumétricas de compressão
são negativas e as de expansão positivas. Para a fase de percolação transiente foram
selecionados três estágios do processo até onde se caracteriza uma superfície de ruptura com
fator de segurança global menor que 1 (um). Os estágios foram escolhidos de maneira a se ter
65
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
10
8
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
8 15
Elevação (m)
6 15
30 30 15
4 45
15 30
2 45 45
30 15
60 60
75
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
66
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
10
8
0.004
Elevação (m)
6
04 0 .0
0 .0 04
4 0.008 0.00
8
2 04 08
0 .0 0.0 0.012 0.0
0.01 0 .0 04
0.016 2 08
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
As Figs. 5.4 e 5.7 ilustram as superfícies críticas obtidas para os taludes de montante e jusante
respectivamente. As superfícies obtidas são simétricas e tem fator de segurança igual a 2,585.
As distribuições do fator de segurança local para as superfícies são mostradas nas Figs. 5.5 e
5.8. As Figs. 5.6 e 5.9 mostram a distribuição das tensões normais, resistentes e mobilizadas
ao longo das respectivas superfícies. Como ilustrado nas Figs. 5.6 e 5.9 a mobilização da
resistência é maior, em termos absoluto, na parte central do maciço refletindo num menor
valor para o fator de segurança local como pode ser visto nas Figs 5.5 e 5.8. Também como
pode ser visto nas Figs. 5.6 e 5.9 a resistência ao cisalhamento do maciço nessa fase é
elevada. Isso reflete o efeito da sucção que aumenta a parcela coesiva. Entretanto, vale
ressaltar que para faixa de sucção entre 100 e 370 kPa a resistência ao cisalhamento é
considerada constante para o material utilizado (Pereira, 1996). Portanto, o incremento de
resistência ao cisalhamento devido o efeito da sucção possui valor limite de 100 kPa.
14
12 Barragem
Superfície crítica
10
Contorno de busca
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.4 Superfície crítica do talude de montante na fase de final de construção: FS global
2,585.
67
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
100
10
FS Local
1
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura 5.5 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante na fase de final de construção.
100
80
Tensão (kPa)
60
40
20
-20
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
14
12 Barragem
10 Superfície crítica
Elevação (m)
8 Controno de busca
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.7 Superfície crítica do talude de jusante na fase de final de construção: FS global
2,585.
68
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
100
10
FS Local
1
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.8 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante na fase de final de construção.
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.9 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante na fase
de final de construção.
69
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
10
8
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
8 15
15
Elevação (m)
6 30 15
30
30
4 45
45
60 45 30
2 45 60 15
60 75
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.11 Tensão normal média na fase de enchimento rápido do reservatório (kPa).
10
0
8
Elevação (m)
6
0.0005
4
0.0015
0.0025
0.0035
0.0045
0.0055
2
5
0.006
0.008
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
A Fig. 5.13 ilustra a superfície crítica obtida para o talude de montante na fase de enchimento
do reservatório. Comparativamente à fase de final de construção, percebe-se um aumento no
fator de segurança global de 2,585 para 6,632, e diferença na locação da superfície crítica.
Essa diferença reflete o efeito das componentes vertical e horizontal do carregamento de água
no talude de montante, que aumenta a tensão de confinamento e como conseqüência a tensão
normal ao longo da superfície como mostrado na Fig. 5.15. Ainda na Fig. 5.15 pode ser visto
que a resistência ao cisalhamento aumenta significativamente na zona mais próxima do
70
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
A Figs 5.16, 5.17 e 5.18 mostram a superfície crítica, a distribuição do fator de segurança
local e distribuição de tensões, respectivamente, para o talude de jusante na fase de
enchimento do reservatório. Comparando-se com a fase de final de construção, a única
diferença foi um pequeno aumento no fator de segurança global de 2,585 para 2,592.
14
Barragem
12
Água
10
Superfície crítica
Elevação (m)
N.A
8 Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
1000
100
FS Local
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura 5.14 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante na fase de enchimento rápido do reservatório.
71
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
140
120
100
Tensão (kPa)
80
60
40
20
0
-20
-40
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
14
Barragem
12
Água
10 Superfície crítica
N.A
Elevação (m)
8 Controno de busca
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
100
10
FS Local
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.17 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante na fase de enchimento rápido do reservatório.
72
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.18 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante na fase
de enchimento rápido do reservatório.
73
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
Figura 5.19 Modelo reológico da simulação do avanço da linha freática (Cordão Neto, 2001).
Figura 5.20 Deformações devido a redução da rigidez no apoio (Cordão Neto, 2001).
Para esta fase serão apresentados apenas os resultados correspondentes aos períodos de 58, 98
e 138 dias após o enchimento do reservatório. Apenas para efeito didático esses períodos
serão chamados de estágio 1, 2 e 3, respectivamente.
Na Fig. 5.21 pode-se visualizar o avanço da frente de saturação 58 dias após o enchimento do
reservatório. O avanço da linha freática ocorre paralelo ao talude de montante. Esse
comportamento pode ser creditado ao elevado gradiente hidráulico na porção a jusante da
linha freática, combinado com a anisotropia de permeabilidade assumida. A Fig. 5.22 mostra
os deslocamentos ocorridos no maciço nesse estágio. Na zona saturada a parte inferior
apresenta um padrão de deslocamento bem definido predominando as forças de subpressão,
enquanto que na parte superior não existe um padrão. Ainda na Fig. 5.22 nota-se que na zona
não saturada predomina os deslocamentos para jusante, como efeito da força de percolação.
A Fig. 5.23 ilustra a distribuição da tensão média no maciço. A tensão média na zona saturada
corresponde à tensão efetiva, enquanto que na região não saturada à tensão líquida. A
apresentação de contornos de tensão média dá uma idéia de como a rigidez do maciço é
74
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
alterada com o avanço da frente de saturação. Como era de se esperar a porção saturada
apresenta diminuição devido às forças de subpressão. Ainda pode-se observar na Fig. 5.23
que na região não saturada a tensão média mantém a configuração obtida na fase de
enchimento do reservatório. A manutenção dessa configuração reflete a rigidez em que se
encontra essa porção do maciço que mantém a sucção inicial. A Fig. 5.24 mostra a
deformação volumétrica ocorrida no maciço durante o avanço da frente de saturação. Nota-se
que a faixa de deformações positivas tem coerência com os deslocamentos apresentados nesse
estágio, conforme mostrado na Fig. 5.22.
10
8
0
0
-36
Elevação (m)
6
0
4 -360
2
0
60
-3
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
8
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.22 Deslocamentos 58,5 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 50 vezes.
75
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
10
8 15
15
Elevação (m)
6 30
15 30
4 0 45 30 15
30 45
15 60
2 60
0 45 60 45 30
15
15 75 75
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.23 Tensão normal média 58,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa).
10
8
5
-2e-00
Elevação (m)
6
05
8e-0
4 8e-00
5
2
8e-005 5
00
e-
-2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
A Fig. 5.28 mostra a superfície crítica do talude de jusante. Nesse estágio a frente de
saturação ainda não atingiu a zona de jusante, conforme se pode observar na Fig 5.21.
Entretanto, comparativamente à fase de enchimento do reservatório a superfície apresentada
na Fig. 5.28 difere quanto a locação, ficando mais a jusante. A distribuição do fator de
segurança local e de tensões, Figs. 5.29 e 5.30, respectivamente, permanecem inalterados.
76
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
14
Barragem
12
Água
10
N.A Superfície crítica
Elevação (m)
8 Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.25 Superfície crítica do talude de montante 58,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 1,409.
10
FS Local
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura 5.26 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 58,5 dias após o enchimento do reservatório.
30
20
Tensão (kPa)
10
-10
-20
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura 5.27 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 58,5
dias após o enchimento do reservatório.
77
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
14
12 Barragem
Água
10
Superfície crítica
Elevação (m)
N.A
8 Controno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.28 Superfície crítica do talude de jusante 58,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,598.
100
10
FS Local
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.29 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 58,5 dias após o enchimento do reservatório.
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.30 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 58,5
dias após o enchimento do reservatório.
78
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
A Fig. 5.31 mostra posição da linha freática no estágio 2. O avanço se mantém essencialmente
paralelo ao talude de montante com já discutido no estágio 1. A Fig. 5.32 ilustra os
deslocamento ocorrido 98 dias após do enchimento do reservatório. Nesse estágio o padrão na
região saturada já é bem definido. A parte inferior se desloca na direção do reservatório, como
no estágio anterior, enquanto a parte superior se desloca para cima numa clara tendência de
inversão no deslocamento com relação ao estágio 1, ou seja, de jusante para montante. Nesse
estágio já é possível perceber pelo padrão de deslocamento a definição de uma superfície de
ruptura no talude de montante. Já na região não saturada percebe-se um padrão aleatório, mas
que é essencialmente na direção de jusante.
Na Fig. 5.33 mostra que a tensão média na região não saturada permanece inalterada em
relação à fase de enchimento do reservatório. Já na região saturada também ocorre a
diminuição esperada como já discutido. A deformação volumétrica decorrente do avanço da
frente de saturação, mostrada na Fig. 5.34, é efetivamente positiva na zona saturada.
10
8
-360
0
Elevação (m)
6
0
-360
4
0
2 60
-360
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
8
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.32 Deslocamentos 98,5 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 30 vezes.
79
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
10
8
15 15
Elevação (m)
6 30
30
0 15
15 30
4 45
0
45
60
2 45 15
15
0 30
30 60
75
60 75
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.33 Tensão normal média 98,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa).
10
8
Elevação (m)
-2e-0
6 005 05
8e-
8e-005
2
-2e-0
0 5
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
A Fig. 5.35 ilustra a superfície crítica do talude de montante obtida 98 dias após o enchimento
do reservatório. Nota-se que a superfície está locada dentro da região saturada onde se
observa maior deslocamento do maciço (Fig. 5.32). Percebe-se também que a superfície tem
forma côncava. As Figs. 5.36 e 5.37 mostram as distribuições do fator de segurança local e
tensões ao longo da superfície. Na Fig. 5.36 nota-se dois picos na distribuição do fator de
segurança. Esses picos correspondem aos pontos de menores tensões mobilizadas, já que as
tensões resistentes ao longo de toda a superfície foram ajustadas para o valor mínimo de 5
kPa, como já discutido anteriormente.
As Figs. 5.38 a 5.40 mostram a superfície crítica, as distribuições do fator de segurança local
e tensões para o talude de jusante. Como pode ser visto, o maciço na zona não saturada de
jusante ainda mantém essencialmente o mesmo comportamento mecânico do estágio anterior.
Portanto, era de se esperar que o método da programação dinâmica obtivesse a mesma
superfície crítica para o talude de jusante.
80
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
14
Barragem
12
Água
10
N.A Superfície crítica
Elevação (m)
8 Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.35 Superfície crítica do talude de montante 98,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 1,027.
100
10
FS Local
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura 5.36 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 98,5 dias após o enchimento do reservatório.
30
20
Tensão (kPa)
10
-10
-20
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura 5.37 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 98,5
dias após o enchimento do reservatório.
81
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
14
12 Barragem
Água
10
Superfície crítica
Elevação (m)
N.A
8 Controno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.38 Superfície crítica do talude de jusante 98,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,586.
100
10
FS Local
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.39 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 98,5 dias após o enchimento do reservatório.
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.40 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 98,5
dias após o enchimento do reservatório.
82
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
A Fig. 5.41 mostra a posição da frente de saturação 138 dias após o enchimentos do
reservatório. Como já discutido anteriormente, o elevado gradiente hidráulico combinado com
anisotropia de permeabilidade assumida, mantém a o avanço da linha freática essencialmente
paralelo ao talude montante. Na Fig. 5.42 é mostrado o padrão de deslocamentos do maciço
nesse estágio. Como já constatado no estágio 2, os deslocamentos ocorridos mostram
claramente o desenvolvimento da superfície de ruptura no talude de montante. Já a região não
saturada os deslocamentos permanecem na direção de jusante. A magnitude dos
deslocamentos na região não saturada reflete a rigidez do maciço, que preserva a sucção
mátrica inicial. Pode-se notar pela Fig. 5.41 que o avanço da frente de saturação atingiu uma
região do maciço onde o coeficiente de anisotropia de deformação, induzido pelo estado de
tensão, começa a predominar. Assim, como mostrado na Fig. 5.42, tem-se o início do colapso.
Isso mostra influência da tensão média na deformação do maciço.
10
8
-360
0
Elevação (m)
6 0
4
-360
2 0
60
-360
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
83
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
10
8
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.42 Deslocamentos 138,5 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 30 vezes
10
8 15
15
Elevação (m)
6 30
15
0
4 45 15
30
15 30 45 60
2
0 75 45
15 30 60 30
75
60
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.43 Tensão normal média 138,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa).
10
8 -2e-005
Elevação (m)
8e-005
6
2
05
-0
-2e-005
8e
0 -2e-005
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
A Fig. 5.45 mostra a caracterização da ruptura do maciço 138 dias após o enchimento do
reservatório. Como esperado, a ruptura ocorreu no talude de montante. A superfície crítica
obtida pelo método da programação dinâmica mostra concordância com o mecanismo que
vinha se desenvolvendo, como mostrado nas Figs. 5.22, 5.32 e 5.42. A Fig. 5.46 mostra a
distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica. Nota-se que localmente,
excetuando-se alguns pontos, os fatores de segurança estão abaixo de 1. Porém, em um ponto
existe um pico devido a combinação da desprezível tensão mobilizada com a elevada
84
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
resistência ao cisalhamento como mostrado na Fig. 5.47. Essa elevada resistência se deve
principalmente à parcela coesiva devido a sucção mátrica.
A Fig. 5.48 mostra a superfície crítica do talude de jusante 138 dias após o enchimento do
reservatório. Como discutido nos estágios anteriores a frente de saturação não atingiu o
espaldar de jusante. Entretanto, nota-se que o avanço nesse estágio foi suficiente para
influenciar o fator de segurança global. A influencia se deve à diminuição da parcela coesiva
devido à sucção mátrica na parte da superfície mais próxima da frente de saturação As Fig.
5.49 e 5.50 mostram as distribuições do fator de segurança local e de tensões ao longo da
superfície crítica. Como pode ser visto, comparativamente aos estágios anteriores, as
distribuições são praticamente as mesmas.
14
Barragem
12
Água
10
N.A Superfície crítica
Elevação (m)
8 Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.45 Superfície crítica do talude de montante 138,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 0,948.
1000
100
FS Local
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura 5.46 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 138,5 dias após o enchimento do reservatório.
85
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
50
40
Tensão (kPa)
30
20
10
-10
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
14
12 Barragem
Água
10
Superfície crítica
Elevação (m)
N.A
8 Controno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.48 Superfície crítica do talude de jusante 138,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,442.
100
10
FS Local
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.49 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 138,5 dias após o enchimento do reservatório.
86
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura 5.50 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 138,5
dias após o enchimento do reservatório.
5.4 - Resumo
Este capítulo apresentou a simulação numérica de uma barragem metaestável em três fases
distintas. A fase de final de construção mostrou, como esperado, uma simetria nas superfícies
obtidas para os taludes de montante e jusante, já que os dados de entrada para análise pelo
método da programação dinâmica foram simétricos. Na fase de enchimento do reservatório, a
superfície obtida para o talude de montante diferiu da superfície obtida para o talude de
jusante, em termos de locação e fator de segurança global. O maior fator de segurança global
calculado para a superfície de montante refletiu a estabilidade conferida pelo carregamento de
água, que aumentou a tensão de confinamento no espaldar de montante. Em termos de
locação o método da programação dinâmica buscou o caminho mais crítico, dentro da nova
distribuição de tensões do problema. Assim, comparativamente com a fase de final de
construção, uma locação mais a jusante para o talude de montante foi coerente com o
princípio de busca otimizada. Na fase de fluxo transiente o processo foi descrito de 3 estágios.
Em todos os três estágios se observou a influência da frente de saturação na modificação do
estado de tensão do maciço, principalmente na zona saturada e em uma estreita faixa a jusante
da linha freática. Para os três estágios pode-se perceber o desenvolvimento do mecanismo de
ruptura no talude de montante, mostrado pelos vetores de deslocamento e confirmados pelas
superfícies críticas obtidas pelo método da programação dinâmica. Enquanto o avanço da
frente de saturação alterava o estado de tensão, e conseqüentemente o comportamento
mecânico da região de montante, a região de jusante mantinha o seu comportamento
mecânico praticamente inalterado. Isso refletiu nas superfícies praticamente idênticas, como
mostrado na Fig. 5.51, em todos os três estágios analisados, já que o estado de tensão
87
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
fornecido para a busca otimizada praticamente não era alterado. A Fig. 5.52 ilustra as
superfícies analisadas obtidas para o talude de montante. A Fig. 5.53 mostra como variou o
fator de segurança global das superfícies de montante e jusante analisadas. Pode-se dizer que
o método da programação dinâmica foi capaz de identificar o instante em que ocorre a ruptura
da barragem, e fornecer a respectiva superfície.
14
Barragem
12 Água
Contorno da busca
10 f inal de construção
8
58 dias após o enchimento
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.51 Superfícies críticas obtidas para o talude de jusante nas três fases analisadas.
14
Barragem
12 Água
Contorno de busca
10 final de construção
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura 5.52 Superfícies críticas obtidas para o talude de montante nas três fases analisadas.
88
Capítulo 5 – Simulação Numérica de uma Barragem Metaestável
7
Fator de segurança global
6 Talude de montante
5 Talude de jusante
truç ã
o es . ch . ch . c h.
ons nto do r o en o en o en
de c pó s pós a p ós
l hi m e i as a i as a d ias
F ina Enc 58 d 98 d 1 38
Período
Figura 5.53 Variação do fator de segurança global para os taludes de montante e jusante nas
três fases analisadas.
89
Capítulo 6 – Conclusões e Sugestões para Pesquisas Futuras
CAPÍTULO 6
6.1 - Conclusões
90
Capítulo 6 – Conclusões e Sugestões para Pesquisas Futuras
automática.
5) Foi determinado que a barragem colapsível estudada por Pereira (1996) é estável
durante a fase de construção (FS = 2,585) e se torna instável durante o primeiro
enchimento do reservatório. O fator de segurança global atinge o valor unitário 138
dias após o enchimento do reservatório.
Com base nos resultados observados e na teoria envolvida recomenda-se aprofundamento nos
seguintes pontos:
91
Capítulo 6 – Conclusões e Sugestões para Pesquisas Futuras
92
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95
APÊNDICE A – Descrição das Subrotinas do COUPSO
APÊNDICE A
Neste apêndice as principais subrotinas da nova versão do programa COUPSO são descritas.
As elipses indicam o início e o fim do diagrama de fluxo. As caixas em linhas cheias duplas
representam pontos de controle dentro do programa. As caixas em linhas cheias simples
representam as subrotinas existentes na versão original do COUPSO e que permaneceram
inalteradas. As caixas em linhas duplas, cheia e tracejada, representam subrotinas da versão
original do COUPSO que foram alteradas. Já as caixas em linhas duplas tracejadas
representam as subrotinas incluídas na nova versão do programa. Essas novas subrotinas são
executadas numa seqüência a partir da chamada a subrotina SAFE-DP. Logo, pode-se
considerar a subrotina SAFE-DP a versão modificada do programa de análise de estabilidade
SAFE-DP.
A subrotina SAFE-DP entrou no programa COUPSO de tal forma que a partir dos dados lidos
a estabilidade é calculada para a condição inicial. A partir daí, no fenômeno de análise
transiente, a subrotina SAFE-DP é chamada para os passos em que o usuário deseja a saída
dos resultados.
Como pode ser visto no fluxograma da Fig A.1. o programa principal controla todas as
operações chamando as subrotinas requeridas pela análise. A Fig A.1. mostra dois ciclos
principais no programa. O ciclo externo corresponde à sucessiva aplicação de passo de tempo,
que permite o avanço do fenômeno transiente de forma incremental. O ciclo interno é
executado várias vezes dentro de cada ciclo de tempo e corresponde ao procedimento de
iteração simples, utilizado na solução do sistema não linear. No programa principal também
são feitos o controle de erro e a conseqüente determinação da convergência na iteração
simples e saída dos resultados. Uma breve descrição das principais subrotinas é dada a seguir.
96
APÊNDICE A – Descrição das Subrotinas do COUPSO
Na subrotina DATAIN são obtidos as coordenadas dos nós, a conectividade dos elementos, as
propriedades dos materiais, a geometria da estrutura em análise, as condições de fronteira em
termos de deslocamento e pressão de água e os carregamentos externos aplicados. Por fim,
são lidos os dados da análise transiente que incluem as condições iniciais e o tamanho do
passo de tempo.
SUBROTINA TENSI: calcula as tensões iniciais, nos pontos de Gauss, para a estrutura do
solo nos casos onde não se tem disponíveis as tensões iniciais. Para os casos onde existem as
tensões iniciais provenientes de uma análise anterior (por exemplo, a simulação da fase de
enchimento do reservatório) esta subrotina permanece com os valores existentes. Na
seqüência a subrotina TENSI chama as subrotinas TEPRIN e MOBLZ para calcular,
respectivamente, as tensões principais e a resistência de cisalhamento mobilizada nos pontos
de Gauss.
97
APÊNDICE A – Descrição das Subrotinas do COUPSO
SUBROTINA FOFS: calcula o fator de segurança global para a superfície fornecida pela
subrotina DP.
98
APÊNDICE A – Descrição das Subrotinas do COUPSO
99
APÊNDICE A – Descrição das Subrotinas do COUPSO
INÍCIO
DATAIN
TEPRIN
TENSI PROPER
MOBLZ COVERIF
DP
CONTROLE DE CONVERGÊNCIA
NA ITERAÇÃO SIMPLES
CICLO DE INCREMENTO DE CARGA
TIMESCH
GLOBAL SOILPARAM
VCPARAM PERMEAB
MASOLSKY
STATESUR
STRESSES
TEPRIN
PROPER
CONTROLE DE PARADA E
MOBLZ
SAÍDA DOS RESULTADOS COVERIF
FIM DP
FOFS
100
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
APÊNDICE B
B.1 - Introdução
Pereira (1996) compactou o material de forma a obter duas estruturas: uma de estrutura
metaestável e outra estável. A modelagem de uma estrutura estável teve como objetivo
estudar soluções alternativas para as barragens metaestáveis. Essas barragens são conhecidas
como barragem sonrizal por apresentar estrutura sujeita a colapso durante o primeiro
enchimento.
Neste trabalho a modelagem estável foi utilizada para validação da implementação numérica
das rotinas de otimização. Já a modelagem metaestável foi utilizada para o caso de estudo.
A Tab. B.1 mostra as propriedades índice do material estudado por Pereira (1996). O material
estudado foi um solo residual derivado de um gnaise do grupo Ceará. O solo foi classificado
como uma areia siltosa e pode ser considerado como material representativo utilizado na
construção de pequenas barragens de terra no nordeste brasileiro (Pereira, 1996).
A partir das amostras extraídas de barragens sonrizal, Miranda (1988) constatou que essas
apresentavam peso específico seco médio da ordem de 14,75 kN/m3. Baseado nessa
101
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
constatação, e a partir desse valor de peso específico, Pereira (1996) procede a determinação
da umidade inicial por tentativa e erro de forma que a sucção relacionada pudesse ser
controlada nos equipamentos utilizados nos ensaios de compressibilidade e resistência ao
cisalhamento.
Areia: 52 – 54%
Silte: 35 – 28%
D10: 0,0006 mm
D30: 0,016 mm
D60: 0,22 mm
102
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
120
100
80
Passa (%)
60
40
20
0
0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10
Diametro (mm)
A Fig. B.2 mostra a curva de compactação do solo. Pereira (1996) utilizou a energia de
compactação Proctor Normal por refletir melhor, em termos de equipamentos disponíveis, a
condição local de construção das barragens sonrizal. A Fig. B.2 também mostra o ponto de
umidade obtido por Pereira (1996) para estruturar o solo maneira a torná-lo metaestável.
Como pode ser visto na Fig. B.2, a umidade ótima do material corresponde a 14,5%, e a
umidade utilizada para a estrutura metaestável foi de 10,5%.
Peso específico seco, (kN/m 3)
20
Curva de compactação
19
Grau de saturação=90%
18 Grau de saturação=100%
17
15
×
14
5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33
Umidade (%)
103
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
Baseado nos resultados de laboratório, Pereira (1996) utilizou o programa SigmaPlot para
ajustar os dados a uma função matemática que descrevesse o comportamento observado nos
resultados experimentais. A Tab. B.2 mostra os resultados obtidos em laboratório para as
amostras ensaiadas. Com os resultados da Tab. B.2 e partindo do princípio de que, para as
superfícies de estado de índice de vazios e grau de saturação, as funções tinham que ser
contínuas na primeira derivada, Pereira (1996) chega as Eq. (B.1) e (B.2) para o índice de
vazios e grau de saturação respectivamente. As Figs. B.3 e B.4 mostram as superfícies de
estado de índice de vazios e grau de saturação respectivamente, obtidas pelas Eqs. (B.1) e
(B.2).
e f − eu
e = eu + (B.1)
⎡ ⎛ (ua − uw ) ⎞b ⎤
⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ c ⎠ ⎥⎦
onde:
− 0,142
e f = 0,752 + é o índice de vazios final para fase pós-colapso;
⎡ ⎛ (σ m ) ⎞ − 3,5 ⎤
⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥
⎣⎢ ⎝ 75 ⎠ ⎦⎥
b = 39,01(σ m )
−0 , 6103
parâmetro que define a inclinação no trecho da fase de colapso;
fase de colapso;
σ m é tensão normal média;
e é o índice de vazios para uma dada combinação das variáveis de estado de tensão.
104
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
S = S0 +
(1 − S0 ) (B.2)
⎧⎪ ⎛ (ua − uw ) ⎞ d ⎫⎪
⎨ 1+ ⎜ ⎟ ⎬
⎪⎩ ⎝ c ⎠ ⎭⎪
onde:
Brooks & Corey (1964) estimaram o coeficiente de permeabilidade de um solo não saturado a
partir da curva característica e da condutividade hidráulica do solo saturado, k s . Pereira
(1996) utilizando os dados de ensaio e o programa SigmaPlot propõe a Eq. (B.3) para a
condutividade hidráulica do solo não saturado como função da sucção mátrica e da
condutividade hidráulica do solo saturado:
λ
⎛ Ψcr ⎞
k w = k p ⎜⎜ ⎟⎟ (B.3)
⎝ (ua − uw ) ⎠
onde:
kw ≤ ks ;
Ψcr = 3,0;
λ = 2,10.
A Figura B.5 mostra a variação da condutividade hidráulica, obtida a partir da Eq. (B.3) com
relação à variação da sucção. Como pode ser visto pela Fig. B.5 a condutividade hidráulica
depende basicamente da sucção mátrica.
Da mesma forma descrita anteriormente, Pereira (1996) utiliza os dados obtidos do ensaio de
cisalhamento direto para modelar matematicamente a envoltória de ruptura estendida de
Mohr-Coulomb utilizando o programa SimaPlot. Pereira (1996) assume que a resistência ao
105
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
cisalhamento se mantém constante para a faixa de sucção mátrica entre 100 e 370 kPa O
resultado do ajuste é expresso pela Eq. (B.4):
onde:
Comparando-se a Eq. (B.4) com a Eq. (2.14) têm-se o ângulo de atrito e a coesão funções da
sucção mátrica como mostrado nas Eqs. (B.5) e (B.6).
c = a1 + c1 (ua − uw ) (B.6)
Como pode ser visto pela Figs. B.6 e B.7, a Eq. (B.4) na forma apresentada por Pereira (1996)
prevê valores negativos para o intercepto de coesão, quando o solo se aproxima da saturação.
Assim, neste trabalho o intercepto coesivo mínimo de 5 kPa foi admitido com base nos
resultados experimentais obtidos por Pereira (1996). A variação do ângulo de atrito com
relação à variação sucção mátrica pode ser visualizada pela Fig. B.8. (Cordão Neto, 2001)
observou que para valores de sucção próximos a zero existe uma descontinuidade na variação
do ângulo de atrito. Essa descontinuidade não reflete o real comportamento do solo, dado a
diferença de 5 graus no ângulo de atrito para uma variação de 1 kPa na sucção. Portanto, um
ângulo de atrito constante e igual a 16 graus foi utilizado neste trabalho como representativo
do comportamento do solo.
106
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
TPT1: Corpo de prova submetido a uma tensão confinante de 20 kPa durante a molhagem;
TPT2: Corpo de prova submetido a uma tensão confinante de 50 kPa durante a molhagem;
TPT3: Corpo de prova submetido a uma tensão confinante de 100 kPa durante a molhagem;
TPT4: Corpo de prova submetido a uma tensão confinante de 200 kPa durante a molhagem.
Tabela B.2 Resumos dos resultados obtidos para o índice de vazios (e) e grau de saturação
(S) sob trajetória de molhagem (Pereira, 1996).
(kPa)
e S e S E S e S
(1)
(2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)
107
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
0,80
0,60
20
50
0,50
0 10 0 Tensão líquida
5 10 30 60 20 0 média (kPa)
90 20 0
S ucção M át 37 0
ri ca (k Pa )
Figura B.3 Superfície de estado de índice de vazios para o solo colapsível (modificado de
Pereira, 1996).
100
Saturação S (%)
80
60
40
20 0
20
10 0
0
50
5 Tensão líquida
10 30 60 90 20 média (kPa)
S ucção M át 20 0 37 0
ri ca (k Pa )
Figura B.4 Superfície de estado de grau de saturação para o solo colapsível (modificado de
Pereira, 1996).
108
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
Coeficiente de permeabilidade
1,0E-05
1,0E-06
1,0E-07
1,0E-08
Kw (m/s)
1,0E-09
1,0E-10
1,0E-11 Tens ão confinante líquida=200 kPa
1,0E-12 Tens ão confinante líquida=100 kPa
1,0E-13 Tens ão confinante líquida=50 kPa
1,0E-14 Tens ão confinante líquida=20 kPa
1,0E-15
1 10 100 1000
Sucção mátrica (kPa)
Figura B.5 Coeficiente de permeabilidade versus sucção para o solo colapsível (modificado
de Pereira, 1996).
200
Resistência ao cisalhamento (kPa)
50
-50
0 50 100 150 200 250
Tensão normal líquida (kPa)
Figura B.6 Resistência ao cisalhamento versus tensão normal líquida do solo colapsível para
diferentes sucções (modificado de Pereira, 1996).
109
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
200
Resistência ao cisalhamento (kPa)
50
-50
0 50 100 150 200 250
Sucção mátrica (kPa)
Figura B.7 Resistência ao cisalhamento versus sucção do solo colapsível para diferentes
tensões normais líquidas (modificado de Pereira, 1996).
18
17
16
ângulo de atrito (graus)
15
14
13
12
11
10
0 50 100 150 200
Figura B.8 Variação do ângulo de atrito com a sucção mátrica (Cordão Neto, 2001).
110
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
A modelagem de uma estrutura estável para o material seguiu os mesmos passos discutidos
previamente para modelagem metaestável. As Eqs. (B.7) e (B.8) para o índice de vazios e
grau de saturação, respectivamente, foram obtidas por Pereira (1996) a partir de dados de
ensaios de duplo oedométrico e assumindo um coeficiente de Poisson constante igual a 0,3. A
tensão vertical variou de 25 a 200 kPa e a sucção inicial foi de 30 kPa. As Figs. B.9 e B.10
mostram as superfícies de estado de índice de vazios e grau de saturação, obtidas a partir das
Eqs. (B.7) e (B.8).
(1 − S 0 )
S = S0 +
{1 + [α (u a − u w )]n }m
(B.8)
onde:
Segundo Pereira (1996) a Eq. (B.7) é válida tanto para a condição saturada quanto para a não
saturada, quando o solo é compactado nas condições de umidade ótima da energia Proctor
Normal. Como pode ser visto pela Fig. B.9 a compressibilidade do solo estável, sob
carregamento oedométrico, é independente da variação da sucção. Isto implica que o módulo
de compressibilidade ms2 .é igual a zero. Já pela Fig B.10 vê-se que o módulo m1w tem valores
pequeno para a faixa de tensão vertical aplicada.
A Eq. (B.9) para a condutividade hidráulica foi modelada por Pereira (1996) a partir da
equação proposta por van Genuchten (1980).
=k.
{1 − [α (u − u )] * [1 + α (u − u ) ] }
a w
n −1
a w
n −m
2
{1 + [α (u }
kw (B.9)
− uw )]
s n m/2
a
onde:
111
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
A Fig. B.11 mostra a variação da condutividade hidráulica, obtida a partir da Eq. (B.9), com
relação à variação da sucção.
(ua − uw )b λ ⎛ ⎞
τ ff = c'+(σ − uw ).tgφ '+(ua − uw ).tgφ b +
1 1
.⎜ − ⎟tgφ ' (B.10)
λ −1 ⎜ (u − u ) λ −1
( − ) λ −1 ⎟
⎝ a w b u a u w b ⎠
onde:
0,50
Índice de Vazios (e)
0,40
20
50
0,30
0 10 0 Tensão líquida
5 10 30 60 20 0 média (kPa)
90 20 0
S ucção M át 37 0
ri ca (k Pa )
Figura B.9 Superfície de estado de índice de vazios para o solo estável (modificado de
Pereira, 1996).
112
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
100
Saturação S (%)
80
60
40
20 0
20
10 0
0
50 Tensão líquida
5 10 30 60 média (kPa)
90 20
S ução M át 20 0 37 0
ri ca (kP a)
Figura B.10 Superfície de estado de grau de saturação para o solo estável (modificado de
Pereira, 1996).
1,0E-05
Coeficiente de permeabilidade
1,0E-06
1,0E-07
1,0E-08
Kw(m/s)
1,0E-09
1,0E-10
Tens ão confinante líquida=200 kPa
1,0E-11
Tens ão confinante líquida=100 kPa
1,0E-12 Tens ão confinante líquida=50 kPa
1,0E-13 Tens ão confinante líquida=20 kPa
1,0E-14
1 10 100 1000
Sucção mátrica (kPa)
Figura B.11 Coeficiente de permeabilidade versus sucção para o solo estável (modificado de
Pereira, 1996).
113
APÊNDICE B – Caracterização e Modelagem do Solo
250
Resistência ao cisalhamento (kPa)
200
150
100
Sucção mátrica=0 kPa
Sucção mátrica=25 kPa
50 Sucção mátrica=50 kPa
Sucção mátrica=100 kPa
0
0 50 100 150 200 250
Tensão normal líquida (kPa)
Figura B.12 Resistência ao cisalhamento versus tensão normal líquida do solo estável para
diferentes sucções (modificado de Pereira, 1996).
250
Resistência ao cisalhamento (kPa)
200
Tensão normal líquida=25 kPa
50
0
0 50 100 150 200 250
Sucção mátrica (kPa)
Figura B.13 Resistência ao cisalhamento versus sucção do solo estável para diferentes tensões
normais líquidas (modificado de Pereira, 1996).
114
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
APÊNDICE C
C.1 - Introdução
C.2 - Deslocamentos
10
8
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.1 Deslocamentos 17,7 dias após o enchimento do reservatório:ampliado 100 vezes.
10
8
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.2 Deslocamentos 18,1 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 100
vezes.
115
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
10
8
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.3 Deslocamentos 18,3 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 100
vezes.
10
8
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.4 Deslocamentos 38,5 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 50 vezes.
10
8
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.5 Deslocamentos 78,5 dias após o enchimento do reservatório: ampliado 40 vezes.
116
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
10
8
Elevação (m)
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
8
-300
Elevação (m)
6
-300
4 0
00
-3
2 0
0 -300
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
8
-300
Elevação (m)
6
-300
0
4
00
-3
2 0
0 -300
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
117
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
10
8
Elevação (m)
0 -300
6
0 -300
4
00
2
-3
0
-30
0
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
8
Elevação (m)
-300
6
0
4
-300
0
2
-300
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
8
0
Elevação (m)
6 -360
0
4
-360
2
0
-360
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
118
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
10
60
0
-3
Elevação (m)
6
0
4 -360
2 0
60
-360
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
8 -3
0 6 0
Elevação (m)
6
0
4 -360
0
2
60
-360
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
8 15
15
Elevação (m)
6 30 15
30
30
4 45
45
60 45 30
2 45 60 15
60 75
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.14 Tensão normal média 17,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa).
119
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
10
8 15 15
Elevação (m)
6 15 30
30
30 15
4 30 45
45
45
60
2 45 60 45 30
60 15
45 60 75
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.15 Tensão normal média 17,7 dias após o enchimento do reservatório (kPa).
10
8 15 15
Elevação (m)
6 15 30
30 30 15
4 45 45
30
60
2 15
60 30
60 45
75 75
45
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.16 Tensão normal média 18,1 dias após o enchimento do reservatório (kPa).
10
8 15
15
Elevação (m)
6 15 30
30 30 15
4 45 45
30
45 60
2 15
60 30
60 45
45 75 75
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.17 Tensão normal média 18,3 dias após o enchimento do reservatório (kPa).
120
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
10
8 15
15
Elevação (m)
6 30
0 30 30 15
4 45 45
15
60
45
2 60 45 30 15
0 60
30
75 75
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.18 Tensão normal média 38,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa).
10
8 15
15
Elevação (m)
6 30
30
15 45 30 15
4 0 45
45 60
2 60 15
0 45 30
15 75 75 60
30
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.19 Tensão normal média 78,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa).
10
8 15 15
Elevação (m)
6 30
0
15 30 15
4 30
0 45
45
60
2 30
0 45 30
15 75 15
60
30 75
0 60
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.20 Tensão normal média 118,5 dias após o enchimento do reservatório (kPa).
121
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
10
8
Elevação (m)
6
4 -6e-00
2
6
-00
-6e
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
8
Elevação (m)
-2e-005
4
-2e-005
2
-2e-005
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
8
Elevação (m)
6
005
-2e-
00 5
8e- 5
2 -2e-00
05
-0
e
-2
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
122
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
10
8
Elevação (m)
5
-00
6 -2e-005
-2e
4 005
-2e-
0 05
8e-
2
5
00
e-
0
-2
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
8
-2e-005
Elevação (m)
-2e-005
6
005
8e-
-2e-005
4
5
8e-00 00
5
e-
2 5 -2
-00
8e-00
5 -2e
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
10
-2e-005
8
Elevação (m)
8e-
6 005
4 5
- 00 -2e-005
8e
5
-050
2 8e0
-2e-0
-2e-005
-2e-005
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
123
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
10
-2e-00
5
8
Elevação (m)
-2e-
6 5 005
00
8e-
2
5
-00
-2e-005
8e
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
14
Barragem
12
Água
10
Superfície crítica
Elevação (m)
N.A
8 Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.28 Superfície crítica do talude de montante 17,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 6,586.
14
12 Barragem
Água
10
Superfície crítica
Elevação (m)
N.A
8 Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.29 Superfície crítica do talude de montante 17,7 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 6,237.
124
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
14
12 Barragem
Água
10
Superfície crítica
Elevação (m)
N.A
8 Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.30 Superfície crítica do talude de montante 18,1 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 6,230.
14
Barragem
12
Água
10
Superfície crítica
Elevação (m)
N.A
8 Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.31 Superfície crítica do talude de montante 18,3 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 6,220.
14
Barragem
12
Água
10
N.A Superfície crítica
Elevação (m)
8 Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.32 Superfície crítica do talude de montante 38,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,526.
125
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
14
12 Barragem
Água
10
N.A Superfície crítica
Elevação (m)
8 Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.33 Superfície crítica do talude de montante 78,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 1,168.
14
12 Barragem
Água
10
N.A
Elevação (m)
Superfície crítica
8
Contorno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.34 Superfície crítica do talude de montante 118,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 1,010.
126
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
1000
100
FS Local
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.35 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 17,5 dias após o enchimento do reservatório.
140
120
100
Tensão (kPa)
80
60
40
20
0
-20
-40
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.36 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 17,5
dias após o enchimento do reservatório.
127
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
10000
1000
100
FS Local 10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.37 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 17,7 dias após o enchimento do reservatório.
140
120
100
80
Tensão (kPa)
60
40
20
0
-20
-40
-60
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.38 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 17,7
dias após o enchimento do reservatório.
10000
1000
100
FS Local
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.39 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 18,1 dias após o enchimento do reservatório.
128
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
140
120
100
80
Tensão (kPa)
60
40
20
0
-20
-40
-60
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.40 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 18,1
dias após o enchimento do reservatório.
10000
1000
100
FS Local
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.41 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 18,3 dias após o enchimento do reservatório.
140
120
100
80
Tensão (kPa)
60
40
20
0
-20
-40
-60
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.42 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 18,3
dias após o enchimento do reservatório.
129
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
100
10
FS Local
1
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.43 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 38,5 dias após o enchimento do reservatório.
40
30
20
Tensão (kPa)
10
0
-10
-20
-30
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.44 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 38,5
dias após o enchimento do reservatório.
100
10
FS Local
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.45 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 78,5 dias após o enchimento do reservatório.
130
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
40
30
Tensão (kPa)
20
10
-10
-20
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.46 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de montante 78,5
dias após o enchimento do reservatório.
100
10
FS Local
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
Figura C.47 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de montante 118,5 dias após o enchimento do reservatório.
20
10
Tensão (kPa)
-10
-20
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Distância (m)
131
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
14
Barragem
12
Água
10 Superfície crítica
N.A
Elevação (m)
8 Controno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.49 Superfície crítica do talude de jusante 17,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,592.
14
Barragem
12
Água
10 Superfície crítica
N.A
Elevação (m)
8 Controno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.50 Superfície crítica do talude de jusante 17,7 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,591.
132
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
14
Barragem
12
Água
10 Superfície crítica
N.A
Elevação (m)
8 Controno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.51 Superfície crítica do talude de jusante 18,1 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,589.
14
Barragem
12
Água
10 Superfície crítica
N.A
Elevação (m)
8 Controno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.52 Superfície crítica do talude de jusante 18,3 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,589.
14
Barragem
12
Água
10 Superfície crítica
N.A
Elevação (m)
8 Controno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.53 Superfície crítica do talude de jusante 38,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,597.
133
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
14
12 Barragem
Água
10
Superfície crítica
Elevação (m)
N.A
8 Controno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.54 Superfície crítica do talude de jusante 78,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,590.
14
12 Barragem
Água
10
N.A Superfície crítica
Elevação (m)
8 Controno de busca
6
4
2
0
-2
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.55 Superfície crítica do talude de jusante 118,5 dias após o enchimento do
reservatório: FS global = 2,576.
134
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
100
10
FS Local
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.56 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 17,5 dias após o enchimento do reservatório.
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.57 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 17,5
dias após o enchimento do reservatório.
135
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
100
10
FS Local
1
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.58 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 17,7 dias após o enchimento do reservatório.
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.59 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 17,7
dias após o enchimento do reservatório.
100
10
FS Local
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.60 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 18,1 dias após o enchimento do reservatório.
136
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.61 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 18,1
dias após o enchimento do reservatório.
100
10
FS Local
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.62 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 18,3 dias após o enchimento do reservatório.
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.63 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 18,3
dias após o enchimento do reservatório.
137
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
100
10
FS Local
1
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.64 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 38,5 dias após o enchimento do reservatório.
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.65 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 38,5
dias após o enchimento do reservatório.
100
10
FS Local
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.66 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 78,5 dias após o enchimento do reservatório.
138
APÊNDICE C – Resultados da Análise Transiente
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.67 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 78,5
dias após o enchimento do reservatório.
100
10
FS Local
0
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Distância (m)
Figura C.68 Distribuição do fator de segurança local ao longo da superfície crítica do talude
de jusante 118,5 dias após o enchimento do reservatório.
120
80
Tensão (kPa)
40
-40
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Distância (m)
Figura C.69 Distribuição de tensões ao longo da superfície crítica do talude de jusante 118,5
dias após o enchimento do reservatório.
139