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A educação moral e cívica, disciplina de longa data nos currículos e diretrizes educacionais e
símbolo da educação durante a ditadura de 1964, revogada por Itamar Franco em 1993, pode ser
reintroduzida a partir de 2019. Apesar de a memória mais recente relembrar o estabelecimento da
disciplina na ditadura militar, a partir do decreto-lei de 1969, durante o governo do general Costa e
Silva, a educação moral e cívica não foi exclusividade dos militares.
Desde a reforma do Colégio Pedro II, em 1925, situou-se na grade normal do ensino básico
e secundário até 1931. Embora aparentemente ter constituído um retrocesso no campo educacional,
naquele momento a disciplina proporcionava uma discussão de cidadania e participação política,
situação efêmera até então. A disciplina, após a ascensão de Vargas em 1930, passou a ser disputada
pelos setores ligados à Igreja, pois “era preciso trabalhar para que os ‘princípios básicos da ordem
social cristã’ voltassem a orientar a constituição política do país” 1. Assim, a Instrução Moral e
Cívica permaneceu ausente até 1969, na ocasião de sua reintrodução pelos militares. O retorno
programático da matéria não conservou, contudo, o aspecto progressista que ela representava na sua
introdução. Como afirmou Marx, se a história repete a tragédia, repete como farsa.2
No contexto de identificação da repressão da ditadura militar com o decreto do Ato
Institucional nº 5, que “suspendia”, em nome da doutrina de segurança nacional, não apenas as
liberdades políticas, mas também as civis e sociais. Neste sentido,