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Como Selecionar um Controlador de Temperatura?

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O controlador de temperatura é necessário em qualquer situação onde é desejado


manter a temperatura estável e controlada. Isto pode ser uma situação onde deseja-se
manter objetos quentes ou resfriados e que esta temperatura esteja igual a
temperatura alvo (setpoint), independente de mudanças no ambiente. Neste contexto,
existem dois tipos fundamentais de controlador de temperatura: O de controle em
malha aberta e o de controle em malha fechada sendo que o de controle em malha
aberta é a aplicação mais básica de controle de temperatura e nesta aplicação a
temperatura real do objeto não é levada em consideração.

Figura 1 – Controle em Malha Aberta e Malha Fechada

Para que você possa entender melhor o controle em malha aberta, imagine o sistema
de ar condicionado de um carro convencional. Em um dia quente, o ar condicionado
regulado no máximo deixaria a temperatura confortável, mas por outro lado em um
dia frio, a mesma configuração deixaria o ambiente do carro muito gelado pois
o controlador de temperaturaopera sem considerar a temperatura ambiente. Para que
a temperatura ambiente seja considerada, é necessário a utilização de um sensor que
faz a leitura da da temperatura e informa ela ao controlador, que por sua vez, realiza o
controle a fim de manter um valor desejado. Na Figura 1 podemos ver esta diferença
na indústria em que temos o aquecimento de um tanque. No controle em malha
aberta o operador deve olhar a temperatura e então agir na válvula manualmente. A
válvula opera sem ter o valor exato da temperatura na sua entrada. Por outro lado em
malha fechada, a válvula abre e fecha no tempo exato pois ele sabe exatamente como
está ficando a temperatura na saída.

Abaixo, você pode visualizar um diagrama de controle em malha aberta:


Figura 1 – controlador de temperatura Malha Aberta

Já o controle em malha fechada é mais sofisticado e nestas aplicações a saída da


temperatura é medida e ajustada constantemente a fim de manter constante a
temperatura de saída próxima da desejada (setpoint). Como exemplo, podemos citar a
medição da temperatura feita pelo sensor de temperatura dentro de um forno que
comprada com o setpoint definido no controlador do painel elétrico. O controlador de
temperatura por sua vez se encarrega de manter e controlar o processo da forma
como deve ser. Veja abaixo um diagrama de controle em malha fechada:

Figura 2 – Controlador de Temperatura Malha Fechada

1 – Introdução ao Controlador de Temperatura


Como vimos, o controlador de temperatura é um dispositivo aplicado para manter
uma temperatura desejada em um valor específico. O exemplo mais simples de
controlador de temperatura é o encontrado nas geladeiras das residências onde um
termostato mede a temperatura do refrigerador e envia a informação para o
controlador de forma com que ele comande o motor da geladeira, que por sua vez, faz
circular gás nas serpentinas que retiram calor interno da geladeira de forma com que a
sua temperatura fique dentro da regulada por você. Também temos o exemplo do
forno elétrico, onde o controlador monitora a temperatura interna e liga ou desliga a
resistência de forma com que a mesma fique dentro da desejada.

2 – Aplicações Comuns para o Controlador de Temperatura


O controlador de temperatura aplicado na indústria opera da mesma forma do que os
encontrados nas residências sendo que as aplicações mais comuns são para o controle
de aquecimento e resfriamento de fornos, chillers e ar condicionados individuais e
centrais. No ambiente industrial utiliza-se vários tipos de sensores que medem a
temperatura constantemente e que comparam esta medição com a desejada, gerando
assim, um sinal de correção de forma com que os dispositivos como válvulas
proporcionais ou controladores de corrente e tensão ajustem a energia necessária
para manter a temperatura desejada.

Aplicações comuns:

Algumas das aplicações que podemos encontrar o controlador de temperatura


gerenciando a manufatura são em extrusoras de plástico, formadoras térmicas,
embalagens, processamento e armazenamento de alimentos, etc. A seguir podemos
ver alguns exemplos nestes segmentos:

• Tratamento Térmico / Fornos

Os controladores de temperatura são usados em fornos e em aplicações de


tratamento térmico tais como fornos cerâmicos, caldeiras e trocadores de calor.

• Embalagem

No mundo da embalagem, as máquinas equipadas com barras de vedação, aplicadores


de cola, funções de fusão a quente, túneis de encolhimento ou aplicadores de
etiquetas devem operar com níveis de temperatura e tempo de processo
estabelecidos por padrões de qualidade. Neste quesito, o controlador de temperatura
regula com precisão estas operações para garantir a fabricação de produto com alta
qualidade.

• Plástico

É comum realizar o controle de temperatura na indústria de plásticos em chillers


portáteis, secadores e equipamentos de moldagem e extrusão. Em equipamentos de
extrusão, o controlador de temperatura é utilizado para monitorar e controlar
precisamente temperaturas em diferentes pontos críticos na produção do plástico.

• Saúde e Farmacêutico

O Controlador de temperatura é utilizado no setor de saúde para aumentar a


precisão. Equipamentos comuns que utilizam estes dispositivos incluem
instrumentos de ensaio de laboratório, autoclaves, incubadoras, equipamento de
refrigeração, câmaras de cristalização e câmaras de ensaio onde os espécimes devem
ser mantidos dentro de parâmetros de temperatura específicos.

• Alimentação

As aplicações comuns de processamento de alimentos que envolvem o controlador de


temperatura incluem processos que possuem preparação de cerveja, mistura,
esterilização e fornos de cozimento e recozimento sendo que nestes processos os
controladores regulam a temperatura e/ou tempo de processo para garantir um
desempenho ideal.
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3 – Partes que Compõem o Controlador de Temperatura


Todos os controladores de mercado possuem alguns pontos em comum que são as
entradas e as saídas. Tipicamente, se você deseja medir algo, você precisa de uma
entrada de medição, que neste caso é a temperatura. Após medir, se você deseja
controlar algo, entrão você precisará de uma saída.

3.1 – Entradas

O controlador de temperatura pode ter diferentes tipos de entradas. Isto porque a


entrada depende do tipo do sinal e do sensor especificado para determinado processo.
Os 3 tipos de sensores para aplicações de temperatura são os termoacopladores ou
termopares, resistivos (RTDs) e termistores.

3.1.1 – Entrada do Tipo Termopar

Os termopares ou termoacopladores incluem os


tipos J, K, T, R, S, B e L entre outros e a letra se caracteriza pela composição dos
materiais que compõem os 2 fios do instrumento de medição e pela temperatura que
eles suportam. Por possuir um par de fios distintos em termos de materiais, eles
também são chamados de termopar.

Abaixo, você pode ver uma tabela com a característica mostrando a composição de
cada um de cada um:
3.1.2 – Entrada do Tipo RDT ou PT100

Os RTDs (Resistance Temperature Detectors)


utilizam materiais como a platina em sua composição que suporta temperaturas de até
500ºC ou níquel (um pouco menos estável que a platina). Eles se baseiam na variação
da resistividade com a temperatura e por possuírem característica resistivas podem
apresentar uma desvantagem com relação ao termopar devido ao fato de que quando
a corrente circula pelo RTD, ela provoca aquecimento, que pode interferir na medição
da temperatura.

Tipicamente o RTD é chamado de PT100 que é composto por platina, possuindo 100Ω
e é muito encontrados em processos com fornos industriais.

3.1.3 – Entrada do Tipo Termistor

Os termistores podem ser de dois tipos:


NTC ou PTC e são sensores semicondutores que podem ter a varição de resistência de
forma proporcional. A resistência pode se elevar com a temperatura (PTC – positive
temperature coeficient) ou se comportar de forma inversa em que a resistência
diminui com a elevação da temperatura (NTC – negative temperature coeficient).

Os termistores são muito encontrados nas geladeiras, freezers e tanques de


refrigeração de bebidas.

3.1.4 – Outros Tipos de Entrada

Alternativamente, o controlador de temperatura pode possuir entradas de tensão e


corrente, permitindo assim a aquisição de sinais de outros tipos de sensores como
pressão, nível e fluxo. Entradas típicas de sinais de tensão podem ser de 0 a 5VDC, 0 a
10VDC (mais comum) e 2 a 10VDC. Já para entradas do tipo corrente, podemos
encontrar no mercado a de 0 a 20mA e 4 a 20mA (mais comum).

Tipicamente, um controlador de temperatura pode ter incorporado um recurso para


detectar quando um sensor de entrada está com defeito ou está ausente. Isso é
conhecido como detecção de falha de sensor, e sem essa funcionalidade de condição
de falha, poderão haver danos significativos ao equipamento a ser controlado caso
falhe o sensor. Esse recurso permite que o controlador interrompa o processo
imediatamente se uma condição de falha for detectada.
3.2 – Saídas

Da mesma forma que os controladores possuem entradas, eles também possuem


saídas, sendo que cada saída pode ser utilizada para fazer várias funções, incluindo
controle de processo tais como ligar ou desligar aquecimento ou resfriamento,
disparar um alarme ou enviar o valor de temperatura para um CLP.

As saídas típicas de um controlador de temperatura incluem reles comuns, reles de


estado sólido e saídas analógicas. Uma saída a rele possui tipicamente um polo
alinhado com uma bobina de tensão DC. O controlador energiza a bobina do rele,
provendo isolação dos seus contatos. Isso permite que os contatos controlem uma
fonte de tensão externa capaz de alimentar a bobina de um contator que fará o
controle em correntes muito mais elevadas por exemplo.

Outro tipo de saída que pode ser encontrada em um controlador de temperatura é a


do tipo SSR. SSR são saídas lógicas que ligam ou desligam um rele de estado sólido. A
maioria dos relés de estado sólido requerem de 3 a 32VDC para ligar, em um SSR típico
com sinal de 10V pode ativar até três relés de estado sólido.

Um triac fornece a função de rele sem peças móveis. É um dispositivo de estado sólido
que controla correntes de até 1A e suas saídas podem permitir uma pequena
quantidade de corrente de fuga, geralmente menor que 50mA. Esta corrente de fuga
não afeta circuitos de contator de aquecimento, mas pode ser um problema se a saída
for usada para conectar a outro circuito de estado sólido, como uma entrada de
um CLP. Se isso é uma preocupação, um contato de relé padrão seria uma escolha
melhor pois fornece corrente zero absoluta quando a saída é desenergizada e os
contatos estão abertos.

Saídas analógicas também podem ser encontradas no controlador de temperatura


com sinais típicos de 0-10V ou 4-20mA sendo que estes sinais são calibrados de modo
a variar em porcentagem da saída. Por exemplo, se um controlador de temperatura
estiver enviando um sinal de 0%, a saída analógica será 0V ou 4mA. Da mesma
forma, quando o controlador estiver enviando um sinal de 50%, a saída será 5V ou
12mA e quando ele estiver enviando um sinal 100%, a saída será 10V ou 20mA.

4 – Parâmetros do Controlador de Temperatura


Um controlador de temperatura poderá possuir vários parâmetros além do Setpoint.
Basicamente o Setpoint é o alvo setado pelo operador e representa o que o
controlador precisa manter estável. Por exemplo, uma temperatura nominal de 30°C
significa para o controlador que ele deverá manter a temperatura neste valor o tempo
todo.

Alarme Alto ou Baixo – Outro parâmetro é o valor de alarme que é utilizado para
indicar quando um processo atingiu alguma condição determinada. Há algumas
variações nos tipos de alarmes. Por exemplo, um alarme alto pode indicar que a
temperatura ficou mais quente do que o valor ajustado e da mesma forma, um alarme
baixo pode indicar que a temperatura caiu abaixo do valor ajustado.
Em um sistema de controle de temperatura, um alarme fixo elevado evita que uma
fonte de calor danifique o equipamento desligando a fonte se a temperatura exceder
algum valor de Setpoint. Um alarme fixo baixo, por outro lado pode proteger o
equipamento caso exceda a mínima temperatura evitando o congelamento.

O controlador de temperatura também pode testar um dispositivo de saída danificado,


tal como um elemento de aquecimento aberto. Isto pode ser feito verificando a
quantidade de sinal de saída e comparando com a quantidade de alteração detectada
no sinal de entrada. Por exemplo, se o sinal de saída for 100% e o sensor de entrada
detectar qualquer alteração na temperatura após um certo período de tempo sem
alterar a saída, o controlador determinará que o loop está quebrado. Esse recurso é
conhecido como alarme de Loop.

Alarme de Desvio – Outro tipo de alarme é o alarme de desvio que é ajustado em


algum valor em torno do Setpoint. O alarme de desvio monitora o ponto de ajuste do
processo e permite que o operador seja notificado quando o processo variar muito em
relação ao valor pré-programada do Setpoint.

Alarme de Banda – Uma variação no alarme de desvio é o alarme de Banda e ele será
ativado dentro ou fora de uma faixa de temperatura designada. Tipicamente, os
pontos deste tipo de alarme são definidos metade acima e metade abaixo do ponto de
ajuste do controlador de temperatura. Por exemplo, se o ponto de ajuste for 150° e os
alarmes de desvio estiverem ajustados em ± 10°, os alarmes seriam ativados quando a
temperatura atingisse 160° no extremo superior ou 140° no extremo inferior. Se o
Setpoint for alterado para 170°, o alarme alto ativará a 180° e o alarme baixo a 160°.

Abaixo podemos ver uma Figura com os diferentes tipos de alarmes para um
controlador de temperatura.
Figura 3 – Alarmes para um Controlador de Temperatura

Outro conjunto comum de parâmetros do controlador de temperatura são os


parâmetros PID, que significa proporcional, integral, derivada e é uma função de
controle avançado que usa feedback do processo controlado para determinar a melhor
forma de controlar esse processo. Caso você quiser entender melhor como funciona
um controle PID, poderá ler o artigo abaixo:

Leia: O Controle PID de Forma Simples e Descomplicada

5 – Como Funciona o Controlador de Temperatura?


Todo controlador de temperatura, do básico ao mais complexo opera basicamente da
mesma forma. Vimos que basicamente, os controladores controlam ou mantêm
alguma variável ou parâmetro com um valor definido e neste sentido existem duas
variáveis requeridas pelo controlador que são o sinal de entrada real e valor de
Setpoint desejado. O sinal de entrada é também conhecido como o valor do processo e
é amostrado muitas vezes por segundo, dependendo do controlador para o efetivo
controle

O valor de entrada ou processo, após amostrado, é comparado com o valor de


Setpoint e caso o valor real não seja igual ao do Setpoint, o controlador de
temperatura gera uma mudança de sinal de saída com base na diferença entre o
Setpoint e o valor de processo juntamente com a informação se o valor de processo
está se aproximando ou se afastando do Setpoint. Este sinal de saída inicia então
algum tipo de resposta para corrigir o valor real de forma que ele busque o Setpoint.

A ação de controle tomada depende do tipo de controlador de temperatura. Por


exemplo, se o controlador de temperatura tiver um controle do tipo ON/OFF, será o
Setpoint que vai decidir se a saída precisa ser ligada, ou desligada. O controle ON/OFF
é um dos tipos mais simples de controle a ser implementado e ele opera em cima de
valores pre definidos. Por exemplo, imagine um controlador de temperatura que foi
ajustado para controlar a temperatura dentro de uma sala. Se o Setpoint for 68° e a
temperatura real cair para 67°, um sinal de erro mostrará uma diferença de -1°. O
controlador enviará então um sinal para ligar a resistência que gera o calor necessário
para elevar a temperatura de volta ao ponto de ajuste de 68°. Uma vez que a
temperatura chega a 68°, o aquecedor desliga. Para uma temperatura entre 68 ° e 67
°, o controlador não toma nenhuma ação e o aquecedor permanece desligado. No
entanto, uma vez que a temperatura chega a 67 °, o aquecedor vai ligar novamente.

Por outro lado, ao contrário do controle ON/OFF, o controle PID determina o valor de
saída exato necessário para manter a temperatura desejada e neste caso a potência de
saída pode variar de 0 a 100% (no ON/OFF era somente ligado e desligado). No PID o
controlador de temperatura utiliza um tipo de saída analógica sendo o conversor de
saída proporcional ao valor da entrada. No entanto, se a saída for um tipo de saída
binária, como um rele por exemplo ou um controlador SSR ou triac, a saída deverá ser
proporcional ao tempo para obter uma representação analógica.
Um sistema proporcional ao tempo usa tempos de ciclo para proporcionar o valor de
saída. Como exemplo, se o tempo de ciclo for ajustado para 8 segundos, um sistema
que pede 50% de energia terá a saída ligada por 4 segundos e desligada por 4
segundos. Contando que o valor de potência não mude, os valores de tempo também
não mudariam pois ao longo do tempo, a potência foi calculada em média para o valor
de 50% comandado (metade ligado e metade desligado). Se a potência de saída
precisasse ser 25%, então para o mesmo tempo de ciclo de 8 segundos, a saída estaria
ligada por 2 segundos e desligada por 6 segundos. Veja Figura abaixo:

Figura 4 – Controle Proporcional

Se os pulsos forem iguais como na Figura 4 acima (4 segundos ligado e 4 segundos


desligado), um tempo de ciclo mais curto é desejável porque o controlador pode reagir
mais raPIDamente e mudar o estado da saída para determinadas mudanças no
processo. No entanto, devido à mecânica de um rele, um tempo de ciclo mais curto
pode encurtar a atuação dele batendo na sua limitação de velocidade de
chaveamento. Assim, este tempo não é recomendável ser inferior a 2 segundos. Para
dispositivos de comutação de estado sólido como um controle SSR ou triac, os tempos
de comutação podem ser bem melhores e como falado, tempos de comutação mais
longos, independentemente do tipo de saída, permitem uma maior oscilação no valor
do processo. A regra geral é que, SOMENTE se o processo permitir, quando uma saída
de rele for usada, um tempo de ciclo mais longo deve ser pensado.

Características adicionais

Comunicação – O controlador de temperatura também pode ter vários recursos


opcionais adicionais. Um deles é a capacidade de comunicação. Um link de
comunicação permite que o controlador se comunique com um CLP ou um
computador permitindo a troca de dados entre o controlador de temperatura e o CLP.
Um exemplo de troca de dados típica seria um computador som
sistema SCADA conectado ao CLP que por sua vez recebe a informação da temperatura
do controlador que está lendo o valor do processo.

Setpoint Remoto – Uma segunda opção é um Setpoint remoto. Esse recurso permite
que um dispositivo remoto, como um CLP ou computador altere o Setpoint do
controlador de temperatura. Neste caso, ao contrário da capacidade de comunicação
mencionada acima, a entrada de Setpoint remoto utiliza um sinal de entrada analógico
linear que é proporcional ao valor de Setpoint. Isso fornece maior flexibilidade ao
operador para alterar o Setpoint de um local remoto. Com relação ao sinal, um sinal
típico pode ser 4-20 mA ou 0-10 VDC.
Configuração por Software – Outro recurso comum fornecido com o controlador de
temperatura é a capacidade de configurá-lo usando um software especial em um
computador conectado via um link de comunicação. Isso permite uma configuração
rápida e fácil do controlador e também a opção de salvar configurações para uso
futuro.

Entrada Digital – Outra característica comum é a entrada digital. que pode trabalhar
em conjunto com um Setpoint remoto permitindo selecionar o Setpoint local ou
remoto para o controlador. Também pode ser usado para selecionar entre o Setpoint 1
e o Setpoint 2 conforme programado no controlador de temperatura. As entradas
digitais também podem redefinir remotamente um dispositivo caso ele entre na
condição de limite.

Outras características opcionais incluem uma fonte de alimentação do transmissor que


pode ser usada para alimentar um sensor de 4-20mA por exemplo. Esta fonte de
alimentação poderia ser usada para fornecer alimentação de 24VDC até no máximo de
40mA.

Display – Em algumas aplicações, um display de duas cores também pode ser uma
característica desejável, facilitando a identificação de diferentes estados do
controlador. Alguns produtos também possuem monitores que podem mudar de
vermelho para verde ou vice-versa dependendo de condições pré-programadas,
como por exemplo mostrar em vermelho uma condição de alarme. Assim, nenhum
alarme poderia ser mostrado por um display verde, mas se um alarme estiver
presente, o visor ficaria vermelho.

5 – Tipos de Controladores
O controlador de temperatura pode ser encontrado em diferentes tipos com uma
vasta gama de recursos e capacidades. Há também muitas maneiras de categorizar os
controladores de acordo com suas capacidades funcionais.

5.1 – Loop único ou Multi-loop

Em geral, o controlador de temperatura é de loop único ou multi-loop. O controlador


de loop único possui uma entrada e uma ou mais saídas para controlar um sistema
térmico. Já os controladores multi-loop possuem múltiplas entradas e saídas capazes
de controlar vários loops em um processo. Com mais loops de controle é possível
controlar mais funções do sistema de processo.
Figura 5 – Loop Simples ou Multi Loop

O controlador de temperatura de loop único pode ser encontrado no mercado na sua


forma básica em que mudanças de Setpoint devem ser realizadas de forma manual e
na forma mais sofisticados que seja capaz de executar automaticamente até oito
mudanças de Setpoint ao longo de um determinado período de tempo.

5.2 – Analógico

O tipo de controlador de temperatura mais


simples e básico é o controlador analógico. Controladores analógicos são de baixo
custo, simples e versáteis o suficiente para um controle de processo robusto e
confiável em ambientes industriais severos, incluindo aqueles com ruídos e
interferências significativas. Neste tipo, o display do controlador é tipicamente um
botão giratório.

Os controladores analógicos são usados principalmente em sistemas térmicos não


críticos ou não sofisticados que necessitam apenas de controle de temperatura ON-
OFF. Um controlador de temperatura analógico básico aceita termopares ou entradas
RTD e oferece opcionalmente o modo de controle de potência percentual para
sistemas sem sensores de temperatura. Sua desvantagem básica é a falta de exibição
de informação legível e a falta de sofisticação para tarefas de controle mais
desafiadoras. Além disso, a ausência de qualquer capacidade de comunicação limita a
sua utilização para aplicações simples, tais como comutação ON/OFF em elementos de
aquecimento ou dispositivos de arrefecimento.

5.3 – Controlador de Controle de Limite

Estes tipos de controladores realizam o controle


de limite de segurança sobre a temperatura do processo sendo que neste caso eles
não possuem capacidade para controlar a temperatura por conta própria.
Simplificando, os controladores de limite são dispositivos de segurança independentes
para serem utilizados ao lado ou em conjunto com um controlador de loop de controle
existente. O controlador de temperatura de limite é capaz de aceitar termopar, RTD ou
entradas de processo com limites ajustados para alta ou baixa temperatura, assim
como um controlador comum. O limite de travamento deve ser definido por um
operador conforme necessidades do processo. Um exemplo típico seria uma segurança
definida para um forno. Se o forno exceder alguma temperatura definida, o dispositivo
limite desligaria o sistema a fim de evitar danos ao forno e possivelmente qualquer
produto que possa ser danificado por temperaturas excessivas.

5.4 – Controlador de Temperatura de Uso Geral


Os controladores de temperatura de uso geral
são usados para controlar a maioria dos processos típicos na indústria. Normalmente,
eles possuem uma variedade de tamanhos DIN, saídas múltiplas e funções de saída
programáveis. Estes controladores também podem executar o controle PID em
situações que possuem esta demanda e são tradicionalmente colocados no painel
frontal com o visor para facilitar a acessibilidade do operador.

A maioria dos controladores de temperatura digitais modernos podem calcular


automaticamente os parâmetros PID para obter o melhor desempenho do sistema
térmico usando seus algoritmos de auto-ajuste incorporados. Estes tipos de
controlador de temperatura possuem uma função pré-tune responsável por calcular
inicialmente os parâmetros PID para um processo e definir uma função de sintonia
contínua para refinar constantemente os parâmetros PID. Isso permite uma
configuração rápida, economia de tempo e redução de desperdício.

5.5 – Controlador de Temperatura para Acionamento de Motor de Válvula

Um tipo especial de controlador de uso geral é o


controlador de temperatura para acionamento de motor de válvula (VMD). Estes
controladores são projetados especificamente para controlar motores de válvulas
aplicados em processos de fabricação, tais como controle de queimador de gás em
uma linha de produção. Neste tipo de controlador, algoritmos de ajuste especiais dão
um controle preciso e uma reação de saída rápida sem a necessidade de feedback de
slidewire ou conhecimento excessivo em algoritmos de ajuste de PID. Os controladores
VMD controlam a posição da válvula em algum lugar entre 0% a 100%, dependendo
das necessidades energéticas do processo industrial.

5.6 – Controlador de Perfil de Temperatura

O controlador de temperatura do tipo perfil,


também chamado de controlador de rampa de imersão permite aos operadores
programar uma série de Setpoints e o tempo para chegar em cada Setpoint. Programar
uma mudança de Setpoint é chamado de rampa e o tempo para permanecer em cada
Setpoint é chamado de soak ou dwell. Uma rampa ou um soak é considerado um
segmento. Um controlador de temperatura perfilador oferece a capacidade de inserir
um número de segmentos para permitir perfis complexos de temperatura sendo que
estes podem ser armazenados como receitas pelo operador. A maioria dos
perfiladores permitem o armazenamento de várias receitas para uso posterior sendo
que os perfiladores menores podem permitir quatro receitas com dezesseis segmentos
cada um..

O controlador de temperatura de perfil é capaz de executar perfis de rampa e imersão


tais como mudanças de temperatura ao longo do tempo juntamente com a duração de
espera e imersão/ciclo sem a necessidade de um operador. Aplicações típicas para
controladores de perfil incluem tratamento térmico, recozimento, câmaras ambientais
e fornos de processo complexos.

5.7 – Controlador de Temperatura Multi Loop


Além do controlador de temperatura de loop
único que pode controlar apenas um loop de processo, os controladores de loop
múltiplo podem controlar mais de um loop, o que significa que eles podem aceitar
mais de uma variável de entrada. De um modo geral, um controlador multi-loop pode
ser pensado como um dispositivo com muitos controladores de temperatura
individuais dentro de um chassi único. A programação de qualquer um dos loops é
semelhante à programação de um controlador de temperatura comum. No entanto,
sistemas multi-loop tendem a não ter a tradicional interface de usuário física (sem
display ou switches) utilizando em vez disso um link de comunicação dedicado.

Os controladores de loop múltiplo precisam ser configurados por um programa de


software especializado em um PC onde o controlador de temperatura pode ser
programado e configurado usando a interface de comunicações dedicada. As
informações podem ser acessadas através de uma interfaces de comunicações que
podem ser DeviceNet, profibus, modbus/RTU, CanOPEN, Ethernet/IP e modbus/TCP.

O controlador de temperatura de malha múltipla fornece um sistema modular


compacto que pode operar dentro de um sistema autônomo ou em um ambiente de
CLP. Como uma substituição para os controles de temperatura em CLPs, eles fornecem
controle PID rápido e poupam o trabalho intensivo de cálculos a partir do processador
de um CLP, permitindo taxas mais rápidas de varredura. Como substituto para vários
controladores DIN, eles fornecem um único ponto de acesso de software a todos os
loops de controle e o custo de instalação é reduzido eliminando muita fiação, recortes
de painel e economia de espaço.

Controladores de loop múltiplo fornecem alguns recursos adicionais não disponíveis


em controladores tradicionais. Por exemplo, os controladores de loop múltiplo têm
maior densidade de loop para um determinado espaço. Alguns sistemas de controle de
temperatura de múltiplos laços podem ter até 32 loops de controle em um pacote
montado no trilho DIN não muito maior que 8″ (Veja Figura). Eles também reduzem a
fiação por ter um ponto de conexão comum para a fonte de alimentação e interfaces
de comunicação.

O controlador de temperatura multi-loop também possui recursos de segurança


aprimorados, um dos quais é a ausência de botões onde qualquer pessoa pode alterar
configurações críticas. Ao ter controle completo sobre as informações que estão sendo
lidas ou escritas para o controlador, o fabricante do equipamento pode limitar as
informações que qualquer operador possa ler ou alterar, impedindo que ocorram
condições indesejáveis, como a definição de um valor de ajuste muito alto para um
intervalo que pode danificar o produto ou a máquina.

6 – Outras Características do Controlador de Temperatura

6.1 – Tensão de Alimentação

Existem tipicamente duas opções de tensão de alimentação quando se trata de


controlador de temperatura: baixa tensão (24VAC / DC) e alta tensão (110-230VAC).

6.2 – Tamanho

Controladores podem possuir tamanhos padrão que são referidos por números DIN
como 1/4 DIN, 1/8 DIN, 1/16 DIN e 1/32 DIN sendo que DIN é um acrônimo para a
tradução aproximada “Deutsche Institut fur Normung”, uma organização alemã
de padrões e medições. Para nossos propósitos, o DIN indica simplesmente que um
dispositivo está em conformidade com um padrão geralmente aceito para dimensões
de painel.
Comparação do tamanho DIN.

Tamanho DIN 1/4 1/8 1/16

Tamanho em mm 92 x 92 92 x 45 45 x 45 49 x 2

Tamanho em polegadas 3.62 x 3.62 3.62 x 1.77 1.77 x 1.77 1.93 x

Observando a Figura e a tabela podemos ver que o menor tamanho é o 1/32 DIN, que
é 24mm×48mm com um recorte de painel correspondente a 22,5mm×45mm. O
próximo tamanho é o 1/16 DIN que mede 48mm×48mm com um corte de painel
tamanho de 45mm×45mm. O 1/8 DIN é 48mm×96mm com um recorte de painel de
45mm×92mm. Por fim, o tamanho maior é o 1/4 DIN que mede 96mm×96mm com um
recorte de painel de 92mm×92mm.

É importante notar que as normas DIN não determinam a profundidade de um


controlador atrás de um painel. Elas apenas determinam as dimensões do painel
frontal e dimensões do painel de corte.

6.3 – Aprovações da Agência

Em alguns casos, é desejável que um controlador de temperatura tenha algum tipo de


aprovação de um instituto ou agência para garantir que o controlador atenda a um
conjunto mínimo de padrões de segurança. O tipo de aprovação depende do país em
que o controlador será utilizado sendo que o registro mais comum de aprovação, UL e
cUL, aplica-se a todos os controladores usados nos EUA e no Canadá. Geralmente, há
uma certificação requerida para cada país e no Brasil temos o INMETRO. Para
controladores que são usados em países da União Européia, a aprovação CE é
necessária. Um terceiro tipo de aprovação é FM e isso se aplica apenas a dispositivos
de limite de controladores nos EUA e no Canadá.

By Cristiano Bertulucci Silveira|Categories: Automação Industrial, Controle de Sistemas|0 Comments

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