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Conceito: O termo extinção do contrato de trabalho designa o fim das relações jurídicas em geral,
ou seja, é a desconstituição da relação empregatícia, podendo ser ocasionado por uma das partes, por
ambas, pelo decurso do prazo ou, ainda, por desaparecimento de um ou de ambos os sujeitos da
relação.
Institutos correlatos
Estabilidade
Estabilidade pode ser conceituada como sendo a limitação do empregador em dispensar arbitraria ou
injustamente o empregado, cuja aplicação pode ser decorrente de lei ou por força do contrato ou
instrumentos coletivos. Ela pode ainda ser provisória (a permanência nesta situação está
condicionada ao término da situação fática que a originou: ex. estabilidade gestante, membro da
CIPA, dirigente sindical, menor em época de serviço militar etc - art. 165 CLT) ou definitiva
(adquirida permanentemente após a concretização da condição que lhe deu causa: ex. antiga
"estabilidade decenal").
Aviso Prévio
Regulado pelos arts. 487 e seguintes CLT, pode ser definido como o ato de denúncia, da parte que
pretende extinguir o contrato de trabalho por tempo indeterminado, através do qual é concedido, à
parte surpreendida, um prazo para que adapte à nova situação. Esta prazo pode ser considerado
como remanescente da relação laboral, a ser observado pelas partes, até o término de sua duração.
O instituto do aviso prévio visa proteger ambas as partes: a) para o empregado, ele funciona como
elemento de limitação ao direito potestativo do empregador, impondo critérios justos para a
concretização da dispensa sem justa causa; b) para o empregador, possibilita tempo hábil para a
empresa repor e treinar outro empregado para o lugar do demissionário.
O instituto somente é aplicado nos casos de dispensa sem justa causa (pelo empregador) e de pedido
de demissão (pelo empregado), já que nos demais casos (rescisão recíproca ou término de contrato
por prazo determinado e justa causa ou rescisão indireta), o empregador e o empregado ou têm plena
ciência do término do contrato de trabalho (nos primeiros casos) ou a relação laboral se tornou
insustentável (nos segundos).
A lei 12.506/11 alterou o período do Aviso prévio do seguinte modo:
Para os empregados com menos de um ano de contrato de trabalho: concessão na proporção
de 30 dias;
Para os empregados com mais de um ano de contrato de trabalho: serão acrescidos 3 dias,
por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias, perfazendo um
total de até 90 dias;
FGTS - Lei 8.036/90
Surgiu em 1967, para substituir a indenização e a estabilidade decenal e somente se tornou
obrigatório com a Constituição de 1988. É constituído pelo depósito compulsório, recolhido pelo
empregador, realizado em conta bancária vinculada, em nome do empregado, mensalmente, no
valor correspondente a 8% do salário (direto e indireto), acrescido dos demais componentes,
inclusive sobre férias, 13° salário e aviso prévio.
Espécies de Extinção
Caducidade do Contrato a Termo
Essa espécie de contrato (por tempo determinado) se dissolve, automaticamente, com o término de
sua execução, no exaurimento de sua finalidade.
Direitos: saldo de salário, levantamento do FGTS, férias vencidas e/ou proporcionais + 1/3, 13°
proporcional.
Pedido de Demissão
O pedido de demissão é o ato de declaração voluntária de vontade, pelo empregado, no sentido de
extinguir a relação empregatícia por prazo indeterminado. O empregado que ensejar a extinção do
contrato, através do pedido de demissão, deverá conceder aviso prévio ao empregador (para que este
possa qualificar outra pessoa para sua substituição). A sua não concessão acarretará no pagamento
desses dias ao empregador, através de seu desconto do montante (compensação) das verbas
rescisórias.
Quando o empregado pede demissão ele não faz jus ao recebimento da multa de 40% sobre o FGTS
ou ao seu levantamento. Somente serão devidos o saldo de salário, férias vencidas e proporcionais
com o terço constitucional (Súmulas 261 e 328 TST), 13º salário proporcional.
IMPORTANTE: o rol, previsto no artigo 482 da CLT é TAXATIVO e, para sua configuração, é
necessário que sejam atendidos todos os seguintes requisitos: a) tipicidade (enquadramento em uma
das hipóteses previstas no art. 482); b) imediatidade (ação x reação, sob pena de caracterizar perdão
tácito; c) gravidade da conduta x resultado; d) causalidade (nexo com o trabalho); e e) Proibição de
duplicidade de punição (requisito negativo). --- Vale lembrar que a legislação apenas enumera as
figuras de punição (poder disciplinar), sem especificar os elementos caracterizadores dos critérios de
punição [advertência (verbal ou escrita), suspensão e dispensa por justa causa]; assim, o empregado ter
o direito de questionar judicialmente sua aplicação.
Justa Causa aplicada pelo Empregado (Rescisão Indireta - art. 483 CLT)
Possibilidade do empregado considerar rescindido o contrato (extinção por rescisão indireta), quando
comprovada uma falta grave cometida pelo empregador. Para caracterizá-la, o empregado deve
denunciar imediatamente a falta, interpondo reclamação trabalhista ou notificando o empregador, sobre
o motivo da extinção do contrato, para constituí-lo em mora. Configurada a rescisão indireta, serão
devidas todas as verbas que lhe seriam pagas, no caso de extinção por rescisão sem causa justificada.
Causas da Rescisão Indireta
Segundo o art. 483 da CLT, o empregado poderá considerar rescindido indiretamente o contrato:
• forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes ou
alheios ao contrato;
• for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
• correr perigo manifesto de mal considerável;
• não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
• praticar o empregador ou prepostos, contra ele ou sua família, ato lesivo da honra e boa fama;
• o empregador ou prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo legítima defesa, própria ou de outrem;
• o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a
importância dos salários.
Culpa Recíproca
Ocorre quando ambas as partes cometem faltas graves, reciprocamente, cuja gravidade dos atos torna
impossível a continuação das relação. É necessário que as "culpas" sejam concomitantes, de
intensidade e gravidade próximas ou proporcionais e, ainda, determinantes da extinção do pacto
laboral. Apesar da enorme dificuldade em se provar a ocorrência desta modalidade, e da necessidade
de medida judicial para sua caracterização, sua existência é prevista no art. 483 CLT, inclusive a forma
de sua indenização, na medida em que o Tribunal do Trabalho reduzirá a indenização, que seria devida
em caso de culpa exclusiva do empregador, pela metade.
NOTAS:
** Aposentadoria Voluntária -- Lei 8.213/91: não é necessário empregado se desligar do serviço para
requerer aposentadoria (pode adquirir benefício e manter ativo seu contrato). O STF (ADIn 1.770-4),
decidiu que aposentadoria espontânea não é meio de rescisão do contrato de trabalho, mas mero
benefício complementar (suspenso §1°, art. 453 CLT). Caso o empregado requeira a aposentadoria,
continue trabalhando, e o empregador decida dispensá-lo sem justa causa, deve pagar a multa do FGTS,
relativamente à todos os depósitos fundiários, anteriores e posteriores ao benefício previdenciário.
** Nos contratos individuais, cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo
estabelecido para benefícios do RGPS, pode ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem,
por iniciativa do empregado ou mediante sua concordância expressa (art. 507-A).
** É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato, firmar termo de
quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados. O termo
discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual
dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas especificadas (art. 507-B).