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JOAQUIM NABUCO

DIREITO

DO

TRABALHO
Professor: Roberto de Freire Bastos

CAPTÍTULO II
II – DO CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO,
FONTES, PRINCÍPIOS E CONCEITOS
FUNDAMENTAIS.

1 – DO CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO.

Segundo Evaristo de Morais Filho, o


conceito de Direito de Trabalho é: “ O conjunto de
princípios e normas jurídicas que regulam as relações
jurídicas oriundas da prestação de serviço subordinado
e outros aspectos deste último.”.

2 - DAS FONTES.

2.1– Conceito: A teoria jurídica captou a expressão “


fonte” em seu sentido metafórico, para a designar a
origem das normas jurídicas ou mesmo do próprio
direito.
2.2- Da sua classificação: a ciência do direito classifica
as fontes jurídicas em dois grandes blocos,
separados segundo a perspectiva de enfoque do
fenômeno das fontes.
2.3-Fontes materiais: estas podem se dividir em fontes
econômicas, sociológicas, políticas e filosóficas. As
fontes econômicas estão atadas a evolução do sistema
capitalista de produção. As fontes sociológicas dizem
respeito aos diversos processos de agregação de
trabalhadores assalariados, em função do sistema
econômico. As fontes políticas dizem respeito aos
movimentos sociais organizados pelos trabalhadores,
de nítido caráter reivindicativo. As fontes filosóficas
correspondem ao campo das idéias e correntes de
pensamentos que influem na construção do direito
laboral.
2.4-Fontes formais: na conceituação das fontes formais,
procura-se o fenômeno de exteriorização final das
normas jurídicas, os mecanismos pelos quais o direito
transparece e se manifesta.
2.5-Fontes heterônomas e autônomas: ambas são
formais, sendo que as primeiras provêm da elaboração
pelo próprio Estado. As segundas são produtos de
negociação entre particulares, sem a interveniência do
Estado. Esta distinção tipológica constrói-se a partir de
uma dualidade de critérios a saber: a origem da regra
ou o seu centro de positivação e o método de sua
produção, com ou sem participação dos destinatários
principais.
2.6-Fontes heterônomas de produção de normas:
constituição federal; leis ( complementares, ordinárias
e medidas provisórias); regulamentos normativos (
decretos do presidente da república); tratados e
convenções internacionais, favorecidos pelo processo
de ratificação e adesão interna do país aos mesmos; e
sentenças normativas.
2.7-Fontes autônomas de produção: costumes,
convenções coletivas de trabalho; acordos coletivos de t
rabalho; contrato coletivo de trabalho; e normas
empresariais gerais abstratas. Um ato-regra, isto é, um
ato jurídico criador de normas jurídicas gerais,
impessoais, abstratas, dotadas de sanção, pode ser
configurado como uma fonte formal de direito – no
caso do Direito do Trabalho.
2.8-Das normas constitucionais de eficácia plena: são
aquelas que possuem aplicação imediata, não
dependendo de outra norma para a sua operatividade.
2.9-Das normas constitucionais de eficácia contida: são
aquelas cuja eficácia seja redutível ou restringível por
diploma infraconstitucional, conforme autorizado pela
própria constituição. Estas possuem aplicabilidade
imediata, mas podem ter o seu alcance reduzido pelo
legislador infraconstitucional.
2.10-Das três correntes sobre a aderência contratual,
em razão dos instrumentos coletivos de trabalho. São
três correntes a saber:
a) corrente da aderência irrestrita: defende a
integração permanente ao contrato de trabalho
dos trabalhadores de determinada categoria
profissional que se encontravam trabalhando na
época de sua elaboração.
b) Corrente de aderência restrita: que limita a
aplicação dos direitos previstos nos instrumentos
coletivos de trabalho à época da vigência dos
mesmos.
c) Corrente de aderência limitada por revogação:
Aquela que defende a integração das normas
coletivas de trabalho para além do prazo de
vigência dos instrumentos coletivos, até sua
ulterior revogação.
2.11– Hierarquia das fontes: Enquanto nos demais
ramos de direito a hierarquia das fontes seja mais
rígida, de observância pelo intérprete do direito, no
direito laboral em função do princípio da norma mais
benéfica, tal aplicação seja relativizada, porquanto
uma norma formalmente hierarquicamente inferior
pode ser mais benéfica do que aquela que lhe é
superior hierarquicamente.
2.12-Da classificação formal da hierarquia das fontes:
1ª Constituição; 2ª: Leis Complementares; 3ª: Leis
Ordinárias; 3ª: medidas provisórias; 4ª: decretos (
regulamentos normativos; 5ª: convenções, acordos e
contratos coletivos de trabalho; 6ª: normas
empresariais. Os tratados internacionais que tratam de
direitos humanos se integram em nosso ordenamento
jurídico como normas constitucionais.
2.13-Da teoria da acumulação para efeito de aplicação
de norma jurídica ao trabalhador. A teoria da
acumulação propõe como procedimento de seleção da
norma a ser aplicada a determinado caso em concreto,
o fracionamento do conteúdo dos textos normativos,
retirando-se os preceitos e institutos singulares de cada
um que se destaquem por seu sentido mais favorável ao
trabalhador.
2.14-Da teoria do conglobamento. Esta constrói um
procedimento de seleção, análise e seleção de normas,
não se fracionando preceitos ou institutos jurídicos.
Cada conjunto normativo é aproveitado em sua
totalidade para a aplicação do direito ao trabalhador,
por se mais favorável ao mesmo.

2.15-Da inserção das convenções internacionais e


recomendações no ordenamento jurídico pátrio. A
convenção uma vez ratificada pelo país o submete as
suas diretrizes, salvo se o mesmo posteriormente vier
fazer a respectiva denúncia. Já as recomendações não
obrigam os países a adotá-las, salvo se assim o dispuser
por sua livre vontade.

3 – DA AUTONOMIA DO DIREITO DE
TRABALHO ENQUANTO RAMO DO
CONHECIMENTO HUMANO OU NA
QUALIDADE DE CIÊNCIA. DA SUA
NATUREZA JURÍDICA.

O Direito do Trabalho possui uma


autonomia científica, com institutos, normas e
princípios próprios, tendo tanto autonomia
doutrinária como legislativa. A par disto possuí
autonomia didática.
4 – DA APLICAÇÃO DO DIREITO DO
TRABALHO NO TEMPO E NO ESPAÇO.

Temos que o Direito do Trabalho


conceitua-se com um direito unitário,
correspondendo não apenas a uma relação jurídica
de natureza individual, como também social,
compreendendo normas individuais e sociais. Não é
nem de natureza pública e nem privada. Neles se
contêm não só normas, princípios e institutos de
direito privado como de direito público.

4.1 – Da aplicação do Direito do Trabalho no


Espaço.

A regra geral é a aplicação da legislação


no local onde o serviço foi prestado. – princípio da
lex loci execuciones.

O local, portanto, é definido pela lei do


país, onde o serviço está sendo executado. Salvo, por
exemplo, quando a capacidade para prestar
serviços é diferente nos países. Por exemplo: No
Brasil a capacidade em termos de idade é de 16
anos, mas o menor presta serviços num país onde a
capacidade é de 14 anos. Por ser matéria de ordem
pública e constitucional, aplica-se a lei do Brasil.

Outra exceção se opera quando há tratado


internacional estipulando que a lei a ser aplicada é a
do país de nascimento ou origem do trabalhador.
4.2 – Da aplicação da lei no tempo.

As leis trabalhistas se aplicam


imediatamente, respeitado o direito adquirido.

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