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GEOMORFOLÓGICAS
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Bacharel em Geografia, mestrando em Geografia Física, PPGEO/UFPE. saulo.geografia@gmail.com
Atuação do sistema fluvial no entalhamento dos talvegues originando diversos
canyons.
A partir do entalhamento do talvegue o rio caminha rumo a um perfil de
equilíbrio, caminhando orientado pelo nível de base onde a drenagem não
erode nem deposita.
Por fim, o entalhamento produz nas vertentes desmoronamentos e
ravinamentos surgindo uma topografia de colinas.
Vale ressaltar que, uma das lacunas deixadas por essa teoria reside exatamente na
consideração do sistema fluvial como agente determinante, sem considerar outros fatores
como decisivos na evolução e gênese do relevo.
Todo este processo desenvolve-se por meio da erosão remotante que consiste no “[...]
trabalho de desgaste feito de jusante para montante, ou seja, da foz para a cabeceira do rio”
(Guerra, 1989, p.159).
Após este processo temos o período da maturidade que se caracteriza por uma
estabilidade tectônica. Diminuindo o ritmo da erosão linear as vertentes se alargam e a
declividade diminui (Christofoletti, 1980). Neste momento ocorre uma horizontalização
topográfica.
Na fase da senilidade temos a “sucessão de colinas rebaixadas, cobertas por um manto
contínuo de detritos intemperizados e separados por vales com fundo largo” (Christofoletti,
1980, p.162), formando o que denomina-se de peneplanícies, termo que designa uma
superfície aplainada com leves ondulações originária de áreas temperadas úmidas. Isso
demonstra um período onde o relevo apresenta formas predominantemente aplainadas, pronto
para a execução de um novo ciclo a partir de um movimento epirogenético e a conseqüente
quebra da estabilidade tectônica.
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Ângulo formando entre o sopé do inselberg e sua superfície pediplanizada
Na visão davisiana, o nível de base consiste no “ponto limite abaixo do qual a erosão
das águas correntes não pode trabalhar, constituindo o ponto mais baixo a que o rio pode
chegar [...] O nível de base geral de todos os rios é o nível do mar.” (Guerra, 1989, p.303).
Contrapondo-se a visão do ciclo geográfico, o principio da pediplanação de King
apresenta níveis de bases locais e regionais sem necessariamente acoplá-lo a um nível geral,
relacionado ao nível do mar. Isto opõe a visão de Davis quando o próprio afirma que, ao longo
da história geológica os períodos de oscilações climáticas interferiam diretamente na ação
erosiva devido a oscilação marinha, já que o perfil de equilíbrio caminha rumo a ação máxima
erosiva baseada no nível de base.
Outra contribuição importante é a de Gilbert, que definiu princípios como: declividade
(as maiores declividades são encontradas próximas ao topo, estando diretamente ligada a
inclinação da vertente), estrutura (dureza da rocha) e divisores. Estes princípios nortearam
muitos pensamentos ulteriores, contribuindo para definição das mais variadas teorias no
campo de estudo da Geomorfologia.
Voltados a este aspecto, apresentam-se os estudos da escola alemã iniciados por
Humboldt e Richthofen, os quais tiveram uma contribuição substancial para as formulações
de W. Penck. Esta visão apóia-se em três elementos: os processos exogenéticos,
endogenéticos e os processos decorrentes dos anteriores, que podem ser chamados de feições
atuais da morfologia.
Neste aspecto, a Geomorfologia Climática estuda a relação da zonalidade climática e o
relevo, estabelecendo assim as zonas ou domínios morfoclimáticos sem desconsiderar os
outros fatores.
No Brasil o geógrafo Aziz Ab’Saber, baseando-se nesta visão, determinou os domínios
morfoclimáticos, tendo este, grande influencia davisiana. De modo que, as influências
litológicas são pouco consideradas, ocasionando uma lacuna vazia em suas análises.
[...] Percebe-se assim, que a tônica da interpretação geomorfológica
passa a ser a correlação da tipologia do modelado com os processos
denudacionais influenciados pelos diferentes tipos climáticos e
coberturas vegetais, onde se combinam os fatores ligados à alteração
físico-química das rochas de um lado e o desgaste erosivo das águas
correntes, geleiras, oceanos e ventos, de outro (Ross, 1991, p. 24)
Pode-se dizer que esta interpretação resume-se em: tipos de relevos, tipos climáticos e
cobertura vegetal alterados pelas ações físicos químicas e o conseqüente desgaste erosivo
pelos fatores externos.
A teoria do equilíbrio dinâmico (Hack)
Proposta por Hack, chamada de Teoria do equilíbrio dinâmico baseia-se inteiramente
na concepção sistêmica do meio ambiente, tendo como “principio básico o entendimento de
que o ambiente natural encontra-se em estado de equilíbrio, porém não estático, graças ao
mecanismo de funcionamento dos diversos componentes do sistema [...] sendo, portanto
entendida pela funcionalidade na entrada de fluxo de energia no sistema que produz
determinado trabalho”. (Ross, 1991, p.26).
Conforme Christofoletti (1980), “a teoria do equilíbrio dinâmico baseia-se num
comportamento balanceado entre os processos morfogenéticos e a resistência das rochas, e
também leva em consideração as influencias diástroficas na região”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS