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1. A INTEGRAL DEFINIDA
O Problema da Área: Seja f uma função contínua não negativa com x ∈ [a, b ] .
Encontrar a área da região R limitada pelo gráfico de f, o eixo-x, e as
retas x = a e x = b .
A figura abaixo representa uma região R típica para o caso de uma
função f não negativa.
y
y=f(x)
x=a
x=b
R
x
a b
y=f(x) y=f(x)
x x
a b a b
y
y=f(x)
x
a b
y=f(x)
x
a=x0 x1 x2 x3 x4=b
2
Exemplo 1.1: Encontre a soma aproximada inferior S4 para a área da região R
limitada pelo gráfico de f (x ) = 4 − x 2 e o eixo-x entre x = 0 e x = 2 .
Solução: Como n = 4 , a largura de cada subintervalo é
2− 0 1
∆x ==
4 2
Os extremos dos subintervalos são, portanto:
1 3
x0 = 0, x1 = , x 2 = 1, x 3 = e x4 = 2 .
2 2
Como f (x ) = 4 − x 2 é decrescente em [0, 2], o seu valor mínimo ocorre no
[
extremo direito de cada subintervalo x j − 1, x j . ]
Assim,
1 3
c1 = , c 2 = 1, c3 = e c4 = 2
2 2
A soma aproximada inferior é, portanto,
1 1 1 3 1 1
S4 = f ⋅ + f (1) ⋅ + f ⋅ + f (2) ⋅
2 2 2 2 2 2
1 1 1 9 1 1
= 4 − + [4 − 1] ⋅ + 4 − ⋅ + [4 − 4] ⋅
4 2 2 4 2 2
15 7 1 17
= + 3 + + 0 =
4 4 2 4
Como cada retângulo repousa inteiramente dentro da região R, temos que
Sn ≤ A
para todas as somas aproximadas inferiormente.
y=f(x)
x
a=x0 x1 x2 x3 ... xn=b
3
Exemplo 1.2: Encontre uma soma aproximada superiormente para a região R do
exemplo 1.1.
1
Solução: Como no exemplo 1.1, temos subintervalos de largura ∆x = e com
2
pontos finais
1 3
x0 = 0, x1 = , x 2 = 1, x 3 = e x4 = 2 .
2 2
Entretanto, como f (x ) = 4 − x 2 é decrescente em [0, 2], o valor máximo
de f ocorrerá na extremidade esquerda de cada subintervalo. Portanto,
temos:
1 3
, d3 = 1 e d4 = .
d 1 = 0, d 2 =
2 2
A soma aproximada superiormente é:
1 1 1 1 3 1
S4 = f (0) ⋅ + f ⋅ + f (1) ⋅ + f ⋅
2 2 2 2 2 2
1 1 1 1 9 1
= [4 − 0] + 4 − ⋅ + [4 − 1] ⋅ + 4 − 4 ⋅ 2
2 4 2 2
15 7 1 25
= 4 + + 3 + =
4 4 2 4
Notação de soma
∑ f (j)
j=1
= f (1) + f (2) + f (3) + K + f (n )
k+p
∑ f (j)
j= k
= f (k ) + f (k + 1) + f (k + 2) + K + f (k + p )
∑c
j=1
= c + c + c + K + c = nc
n
n(n + 1)
∑j
j=1
= 1 + 2 + 3 + K + n =
2
n
n(n + 1)(2n + 1)
∑j
j=1
2
= 1 + 4 + 9 + K + n2 =
6
n
n 2 (n + 1)3
∑j
j=1
3
= 1 + 8 + 27 + K + n 3 =
4
4
Exemplo 1.3: Calcule a soma aproximada por excesso S100 para a área da
2
região R limitada pelo gráfico de f (x ) = x e o eixo-x entre x = 1 e
x = 3.
Solução:
3 − 1 1
Primeiro, calculamos =
∆x = . Assim, dividimos o intervalo
100 50
[1,3] em 100 subintervalos cujos pontos finais são:
x j = 1 + j ⋅ ∆x, j = 0, 1, 2, K , 100
Como estamos calculando uma soma por excesso e f é crescente em [1,3],
usamos para d j os pontos finais que estão à direita dos subintervalos,
isto é, d j = x j .
Obtemos, então:
100
S100 = ∑ f (d )∆x
j=1
j
100
= ∑ f (1 + j ∆x )∆x
j=1
100
= ∑ (1 + j ∆x ) ∆x
j=1
2
Teorema 1.1: Seja f contínua e não negativa no intervalo [a, b]. Sejam Sn e
Sn as somas aproximadas por falta e por excesso,
respectivamente, para f em [a, b]. Então, lim S n e lim S n
n→∞ n→∞
existem e
lim S n = lim S n .
n→∞ n→∞
5
1.1 Somas de Riemann
a=x0 x1 x2 x3 x4 x5 x6 x7 x8 x9=b
Teorema 1.2: Suponha que f seja uma função contínua em [a, b]. Então,
existe um único número I tal que
n
I = lim R n = lim
n→∞ n→∞
∑ f (t )∆x
j=1
j j
6
Observações:
1. O símbolo ∫ é referido como sinal da integral.
c f(x)=c
R
x
a b
Assim,
b b
∫a
f (x ) dx = ∫ c dx
a
= c(b − a), c > 0 .
7
(b) A figura abaixo mostra que o gráfico da função constante f (x ) = x
limita um trapézio sobre o intervalo [a, b] se 0 < a < b .
y
f(x)=x
B2=b
B1=a
R
x
a b
f(x)= a2 − x 2
R
x
-a a
1 1
Como a área deste semi-círculo é A = π r 2 = π a2 , temos:
2 2
a 1 2
∫
−a
a2 − x 2 dx =
2
πa .
8
Definição 1.5: Suponha que f seja contínua em [a, b]. Então,
a
(a) ∫ f (x )dx
a
= 0
a b
(b) ∫ f (x )dx
b ∫
= − f (x )dx
a
R1
x
a c b
R2
9
Como a área determinada por R2 é igual a área determinada por R3, temos
b
∫ f (x )dx
a
= área(R1 ) − área(R2 )
Exercícios
1. São dadas uma função f e uma partição Pn = {a = x0, x1, x 2, K , x n = b} do
intervalo [a, b] especificado. Seja tj o extremo esquerdo do j-ésimo
subintervalo determinado por Pn. Calcule a correspondente soma de
Riemann
n
Rn = ∑ f (t )∆x
j=1
j j .
3
(b) f (x ) = 3 − x, P4 = 0, 1, , 2, 4
2
π 5π
(b) f (x ) = cos x, P4 = 0, , π , 2π ,
2 2
3 5 8
4. Dado que ∫ f (x )dx
0
= 3, ∫ f (x )dx
2
= −2 e ∫ f (x )dx
5
= 5 , calcule:
0 8 0
(a) ∫
2
f (x )dx (b) ∫2
f (x )dx (c) ∫ f (x )dx
5
10
3 3
5. Dado ∫ 1
f (x )dx = 5 e ∫ g (x )dx
1
= −2 , calcule:
3 1 3 1
(a) ∫ [f (x ) + g (x )]dx
1
(b) ∫ 2f (x )dx − ∫ g (x )dx
3 1
(c) ∫ [g (x ) − 4f (x ) + 5]dx
3
6. Esboce uma região no plano cuja área é dada pela integral definida.
Utilizando fórmulas geométricas, calcule a área daquela região e,
consequentemente, a integral.
2 3 3
(a) ∫
−1
(4 − 2x )dx (b) ∫ (2x
0
+ 1)dx (c) ∫
0
9 − x 2 dx
4 2 1 − x, 0 ≤ x ≤ 1
(d) ∫
1
2x + 7dx (e) ∫
0
f (x )dx em que f (x ) = 2
x − 1, 1 ≤ x ≤ 2
Por simplicidade, vamos supor que f é não negativa e que x > a . A fim
de calcular o limite na equação (2), consideremos o quociente da diferença
A (x + h ) − A (x )
(3)
h
para h > 0 . Como A (x + h) é a área sob o gráfico de t = a até t = x + h e
A (x ) é a área sob o gráfico de t = a até t = x , a diferença A (x + h) − A (x )
é a área sob o gráfico de t = x até t = x + h .
11
Veja a figura abaixo.
y
A(x+h)
A(x) y=f(x)
x
a x x+h
12
Teorema 1.6: (Teorema Fundamental do Cálculo)
(a) Seja f contínua em um intervalo aberto I contendo o número a
e seja
x
A (x ) = ∫ f (t) dt
a
x4
Exemplo 1.6: Como F (x ) = − x 3 + x 2 − 5x é uma antiderivada de
4
f (x ) = x 3 − 3x 2 + 2x − 5 ,
2
2 x4
∫ (x )
3 2
− 3x + 2x − 5 dx = − x 3 + x 2 − 5x
−2
4 −2
= (4 − 8 + 4 − 10) − (4 + 8 + 4 + 10) = −36
4 −
1 1
4x + 1 4 1
Exemplo 1.8: ∫ ∫
dx = x + dx = x 2 + x 2 dx .
∫
1
1 x 1
x
1 1 3 1
− 2 2
Como uma antiderivada para f (x ) = x 2 + x 2 é F (x ) = x + 2x 2 , temos
3
4
4x + 1 2 3 1
2 2 20
∫1 x
dx = x 2 + 2x 2 = ⋅ 8 + 2 ⋅ 2 − ⋅ 1 + 2 =
3 1 3 3 3
.
13
Observação: A parte (b) do Teorema Fundamental explica o uso do sinal de
integral para representar ambas a antiderivada e a integral definida. Se F
é qualquer antiderivada para f, temos
b
∫ f (x ) dx
a
= [F (x ) + c ]ab
[∫ f (x )dx] .
b
5
Exemplo 1.9: Calcule ∫−1
x − 2dx .
Exercícios
4 π 3
∫x ∫ sen x dx ∫ 4x dx
3
(d) − 3dx (e) (f)
0 0 1
3 x 2 − 1, x ≤ 1
(g) ∫
−2
f (x )dx , em que f (x ) =
x − 1, x > 1
14
2 INTEGRAL INDEFINIDA
∫ f (x )dx
para representar o conjunto de todas as primitivas ou antiderivadas de f,
denominada integral indefinida, sendo ∫ o símbolo de uma integral, a
função f é o integrando de uma integral e x é a variável de integração.
Uma vez que encontramos uma primitiva F de uma função f, as outras
primitivas diferem dela por uma constante. Indicamos isso em notação
integral da seguinte maneira:
∫ f (x ) dx = F (x ) + C .
A constante C é a constante de integração ou constante arbitrária.
Quando encontramos F (x ) + C , dizemos que conseguimos integrar e calcular a
integral.
∫ 3x dx .
2
Calcule
∫ 3x dx
2
Solução: = x3 + C .
15
Muitas das integrais indefinidas necessárias ao trabalho científico
são determinadas pela inversão de fórmulas de derivadas. A tabela a seguir
enumera várias formas integrais-padrão lado a lado com as fórmulas das
integrais que as originaram.
Tabela 1: Fórmulas de Integrais
x n +1 d x n +1
= x n
∫ x n dx =
n + 1
+ C, n ≠ −1, n racional
dx n + 1
d
∫ dx = ∫ 1 dx = x +C
dx
(x ) = 1
cos kx d cos kx
∫ sen kx dx = −
k
+C −
dx k
= sen kx
sen kx d sen kx
∫ cos kx dx =
k
+C
dx
k
= cos kx
d
∫ sec
2
x dx = tan x + C tan x = sec2 x
dx
d
∫ cossec x dx (− cotan x ) = cossec2x
2
= −cotan x + C
dx
d
∫ sec x tan x dx = sec x + C
dx
sec x = sec x tan x
d
∫ cossecx cotan x dx = −cossec x + C
dx
(- cossec x ) = cossec x cotan x
1
∫ x dx = ln x + C
d
(ln x ) = 1
dx x
1 1
1 −
(b) ∫ x
dx = ∫x 2 dx = 2x 2 +C = 2 x + C
16
cos x
(c) ∫ sen 2x dx = −
2
+C
x 1
(d) ∫ cos 2 dx = ∫ cos 2 x dx
1
sen x
= 2 + C = 2sen x + C
1 2
2
x3 + 1 2 1 x3
(e) ∫ x
dx = ∫
x +
x
dx =
3
+ ln x + C
3
3 +1 5
x2 2 2
(f) ∫x x dx = ∫ x 2 dx =
3
+ C =
5
x +C
+ 1
2
Calcular uma integral indefinida às vezes pode ser difícil, mas depois
de encontrá-la é relativamente fácil verificar sua validade: diferencie
(derive) o lado direito. A derivada deve ser igual ao integrando. Faça
isso com os resultados do exemplo anterior!
(a) F (x ) = x sen x + C
Para verificar se F (x ) = x sen x + C é a primitiva de f (x ) = x cos x ,
devemos verificar se a derivada de F (x ) = x sen x + C é o
integrando, ou seja, f (x ) = x cos x . Assim,
d
(x sen x + C ) = x cos x + sen x + 0 ≠ x cos x .
dx
Portanto ∫ x cos x dx ≠ x sen x + C .
17
2.1 Propriedades da Integral Indefinida
∫ (x ) ∫ x dx ∫ ∫ 5dx
2 2
(b) − 2x + 5 dx = − 2 xdx +
x3 x2
= − 2 + 5x + C
3 2
x3
= − x 2 + 5x + C
3
Exercícios
8. Calcule e verifique sua resposta por derivação:
∫ 3 dx ∫x ∫
5
(a) (b) dx (c) x dx
1
∫ ∫x ∫x
5
(d) x 2 dx (e) 3
dx (f) −4
dx
x + x2 1 1 3
∫ ∫ x ∫ x
2
(g) dx (h) + dx (i) + dx
x2 x2 x
x5 + x + 1
(j) ∫ x2
dx (k) ∫ cos 5x dx (l) ∫ sen 4t dt
1 1
(m) ∫ 2 − 2
cos 2x dx
(n) ∫ (cos x + sen x ) dx (o) ∫ (cos x − sen x ) dx
(a) ∫ (x
0
2
2
+ x + 1 dx ) (b)
1
3
∫ x +
1
dx
x2
(c) ∫
1
−1
(3 x
5 2
)
+ 3 dx
3 1 0 3 1 3
∫ 3x ∫ ∫ 4 dx
2
(d) + x + dx (e) 2x − 4 dx (f)
0 x3 −2 x −1
π π
1 2x
(g) ∫
0
8 sen 2x dx (h) ∫
0 1 + x2
(i) ∫ (sen x
0
3 + sen 2x ) dx
18
10. Determine a função y = y (x ), x ∈ ℜ , tal que:
dy dy 1
(a) = 3x − 1 e y (0) = 2 (b) = x + 3 e y (− 1) = 0
dx dx 2
dy dy
(c) = sen 3x e y (0) = 1 (d) = x3 − x + 1 e y (1) = 1
dx dx
π
2. (a) R3 = 26 (b) R4 =
2
3. (a) R 4 = 6 e R4 = 14 (b) R 4 = 0 e R4 = 2π
33 652
7. (a) -4 (b) (c) (d) -7 (e) 2
4 3
(f) 80 (g) 1
3
x6 2 2
8. (a) 3x + c (b) +c (c) x +c
6 3
7
5 5 1 1
(d) x +c (e) − (f) −
7 2x 2 3x 3
1 x3
(g) x + ln x + c (h) ln x − + c (i) + 3 ln x + c
x 3
x4 1 1 1
(j) + ln x − + c (k) sen5x + c (l) − cos 4t + c
4 x 5 4
x sen 2x
(m) − +c (n) sen x − cos x + c (o) sen x + cos x + c
2 4
20 72 274 187
9. (a) (b) 2 3 (c) (d) (e) −
3 7 9 24
2 − 2 5
(f) 16 (g) (h) ln 2 − ln 1 = 0,6931 (i)
4 4
19
3x 2 x2 11
10. (a) y (x ) = − x + 2 (b) y (x ) = + 3x +
2 4 4
1 4 x4 x2 1
(c) y (x ) = − cos 3x + (d) y (x ) = − + x +
3 3 4 2 4
13 25
11. Durante o primeiro minuto percorre-se m ; no segundo minuto, m.
3 3
20