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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


Profª.: Dra. Selma Helena Marchiori Hashimoto

ROTEIRO 4: INTRODUÇÃO ÀS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

1 – Definições Básicas:
dy
Em Cálculo I você aprendeu que dada uma função y = f(x), sua derivada =f’(x) é
dx
também uma função de x, e esta é encontrada segundo algumas propriedades de derivadas que
você já deve conhecer. Qualquer dúvida em relação à este assunto consulte os livros de Cálculo
Integral e diferencia I.
Aqui, nosso problema não é: dado uma função y = f(x) encontrar a sua derivada, mas sim:
dy
dada uma equação =f’(x) encontrar a função y = f(x) que satisfaz esta equação. Em outras
dx
palavras, queremos aqui, resolver uma equação diferencial.

Definição: Uma equação que contém derivadas ou diferenciais de uma ou mais variáveis
dependentes, com respeito à uma ou mais variáveis independentes, é dito ser uma
equação diferencial.

dy
Exemplos: a)
2
= 2x e x b) x y’ = 2 y
dx

1.1. Classificação de uma equação diferencial:


As equações diferenciais são classificadas de acordo com o tipo, a ordem e a linearidade.

Classificação por tipo: Se uma equação contém somente derivadas ordinárias de uma ou mais
variáveis dependentes, com respeito à uma única variável independente, então ela é
chamada de equação diferencial ordinária.
Exemplos:
dy du dv d2y dy
a) – 5y = 1 b) (y – x)dx + 4x dy = 0 c) − =x d) 2
−2 + 6y = 0
dt dx dx dx dx

1
Uma equação que envolve derivadas parciais de uma ou mais variáveis dependentes de
duas ou mais variáveis independentes é chamada equação diferencial parcial.
Exemplos:
∂u ∂v ∂u ∂u ∂ 2u ∂ 2u ∂u
a) =− b) x +y =u c) 2
= 2 −2
∂y ∂x ∂x ∂y ∂x ∂t ∂t

Classificação por ordem: A ordem de uma equação diferencial é dada pela ordem da derivada
de maior ordem da função.
Exemplos:
3
d2y  dy 
a) A equação: 2
+ 5  − 4 y = e x é uma equação diferencial ordinária (EDO) de segunda
dx  dx 
ordem.
dy
b) A equação: (y – x)dx + 4xdy = 0 ⇔ ydx – xdx + 4xdy = 0 ⇔ 4 x +y = x é uma (EDO)
dx
de primeira ordem.
∂ 4u ∂ 2u
c) A equação: a 2 + = 0 é uma equação diferencial parcial (EDP) de quarta ordem.
∂x 4 ∂t 2

Observação:
Uma equação diferencial ordinária, genérica de ordem n é representada por:
dy dny
F(x, y, , ..., n ) = 0
dx dx

Classificação em linear ou não linear:


Uma equação diferencial é dita ser linear se puder ser escrita na forma:
dny d n −1 y dy
an(x) n
+ a n–1 (x) n −1
+ ... + a1(x) + a0(x) y = g(x)
dx dx dx

Numa equação diferencial linear, a variável dependente y tem expoente igual a 1, e os


coeficientes dependem somente da variável x.
Uma equação diferencial que não é linear é chamada de não linear.

2
Exemplos:
1) xdy – ydx = 0 EDO linear de primeira ordem.
2) y” – 2y’ + y = 0 EDO linear de Segunda ordem.
d3y 2
2 d y dy
3) x 3 3
− x 2
+ 3x + 5y = ex EDO linear de ordem 3.
dx dx dx
4) yy”-2y’ = x EDO não linear de ordem 2.
d3y
5) + y2 = 0 EDO não linear de ordem 3.
dx 3

1.2. Solução de uma equação diferencial

Definição: A solução de uma equação diferencial é uma função f definida sobre algum intervalo
I, tal que f e suas derivadas satisfazem a equação diferencial.

Exemplo:
1
x4 dy
A função y(x) = é a solução da equação não linear = xy 2 no intervalo (–∞, +∞). Verifique!
16 dx

Exercício 1:
Mostre que a função y = x ex é solução da equação linear: y” – 2y’ + y = 0 no intervalo (–∞, +∞).

Número de soluções de uma equação diferencial:


Uma equação diferencial geralmente possui uma infinidade de soluções.

Exemplo:
c
Para qualquer valor c a função y = + 1 é uma solução da equação diferencial de primeira
x
dy
ordem: x + y =1 sobre o intervalo (0, ∞).
dx

3
Exercício 2:
a) Mostre que as funções y1 = c1 cos 4x e y2 = c2 sem 4x, onde c1 e c2 são constantes
arbitrárias, são ambas soluções da equação diferencial: y” + 16y = 0.
b) Mostre que y = y1 + y2 também é solução da equação diferencial anterior.

Atividades
1) Classifique as equações diferenciais em lineares e não lineares e dê a sua ordem:
a) (1 – x)y” – 4xy’ + 5y = cos x b) yy’ + 2y = 1 + x2
4
d3y d2y
c) x 3 - 2   + y = 0
dy
d) + 9y = sen y
dx  dx  dx 2

e) x3y(4) – x2y” + 4xy’ –3y = 0 f) (1 + y2)dx + xdy = 0

2) Verifique se as funções apresentadas são soluções das respectivas equações diferenciais


dadas:
−x
a) 2y’ + y = 0, y =e 2
b) y’ + 4y = 32, y=8
dy
c) - 2y = e3x, y = e3x + 10 e2x
dx
dy 6 6 - 20 t
d) + 20y = 24 ; y= - e
dt 5 5
e) y’ = 25 + y2, y = 5 tan 5x
dy y 2
f) = , y=( x + c1) , c1 > 0, x > 0
dx x
g) (y’)3 + xy’ = y, y=x+1
d2y dy
h) x 2 + 2 = 0, y = c1 + c2 x- 1
dx dx
i) x2y” – 3xy’ + 4y = 0, y = x2 + x2ln x, x > 0
j) y’’’ – 3y” + 3y’ – y = 0, y = x2 ex

4
2. Equações Diferenciais de Primeira Ordem

2.1. Problema de Valor Inicial


Muitas vezes, estaremos interessados em resolver uma equação diferencial de primeira
dy
ordem = f(x,y) sujeita à condição de que y(x0) = y0, onde x0 é um número no intervalo I e y0 é
dx
um número real arbitrário. O problema:
dy
= f(x,y), y(x0) = y0
dx
é chamado de problema de valor inicial. E a condição y(x0) = y0 é dito ser condição inicial. Em
termos geométricos, estamos interessados na solução da equação diferencial definida sobre algum
intervalo I tal que o gráfico dessa solução passa pelo ponto (x0,y0).

Exemplo:

y = c ex é uma família de soluções para a equação diferencial y’ = y no intervalo (–∞, +∞).


Se especificarmos também que y(0) = 3, então substituindo x por 0 e y por 3, obtemos que 3 = c
e0 = c. Assim para o problema de valor inicial: y’= y, y(0) = 3, a solução será y = 3 ex.

Observação:

Duas questões fundamentais surgem ao tratarmos de um problema de valor inicial:

1) Sempre existe uma solução para o problema de valor inicial?

2) Se existe uma solução para um dado problema de valor inicial, essa solução é única?

O próximo exemplo nos responde à segunda pergunta.

5
x4
Exemplo: Verifique que cada uma das funções: y1 = 0 e y2 = são soluções para o problema de
16
1
dy
valor inicial: = x y2 y(0) = 0.
dx

O próximo teorema nos fornece as condições suficientes que garantem a existência e a


unicidade da solução de um dado problema de valor inicial.

Teorema 1: Existência e Unicidade da Solução

Seja R uma região retangular no plano xy, definido por a ≤ x ≤ b, c ≤ y≤ d, que contém o
∂f
ponto (x0, y0) no seu interior. Se f(x,y) e são contínuas sobre R, então existe um intervalo I
∂y
centrado em x0 e uma única função y(x) definida sobre I satisfazendo o problema de valor inicial
dy
= f(x,y), y(x0) = y0.
dx

dy
Exercício 3: Seja o problema de valor inicial: = 1 + y2 , y(0) = 0. Mostre que a função
dx
y = tan x é solução deste problema no intervalo (–1, 1).

dy x
Exercício 4: Prove que y1= - x e y2= x são duas soluções do problema de valor inicial: = ,
dx y
y(0)=0 e explique por quê este resultado não contraria o Teorema 1.

6
2.2. Equações diferenciais de variáveis separáveis:

dy g (x )
Definição: Uma equação diferencial que pode ser escrita na forma: = é chamada de
dx h( y )

equação de variáveis separáveis.

Uma equação de variável separável pode ser escrita como:

dy
h(y) = g(x) (I)
dx

Se y = f(x) é uma solução da equação (I) então devemos ter:

dy
= f’(x) e h (f(x)) f’(x) = g(x)
dx

Portanto: ∫ h ( f ( x )) f ' ( x )dx = ∫ g ( x )dx + c

Como f’(x) dx = dy, então temos: ∫ h( y )dy = ∫ g ( x )dx + c

dy
Exemplo: Resolver a equação diferencial: = 1 + e 2x.
dx

Chamando g(x) = 1 + e 2x e h(y) = 1, temos que esta equação é separável.

Podemos escrever a equação acima como: dy = (1 + e 2x) dx. Assim:

1 2x
y = ∫ dy = ∫ (1 + e 2 x )dx = x + e +c
2

1 2x
Logo a solução dessa equação diferencial é da forma y = x + e + c.
2

Exercício 5: Resolver: (1 + x) dy – y dx = 0

7
dy x
Exercício 6: Resolver o problema de valor inicial: =– y(4) = 3
dx y

Exercício 7: Resolver: x e – y sen x dx – y dy = 0. (Sugestão: multiplicar a eq. por ey)

Atividades

1) Resolver as equações diferenciais:

dy dy
a) = 2xy b) = y2 e - x c) dx + e 3x dy = 0
dx dx

dy dy dy
d) x2y2 =1 e) = eysen x f) = ex + y
dx dx dx

2
x2 y2
= 
dx dx y + 1
g) = h) y ln x  i) x2 y2 dy = (y + 1) dx
dy 1+ x dy  x 

j) (4y + y x2) dy – (2x + x y2) dx = 0 l) (1 + x2 + y2 + x2 y2) dy = y2 dx

2) Resolver os problemas de valor inicial:

a) (1 + x4) dy + x(1 + 4 y2) dx = 0 y(1) = 0

1
b) y dy = 4x ( y 2 + 1)2 dx y(0) = 1

dy
c) +ty=y y(1) = 3
dt

d) x2 y’ = y – xy y(-1) = - 1

8
3) Encontre a solução da equação diferencial que passa pelos pontos indicados:

dy
a) - y 2 = -9 1) (0,0) 2) (0,3)
dx

dy
b) x =y2–y 1) (0,1) 2) (0,0)
dx

dy
4) Uma equação diferencial da forma = f(ax + by + c), b ≠ 0 pode ser reduzida a uma
dx
equação diferencial de variáveis separáveis fazendo-se a substituição: u = ax + by + c. Use
este procedimento para resolver:

dy dy 1− x − y
a) = (x + y +1)2 b) =
dx dx x+ y

5) Uma curva passa pelo ponto (1,1). Em cada ponto (x,y) desta curva, a reta tangente passa
dy 2y
pelo ponto (2x,- y). Mostre que a curva satisfaz a equação diferencial =− e encontre
dx x
a equação da curva.

2.3. Equações Homogêneas

dy
Definição: Uma equação diferencial da forma = f(x,y) é chamada de homogênea
dx
x
= f   ou como
dy y dy
quando puder ser escrita como = f   .
dx x dx  y

9
Exemplo:

(x2 + y2) dx + (x2 – xy) dy = 0 ⇔ (x2 – xy) dy = - (x2 + y2) dx

2
 y
1+  
x2 + y2
= −   = f  
dy dy x y
⇔ =− 2 ⇔
dx x − xy dx y x
1−
x

Portanto a equação (x2 + y2) dx + (x2 – xy) dy = 0 é uma equação homogênea.

Como resolver uma equação diferencial homogênea?

= f   pode ser transformada numa equação diferencial de


dy y
Uma equação homogênea
dx x
y
variáveis separáveis, usando a transformação: = v, ou seja, mudamos a variável dependente de
x
y para v, mantendo a mesma variável independente x.

y
Assim: =v ⇔ y=vx
x

dy dv
Logo, =v+x
dx dx

= f   fica:
dy y
E a nossa equação homogênea
dx x

dv
v+x = f (v) ou seja,
dx

dv dv dx
x = f (v) – v ⇔ x dv = (f(v) – v) dx ⇔ =
dx f (v ) − v x

que é uma equação com as variáveis separadas.

10
dy x−y
Exercício 8: Resolver a equação: =
dx x+ y

Exercício 9: Resolver: x2 dy + (y 2 – xy) dx = 0

y
dy
Exercício 10: Resolva o problema de valor inicial: x = y + x e x , com y (1) = 1
dx

Atividades

1) Resolver as equações diferenciais:

a) (x – y) dx + x dy = 0 b) y dx = 2(x + y) dy

c) (y 2 + yx) dx – x 2 dy = 0 d) (x2 + xy – y 2) dx + xy dy = 0

dy x + 3y dy y x2
e) = f) = + 2 +1
dx 3x + y dx x y

2) Resolver o problema de valor inicial:

dy
a) x y 2 =y3–x3 y (1) = 2
dx

b) (x 2 + 2 y 2) dx = xy dy y (- 1) = 1

dy
c) 2 x2 = 3 xy + y 2 y (1) = - 2
dx

11
2.4. Equações Diferenciais Lineares de 1ª ordem

Definição: A equação

dy
a1(x) + a0(x) y = g(x) (*)
dx

é chamada equação diferencial linear de 1ª ordem. Quando g(x) = 0, a equação (*) é


chamada linear homogênea. Caso contrário, é linear não homogênea.

dy
Forma Padrão: Dividindo a equação linear: a1(x) + a0(x) y = g(x) por a1(x) teremos a
dx
seguinte equação:

dy
+ P(x) y = f(x) (**)
dx

dy
Forma Padrão homogênea: + P(x) y = 0 (***)
dx

De (***), temos:

dy dy
= – P(x) y ⇔ = – P(x) dx
dx y

Assim,

dy ec
∫y ∫
c − ∫ P ( x ) dx
= − P ( x ) dx +c ⇔ ln y = − ∫ P ( x ) dx + c ⇔ y = e e ⇔ y =
e ∫ P ( x ) dx

ec
y= ∫ P ( x ) dx
é solução da equação (***). A função e ∫ P ( x ) dx é chamada fator integrante para a
e
equação diferencial.

12
Solução de uma equação diferencial linear de 1a ordem:

+ P(x) y = f(x) e observe que e ∫


dy P ( x )dx
Considere a equação linear é um fator integrante
dx
dessa equação, assim:

 dy 
e∫ ∫ P ( x )dx f(x)
P ( x )dx
 + P( x ) y  = e
 dx 

e∫ + e∫ P(x) y = e ∫
P ( x )dx dy P ( x )dx P ( x )dx
f(x)
dx

d  ∫ P ( x )dx  ∫ P ( x )dx f(x)


 ye = e
dx  

Integrando em relação à x temos:

y e∫ = ∫ e∫
P ( x )dx P ( x )dx
f ( x )dx + C

ou seja, a solução dessa equação será da forma:

y= e ∫ ∫ P ( x )dx f ( x )dx + C e − ∫ P ( x )dx


− P ( x )dx
∫e

Procedimento para resolver a equação diferencial linear de 1ª ordem

(i) Coloque a equação diferencial linear de 1ª ordem (*) na forma padrão (**);

(ii) Identifique P(x) na forma padrão e então encontre o fator integrante e ∫ P ( x ) dx ;

(iii) Multiplique a forma padrão da equação pelo fator integrante. O lado esquerdo da
equação resultante é automaticamente a derivada do produto do fator integrante por y:

d  ∫ P ( x )dx  ∫ P ( x )dx f(x)


 ye = e
dx  

(iv) Integre ambos os lados dessa última equação.

13
dy
Exemplo: + 5y = 50
dx

Solução: A equação dada é uma equação diferencial linear de 1a ordem com P(x) = 5,

logo e ∫ é um fator integrante dessa equação. assim:


5 dx

Como e ∫ = e5x então:


5 dx

e5x  + 5 y  = 50 e5x
dy
 dx 

dy
e5x + e5x 5y = 50 e5x
dx

d 5x
dx
(e y ) = 50 e
5x

Integrando em relação à x teremos:

e5x y = ∫ 50e 5 x dx = 10 e5x + C

y = 10 + C e – 5x

dy
Exercício 11: Resolver: – 3y = 0
dx

dy
Exercício 12: Resolver – 3y = 6
dx

dy
Exercício 13: Resolver: x - 4y = x6 ex
dx

dy
Exercício 14: Resolva o problema de valor inicial: +y = x , y(0) = 4
dx

14
Atividades

1) Resolver as equações lineares dadas:

dy dy dy
a) 3 + 12y = 4 b) x2 + 2x3y = ex c) = y + ex
dx dx dx

d) y’ + 3x2y = x2 e) x2 y’ + xy = 1 f) y’ = 2y + x2 + 5

dy dy
g) =x+y h) x dy = (x sen x – y) dx i) x + 4y = x3 – x
dx dx

2) Resolver o problema de valor inicial:

dy
a) + 5y = 20, y(0) = 2 b) y’ = 2y + x ( e3x – e2x), y(0) = 2
dx

dy dy
c) y - x = 2y2, y(1) = 5 d) (x + 1) + y = ln x, y(1) = 10
dx dx

2.4. Equações Diferenciais Lineares de 2ª ordem, homogêneas com coeficientes constantes

Definição: Uma equação diferencial de 2ª ordem é dita linear se pode ser escrita na forma:

d2y dy
a2(x) 2
+ a1(x) + a0(x) y = t(x) (I)
dx dx

Podemos reescrever (I) tal que

d2y dy
2
+ f(x) +g(x) y = r(x) (II)
dx dx

A equação (II) é dita homogênea, quando r(x) = 0 para qualquer x. Caso contrário (II) é
dita linear não homogênea.
15
Vamos estudar as soluções de (II) no caso da forma particular:

d2y dy
2
+b +cy=0 (III)
dx dx

em que b e c são constantes.

Suponha que y = e λx seja solução de (III), para algum λ . Assim,

λ2eλx + λbeλx + ceλx = 0 ⇔ (λ2 + λb + c)eλx = 0

Como eλx ≠ 0 , então

(λ2 + λb + c) = 0 (IV)

A equação (IV) é chamada equação característica associada a equação diferencial (III).

Os λ ’s que satisfazem (IV) são:

− b + b 2 − 4c − b − b 2 − 4c
λ1 = e λ2 =
2 2

Definição: Sejam y1(x) e y2(x), em um intervalo I, soluções de (III). Dizemos que y1(x) e y2(x), em
y1 ( x)
I, constituem um sistema fundamental de soluções em I, se e só se, ≠ constante em I,
y2 ( x )

y1 ( x)
ou seja, = s( x) .
y2 ( x )

Exemplo: Verifique que y1(x)= e x e y2(x)= e −2 x são soluções da equação diferencial y’’ +y’ – 2y = 0

y1 ( x) ex
No exemplo anterior, = − 2 x = e3 x que não é uma função constante. Portanto, y1 e y2
y2 ( x ) e

formam um sistema fundamental de soluções da equação diferencial y’’ +y’ – 2y = 0 em I = IR.

16
Exemplo: Verifique que y1(x)= e x e y2(x)= 3 e x são soluções da equação diferencial y’’ +y’ –2y = 0

y1 ( x) e x 1
No exemplo anterior, = = é uma função constante, para qualquer x ∈ IR . Logo,
y2 ( x) 3e x 3

y1 e y2 não formam um sistema fundamental de soluções da equação diferencial y’’ +y’ – 2y = 0


em I = IR.

Dados a equação diferencial linear de 2ª ordem

d2y dy
2
+b +cy=0 (*)
dx dx

e a equação característica associada a (1)

(λ2 + λb + c) = 0 (**)

as soluções de (*) são dadas de acordo com a tabela, onde c1 e c2 são constantes arbitrárias:
Caso Raízes Sistema fundamental Solução geral
de soluções
I Raízes reais e distintas ( ∆ > 0 ): eλ1 x , eλ 2 x y = c1 e λ x + c2 e λ x
1 2

− b + b 2 − 4c − b − b 2 − 4c
λ1 = e λ2 =
2 2
II Raízes conjugadas complexas ( ∆ < 0 ): e px cos qx , e px senqx y= e px ( A cos qx + Bsenqx)
λ1 = p + iq e λ1 = p − iq
III Raízes reais iguais ( ∆ = 0 ): eλx , xeλx y = (c1 + c2 x)eλx
−b
λ1 = λ2 = λ =
2

Exemplos: Determinar as soluções das equações:

a) y’’ +y’ – 2y = 0 b) y’’ +y = 0 c) y’’ – 2y’ + y = 0


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