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“Administração de drogas no tubo endotraqueal

durante a PCR”
Por muitos anos, a administração de drogas pelo tubo
traqueal durante o atendimento a PCR tem sido aceito, quando o
acesso vascular venoso não pode ser estabelecido.

As diretrizes de atendimento a emergência


cardiovasculares publicadas em 2000 sugeriram que as doses
recomendadas nestas situações pudessem ser de 2 a 4 vezes as
indicadas, quando utilizada a via venosa.

Um estudo recente mostrou uma diferença significativa na


sobrevivência entre pacientes que receberam medicamento
através do tubo traqueal versus via venosa. Não houve
sobreviventes no grupo que recebeu medicamentos via tubo
traqueal.

Outro estudo em animais de grande porte constatou que


não houve aumento mensurável na frequência cardíaca e
pressão arterial dos animais que receberam drogas via tubo
traqueal. Os animais muitas vezes mostraram sinais de hipóxia
provavelmente pela quantidade de liquido na via pulmonar.
Por outro lado os animais que receberam, epinefrina por
via vascular intraóssea mostraram aumento significativo de
frequência cardíaca e pressão arterial.

Um estudo em crianças, 5 estudos em adultos e outros em


animais mostraram que lidocaína, epinefrina, vasopressina,
atropina e naloxone são absorvidos através da traqueia. Não
existem dados sobre a administração de amiodarona.

Dados de estudos em animais mostraram que doses de


epinefrina administradas via tubo traqueal podem provocar
vasodilatação e consequente hipotensão, diminuindo fluxo
sanguíneo.

Em um estudo de coorte não randomizado com pacientes


em PCR em ambiente pré-hospitalar, usando um grupo controle
randomizado com administração de atropina e epinefrina
endovenosa, foi associado com maior taxa de retorno
espontâneo de circulação e sobrevivência à admissão hospitalar
do que por via endotraqueal. Cinco por cento dos pacientes que
receberam drogas endovenosas tiveram alta hospitalar, mas
nenhum paciente sobreviveu no grupo que recebeu drogas pelo
tubo traqueal.
Conclusão
Embora a administração via tubo traqueal seja possível, a
preferência inicial sempre deve ser por via venosa ou via
intraóssea, pois a absorção e efeito serão mais previsíveis.

Porém, se o acesso vascular venoso ou intraósseo não for


estabelecido, drogas como epinefrina, vasopressina e lidocaína
podem ser administradas via tubo traqueal durante a PCR
(*Classe de recomendação IIb, **Nível B). A dose indicada é
desconhecida, mas tipicamente se recomendam duas a duas
vezes e meia a dose recomendada por via venosa. A droga deve
ser diluída em 5 a 10 ml. de água bidestilada ou solução
fisiológica. Estudos mostraram que a epinefrina e lidocaína
diluídas em solução fisiológica podem ser melhor absorvidas.

Referências:
Intraosseous Vascular Access state of the art. Larry J. Miller,
Md. An Essential Emergency Medical Skill
Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation
and Emergency. Part 8: Adult Advanced Cardiovascular Life
Support : 2010 American Heart Association Guidelines for
Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency
Cardiovascular Care, Circulation, 2010 122:S729-S767 doi:
10.1161/CIRCULATIONAHA.110.970988
*Benefício >= Risco. Estudos adicionais com objetivos maiores
são necessários; dados de registros adicionais seriam úteis.
Procedimento/tratamento PODE SER CONSIDERADO

**Recomendação/baixa eficácia bem estabelecida. Grandes


conflitos de evidências em randomizações simples ou estudos
não randomizados

Texto redigido por Antonio Claudio de Oliveira, 25/03/2013.

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