You are on page 1of 5

Acadêmica: Jady Jessica Moreira Frassão Turma: 3º DN

Disciplina: Direito Civil II Prof.º: Sérgio Luiz Candil


Trabalho: Prescrição e decadência, aspectos relevantes

Autor 1: Carlos Roberto Gonçalves

Autor 2: Maria Helena Diniz

Da prescrição

Carlos Roberto Gonçalves, coloca que “ o instituto da prescrição é


necessário, para que haja tranquilidade na ordem jurídica, pela consolidação de
todos os direitos. ”

Helena Diniz, coloca que “ a prescrição é necessária para regular o uso


das ações em juízo, visando a consolidar direitos. ”

Conceito:

Carlos Roberto Gonçalves, utiliza de outros autores para conceituar


prescrição, “Para Clóvis Beviláquia, prescrição extintiva “é a perda da ação
atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em consequência
do não uso dela, durante determinado espaço de tempo. Caio Mário da Silva
Pereira, entretanto, entende que a prescrição é o modo pelo qual se extingue um
direito (não apenas a ação) pela inércia do titular durante certo lapso de tempo.

Já Maria Helena Diniz, conceitua como “Constitui-se como uma pena para
o negligente, que deixa de exercer seu direito de ação, dentro de certo prazo,
ante uma pretensão resistida. A prescrição ocorre pelo fato de a inercia do
lesado, pelo tempo previsto, deixar que se constitua uma situação contraria a
pretensão; visa punir, portanto, a inércia do titular ado direito violado e não
proteger o lesante. ”

Pretensões imprescritíveis

Carlos Roberto Gonçalves, diz que: “ A pretensão é deduzida em juízo por


meio da ação. À primeira vista, tem -se a impressão de que não há pretensões
imprescritíveis, na sistemática do Código Civil, pois a prescrição ocorre em
prazos especiais, discriminados o art. 206, ou no prazo geral de dez anos,
previsto no art. 205. Assim não prescrevem: a) as que protegem os direitos da
personalidade, como o direito à vida, à honra, à liberdade, à integridade física ou
moral, à imagem, ao nome, às obras literárias, artísticas ou científicas etc.; b) as
que se prendem ao estado das pessoas. Não prescrevem, assim, as ações de
separação judicial, de interdição, de investigação de paternidade etc.; c) As de
exercício, em que não existe direito violado, com as destinadas a extinguir o
condomínio, a de pedir meação no muro vizinho etc.; d) os referentes a bens
públicos de qualquer natureza, que são imprescritíveis; e) as que protegem o
direito à propriedade, que é perpétuo; f) as pretensões de reaver bens confiados
a guarda de outrem, a título de depósito, penhor ou mandato. O depositário, o
credor pignoratício e o mandatário, não tendi posse com ânimo de dono, não
podem alegar usucapião; g) as destinadas a anular inscrições do nome
empresarial feita com violação de lei ou de contrato”

Já Maria Helena Diniz, fala que “todas as ações são prescritíveis. A


prescritibilidade é a regra; a imprescritibilidade, a exceção. São imprescritíveis
as pretensões que versam sobre: 1) os direitos da personalidade, como a vida,
a honra, o nome, a liberdade. A intimidade, a própria imagem, as obras literárias,
artísticas ou cientificas etc.; 2) O estado da pessoa, como filiação, condição
conjugal, cidadania, salvo os direitos patrimoniais dele decorrentes, como o
reconhecimento da filiação para receber a herança; 3) Os bens públicos; 4) O
direito de família no que concerne à questão inerente ao direito a pensão
alimentícia, a vida conjugal, ao regime de bens; 5) A pretensão do condomínio
de a qualquer tempo exigir a divisão da coisa comum (CC, art. 1.320), ou a
meação de muro divisório (CC, arts. 1297 e 1327); 6) A exceção de nulidade; 7)
A ação, para anular inscrição do nome empresarial feita com violação de lei ou
do contrato. A prescrição alcança todas as ações patrimoniais, reais ou pessoais,
estendendo-se aos efeitos patrimoniais de ações imprescritíveis. ”

Das causas que impedem, suspendem e interrompem a prescrição

Carlos Roberto Gonçalves, diz que: “O Código Civil agrupou as causas as


causas que suspendem e impedem a prescrição em uma mesma seção,
entendendo que estão subordinadas a uma unidade fundamental. As mesmas
causas ora impedem, ora suspendem a prescrição, dependendo do momento
em que surgem. Se o prazo ainda não começou a fluir, a causa ou obstáculo
impede que comece. Se, entretanto, o obstáculo surge após o prazo ter se
iniciado, dá-se a suspensão. Nesse caso, somam-se os períodos, isto é, cessada
a causa de suspensão temporária, o lapso prescricional volta a fluir somente pelo
tempo restante. [...] A interrupção depende, em regra, de um comportamento
ativo do credor, diferentemente da suspensão, que decorre de certos fatos
previstos na lei, como foi mencionado. Qualquer ato de exercício ou proteção ao
direito interrompe a prescrição, extinguindo o tempo já decorrido, que volta a
correr por inteiro, diversamente da suspensão da prescrição, cujo prazo volta a
fluir somente pelo tempo restante.

Maria Helena Diniz, diz que: “As causas interruptivas da prescrição são
as que inutilizam a prescrição iniciada, de modo que o seu prazo recomeça a
correr da data do ato que a interrompeu ou do último ato do processo que a
interromper [...] A interrupção, que somente poderá ocorrer uma vez (art. 202 do
CC) produz efeito no passado, inutilizando o tempo transcorrido, e no futuro,
determinando o reinício da prescrição, recontando-se o prazo prescricional,
como se nunca houvesse fluído [...] As causas impeditivas da prescrição são as
circunstâncias que impedem que seu curso inicie e, as suspensivas, as que
paralisam temporariamente o seu curso; superado o fato suspensivo, a
prescrição continua a correr, computado o tempo decorrido antes dele. As
causas impeditivas estão arroladas nos art. 197, I a III, art. 198, I e art. 199, I e
II, do Código Civil, que se fundam no status da pessoa, individual ou familiar,
atendendo razões de confiança, amizade e motivos de ordem moral [...] As
causas suspensivas são as mencionadas no art. 198, II e III e art. 199, III, do
Código Civil, ante a situação especial em que se encontram o titular e o sujeito
passivo ou devido a circunstâncias objetivas. De forma que suspensa estará a
prescrição: contra ausentes do Brasil em serviço público da União, dos estados
e municípios e os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempos de
guerra.

Da Decadência

Carlos Roberto Gonçalves, diz que; “O Código Civil de 1916 não se


referia, expressamente, à decadência, também denominada caducidade.
Englobava, indiscriminadamente, em um mesmo capítulo, as causas devidas à
fluência do tempo, aparecendo todas sob a denominação genérica da
prescrição”

Maria Helena Diniz, diz que: “ O Código Civil de 1916 não tratava,
explicitamente, da decadência, confundindo prescrição e decadência devido à
analogia existente entre ambas, por terem o traço comum da carga deletéria do
tempo aliada à inatividade do titular do direito, e englobava, por isso, num só
capítulo, prazos prescricionais e decadenciais”

Conceito

Carlos Roberto Gonçalves, coloca que: “Segundo Francisco Amaral,


decadência é a perda do direito potestativo pela inercia do seu titular no período
determinado em lei. Seu objeto são os direitos potestativos de qualquer espécie,
disponíveis ou indisponíveis, direitos que conferem ao respectivo titular o poder
de influir ou determinar mudanças na esfera jurídica de outrem por ato unilateral,
sem que haja dever correspondente, apenas uma sujeição [...] Na decadência,
que é instituto do direito substantivo, há a perda de um direito previsto em lei. O
legislador estabelece que certo ato terá que ser exercido dentro de um
determinado tempo, fora do qual ele não poderá mais efetivar-se porque dele
decaiu o seu titular. A decadência se consubstancia, pois, no decurso infrutífero
de um termo prefixado para o exercício do direito. O tempo age em relação à
decadência é a sanção consequente da inobservância de um termo.

Maria Helena Diniz, coloca que: A decadência é a extinção do direito pela


inação de seu titular que deixa escoar o prazo legal ou voluntariamente fixado
para seu exercício. O objeto da decadência é o direito que, por determinação
legal ou por vontade humana unilateral ou bilateral, está subordinado à condição
de exercício em certo espaço de tempo, sob pena de caducidade. Se o titular do
direito deixar de exercê-lo dentro do lapso de tempo estabelecido, tem-se a
decadência, e, por conseguinte, o perecimento do direito, de modo que não mais
será ilícito ao titular pô-lo em atividade. A decadência impede que o direito, até
então existente em potência, passe a existir em ato extinguindo-o antes que se
exteriorize ou adquira existência objetiva”
Distinção entre prescrição e decadência

Carlos Roberto Gonçalves, aduz que: “um dos critérios usados pela
doutrina para distinguir prescrição de decadência consiste em considerar que,
nesta, o prazo começa a fluir no momento em que o direito nasce. Desse modo,
no mesmo instante em que o agente adquire o direito já começa a correr prazo
decadencial. O prazo prescricional, todavia, só se inicia a partir do momento em
que este tem seu direito violado. Também se diz que a prescrição resulta
exclusivamente da lei, enquanto a decadência pode resultar da lei, do testamento
e do contrato.

Maria Helena Diniz, aduz que: “Com o propósito de estabelecer,


didaticamente, a distinção entre ambos a doutrina entendeu que: 1) A
decadência estingue o direito e indiretamente a ação; a prescrição extingue a
ação e por via oblíqua o direito; 2) O prazo decadencial é estabelecido por lei ou
por vontade unilateral ou bilateral; o prazo prescricional somente por lei; 3) A
prescrição supõe ema ação cuja origem seria diversa da do direito; a decadência
requer uma ação cuja origem é idêntica à do direito; 4) A decadência corre contra
todos; a prescrição não corre contra aqueles que estiverem sob a égide das
causas de interrupção ou suspensão prevista em lei; 5) A decadência decorrente
de prazo legal pose ser julgada, de oficio, pelo juiz, independentemente de
arguição do interessado; a prescrição das ações patrimoniais não pode ser, ex
oficio, decretada pelo magistrado; 6) A decadência resultante de prazo legal não
pode ser renunciada; a prescrição, após sua consumação, pode sê-lo pelo
prescribente; 7) Só as ações condenatórias sofrem os efeitos da prescrição; a
decadência só atinge direitos sem prestação que tendem a modificação do
estado jurídico existente.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume I: parte geral. 6


ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008.

DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, v. 1: teoria geral do


direito civil. 20 ed. rev. e aum. São Paulo: Saraiva, 2003.

You might also like