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PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
Vitória, 2009
Orientador:
Maria da Conceição Maggioni Poppe
Vitória, 2009
AGRADECIMENTOS
Será realizada pesquisa com Conselho Regional do Serviço Social 17º Região, na
complementação de dados e principalmente para analise e conclusão final dando
subsídios para o porquê da não inclusão legal do Assistente Social no PSF.
Nadia Lucia Fuhrmann, Doutora em Serviço Social tem como uns dos principais temas
de estudo saúde coletiva, foi utilizada como fonte de pesquisa no tema indicou as
analises da implantação do Programa Saúde da Família como estratégia de conversão do
Sistema de Saúde no Brasil. Onde sinalizou a estratégia da saúde da família como a mais
ampla política assistencial do setor também contribui no entendimento do processo de
implantação do PSF nos municípios brasileiros: a origem, os antecedentes do programa,
a implantação e a especificidade da formação das equipes multiprofissionais que
constituem as unidades de saúde. Além de realizar uma análise da participação do
assistente social na equipe da estratégia saúde da família .
Túlio Batista Franco é Doutor em Saúde Coletiva , suas obras foram importante na
leitura no que se refere a saúde coletiva no país possibilitando o conhecimento deste
tema sua construção e desenvolvimento e posteriormente o surgimento do programa
estratégia saúde da família.
Vale ressaltar o acesso aos sites do Ministério da Saúde que puderam oferecer a pesquisa
dados da legislação como também outras informações imprescindíveis a pesquisa,
também o Conselho do Serviço Social do estado do Espírito Santo onde pude ter acesso
a informações do processo de inserção do profissional nas equipes do programa.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CONCLUSÃO_____________________________________________________ 43
BIBLIOGRAFIA___________________________________________________ 45
ANEXOS_________________________________________________________ 47
- INTRODUÇÃO
Apesar de o assistente social ser um profissional capacitado para lidar com as questões
sociais, e principalmente no que se refere à saúde e este estar ausente na equipe mínima
na saúde da família que tem como principal foco ações de prevenção, promoção e
recuperação da saúde das pessoas, de forma integral e contínua. E hoje a saúde ser
reconhecida como resultado das condições econômicas, política, sociais e culturais dos
sujeitos, assim entendemos que o profissional passa a fazer parte do conjunto de
profissões necessárias, além disso, temos a inserção do processo de gestão da política de
saúde, tendo a descentralização política e administrativa como estratégia, ou seja, a
participação popular nos mecanismos de controle social, sendo mais um fator que
contribui ainda mais a efetivação do assistente social neste programa.
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segundo capítulo é um pequeno histórico do Serviço Social e sua inserção na Saúde no
possibilidades.
O capitulo quarto trata diretamente da análise dos dados obtidos na pesquisa de campo e
bibliográfica, afim de “Abrirmos a porta” para a discussão dos limites, potencionalidades
das possibilidades ou não da inserção do Assistente Social na equipe mínimo do
Programa Estratégia Saúde da Família.
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1 - BREVE HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Este capítulo contextualiza a Política de Saúde Brasileira com base nos principais
marcos históricos e traz as conquistas legais da Constituição Federal de 1988 e o SUS
como resultante do movimento da Reforma Sanitária, considerando como conjunto de
reformas institucionais do SUS que sinaliza para o fortalecimento da Estratégia Saúde da
Família. Finaliza com a análise do desenvolvimento e a descrição das atividades
realizadas pelos profissionais que compõe a equipe mínima do programa.
Após a II Guerra Mundial, o discurso preventivista (1) foi amplamente difundido nos
Estados Unidos e corroborado pela Organização Mundial da Saúde como modelo
assistencial adequado capaz de diminuir os custos da atenção médica. Porém, os
conceitos básicos do discurso preventivista, da forma como vinham sendo impostos
pelos organismos internacionais, foram amplamente criticados pelos profissionais que
atuavam dentro das faculdades de medicina social no Brasil. A proposta de
redimensionar o sistema de saúde brasileiro apenas com objetivos a diminuir os custos
da atenção médica foi vigorosamente rejeitada pelos profissionais dos serviços de saúde
pública comprometidos, principalmente, com a medicina comunitária.
1-Os conceitos básicos do discurso preventivista são a história natural da doença, o conceito
ecológico da saúde e doença e a multicausalidade.O modelo preventivista, como Arouca (1975)
o denomina, buscou incorporar na formação dos estudantes de medicina uma nova atitude de
prevenção como processo individual,neutralizando o conjunto de relações sociais que
determinam os serviços de saúde e os próprios sujeitos. O social é reduzido ao meio ambiente,
locus de agentes causais, e não como relações sociais que influem nos estados de saúde e doença
das pessoas e dos grupos (Escorel, 1998, p. 21).
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Em meados dos anos 70 teve início o processo de redemocratização política e social no
Brasil. A mobilização nacional pela luta cidadã se materializou na área da saúde através
do ideário do Movimento da Reforma Sanitária (2). Integravam o Movimento
professores universitários, estudantes de medicina, profissionais da saúde, sindicalistas,
militantes partidários de esquerda e movimentos populares por saúde. O objetivo
principal dos reformistas confundia-se entre uma oposição ao regime autoritário e a
transformação do Sistema Nacional de Saúde. Desta forma, a medicina social emergiu
no Brasil dentro dos departamentos de medicina preventiva – DMPs – das universidades,
com forte tendência a uma abordagem histórico-estrutural dos conteúdos da saúde
coletiva.
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2. “A Reforma Sanitária pode ser conceituada como um processo modernizador e democratizante
de transformação nos âmbitos político-jurídico, político-institucional e político-operativo, para
dar conta da saúde dos cidadãos, entendida como um direito universal e suportada por um
Sistema Único de Saúde, constituído sob regulação do Estado, que objetive a eficiência, eficácia
e eqüidade [...] criação de mecanismos de gestão e controle populares sobre o sistema”
(MENDES,1993)
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As reivindicações do Movimento Sanitário mantiveram-se firmes na luta pela criação de
um sistema único de saúde gratuito e universal, essencialmente gerido pelo Estado,
sendo que ao setor privado caberia apenas um papel complementar. Assim, várias forças
políticas oriundas da sociedade civil e articuladas ao Movimento Sanitarista, disputaram,
na época, no âmbito político, a conquista de uma proposta de reforma sanitária que
privilegiasse a universalidade de atendimento nos serviços de saúde e o dever do Estado
em garantir esse direito. Uma década e meia de reivindicações, grande parte do ideário
do Movimento Sanitário foi incorporado ao texto da nova Constituição brasileira de
1988.
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universalidade no atendimento à população, o estrangulamento na base de financiamento
do modelo de contribuição previdenciária foi inevitável. Concomitante aos problemas
acima mencionados entra em cena o enfraquecimento gradativo do Estado
intervencionista brasileiro e um novo modo de viabilizar a saúde pública precisou ser
pensado.
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3- Chamamos de Estado de Bem-Estar Social, os Estados que, mesmo em economias capitalistas
assumem/assumiram papéis de cobertura generalizada de benefícios sociais, dentro da concepção
de que a cidadania deve ser o regulador principal da economia e da sociedade. Recebe destaque a
universalização da previdência, da assistência, da educação básica, do seguro-desemprego de tal
sorte que a todos, independentemente das relações de mercado, é garantido acesso satisfatório de
bem-estar. Correspondeu, principalmente, à expectativa capitalista do pós-guerra de proliferação
majoritária da classe média, tendo em alguns centros encontrado êxito.
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O dilema atual dos Estados, independentemente de serem desenvolvidos ou em via de
desenvolvimento, está em como resolver as carências básicas de uma população
crescentemente empobrecida, reduzindo os patamares ínfimos os custos com políticas
sociais. Em outras palavras, o Estado encontra-se em delicada situação de ter que servir
dois senhores ao mesmo tempo. De um lado, adaptar-se às exigências do poder
econômico mundial e de outro, resolver as mazelas sociais que sobraram dessa mesma
política econômica.
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4 - Caixas de Aposentadorias e Pensões, instituídas a partir de 1923.
5 - Institutos de Aposentadorias e Pensões, instituídos a partir de 1930.
6 - Instituto Nacional de Previdência Social, instituído a partir de 1967.
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1.2 - O Sistema Único de Saúde – SUS
“Parágrafo único - o sistema único de saúde será financiado, com recursos do orçamento
da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além
de outras fontes”.
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O Sistema Único de Saúde prevê, ainda, a preservação da autonomia das pessoas na
defesa de sua integridade física e moral, na igualdade da assistência à saúde, sem
preconceitos ou privilégios de qualquer espécie, ao direito do paciente à informação
sobre sua saúde, à divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde
e sua utilização pelo usuário, à utilização da epidemiologia para o estabelecimento de
prioridades, à alocação de recursos e à orientação programática. Inclui, ainda, a
participação da comunidade como co-responsável no processo saúde-doença,
enfatizando a necessidade da descentralização dos serviços para os municípios.
Ainda, no título I, das disposições gerais sobre a saúde pública, a Lei 8.080, de 19 de
setembro de 1990, institui a saúde como direito fundamental de todo ser humano e dever
do Estado em garanti-la, através de reformulações e execuções de políticas sociais que
reduzam os riscos e agravos de doenças. Conforme a Constituição, ao Estado compete
promover, proteger e recuperar a saúde dos cidadãos brasileiros de forma universal e
igualitária. No Artigo 2º, deste mesmo título, a lei declara que o dever do Estado em
garantir saúde, no entanto, não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da
sociedade.
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Não foi suficiente, porém, dispor de uma base jurídico-formal ampla para resolver os
importantes problemas de saúde dos brasileiros. Para implementar de forma resolutiva o
que determinaram as Leis sob 808020 e 8142,21 de 1990, foi preciso instaurar um
processo de profunda reorganização dos serviços de saúde. Em 1994, o Ministério da
Saúde lançou oficialmente o Programa Saúde da Família. O PSF teve a especificidade de
inaugurar uma inversão na lógica assistencial à saúde no Brasil.
Ao propor o PSF, o Governo Federal teve dois grandes objetivos: o primeiro, foi,
substituir o modelo assistencial curativo/hospitalocêntrico pelo modelo preventivo, ou
seja, pelo modelo de atenção primária à saúde, e com isso racionalizar os altos custos da
saúde pública no Brasil. O segundo grande objetivo foi descentralizar as políticas de
saúde, na intenção de tornar a saúde pública mais resolutiva, adotando uma postura de
parceria com o governo estadual e municipal.
A parceria entre as três esferas de governo passa a ser o ponto central em torno do qual
gira toda a dinâmica da saúde pública brasileira, a partir dos anos 90. Com a
descentralização das políticas de saúde, caracterizada por um processo de deslocamento
de poder, gestão, atribuições e decisões entre os três níveis de governo, Federal, Estadual
e Municipal.
O Brasil possui hoje uma das legislações mais democráticas e universais no que tange à
regulamentação da saúde pública. O Sistema Único de Saúde disponibiliza, atualmente,
gratuitamente e de forma universal, desde procedimentos ligados ao diagnóstico precoce
de doenças, até tratamentos de alta complexidade como o é o caso do HIV, das
neoplasias e transplantes. A viabilização desse Sistema não tem sido tarefa fácil para os
gestores nos três níveis de governo.
O alto custo para manter uma saúde pública universal e de qualidade levou o governo
brasileiro adotar um modelo assistencial baseado na atenção primária à saúde. Assim, o
Programa Saúde da Família e uma estratégia do governo para melhor tratar a saúde do
brasileiro de maneira preventiva.
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1.3 – O Programa Saúde da Família
Embora o Programa Saúde da Família tenha sido elaborado pelo Ministério da Saúde,
portanto a nível federal, a implantação do mesmo se dá pela adesão dos municípios a
esse projeto estratégico. Conforme documento do Ministério da Saúde, “a
operacionalização do PSF deve ser adequada às diferenças locais, desde que mantidos os
seus princípios e diretrizes fundamentais” (Brasil, 1997). O processo de implantação o
PSF possui várias etapas, dentre elas a habilitação do município em alguma das gestões
da NOB/96 (8).
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8- Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde. Portaria nº 2.203
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A implantação das unidades básica da Saúde da Família nas comunidades ocorre,
geralmente, tendo como critério o enfoque de risco social. São comunidades que
possuem altos índices de desemprego, criminalidade, prostituição, crianças fora da
escola e outras questões sociais, que aumentam o risco de adoecer e morrer. Assim, os
gestores municipais, muitas vezes, optam por implantar as primeiras equipes do PSF em
áreas periféricas e com dificuldade de acesso da comunidade aos serviços de saúde. “...
a implantação baseada em prioridades tem provocado, também, crítica ao Programa,
identificando-o como um programa de saúde pobre para os pobres. Tal imagem não
reflete a realidade. O Programa Saúde da Família deve ser entendido como um modelo
de assistência à saúde que tem como objetivo reorganizar o sistema de saúde no Brasil e
substituir, em médio prazo, a rede básica tradicional.” (Fuhrmaann,2003).
1998 1999
2000 2001
2002 2003
2004 2005
2006 2007
2008 JANEIRO/2009
Deve estar vinculada à rede de serviços, de forma que se garanta atenção integral aos
indivíduos e famílias e que sejam asseguradas a referência e a contra-referência para
clínicas e serviços de maior complexidade, sempre que o estado de saúde da pessoa
assim exigir. Territorialização e cadastramento da clientela: A Unidade de Saúde da
Família trabalha com território de abrangência definido e é responsável pelo
cadastramento e o acompanhamento da população vinculada (adstrita) a esta área.
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Equipe multiprofissional: Cada equipe do PSF é composta, no mínimo, por um médico,
um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, dentista e de quatro a seis agentes
comunitários de saúde (ACS). Outros profissionais - a exemplo de dentistas, assistentes
sociais e psicólogos - poderão ser incorporados às equipes ou formar equipes de apoio,
de acordo com as necessidades e possibilidades locais. A Unidade de Saúde da Família
pode atuar com uma ou mais equipes, dependendo da concentração de famílias no
território sob sua responsabilidade.
Para alguns autores, deve ser pensada como uma imagem-objetivo, portanto polissêmica,
com variados sentidos. Essencialmente, trabalhamos com a concepção de integralidade
como uma dimensão/valor das práticas de saúde. Além de contribuir nessa organização,
a integralidade busca uma apreensão ampliada das necessidades de saúde da população
atendida. Portanto, pode ser entendida como um "tipo de marcador contínuo" que pode
incluir os aspectos objetivos e subjetivos resultantes da interação/relação dos atores em
suas práticas no cotidiano das instituições (Araújo MB 2004).
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Nesse sentido, o perfil dos recursos humanos em saúde deve alterar-se. Uma das maiores
dificuldades na implementação da ESF diz respeito à carência de profissionais para
atender a esta nova realidade. Faz-se necessário, portanto, o desenvolvimento de um
processo de formação e capacitação permanente de todos os profissionais envolvidos.
Essencialmente, o entendimento de que o trabalho em equipe constitui a base dessa
proposta de mudança nos conduziu ao presente trabalho.
A equipe mínima recomendada pelo Ministério da Saúde, para compor uma unidade de
Saúde da Família é um médico, um dentista, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem
e entre quatro a seis agentes comunitários de saúde. Não é vedada a inclusão de outros
profissionais. Dentre as muitas atribuições das equipes multiprofissionais da Saúde da
Família, destacamos as seguintes:
anseios, dos desejos, dos sonhos, das crenças, dos valores, enfim, da matriz cultural
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2- O SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE PÚBLICA
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que vem contribuir para a ampliação da inserção do assistente social no campo foi a
mudança no processo de gestão da política de saúde, tendo na descentralização político
administrativa a principal estratégia. Com a crescente municipalização da política de
saúde os municípios tiveram que contratar diversos profissionais para garantir a gestão
local da política, dentre eles, o assistente social.
O que de novo se coloca na inserção atual do assistente social na área de saúde é o fato
de que essa “ prática” não é mais mediada pela ideologia da ajuda e sim
pela perspectiva da garantia de direitos sociais. Atua justamente nas contradições
existentes no SUS, dentre as quais constam a exclusão no acesso, a precariedade dos
recursos e da qualidade dos serviços, a excessiva burocratização e a ênfase na assistência
médica curativa e individual.
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É nesse contexto que surgem um conjunto de requisições expressivas da tensão existente
entre as ações tradicionais da saúde e as novas proposições do SUS, e que determinam o
âmbito de atuação do profissional de Serviço Social, qual seja nas contradições presentes
no processo de racionalização e organização do Sistema.
É dentro da relação de dever/direito à saúde que o trabalho dos assistentes sociais vem se
desenvolvendo e, a cada dia, tem se tornado uma “prática” necessária para
a promoção e atenção à saúde. Sua intervenção tem se ampliado e se consolidado diante
da concepção de que o processo de construção da saúde é determinado socialmente, e
reforçado pelo conceito de saúde que passa a considerar o atendimento das demandas do
setor sob o enfoque relevante das condições sociais.
A inserção do Assistente Social na área da saúde vem sendo inscrita ao longo dos anos a
partir da caracterização de um profissional que, articulando o recorte social nas
diferentes formas de promoção da saúde, vem contribuindo para identificar as
causalidades e multiplicidade de fatores que incidem na qualidade de vida da população.
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Quando, na Constituição de 1988, institucionalizou-se a ampliação do conceito de saúde
para além da simples ausência de doença, preconizado na VIII Conferência Nacional de
Saúde, foram definidos mecanismos para reversão do modelo de atenção à saúde
centrada nas ações curativas, cujo foco assistencial estava no atendimento médico-
hospitalar.
Neste contexto, quando nascia um novo modelo de atenção à saúde, o Sistema Único de
Saúde, universal, equânime, integral e resolutivo com serviços regionalizados e
hierarquizados com controle social e definição de responsabilidades entre os serviços de
saúde e a população, registrou-se uma maior visibilidade da prática profissional do
assistente social, enquanto trabalhador da saúde.
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profissional. O profissional do Serviço Social tem uma formação ampla, generalista e
acadêmica com base teórica, técnica e política que possibilita elaborar, planejar e
executar suas ações, podendo desenvolver trabalho em diversos segmentos sociais; é um
profissional inserido nas Políticas Públicas de saúde, educação, trabalho, previdência
social, lazer e assistência social, podendo desenvolver trabalhos com famílias, crianças e
adolescentes, na área de habitação, terceira idade e etc. A assistência social visa, portanto
a promoção humana do cidadão em seu meio social, fazendo com que o mesmo possa
integrar-se e /ou reintegrar-se na sociedade.
A atenção à saúde no Brasil vem sofrendo efeitos de graves distorções, que explicam a
atual crise do setor. O país tem um importante segmento da população que se encontra
totalmente excluído de qualquer cuidado de saúde. A população assistida ainda é
submetida a uma grande desigualdade de qualidade de atenção, havendo um pequeno
segmento que utiliza toda tecnologia moderna disponível e outro que recebe uma atenção
limitada.
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Sua prática pode se dar a nível individual, grupal ou comunitário, com uma tônica
preventiva, curativa e reabilitadora, tendo como eixo básico, uma metodologia de
orientação que busca mudanças de atitudes, comportamentos e desenvolvimentos de
habilidades úteis à promoção, manutenção e recuperação da saúde.
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3 – O ASSISTENTE SOCIAL NA EQUIPE DO PROGRAMA SAÚDE DA
FAMÍLIA
Para refletir sobre o processo de inserção no “novo” campo de trabalho, é preciso levar
em consideração que o exercício profissional do assistente social. É necessário atentar
para o contexto sócio-econômico e político, o processo de efetivação da proposta PSF, a
dinâmica das diferentes equipes, bem como para as peculiaridades das comunidades
atendidas que, apesar de serem caracterizadas, de forma geral, pelas precárias condições
de vida e estarem situadas no mesmo município, possuem especificidades locais. Assim,
para tratar do cotidiano profissional do grupo composto pelas assistentes sociais que
atualmente estão inseridas no PSF, deve-se levar em conta tais peculiaridades e que nem
todas(os) profissionais desenvolvem exatamente as mesmas atividades, a depender
justamente das dinâmicas locais.
Como qualquer profissional do PSF, a primeira tarefa das (os) assistentes sociais seria
conhecer a realidade vivenciada pelos usuários nos bairros atendidos.
Concomitantemente, as(os) profissionais foram se aproximando da dinâmica das
atividades desenvolvidas pelas equipes. Nestas, conforme preconiza o Ministério da
Saúde, são prestados atendimentos no que se refere às consultas médicas e de
enfermagem, pré-natal, puericultura, vacinação, curativos, visitas domiciliares, etc.
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A equipe também é responsável pelo trabalho educativo, geralmente junto a grupos
formados, comumente, pelas características epidemiológicas e demográficas da
população, como de gestantes, planejamento familiar, adolescentes, idosos, hipertensos,
diabéticos e de saúde mental, entre outros, como mostra (Perét 2001).
Espaço de controle social em nível local, criado pelas equipes do PSF e composto por
representações das diversas entidades existentes nos bairros. Desta forma, no interior de
tais equipes e baseadas nas atribuições que mencionamos interiormente, são diversas as
ações realizadas pelos assistentes sociais, tendo sempre como eixo a defesa e
consolidação de direitos sociais. Assim, destacamos os principais objetivos e desafio do
assistente social na unidade de saúde que tenha o PSF:
O desafio do Serviço Social é fazer uma discussão crítica acerca das práticas de
humanização no sentido de romper com as práticas individualizantes, de favor, de
ajustamento e disciplinamento dos usuários, bem como de alívio das tensões e
amenização de conflitos e avançar no sentido de construir e fortalecer práticas voltadas
para potencializar a capacidade de participação enquanto deliberação de sujeitos
individuais e coletivos (usuários e trabalhadores) na efetiva construção de condições
objetivas dignas de trabalho e atendimento no SUS, dentre as quais se incluem não só a
defesa dos direitos existentes, mas a luta pela ampliação e incorporação de novos
direitos, como por exemplo, o direito à acompanhante para todos os usuários internados
em toda a rede SUS, seja pública ou conveniada, o fim da restrição às visitas em casos de
internamento, etc. (Costa,1998).
Diante do exposto entendo que as perspectivas são positivas, já que este profissional está
presente na construção do Programa Saúde da Família contribuindo de forma efetiva e
eficaz na prática cotidiana para eficiência do programa. Assim atualmente o Assistente
Social é parte integrante e indissociável no desenvolvimento e na consolidação do
programa na comunidade.
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A partir de uma análise das pesquisas poderá ter mais clareza dos impedimentos e
possibilidades da conquista de um espaço legal do assistente social na equipe do
Programa Saúde da Família.
Porém o que não pode se negar é com relação a inserção do assistente social, é
necessária uma grande articulação em várias direções: governos municipais, estaduais e
federal, legislativo, comunidade, outros profissionais envolvidos no programa. Sendo
assim as perspectivas podem ser consideradas, pois as experiências positivas estão
presentes em várias cidades e capitais do país.
A pesquisa foi realizada na Unidade de Saúde Santo André da Grande São Pedro no
Município de Vitória, os profissionais que preencheram o questionário foram um
Assistente Social, Psicólogo, Agente de Saúde e um Enfermeiro. Também foi realizada
entrevista com um representante do CRESS – Fiscal.
O Agente Comunitário esta presente à cinco anos no PSF, realiza vista domiciliar,
promoção e prevenção da saúde da família, acompanhamento de gestantes, crianças
menores de 02 anos na pesagem, hipertensos, diabéticos e outras atividades.
Considera o programa importante, porém ressalta que “muita coisa tem se perdido
devido ao excesso de serviço....”funciona com deficiência., também acha que existe a
necessidade de ampliação “...pois as micro áreas tem sofrido transformações devido ao
número de famílias que tem crescido demasiadamente com isso mais idosos, hipertensos,
diabéticos, crianças, acamados e não se da conta de atender a todos.”
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Com relação à pergunta número 06 (seis) devido a esta unidade já ter integrado o
Assistente Social, pontuou outro profissional-Fisioterapeuta. Com relação à pergunta
número 08(oito) e 09(nove) relata que o assistente social realizada visita domiciliar e
realizar os encaminhamentos necessários a família assistida.
Nas perguntas 08 e 09, relata as atividades de promoção à saúde com grupos assistidos,
reuniões com as equipes do PSF, discussão e articulação com a rede social do
território.
O Assistente Social atua há 01 ano e 05 meses, suas atividades são visita domiciliar,
educação em saúde (grupos), gerência local do Programa Família na Saúde e do
Programa Saúde Escolar, visitas institucionais, trabalhos multidisciplinar, articulação
da rede social em saúde, realizações de palestras, oficinas nas escolas, comunidades.
Considera importante “... aproxima os profissionais de saúde da realidade vivenciada
pelos pacientes... vê o sujeito de forma holística, ou seja, de forma biopsicosocial.”
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O representante do CRESS expôs a temática sinalizando o aspecto legal da trajetória
do serviço social na saúde “...dentre estes direitos, está o direito à saúde, com acesso
universal e igualitário, garantido pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei 8080/90.
Com isso, queremos suscitar na categoria profissional a discussão sobre o Assistente
Social na Saúde, reconhecido pelo CFESS através da Resolução nº. 383/99 que atribui
ao Assistente Social a intervenção junto aos fenômenos sócio-culturais e econômicos
visando a promoção, prevenção e recuperação da saúde e levantar a reflexão para a
ocupação de um espaço que é da categoria por direito, como previsto pelo Código de
Ética Profissional, Art. 2º.
Outro marco legal que nos embasa nessa discussão é uma Resolução do Conselho
Nacional de Saúde - Resolução nº. 218/97- que coloca o AS com competência teórico-
metodológica para intervir em todas as dimensões da saúde – sejam elas culturais,
sócio-econômicas, ou psicológicas.
Destaca-se também a Resolução CFESS nº. 383/99 que “atribui-se ao Assistente Social,
enquanto profissional de saúde, a intervenção junto aos fenômenos sócio-culturais e
econômicos que reduzam a eficácia dos programas de prestação de serviços nos níveis
de promoção, proteção e/ou recuperação da saúde”.
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Enfim, vários são os documentos legais e acadêmicos que perpassam essa discussão e
nos oferecem subsídios para pleitear o AS nos espaços da ESF. E o CRESS 17ª
Região/ES está atento e preocupado em debater essa inserção no ES. Pretendemos
estabelecer articulação com a rede de serviços da saúde, secretários municipais,
entidades e movimentos sociais da área, usuários, etc, para somarmos forças nessa luta.
De acordo com a resposta da pergunta número 02(dois) O CRESS 17ª região/ES possui
dados coletados e repassados pela academia, a qual possui grande relevância no debate.
Enquanto conselho, não foi realizado nenhuma pesquisa diretamente sobre o assunto por
isso a resposta foi subsidiada com os dados coletados por acadêmicos e profissionais da
área. O que encontramos de dados da Grande Vitória (Vitória, Vila Velha, Cariacica,
Viana, Serra, Guarapari e Fundão) em 2007 foi:
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- Vitória: O município possui 70 equipes de ESF e 03 equipes de PACS. Possui ainda
um total de 29 Assistentes Sociais trabalhando com a Estratégia, sendo apenas 02
atuando diretamente na equipe. Os outros 27 são profissionais das Unidades de Saúde e
atendem, juntamente com a sua demanda diária, a demanda da Estratégia. Estes
profissionais são considerados como apoio à ESF, não fazendo parte diretamente da
equipe.
No que se refere a última pergunta revela que os tramites legais são comuns a qualquer
outro que queira garantir outros profissionais em serviços públicos. É necessário pautar
essa discussão nas câmaras municipais, assembléias legislativas, com os gestores e,
sobretudo com os conselhos estadual e municipais de saúde. Porque os conselhos?
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Porque são os espaços de deliberação da política de saúde. Para a implantação da ESF
é necessária a existência do Conselho Municipal de Saúde, que mediante exercício do
controle social tem a tarefa de aprovar ou não a implantação e acompanhar todo o seu
processo e operacionalização.
Sendo assim, nesse espaço pode e deve ser pautada a discussão. O CRESS também pode
ter esse papel de levar o debate para esses espaços, mas também a categoria como um
todo pode pleitear a inclusão desse ponto de pauta.
Porém considero que os dados acima coletados contribuíram de forma relevante para um
estudo e analise da situação do Serviço Social na Estratégia Saúde da Família como
também uma analise de sua ausência na equipe mínima .
Não foi possível realizar entrevista com gestor do município devido ao período eleitoral
á época.
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Conclusão
Foi observado ainda, principalmente o papel do ACS no programa, pois seu papel vai
além da proposta inicial, já que este esta diretamente ligado à comunidade local, entendo
que atualmente a equipe mínima e principalmente este membro da equipe poderia ser
mais bem acompanhado por um profissional que possibilite uma visão mais
interdisciplinar do atendimento não só com a visão Saúde x Doença mas no viés do
encaminhamento a rede de atendimento local de forma integral.
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Contudo, ainda essa participação é frágil, reduzida e requer um envolvimento maior da
categoria, principalmente por parte daqueles Assistentes Sociais que atuam diretamente
na saúde. Precisamos fortalecer esse espaço legítimo da categoria para que possamos ter
condições de discutir isso na sociedade, principalmente com os legislativos e executivos
municipais.
Precisamos pautar essa discussão com os vereadores, para que relaborem as leis que
versam sobre a ESF nos municípios e com os secretários municipais de saúde e prefeitos
para mostrar a importância e necessidade desse profissional na ESF. Sabemos que hoje,
infelizmente, fica a critério do gestor Prefeito - contratar ou não o Assistente Social para
a ESF em específico.
Há muitas dificuldades nesse sentido, não só quanto aos gestores, mas também na
categoria do Serviço Social. Há ainda uma ausência sobre a definição do objetivo do
trabalho do Assistente Social na ESF por muitos profissionais.
Concluindo apesar dos os obstáculos apontados parece ser uma questão de tempo e
melhor articulação da categoria a nível nacional para que o profissional Assistente Social
seja inserido na equipe mínima do Programa Estratégia Saúde da Família.
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BIBLIOGRAFIA
FRANCO TB, Merhy EE. PSF: Contradições e novos desafios. In: Conferência
Nacional de Saúde. Tribuna Livre 2000. [acessado 2000 Abr 28]. Disponível em:
http://www.datasus.gov.br/cns/temas/tribuna.htm
45
MBRHY, Emerson Elias. O SUS e um dos seus dilemas de mudar a lógica do processo
de trabalho (um ensaio sobre a micropolítica do processo de trabalho em saúde). In:
FLEURY, Sônia (org.). Saúde e Democracia: a luta do Cebes. São Paulo: Lemos
Editorial, 1997.
Equipe do PSF
Perguntas:
7– Porque você considera que o Assistente Social não esta presente na equipe?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não Sabe
Por quê?
8- Qual atividade que a equipe realiza que você considera importante a presença do
Assistente Social?
9- Sua unidade possui Assistente Social? Caso sim, ela contribui no programa. Como ?
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ENTREVISTA:
Gestor de Saúde
ENTREVISTA:
1 - Existe algum movimento nos conselhos para a inclusão legal do As. Social na equipe
do PSF?
( ) Sim
( ) Não Por quê?
4- Quais são os tramites legais para inclusão do Assistente Social na equipe básica do
PSF?
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