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‘Aristoteres. ETICA A NICOMACOS 3 edigdo Tradugdo do gre Mério COPY BEM Gopladora XI de Agosto Oy Suid 1129 2 LIVRO V com a5 quais a, € entte quelextremos 0 io seguied o mesmo curso das Observamot que, seguado dizer codas: as pessoas, a justice & a sporigio da alma bragas 2 qual elas se dispem a farer o que umente @ a deseiar 0 que é justo; de mani 1, Adotemos também esta definicio em principio. iquais elas as boss condicées conhecidas, e 10 segundo caso conhecidas por vid das pessons que esto em boas co e esas Conssce oums caraaturs firme, + mf condigio consi numa carnaturs Micida, e saudivel seré aquilo que causa a firmezs da carmatura, Disto decorte que, nt maloria dos casos, se um dos contririos € Aristteles ambiguo 0 outro seri cambém ambiguo’— por exempl ambiguo, “injusto” © “injustiga” também serio, Ora: “justiga" “injustica” parecem ser termot ambiguos, mas como seus diferentes signilieados se aprox io € notads, enquant luma expressio comum, a ambiglidade ¢ comps exemplo (neste caso 4 ambiguo da palavea Heir cara clavcula de um animal e 0 objeto ‘com que se fecha uma porta . Determinemos entio em quanos seatidos se diz que uma pessoa pessoas que infringem a lei quanto as pessoas ambiciosss (a0 se uererem mais do que aquilo a que tem direito) iniquas, de eal forma que jobviamence as pessoas cumpridoras da lei e a+ pessoas corcetas serio. iustas O justo, encio, € aquilo que & conforme lei e rorreto. eo injustod 6 legal s, mas daqueles de que dependem a Prosperidade e a adversidade; considerados de maneirsierescia, eles 0 Sempre bons, mas para uma decermioada pessoa nem sempre 0 sio), Apesar disto as pessoas cezam para er estes bens ¢ ot buscam, embora nio devain agir desca_mancira; elas deveriam rezar para que as coisas iecestritamente boas posta ser boss vambém para elas, e deveriam ‘escolher efetivamente as coisas que so boas pata ela As pessoas injusra, codavia, nio etcolhem sempre o maioe quinhio (das coisas itrestritamente mis elas escolhem © menor quishio), de qualquer forma, porém, considers-se que elas s40 ambiciosa, pr menor de dois males em certo sentido parece um bem, ¢ ser ambicioso significa ambicionar em termos de bens. Chamemos tals pessoas de ‘niquas". pois ext terma @ abrangente * inclui ao mesmo tempo querer muito as coisas boas ¢ pouco as més Como as pessoas que infringem as leis parecem injustas © as cumpridoras da lei parecem justas, evidentemente (od0s 0s stos confor. mes i lei sio justos em certo sentido: com efeito, 05 aos € arte de legislar si0 conformes i lei,¢ dizemos que cada um deles # justo, Em seus preceitos sobre todos ot assuntos as leis visem 49 inccresse comum a todas as pessoas, ou is melhores, ou 34 pessoas das classes dominantes, ou algo do mesmo tipo, de «al forma que em certo sentido ‘chamamos justos os atos que cendem a produtic e preservar a felicda 8 elementos que 2 compdem, part a comunidade politica. Ea ici determina igualmence que ajamos coma agem os homens corsjosos (ou. io desertemos de nasto pasta, nem fujamos, nem not -mos de nossas armas), € como os homens moderados (ou sej3, Beica a Ni ‘que nto comeramos o adultério nem ultrajes), € como os homens améveis (ou sein, que nio agridamos os outeos, nem falemos mal deles), assim pot diate em relagio is cutras formas de exceléncia moral, impondo s pr de cextos atos € proibindo outros; as determinacses. das te claboradas sio boas eas d ser igualmente boas Entio a justiga neste sentido # exceléncia moral pereita, embora ado ‘ seja de modo irsestrito, mas em relagio 20 préximo. Porcanvo s justice & nte considerada 2 mais elevsda lorma de exceléncia mora dna € Ho maravilosa ‘na justga se resume coda a exceléncia” ™% justica & 2 forma perfeita de exceléncia moral porque ela € a da exceléncia moral pert @ perleita porque a+ Pessoa que possuem o sentimento de justiga podem praticila nig somente cm relacdo 2 si mesmas como também em relagio 20 prdximo. por isto que se considera bem dias as palaveas de Bias "-"O exercicio do poder revela o homem”, pois os governantes exercem necessariamente 10 seu poder em relacio 205 outros homent © a0 mesmo cempo s10 membros da comunidade, Pela mesma casio considera-se que a justca, © somence ela entre coda |. € 0 "bem dos outcos" "de fato, ela se relaciona com 0 préximo, pois faz 0 que é vantajoto para ot outros, quer se teace de um governance, quer se cate de um compankeiro de comunidade. © pior dos homens € aquele que pie em pritica sus deficiéscia moral ato em relagio a si mesmo quanto em relagio aos seu Neste sentido, e uma parce da defi joral ¢ 4 justica nese sentido € obvi iance do que if dissemos! joe mesma; a disposigio da alma que € a juscica pracicada especilicamente relagio ao préximo, quando € um certo tipo de disposicio irres exceléncia moral 2. Mas final de contas 0 objeto de nossa investigagio a jus parte da exceléncis moral, pois sustentamos que hi uma justiga desa espécie. Da mesma forma, estamos investigando a injustiga no sentido. A exinéns i ada pelo fato de que, eaguanco a3 Ariitoteles Pesioas que mosam em ago a outa format de deficitcin moa gem fealmente de mancrs crs, mat sem ter anbicotat (por exempt, 0 fomem que em combate se demencila te su escudo pot coward, ou {ue fala speramene por iasclbldade ou que deta de uc nance thence um amigo por tires), a pesous slices no mont Iara das vezes qualquer ums deses formas de deicienla motel tuto menos toda fuses, mas ceramente moram alguna eipace Iaade (porto ot cesar) © ij Teno cur pes de injustiga que € uma pace da snjrsiaem ger eu eepgto es paves coresponde a uma parte da que ¢infust o seni gre Ademais, Ye ume peta comete 0 adulterio pemsindo em € gata dihe'ro agindo usin, enquant ous comers Compelide pelo esejo ¢ € punita por iors tien devers ser Considerada cncapigenteem verde anos to paso a pomete& injsta, mat to concepiscentey€ evident, portant, que ela jus por fuerer ganhar com seu ato Além so, or demat 30} inst 130 impotados«algum tipo expeiio de defiéncia oral — por ekemplos 9 ‘ultra €imputad 3 concuptctncia a desercio de um companhero on Combate ¢imputa bcovrdn ex viltecin fice imputadn let an se"tma pesson obtém provera gragt nun m0 nj Sua gio 0 & itmputada sent injsien E evident orano, ue ale dafesga em sensido alo hi ours espe de naa em seta exit, que fem reso nome e 4 mesma naureza da preity da qual ela¢ ea prt, porque sus deiico 1 enquadrano mena geaci abs a speccv oe Injurtigas 4e manfesar au convivénca entre ay pesions a uma te felaciona com 1 honrs, os om a diheiro, os com sepurangs ou fit dual foro nome, se padermos empresa parscnglaba oda ts ott) € sun mocvago € 0 prazr cecorence do pao, enquanto + tr se Felicions com eodo que eit na esfers de ato do homem bom ‘que uma delas E obvio, entio, que hé mais de uma espécie de jus da exceléacis moral como um todo; devemos especie ¢ ot utos da justiea neste sentido esttito. Os dois signiticados que distinguimos diferente iniquo € do infquo nio sio os mesmos da primeira espécie, © ences dela, da mesma forma que a parte ¢ Bt a Erica a Nicdmacos 95 ia em sentido restcito, ¢ igualmente 0 justo# 0 injusto em sentido Podemos entio deixar de lado a justica cortespondente & exceléncia spondente a esta justica, sendo uma somo wim todo, €2 outra oexercicio préximo. £ ébvia moral em seu delat 0 exercicio Uma das espécies de justiga em sentido estrito ¢ do que ¢ justo na acepcio que the corresponde, & 4 que se manifests na distibuicio de angSes elevadas de govern, 08 de dinheiro, ou das outrss coitat que ddevern ter divididas entre of cidadios que compartilham dos beneficios ‘ourorgados pela constiuigio da cidade, pois em «ais coisas uma pessoa pode ter uma participagio desigual ou igual A de outes pessoa; oues ‘espécie € 4 que desempenha uma fancio corretiva nas relagSes ence 48 pessoas. Esta lima se subdivide em duas:algumas relacdes sio voluncde ras ¢ outess so involuntiias; slo voluntirias 4 veads, + compra, © cempréstimo a juros, 0 penhor, 0 empréstimo sem juros, 0 depésito © a loctcio (estas relagdes sio chamadas voluntirias porque sus origem & voluntisia); das involuncirias, algumas sio sub-repicias (como 0 furto, 0 rio, © envenenamento, © lenocinio, 0 desvio de excravor, 0 io traigociro, 0 faso testemunho), ¢ outras sio violentas, como 0 (© roubo, a mutilacio, 2 injiria e o uleeaje 3. Jf que tanto 0 homem ijust6 quanto 0 0 injunte Hho iniquos, & 6bvio {ue hi cambém um meio ceemo entre +8 dust iniqiidades exitentes em ada caso. Este meio teria € 0 igual, pois em cada espécie de af40.08 ual hi um “mais” e um “menos” hé também um “igual” Se, entdo, oinjusto iquo (ou seis, desigual ‘igual, como todos acham que ele & ‘meimo fem uma argument deseavolvida E jd que o igual € 0 termo, 0 justo seek um meio term. Ora: a igualdade pressupde 00 10 dois elementos; 0 justo, entio, deve 4er um meio remo, igual € 0 (por exemplo, justo pars certs plstoa), ena qualidade de meio 96 iguais tém e recebem quit quinhdes iguais) s concordem em que 0 que é lo de acordo com o ‘nem todos indiquem a mesma esp ‘unstincia de 2 condigio de homem rnobreza de nascien para sk trencionsds entio. dost vezer, de ual forme qe se onsiderads dust veser ox clementos propor envolve também quatro elementos no mini, elementos & igual i rasdo exitene entre © ot dlstinglo equivalence ence es pestouse ac arto elemento B ss como clement € Poreaneo, por sltcnagiy A ek pas © 1D. Logo, tarabéen «soma do primeio e do terceto elementos esd part soma do segundo ¢ de quarto usim come primeir elemento ext pars segundo. Est €a combinacioclecads or meio de ua dnsbuito dos quinoes centre quarto, € © justo neste acepeio € 0 me esproporcionais, ji que o proporcional € ui proporcional™ M324 par de elementos uma proporcio co que recebe parte de alguma Constituem um mesmo elemento. © proporcional, €0 injusto € aque viola cme cao um quinbio se (orn muito grande 2.0 outro muito pequeno, como realmente acontece na pri 2 proporcionalidade. Nes . pois a muito grande do que é 1 com ur quinhio muico i © mal meaor € id.que o mal pessoa que age injustament bom ea pessoa que é tratada est espécie de lacdes privades & de faro uma ecpéce de iguldade, ea injusiga nests relagoes € sma expécie de desigualdade, mat a80 conforme cupécie de proporsio mencionada acim, sim conforme & propocsto mi que comete adultério: lei conrempla someate o aspecto justiga, © tata a8 partes como iguait, perguncando somence se uma das tuna infligiu e a outra justice uma desigualda- pessoa & ferida e a outra fere, ou uma pessoa mata ¢ a oucra & mort, 0 solrimeato e a aso escio mal discribuidos, eo juirtenca igualizar as coisas por meio da penalidade, subtraiado do ofensor o excesso do ganho (0 Cermo “ganho" se aplica geralmeate # tis casos, anda que ele ndo seja um ermo spropriado em cervos casot — por exemplo, no caso da pessoa que ida; de qualquer forma, wena vex estimado 0 dano, um resultado & chamado “perda”e 0 outro & chamado “ganho"). O igual, portanco, €0 meio termo entre 0 maior € 0 menor, reas o ganho ea Arisoteles petda sho respectivamente maiores ¢ menores de modos conttitios: maior fuinkio de um bem e menor quinhio de um mal sio um ganho, © 0 Conteivio é uma perda; 0 meio termo entee eles, como jd vimos, € 0 ig ‘que chamamos de justo: a justia correciva, portanto, seré 0 meio tera fentte petda e ganho, E por ixto que, quando ocorrem dispuras, as pessoas fecortem a um ju, ¢ i 20 jeiz€i justice, porque se quer que o juizseja como se fosse a justiga viva; eelss procuram 0 juiz no pressuposto de que cle € uma pessoa “eqiidistante", e em algumas cidades os juizes sto chamados de "mediadores’, no pressuposto de que, se a5 pesious obtém 0 meio termo, elst obtém 0 que é justo. O justo, portanto, €equidistante, i ue 0 jvir 0 €, O juiz entio resabelece a igualdade; as coisas se passam ‘como se houve:se uma linba™ dividida em dois segmentos desiguais,¢ 0 jiz subteafse a parte que faz om que o segmento maior exceda a metade, 2 acrescentatse 40 segmento menor. Quando o todo houver sido afinal dividido igvalmente, entio as partes litigantes dicio que tém aquilo que Ihes pertence — isto é, quando elas houverem obtide o que € igual. O igual € 0 meio termo entee a linha maior € a menor de acordo com a proporcio ariemécica. Exa € x origem da palavra ditaion (= justo); ela quer fizer dikhe (= dividida ao mio), como se se devesse entender esca dltima tum dikestés (= juz) € aquele que divide 10 fo de um entre dois 0 OULTO, este outro excede o primeica que te 0 que foi subtetido de um ruta, 0 dltimo excederia o primeira imo excederi 0 meio termosomente excederd o primeico, do qual a parte foi rte, Exta demonsteasio nos leva entio a ver DCC" exceda linha EA’ por CD+EF; entio linha DCC excederia 1 BB por CD. Os termos "perda” ¢ “ganho” aestes casos procedem das o ‘om efeico, para cade pesso jo que Ihe pertencis se chama ganbar, € p {quinhio original se chama perder — por ‘nas compras.e vendase fem todas as outeas teansacées que a lei deixa 2 discricio das partes intervenientes; quando, porém, 48 pessoas no stem nem com mais nem com menos do que tinhar, mas apenas com o que jf Ihes pertencia, elas ddizem que cm 0 que é su, ¢ que nem perderam nem ganharem, ter menos do que seu Usb fe perds nas ances e depois da aco. fem er um quinhio it 5. Algumas pessoas pensam que 4 reciprocidade & justa de_maneira ‘a, como dizem os pitag6ricos, que definers a justia itrestica como dade. Mas 2 reciprocidade nio se identifica nem com a ‘embora as pessoas queicam ident {que o justo para Radamantis tem este jiu, eatdo teremos a iustiga fee Realmence, em muitos casos» renroidade ¢ 4 j diverge -— por exemplo, se uma aucoridade fere uma pestox qualquer {al autoridade no deve ser ferida pela pessoa em cetaliago: se, porém, ima pesioa qualquer fere uma aucoridade, cal pessoa deve ser nto somente ferida, mas ambé Iém dito, hé uma grande diferenga ‘entre umm ato voluat 4 nas a84ociagbes com vistas A permuca de servigos as pessoas se mantém unidas gracas 2 esta espécie de justi iprocidade conforme 4 proporcionalidade, nio na base de uma retribuigio exatamente igual; &a reciproctdade proporcional focuram retribuir © mal com { mal (se nio podem agir desta,maneira elas se seater como se fossem havecd permuta, quando « permuta que que elas destinam um lugar de destaque 10 cemplo das fomencar a peitica da ceciprocidade; cqm efeio, da gratidio, © devemos aio somente mostrar-n0s gratos, ret ‘quem nos presta servigot, como também devemos, em outra oportunida- Se, comer » iniciaiva de preseé-los. [A reciprocidade propotcional se eferua através de uma conjuncio cruzada, Suponhamos, por exemplo, que A & um consteutor, B é um fapateiro, Cuma casa e D & um par de sapatos. O construror deve obter do sapatciro 0 produto do tabalho deste, 2 oferecet-the fem rembuigio © produto de seu préprio ws Se howver uma Igualdade proporcional dos bens, ¢ se ocorrer uma acio reciproca, werificar-sed o resultado que mencionamos. Se ado ocorrerem estas duas Creunstiacias, a permuca aio seri igual, e 0 relacionamento aio contiaus- 1h Com efeito, aada impede que 0 produro de um dos pari ji imelhor que 0 do outro, ¢ neste caso 0+ produtos terio de ser igus (isto € veedadeiro ambém nas outras ares, teriam de exist seo elemento ativo alo produzisse ¢ ndo recebesse 0 €9) em quancdede € qualidade 20 que 0 elemento passivo recebe Sto tio dois médicos que se associam para x permuta de servigos, mas um 1336 0 sentido ele se tornow um meio termo, pois ele mede © consequedemente 0 excesso e 2 falta (por exemplo, 0 ‘espécie de perm: cornou por convencdo uma espécie de representante da demands; ele tem este nome nfo por nacureza, mas pela lei (nome), © porque mudilo e corni Haveri portanto recipracidade quando os rem igualizados, de tl forma que 0 valor do pita o valor do trabalho do azendeico com como o fazendeiro esci para o sapuceito. Mas cava de ume proporyéa depois de os ido a permuta (se 0 fizermos, ambos os, podetio estar presences er um de © produto de reciprocidade de que, quand. neahuma d tio efecusm permutas, que 36 se lazcin quando alguna ue outra tem — por exemplo, quando te permite 4 exportazio de tigo oct de abo — eve que « demunda mane unit Sx comunidade como urn toda, Deve-se porcanto esabelecer 2 igual demands. a # nada ica a Nicémacos 4 com 0 dinheiro 0 mesmo que acon (9 valor; de qualquer forma havers sempre permuta,e consequentemente a com . poreanto, agindo como um padi, * bens Comensuciveis € 05 igualiza, ¢ nko haveria comunidade se nio houvesse podem tornar ‘um padrio, e este deve ser com co ele se chama d Acabamos de del claro que a agio rats is tem muito pouco. A imaneira idéacica b observincia de o porque ela se relaciona com relaciona com of exteemos. E que uma pessoa esti predisp fo, ¢, quando ralidade, do Geil ou do nocivo. Por fo sentido de que ela leva ao excesso.e excerto do que & ttl por natureza ¢ caso de outeas pessoas, embora 0 rest caso da propria pesto 1346 Anistérteles Besea, entio, a nosss explicacio da natureza da justice ¢ da injuscign, © igualmente do justo e do injusto em geral. 6. Mas jd que asic inustmente io res injuso, devemos perp sore injustos een Fl indo, um adtero ou bn coniio, que t diningio no extd ma qualid omen potera i com uma mulher beado quem el & mata Ho sua propria esol, mas a pitt, Ble age Por exemple, um homer ato € As roubs, 150 € um adler, mas comet o alata, ¢ sea injuseos que cornam os seus por exemplo, um J4 expusemos anteriormente a celacio entre a re Nio devemos esqueces, poréin, que os cidade ea de nossa lawestigacio ¢ a0 mesmo tempo o justo no sentido ierestrco ¢ 0 justo era sentido pol ico, Este iltimo se apresenta entre as pessoas que vive vo de assegucar a auto-suficiéncia do grupo — pessoas justice em um sentido esper somente entre pessoas culgs t exite para pestoas entre as quais pode haver sentido legal & a discriminasio entre o-que é conde vivem pessoas encre a8 quais se praticam injust injuscas (embora s agio injuse alo cesulte necessariam € 4 a¢io injusta consiste em ateibuit-se em dema seus méritos — de ea forma que ele taba ‘azo que se diz, como jf declaramos ances! justia de “o bem dos outros conseante de hongarias e pei coisas nfo bastam, tornams (8 outros, ¢ € por esta que 0s homens qualificam a 1 por isco uma recompensa, . Porém, pare of quais estas do senhor pars com o escravoe s do pai para como , embora se Ihe astemethers; na ee 135 103 ito em cela pode haver injustica no sentido itr 2 coisas que aos Pertencem, mas os escravos de um homem, « set dade em que se tornam independentes, sio por a homem, ¢ ninguém faz mal 2 si mesmo (por esta ra pode ser injusta em relacio existem entce pessoas ou seja, pessoas que e'sio governadas, Por isto a justiga ide nas celagdes entre marido e 10 entre senhore escr8V0, pois ica doméstica; mesmo esca, porém, jas celagdes $30 rernadament pode manifestarse c mulher do que nas rel 2 justica entre marido € 4 diferente da justiga 2 & em parce natural e em par legal; sio 7. A justica pol ‘em todos os lugaces cm a mesma fos que a principio pode ser decerminado ‘ou de outra, mas depois de deveemi iferente — por exemplo, seri uma mina", ou que deve ser st ovelhas —, além de codos os dsposicivs legais promulgados com vistas « € cem a mesma forma em todos of lugares 10 paso que’‘tis pessoss veer porém, nio é verdadeiro de com os deuses, realme ro de modo algum, en -onosco, embora exitee ‘por naturera, codos os disposicivos legaissio muciveis, Sejn como for, existem uma jusica natural e uma justica que nio € natu E possivel ver claramence quais as coisas entre as que podem ser de ourea rmaneita que so como sio por nature2s, e quais a8 que nio so natura, € sim legais e convencionais, emboca ambas as formas sejam igualmence rmucdveis, Em telacio + todas as outrat coisas te pode faree a mesma ‘Ho; com efeito, x mio diccita € mais forte por naturere, tido como justo. apenas em cerco sen: apenas por convengio e conveniBncia so como #e forsem para medicio; de fito, as medidas para vinho e trigo nio sio parce, sendo maiofes nos mercedos acacadistas € menores aos varejistas. De mancira idéntite, as coisas que slo juttas alo por naturera mas por decisées hurnagas aio so as mesma em codor of lugares, jd que 48 consttuigdes nio sio também as mesmas, embora haja apenas uma que em odor of lugares & 2 melhor por nacurers is 1135 b Cada uma das cegras de justicae d acdes da mesma forms qu iculaces, pois a4 260 pe jd que & universal "Hi diferenga eacee vina 2 Examinaremos mais ‘enumeraremos suas vitas espécies eas desereveremos, slém de erase das coisas com que elas se relacionam, 8. Sendo os atos justos ¢ injustos aqueles que age injustamente ou justamence sempre que P: mente; quando os pratics involuntariamence, ‘do age injustarence justamence, a nio ser de maneica acidental, O que determina se um (0 € ou nio € um aro de injustica (ou de justica) é sus voluncariedade ou involuntriedade; quando ele & voluntitio, 0 agente € censurido, € somence neste caso te trata de um ato de inju forma que haveri Mos que sio injustos mas aio chegam # ser atos de injustiss se 2 voluntariedade também nio estiver presence, Considero voluntieia, como foi dito ances™, qualquer asio cuje pricica depende do agente ¢ que é praticada conscientemente, ou seja, sem que 0 agente ignore quem ¢ 2 ‘pessoa afetada por sua acio, qual éoinstrumento usado e qual é atingido (por exemplo, quem ela esté golpeando, com que objeto e pars que fim); aldm disto, nenhuma destas agdes deve see praticada acidental- mene ou sob compulsio (por exemplo, se alguémm segurt a mio de uma pessoa e com ela golpeia outra pessos, « pessos cuja mio € segura nfo ege woluntariamence, pois a pritca do ato nio dependia dela). Um homem que golpeado pode ser 0 pai da pessoa que golpeis, ¢ esta pode saber que se trata de um homem ou de uma das pessoas presences, mas pode nio saber aque se trata de seu proprio pal; pode-se fazer uma distiagio semelhante a respeito do fim a ser atingido e da arto como um todo. Eatio, todo ato prsticado ns ignc fu que, embora nio seado praticado nt igeorin- cia, nio depende do agente, ou € praticado sob compulsio, € um ato inyoluntirio (h& também rauitos procesios naturais que realizsmos ov sofremos consciencemente, embora nenhum deles sejs voluntirio ov involuntério — por exemplo, envelhecer ou morret) Também no caso de ator ser somence acidental; de f3t0, ui (os € justos a injustica ous justiga pode pessoa pode res tica a Nied 105 mot alguma coisa de que ea deposit enio se poderdditer que Sik ; cn ei indo ser de maneira acidental. Da. Sion ques 0b comnpuaio econtra + ois de que ert depo, agit 1 apenas acidenalmente Ela fer 0 que ¢ justo ou agiu justament mesma forma pode-se dizer rade, deixa de devolver justamence € fez 0 que cca 10s alguas atos premedicadamente, ¢ outros sem pi vos premeditadamente of at08 que realizamos apés deliberae premeditagio aqueles que realizamos sem previa deliberagio. nto tréi especies de danos nas selacbes ensre a8 pessoas; oF aio efros quando pesto3 prejudicada, ou oto, ou fim 4 ser atingido nio € 0 que 0 agence imagina: 0 va que odo estava atingindo pessoal alguma, ou que aio Wgindo alguém com um determinado projétil, ov que aio estava jada pessoa, ov que io 2 estava atingindo com So, mas aconceceu o que cle no esperava (por jomente arranhat), 0 8 pessoa ferida fe ele esperava, Encdo, quando dano trata-se de um infortinio. 1B expectativa raroivel, mas nio racse de um e1ro (realmence, una pessoa na na propria pessoa, mas€ a vitima ra fora dela). Quando a pessoa age fas nio deliberadamente, crats-se de ums injustica — ‘lea ou 2 oucras emogdes incontcoliveis realmente, quando as pessoas pratcam cals Quando ce esse d comme um erro quando & eum science quando 4 injustor ou maus, pois a ofe porém, uma pestoa age deliberadamence, ele € dleliciente Po ist se considera com rato que os 108 devids clea no sto premeditados com intengio criminosa, pois quem inicia a a¢do nfo € pessoa que age s0b 0 eleito de célera, ¢ sim aquela que encoleriza 0 gence. Além disto, nio se discute se 6 fato aconteceu ou no, ¢ sim a sus ‘ocorcéncia do ao aio & discutida — por exemplo, ais onde uma das partes pode ser moralmente d rrves discutam poe esquecimento das cicuns mas, concordando sobre o fat elas discucem para saber de que lado estd ‘ama pessoa, porém, que ofendeu deliberadamente outra, nio pode dear de saber que estava agindo assim), de cal forma que uma das partes pensa que esti sendo fe 2 ourra discorda, 1136 & Aristételes Encio, se uma pessoa ofeade ous deliberadamente ela age mente, € estes sio 05 08 de injustiga dos quals ee pessoa injusta, desde que o aco viole a proporcionslidade ou a igualdade Da mesma forma, uma pesioa ¢ jusca quando age justamente e de maneira eliberada, mas ela age justamence apenas se age voluntariamente que oagente uma Entre os atos voluntirios alguns slo perdotveis, outras aio. Na verdade, 03 aros que 28 pessoas cometem nko somente ma ignotincia mat também por ignorincia sio perdoiveis; alo x40 perdoiveis, todavia, aqueles que at pessoas ji i 9. Mas talves se possa duvidar de que a nossa discussio € praticar a injustigacenha sida suicientemente de se perguntar Euripides, quando el cH cous se pastam da manciraexpretia por diz estranhamente! , — "Para ser breve, matei minhs prépria mic.” — "Asistes sibos voluntariamente, ou aio?” E realmente possivel softer a injustice voluncariamente ou, 10 contririo, sfre-se 1 injustin sempre contra 4 vontade, da mesma forma que tods agio injusta ¢ voluacivis? E tempre se solre « injustiga voluctariamente, ou sempre contra a vontade, ou ora de um medo, ort do outro? O mesmo cacitinio se alice 4 hipéete de um peste serena justamente; to imiliae em cada hipdtese — que tanto softer injuste fe quanto ser eraado justamente devem ser igualmence voluacirios ou vontade. Mas mesmo no ext0 de alguém ser tratado Wdoxal se isco fosse sempre volunticio, pois juseamence contra a sua vontade, Tambérn se erguntar se cada pessoa que sofce 0 que ¢ injusto esti sendo Ou serk que cade & posivel que # justin sea ita aiden, eacoteee 9 memo ~ &cato-—cominurign ie tno, lzer0 que ¢ justo alo €0 mesno que ane felusamente ne tolrer 0 que é injuso € 0 mesmo que sr tnado iafstmenc, © ieatiamente no cto de agi injrtmene, poi € inpostel ver acs jrtmente, ser trade iuttamente «of ser que outa pate aa justamente, Se agiinjotames te &simplesmente prejudiasvolancnseate gum wolmtsianes &©" sige “conheceedo x pesos er engi} ual see 0 intro aman pela als cgi epson acon pcja asta, mas amber ser postive que sigue aja nuntumenteemeee mesmo (aber se uma pessoa pode agi injusamente em elagio ss 137 Etica a Nieémacos 107 mesma & uma das questées controvertidas em nosso assunto). Outrossim, uma pesioa, por incontingacia, pode ser ofeadida voluncariamente por outca que age voluncariamence, de al forma que haveris porsbilidade de luma pessoa ser voluncariamente tratada injustamente, Ou entio nossa definigio ests incorreta; deveriamos acrescencar 4 “prejudicar alguém, conhecendo a pessoa em relacio & qual se age, oinstrumento e a maneira pela qual se age”, “contratiamente 20 desejo da pessoa em relacio 3 qual se age"? Enclo uma pessoa pode ser prejudicada voluntariamente ¢ solrer voluntariamence 0 que é injusto, mat ninguém pode solver volun fe uma injustica, nem mesmo uma pessoa incontinent contrariamente 40 seu desejo, pois ninguém deseja 0 que nio considers bom, mas a pessoa incontinente nio pensa que deve fazer o que faz, Na verdide, uma pessoa que di o que é seu, como Homero diz que Glaucos eu 4 Diomedes'™ ‘objeros de ouro por bronze, e cem bois por nove", juscamente, pois embora dar depends de sus vontade, ser rente nio depende, pois tem de haver outta pessos part imeira injustamence. E claro, portanto, que aio se & tratado 2 primeira outta mais do que 0 quinhio que cabia s exte aque recebe o quinhio excessivora regu injustamence em relacio a si mesma Se a primei enioa {que age injustames uma pessoa pode hipdtese & possivel e & « pessoa que distribui que age injuscament ue recebe 0 quinhio excessivo, encio se uma pestos stibul do que a si mesma, conscieate ¢ voluntariamence ela se tats de maneics pestoas decentes parecem fazer, pois quem é doeado de exceléncia moral tende a ficar com menos do que 0 seu quiahio). Ou isto nio € to simples como parece? Com eleica, a pessoa tlver obtenhs mais do que 0 seu quinhio de outro bem qualquer — por exemplo, hhonrarias ou distingdes de um modo geral. Podemos resolver a questo estabelecendo aqui a diferenciagio que propusemos pouco scima a rexpeito da ago injusta pois neste cato.2 pessoa nada votre que contearie seus pedprios desejos, ¢ portanto nio &tratadainjustamente por obter um quinhio menor; no méximo ela é prejudicads, E claro cambém que 1 pessoa que distribu age injustamente, as nem sim a pessoa a quem se pod: de um 2t0 injusto, scia, a pessoa na qual estd 2 origem dx acho (isto &, quem distribui, © fio quem cecebe © quinkio). Além disto, jd que a palavea "Tazer” & ambigua, ¢ em certo sentido se pode dizer que coisas sem vida, ou 4 mio, = Aristoteles 1137 b ou um preposto que obedecea ordens, matam alguém, a pessoa que cobtém um quinhio excessivo no age injustamente, embora el: Que é injusto. Mais ainda: tamence a respeito da ire nahtoweseaieoee farores ou de vingange: Enum us que proere um jlgunee or exes mosivos abtém mae do que aque que the ex articipaste do proveitoe a erentedaqulo que ele dstibui ¢iereleant, terran com oobjsvo de pariiper de dinheiro. ™ As pessoas pensam que depende. del ortanto é ficil ser justo, Mas nio é; manter relacées sexuais coma mulher do préximo, ou subornar alguém, posicio de es} nem depende de n6s. Ds mesma forma, peasa-se qu fa conhecer 0 que ias, porque nio & consticuam 0 que é deve ser pr serem juscas € satide. E mesmo no caso da saside, apesar de ser fi vinho, © heléboro, 0, cautério ¢ a cirurgia sio bent quem e quando estes devem ser aplicados com 9 objec sadde & uma conquista no menor do que a de set um mé esta razio ™ pensase que agic ribuiges dever ser e' ‘que conhecer saber como, 4 de proteger 2 ‘Ainda por com a mulher do préximo, poderiam desvencithar-se de seu igo da alma, da mesma forms que exercer a medicina e curar ‘aio em usar ou nfo usar um 'umento cirtirgico, ou exh usae ou ado usar remédios, ¢ sim em usat la maneica cerca ; Os atos justos ocorrem entre pessoas que par ‘em si.mesmas, e podem cé-las em excesso ou de menos; para alguas seres is hunea serio excessivas (sem duivida os deuses, por exem) ourros (os incuravelmence maus), nem mesmo uma participacio a Nicémacos 109 pode ser benéfica, s deste género sio nocivas; para almen ficas até certo ponto (este € 0 caso rueas humanas de um modo geral) co seguince éa eqiidade e o eqiliativo e suas relagées com 10 justo respectivamente. De fato,2 das, nem parecem see absol mente diferentes. As vere que é eailitativo eas p as (aplica-se 0 cermo “eq} suisa de louvor mesmo em 4o 4 outras formas de exceléncia moral em ver de “bom”, querendo dizer com “mais eqiitativo” que uma coisa é melhor), € is vezes, quando examinamos logicamente o assunco, parece estranho que 0 eaii apesar de ser justo. A justica e a eqilidade sio portanto a mesma coi ‘eqiiidade seja melhor. O que cria 0 problema é 0 fato de 0 ea) justo, mas ado o justo segundo a lei, € sim um corresivo da razio € que toda lei é de ordem geral, mas aio é possivel fazer uma irmacio universal que seja correta em relacio a certos casos particulares, fem que é neces nio é pos completament dos casos, embora nig, ignore a pos cireunstincia. E nem por isto a lei € menos cor wr. Quando a belece urna regra f aparece em sua aplicagio um caso nio previsto por esta regra, & correto, onde o legislador € omisso ¢ falhou por excesso de simplificagio, suprie a omissio, dizendo o que o prdptiolegislador dicia se estivesse presence, € 0 que te caso em questio. Por isto 0 « especie de melhor que 0 erro oriundo da natureza irre eqiieativo é, por sua naturezs, uma correcio da lei onde esta é omissa devido & sua generalidade. De fato, a lei nfo prevé todas as sicuacbes a propésito de algumas delas, de forma que as veres se corna necessivio recorrer a um decteto. Com , quando uma situacio ¢ indefinida a regra vambém cem de ser ida, como acontece com a régus de chumbo usada pelos construto- 182 res em Lesbos: a régua se adapta 4 forma da pedra ¢ nio é rigida, ¢ 0 decreco se adapta a0s fatos de maneira idéncica. Agora podemos ver claramente a natureza do eqiitativo, « perceber que ele é justo e methor que uma simples espécie de justia. sbvio, fa; quem exc ratica atos eqiitativos e nio se atém intransigentemence 40s seus direitos, ‘mas se contenta com receber mends do que Ihe caberia, embora a lei esteja do seu lado, € uma pessoa eqiitativa, e esta disposicio ¢ 2 eqiidade, que é uma espécie de justisa € nio uma disposi¢io da alma diferente 11, Com base no que dissemos ™, podé-se dedusir claramente se vina pessoa € capaz de ser injusca em relacio a si mesma, ou alo. Uma classe de ‘05 justos se compée de atos conforme’ a qualquer forma de exceléacia moral considerada por exemplo, s lei nio permite expressamence © 0 que ela rio permite expressamence ela proibe, Mais ainda quindo uma pessoa, violando 2 lei, ofende outra voluntariamente ¢ sem serem retaliacio, ela 2ge injustamence, e um ofensor voluntétio € aquele que conhece tanio a pessoa que ele esti ofendendo com sua aco quanto 0 ingtrumento que esta usando. Entrevsinto, a pestoa que se mata voluncaria- mente num acesso de forte einocio, agindo desta maneira contraria 2 rera razio, ¢ isto 4 lei nio permite; ela age portanto injustamente. Mas concca quem? Certamente contra a cidSde e nio somente contea si mesma, pois ela mesma sofre voluntariamente, mas ninguém sofre uma injustica voluntariamente. E também por esta ra2io que a cidade aplica uma enalidade em tais casos punindo 6 suicida com, uma perds relativa de direitos civis, como se ele estivesse agindo injustamente em relagio a cidade. Além disco, nfo € possivel que uma pessoa se erate injustamente, acepclo de agir injustamente em que o homem que age iajustamente & apenas injusto ¢ nio toralmente mau (esta acepcio é diferente da primeira 4 pessoa injusta em uma das acepcdes da palavea é moralmente deficiente de um modo particular, exatamence da maneira que 0 covarde é deficience, jada). Com eleito, isto levaria & ia e adicionada 3 mesma coisae 40 mesmo rempo; mas isto € impossivel, jk que 0 justo co injusto sempre envolvem mais de uma pessoa. Ademais, a a¢io injusta é voluntitia « pratcada deliberadamente, além de pressupor & iniciaciva (nio se pensa {Gue uima pessoa age injustamence se, tendo sido ofendida, fz a mesima coisa com quem 0 ofendeu, mas se uma pessoa se maltrat ela sofce © se impée um sofcimento 20 mesmo tempo). Mais ainda: se uma pessoa pode agit injustamente em rclacio 2 si mesma, ela pode softer uina injustica voluncariamente. Além dito, ninguém age injuscamente sem cometet algum ato particular de injustca, mas nerhum homem comete adultér 1138 b Etica a Nicémacos i com sua propria mulher, ou arromba suz propria cass, ou roubs seus proprios bens. De um modo geral a perguaca "Pode uma pessoa ser injusta contigo mesma?” é respondida também com o auxilio de nossa resposta 4 pergunca “Pade uma pessoa sevinjusta consigo mesma voluncariamence?"™ E também evidente que tanto softer uma injustica quanto pratiedsta io males — 0 primeiro caso é ter menos e o segundo é ter mais do que 0 meio termo, correspondendo a0 que é saudivel em medicina ¢ ao que proporciona boas condides :08. Mesimo 25 gir injustamence & 0 mal pior, pois este procedimento é reprovivel que pressupde deficiéncia moral no agente, e deficié ltrestrita — ou quase, pois é verdade que nem todo sto errado cometido voluntariamence pressupde deficiéncia moral —, enquanto sofce io pressupde necessariamence deficiéncia moral — cer exemplo — na embors acidentalmente ele possa ser maior. Mas a ciéncia nlo se preocupa de forma alguma com 0 acidental; ela classifica a pieurisia como um mal mais sério que uma luxasio, apesar de esta poder tornar-se acidentalmente sais séria, se da queda que a causou resultar a prisio da pessoa que cau, ou até a sua morte nas mios do inimigo. 5t0, por 1a. Entio, sofrer injustiga é em si um mal menor, Em sentido metaférico ¢ analégico hi uma espécie de justica no homem, nio em relagdo a si mesmo, mas entre algumas de suas parces: nfo se craca de justica plena, mas do tipo de justiga que ha entre senhor escravo ¢ entre paie filho™. Com efeico, hi uma relagio deste tipo entre a parte racional e a parte ireacional da alma, e é com vistas a estas partes que se pensa que uma pessoa pode agir injustamente em celagio # si mesma, Porque (ais partes estdo sujeitas a ser contrariadas em seus respectivos desejos, de cal forma que pode haver uma espécie de justiga entre elas, como aquela que existe entee 0 governantete 0 governado. Exam estas as distingdes que tinhamos a fazer a respeito da justiga € das oucras formas de exceléncia moral

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