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CURSO: DINÂMICAS APLICADAS AO ENSINO

Carga Horária: 60 h

Equipe responsável: Prof. Ms. Estevão Keglevich e Profª Ms. Ivonete Parreira
Proibido o uso deste material sem autorização expressa do Centro Cientifico
Conhecer

MÓDULO 1

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AO USO DE DINÂMICAS

As dinâmicas de grupo são muito utilizadas em atividades educacionais,


suas principais funções são:

- Integrar os elementos do grupo


- Realizar relaxamento
- Possibilitar conhecimento direcionado
- Possibilitar estímulo ao raciocínio
- Verificar comportamento de elementos do grupo em determinadas
situações
- Verificar a aprendizagem

O educador deve ter conhecimento com relação ao uso de dinâmicas, pois


elas possibilitam importante suporte educacional, conquistando a atenção do
aluno de forma integral.
As dinâmicas podem ser aplicadas a pessoas de qualquer faixa etária,
porém são exigidos alguns cuidados importantes para que nenhum dos
participantes do grupo sinta-se ofendido ou rejeitado.
Os cuidados mais importantes no uso de dinâmicas são:

a) Evitar constrangimentos: Não utilizar dinâmicas que discriminam a


pessoa por qualquer motivo: raça, religião, obesidade ou magreza, feiúra ou
beleza, etc. Os resultados são desastrosos.
b) Cuidado com o contato: Em algumas dinâmicas a proposta é de fazer
contato. É necessário entender que existem pessoas que não gostam de contato
físico. Certa vez, uma professora criou uma dinâmica onde as crianças sentavam
no colo uma das outras. Teve um aluno que chorou muito. Ao ser perguntado o
motivo, disse que não queria ser gay. Quando realizar dinâmicas que envolvam
contato, não inclua beijos e abraços demorados.
c) Ter um objetivo: O educador deve sempre ter um objetivo ao realizar a
dinâmica. Caso contrário terá fama de “enrolador”, pois faz uma dinâmica todos os
dias, ao invés de dar o conteúdo necessário.
d) Dificuldade de compreensão: Ao escolher uma dinâmica, ela deve estar
adequada a faixa etária do grupo e também ao nível de compreensão das pessoas
que participam. Para grupos bastante heterogêneos, como as classes de EJA
(Educação de Jovens e Adultos), é necessária uma exposição prévia com relação
ao que será abordado.
As dinâmicas são usadas em várias situações e não apenas em escolas.
Empresas as utilizam para várias finalidades, incluindo a contratação de novos
funcionários.
A dinâmica de grupo é uma forma de nivelar pessoas dentro de um mesmo
ambiente e submetidas a uma mesma situação de teste, de modo que um
especialista possa investigar como uma dessas pessoas se comporta diante de
uma questão.
CAPÍTULO 2
AS DINÂMICAS E SUAS APLICAÇÕES

A dinâmica de grupo é uma ferramenta usada para identificação de conflitos


entre pessoas, mas tem um espectro de utilização muito mais amplo.
As dinâmicas são instrumentos, ferramentas que estão dentro de um
processo de formação e organização, que possibilitam a criação e recriação
do conhecimento.

Para que servem:

- Para levantar a prática: o que pensam as pessoas, o que sentem, o que vivem e
sofrem.
- Para retornar à prática, transformá-la, redimensioná-la.
- Para incluir novos elementos que permitem explicar e entender os processos
vividos.

As técnicas participativas geram um processo de aprendizagem libertador


porque permitem:
1. Desenvolver um processo coletivo de discussão e reflexão.
2. Ampliar o conhecimento individual, coletivo, enriquecendo seu potencial e
conhecimento.
3. Possibilita criação, formação, transformação e conhecimento, onde os
participantes são sujeitos de sua elaboração e execução.
Uma técnica por si mesma não é formativa, nem tem um caráter pedagógico.
Para que uma técnica sirva como ferramenta educativa libertadora deve ser
utilizada em função de temas específicos, com objetivos concretos e aplicados de
acordo com os participantes com os quais esteja trabalhando.

Os elementos de uma dinâmica:


Objetivos: Quem vai aplicar a dinâmica deve ter claro o que quer alcançar.
Materiais-recursos: Que ajudem na execução e na aplicação da dinâmica (TV,
vídeo, som, papel, tinta, mapas...). Outros recursos que podem ser utilizados em
grupos grandes são o retroprojetor, exposições dialogadas, além de técnicas de
teatro, tarjetas e cartazes.

Ambiente-clima: O local deve ser preparado de acordo, para que possibilite a


aplicação da dinâmica (amplo, fechado, escuro, claro, forrado, coberto...), onde as
pessoas consigam entrar no que está sendo proposto.

Tempo determinado: Deve ter um tempo aproximado, com início, meio e fim.

Passos: Deve-se ter clareza dos momentos necessários, para o seu


desenvolvimento, que permitam chegar ao final de maneira gradual e clara.

Número de participantes: Ajudará a ter uma previsão do material e do tempo


para o desenvolvimento da dinâmica.

Perguntas e conclusões: Que permita resgatar a experiência, avaliando: o que


foi visto; os sentimentos; o que aprendeu. O momento da síntese final, dos
encaminhamentos, permite atitudes avaliativas e de encaminhamentos.

Técnicas de dinâmicas:

Técnica quebra-gelo

- Ajuda a tirar as tensões do grupo, desinibindo as pessoas para o encontro.


- Pode ser uma brincadeira onde as pessoas se movimentam e se descontraem.
- Resgata e trabalha as experiências de criança.
- São recursos que quebram a seriedade do grupo e aproximam as pessoas.

Técnica de apresentação
- Ajuda a apresentar-se uns aos outros. Possibilitando descobrir: quem sou, de
onde venho, o que faço, como e onde vivo, o que gosto, sonho, sinto e penso...
Sem máscaras e subterfúgios, mas com autenticidade e sem violentar a vontade
das pessoas.
Exige diálogo verdadeiro, onde partilho o que posso e quero ao novo grupo.
- São as primeiras informações da minha pessoa.
- Precisa ser desenvolvida num clima de confiança e descontração.
- O momento para a apresentação, motivação e integração. É aconselhável que
sejam utilizadas dinâmicas rápidas, de curta duração.

Técnica de integração

- Permite analisar o comportamento pessoal e grupal. A partir de exercícios bem


específicos, que possibilitam partilhar aspectos mais profundos das relações
interpessoais do grupo.
- Trabalha a interação, comunicação, encontros e desencontros do grupo.
- Ajuda a sermos vistos pelos outros na interação grupal e como nos vemos a nós
mesmos. O diálogo profundo no lugar da indiferença, discriminação, desprezo,
vividos pelos participantes em suas relações.
- Os exercícios interpelam as pessoas a pensar suas atitudes e seu ser em
relação.

Técnicas de animação e relaxamento

- Tem como objetivo eliminar as tensões, soltar o corpo, voltar-se para si e dar-se
conta da situação em que se encontra, focalizando cansaço, ansiedade, fadigas
etc. Elaborando tudo isso para um encontro mais ativo e produtivo.
- Estas técnicas facilitam um encontro entre pessoas que se conhecem pouco e
quando o clima grupal é muito frio e impessoal.
- Devem ser usadas quando necessitam romper o ambiente frio e impessoal ou
quando se está cansado e necessita retomar uma atividade. Não para preencher
algum vazio no encontro ou tempo que sobra.

Técnica de capacitação

- Deve ser usada para trabalhar com pessoas que já possuem alguma prática de
animação grupal.
- Possibilita a revisão, a comunicação e a percepção do que fazem os
destinatários, a realidade que os rodeia.
- Amplia a capacidade de escutar e observar.
- Facilita e clareia as atitudes dos animadores para que orientem melhor seu
trabalho grupal, de forma mais clara e livre com os grupos.
- Quando é proposto o tema/conteúdo principal da atividade, devem ser utilizadas
dinâmicas que facilitem a reflexão e o aprofundamento; são, geralmente, mais
demoradas.

Litúrgicas

- Possibilitam aos participantes uma vivência e uma experiência da mística, do


sagrado.
- Facilitam o diálogo com as leituras bíblicas, com os participantes e com Deus.
- Ajudam a entrar no clima da verdadeira experiência e não somente a
racionalização.

CAPÍTULO 3
O PARTICIPANTE DA DINÂMICA

Com relação ao participante da dinâmica, abordaremos aspectos que estão


relacionados com o ponto de vista do participante da dinâmica.
Atualmente, muitas escolas e instituições utilizam dinâmicas para tentar
descobrir qual é a vocação profissional do aluno. Existem situações que os testes
vocacionais não são capazes de evidenciar, sendo necessário o uso de dinâmicas.
Não há como se preparar para uma dinâmica de grupo, porque a pessoa é
o que é, e não consegue ser diferente. Num teste como este, um selecionador
experiente conseguirá enxergar aspectos da personalidade muito claramente.
Portanto, não há como tentar disfarçar ou fingir, porque a reação ocorrerá de
acordo com a índole e com a personalidade de cada um.
A recomendação é agir de forma mais natural possível.
O líder da dinâmica observa valores gerais desejáveis para qualquer
posição:

Iniciativa - o indivíduo que em todas as ocasiões deixa para falar por último pode
mostrar ou que é cauteloso demais, ou que tem pequeno grau de iniciativa. Mas
se você é uma pessoa que não prima ela iniciativa, não adiantará tentar falar
antes dos outros apenas por saber que isso pode ser levado em conta ao seu
favor, porque o avaliador perceberá rapidamente se a atitude estiver sendo
forçada. Não lute contra a natureza. Seja você mesmo.

Determinação - a determinação é uma qualidade mas não pode ser confundida


com a obsessão. Cuidado para não exagerar quando quiser demonstrar que sabe
perseguir um objetivo.

Criatividade - existem casos em que a resposta dada por um participante a


determinada pergunta, durante uma dinâmica de grupo, foi tão boa, tão criativa,
que ele chamou a atenção do líder e a partir naquele momento passou a ser
observado com mais interesse.

Conhecimento - um dos principais objetivos da dinâmica de grupo é verificar a


consistência do conhecimento geral dos participantes. É importante o participante
ser atualizando, lendo muito, consultando jornais e revistas, vendo, ouvindo e
analisando o que se passa pelo mundo.
Habilidades de relacionamento - esta será definitivamente uma de suas
características mais avaliadas dentro de uma sessão dinâmica de grupo. De novo,
não tente ser o que você não é: aja naturalmente, como mandar o coração.

CAPÍTULO 4
EXEMPLOS DE DINÂMICAS

Vamos apresentar aqui exemplos de dinâmicas de uso educacional e


profissional.

1) Dinâmica “Debate”
Objetivo: Propõe que uma das pessoas se posicione contrariamente ou a favor de
um determinado programa de televisão. É uma apresentação que deve ser feita de
improviso para o grupo.
Neste caso, a intenção do avaliador é verificar em cada um a habilidade de
lidar com outras pessoas (respeito, consideração, polidez) e a habilidade de
argumentação, além da capacidade de verbalização e a organização de idéias.
O líder da dinâmica de grupo precisa ser competente e ágil para poder
avaliar todas as pessoas participantes. Geralmente, além do líder, participa um ou
dois assistentes, dependendo do tamanho do grupo.
No caso de um teste vocacional, é muito importante identificar o perfil do
individuo, para evitar futuros transtornos ao escolher uma profissão que não
corresponde com as suas habilidades.

2) Dinâmica “Perguntas”
Objetivo: Ganho de conhecimento sobre determinado assunto.
Procedimento: Os alunos, sem se identificarem, devem escrever em um pedaço
de papel, uma pergunta a cerca de um assunto: Sexo, aquecimento global, a
escola, etc. Todas as perguntas são recolhidas e misturadas. O professor abre
uma por uma e as responde.
Mensagem da dinâmica: O aluno encontra respostas para perguntas que não faria
em sua casa. Particularmente no campo da educação sexual, esta dinâmica
sempre dá excelentes resultados.

3) Dinâmica: "da Historinha"


Objetivo: Treinar a memorização e atenção.
Procedimento: Todos devem estar posicionados em círculo de forma que todos
possam se ver.
O organizador da dinâmica deve ter em mãos um objeto pequeno e
direcionando a todos deve começar a história dizendo: Isto é um ..... (Ex. gato).
Em seguida deve passar o objeto à pessoa ao seu lado que deverá acrescentar
mais uma palavra a história sempre repetindo tudo o que já foi dito. (Ex. Isto é um
gato com chapéu...), e assim sucessivamente até que alguém erre a ordem da
história pagando assim uma prenda a escolha do grupo.
Cria-se cada história engraçada...

4) Dinâmica: "O feitiço virou contra o feiticeiro"


Objetivo: não faça ou deseje aos outros o que não gostaria para si
Material: papel e caneta.
Procedimento: forma-se um círculo, todos sentados, cada um escreve uma tarefa
que gostaria que seu companheiro da direita realizasse, sem deixá-lo ver. Após
todos terem escrito, o feitiço vira contra o feiticeiro, que irá realizar a tarefa é a
própria pessoa que escreveu. "não faça ou deseje aos outros o que não gostaria
para si".
Mensagem da dinâmica: Respeito ao próximo.

5) Dinâmica "Caixinha de Surpresas"


Objetivo: Dinâmica do auto-conhecimento; Falar sobre si.
Materiais: caixinha com tampa, e espelho.
Procedimento: Em uma caixinha com tampa deve ser fixado um espelho na tampa
pelo lado de dentro. As pessoas do grupo devem sentar-se em círculo. O
animador deve explicar que dentro da caixa tem a foto de uma pessoa muito
importante (enfatizar), depois deve passar para uma pessoa e pedir que fale sobre
a pessoa da foto, e não devem deixar claro que a pessoa importante é ela própria.
Ao final, o animador deve provocar para que as pessoas digam como se sentiram
falando da pessoa importante que estava na foto.

6) Dinâmica: "da rosa" (infantil)


Objetivo: despertar a atitude em preservar o que temos.
Materiais: uma flor (rosa) natural.
Procedimento: fazer um círculo, e cada integrante retira um pedacinho da flor, ao
final sobrará apenas o talo da flor. O monitor da dinâmica questiona o que
aconteceu? Será que podemos consertar o que fizemos? Essa dinâmica pode ser
trabalhada com os pequeninos, a fim de preservar os matériais dentro da sala de
aula, ou preservar o próprio meio ambiente.

7) Dinâmica: "Sentidos"
Objetivo: Essa dinâmica tem como objetivo motivar a confiança em equipe.
Materiais: espaço aberto. Crie um espaço onde os participantes da dinâmica
poderão interagir com o meio ambiente.
Procedimento: Formam-se duplas e um fecha os olhos e se deixa ser guiado pelo
o outro, que deve estar com os olhos abertos. Quem está de olhos vendados deve
ser estimulado a tocar, cheirar e ouvir o que está a sua volta. Depois o papel se
inverte. Pode ser colocado uma música de fundo.
Mensagem: Confiança no outro, conhecer o universo do deficiente visual,
conhecer os sentidos.
Obs.: Outra forma de fazer esta dinâmica é vendar todos os alunos e orientá-los a
seguir por uma trilha através de uma corda. Após a atividade os alunos devem
relatar suas dificuldades e descobertas.

8) Dinâmica “O que é ?” (infantil)


Procedimento: Uma criança fica a frente das outras fazendo a imitação de uma
pessoa trabalhando e as outras crianças devem tentar adivinhar qual a profissão
que ela está imitando.
Objetivo: essa dinâmica está relacionada a percepção psicomotora e a interação
interpessoal e interdisciplinar.
Procedimento: Essa dinâmica é muito descontraída, o grupo desenvolve uma
sincronia. Pode ser feita com a imitação de animais, porém sem emitir sons.
Durante a dinâmica, o aluno que acertar, toma o lugar do que estava a frente e
passa a imitar outra coisa. Cada aluno tem apenas duas chances para acertar o
que o seu colega está imitando, isto para que não aconteça uma grande bagunça
e cada um fique gritando para tentar adivinhar.
Mensagem: Interpretação de profissões e animais.

9) Dinâmica: "do Estetoscópio" (para trilhas ao ar livre)


Objetivo: Esta dinâmica serve para perceber que o meio ambiente é vivo.
Materiais: estetoscópio.
Procedimento: Ao realizar uma caminhada numa trilha, onde houver em locais
úmidos, árvores com caule fino, pegar o estetoscópio e pedir pra que a pessoa
ouça seu coração, logo após escutar no caule e perceber o som do movimento de
água(xilema) e de nutrientes(floema).

10) Dinâmica: "da Observação”


Objetivo: melhorar a percepção.
Procedimento: Você pega um grupo e divide em dois a dois, um olhando pro outro.
Peça a eles para que se observem por 2 minutos, depois peça para eles se
virarem de costas e mudarem três coisas em si mesmos e depois desvirarem e
fazerem com que o parceiro descubra o que foi mudado. O outro também repete e
assim sucessivamente repita por 3 vezes esta dinâmica.

11) Dinâmica: “Discussão livre”


Caracterização da técnica: Reunião informal de pequeno grupo com livre
apresentação de idéias, sem qualquer limitação quanto à exeqüibilidade.
Possibilita o máximo de criatividade e estímulo, permitindo o exame de
alternativas para solução de problemas dentro de uma atmosfera de reflexão e
comunicação.
A técnica é útil para: Aprofundamento do estudo de um tema; Discussão de
problemas e exame de soluções; Explorar novas possibilidades, assegurando
idéias dinâmicas e novas que poderão ser aproveitadas; Tomada de decisão cujo
cumprimento não seja urgente; Somente para avaliação do processo do grupo.
Use a técnica quando: O grupo não possuir mais de 15 membros ou use mini-
grupos de 5. Os membros forem relativamente maduros e quando se conhecem o
suficiente para dialogarem livremente. Houver uma atmosfera de liberdade de
expressão. Não houver comprometimento com padrões e fórmulas usuais. Os
membros do grupo possuírem flexibilidade para criar novas soluções ou apontar
novas diretrizes. O grupo for homogêneo. O grupo tiver objetivos comuns.
Como usar a técnica: Conhecer a amplitude do problema a ser debatido, fixando
as linhas de discussão e o tempo disponível para a reunião. Estabelecer um
ambiente informal que facilite a comunicação e a cooperação entre os membros.
Interpretar a técnica a ser usada na reunião. Escolher um encarregado para fazer
as anotações e registros das idéias apresentadas.
Esclarecer que são normas da discussão livre: As idéias têm de ser expressas
sem qualquer limitação quanto às possibilidades de execução. As idéias só serão
rejeitadas se não se relacionarem com o assunto em discussão, ou seja, podem
ser desenvolvidas e detalhadas, mas Não restringidas.
Dinâmica: “Dramatização” (para adultos)
Caracterização da técnica: Consiste na encenação de um problema ou situação
no campo das relações humanas, por duas ou mais pessoas, numa situação
hipotética em que os papéis são vividos tal como na realidade. A síntese desses
papéis é um dos aspectos mais importantes do método. Os que vão encenar
devem compreender o tipo de pessoa que dever interpretar durante a
dramatização. O resumo do papel deve conter apenas a condição emocional e as
atitudes a serem adotadas, sem detalhes sobre aquilo que deverá ocorrer durante
a apresentação.
Essa técnica permite a informalidade e assegura a participação psicológica
do indivíduo e do grupo; elimina as inibições e facilita a comunicação.
A técnica é útil para: Desenvolver a capacidade de relacionamento com outras
pessoas através da compreensão da natureza do comportamento humano.
Fornecer dados de relações humanas que podem ser utilizados para análise e
discussão. Facilitar a comunicação, "mostrando" e não "falando". Oportunidade
para que os indivíduos "representem" seus problemas pessoais. Os que na vida
real não puderam reconhecê-los ou compreendê-los. Criar no grupo uma
atmosfera de experimentação e de possível criatividade. Despersonalizar o
problema dentro do grupo. Quando apresentado em cena, abstraídas as
personalidades dos executantes reais, há maior liberdade de discussão.
Use a técnica quando: Os padrões e o controle social do grupo são de molde a
garantir um nível de comentário e discussão que não afetam psicologicamente os
membros. O indivíduo reconhece a necessidade de aprofundar-se nos seus
verdadeiros motivos, impulsos básicos, bloqueios e ajustamentos, a fim de
aumentar sua eficiência como membro do grupo. Os "atores" sentem-se
relativamente seguros a ponto de quererem "expor-se" ao grupo, ou seja, expor
seus sentimentos, suas atitudes, suas frustrações, sua capacidade e suas
aptidões. Sentir-se como professor ou instrutor, bastante seguro dos objetivos que
pretende atingir ao usar a técnica. O alvo for mudar as atitudes de um grupo. Se
deseja preparar um ambiente ideal para resolver problemas.
Como usar a técnica: Apresentar ou definir o problema que será dramatizado.
Fixar a simulação ou os aspectos específicos de relacionamento humano a serem
enfatizados na dramatização. Definir ou apresentar quais os papéis necessários à
encenação. Escolher os atores, os quais planejarão as linhas gerais de seu
desempenho, ou seja, a condição emocional e as atitudes a serem adotadas, sem
especificar o que deverá ser feito na encenação. Os próprios "atores" poderão
armar o "palco" que dispensará excessivo mobiliário e roupagem, dando ênfase à
descrição verbal da situação. Os "ensaios" terão caráter de reuniões preparatórias
onde as características dos papéis serão examinadas, sem preocupação quanto à
"perfeição da representação" dos atores. Determinar ou definir o papel de grupo a
ser desempenhado durante e após a dramatização, o que conclui a escolha do
tipo de debates que se seguirá, bem como a determinação dos aspectos que
deverão ser avaliados. Realizar a dramatização em tempo suficiente para permitir
a apresentação dos dados, evitando-se a demora excessiva.
Se o instrutor achar conveniente, poderá consultar o grupo quanto ao seu
interesse em repetir a dramatização com a inclusão de idéias e sugestões que
forneçam novo material para aprofundamento de debate. Poderão, também, ser
usados outros artifícios, como por exemplo, a substituição dos papéis (troca) para
verificação de sentimentos e atitudes, possibilitando a um personagem "colocar-se
na pele do outro". É um jogo de reversibilidade, a favor e contra, ou tarefa
invertida.
13) Dinâmica “Debate e conclusões”
Caracterização da técnica: Consiste na divisão do grupo em dois subgrupos (GV =
grupo de verbalização; GO = grupo de observação). O primeiro grupo é o que irá
discutir o tema na primeira fase, e o segundo observa e se prepara para substituí-
lo. Na segunda fase, o primeiro grupo observa e o segundo discute. É uma técnica
bastante fácil e informal.
A técnica é útil para: Análise de conteúdo de uma matéria ou questão. introdução
de um novo conteúdo. Conclusão de estudo de um tema. Discussão de problema
e exame de solução. Estimular a participação geral do grupo. Estimular a
capacidade de observação e julgamento de todos os participantes. Para isso cada
participante do GO deve cumprir um papel na observação, buscando encontrar
aspectos positivos e negativos na objetividade e operatividade do GV. Levar o
grupo a um consenso geral. Desenvolver habilidades de liderança.
Use a técnica quando: O número de participantes for relativamente pequeno. Já
houver um bom nível de relacionamento e de comunicação entre os membros do
grupo. For necessário criar uma atmosfera de discussão. For conveniente diluir o
formalismo do grupo. Desejarmos estimular a discussão e o raciocínio.
Como usar a técnica: O coordenador propõe o problema e explica qual o objetivo
que pretende com o grupo. Explica como se processará a discussão e fixa o
tempo disponível. O grupo é dividido em dois. Um grupo formará um círculo
interno (GV) e o outro um círculo externo (GO). Apenas o GV debate o tema. O
GO observa e anota. Após o tempo determinado, o coordenador manda fazer a
inversão, passando o grupo interno para o exterior e o exterior para o interior.
Após as discussões, o coordenador poderá apresentar uma síntese do assunto
debatido. Poderá ser, inicialmente, marcado um "sintetizador".
14) Dinâmica: “Tempestade Cerebral”
Caracterização da técnica: É uma técnica de produção de idéias ou de soluções
de problemas em grupo. Possibilita o surgimento de aspectos ou idéias que não
iriam ser, normalmente, levantadas. Na prática não deve ser estabelecida
nenhuma regra ou limite, eliminando assim todos os prováveis bloqueios ao "novo
e improvável”.
A técnica é útil para: Desenvolver a criatividade, liberar bloqueios de
personalidade, vencer a cegueira intelectual que nos impede de ver as mil e uma
soluções de cada problema, criar um clima de otimismo no grupo, desenvolver a
capacidade de iniciativa e liderança.
Use a técnica quando: Não estiver encontrando idéias para novas iniciativas, não
estiver encontrando solução para algum problema, precisar que o grupo comprove
sua capacidade de abrir caminhos e produzir soluções, precisar romper bloqueios
criados na personalidade do grupo ou de membro do grupo. Técnica muito positiva
para vislumbrar experimentos a serem feitos pela turma na feira de ciências da
escola.
Como usar a técnica: Disponha o pessoal como for possível, de preferência em
círculo. Crie um clima informal e descontraído de esportividade e muita
espontaneidade. Suspenda (proíba mesmo) críticas, julgamentos, explicações. Só
vale colocar a idéia. Levar todos a romper com sua auto-censura, expondo o que
lhe vier a cabeça, sem pré-julgar. Pedir que emitam idéias em frases breves e
concisas. Todos devem falar alto, sem ordem preestabelecida, mas um de cada
vez. Proibir cochichos, risinhos e conversas paralelas.
Obs.: No grupo de 20 pessoas, o número de sugestões dadas em cinco minutos é
100. Sinal de que o grupo é criativo. Não desanimar se nos primeiros exercícios
ficarem muito aquém deste número. Tudo é questão de treino. Ao final, anote as
boas idéias.
15) Dinâmica “FÓRUM”
Caracterização da técnica: A técnica é boa para garantir a participação de grande
número de pessoas, sobre temas contraditórios, embora alguns participem como
observadores do debate.
A técnica é útil para: Dinamizar o grupo, desenvolver a capacidade de raciocínio,
desenvolver a lógica, ensinar a saber vencer e a saber perder, desenvolver a
capacidade de aceitar pontos de vista contrários, desenvolver a imparcialidade de
julgamento.
Use a técnica quando: Desejar treinar a turma a não se envolver emocionalmente
na questão, desenvolvendo a racionalidade. Quiser despertar a participação da
assembléia através de depoimentos. Desejar discutir temas controvertidos.
Como usar a técnica: Escolha três participantes: um defende, o outro contesta o
tema, e o terceiro coordena. A assembléia deve participar, colocando-se de um
lado ou de outro. No final, o moderador oferece uma conclusão. Um exemplo de
um bons temas são: A censura no Brasil, as ações do governo atual, a colonização
do Brasil pelos portugueses, etc.
Obs.: Para aumentar a participação pode-se constituir um corpo de auxiliares da
defesa e da acusação, e um júri.
16) Dinâmica “FATO OU BOATO”
Caracterização da técnica: Muitos fatos dos quais apenas “ouvimos falar”,
geralmente não são exatamente como pensamos, e nos cabe a responsabilidade
de agir com cautela em função das conseqüências que podem surgir.
A técnica é útil para: Treinar a percepção da comunicação livre dos bloqueios,
ruídos, filtragens, que põem obstáculos não só ao relacionamento dos membros,
como também à produtividade do grupo.
Use a técnica quando: No início de um semestre, de uma conferência, de uma
reunião de grupo ou como tema introdutório. Quando se pretender demonstrar o
efeito das distorções de comunicação. Quando se necessita demonstrar as
filtragens de comunicação em termos de circulares, avisos, portarias, etc. Quando
se desejar testar a comunicação entre pessoas ou entre grupos. Em reuniões
onde as comunicações estão defasadas, é interessante utilizar no início das
discussões.
Como usar a técnica: O trabalho poderá ser realizado através de dois tipos de
estimulação: verbal e gráfico.
Estimulação gráfica: O dirigente deverá prover-se de uma imagem de tamanho
grande que represente uma cena na qual figurem pelo menos 20 detalhes
significativos. Podem ser utilizadas duas figuras. O dirigente convida seis ou sete
pessoas para atuar como protagonista de uma experiência interessante. Solicita a
estas pessoas que se retirem do local por um momento, dizendo-lhes que quando
forem chamadas, uma por vez, deverão escutar atentamente o que lhes foi dito e
repetir o mais exatamente possível. Não se informa ao protagonista o objetivo da
prova. Coloca-se diante do grupo a primeira imagem grande. O dirigente guarda a
imagem e chama uma das pessoas que saíram e pede a um espectador
previamente designado que descreva a imagem em voz alta, enquanto o primeiro
sujeito da experiência presta atenção ao relato, sem ver a imagem. Através desta
primeira descrição direta da imagem o grupo poderá advertir quais detalhes foram
esquecidos pela primeira pessoa que descreveu a imagem. Terminada a descrição
da lâmina pelo primeiro indivíduo, chama-se ao recinto um segundo sujeito, o qual
se coloca junto ao primeiro, sem que nenhum dos dois veja a imagem. O primeiro
indivíduo descreve então ao segundo o que acaba de ouvir, fazendo-o com a
maior fidelidade possível. Então o primeiro pode sentar-se entre os espectadores,
pois sua tarefa está terminada. Faz-se entrar o terceiro indivíduo e procede-se do
mesmo modo que no passo anterior. O segundo relata ao terceiro o que acaba de
ouvir. Assim sucessivamente com todas as pessoas que tenham saído do recinto,
até que o último deles repita o que o penúltimo relatou. Com a observação de todo
o grupo, o coordenador mostra a imagem original e pede para que sejam citadas
as distorções de comunicação.

17) Dinâmica: “CAIXA DE SEGREDO”


Como usar a técnica: Colocar a caixa de presente sobre a mesa e aguardar a
reação da classe. Dizer que este presente está relacionado com o tema da aula e
que devem adivinhar o que é. Dar algumas dicas para que a classe descubra. Dar
a aula normalmente. Ao final da aula, pedir a opinião de cada um, sobre o que tem
na caixa. Se possível, no final da aula, entregar o presente para quem acertou.
Finalidade: Estimular a criatividade, valorizar a atenção dos alunos.
FIM DO PRIMEIRO MÓDULO

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