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Rosalía de Castro e n la literatura española

R. Carballo Calero

Rosalía d e Castro inicia su actividad literaria c o m p o n i e n d o versos e n español


q u e , para el m o m e n t o e n q u e se publican, acusan el natural retraso estilístico c o n
relación a las corrientes d o m i n a n t e s q u e se podía esperar e n u n a j o v e n poetisa pro-
vinciana. Esto es lo q u e es Rosalía e n 1857, fecha de la publicación d e su librito La
Flor. T i e n e veinte a ñ o s de edad, y sale ahora por primera vez de la r e g i ó n d o n d e ha
nacido. Su vida se ha deslizado e n la c o m a r c a c o m p o s t e l a n a , d o n d e vio la luz, ori-
llas del Sar, d o n d e confluye c o n el Ulla, es decir, e n Padrón, tierra natal d e su ma-
dre, y e n la tierra de Amaía, d e d o n d e su padre es oriundo. Hija ilegítima de una
hidalga nacida e n el pazo de Arretén, su e d u c a c i ó n fue la propia de u n a m u c h a c h a
d e su condición, q u e pasó los primeros a ñ o s de su niñez e n la aldea e n q u e su pa-
dre había v e n i d o al m u n d o , e n la casa d e Castro de O r t o ñ o , y l u e g o se trasladó a
Padrón, para vivir c o n su madre, p e r o n o e n el pazo solariego, q u e había dejado de
p e r t e n e c e r a la familia. Es m u y posible q u e e n Santiago asistiese a algunas de las
clases d e a d o r n o q u e se impartían e n los locales d e la Sociedad E c o n ó m i c a d e Ami-
gos del País, el antiguo C o l e g i o de Sanclemente, hoy o c u p a d o por el Instituto de Ba-
chillerato q u e lleva su n o m b r e . Rosalía sabía dibujar, así c o m o tocar el p i a n o y la
guitarra; p e r o j a m á s d o m i n ó la ortografía castellana, c o m o acreditan las cartas autó-
grafas q u e de ella se conservan. A la verdad, n o s a b e m o s si tuvo algunos conoci-
m i e n t o s d e francés. Por supuesto, leyó escritores franceses. Mas el h e c h o de q u e e n
su n o v e l a La Hija del Mar aparezcan, c o m o l e m a s de capítulos, s e g ú n la costumbre
romántica, citas de aquellos escritores e n el i d i o m a original, n o es concluyente, pues
p o d r í a m o s entrever la colaboración de su marido, Manuel Murguía, a q u i e n va de-
dicada la obra, e n la e l e c c i ó n y transcripción de e s o s textos. En Santiago, sus con-
tactos c o n los j ó v e n e s escritores q u e , c o m a n d a d o s por Aurelio Aguirre, se m u e v e n
e n el á m b i t o del Liceo de la J u v e n t u d , la configuran c o m o u n a seguidora d e Es-
pronceda, todavía inaccesible a las n u e v a s inflexiones del r o m a n t i c i s m o m o d e r a d o ,
d e tendencia realista, q u e ha d e d o m i n a r su primer libro e n su l e n g u a nativa, Canta-
res Gallegos, y q u e ya estaba vigente e n los círculos m á s progresivos d e la poesía es-
pañola.
Por esta época, n o se percibe e n Rosalía n i n g u n a p r e m o n i c i ó n de su futuro pa-
pel e n la restauración de la p o e s í a gallega. N o sólo t o d o s sus versos están escritos
e n castellano, sino q u e el c o n t e n i d o de los m i s m o s , a diferencia d e los d e Aguirre,
n o n o s r e m i t e e n absoluto a n i n g u n a forma de valoración o exaltación de lo regio-
nal. Rosalía se sitúa c o n toda naturalidad e n el m u n d o de la lírica e n español, c o m o
u n a Carolina C o r o n a d o o u n a Gertrudis G ó m e z de Avellaneda. Su localización geo-
gráfica s ó l o o p e r a e n el sentido d e aquel retraso e n el estilo d e m o d a q u e se ha
m e n c i o n a d o antes, y q u e es p r o p i o del círculo provinciano e n q u e se m u e v e , al q u e
las m o d a s d e Madrid tardan e n llegar, p o r q u e los m e d i o s de c o m u n i c a c i ó n s o n su-
m a m e n t e precarios.
La presencia de Rosalía e n la capital de España durante los a ñ o s 1856 a 1858

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. R. CARBALLO CALERO. Rosalía de Castro en la literatura española


tuvo gran trascendencia para su c o n v e r s i ó n e n escritora gallega, p o r q u e e n Madrid
c o n o c e a Murguía y contrae m a t r i m o n i o c o n él. Murguía, a u n q u e a p e n a s escribió
e n gallego, estaba implicado e n el m o v i m i e n t o regionalista, y es sin duda el m o t o r
del c a m b i o q u e e n Rosalía se opera, y q u e la lleva a ensayar e n gallego u n a réplica
al Libro de los Cantares de A n t o n i o de Trueba, c o n lo cual nuestra autora a c c e d e al
r o m a n t i c i s m o realista y popularista q u e estaba desplazando al r o m a n t i c i s m o idealis-
ta de los primeros tiempos. Trueba era a m i g o d e Murguía, y gozaba por aquel tiem-
p o d e gran notoriedad. Rosalía asimila c o n gran facilidad su folklorismo y su estilo
lleno de figuras de dicción por repetición, y n o s ó l o e n los Cantares Gallegos, sino e n
el p o e m a e n castellano, del m i s m o a ñ o 1863, d e d i c a d o a la m u e r t e de su madre.
Así, aparece ahora Rosalía incorporada al m o v i m i e n t o p o é t i c o gallego, al q u e c o n
m a y o r o m e n o r fortuna habían aportado ya su contribución, entre otros, u n Pintos,
u n C a m i n o , u n Valladares, y los d e m á s versificadores incluidos e n el Álbum de la Ca-
ridad. Lo q u e n o significa q u e nuestra autora a b a n d o n e el cultivo del castellano
para consagrarse al gallego; p e r o sí q u e su obra e n este idioma, obra hasta a h o r a
inexistente, va a erigirla e n primera figura del m o v i m i e n t o literario regional, y su
producción e n castellano, q u e ha de continuar, va a q u e d a r oscurecida durante cier-
to t i e m p o por el alto relieve alcanzado por sus versos e n la lengua de su país.
En conjunto, claro está q u e Rosalía escribió m á s e n castellano q u e e n gallego.
Prescindiendo de textos sueltos, Rosalía sólo n o s dejó dos libros, a m b o s de versos,
e n este idioma: Cantares Gallegos (1863) y Follas Novas (1880). En castellano t e n e m o s La
Flor (1857), La Hija del Mar (1859), Flavio (1861), A mi Madre (1863), Ruinas (1866), El
Caballero de las Botas Azules (1867), El Primer Loco (1881) y En las Orillas del Sar (1884).
N o renunció, pues, Rosalía a su carrera literaria e n l e n g u a castellana. Y c u a n d o
transcurrió t i e m p o suficiente para q u e , favorecida por la a t e n c i ó n de escritores
c o m o J u a n R a m ó n J i m é n e z , Azorín, Díez-Canedo y otros, su obra castellana se divul-
gase fuera de Galicia, alcanzó u n prestigio q u e n o c o n o c i ó e n vida, a u n q u e referido,
d e s d e luego, n o a la totalidad, sino a una parte de su producción.
C o m o v e m o s , la obra e n castellano d e Rosalía está constituida p o r dos t o m o s de
poesías — m á s el folleto A mi Madre— y cinco novelas. D e j e m o s de lado las poesías
sueltas y las prosas esporádicas q u e se p u e d e n consultar e n sus Obras Completas.
Cualquiera q u e sea el interés q u e para el profesional de la historia d e la literatura
tenga toda la obra rosaliana, p o d e m o s afirmar q u e , sustancialmente, s o n frutos lo-
grados, e n c u a n t o o c u p a n u n espacio propio, y significan u n a realización original,
n o u n a repetición inútil, o u n esfuerzo estéril, sino u n e n r i q u e c i m i e n t o efectivo de
la literatura, d o s de los libros m e n c i o n a d o s : una novela, El Caballero de las Botas Azu-
les, y u n p o e m a r i o , En las Orillas del Sar.
El prestigio d e El Caballero de las Botas Azules es m á s reciente y m e n o s general
q u e el de En las Orillas del Sar. Sin e m b a r g o , la n o v e l a cuenta c o n u n importante
v o t o favorable d e s d e los m i s m o s t i e m p o s de su publicación. Rosalía e n v i ó u n ejem-
plar d e la m i s m a a «Fernán Caballero», y ésta acusó recibo e n u n a e x t e n s a carta
q u e h o y se conserva, s e g ú n creo, e n el archivo d e la Real A c a d e m i a Gallega. Yo allí
la consulté c u a n d o preparaba m i Historia da literatura galega contemporánea, a fines d e
la d é c a d a d e los 50 o principios de la d e los 60. Entiendo q u e el propietario de ese
manuscrito es el propio archivero d e la Corporación, a q u i e n l o habría d o n a d o o le-
g a d o la última h e r e d e r a d e Rosalía, su hija Gala. En mi discurso de ingreso e n
aquella A c a d e m i a , transcribí algún pasaje de dicha carta, p e r o n o p u d e publicarla
íntegra p o r q u e su propietario se reservó e s e d e r e c h o , q u e n o ha t e n i d o t i e m p o de
ejercer, s e g ú n d e b e suponerse, a pesar d e q u e h a n transcurrido d e s d e e n t o n c e s ,
c u a n d o m e n o s , u n o s veinticinco años; d e m a n e r a q u e la carta continúa inédita.

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En ella, d o ñ a Cecilia elogia sin reservas la n o v e l a d e Rosalía, q u e consideraba
m u y superior a las q u e p o r aquel tiempo se publicaban h a b i t u a l m e n t e e n España, y
se pregunta si el Caballero q u e d a n o m b r e a la o b r a simboliza el siglo x i x , a u n q u e
opina q u e e n e s e caso sus botas n o d e b e r í a n ser azules, sino rojas. En el artículo
q u e e n su libro Los Precursores consagra Murguía a su mujer, se inspira e n la carta,
e n t o n c e s y a h o r a inédita, d e «Fernán Caballero», l o q u e , naturalmente, s ó l o los q u e
h e m o s t e n i d o a c c e s o al manuscrito e s t a m o s e n c o n d i c i o n e s d e advertir.
Murguía cita, a propósito d e la n o v e l a d e Rosalía, la titulada El Doctor Lañuela
Esta e s obra d e A n t o n i o R o s d e O l a n o , el a m i g o d e Espronceda, .prologuista d e El
Diablo Mundo, el m i s m o q u e d i o n o m b r e a la p r e n d a d e cabeza q u e s i e n d o ministro
de la Guerra erigió e n reglamentaria para los militares, el ros. El Doctor Lañuela, pu-
blicada e n 1863, n u n c a fue reeditada, d e m o d o q u e p o c o s e s t u d i o s o s actuales la co-
n o c e n . Rosalía califica a su Caballero d e « c u e n t o extraño». E v i d e n t e m e n t e , t a m b i é n
es u n c u e n t o e x t r a ñ o el relato d e Ros; p e r o c o n aquella calificación Rosalía apunta
a sus lecturas d e H o f f m a n n y P o e . El Caballero de las Botas Azules está d e n t r o d e la
t e n d e n c i a humorística, satírica y fantástica q u e caracteriza la narrativa románica
germánica. H a y e n ella páginas realistas, a la m a n e r a d e «Fernán Caballero», pero
la figura enigmática del D u q u e d e la Gloria e s u n a creación simbólica, u n a abstrac-
ción d o c e n t e , a pesar d e algunas alusiones a su pasado, q u e parece m e z c l a d o al d e
otros personajes d e la novela. En este sentido, sería desacertado intentar u n a expli-
cación t o t a l m e n t e racional d e la personalidad y la conducta d e esta figura d e la
obra, q u e f u n d a m e n t a l m e n t e p e r t e n e c e al m u n d o d e l o maravilloso, y se inserta e n
el m u n d o s u p u e s t a m e n t e real d e la ficción, a la m a n e r a d e deux ex machina, c o m o
las hadas o los g e n i o s d e los cuentos. La n o v e l a e s f u n d a m e n t a l m e n t e u n a sátira d e
las n o v e l a s p o r entregas, c o m o El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha lo e s d e
las n o v e l a s d e caballerías, o Northanger Abbey, d e J a n e Austen, d e la n o v e l a «gótica».
N o hay n i n g ú n m o t i v o para sospechar q u e Rosalía c o n o c i e s e esta última obra, p e r o
el m i s m o título d e El Caballero de las Botas Azules parece calcado sobre «El Caballero
del V e r d e Gabán», d e s i g n a c i ó n aquélla c o n q u e e n la narración cervantina se desig-
na al protagonista, y ésta a u n personaje episódico, c o m o e s bien sabido.

Sin e m b a r g o , la sátira literaria d e Rosalía se inserta e n la m á s g e n e r a l sátira so-


cial. La aristocracia, la clase m e d i a y el e s t a m e n t o popular a p a r e c e n pintados c o n
humorísticas pinceladas, y e s d e notar l o ágil, suelto y d e s e m b a r a z a d o d e la técnica
c o n q u e la j o v e n autora n o s describe los salones e n q u e brillan las ociosas d a m a s
de la alta sociedad, las r e u n i o n e s d e las señoras d e la clase m e d i a y la vida artesa-
nal e n torno a la Corredera del Perro.
Más c o n o c i d o y c e l e b r a d o h o y e s el libro d e versos En las Orillas del Sar, q u e to-
dos c o n s i d e r a m o s u n a d e las cimas d e la lírica e s p a ñ o l a d e l siglo x i x . N o hay q u e
subrayar el t o n o b e c q u e r i a n o d e l p o e m a r i o . Tal t o n o s ó l o se registra e n u n a parte
de la obra, y se refiere a aspectos métricos y estilísticos m á s q u e temáticos. La lírica
a m o r o s a d e carácter confidencial, q u e prácticamente m o n o p o l i z a la inspiración del
sevillano, brilla m á s bien p o r su ausencia e n el libro d e la gallega. El a m o r c o m o
causa d e la desgracia, d e la deshonra; la seducción y el olvido, el e n g a ñ o y la deses-
peración a p a r e c e n tratados e n p o e m a s d e f o n d o narrativo o dramático, c o n perso-
najes c o n t e m p l a d o s a distancia por la autora, i n t e n s a m e n t e interesada sin e m b a r g o
por su materia. Muchas v e c e s el cuadro es claramente el d e las doloras d e Campoa-
mor, p e r o la e n e r g í a apasionada d e Rosalía e s a l g o m u y auténtico, b i e n alejado d e
toda filosofía d e salón. C u a n d o estuvo e n b o g a el existencialismo, este libro, igual
q u e Follas Novas, fue c o n t e m p l a d o a la luz d e e s a filosofía y declarado inserto e n la
corriente q u e e s a filosofía representa. La sinceridad c o n q u e se e x p r e s a la m e n e s t e -

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rosidad d e la c o n d i c i ó n h u m a n a , la e s t r e m e c e d o r a d e s o l a c i ó n c o n q u e Rosalía en-
frenta la vida, d a n al libro una áspera valentía, de la q u e m a n a u n a fuerza estética y
moral q u e anula o minimiza cualquier resabio retórico.
El libro es t a m b i é n fundamental d e n t r o de la historia de la versificación españo-
la por sus i n n o v a c i o n e s métricas. Es s o r p r e n d e n t e la audacia d e Rosalía e n este
c a m p o , si t e n e m o s e n cuenta q u e n o poseía u n a e d u c a c i ó n literaria sistemática. Sus
c o m b i n a c i o n e s de octosílabos c o n endecasílabos y otros m e t r o s q u e n u n c a se mez-
claban c o n aquéllos, así c o m o otras libertades y e x p e r i m e n t o s , n o d e b e n interpre-
tarse de n i n g ú n m o d o c o m o resultado d e impericia técnica. Más q u e precursora del
m o d e r n i s m o es e n este aspecto continuadora de la revolución romántica, pero,
c o m o e n todo, revela e n e s t o una vigorosa originalidad.
Las d e m á s obras castellanas de Rosalía n o s o n esenciales d e n t r o de la historia
de la literatura española. T o d a s s o n d e signo romántico. Lo m i s m o se p u e d e decir,
si se quiere, de las obras maestras, e n u n o u otro idioma; p e r o e n t o n c e s hay q u e
añadir q u e e s e carácter escolar q u e d a r e l e g a d o p o r la proyección de la personali-
dad de la autora. En las obras m e n o r e s n o ocurre así. La Flor es, s e g ú n q u e d a indi-
cado, u n producto provinciano de u n a m o d a pasada. La Hija del Mar n o es m u y dis-
tinta de las n o v e l a s folletinescas satirizadas e n El Caballero de las Botas Azules. El «en-
sayo de novela» Flavio presenta algunos personajes trazados c o n energía y color,
p e r o la estructura del relato es p o c o equilibrada. Ruinas es u n a pintura de costum-
bres y figuras, d e n t r o de la tradición romántica del g é n e r o a t e m p e r a d a p o r el rea-
lismo m o d e r a d o d e Cecilia Bóhl de Faber. El Primer Loco vuelve al estilo de Flavio, a
la n o v e l a pasional de c u ñ o francés, la n o v e l a de « G e o r g e s Sand», c o n u n a organiza-
ción m á s c o m p e n s a d a , c u a n d o ya e n España había l o g r a d o i m p o n e r s e la n o v e l a rea-
lista o idealista posromántica, cultivada por u n Galdós o u n Valera y otra gallega
e m i n e n t e , Emilia Pardo Bazán. Los especialistas e n Rosalía hallan e n todas estas
obras datos d e interés para completar el perfil literario de la autora; pero p o d e m o s
prescindir de las m i s m a s , si n o s o m o s e x c e s i v a m e n t e eruditos, al hacer el catálogo
d e las aportaciones relevantes a la literatura e s p a ñ o l a de la época.
C o m o v e m o s , Rosalía es u n a figura de gran importancia, tanto e n la literatura
gallega c o m o e n la española, e n t e n d i e n d o esta última c o m o la escrita e n castellano.
Sin e m b a r g o , mientras q u e e n aquélla ejerció u n a gran influencia, d e m o d o q u e ,
fuese o n o imitado su estilo, fue d e s d e l u e g o s e g u i d o su e j e m p l o , e n la literatura es-
pañola n o tuvo discípulos. Propiamente, su r e c e p c i ó n se realizó p o s t u m a m e n t e , y
sólo e n los últimos t i e m p o s alcanzó la popularidad e n los círculos cultos de lectores.
Pero su formación literaria fue e n t e r a m e n t e española, y su equipaje literario es d e
c u ñ o e s p a ñ o l incluso e n sus obras gallegas. Para escribir éstas, n o t o m ó c o m o mo-
delos a sus precursores e n el u s o del i d i o m a de su país. J a m á s cita a sus predeceso-
res gallegos, c o m o si n o los estimase e n absoluto, incluso c o m o si n o los hubiese leí-
do. Murguía n o s dice q u e Rosalía escribió e n gallego p o r q u e le m o l e s t ó ver a l g u n o s
t e x t o s e n su l e n g u a natal escritos c o n total carencia de gusto. C u a n d o quiere escri-
bir Cantares Gallegos t o m a c o m o m o d e l o u n escritor vizcaíno e n l e n g u a castellana. Y
si hay influencias e n Follas Novas son las de Bécquer, C a m p o a m o r , Selgas, t o d o s ellos
p o e t a s e n l e n g u a castellana. Rosalía n o c o n o c í a al c o m i e n z o d e su carrera la exis-
tencia de la poesía gallega medieval. Su propia poesía e n la lengua de su país n o
p u e d e tener otras fuentes q u e la poesía popular y los maestros c o r r e s p o n d i e n t e s de
la literatura castellana. Cantares Gallegos glosa cantares gallegos, es decir, coplas d e la
tradición popular; p e r o el m o d e l o organizativo del libro es el Libro de los Cantares, de
u n escritor e n l e n g u a castellana, el vizcaíno A n t o n i o d e Trueba. Los p o b r e s prece-
d e n t e s q u e el R e s u r g i m i e n t o gallego p o n e a disposición de Rosalía n o o f r e c e n o t r o

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m o d e l o de c o m p o r t a m i e n t o . Así tenía q u e ser, p o r q u e dialectalizado el gallego, y
reducido a l e n g u a oral d e s d e fines de la Edad Media, la tradición literaria m e d i e v a l
se había roto. Los primeros escritores del R e s u r g i m i e n t o t i e n e n q u e proceder c o m o
primitivos, es decir, c o m o autores q u e n o d i s p o n e n d e u n a tradición, sino q u e h a n
de crearla m e d i a n t e la elaboración artística d e las formas paraliterarias, preliterarias
o folkliterarias q u e registra la cultura oral. Pero c o m o aquellos escritores h a n sido
e d u c a d o s e n la cultura castellana, d i s p o n e n de u n a serie d e tópicos, m é t o d o s y re-
cursos estilísticos de tradición española q u e les p r o p o r c i o n a n la forma e n la q u e
van a vaciar sus c o n t e n i d o s temáticos d e inspiración autóctona. Así, e n ellos formal-
m e n t e la literatura gallega se configura c o m o u n a variante dialectal de la literatura
española. La literatura gallega es, pues, para ellos, incluida Rosalía, u n a literatura
regional, q u e n o excluye, sino q u e s u p o n e , la existencia de u n a literatura nacional,
q u e es, naturalmente, la española. P o c o importa q u e d e s d e el p u n t o de vista d e la
ideología política, la obra gallega sea reivindicativa, protestataria y hasta agresiva
frente a la dirección del Estado español, c o m o e n Rosalía sucede. Doctrinalmente,
hay e n Rosalía u n g e r m e n e v i d e n t e d e n a c i o n a l i s m o gallego, y a p e n a s muerta nues-
tra poetisa, e s e g e r m e n va a concretarse y desarrollarse e n los m i s m o s círculos q u e
c o n t i n ú a n fielmente la obra de la escritora. Pero la estructura cultural y el funciona-
m i e n t o estilístico de la poesía gallega d e Rosalía se d e s e n v u e l v e e n la órbita y se
c o m p o r t a s e g ú n los m é t o d o s del c o m p l e j o literario español. Más adelante se h a n de
realizar esfuerzos para conseguir la e m a n c i p a c i ó n y la a u t o n o m í a d e la literatura ga-
llega. Pero Rosalía, por m u y importante q u e haya sido c o m o precursora de estas co-
rrientes, vive implícitamente su literatura gallega c o m o una flexión local d e la espa-
ñola, y su práctica fue, hasta su m u e r t e , la d e u n a escritora bilingüe.

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. R. CARBALLO CALERO. Rosalía de Castro en la literatura española


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